Master Ana Costa Bispo
Master Ana Costa Bispo
Master Ana Costa Bispo
Orientadora:
Coorientadora:
Professora Doutora Sara Maria Leitão Jorge Marques de Almeida de Ibérico Nogueira,
Outubro, 2018
II
Departamento de Psicologia Social e das Organizações
Orientadora:
Coorientadora:
Professora Doutora Sara Maria Leitão Jorge Marques de Almeida de Ibérico Nogueira,
Outubro, 2018
III
IV
A presente dissertação foi apoiada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), através do
usadas na aquisição dos direitos de aplicação da escala Short Flow State Scale pela Mind
Garden, Inc.
V
VI
Agradecimentos
As palavras escritas nesta folha de papel não serão, certamente, suficientes para
Aos meus colegas da Escola da Alapraia, em especial à Diretora, Sílvia Lemos, que não
das emoções.
À Raquel, pela generosidade com que ofereceu parte do seu precioso tempo.
Ao Daniel, meu apoio e que comigo procura construir uma vida que vale a pena ser
vivida.
Aos meus pais, meus alicerces e fontes de energia, que pelos seus exemplos me
gentileza e paciência, pelas sugestões e orientações, mas sobretudo, pelo incansável apoio e
motivação.
VII
VIII
Resumo
analisadas variáveis como os estados afetivos (positivos e negativos), o orgulho (geral, autêntico
ou arrogante), o fluxo emocional e a motivação intrínseca. Cinquenta alunos dos 7.º e 8.º anos de
foram sujeitos, de forma aleatória, a uma de três condições experimentais: “elogio ao talento”,
“elogio ao empenho”, “sem elogio”. Também o tempo foi avaliado como uma medida
IX
X
Abstract
The present study aimed to understand the effects of praise on creativity. Variables such
as emotions (positive and negative), pride (general, authentic, and hubristic)flow, and intrinsic
motivation were analized. Seventh- and eighth-grade students (n=50) in a Portuguese public
school performed the TCT-DP creativity test and were randomly assigned to one of three
experimental conditions: “praise for talent”, "praise for effort”, “no praise”. The results indicated
that there were no differences between groups. Also the time was evaluated as a behavioral
measure of interest for the task is positively related with the unconventional thinking and the
total score of the TCT-DP; intrinsic motivation is positively related with flow and authentic
pride; the age of the participants is negatively related with positive affect, authentic pride, and
XI
XII
ÍNDICE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 1
3.2. Medidas.................................................................................................................................. 17
CAPÍTULO IV - RESULTADOS.............................................................................................. 27
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................... 41
ANEXOS ...................................................................................................................................... 45
XIV
Índice de Quadros
Tabela 2.4. Médias (M) e Desvio-Padrão (DP) para os estados Afetivos em função do Grupo e
da Fase.
Tabela 3.4. Médias (M) e Desvio-Padrão (DP) para a Motivação Intrínseca em função do
Grupo.
XV
XVI
Glossário de siglas
PANAS-C/P - Positive Affect and Negative Affect Schedule for Children, Child and Parent
XVII
XVIII
INTRODUÇÃO
criatividade dos adolescentes. Sendo o elogio uma avaliação positiva de um alvo, vários
estudos têm mostrado a sua importância no desencadear de emoções positivas (e.g., alegria,
entanto, a eficácia do elogio depende de vários fatores, designadamente o modo como este é
realizado pelo autor do elogio. Segundo Dweck (2002), a crença na origem dos
inteligência poderá orientar os estudantes para a ideia de uma inteligência fixa, inata e
maleável, em que as dificuldades e os desafios são vistos como formas de aprendizagem. Tais
obstáculos. A motivação para a tarefa (Damian & Robins, 2013) e as emoções desencadeadas
podem também depender do tipo de elogio e modo como este foi interpretado. Entre as
poder decorrer de atribuições de sucesso devido ao esforço ou empenho envolvido (Tracy &
inovador do estudo do elogio para a criatividade, o presente estudo pode ter implicações ao
nível das recomendações para pais e professores no incentivo que poderão dar aos seus
1
2
CAPÍTULO I - ENQUADRAMENTO TEÓRICO
uma tarefa criativa, a partir do elogio e do tipo de elogio que é dirigido a estudantes.
1.1. A Criatividade
Segundo Guilford (1978), durante muito tempo associou-se o talento criativo a altos
investigação sobre a compreensão das pessoas criativas. Assim segundo Averill (1999), um
certo grau de inteligência e talento é necessário para o desempenho ser criativo num domínio
novidade, raridade e unicidade. Se não for original não é criativo (Runco & Jaeger, 2012),
mas a originalidade não é suficiente. As ideias novas rapidamente são esquecidas se não
houver quem as ponha em prática. Mas é possível ser-se criativo sem se ser um sobredotado:
ser humano, e um dos fatores-chave que move o desenvolvimento humano (Hennessey &
Amabile, 2009). Alguns autores sustentam que a criatividade quotidiana é importante para a
sobrevivência da espécie, pois, se envolver diversos aspetos do dia a dia, incentiva a criar
novas formas de executar determinadas tarefas (Richards, 2010), de gerar novas ideias, novas
perspectivas e novas soluções para problemas (Hennessey & Amabile, 2009). O processo
3
(Richards, 2010). Ou seja, o papel desempenhado pela inteligência, tomada no seu sentido
mais geral e tradicional, no processo criativo poderá ser bastante reduzido, na medida em que
motivação para a tarefa, que pode determinar o desempenho do indivíduo (Amabile, 2001).
A motivação intrínseca faz parte de uma pessoa criativa, pois tende a quebrar regras e
é muito hábil a convencer os outros sobre a virtude da sua novidade (Csikszentmihalyi, 2001).
Segundo Amabile (2017), a criatividade tende a ser maior quanto mais positivas forem as
emoções (Amabile, 2017). Além destes fatores, a investigação tem identificado outros
alguns domínios da criatividade num dado domínio. Destaque-se ainda outros preditores
como a motivação intrínseca (realizar a tarefa para seu próprio deleite), as aptidões cognitivas
4
Guedes, e Bahia (2014) propõem a visão de Vygotsky, quando referem que uma das funções
autores, Vygotsky introduz o conceito de atividade criadora, para designar qualquer coisa de
novo, relacionado com objetos do mundo exterior, construções mentais ou emoções. Nesta
linha de pensamento, Flanders (2004) relaciona as emoções com a criatividade quando afirma
que esta não é a expressão da emoção per se; o processo criativo consiste na exploração do
ou notas musicais.
