Matematica 9
Matematica 9
Matematica 9
9ª Classe - 1º Ciclo
MATEMÁTICA
MATEMÁTICA
TEXTO DE APOIO PARA OS ALUNOS
9ª Classe - 1º Ciclo
9
Índice
Pág
UNIDADE 8 – PROBABILIDADES 63
8.1. Linguagem das probabilidades 63
8.2. Cálculo das probabilidades de um acontecimento. Lei de Laplace 65
8.3. Frequência relativa e probabilidades 67
BIBLIOGRAFIA E IMAGENS 72
UNIDADE 1 – NÚMEROS REAIS. INEQUAÇÕES
1.1. Os números irracionais. O conjunto dos números reais.
Os teus conhecimentos acerca dos números têm vindo a ser alargados ao longo dos anos: começaste por
tomar consciência dos números naturais, mais tarde dos números fraccionários e dos números negativos e
assim foste aprendendo os vários conjuntos de números. Recorda:
• IN representa o conjunto dos números naturais. Actividades de aplicação
IN = {1, 2, 3, 4, …}
1. Preenche com os símbolos ou de modo a
• Z representa o conjunto dos números inteiros relativos.
obteres afirmações verdadeiras:
Z= {…,‐3,‐2,‐1,0,1,2,3,…}
a) 8 …. IN b) 8 …. Z c) 8 …. Q
• Q representa o conjunto dos números racionais
d) ‐3 …. IN e) …. Z f) …. Q
relativos.
Q=Z 𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜𝑠 𝑓𝑟𝑎𝑐𝑐𝑖𝑜𝑛á𝑟𝑖𝑜𝑠 2. Quantos números há maiores que ‐3 e menores
que 3, se:
Julgaram os sábios da antiguidade que o problema da a) são números naturais?
criação de novos números estava resolvido com o b) são números inteiros relativos?
c) são números racionais?
conjunto dos números racionais. Até que um dia surgiu um
problema na escola de Pitágoras.
1
Qual é o número que representa a medida do comprimento da diagonal de um quadrado de lado
1? Pelo do Teorema de Pitágoras, tem‐se que:
; como se trata de uma medida de comprimento, virá:
Colocou‐se então a questão: que tipo de número é?
Como era possível existir um segmento e não existir um número que representasse o seu comprimento? Alguns
séculos mais tarde este problema foi resolvido e admitiram‐se novos números, como por exemplo .
O número não é um número racional, pois não é possível escrevê‐lo na forma de uma fracção onde a e b
‐5 ‐100 0,375 N Z Q IR
→ lê‐se “está contido em”
‐10 N 1 3 100
Podes observar que:
Z 0 7
Q ‐0,2
IR
1
E ainda agrupar os números, formando outros conjuntos que são subconjuntos de IR.
racionais e :
De um modo geral:
Um número racional pode ser representado por uma dízima finita ou por uma dízima infinita periódica.
2
Experimenta agora com a tua calculadora, determinar a dízima de cada um dos números irracionais
.
Podes verificar que as dízimas que obtiveste para os números irracionais têm um número infinito de casas
decimais e não se verifica a existência de período. Dizem‐se dízimas infinitas não periódicas.
De um modo geral tem‐se que:
Um número irracional pode ser representado por uma dízima infinita não periódica.
Em resumo:
In, www.educ.fc.ul.pt
é maior que 14 mas é menor que 15, por isso 14 m de rede não chegam e 15 m são demais. Como vamos
comprar a rede para vedar totalmente a diagonal do terreno, devemos comprar 15 m, uma vez que a resposta
ao problema terá que ser um número inteiro de metros.
Em muitos problemas, no próprio enunciado, é pedido o rigor com que se pretende a resposta.
= 14,1 (1 c. d. ) ← valor aproximado por defeito a menos de uma décima (10‐1) ou com um erro inferior a uma décima.
= 14,2 (1 c. d. ) ← valor aproximado por excesso a menos de uma décima (10‐1) ou com um erro inferior a uma décima.
= 14,15 (2 c. d. ) ← valor aproximado por excesso a menos de uma centésima (10‐2) ou com um erro inferior a uma
centésima.
Como se pode ver na recta: Actividades de aplicação
7. Escreve a dízima correspondente a cada um dos
enquadramento às décimas.
seguintes números e classifica‐a (no caso dos
Lê‐se “ é maior que 14,2 e é menor que 14,3”. números irracionais apresenta seis casas decimais).
a) ; b) ; c) d)
Recta real
e) f) g) h)
Na recta real, a cada número real corresponde um ponto e
8. Considera os números:
a cada ponto corresponde um número real (a abcissa do
ponto).
Quais dos números indicados são racionais e quais
● Os números reais positivos (IR+) estão representados à
são irracionais?
direita de zero.
9. Com a ajuda da calculadora indica os valores
● Os números reais negativos (IR-) estão representados à
aproximados por defeito e por excesso a menos de
esquerda de zero. 0,01 de:
● Dados dois números, o menor está sempre
representado à esquerda. a) b) c) d)
Observa: e) f) g) h)
2 10
10. Na figura está 10.1. O valor exacto do
| | | | | | | | | || |
representado um comprimento da
‐2 ‐1,5 ‐1 ‐ 13 0 12 1 2 3 4
rectângulo. Determina: diagonal.
Quando for necessário usamos a calculadora para
determinar um valor aproximado do número. Por exemplo, 15 m 10.2. o comprimento da
diagonal, com um erro
10 m
; = 1,414… ; =3,162… inferior a uma décima.
11. Completa:
Para encontrar os pontos correspondentes aos valores 11.1. Usando uma, duas e três casas decimais:
exactos dos números irracionais, utiliza‐se o método
;
seguinte, que se baseia no Teorema de Pitágoras.
4
medida de , centra‐se o compasso em 0 e marca‐se o ponto correspondente a . Como ─ e são
simétricos, marca‐se a mesma distância à esquerda de zero.
Para marcar outros números irracionais procede‐se da mesma forma.
Por exemplo:
Exemplo 1
Representa na recta real e escreve por ordem decrescente Actividades de aplicação
12. Escreve por ordem crescente os elementos de
os seguintes números:
cada um dos seguintes conjuntos depois de os
Resolução representares na recta real.(utiliza valores
aproximados)
; ; ;
12.1.
Calculam‐se as dízimas.
12.2.
12.3.
Traça‐se a recta real e marcam‐se os pontos da recta correspondentes
aos números. Em seguida é fácil verificar as relações de ordem entre
os números reais dados. Por ordem decrescente:
Se o Abdulay é mais alto que o Izidoro e o Izidoro é mais alto que o Manuel, então o Abdulay é
mais alto que o Manuel.
A propriedade que permite tirar a conclusão anterior chama‐se propriedade transitiva.
5
O seu conjunto‐solução é .
A condição traduz a seguinte pergunta: quais são os números reais maiores que 1?
O conjunto‐solução, S, é constituído por uma infinidade de números reais. Pertencem ao conjunto‐solução
todos os números reais maiores que 1.
A representação de S na recta real, a que se chama a representação geométrica, é feita de uma das seguintes
formas:
Repara que no ponto de abcissa 1 aparece uma “bola aberta”, para indicar que 1 não pertence ao conjunto‐
solução. Apenas pertencem ao conjunto‐solução todos os números reais maiores que 1.
Este intervalo não é limitado à esquerda: por menor que seja o número real que consideremos, ele ainda
pertence ao intervalo. É um intervalo ilimitado.
6
Na tabela seguinte mostram‐se diversos tipos de intervalos e as respectivas representações geométrica, em
condição e em intervalo. Em cada caso observa atentamente
as posições dos parênteses e as bolas abertas ou fechadas.
Representação Representação Representação Actividades de aplicação
por intervalo
por geométrica
condição 13. Representa na recta real e sob a forma de
intervalo de números reais o conjunto definido
por cada uma das seguintes condições.
13.7. 13.8.
14.1. | | | O
‐1 0 1 2
14.2. | | |
13 14 15 16
Exemplo 3
Escreve a condição que define cada um dos seguintes 14.3. | O
0
conjuntos representados na recta. Apresenta cada um dos
conjuntos sob forma de um intervalo. 14.4. |
‐3,7 0
3.1.
| | | | | O | | | 14.5. O
‐2 3
‐2 ‐1 0 1 2 52 3 4 5
3.2. 15. Representa na recta real e escreve uma
| | ● | condição que seja definida por cada um dos
‐5 ‐4 ‐3 0 seguintes intervalos.
Resolução 15.1. 15.2.
7
é um símbolo que significa que o intervalo é ilimitado à direita, logo, junto deste símbolo o intervalo é sempre aberto.
O conjunto IR é um conjunto ilimitado: IR =
Os intervalos são conjuntos de números reais. A intersecção e a reunião de intervalos são, portanto, casos
particulares da intersecção e da reunião de conjuntos.
