Manejo Resistencia Algodao
Manejo Resistencia Algodao
Manejo Resistencia Algodao
Nº9 / 2014
Julho de 2014
Publicação periódica
de difusão cientí-
fica e tecnológica
editada pelo Instituto
Mato-grossense do
Algodão (IMAmt) e
dirigida a profissio-
nais envolvidos com
o cultivo e beneficia-
mento do algodão.
Diretor executivo
Álvaro Salles
Contato
www.imamt.com.br
Email
imamt@
imamt.com.br
Tiragem
2000 exemplares
Figura 1.
Esquema ilus-
trando o modo
de ação das
toxinas Cry.
Após a inges-
tão pelo inseto,
as toxinas Cry,
expressas nos
tecidos da
planta de al-
godão (1), são
ativadas pelo
conteúdo do
intestino do in-
seto e tornam-
se ativas. Esta
toxina se liga
aos receptores
(fechadura) (2)
e forma um
poro na mem-
brana da célula
do inseto (3).
O resultado
é a morte do
inseto (4).
Figura 2. Modelo de reconhecimento das toxinas Cry pelos receptores nas células dos insetos.
população normal (sensível: ou ) Como podemos retardar a evolução da
da mesma espécie. É uma característica he- resistência?
reditária que está presente nas populações Com o objetivo de evitar ou retardar a evolu-
dos insetos que já estão no campo. É ne- ção da resistência das pragas ao algodão Bt,
cessário, portanto, acompanhar a evolução deve-se utilizar o manejo da resistência de
desses indivíduos resistentes ( ). insetos (MRI), que consiste em um conjunto
Os insetos de uma mesma população de várias práticas aplicadas nas áreas agríco-
possuem diferentes combinações de re- las, destacando-se entre elas a utilização de
ceptores. Alguns possuem somente re- plantas que expressam as toxinas em quanti-
ceptores (fechaduras) que reconhecem as dade suficiente para matar os insetos-alvo e a
toxinas Bt e são sensíveis ( a ) a essa tec- existência e manutenção de áreas de refúgio.
nologia. Outros possuem receptores que A expressão das toxinas Bt nos diferentes
não reconhecem as toxinas Bt e são resis- eventos é variável, mas as empresas que comer-
tentes ( ). E há, ainda, alguns que pos- cializam as sementes garantem que os insetos
suem os dois tipos de receptores ( ), -alvo são controlados ou têm sua população su-
mas, mesmo assim, são sensíveis à toxina. primida (Tabela 1), isto é, com pelo menos 60%
Essas diferentes combinações, dentro de de controle, segundo a definição da Monsanto.
uma mesma população, são denominadas Essa expressão significa que as plantas
variabilidade. As plantas Bt exercem sele- produzirão quantidades suficientes da toxina
ção nos insetos sensíveis, permitindo que Bt para eliminar da população os insetos sen-
somente os resistentes sobrevivam (adap- síveis a toxinas Bt. É justamente por isso que
tação) e passem essa característica aos se faz necessário manter insetos heterozigo-
seus descendentes (Figura 3). tos em campo (Figura 3).
Figura 3.
Esquema ilus-
trando a dinâ-
mica genética
dos insetos em
uma população
de campo.
Tabela 1. Tecnologias Bt usadas para o controle das principais pragas do algodão.
Indicações
Algodão Referência
Controle Supressão
Figura 4.
Representação
esquemática
da migração de
insetos sensí-
veis (de áreas
de refúgio) e
resistentes (se-
lecionados pela
tecnologia Bt)
para acasala-
mento.
Possibilitar o encontro
de resistentes e sensíveis
para acasalamento
Como implantar refúgios nas lavouras de al- vem ser realizados como na lavoura convencional e
godão Bt? não se deve utilizar bioinseticidas à base de Bt que
O refúgio deve ser estruturado para maximizar a possuam em sua composição as mesmas toxinas
chance de as mariposas suscetíveis se acasalarem expressas no algodão Bt. O Instituto Mato-grossen-
com as resistentes. Com relação às plantas, elas se do Algodão (IMAmt) recomenda, assim como a
devem ter o mesmo porte e ciclo das plantas Bt, instrução que será lançada pelo Ministério da Agri-
sendo melhor utilizar exatamente a mesma cul- cultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que o
tivar, mas que não expresse qualquer toxina Bt. tratamento de refúgio siga as recomendações das
Devem ser, também, semeadas na mesma época. empresas detentoras das tecnologias Bt.
Assim, presume-se que o complexo de lagartas
-praga que se sucedem nas diferentes fases feno- • Recomendação Bayer – área de refúgio da tecno-
lógicas da lavoura terá seu par ocorrendo no mes- logia TwinLink®: a recomendação técnica é para
mo período no refúgio. que haja refúgio estruturado com 20% da área
Os tratamentos fitossanitários no refúgio de- plantada com sementes não Bt de variedades de
Figura 5.
Exemplos de
configurações
de refúgio.
*
* O IMAmt não recomenda o uso desta
configuração de refúgio (vide texto)
Figura 6. Proporção da área de refúgio.
BAYER. BayerCropScience LP. Alejandra L. Scott. Petition for Determination of Nonregulated Status for In-
sect-Resistant and Glufosinate Ammonium-Tolerant cotton: TwinLink™ cotton (events T304-40 x GHB119).
United States Petition, December 4, 2008.
Dow AgroSciences; Boletim Técnico: WideStrikeTM : Algodão resistente a insetos, com as proteínas Cr-
y1Ac e Cry1F. Dow AgroSciences LLC, Indianapolis, IN. 2007. Disponível em: http://www.fibermaxbrasil.
com.br/Boletim_Tecnico_WideStrike.pdf. Acesso em: 01 de julho de 2014.
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