Neste sentido, o trabalho que apresentamos pretende ser um contributo para o estudo
Instrumentos variados têm sido utilizados para medir a criatividade. No entanto, este é um
construto cuja própria definição é complexa. Puryear et al. (2016) referenciam a definição
encontrada por Plucker, Beghetto e Dow (2004) após a análise de noventa artigos de 1996 a
multidimensional (Kim, 2006). Existem quatro elementos no pensamento divergente que são
(a novidade das respostas) (Puryear et al. 2016). Kim (2006) desenvolve um estudo a partir do
desenvolvidos anteriormente (Kirton, 1976, 1978, 1987, 1989) dois fatores para a
5
criatividade: o fator inovador, que consiste na fluência, originalidade e resistência ao
encerramento prematuro, cujas respostas são rápidas e novas e que criam mudança a partir de
abstração de títulos e forças criativas, cujas respostas são pormenorizadas e que criam
desenvolveu a partir de numerosos estudos realizados por Jellen & Urban (cfr. Dollinger,
Urban, & James, 2004): o Test for Creative Thinking - Draw Production (TCT-DP). O TCT-
DP tem sido alvo de diversos estudos, nomeadamente com a população portuguesa (cf.
Ibérico Nogueira, Almeida, & Lima, 2017, 2018), que têm mostrado ser uma medida de
quantitativa (apesar de existir também uma análise qualitativa feita pelos autores) de
em grande parte da Europa e mesmo fora do continente, tendo como resultados uma excelente
fiabilidade para diversas idades (Dollinger et al., 2004). De acordo com os estudos
desenvolvidos por Ibérico Nogueira et al. (2017), este instrumento mede a criatividade a partir
modelo de dois fatores (Inovador e Adaptativo) desenvolvido por Kim (2006) (Ibérico
O elogio, por ser uma avaliação positiva de uma pessoa ao produto, desempenho ou
atributos de outra (Henderlong & Lepper, 2002), pode ser uma das formas de incrementar a
motivação intrínseca e autoestima, mas depende do contexto, do tipo de elogio, dos seus
significados e interpretação por parte do recetor (Henderlong & Lepper, 2002). Quer isto dizer
6
que o elogio poderá afetar a opinião de uma pessoa sobre si própria, bem como a sua
caso concreto dos estudantes, e uma vez que quase metade do feedback que lhes é dado é em
forma de elogio, um elogio dirigido por um professor poderá desencadear um especial prazer
1999). Kamins e Dweck (1999) referem que existem dois padrões de reação relativamente ao
elogio; um padrão com respostas pobres, e que geralmente correspondem às crianças que
para a tarefa. Neste último caso, o elogio é direcionado ao processo (ao desempenho e à
uma vez que permite um comprometimento com a tarefa por parte das crianças, sem que se
preocupem em quão inteligentes poderão parecer. Estas crianças investem na tarefa e sentem
que o esforço e a persistência permitem criar novas estratégias para desempenharem-na bem
(Dweck, 1999; Dweck, 2007), ainda que não a consigam concluir com sucesso. A tarefa é,
insucesso (ou um revés) é percebido como um evento temporário que faz parte de todas as
tarefas com significado; não há o medo de trabalhar, pois desenvolve-se a noção de que as
com Delin (1988), se o elogio causar um prazer pela tarefa, então o elogio ao esforço trará
uma maior motivação intrínseca, além de uma maior orientação para a mestria, um foco maior
1999).
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Por outro lado, um elogio direcionado à pessoa após um desempenho positivo altera o
pessoa (inteligência) respondem de forma mais pobre diante de um desafio, pois tendem a
medir-se a si próprias, à sua habilidade, e partem do princípio que não alcançarão o sucesso
sem esforço - sendo o esforço interpretado como algo contrário à inteligência. Desta forma, o
elogio à pessoa relaciona-se com a crença de que, se as crianças têm habilidade, não é
necessário fazer esforço para desempenharem bem uma tarefa (Kamins & Dweck, 1999). Para
continuarem a parecer inteligentes, as crianças procuram desempenhar tarefas que lhes façam
elogio à sua inteligência, desencadeiam respostas pobres ou desamparadas, pois não sabem
lidar com uma situação de insucesso e sentem necessidade de um elogio para manterem a
confiança (Dweck, 1999). Tais respostas podem acontecer porque o elogio à pessoa pode
desempenho (Delin & Baumeister, 1994). Segundo as autoras, se um elogio comunica sucesso
pessoa poderá causar constrangimentos e emoções desconfortáveis, uma vez que poderá levar
a que as crianças percam oportunidades de aprendizagem pelo simples facto de não quererem
controlo, que não receba elogio (Skipper & Douglas, 2011) ou que receba um elogio genérico
(Zentall & Morris, 2010). Skipper e Douglas (2011) procuram perceber se não elogiar será
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processo e o elogio à pessoa, tendo este último tipo de elogio desencadeado mais respostas
negativas após um insucesso. Não há novidades, pois a literatura comprova este facto. No
entanto, os resultados do grupo de controlo que não recebeu nenhum elogio não diferem do
grupo que foi elogiado ao esforço (processo). As autoras concluem que o elogio à pessoa e a
desempenho, mas o elogio ao processo não é sinónimo único de uma inteligência maleável,
Tendo por base tais premissas, elegemos o elogio como variável independente do
criativo.
1.3. O Orgulho
O orgulho é um estado positivo (ou não) associado a uma ação em particular, e ocorre
quando o indivíduo está focado e com a sua atenção absorvida por essa ação (Lewis, 2008).
Este estado pode adquirir duas facetas opostas - orgulho autêntico ou orgulho arrogante -
elicitadas por vias diferentes e que desencadeiam respostas específicas. Assim, o orgulho
constitui uma variável singular, pois os seus resultados podem ser adaptativos quando
exagerado (Williams & DeSteno, 2010). Os estudos de Tracy e Robins (2007) e Damian e
Robins (2013) referem que o orgulho autêntico pode surgir a partir de atribuições relativas ao
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DeSteno (2011) sugerem que o orgulho, por desempenhar uma papel essencial na construção
no domínio das emoções morais. Assim, o orgulho autêntico (e não o arrogante) é uma
emoção social adaptativa, pois, mais do que o prazer e a alegria, ativa representações
outros. E ativa-as ainda que os outros não a sintam, mas ao relacionar-se com características
experiência emocional humana (Damian & Robins, 2013), pois este orgulho relaciona-se com
objetivos orientados para o domínio e para o processo de realização. É visto como motivador
da perseverança e elicitado por domínios em que o indivíduo tem uma grande vantagem de
capacidades, habilidades e aptidões (Valdesolo & DeSteno, 2011). É pois, uma emoção que
faz o indivíduo sentir-se bem consigo próprio, e as propriedades de reforço produzidas pelo
orgulho autêntico impulsionam a novos desafios (Damian & Robins, 2013). Assim, vemos o
comportamento em particular, e é fruto de uma avaliação sobre uma ação específica (Lewis,
2008).