Exemplo 4
Dados os conjuntos A = ; B= ; C= ;D= ;F=
Representa na recta real e indica:
4.4. e 4.2. e Actividades de aplicação
16.2. B A
Conjunto intersecção:
4.2. tem as duas linhas.
Conjunto reunião: tem
pelo menos uma linha.
16.3. A B
8
1.3. Inequações
Num triângulo isósceles o lado diferente mede 5 cm.
Qual será a medida de cada um dos outros lados, de modo que o perímetro seja superior a 11 cm?
Representando por x a medida dos lados desconhecidos, a expressão que representa o perímetro é
2x+5. Como o perímetro tem de ser maior que 11, escreve‐se .
A uma desigualdade deste tipo chama‐se inequação.
Uma inequação é uma desigualdade onde surgem uma ou mais variáveis.
Na inequação ; 2x+5 é o 1º membro e 11 é o 2º membro.
Para dar resposta ao problema é necessário resolver a inequação.
Resolver uma inequação é determinar todos os valores numéricos que a transformam numa desigualdade
verdadeira. Estes valores são o conjunto‐solução da inequação.
x poderá ser 1?
Falso
x não pode ser 1 mas pode ser 5. Monotonia parcial da multiplicação
x poderá ser 5 ?
Verdadeiro Dada uma desigualdade verdadeira
Para resolver a inequação pode proceder‐se do seguinte modo: qualquer, poder‐se‐á multiplicar ambos
Adiciona‐se ‐5 os membros da desigualdade por um
a ambos os membros número qualquer, mantendo a
Simplificam‐se os membros. Dividem‐se ambos desigualdade verdadeira?
os membros pelo coeficiente de x. Seja 3 > 1
2 x 3 > 2 x 1 Verdadeiro
Apresenta‐se o conjunto‐solução.
0 x 3 > 0 x 1 Falso
Representação geométrica do
‐2 x 3 > ‐2 x 1 Falso
conjunto‐solução. ‐2 x 3 < ‐2 x 1 Verdadeiro
Assim se conclui que:
Na resolução de uma inequação procede‐se quase sempre como Multiplicando ou dividindo ambos os
na resolução de uma equação. membros de uma desigualdade por um
número positivo, obtém‐se uma
Equação Inequação desigualdade equivalente à dada.
a > b e c > 0, então ac > bc
Multiplicando ou dividindo por um
número negativo ambos os membros
de uma desigualdade, obtém‐se uma
| O
0 12 desigualdade equivalente à dada
invertendo o sinal da desigualdade.
a > b e c < 0, então ac < bc
Multiplicar ambos os
Se a < b e c > 0, então a c < b c
membros por ‐1 e Obtemos uma inequação equivalente à dada
inverter o sinal da se multiplicarmos ambos os membros por um
desigualdade. número negativo e invertermos o sentido da
desigualdade.
Se a < b e c < 0, então a c > b c
| O O |
0 0
|
Dividir ambos os membros por 3. 0 4
Apresentar o conjunto‐solução.
Actividades de aplicação
18. Resolve, em IR, cada uma das seguintes inequações e apresenta o conjunto‐solução na recta real e sob a forma
de um intervalo.
18.1. ; 18.2. ; 18.3. ; 18.4.
10
18.9. ; 18.10. ; 18.11.
Sejam as condições e .
Então:
Exemplo 6
Representa na recta e sob a forma de intervalo. Nota
é uma conjunção de inequações
6.1. 6.2.
que se pode escrever da seguinte forma:
Resolução
ou sob a forma de um
6.1.
sistema de inequações .
| O O
0 2 5
6.2.
À disjunção de condições corresponde a reunião de conjuntos. 19.1. ; 19.2.
| O | O
0 1 0 4 20.1.
2.º Na mesma recta real representam‐se os dois conjuntos.
| | O | | O | | 20.2.
‐1 0 1 2 3 4 5 6
11
3.º Interpreta‐se a representação geométrica. À conjunção
corresponde a intersecção de conjuntos. Actividades de aplicação
23.2.
23.3.
● | | O
0 2 24.1. O perímetro do rectângulo seja igual ao
perímetro do triângulo.
Na mesma recta representam‐se os dois conjuntos. 24.2. O perímetro do rectângulo seja menor
ou igual ao perímetro do triângulo.
| ● | | O
‐1 0 1 2
−15
Interpreta‐se a representação geométrica. À disjunção de condições corresponde a reunião de conjuntos.
12
UNIDADE 2 – SISTEMAS DE EQUAÇÕES
13
Exemplo 2
Actividades de aplicação
Observa a figura:
1. Considera a equação
1.1. Dos seguintes pares ordenados (x , y) indica os que são
solução da equação:
a) (0 , 4); b) (2 , 0); c) (‐2 , 10); d) (7 , ‐10); e) (10 , 14);
1.2. Resolve a equação em ordem a y.
1.3. Copia e completa a tabela representada abaixo.
64.000,00
x ‐3 ‐2 ‐1 0 1 2 3
2.1. Seja: y
x o custo, em dobras, de um pacote de bolachas; 1.4. Representa graficamente a recta que a equação dada
y o custo, em dobras, de um sumo; sugere.
escreve uma equação, nas incógnitas x e y,
2. No referencial abaixo está representada a recta de equação:
sugerida pela figura.
.
2.2. Indica três soluções para a equação que
2.1. Dos seguintes pares
escreveste.
ordenados quais são
2.3. Se um sumo custar 12.000,00 dobras, quanto soluções da equação?
custará um pacote de bolachas? a) (5 , 0); b) (0 , 5);
2.4. Se um pacote de bolachas custar 11.000,00 c) (0 , 0); d) (1 , 4);
e) (2 , 3); f) (‐1 , 6).
dobras, quanto custará um sumo?
2.2. No mesmo
Resolução referencial representa a
Nota: Para facilitar os cálculos fazemos 1 000,00 = 1 recta de equação
2.1. Seja x o custo de um pacote de bolachas, em e indica um
dobras e y o custo de um sumo, em dobras. par ordenado que seja
Equação sugerida pela imagem simultaneamente solução
das duas equações.
2.2. Para mais facilmente encontrar soluções 3. Resolve em ordem a y as seguintes equações:
resolve‐se a equação em ordem a uma incógnita.
3.1. 3.2. 3.3.
14
2.2. Sistemas de duas equações do 1º grau com duas incógnitas
Observa a figura. Pretende‐se saber o peso, em kg, de
cada galinha e de cada pato. As duas balanças estão em
equilíbrio.
Seja:
• x o peso, em kg, de cada galinha;
• y o peso, em kg, de cada pato.
Tem‐se:
equação sugerida pela 1ª balança
equação sugerida pela 2ª balança
Pretende‐se determinar o par ordenado (x , y) que é
simultaneamente solução das duas equações, ou seja, é
solução da conjunção de condições :
e
Diz‐se que pretendemos resolver o sistema de equações:
À conjunção de duas
Sistema de duas equações do 1º grau com duas incógnitas
equações com duas
ou ( lê‐se e – é o símbolo da conjunção de duas condições) incógnitas chama‐se
sistema de duas
• Será solução do sistema o par ordenado (0,5 ; 3)? equações com duas
incógnitas.
O par (0,5 ; 3) não é solução do sistema das duas equações porque é solução da 1ª mas não é solução da 2ª.
• Será solução do sistema o par (2 , 1)?
Resolver um sistema de duas equações é encontrar os pares ordenados que verificam simultaneamente as duas
equações. Vejamos alguns métodos utilizados na resolução de sistemas de duas equações.
Resolução gráfica
A cada uma das equações de um sistema de duas equações do 1º grau com duas incógnitas corresponde,
geometricamente, uma recta. Consideremos o seguinte sistema de equações:
Para desenhar uma recta basta conhecer dois dos seus pontos.
x y x y
0 4 0 2,5
2 0
5 0
As rectas intersectam‐se no ponto (1 , 2).
15
A solução do sistema é o par ordenado (1 , 2), o que significa que
Verificação
e .
Para e , vem:
Resolução analítica
Vamos resolver analiticamente o sistema, usando o método da 2x1+2=4 1+2x2=5
substituição:
O sistema dado já está na forma Quando um sistema nas incógnitas
canónica.
e é apresentado na forma
Resolve‐se a 1ª equação em ordem a
y.
Método da substituição
Resolve‐se a 1ª equação.
Conhecido x , determina‐se y
na 2ª equação.
Como se pode observar, graficamente, as rectas intersectam‐se no ponto de coordenadas (0,5 , 1),o que
significa que este par ordenado é a solução do sistema. Na resolução analítica obtivemos a mesma solução:
(x , y) = (0,5 , 1)
16
Exemplo 3
Resolve o sistema de equações. Actividades de aplicação
6. Mostra, por substituição, que o par ordenado (x , y) indicado é
solução do sistema dado.
6.1. 6.2.
x 0 1
y
Solução: (x , y) = (2 , ‐ 2) ou e .
9.3. 9.4.
9.5. 9.6.
9.7. 9.8.