Robins, 2013), e o orgulho arrogante, que foca o desempenho e que evita que indivíduo
10
pareça incompetente, no sentido de perceber se estas variáveis poderão mediar a relação entre
a criatividade e o elogio.
pessoas fazem para que sintam que a vida vale a pena ser vivida, associou a criatividade à
artistas e pessoas criativas interrogando o que lhes dava significado à vida, e depreendeu que
enquanto se encontram no processo criativo, as pessoas experimentam algo tão intenso que se
sentem quase que em êxtase, como se a sua existência ficasse suspensa por momentos e o que
está a ser criado (pintura, música, poesia, desporto…) fluísse, de forma automática e
pois, refere Cskszentmihaly, nada é criado sem esforço e paixão: “É um tipo de paixão que
vem de se fazer o melhor e ter flow enquanto se está a trabalhar” (Cskszentmihaly, 2004,
minuto 12:20). Antes da pessoa ser criativa, é importante uma boa preparação, e o
Flow é uma fonte de energia mental que foca a atenção e motiva a ação
(Csikszentmihalyi, 1997). Estar em flow requer que a atenção esteja em espera por tempo
indeterminado, pois a concentração na tarefa que se tem entre mãos é tal, que se perde a noção
do tempo e do espaço, e a própria atenção ignora por completo qualquer outro estímulo
de pensamentos, sentimentos, desejos e ação - sendo certo que o flow aponta diretamente para
a ação.
11
acomodar o gozo contínuo e profundo do indivíduo à medida que as capacidades aumentam
desafio e as capacidades, em que estas devem estar ligeiramente abaixo do desafio, e assim,
estado subjetivo de flow sem desencadear o tédio nem a ansiedade (Di Domenico & Ryan,
2017). Num trabalho pioneiro, De Manzano (2010) refere que a experiência de flow está
tocassem cinco vezes a mesma peça, e os resultados demonstram a correlação positiva entre
esperança, um dos meios para alcançar a felicidade, pois é uma característica positiva com
Martin (2008). Trata-se de nove dimensões que compõem de forma homogénea o resultado
iii) metas claras, iv) feedback inequívoco, v) concentração na tarefa em mãos, vi) senso de
autotélica. Este construto pode ser medido através de questionários respondidos a seguir ao
flow (Jackson, Eklund, & Martin, 2008), medimos a experiência psicológica ótima de flow.
12
1.5. A Motivação Intrínseca
(Silvia & Sanders, 2010), dão mais atenção a um determinado assunto e desenvolvem a
nas por prazer, simplesmente à procura de satisfação, sem que haja a necessidade de uma
recompensa (Deci & Ryan, 1985). Se a partir da aprendizagem não se alcança a satisfação, ou
se esta apenas existe devido a uma recompensa externa, então as aptidões herdadas,
compreender algo desconhecido (Silvia, 2007). As pessoas com uma certa abertura intelectual
e características de curiosidade tendem a achar as coisas mais interessantes (Silvia & Sanders,
2010), e para tal contribui a inteligência maleável (em contraposição à inteligência fixa). Quer
isto dizer que as emoções estão diretamente relacionadas com a motivação intrínseca, e o
(DiDomenico & Ryan, 2017). Deste modo, as pessoas sentem-se competentes e autónomas,
Deci & Ryan, 2000; DiDomenico & Ryan, 2017) assenta na competência enquanto
motivação intrínseca na medida em que são essenciais para as pessoas que procuram desafios,
13
que se expõem a novas situações e vêem aí situações de aprendizagem efetiva e oportunidades
(DiDomenico & Ryan, 2017), potenciando soluções criativas que poderão ser aplicadas em
esforço/importância e a pressão/tensão.
14
CAPÍTULO II - OBJETIVOS DO ESTUDO
pessoa vs. sem elogio) influencia a criatividade. Serão analisadas variáveis como os estados
arrogante), bem como o fluxo emocional e as variáveis de motivação intrínseca (i.e. prazer,
experimental também exerce alguma influência nestas variáveis, e caso se verifique, testá-las
num modelo de mediação. Além destas medidas, avaliaremos ainda o tempo dedicado à tarefa
É esperado que a manipulação do elogio (ao empenho e ao talento) (vs. sem elogio)
contribua para um aumento de estados afetivos positivos, maior orgulho autêntico, maior
fluxo emocional e motivação intrínseca que, por sua vez, irá afetar o tempo despendido na
também designado pelos autores Kamins e Dweck (1999; Dweck, 1999; Dweck, 2002;
Dweck, 2007) de “elogio ao processo”, orientar os estudantes para a ideia de uma criatividade
maleável, em comparação ao elogio feito à pessoa que poderá orientar para a ideia de uma
criatividade ou talento fixo (Dweck, 2002; Dweck, 2007), espera-se que o elogio ao empenho
15
16
CAPÍTULO III - MÉTODO
foram recrutados numa escola pública Portuguesa no concelho de Cascais (24 alunos
3.2. Medidas
elogio experimentalmente.