10. Para cada um dos seguintes sistemas, reduze‐os à forma canónica e, em seguida, resolve‐os analiticamente.
11. Observa o par de imagens, onde se pode ver ananases, cajamangas e o seu custo.
17
2.3. Classificação de sistemas
A solução de um sistema de duas equações do primeiro grau com duas incógnitas é dada pelas coordenadas
dos pontos de intersecção das rectas que representam as equações.
Por outro lado, no plano, duas rectas podem ser estritamente paralelas, coincidentes ou concorrentes. A cada
uma das posições relativas das rectas corresponde uma classificação para o sistema.
Vejamos como se classificam os sistemas de acordo com o número de soluções.
Exemplo
13. Resolve e classifica cada um dos
solução: O sistema tem uma única solução.
seguintes sistemas:
Sistema possível e determinado. 13.1. 13.2.
A 2ª equação é indeterminada.
São soluções do sistema todos os pares ordenados que verifiquem a 13.3. 13.4.
equação . Tem um número infinito de soluções. Sistema
possível e indeterminado.
13.5.
A 1ª equação é impossível.
18
2.4. Resolução de problemas formando e resolvendo sistemas de equações
As figuras seguintes representam balanças em equilíbrio. Observa a situação e determina o peso de cada “gato”
e o peso de cada “pássaro”.
Resolução
Vamos identificar as incógnitas:
x → o peso de cada “gato”
y → o peso de cada “pássaro”
Agora que as incógnitas estão identificadas vamos
escrever as equações relativas às relações apresentadas
na figura:
Equação que traduz a situação da 1ª balança
Equação que traduz a situação da 2ª balança
Resolve‐se o sistema.
Agora que o sistema foi resolvido há que interpretar a solução e adaptá‐la ao enunciado. Como,( x) é o peso de cada
“gato” e (y ) o peso de cada “pássaro”, então, cada “gato” pesa 2kg e cada “pássaro” 0,25 kg (250 g).
Exemplo 4 Nota
Na resolução de problemas, formando e
Numa turma há 29 alunos. Se na turma houvesse menos duas
resolvendo um sistema de equações, é
raparigas, o número de rapazes seria o dobro do número de
conveniente seguir os seguintes passos:
raparigas. Quantos rapazes e quantas raparigas há na turma?
1. ler muito bem o enunciado e tomar nota dos
Resolução
dados;
Seja:
2. identificar as incógnitas;
x → o número de raparigas
3. escrever as equações relativas às relações
y → o número de rapazes existentes;
Da leitura do enunciado tiramos duas informações distintas: 4. resolver o sistema;
• Na turma há 29 alunos → 5. interpretar a solução adaptando‐a ao
• Se tirarmos duas raparigas, o número de rapazes fica resultado.
o dobro do das raparigas →
Considerando as duas informações simultaneamente,
obtemos um sistema de duas equações com duas Actividades de aplicação
incógnitas:
14. A soma de dois números é 40 e a diferença é 14.
Quais são os números?
19
Exemplo 5 Actividades de aplicação
Cinco amigos foram ao café no final da tarde. 17. Observa as figuras e determina x e y.
Pediram três cafés e dois sumos naturais. 17.1. 17.2.
Conversaram mais um pouco e pediram mais dois
cafés e três sumos.
A primeira conta foi de 85 mil dobras e a segunda de
90 mil dobras.
Quanto custou cada café e cada sumo?
Resolução
x → o custo, em dobras, de um café;
y → o custo, em dobras, de um sumo natural. 18. O número total de pessoas que podem ocupar um
Do enunciado do problema retiramos duas autocarro é 84. As pessoas que podem subir para que o
informações: autocarro fique com os 84 lugares preenchidos são a
• Três cafés e dois sumos custaram 85 000,00 terça parte mais quatro das que já estão sentadas dentro
do autocarro.
• dois cafés e três sumos custaram 90 000,00
18.1. Quantas pessoas ainda podem subir para o
Traduzindo as informações algebricamente vem:
autocarro?
(para facilitar os cálculos fazemos 1 000,00 = 1)
18.2. Quantas pessoas já entraram para o autocarro e já
estão sentadas?
Resolvendo este sistema, temos: 19. A soma das idades do Armando e da sua filha Teresa é
56. Há quatro anos atrás a idade do pai era tripla da idade
da filha. Qual é a idade do Armando e da sua filha?
20. Num parque de estacionamento estão estacionados
automóveis e motos. O número de automóveis é o triplo
do número das motos e, ao todo, há 70 rodas no parque.
Determina quantos automóveis e quantas motos estão
estacionados no parque.
21. Há um ano a idade da Joana era o dobro da idade da
20
UNIDADE 3 – PROPORCIONALIDADE INVERSA
A Ana e a Inês foram comprar enfeites para fazerem a árvore de Natal. Cada bola custa
2 000 dobras e cada estrela custa 5 000 dobras. A Ana comprou muitas bolas. A Inês
comprou bolas e uma estrela para pôr no cimo da árvore.
A Matemática ajuda‐nos no dia‐a‐dia, por isso , vamos acompanhar as compras da Ana e
da Inês com números, expressões matemáticas, tabelas e gráficos.
Para facilitar os cálculos fazemos: 1000 dobras = 1
A variável y é directamente proporcional à variável x se existe um número k, diferente de zero, de modo que:
21
Exemplo 1
O Armando comprou 11 cadernos por 121.000 Actividades de aplicação
dobras.
1. A Adelaide comprou um pacote de feijão e alguns kg
Quanto gastava se comprasse 6 cadernos? de arroz. A Marlene só comprou arroz. Observa as
Resolução tabelas seguintes: (considere‐se 1000 dobras = 1)
Método da redução à unidade
Compras da Adelaide
Faz‐se 1000 dobras = 1
Arroz comprado(em Kg) 0 1 3 x
121 : 11 = 11 Custo das compras (em dobras) 22 37 67 y= …
11 x 6 = 66
Regra de três simples Compras da Marlene
Nº de cadernos Custo Arroz comprado(em Kg) 2 6 10 x
Custo das compras (em dobras)30 90 y= …
11 121
6 x 1.1. Copia e completa as tabelas.
Logo, 6 cadernos custariam 66.000 dobras. 1.2. Qual das tabelas traduz uma função de
proporcionalidade directa. Justifica.
1.3. A Marlene gastou 165.000 dobras em compras.
Exemplo 2
Quantos quilos de arroz comprou.
A figura 1.4. A Adelaide gastou nas compras 97.000 dobras.
ao lado Quantos quilos de arroz comprou?
O Sr. Lima, na sua exploração agrícola tem 40 vacas e ração para as alimentar
durante 50 dias. Se vender 15 vacas, para quantos dias durará a ração?
Repara que:
x 40 20 1 25
xy=2000
y 50 100 2000 2000 : 25 = 80 2000 é a constante de proporcionalidade inversa.
x2 Se tivesse uma só vaca, teria ração para 2000 dias (redução à unidade)
Duas variáveis x e y são inversamente proporcionais quando o produto de dois quaisquer valores
correspondentes é constante e diferente de zero.
xy = k , k ≠ 0
k é a constante de proporcionalidade.
Exemplo 4
Um terreno rectangular tem de área 300 m2 .
4.1. Qual deve ser o comprimento do rectângulo se a sua largura for de:
a) 15 m b) 12 m c) 10 m
4.2. Justifica que o comprimento e a largura do terreno são inversamente proporcionais.
Resolução
Dividindo a área do rectângulo pela medida da
4.1. largura obtém‐se o comprimento.
x = largura do terreno
Largura (x) 15 12 10
y = comprimento do terreno Comprimento (y) 20 25 30
23
4.2. São inversamente proporcionais porque , ou seja, a constante de proporcionalidade inversa é
300.
Relação de proporcionalidade. Resolução de problemas envolvendo proporcionalidade
A existência de uma relação de proporcionalidade (directa ou inversa) entre duas variáveis facilita a resolução
de problemas.
Por vezes acontece que se lê apressadamente o
Actividades de aplicação
problema e concluiu‐se a existência de
proporcionalidade quando ela não existe. 7. Sabendo que as variáveis x e y são inversamente proporcionais,
copia e completa as tabelas:
x 20 1 40 x 10 1 …
Exemplo 5
y 30 … … y 1,2 … 0,5
A 800 km / h um avião leva 100 passageiros.
Quantos passageiros leva se viajar a 400 km / h? 8. Alugou‐se um autocarro de 50 lugares para um passeio à praia de
Resolução Micondó. O custo do aluguer é de 3 milhões de dobras.
8.1. Copia e completa a tabela
Neste caso, não existe qualquer relação de Nº pessoas 25 50 20
proporcionalidade. O avião pode transportar Custo por 120 000,00 200 000,00 300 000,00
pessoa
qualquer número de passageiros, 8.2 No contexto da situação apresentada o que representa a
independentemente da velocidade a que viaja ou constante 3 000 000,00?
até se está estacionado no aeroporto.