3.2.1. Emoções. Para avaliar os estados afetivos antes e após a intervenção, foram
usadas várias escalas, com o intuito de medir o afeto positivo e o negativo, o orgulho e os
Assim, para avaliar o afeto positivo e negativo recorremos, por um lado, à versão
Portuguesa da Escala de Afeto Positivo e Negativo (Positive Affect and Negative Affect
Schedule; PANAS; Watson, Clark & Tellegen, 1988; Galinha & Pais-Ribeiro, 2003). Porém,
tendo em conta que o presente estudo era dirigido a adolescentes, acrescentámos itens da
versão reduzida desta mesma escala adaptada para crianças e pais (PANAS-C/P, Ebesutani,
Regan, Smith, Reise, Higa-McMillan & Chorpita, 2012). A versão Portuguesa da PANAS
17
encantado, inspirado, determinado, ativo) e 10 correspondem a descritores de emoções
trémulo, amedrontado). Esta versão foi construída pelos autores respeitando a escala original,
anteriores. No presente estudo, apesar de se ter obtido bons valores de consistência interna a
variar entre α=.84 e α=.91, optou-se por não usar os indicadores desta medida, porque o
cálculo foi efetuado com base num número muito reduzido de participantes que respondeu a
todos os itens das duas dimensões. Na realidade, alguns itens tiveram poucas respostas
não compreendidos por muitos jovens. Por contraste, a versão reduzida para crianças
(PANAS-C/P) apresenta cinco itens para cada dimensão e os itens foram compreendidos pela
maioria das crianças. Para afeto positivo foram usados os itens divertido/a (joyful), contente
(cheerfull) da versão PANAS Portuguesa; para afeto negativo traduzimos os itens triste (sad),
foram adequados quer para o afeto positivo (α=.82 para pré-intervenção e α=.89 para pós-
intervenção) quer para o afeto negativo (α=.78 para pré-intervenção e α=.85 para a pós-
Para medir o orgulho recorremos a duas escalas. Por um lado, à escala expandida de
afeto negativo e positivo (PANAS-X, Watson e Clark, 1994), selecionando apenas os quatro
itens que remetem para a avaliação destas emoções e que foi utilizada em estudos anteriores
(Laurent, Catanzaro, Joiner, Rudolph, Potter, Lambert, Gathright, 1999). Após tradução,
avaliámos o orgulho geral com base nos seguintes itens: confiante (confident), seguro
18
(confident), forte (bold), destemido (fearless). Assim, os valores de consistência interna foram
hubristic pride-proneness sclaes, Tracy & Robins, 2007), atendendo a que permite diferenciar
estas duas dimensões do orgulho. Cada dimensão desta escala apresenta sete itens: a) orgulho
adequados para o orgulho autêntico, porque o valor α=.85 para a pré-intervenção e α=.93 para
interna para o orgulho arrogante foram adequados para a pré-intervenção (α=.71), embora
mais fracos, mas ainda aceitáveis para a pós-intervenção (α=.66). De qualquer modo, para
aumentar a consistência interna, retirámos o item 15 (Arrogante) que conferiu uma adequada
consistência interna (valor α=.70). É possível que este item em particular tenha sido
item para avaliar quanto o participante se sentia criativo antes e após a intervenção, usando o
criatividade, foi aplicado o Test for Creative Thinking - Draw Production (TCT-DP; Urban &
Jellen, 1996). Este teste é composto por duas formas distintas (A e B) que contém, cada uma,
cinco fragmentos de figuras (semicírculo, ângulo reto, linha serpenteada, tracejado e ponto)
19
(quadrado aberto localizado fora dessa moldura), numa folha em tamanho A4. A tarefa
designado de fluência. Os 13 critérios do teste são pontuados de forma distinta. Assim, para as
dimensões continuações (Cn), completamento (Cm), novos elementos (Ne), conexões feitas
com linhas (Cl), conexões feitas de modo a produzir um tema (Cth), perspetiva (Pe), humor,
afeto/poder expressivo do desenho (Hu), as pontuações podem variar entre 0 e 6 pontos. Para
a utilização do fragmento externo (Bfd) e extensões dos desenhos ou figuras para fora dos
limites da moldura (Bfi), os valores podem ser 0, 3 ou 6 pontos. Para a manipulação não
(Ub), utilização de símbolos, figuras, combinações não convencionais (Uc), utilização não
TCT-DP foi validado para a população Portuguesa por Ibérico Nogueira, Almeida, & Lima
(2017), sendo os direitos cedidos por Klaus Urban a estes investigadores para projetos de
por Urban & Jellen (1996). Assim, o que se apresenta é: o Fator 1 (F1) relacionado com uma
participantes universitários (Ibérico Nogueira, Almeida, & Lima, 2017), pelo que, para o
presente estudo, interessa aplicar uma estrutura para estudantes com idades relativas ao
terceiro ciclo do ensino básico. Neste sentido, torna-se mais adequada a seguinte estrutura
com dois fatores: Fator 1 (Criatividade Não convencional: Ne, Pe, Cl, Cth, Hu, Ua, Ub, Uc e
Ud) e Fator 2 (Criatividade convencional: Cm, Cn, Bfd, Bfi), sendo o resultado de cada
dimensão a soma dos respetivos critérios, conforme sugestão de Ibérico Nogueira, Almeida,
20
& Lima (2018). Com o intuito de poder comparar estes dois tipos de criatividade, os valores
de cada dimensão foram transformados para uma escala a variar entre zero e 100. Durante a
recolha da amostra foi ainda medido o tempo de execução da tarefa. O tempo era inicialmente
contabilizado para o valor total de criatividade, no entanto, este critério deixou de ser válido
(Cf. Ibérico Nogueira, Almeida, & Lima, 2017; 2018). Será, no entanto, analisado como uma
medida indireta de interesse pela tarefa. Os desenhos foram avaliados por duas pessoas que
36% dos desenhos, escolhidos aleatoriamente, tendo sido obtido o acordo inter-juízes através
mostram um bom agreement nas avaliações (α=.99 para o total da Forma A e α=.997 para o
experimentais relativas ao feedback e evitar enviesamentos - uma vez que o teste e o feedback
foram aplicados pela autora do estudo - foi desenvolvido para este estudo um programa que
designámos Face Analyzer 4.2.2. Esta aplicação desenvolvida para tablet permite tirar uma
participante, de acordo com uma das três condições, escolhidas aleatoriamente pelo programa.
três possíveis feedback, cujas instruções foram adaptadas do estudo de Skipper e Douglas
(2011):
Empenhaste-te muito bem e encontraste uma maneira muito boa de fazer a tarefa!”
21
iii) Sem elogio (Grupo de controlo): “Muito obrigada por realizares a tarefa.”
que a investigadora não tivesse acesso ao feedback recebido por cada participante no
3.2.4. Fluxo Emocional. Para avaliar o estado de fluxo emocional dos participantes
durante a realização do TCT-DP, foi aplicado o questionário Short Flow State Scale (S FSS;
Jackson, Eklund & Martin, 2008). Foi solicitada a permissão e validação da tradução ao Mind
Garden, Inc. para a realização deste estudo em concreto. O S FSS é composto por nove itens,
Fortemente”), e cada item permite avaliar uma das seguintes dimensões de fluxo emocional: i)
equilíbrio desafio-habilidade, ii) associação entre ação e consciencialização, iii) metas claras,
iv) feedback inequívoco, v) concentração na tarefa em mãos, vi) senso de controlo, vii) perda
índice do alfa de Cronbach. A consistência interna revelou-se fraca, uma vez que o valor
α=.66 mas, após a eliminação do item 2, foi garantida uma boa consistência interna com o
valor α=.75, demonstrando ser uma medida fiável. Os valores deste construto foram
dos alunos quanto à tarefa, condições e contexto de realização do testes de criatividade, foi
por Fonseca e Brito (2001). Trata-se de uma escala composta por 23 itens com um formato de
validade de construto para quatro fatores: interesse/prazer/gosto (itens 1, 5, 9, 13, 17, 19, 22),
22
competência percebida (itens 2, 6, 10, 14, 18, 23), esforço/importância (itens 3, 7, 11, 15, 20),
pressão/tensão (itens 4, 8, 12, 16, 21). Após a recodificação dos itens 4, 7, 9, 12, 13, 20 e 23,
procurámos garantir a fiabilidade das medidas através da consistência interna obtida pelo
coeficiente do índice do alfa de Cronbach. Assim, todas as dimensões apresentaram uma boa
consistência interna: α=.82 para prazer; α=.81 para competência percebida; para empenho o
mesmo sentido, ou seja, a uma maior pontuação corresponderá maior motivação intrínseca.
“Elogio ao meu talento”, “Sem feedback”, “Elogio ao meu empenho”, “Elogio ao meu
esforço”.
3.3. Procedimento
23
estudantes, cujos encarregados de educação assinaram o Consentimento Informado, envolveu
amostra, optou-se por não analisar os dados de autoeficácia, devido ao fraco poder estatístico
anonimato e permitir relacionar a informação das duas fases, foi seguido o seguinte
identificação (três primeiras letras do segundo nome e último apelido e o dia de nascimento) a
O segundo momento foi realizado numa sala de aula com 3 ou 4 participantes de cada
vez, escolhidos aleatoriamente pela Diretora de Turma entre os alunos que haviam preenchido
afastados uns dos outros e foi-lhes solicitado que preenchessem alguns questionários e a
realização de uma tarefa em específico. Foi pedido que se mantivessem em silêncio e sempre
Antes de ser entregue a Forma A do TCT-DP, cada aluno recebeu as instruções e completou o
desenho a partir dos fragmentos que lhes foram apresentados. O tempo de realização da tarefa
foi registado na própria folha do teste. Após a realização da Forma A, foi dado a cada
24
participante o feedback da tarefa pelo tablet, sendo que a investigadora não teve informação
estados afetivos durante a realização da tarefa (afeto positivo e negativo, orgulho e perceção
explicado como deveriam preencher os instrumentos, salientando mais uma vez o facto de não
preenchimento, uma vez mais, dos elementos relativos à caracterização sociodemográfica. Por
fim, foi apresentada uma Escala Analógica (Visual Analogue Scale; VAS) com 10 cm para
avaliação da intenção em participar em estudos futuros desta natureza e medir o interesse dos
participantes na tarefa realizada. Esta variável não será analisada, uma vez que não se
25
26
CAPÍTULO IV - RESULTADOS
Quadrado. Todos os participantes recordam-se de ter recebido algum tipo de feedback. Assim,
n=50)=.66, p=.72.
grupos, χ2(2, n=50)=8.50, p=.014: a maioria dos jovens que reconheceram ter recebido esse
tipo de elogio (83.3%) pertenciam, de facto, ao grupo “elogio ao talento”, enquanto que
16.7% dos participantes que reconheceram ter recebido esse tipo de elogio pertencia ao grupo
“elogio ao empenho”. Por outro lado, apesar de o número de participantes que se recorda de
ter sido elogiado ao talento criativo e que pertenciam ao grupo “elogio ao talento” ser baixo
reconheceu ter recebido o feedback “Elogio ao Empenho” (67%). Mas, nesse mesmo grupo,
apenas 44% dos participantes reconheceu ter recebido o feedback “Elogio ao meu esforço”.
“Elogio ao meu empenho”, χ2(2, n=50)=9.94, p=.007, mas não em relação à verificação da
manipulação “Elogio ao meu esforço”, χ2(2, n=50)=2.00, p=.37. Estes resultados sugerem que
os participantes que receberam o elogio ao empenho reconheceram esse tipo de elogio, mas
não o associaram ao “esforço”. Podemos, pois, concluir que houve um número superior de
crianças que recebeu o elogio ao talento e que reportou esse tipo de feedback; houve um
número superior de crianças que recebeu o elogio ao empenho, e que reportou esse tipo de
27
feedback; houve, no entanto, um grande número de crianças de ambos os grupos que não
verificámos que a sua relação com o score total e com o pensamento não convencional é
com o pensamento convencional, que apresenta uma correlação não significativa (cf. Tabela
1.4).
pensamento convencional que apresenta uma fraca, mas significativa, correlação como afeto
positivo e ao orgulho arrogante, como podemos verificar na Tabela 1.4. Existem, no entanto,
orgulho arrogante, que não se associa a nenhuma das dimensões da escala IMI, e da dimensão
Pressão/Tensão da escala IMI, que também não se associa a nenhuma variável mediadora, a
positivas demonstram que, quanto mais alta é a motivação intrínseca, mais elevado é o flow e
o orgulho autêntico.
28
Tabela 1.4. Correlações entre as variáveis mediadoras e a motivação intrínseca
Variáveis 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Criatividade
1 --
Total (TCDP)
Criatividade
Não-
2 .93*** --
convencional
(TCDP)
Criatividade
3 Convencional .77*** .48** --
(TCDP)
Tempo
4 .37** .39** .20 --
(TCDP, min)
Motivação
5 .20 .16 .20 .10 --
(Geral) (IMI)
Competência
7 .25 .23 .20 .04 .858** .660** --
(IMI)
Empenho
8 0.14 .17 .04 .23 .705** .567** .652** --
(IMI)
Tensão (Inv)
9 0.11 0.01 .24 -.08 .343* 0.13 0.07 -0.22 --
(IMI)
Afeto Positivo
10 0.18 0.08 .29* .03 .559** .389** .507** .496** 0.18 --
(PANAS-C)
Afeto
11 Negativo 0.04 0.06 -.03 .13 -0.26 -0.04 -0.26 -0.20 -.26 -.49** --
(PANAS-C)
Orgulho
12 0.06 -0.06 .23 -.10 .441** .298* .444** .406** .10 .817** -.367** --
(Panas X)
Orgulho
Autêntico
(Authentic
13 0.06 -0.04 .21 -.03 .505** .369** .489** .504** 0.06 .829** -.355* .936** --
pride-
proneness
Scale)
Orgulho
Arrogante
(Hubristic
14 0.22 0.13 .29* -.13 0.20 0.14 0.24 0.22 -.03 .470** -0.07 .604** .629** --
pride-
proneness
Scale)
Fluxo
15 Emotional 0.11 0.07 .14 .15 .692** .635** .709** .605** -.04 .614** -0.27 .510** .541** .31* --
(S FSS)
16 Idade 0.02 0.01 .02 -.03 -0.23 -0.02 -.30* -.35* -.02 -.47** .41** -.39** -.42** -.27 -.18
Nota. * p < .05; **p <.01; ***p < .001; TCT-DP = F(1, 47)=4.12, p=.05, ηp2=.08, IMI == F(4, 44)=519.63, p=<.001, ηp2=..98; Os valores das escalas
correspondem à fase após a manipulação experimental.