9. Uma prova de ciclismo, com a extensão de 32 km, foi corrida no
sistema de contra – relógio (vence o ciclista que percorrer a distância
Exemplo 6 em menos tempo).
9.1. O ciclista vencedor gastou no percurso exactamente 40 minutos.
O Edmar deslocou‐se de carro da Trindade para Qual foi a sua velocidade média, em km/h?
Monte Café a uma velocidade de 45 km / h em 9.2. Outro ciclista correu a prova a uma velocidade média de 46,4
16 minutos. km/h. Quantos segundos gastou a mais relativamente ao vencedor?
6.1. Quanto tempo leva a descer de Monte Café 10. Para embalar uma certa quantidade de café são necessários 12
para a Trindade a 60 km / h? sacos, levando cada saco 9 kg.
10.1. Se se usarem 20 sacos com igual quantidade de café, quantos
6.2. E se for um ciclista a descer de Monte Café quilogramas leva cada saco?
para a Trindade à velocidade de 15 km / h? 10.2. Quantos sacos são necessários se cada um levar 7,2 kg?
6.3. O Abdulay demorou 15 minutos a subir da
11. O comprimento do papel de um rolo varia inversamente com a
Trindade para Monte Café. A que velocidade espessura do papel. Se o papel tem 0,8 mm de espessura o rolo terá
viajou o Abdulay? 90 m de papel. Calcula o comprimento do papel num rolo, sabendo
que neste a espessura do papel é de 1,2 mm.
Resolução
As grandezas velocidade e tempo são inversamente 12. Uma camioneta transporta 20 caixas de maçãs com 40 maçãs em
proporcionais, quanto mais tempo se gasta menor é a cada caixa. Se retirarmos uma maçã de cada caixa, quantas caixas
transportará a camioneta?
velocidade.
6.1. 13. Uma torneira, A, com um caudal de 40 litros por minuto, enche
um tanque em duas horas e meia.
13.1. Em quanto tempo encherá o tanque uma torneira, B, com um
caudal de 60 litros por minuto?
13.2. E quanto tempo é necessário para encher o mesmo tanque se as
A 60 km/h leva 12 minutos.
torneiras A e B estiverem abertas ao mesmo tempo?
6.2.
14. O Valdemar tem milho para alimentar 120 galinhas durante 90
dias. Se comprar mais um certo número de galinhas e ficará com
milho para apenas 60 dias.
O ciclista levará 48 minutos. 14.1. Quantas galinhas poderá comprar?
6.3. 14.2. E se vender 20 galinhas, ficará com milho para quantos dias?
k = 45 x 16 = 720
15. Estimou‐se que seriam necessários 4000 homens para construir
720 : 15 = 48 em 30 anos a maior pirâmide do Egipto. Calcula o número de homens
O Abdulay viajou a 48 km/h. para construírem a pirâmide em 10 anos.
24
3.3. Função de proporcionalidade inversa
Considera o conjunto de rectângulos que têm de área 16 cm2, comprimento a e largura b.
Uma função de proporcionalidade inversa é por exemplo a função Observa o gráfico apresentado na
figura seguinte. Será o gráfico de uma
função de proporcionalidade inversa?
?
Vejamos:
2 x 10 = 20
1 x 30 = 30
3 x 5 = 15
25
Exemplo 7
Considera a função f, definida por Actividades de aplicação
16. O gráfico representado é de uma função de
. proporcionalidade inversa.
16.1. Elabora uma tabela
7.1. Representa graficamente a função.
com os valores dos pares
7.2. Como se chama o gráfico da função dada? ordenados (x , y) e
Resolução completa:
Vamos registar numa tabela os valores dos pares
ordenados ( x , y). Não esquecer que x ≠ 0.
x 1 2 3 ‐1 ‐2 ‐3 16.2. Determina x sabendo
y 6 3 2 ‐6 ‐3 ‐2 que y = 6 .
Representemos os pares ordenados ( x , y) num 2
17. Considera todos os rectângulos de área 12 cm .
referencial: 17.1. Indica três valores possíveis
para a e b.
17. 2. Desenha o gráfico da
função de proporcionalidade
27
10.1. Em que momento a Ana e a Luísa tinham o mesmo peso?
10.2. Qual das três tinha menos “peso” no final do mês de Dezembro?
10.3. Quantos quilogramas perdeu a Luísa de Fevereiro a Março (inclusive)?
Resolução
10.1. A Ana e a Luísa tinham o mesmo peso no 1º dia do mês de Fevereiro.
10.2. Era a Filipa.
10.3. Cerca de 5 kg (passou de 65 kg para 60 kg, aproximadamente).
Actividades de aplicação
23. No gráfico seguinte pode observar‐se a evolução da estatura média dos jovens. Que comentários sugere o
gráfico?
Rapazes
Raparigas
24. A Ana, a Adriana e a Alice estudam na mesma escola e na 25. Imagina que um dos canhões que se encontram
mesma turma da 9ª classe. Vivem as três a 4 km da escola. no terraço do Museu Nacional, em S. Tomé,
Na quinta‐feira saíram da escola às 17 horas e regressaram a projectou uma bala para o mar.
casa: uma de autocarro, outra de bicicleta e outra de carro, A trajectória da bala projectada pelo canhão desde o
como se mostra no gráfico seguinte: momento em que foi lançada até atingir o mar é
dada pelo gráfico abaixo.
28
UNIDADE 4 – CIRCUNFERÊNCIA E POLÍGONOS
Revisão
Ângulos
Os ângulos classificam‐se de acordo com as suas amplitudes:
α α α
● α α α
Ângulo nulo Ângulo agudo Ângulo recto Ângulo obtuso Ângulo raso Ângulo giro
Amplitude: Amplitude: Amplitude: Amplitude: Amplitude: Amplitude:
o o o o o o o
α =0 0 < α < 90 α = 90 90 < α < 180 α = 180 α = 360
Pares de ângulos
Alguns pares de ângulos têm designações específicas:
Ângulos Ângulos
complementares Ângulos Ângulos Ângulos de lados verticalmente
suplementares adjacentes paralelos opostos
São ângulos cuja São ângulos cuja São ângulos que têm Se dois ângulos têm os Dois ângulos
soma das soma das um lado comum que lados paralelos ou são verticalmente opostos
o
amplitudes é 90 .
o
amplitudes é 180 . os separa. iguais ou são são iguais
suplementares.
Ângulos internos e ângulos A soma dos ângulos internos de Um ângulo externo de um triângulo é igual à
o
externos um triângulo é 180 soma dos ângulos internos não adjacentes.
29
4.1. Ângulos ao centro e arcos correspondentes
Observa que o ângulo AOB tem vértice no centro da circunferência e os seus lados
contêm raios.
O ângulo AOB é um ângulo ao centro na circunferência de centro O.
Ângulo ao centro é um ângulo que tem o vértice no centro da circunferência e
cada lado contém um raio dessa circunferência.
Este ângulo determina na circunferência um arco AB, compreendido entre os seus lados, a que se chama o
arco correspondente ao ângulo AOB.
Haverá alguma relação entre a amplitude do ângulo e o arco correspondente? Lembra‐te que a circunferência
tem a amplitude de 360o .
Observa as seguintes figuras. Qual é em cada uma delas a amplitude do ângulo AOB?
A amplitude de um ângulo ao centro é igual à amplitude do arco compreendido entre os seus lados.
30
Numa circunferência, os arcos correspondentes a dois ângulos ao centro iguais são geometricamente
iguais e reciprocamente.
Exemplo 1
Na circunferência de centro O, sabe‐se que [AD] é um diâmetro e que .
1.1. Justifica que os triângulos [ABO] e [CDO] são iguais.
1.2. Se AÔB = 40o, qual é a amplitude do ângulo COD?
1.3. Determina a amplitude dos arcos AB e BC.
O 1.4. Indica, usando as letras da figura, seis ângulos ao centro.
Resolução
Actividades de Aplicação
1. Na figura, O é o centro da circunferência e A e B são pontos da circunferência.
1.1. Como classificas o ângulo AOB?
o
1.2. Se AÔB = 62 qual é a amplitude do arco AB ?
o
1.3. Se a amplitude do arco AB é 70 , qual é a amplitude do ângulo AOB?
d) e)
f)
31
4.2. Ângulos inscritos
Exemplo 2
Observa as figuras e determina x.
a) b)
c)
Resolução
a)
b)
A
c)
Actividades de aplicação
3. Observa as figuras e determina x. Sugestão: coloca letras 4. Observa as figuras e determina x. Justifica as tuas
nos vértices dos ângulos. respostas. Sugestão: coloca letras nos vértices dos ângulos.
3.1. 3.2. 4.1. 4.2.
32
4.3. Propriedades
O que têm em comum os ângulos e ? Qual é a sua amplitude?
Logo, = =
= = =
Actividades de aplicação
Um ângulo inscrito numa semicircunferência é um ângulo recto. Sugestão: coloca letras nos vértices dos
ângulos.