29
dimensões de competência percebida e esforço/importância da IMI. Além disso, e de acordo
com a Tabela 1.4., verificamos também uma correlação significativa moderada positiva entre
análises de mediação.
Para comparar os três grupos em relação aos estados afetivos (afeto positivo e
negativo), orgulho (geral, arrogante, autêntico), e criatividade subjetiva, foram realizadas seis
elogio ao talento criativo, elogio ao esforço, sem elogio) x 2 (Fase: pré-teste e pós-teste). Os
resultados analisados foram apresentados pelo teste Wilks’ lambda. Os resultados das
Em relação ao afeto positivo e afeto negativo, não houve efeitos principais da fase e
do grupo (todos os p>.05). Ao contrário do esperado, também não houve efeitos de interação
estatisticamente significativos entre o grupo e a fase para o afeto positivo, F(1, 47)=2.26,
Para o orgulho geral, verificou-se um efeito principal da fase, F(1, 47)=3.96, p=.05,
ηp2=.08, mas ao contrário do previsto, houve interação da fase com o grupo, F(1, 47)=3.96,
p=.96, ηp2=.002. O efeito principal do grupo também não foi significativo, F(2, 47)=1.18,
p=.32, ηp2=.05. Para o orgulho arrogante e autêntico não houve efeitos principais (p’s>.05),
nem de interação entre estas duas variáveis: F(1, 47)=4.31, p=.84, ηp2=.007 para o arrogante e
30
Para a criatividade subjetiva houve um efeito principal da fase, F(1, 46)=5.71, p=.02,
ηp2=.11, e um efeito marginal de interação entre a fase e o grupo, F(1, 46)=5.71, p=.09,
ηp2=.10, mas não houve diferenças significativas entre o grupo, F(2, 46)=.34, p=.71, ηp2=.02.
Tabela 2.4. Médias (M) e Desvio-Padrão (DP) para os estados Afetivos em função do Grupo
e da Fase
Pré-Teste Pós-Teste
Afetividade
Positivo 3.49 3.87 3.76 3.33 3.68 3.69 2.26 0.88 2.26
(.84) (.89) (.73) (.93) (1.14) (.93)
Negativo 1.40 1.32 1.46 1.38 1.14 1.31 2.10 0.47 2.10
(.66) (.70) (.49) (.90) (.25) (.51)
Orgulho
Geral 3.06 3.36 3.53 2.83 3.19 (1.09) 3.30 3.96* 1.18 3.96
(.94) (.92) (.64) (1.21) (.92)
Autêntico 3 3.20 3.51 2.74 3.23 (1.04) 3.39 1.77 1.91 1.77
(.89) (.79) (.55) (1.06) (.93)
Arrogante 1.53 1.52 1.75 1.43 1.46 1.62 4.31* 0.83 4.31
(.65) (.45) (.54) (.61) (.55) (.43)
Criatividade 2.73 3.22 (1.17) 3.50 3.73 3.44 (1.50) 3.56 5.71* .34 5.71
(1.38) (.89) (1.22) (.89)
* p<0.05
todos os grupos na fase de pós-teste, sendo que existem diferenças significativas no nível de
esperava, através das hipóteses levantadas inicialmente pelo presente estudo, não houve efeito
31
SE=.27) e após a intervenção (M=3.44, SE=.29), F(1, 46)=.57, p=.46, ηp2=.01, nem no nível
Atendendo a que o fluxo emocional apenas foi avaliado no final do estudo, foi
realizada uma ANOVA unifatorial para o grupo. Os resultados também mostraram que não
Os resultados (cf. Tabela 3.4) sugerem que as quatro dimensões estão associadas de forma
moderada mas, através do teste Wilks’ lambda, concluímos que não evidenciaram diferenças
apresentadas para cada dimensão encontram-se acima do ponto médio da escala, medida de 1
a 7.
Tabela 3.4. Médias (M) e Desvio-Padrão (DP) para a Motivação Intrínseca em função do Grupo
Motivação Intrínseca
Interesse, Prazer, Gosto 5.17 (.98) 4.80 (1.50) 5.30 (.83) 0.84 .44
Competência Percebida 4.00 (1.14) 4.19 (1.43) 4.44 (1.05) 0.51 .60
Esforço, Importância 5.58 (1.07) 5.24 (1.24) 5.36 (1.22) 2.09 .14
Pressão, Tensão 5.52 (1.18) 5.19 (1.40) 5.29 (1.40) 0.27 .77
32
4.4. Resultados da Criatividade em função da condição experimental
adicionámos, então, o fator “tipo de criatividade” para analisar a sua relação com a fase e o
grupo, de acordo com o seguinte desenho fatorial: 2 (Fase: pré-teste e pós-teste) X 3 (Grupo:
F(1, 47)=32,62, p<.001, ηp2=.41, em que se verifica que a média da criatividade convencional
SE=2.17). Não houve, no entanto, uma interação entre a fase, o grupo e a Dimensão de
33
(Grupo: elogio ao talento, elogio ao empenho, sem elogio). Não houve efeitos de interação da
34
CAPÍTULO V - DISCUSSÃO
empenho”, “sem elogio” aquando da realização do teste de criatividade. Também o tempo foi
manipulação foi ao encontro do que se esperava, uma vez que, por um lado, 83.3% dos
participantes que se recorda de ter recebido o elogio ao talento pertencia, de facto, ao grupo
“elogio ao talento”. Por outro lado, 67% dos participantes que se recorda de ter recebido o
ao esforço, é interessante observar que, dos participantes que identificaram ter recebido esse
tipo de elogio, apenas 44% pertencia ao grupo “elogio ao empenho”, sendo de notar que,
empenho investido na realização da tarefa de criatividade, mas sim a uma condição negativa.
Dweck (1999) refere a existência de uma prática intuitiva por parte de educadores que vai no
sentido de dar aos alunos oportunidades de sucesso, e elogiá-los por isso. Esta prática
(Henderlong & Lepper, 2002). Assim, numa sociedade ancorada na performance, a perceção
do elogio ao esforço poderá aparecer de forma difusa ou o elogio ser mal interpretado, através
35
percentagem de participantes que recebeu o elogio ao empenho e não o identificou como tal.
adultos que entendem o valor do esforço aptos a lidar com reveses (Dweck, 1999).
amostra, não nos foi possível testá-las num modelo de mediação. No entanto, os resultados
sugerem que existe uma forte associação entre a motivação intrínseca e o flow, e a motivação
intrínseca e o orgulho autêntico, sugerindo que quanto mais alta for a motivação intrínseca,
pessoas que experienciam o estado de flow, sentem uma satisfação inerente à tarefa
desempenhada e sentem-se tanto mais motivadas para a tarefa e entram em estado de flow,
da IMI, e uma correlação positiva entre a idade e o afeto negativo. Estas informações podem
no que toca ao empenho, ao orgulho autêntico e às emoções positivas que vão diminuindo à
medida que a idade avança, e as emoções negativas, por sua vez, vão aumentando. Robins e
36
ao talento” e grupo de controlo apresentou, após a manipulação experimental, uma média
além disso, o único grupo onde as médias neste tipo de criatividade subiram entre as duas
fases, contrariamente à tendência dos demais grupos. Os estudos de Dweck (1999; 2007)
empenho verifica-se apenas no que toca ao pensamento convencional, sendo de notar que o
realização de mais estudos para a confirmação da hipótese, uma vez que observamos, através
das médias, um desinvestimento e menor empenho por parte dos demais participantes na
realização do teste entre as fases. Segundo Dweck (1999; 2007) este resultado confirma o que
se espera para o grupo “elogio ao talento”, mas não para o grupo de controlo. Almeida,
que verificaram que não houve diferenças nos resultados entre a Forma A e a Forma B do
TCT-DP, sugerindo que não houve, por parte dos participantes, a perceção de oportunidade de
alemã, onde este estudo foi igualmente aplicado e os resultados mostraram uma diferença
significativa entre as médias das duas formas, tendo a Forma B obtido médias mais elevadas.
embora não tenha havido efeitos de interação na fase e no grupo, verificamos que o tempo
subir e não diminuir como no grupo “elogio ao talento” e grupo de controlo. Dweck (2007)
refere que o elogio ao processo (i. e., ao empenho) leva os estudantes a desenvolver uma
37
inteligência em crescimento, tornando-os mais esforçados e focados na tarefa. Se este tipo de
elogio causar prazer pela tarefa, trará uma maior motivação intrínseca (Delin, 1987) que irá
criatividade. Ainda assim, entendemos que este estudo fornece um importante contributo para
38
CONCLUSÃO
convencional), e a sua possível mediação por parte de variáveis como o orgulho, o fluxo
que compunham a amostra, não nos foi possível chegar a resultados concretos. Ainda assim,
consideramos este estudo importante para pais e professores, no sentido em que lança pistas
aquando de um elogio dirigido ao empenho e investimento numa tarefa (Kamins & Dweck,
1999, Dweck, 1999, 2007); promover a atenção e concentração ao incentivar o interesse por
uma tarefa (Csikszentmihalyi, 2001, 2004); fomentar sentimentos de orgulho pelo bom
desempenho (Tracy & Robins, 2007); cultivar as emoções positivas que criam espaço para
uma maior criatividade (Amabile, 2017); impulsionar determinadas tarefas apenas pelo prazer
de as realizar (Deci & Ryan, 1985, Henderlong & Lepper, 2002), criando a ideia de que as
2002), são práticas que a literatura tem mostrado serem adaptativos e essenciais no
desenvolvimento humano. Henderlong & Lepper (2002) referem no seu estudo que a
autores, uma boa estratégia para reduzir problemas de comportamento em sala de aula e
com o seu trabalho e colorem a qualidade das suas vidas em caminhos que
39
40
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Valdesolo, P., & DeSteno, D. (2011). The virtue in vice: short-sightedness in the study of
moral emotions. Emotion Review, 3(3), 276-277. doi: 10.1177/1754073911402390.
Watson D., Clark L. A., & Tellegen A. (1988). Development and validation of brief measures
of Positive and Negative Affect: The PANAS scales. Journal of Personality and Social
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doi: 10.1177/1754073909355015
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44
ANEXOS
Índice de Anexos
ANEXO H – IMI
ANEXO J – Debriefing
45
ANEXO A
46
ANEXO B
47
48
ANEXO C
49
TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO
ANEXO D
Exmo/a Senhor./a Encarregado/a de Educação,
Vimos, por este meio, solicitar a sua autorização para participação do seu Educando no estudo sobre
“Autoeficácia e Motivação de Adolescentes na Escola”, a decorrer no âmbito do Mestrado de Ciências em
Emoções no ISCTE-IUL.
Objetivo: Analisar a perceção de eficácia que os adolescentes têm de si, bem como a sua motivação para a
realização de determinadas tarefas em contexto escolar.
Procedimento: A participação do seu Educando envolverá dois momentos:
1º. Preenchimento de um breve questionário anónimo com informação sociodemográfica e relativa à
autoeficácia. O preenchimento será feito em sala de aula e estima-se que ocupe cerca de 10 minutos.
2º. Realização de duas tarefas (ambas de desenho), seguidas de perguntas sobre a sua experiência e
motivação durante a realização das tarefas. Este segundo momento será realizado individualmente e não ocupará
mais do que 30 minutos.
Voluntariado. A participação do seu Educando no estudo é voluntária, podendo retirar o seu consentimento a
qualquer momento sem prejuízo pessoal. Naturalmente que o seu Educando só participará se também ele/ela der
o seu assentimento.
Desvantagens/Riscos e Vantagens/Benefícios: Não existem riscos físicos ou psicológicos associados à
participação do seu Educando, nem quaisquer custos associados ao estudo. Participar no estudo poderá ser um
forte contributo para a obtenção de novos conhecimentos sobre fatores que podem potenciar a motivação dos
estudantes em contexto escolar. No final do estudo o seu Educando será esclarecido sobre os objetivos
específicos e a metodologia utilizada, o que poderá ser relevante para a sua aprendizagem sobre investigação na
área da Psicologia.