5. Os ângulos estão inscritos numa
Exemplo 3 semicircunferência. O é o centro das
O ponto O é o centro das circunferências. Determina x. circunferências. Determina x. 5.1.
3.1. 3.2. 5.2.
5.3.
Resolução
3.1.
Colocam‐se letras nos vértices
dos ângulos.
Parte‐se dos dados.
é um diâmetro O ângulo inscrito é metade do
A amplitude do arco
o
arco AD. Logo, AD = 2 x 12 . 6. Os ângulos estão inscritos no mesmo
CDA é 180o. Sabendo AD , determina‐se CD. arco. O é o centro das circunferências.
x é um ângulo inscrito e o arco Determina x.
CD = 180o – 24o = 156o compreendido entre os seus
o
6.1. 6.2.
lados é CD = 156 . x é metade
do arco CD.
3.2.
[BD] é um diâmetro. Colocam‐se letras nos
BCD = 180o vértices dos ângulos.
BAD um ângulo inscrito 6.3.
em metade da
circunferência
33
Exemplo 4
Actividades de aplicação
Na figura, O é o centro da circunferência.
7. [ABC] é um triângulo inscrito na circunferência
Determina x. o
de centro O. AB = 110 e [AC] é um diâmetro da
circunferência. Indica a amplitude:
7.1. do ângulo BCA;
7.2. do arco BC;
7.3. do ângulo CAB;
7.4. do ângulo ABC;
7.5. do ângulo DCB;
Resolução
Colocam‐se letras nos vértices 8. A circunferência da figura tem centro no ponto
dos ângulos. [AD] é um
Oe .
diâmetro.
o o
Como BÂD=15 , então BD=30 8.1. Que valor, em graus
tem a expressão HG + GI ?
A recta tem com a circunferência A recta tem com a circunferência um A recta não qualquer tem ponto
dois pontos comuns. só ponto comum. comum com a circunferência.
Exemplo 5
Actividades de aplicação
Na figura, t é tangente à circunferência de centro O.
Determina x. 10. Observa as figuras e determina x. A recta t é tangente à
circunferência. Sugestão: coloca letras nos vértices dos ângulos.
10.1. 10.2.
Resolução
O triângulo [OCB] é rectângulo em B, pois a
tangente a uma circunferência é perpendicular ao
raio no ponto de tangência. 10.3. 10.4.
Aplica‐se o Teorema de Pitágoras.
=raio da circunferência; .
Logo, x = 4 cm.
35
Actividades de aplicação
Sugestão: coloca letras nos vértices dos ângulos.
11. Observa a figura onde estão traçadas rectas paralelas 12. A recta t é tangente à circunferência.
secantes a uma circunferência. Determina: Determina x e y.
11.1. x 11.2. x e y
Um polígono diz‐se inscrito numa circunferência quando todos os seus vértices são pontos da circunferência.
Um triângulo pode ser sempre inscrito numa circunferência. O centro da circunferência é o
ponto de intersecção das mediatrizes dos lados do triângulo e o raio é a distância do centro
a um dos vértices.
Nem todos os quadriláteros podem ser inscritos numa circunferência, mas sempre que tal
acontece a soma de dois ângulos opostos é 180o. Porque será?
Repara que:
; e,
Também se prova que se a soma de dois ângulos opostos de um quadrilátero é igual a 180o, o quadrilátero pode
ser inscrito numa circunferência.
36
Ângulos internos
Um polígono pode ser sempre dividido em triângulos. Nomes dos polígonos
Nome Número
Como já sabes a soma dos ângulos internos de um triângulo
de lados
é 180o. Então observa: Triângulo 3
Quadrilátero Pentágono Hexágono Heptágono
Quadrilátero 4
Pentágono 5
Hexágono 6
Heptágono 7
Octógono 8
2 triângulos 3 triângulos 4 triângulos 5 triângulos Eneágono 9
o o o o o o o o
2 x 180 = 360 3 x 180 = 540 4 x 180 = 720 5 x 180 = 900 Decágono 10
Undecágono 11
A soma dos ângulos internos de um polígono de n lados Dodecágono 12
é igual a : (n – 2) x 180o. Polígono de n lados n
Por outro lado, se um polígono é regular cada um dos seus ângulos internos mede:
, ou seja .
Ângulos externos
Exemplo 6
Num triângulo [ABC], e .
6.1. Calcula: a) ; b) ;
6.2. Qual é a relação entre as amplitudes do ângulo externo CBD e a dos ângulos
internos ACB e CAB?
37
Resolução
6.1. a) o
A soma dos ângulos internos de um triângulo é 180 .
Conclusão: Um ângulo externo de um triângulo é igual à soma das amplitudes dos ângulos internos não
adjacentes.
Resolução
A amplitude de um ângulo externo de um triângulo é igual 19. Para cada figura, calcula a amplitude dos ângulos
à soma das amplitudes dos ângulos internos não
representados pelas letras.
19.1 19.2.
adjacentes.
38
20. Observa o polígono [ABCD], cujas diagonais [AC] e [BD]
são perpendiculares.
20.1. Atendendo ao número de lados,
como classificas o polígono?
20.2. Se e ,
qual é a amplitude do ângulo DCB?
Logo, x = 85o; y = 100o; z = 105o;
20.3. Pode inscrever‐se este polígono
numa circunferência? Justifica.
Desenhou‐se o apótema do polígono. Nota que o polígono pode ser dividido em cinco
triângulos iguais.
Em alternativa à fórmula, é sempre possível dividir um polígono regular de n lados em n triângulos iguais.
Calcula‐se a área dos triângulos. A área do polígono será a soma das áreas dos triângulos em que foi dividido.
Exemplo 9
Calcula a área do pentágono representado na figura. As medidas são em centímetros.
Resolução
Vamos determinar o apótema do polígono através do teorema de Pitágoras.
39
Exemplo 10
A figura representa um prisma Actividades de aplicação
hexagonal regular. A aresta da base
tem 4 cm de comprimento e a altura é 21. Calcula a área dos seguintes polígonos inscritos na circunferência de
3 cm. centro O. As medidas são em centímetros.
Determina, com duas casas decimais, 21.1. 21.2. 21.3. 21.4.
o valor do volume do prisma.
22. Determina, com duas casas decimais, a área de cada um dos polígonos
regulares.
22.1. 22.2.
Resolução
O volume do prisma é dado pelo
produto da área da base pela altura.
Para determinar a área da base 10 cm
necessitamos de calcular a área do
hexágono regular de 4 cm de lado. 23. Observa as figuras e determina a área das partes sombreadas.
23.1. 23.2.
← 16 cm → ← 4 cm →
o o
Fazemos um desenho. 360 : 6 = 60 24. Um pentágono regular tem 8 cm de lado e 5,5 cm de apótema.
O triângulo [ABC] é equilátero porque os Determina:
o
ângulos internos são todos iguais a 60 . 24.1. A amplitude de um ângulo interno do
Para determinar o apótema do pentágono.
hexágono vamos aplicar o Teorema 24.2. A área do pentágono.
de Pitágoras. 24.3. Se o pentágono é a base de um prisma regular
com 5 cm de altura, determina:
a) a área do prisma;
b) o volume do prisma.
40
UNIDADE 5 – EQUAÇÕES DO 2º GRAU
5.1. Operações com polinómios. Casos notáveis da multiplicação de polinómios. Decomposição em
factores (revisão)
Operações com polinómios. Casos notáveis da multiplicação de polinómios
Vamos recordar …
Exemplo 1
Escreve sem usar parênteses a seguinte expressão:
Exemplo 2
Tiram‐se os parênteses
2a + 3
Exemplo 3
Calcula a área de um quadrado que tem de lado
A área do quadrado será igual ou semelhante a ou a
Tiram‐se os parênteses
Casos notáveis da multiplicação
Simplificam‐se os cálculos
de polinómios
ou aplica‐se a fórmula do quadrado do binómio: Quadrado do binómio
Exemplo 4
: quadrado do 1º termo
Escreve sem usar parênteses a seguinte expressão:
: dobro do produto do 1º pelo 2º
: quadrado do 2º termo
Diferença de quadrados
Factorização de polinómios
A área do rectângulo maior da figura é dada por:
41
Exemplo 5
Factoriza as seguintes expressões:
quadrados c)
5.3. Aplica‐se a fórmula do
d)
quadrado do binómio
c) d)
A equação diz‐se uma equação do 2º grau completa na
forma canónica. e) f)
d) e)
Vamos rever como se resolvem equações do 2º grau incompletas.
f) g) h)
Equações do tipo
i) j)
Zero é o único número cujo
quadrado é zero.
42
Actividades de aplicação
De um modo geral, tem‐se: 4. Aplica a lei do anulamento do produto para
determinar o conjunto‐solução da cada uma das
equações:
4.1. 4.2.
4.3. 4.4.
4.5.
A equação tem sempre duas soluções.
a) b) a) 3 e 5; b) 3 e 4; c) e 5.
7.9. 7.10.
Se a equação é impossível.
10. Forma uma equação e determina x .
A equação ou tem duas soluções ou é impossível. 10.1. 10.2.
Exemplo 6
Forma uma equação e determina x .
A=143
m2
Resolução
Área do rectângulo A = b x h.
43
Formar a equação
Escrever a
equação na
forma canónica
Resolver a equação
A solução negativa da equação não serve para o problema porque se trata de um comprimento.
Logo, .
Considera a equação de 2º grau . Esta equação pode resolver‐se por dois processos.
1º Processo 2º Processo
Equação dada Equação dada
Aplicação da definição de raiz quadrada. Tiram‐se os parênteses
Fórmula resolvente
Se
Logo,
Observa a expressão da fórmula resolvente. Sabemos que, por exemplo: ; ; é impossível,
dado que não existem raízes quadradas de números negativos.
. Logo,
Actividades de aplicação
11. Aplica a fórmula resolvente para resolver cada
7.2.
uma das equações do 2º grau.
11.1. 11.2.
11.3. 11.4.
11.5. 11.6.
‐3 <0
Equação impossível 11.7. 11.8.
13.3. ; 13.4.
A fórmula resolvente permite resolver qualquer 14. Observa a figura, forma a equação, resolve‐a e
equação do 2º grau, mas nem sempre é o processo indica o valor de x.
mais simples. Observa:
Exemplo 8
A=117 m2
Resolve as seguintes equações de 2º grau incompletas.
8.1. ; 8.2.
Resolução
8.1. ; Usando a fórmula resolvente:
15. Observa os triângulos rectângulos. Aplica o
teorema de Pitágoras, forma e resolve a equação e
determina x.
15.1. 15.2.
45
Não usando a fórmula resolvente:
Conclusão
Como se pode observar é muito mais simples resolver as
equações de 2º grau incompletas, sem utilizar a fórmula
resolvente.
A solução ─33 não serve para o problema, pois x representa um número positivo por ser o comprimento do
lado do quadrado.
Se x = 17, vem 17 + 8 = 25; 252 = 625. Actividades de aplicação
17. A soma de um número com o seu quadrado é 156.
Logo, o lado do quadrado inicial media 17 m.
Qual é o número? Indica todas as soluções possíveis.
18. A diferença entre o quadrado de um número e 30 é
Exemplo 10
igual ao próprio número. Qual é o número? Indica todas
Um engenheiro tem 130 m de rede e com ela as soluções possíveis.
pretende vedar um parque infantil com a forma de 19. A soma de um número com o quadrado da sua
um rectângulo de 1000 m2 de área. Será que a rede quarta parte é 12. Qual é o número?
chega para vedar o parque? 20. Se ao quadrado da idade da Eva adicionarmos o
Resolução triplo da idade dela, e, em seguida, subtrairmos trinta
x ← largura do parque anos, obtemos o dobro da idade da Eva. Quantos anos
y ← comprimento do tem a Eva?
2
parque 21. Um rectângulo tem de área 242 m .
130 ← perímetro do Se o comprimento é o
parque 2 dobro da largura,
A = 242m determina as dimensões
do rectângulo.
comprimento do parque
A = largura x comprimento
Forma‐se a equação
46
Escreve‐se a equação na forma canónica. Divide‐se por 2 os termos da
equação para facilitar os cálculos.
Actividades de aplicação
do círculo maior é .
27. Calcula a área de um triângulo equilátero com 20 cm de lado. Apresenta o resultado exacto e um valor aproximado
às décimas do metro. Sugestão: Traça o triângulo e em seguida traça a sua altura.
47
UNIDADE 6 – TRIGONOMETRIA DO TRIÂNGULO RECTÂNGULO
A palavra trigonometria resultou da composição de três termos gregos:
tri (três) + gono(ângulo) + metria (medida)
significando medida de triângulos. Trata‐se, assim, do estudo das relações entre os lados e os ângulos de um
triângulo.
A trigonometria surgiu para resolver problemas de astronomia e é anterior à era cristã. Ao longo dos séculos
tem vindo a evoluir e, como é uma ciência que permite calcular distâncias e ângulos que não se podem medir
directamente, é aplicada por exemplo, na navegação, na construção e na física.
Na figura, os triângulos [ABI], [ACH], [ADG] e [AEF] são semelhantes: têm em comum o ângulo
recto e o ângulo A. Em triângulos semelhantes a ângulos iguais opõem‐se lados
proporcionais.
Assim, pode dizer‐se, por exemplo que está para , assim como
está para , assim como está para , assim
como está para e escreve‐se:
(k constante)
Isto quer dizer que se se mantiver a amplitude do ângulo α, a razão entre o cateto oposto ao ângulo e a
hipotenusa, não depende do triângulo que se escolhe, pois ela não depende dos comprimentos dos lados dos
triângulos mas sim da amplitude do ângulo α. Relativamente ao ângulo α , são constantes as razões entre o
comprimento do cateto oposto e o comprimento da hipotenusa. A esta constante dá‐se o nome de seno de
ângulo α.
Relativamente ao ângulo α são também constantes as razões entre o comprimento do cateto adjacente e o
comprimento da hipotenusa.
Nota:
A esta constante chama‐se co‐seno do ângulo α. Nas definições usa‐se cateto oposto, cateto adjacente e
hipotenusa em lugar de comprimento de … Por
Co-seno
exemplo, a hipotenusa de um triângulo é um segmento
de recta, mas também se chama hipotenusa ao
Ainda são constantes as razões entre o comprimento do
comprimento desse segmento.
cateto oposto e o comprimento do cateto adjacente ao
ângulo α. A essa constante chama‐se tangente do ângulo α.
tangente
; ;
48
Sendo [ABC] um triângulo rectângulo em B e α a amplitude de um
dos ângulos agudos, definem‐se as razões trigonométricas seno α
(sin α), co‐seno α (cos α) e tangente de α (tan α) do seguinte modo:
Neste triângulo:
• a é o cateto oposto a α;
• c é o cateto adjacente a α;
• b é a hipotenusa do triângulo.
Exemplo 1
Calcula um valor exacto e um valor aproximado às centésimas para a tangente, seno e co‐seno do ângulo α.
Resolução
Actividades de aplicação
Tabelas trigonométricas e calculadora
1. Para cada um dos ângulos escreve as razões
Consideremos um triângulo rectângulo, cujos trigonométricas sin α, cos α e tan α.
comprimentos dos lados sejam 3, 4 e 5 centímetros. 1.1. 1.2.
Como, dois triângulos são semelhantes se tiverem
lados correspondentes proporcionais, um triângulo
cujos comprimentos dos lados sejam, 6, 8 e 10
centímetros, é um triângulo semelhante ao inicial.
Sendo semelhantes, os seus ângulos têm a mesma
amplitude:
1.3. 1.4.
Ou seja, obtivemos os mesmos valores nos dois triângulos, isto quer dizer que, as razões trigonométricas não
dependem do comprimento dos lados dos triângulos rectângulos, dependem apenas da amplitude do ângulo
considerado.
Devido a este facto, existem tabelas onde se podem encontrar os valores das razões trigonométricas para um
determinado ângulo, como as que se encontram no final deste texto de apoio.
49
Observa o excerto de uma tabela trigonométrica:
Da leitura da tabela conclui‐se, por exemplo, que:
α sin α cos α tan α sin 30o = 0,5000; cos 30o = 0,8660; tan 30o = 0,5774
o
30 0,5000 0,8660 0,5774
o
31 0,5150 0,8572 0,6009
32
o
0,5299 0,8480 0,6249
Também se pode ler a tabela ao contrário, ou seja, dada
33
º
0,5446 0,8387 0,6494 a razão trigonométrica, encontrar o ângulo.
º
34 0,5592 0,8290 0,6745 Por exemplo, qual será a amplitude do ângulo α se
o
35 0,5736 0,8192 0,7002 cos α = 0,8192?
Observando a tabela vem: α = 35o.
Hoje em dia só se usam as tabelas se não tivermos uma calculadora que permita determinar as razões
trigonométricas (calculadora científica ou gráfica). Para usar a calculadora começa por verificar se ela está a
trabalhar em graus (pode estar a trabalhar em radianos). sin 30
Para calcular uma razão trigonométrica de um ângulo na calculadora: 0,5
‐1
Actividades de aplicação
Na calculadora sin (0,5592)
Logo,
34.00049045 3. Indica:
o o o o
A calculadora também permite conhecer a razão a) sin 27 b) cos 78 c) tan 39 d) cos 2
trigonométrica de um ângulo, conhecida outra razão 4. Usa a calculadora para determinar o ângulo
trigonométrica. α em 1.1. ; 1.2.; 1.3. e 1.4. .
5. Copia e completa:
Exemplo 2 o
5.1. sin 28 = … 5.2. cos … = 0,5
Determina cos α, sabendo que tan α = 2,8 o o
5.3. tan 12 = … 5.4. tan 45 = …
Resolução o
5.5. sin 45 = … 5.6. cos … = 0,707
Na calculadora: 6. Já observas‐te que os valores do seno e do
Determina‐se α co‐seno são menores que a unidade? Será por
acaso?