Confidencialidade, Privacidade e Anonimato: O projeto foi submetido à Comissão de Ética do ISCTE-IUL e
ao Ministério da Educação, tendo obtido, de ambas Instituições, parecer favorável. Assegura-se, assim, que os
dados são confidenciais e a utilização das informações recolhidas servirão apenas e exclusivamente para fins
científicos e educativos, sendo que os participantes não serão identificados individualmente em qualquer
relatório, publicação ou outra forma de divulgação dos resultados gerais do estudo. As respostas do seu
Educando serão identificadas através de um código (as três primeiras letras dos segundo e último nomes e dia de
nascimento), para poder corresponder as respostas nos dois momentos do estudo, e introduzidas numa base de
dados para tratamento estatístico, em conjunto com as respostas de outros participantes. É esperado que
participem cerca de 80 alunos e os dados em grupo de todos os participantes serão guardados durante o período
máximo de 10 anos.
Atenciosamente e ao Vosso dispor,
A Investigadora do ISCTE-IUL,
____________________________
Contacto das Investigadoras. A qualquer momento poderá colocar perguntas adicionais acerca deste estudo, sobre a
participação ou resultados finais, contactando a Ana Rosa Bispo através do email: arncb@iscte-iul.pt ou a
Coordenadora da Investigação, Patrícia Arriaga através do email: patricia.arriaga@iscte.pt .
50
ANEXO E
Este questionário pretende obter uma melhor compreensão dos tipos de situações que são
consideradas difíceis para os estudantes. Para cada frase, avalie, por favor, o seu grau de confiança,
assinale com uma cruz (X) num número, tendo em conta a escala que abaixo se apresenta. Se se
enganar, risque e faça um círculo no número correto. As suas respostas serão mantidas
estritamente confidenciais e não serão identificadas pelo nome.
Avalie o seu grau de confiança através de um círculo usando um número, de acordo com a escala
abaixo:
Nunca Sempre
1 2 3 4 5
51
Nunca Sempre
8 Consigo ter uma conversa com uma pessoa que não conheço. 1 2 3 4 5
14 Consigo dizer aos meus colegas que estão a fazer uma coisa de que não 1 2 3 4 5
gosto.
52
ANEXO F
Se houver questões por parte dos participantes durante a realização do teste, ser-lhes-á
respondido apenas:
Pode começar a desenhar e não se preocupe com o tempo, mas atenção, não temos
uma hora para o completar.
Após a realização da Forma A, será dado o feedback. Serão criadas três condições e o
feedback será dado individual e verbalmente, de acordo com a condição:
53
ANEXO G |___|___|___| |___|___|___| |___|___|
(Por favor indique as três primeiras letras do seu segundo nome,
as três primeiras letras do seu último nome e o dia em que nasceu)
Esta escala consiste num conjunto de palavras que descrevem diferentes sentimentos e
emoções. Leia cada palavra e marque a resposta adequada. Indique em que medida sentiu
cada uma das emoções durante a realização da tarefa.
1 2 3 4 5
Nada ou muito Um Pouco Moderadamente Bastante Extremamente
Ligeiramente
Interessado 1 2 3 4 5 Preenchido/a 1 2 3 4 5
Zangado 1 2 3 4 5 Seguro 1 2 3 4 5
Forte 1 2 3 4 5 Excitado/a 1 2 3 4 5
Snob 1 2 3 4 5 Importante 1 2 3 4 5
Orgulhoso/a 1 2 3 4 5 Animado/a 1 2 3 4 5
Perturbado/a 1 2 3 4 5 Encantado/a 1 2 3 4 5
Egoísta 1 2 3 4 5 Amedrontado/a 1 2 3 4 5
Irritado/a 1 2 3 4 5 Presunçoso 1 2 3 4 5
Capaz 1 2 3 4 5 Confiante 1 2 3 4 5
Atormentado/a 1 2 3 4 5 Remorsos 1 2 3 4 5
Caloroso/a 1 2 3 4 5 Superior 1 2 3 4 5
Destemido 1 2 3 4 5 Triste 1 2 3 4 5
Divertido/a 1 2 3 4 5 Desanimado/a 1 2 3 4 5
Repulsa 1 2 3 4 5 Produtivo/a 1 2 3 4 5
Arrogante 1 2 3 4 5 Agradavelmente 1 2 3 4 5
Surpreendido/a
Realizado/a 1 2 3 4 5 Determinado 1 2 3 4 5
Trémulo/a 1 2 3 4 5 Culpado/a 1 2 3 4 5
Inspirado/a 1 2 3 4 5 Criativo 1 2 3 4 5
Bem-sucedido/a 1 2 3 4 5 Nervoso/a 1 2 3 4 5
Entusiasmado/a 1 2 3 4 5 Assustado/a 1 2 3 4 5
Ativo/a 1 2 3 4 5 Valorizado 1 2 3 4 5
Convencido 1 2 3 4 5 Contente 1 2 3 4 5
54
ANEXO H
Tendo em consideração a tarefa que realizou, assinale o quão verdadeira é para si cada
uma das seguintes informações, fazendo um círculo à volta do número correspondente.
Utilize, para este efeito, a seguinte escala:
55
ANEXO I
Gostaria de participar noutro estudo semelhante a este? Faça um círculo à volta do local
que reflete a sua intenção de colaborar em estudos desta natureza no futuro.
Nenhuma Totalmente
Obrigada pela sua participação!
56
ANEXO J
Debriefing
(Será feito verbalmente, seguindo este modelo de discurso):
A análise dos resultados obtidos com a vossa colaboração será um importante contributo para o
estudo da Autoeficácia e Motivação de Adolescentes na Escola e, em especial, para o estudo da
Criatividade.
É importante dizer-vos que não havia respostas certas nem erradas; alguns alunos foram elogiados
pelo empenho na realização da tarefa, outros foram elogiados pelas suas características pessoais, e
outros ainda não foram elogiados. Na realidade, todos merecem um elogio pelo empenho na tarefa
e colaboração, mas houve necessidade de fornecer diferentes feedbacks de forma aleatória, de
modo a perceber se um simples elogio, ou o modo como ele é feito (dirigido ao indivíduo ou ao
esforço) afeta a motivação, as emoções e a criatividade. Posso dizer-vos que todos fizeram um
excelente trabalho, e por isso, agradeço-vos muito! De qualquer modo, a investigação tem
mostrado que existem outros fatores determinantes da motivação e do desempenho e por isso
avaliei também a vossa perceção de eficácia numa fase anterior.
Se vocês ou os vossos pais quiserem saber mais informações acerca do estudo, podem sempre entrar
em contacto através do mail que vos forneci inicialmente.
Obrigada!
57
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