Determina‐se sin α
6.1. Entre que valores pode variar o seno e o
co‐seno de um ângulo agudo?
Logo, (2 c. d. ). o
6.2. Porque será que a tangente de 45 é 1?
Donde: .
Exemplo 4: Conhecido um lado e um ângulo
De um triângulo [ABC] rectângulo em A sabe‐se que o
comprimento da hipotenusa é 8 cm e = 40o.
Determina: d)
4.1. a amplitude do ângulo C; c)
Resolução
4.1. Sabemos que um dos ângulos agudos do triângulo f)
8.1. 8.2.
Logo, e
Exemplo 5: conhecidos dois catetos
. Logo,
51
6.3. Aplicação da trigonometria na resolução de problemas de matemática e da vida real
A resolução de muitos problemas de geometria é facilitada com o conhecimento da trigonometria.
Exemplo 6
Observa a figura e determina a área do paralelogramo. Actividades de aplicação
Resolução
360o : 6 = 60o Calcula‐se a amplitude do ângulo ABC.
o o
60 : 2 = 30 Determina‐se α.
Para calcular a área do hexágono é necessário saber o
valor do apótema h.
h é o apótema do hexágono.
14. Com que ângulo de inclinação deve descolar o
avião de forma a ultrapassar a montanha?
A altura da árvore será igual mais a altura do António. Sendo , e α = 42o , usando tan α:
;
Actividades de aplicação
5,4 + 1,8 = 7,2. A árvore tem, aproximadamente, 7,2 m de altura.
15. Observa as figuras e para cada uma
Exemplo 8
delas determina x. Apresenta a resposta
com uma casa decimal.
15.1.
De acordo com os dados da
figura calcula a altura da torre.
Resolução
Considerando os dados, verificamos
que conhecemos um cateto e pretendemos saber o comprimento do outro,
daí vamos usar tan α.
53
Nota: Nos cálculos intermédios, sempre que possível, Actividades de aplicação
não deves proceder a arredondamentos. Deves
o
conservar o valor exacto, como por exemplo tan 25 , 16. Num concurso de tiro aos pratos, um prato foi
o
e introduzir na calculadora esse dado. lançado segundo um ângulo de 30 com o solo.
Se não tiveres calculadora científica e utilizares a Sabendo que o prato foi atingido a uma altura de 10
tabela trigonométrica, nos cálculos intermédios, m, qual a distância que percorreu?
deves utilizar o arredondamento com as quatro casas
decimais da tabela.
x
Não te esqueças que normalmente o resultado final
não é um valor exacto, pelo que deves utilizar o
símbolo (aproximadamente igual a).
Exemplo 10
O Valdemar quer conhecer a largura de um rio e a altura
de uma árvore. Colocou‐se na berma do rio (posição O),
17.
mediu o ângulo de elevação do topo da árvore e obteve
De acordo com os
50o. Afastou‐se 50 m e na sua posição C mediu
dados da figura
novamente o ângulo de elevação do topo da árvore, determina a
obtendo 30o. altura a que se
encontra o balão.
Calculemos
. Actividades de aplicação
casas decimais:
2 2 2
b + c = a ← teorema de Pitágoras
21.1. 20.2.
22. De acordo com os dados da figura determina
a altura da falésia.
Logo:
ou
Fórmula fundamental da trigonometria
Logo, .
55
UNIDADE 7 – ESPAÇO – OUTRA VISÃO
7.1. Sólidos geométricos (revisão)
Os sólidos classificam‐se em poliedros e não‐poliedros. Poliedros são os sólidos que são limitados apenas por
superfícies planas. Os elementos de um poliedro são as faces, as arestas e os vértices. As faces de um poliedro
são polígonos.
Sólidos Platónicos
Há mais de 2500 anos que os Gregos
Poliedros Não poliedros
descobriram que só há cinco poliedros regulares
(poliedros cujas faces são todas
geometricamente iguais). A sua designação deve‐
se a Platão, que os descobriu em cerca de 400
a.C..
São os seguintes os sólidos platónicos:
Volumes de sólidos
Cubo Paralelepípedo Prisma Cilindro Pirâmide Cone
Actividades de aplicação
56
Resolução
Actividades de aplicação
2. Calcula o volume dos seguintes
prismas regulares:
2.1.
1.1.
Área lateral da superfície do cilindro:
Volume do cilindro:
3.2.
altura
Área da base
Exemplo 2
Determina, com uma casa decimal, a área lateral, a área total e o volume de um cone com 3 cm de raio da base
e 8 cm de altura.
57
Resolução
Actividades de aplicação
Área lateral da superfície do cone
Como podes ver na planificação do cone a base da parte lateral é 4. Determina o volume de cada um dos sólidos.
4.1. 4.2.
igual ao perímetro da base que é um círculo. Então .
4.3
Exemplo 3
Para fazer uma floreira cortou‐se uma
parte a uma pirâmide, como se mostra
na figura. De acordo com os dados 4.6. 4.7.
determina a capacidade, em litros, da
floreira.
Nota:
1 dm3 = 1 litro
Resolução
Volume, V1, da pirâmide completa:
4.8.
58
O volume da esfera é do volume de um cilindro de raio da base igual ao da esfera e altura igual ao diâmetro
da esfera.
Volume de esfera =
V cilindro
Exemplo 4
Quatro bolas de ténis estão numa caixa cilíndrica, como se mostra na figura.
O diâmetro de uma bola de ténis é 8 cm. Determina:
4.1. o volume de uma bola;
4.2. a área da superfície de uma Actividades de aplicação
bola; 3
6. Uma pirâmide quadrangular de 40 cm
4.3. o volume da caixa cilíndrica;
de volume, tem de aresta da base 5 cm.
4.4. a razão entre o volume das quatro bolas e o volume da caixa. Qual é a altura da pirâmide?
Resolução 7. Um perfume está embalado numa caixa
As bolas de ténis têm a forma de uma esfera. com a forma de um cubo com 15 cm de
A caixa que as contém tem a forma de um cilindro. aresta. O frasco de perfume é formado por
4.1. o raio da esfera mede 4 cm. um cilindro e uma semi‐esfera. A altura do
frasco é 15 cm e a base é um círculo
.
inscrito na base do cubo. Calcula:
Logo, uma bola tem o volume aproximado de 267,95 cm3. 7.1. o volume
do frasco de
4.2. . perfume;
Logo, a área da superfície de uma bola é, 7.2. o volume
do espaço
aproximadamente, 200,96 cm2.
livre entre o
4.3. A altura do cilindro é igual a 4 vezes o diâmetro de uma bola de frasco e a
ténis. caixa.
4 x 8 = 32 cm. 8. Um biberão tem aproximadamente a
forma de um cilindro com 6 cm de
diâmetro e 10 cm de altura. O bebé bebe
4.4. As quatro bolas de ténis têm o volume total de: 160 ml de leite em cada refeição.
3
4 x 267,95 = 1071,8 cm . Qual deve ser a
altura do leite no
Razão:
biberão?
Apresenta o
A razão entre o volume das quatro bolas e o volume da caixa é, resultado com
aproximação às
aproximadamente, .
décimas do
centímetro.
Se olharmos à nossa volta, podemos imaginar rectas e planos no espaço. As diferentes posições relativas entre
dois planos, entre uma recta e um plano ou entre duas rectas são fáceis de identificar.
59
No quadro seguinte apresenta‐se um resumo das posições relativas de dois planos.
Os planos:
ABC e DEF são paralelos;
Recta paralela ao plano Recta secante (ou concorrente) ao plano Recta aposta (ou contida) no
plano
60
Exemplo 6
Observa a figura seguinte. Indica:
Nota:
a) uma recta e um plano paralelos: recta e e plano α;
Os planos podem ser
b) uma recta e um plano secantes: recta por
representados d e plano
letras α;
c) uma recta aposta a um plano: recta a e plano α;
gregas:
d) duas rectas não complanares:: alfarectas c e e;
e) duas rectas paralelas: rectas a :ebeta
e;
f) duas rectas concorrentes: rectas b e d.
: gama
Actividades de aplicação
9. Considerando o paralelepípedo 10. A figura representa um prisma 11. Na figura abaixo temos:
[ABCDEFGH] representado na figura: hexagonal regular. Utilizando as letras ● um rectângulo [ABCD];
da figura: ● um plano que contém a
recta AB;
● um plano que contém a recta
CD;
● a recta MN é a recta de
intersecção dos planos e .
61
Critérios de paralelismo entre recta e plano
Actividades de aplicação
Se existir num plano uma recta paralela a uma recta dada
12. A figura representa uma casa.
que não está contida nesse plano, a recta e o plano são
paralelos.
Se , então
Se e , então
Se num plano existe uma recta perpendicular a outro plano, então os planos são perpendiculares.
Se , então
62
UNIDADE 8 – PROBABILIDADES
Uma experiência é aleatória quando é impossível prever o resultado que se obtém, ainda que repetida nas
mesmas condições.
Uma experiência é determinista quando é possível prever o resultado que se obtém se repetida nas
mesmas condições.
Na figura está representada uma roda da sorte. Roda‐se o ponteiro e pode sair
qualquer um dos números representados (de 1 a 8).
Exemplo 1
Considera a experiência do Actividades de aplicação
lançamento de um dado com
as faces numeradas de 1 a 6. 1. Para cada uma das situações seguintes indica a expressão
1.1. Define o conjunto de que associavas à frase.
resultados. Certo Provável Pouco provável Impossível
A probabilidade do acontecimento
certo é 1.
Na escala das probabilidades tem‐se:
A probabilidade do acontecimento
impossível é 0.
A probabilidade de qualquer outro
acontecimento varia entre 0 e 1.
64
8.2. Cálculo da probabilidade de um Actividades de aplicação
acontecimento. Lei de Laplace. 4.
Na figura está
representado um dado e
a planificação da sua
Tira‐se uma bola, ao acaso, do superfície.
saco. Considera a experiência
Qual a probabilidade de sair uma que consiste em lançar o
dado uma vez e anotar o
bola amarela? número de pontos da
face voltada para cima.
Número de casos possíveis: 4 4.1. Escreve todos os casos possíveis.
Número de casos favoráveis: 3 4.2. Quantos são os casos possíveis?
A probabilidade de sair uma bola amarela é: 4.3. Quantos são os casos favoráveis ao
acontecimento:
3 em 4; ; 75% ou 0,75. a) A : Sair um número par.
b) B : Sair múltiplo de 2.
c) C : Sair divisor de 10.
d) D : Sair um número primo.
Qualquer uma das formas está correcta, mas a forma e) E : Sair um quadrado perfeito.
mais usual de representar a probabilidade de uma f) F : Sair um número par e primo.
acontecimento é usando uma fracção. g) G : Sair um número par ou ímpar.
h) H : Sair um número par ou um divisor de 6
Sempre que os acontecimentos elementares são
equiprováveis, isto é têm igual probabilidade de 4.4. Classifica os seguintes acontecimentos:
a) ) M : Sair um número menor que 10.
acontecer, podemos calcular a probabilidade de um
acontecimento utilizando a chamada Lei de Laplace. b) ) N : Sair um número maior que .
Lei de Laplace
Laplace (1749 – 1827) foi
Para acontecimentos elementares equiprováveis:
matemático e astrónomo. Foi
Representando por P (A) a probabilidade do ministro de Napoleão Bonaparte e
acontecimento A, professor.
Uma das suas obras mais
importantes foi a Teoria analítica
das probabilidades.
É considerado por muitos o “pai”
das probabilidades.
Exemplo 2
65
Exemplo 3
Foram feitos e vendidos 100 bilhetes para angariar fundos para o Clube do Ambiente de uma escola. Só um
bilhete tinha prémio. O Marcelo comprou dois bilhetes.
3.1. Indica sob a forma de fracção e de percentagem a probabilidade do Marcelo ganhar o prémio.
3.2. Quantos bilhetes terá que comprar um amigo do Marcelo para ter 20% de probabilidades de ganhar o
prémio?
Actividades de aplicação
Resolução
5. Um dado diz‐se equilibrado quando os acontecimentos
Número de casos possíveis: 100
elementares têm a mesma probabilidade de ocorrer.
2.1.
A figura ao lado
Número de casos favoráveis: 2 representa um dado
equilibrado e uma
planificação da sua
A resposta deve ser dada sob a forma de fracção simplificada. superfície.
Lança‐se o dado ao ar e
2.2.
anota‐se o número da
→ nº casos favoráveis face que fica voltada
→ nº casos possíveis para cima.
Terá que comprar 20 bilhetes. Calcula a probabilidade da face que fica voltada para cima
Exemplo 3 ter:
5.1. um número par; 5.2. um número ímpar;
5.3. um múltiplo de 3; 5.4. um divisor de 24;
5.5. um múltiplo de 12 e de 8;
6. Uma caixa contém várias latas de sumos sendo 4
laranja, 2 de ananás e 6 de maracujá. O António tirou um
Numa caixa há seis bolas verdes. Quantas bolas sumo ao acaso.
vermelhas devem ser colocadas na caixa de modo que a Qual é a probabilidade do sumo que o António tirou:
probabilidade de, ao acaso, tirar da caixa uma bola 6.1. ser de maracujá; 6.2. ser de laranja;
6.3. não ser de morango?
verde seja ? 7. Num saco há três bolas verdes e seis vermelhas. Tira‐se,
ao acaso, uma bola do saco. Indica a probabilidade de sair
Resolução
uma bola:
Procura‐se uma fracção equivalente a cujo
7.1. verde; 7.2. vermelha; 7.3. azul;
numerador seja 6 (número de casos favoráveis) 7.4. verde ou vermelha.
8.
9–6=3 Calcula‐se a diferença entre o número de casos
Um saco contém bolas brancas e pretas
possíveis e o número de casos favoráveis.
e brancas num total de 50. Sabe‐se que
O número de bolas vermelhas que devemos colocar na a probabilidade de retirar, ao acaso,
caixa é 3. uma bola branca do saco é de .
66
Qual a probabilidade de:
4.1. ser rapaz e deslocar‐se a pé para a escola?
4.2. ser rapariga e deslocar‐se de carro para a escola?
Resolução
Número de casos possíveis: 25.
Número de casos favoráveis: procura‐se na tabela.
4.1. 4.2.
Exemplo 5
Perguntou‐se a todos os alunos da 9ª classe de uma escola se usavam o texto de apoio de Matemática para
estudar em casa. Os resultados estão identificados na seguinte tabela:
5.1. A quantos alunos foi colocada a questão?
5.2. Calcula a frequência relativa para cada uma das respostas.
5.3. Escolhido ao acaso um aluno da 9ª classe desta escola, qual é a probabilidade de ele usar sempre o texto de
apoio de Matemática para estudar em casa?
Nota
Resolução
: frequência relativa
5.1. 120 + 10 + 60 = 190. A questão foi colocada a 190 alunos.
5.2. ; ;
Em certas situações, como a do exemplo apresentado, a única forma de calcular a probabilidade é recorrer à
experiência.
Na aplicação da lei dos grandes números, é necessário ter em atenção que o número de experiências a realizar
deve ser significativamente elevado para se chegar a uma conclusão adequada.
67
Exemplo 6
Perguntou‐se a 100 estudantes duma escola quantos tinham pelo menos um cão.
Trinta e cinco responderam “sim”.
6.1. Calcula a frequência relativa dos estudantes que responderam sim.
6.2. Indicou‐se, ao acaso, um aluno da escola. Estima a probabilidade de ele não ter
cão.
6.3. Dos 1500 alunos da escola, quantos se estima que não têm cão?
Resolução
6.1. 6.2.
Actividades de aplicação
10. Na caixa representada na figura ao lado há bolas de três cores: vermelhas azuis e
verdes.
Não sabemos quantas bolas de cada cor há na caixa. Retirou‐se, ao acaso, uma bola da
caixa, anotou‐se a cor e colocou‐se de novo na caixa. A experiência foi repetida 110
vezes, baralhando sempre as bolas. Os resultados obtidos foram os seguintes:
10.1. Ao fazer uma nova experiência e de acordo com os dados, qual é a probabilidade de sair uma:
a) bola verde? b) bola vermelha ou bola azul?
Apresenta o resultado sob a forma de uma fracção irredutível e sob a forma de percentagem arredondada às unidades.
10.2. Sabendo que na caixa há 50 bolas, quantas bolas é de esperar que haja de cada cor?
11. Lançou‐se 1000 vezes o dado cuja planificação da superfície se encontra na figura. Sabe‐se ainda que é um dado
perfeito. Os resultados obtidos foram os seguintes:
12. Numa taça estão 100 rebuçados. A Eurídice tirou, ao acaso, um rebuçado, mostrou‐o ao Márcio e voltou a colocar o
rebuçado na taça. A experiência foi repetida 100 vezes. O João registou os resultados, como mostra a tabela abaixo.
68
13. O pião representado na figura está construído correctamente, isto é, a probabilidade de
sair qualquer um dos números é a mesma. O Alexandre, a Ana, a Alice e a Adriana afirmaram
que, cada um, rodou o pião 200 vezes e mostraram os dados obtidos ao professor.
69
ANEXO 1
70
ANEXO 2
71
Bibliografia e imagens
Texto compilado a partir de:
NEVES, Maria Augusta Ferreira; GUERREIRO, Luís; NEVES, Armando – Matemática 9.º ano ‐ Porto Editora, 2011
FARIA, Luís; AZEVEDO, Alexandre – Matemática Dinâmica 9 – Porto Editora, 2011
Sites da Internet
www.redematematica.wordpress.com ; www.dgidc.min‐edu.pt .
72