154 12aidsII
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154 12aidsII
Apresentação
Introdução
Profissionais do sexo..................................................................................................76
Usuários de drogas ( de um modo geral) e usuários de drogas injetáveis....................82
Presídios (população confinada adulta)..........................................................................96
Homens que fazem sexo com homens (HSH)..........................................................102
Garimpo e populações de reservas extrativistas e populações rurais........................108
Caminhoneiros........................................................................................................111
Mulheres........................................................................................................115
População em situação de pobreza.................................................................120
Criança, adolescente e jovens........................................................................124
Local de trabalho...........................................................................................132
Povos indígenas.............................................................................................136
Serviços de prevenção...............................................................................................................140
A prevenção e o controle das DST e aids são prioridades do País. O projeto co-financiado pelo
Banco Mundial alcançou resultados positivos inquestionáveis. Os recursos disponíveis estão sendo
utilizados prioritariamente em ações de prevenção, na garantia dos direitos humanos e no
fortalecimento das instituições públicas e privadas que trabalham com HIV e aids no País.
Em razão dessas iniciativas, as expectativas pessimistas do início dos anos 90 foram convertidas
em esperança, pois a projeção de 1,2 milhões de casos de aids para o ano 2000 não se concretizou,
o que supostamente significa mais de 600 mil infecções evitadas. As taxas de infecção têm
demonstrado tendência de declínio, como observadas em estudos sentinelas realizados entre os
anos de 1997 e 1999, nas populações de clínicas de DST e serviços de pronto-socorro. Entretanto,
a epidemia continua crescendo entre as mulheres.
Outro fato importante que se observa neste relatório são as estratégias de promoção à saúde realizadas
sistematicamente e o apoio significativo das ações das organizações governamentais e não-
governamentais. Como conseqüência destas o uso do preservativo vem aumentando de forma consistente.
Em recente pesquisa, 63% dos homens relataram o uso do preservativo com parceria eventual, enquanto
que 30,8% de mulheres relataram uso de preservativo com parceria eventual.
Além disso, o coeficiente de mortalidade por aids no País, nos últimos 4 anos, foi reduzido em 50%.
Nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, onde se concentra a maior parte da epidemia, esta redução
foi de aproximadamente 70%. Isto foi possível porque o Brasil tem garantido o acesso a todas as pessoas
vivendo com HIV à terapia anti-retorviral. Atualmente são 100 mil pacientes em uso de anti-retorvirais
no País. Até ao final de 2001, o número de pacientes será de cerca de 115 mil pacientes.
Os resultados não se limitam à redução da mortalidade. Entre os anos de 1997 e 2000 foi
reduzida a prevalência de infeções oportunistas em 80% e 234 mil internações foram evitadas,
significando uma economia ao país de cerca de 711 milhões de dólares em assistência médica. E
significando também uma melhora da qualidade de vida das pessoas que vivem com HIV/aids.
Paulo R. Teixeira
Coordenador
Introdução
7
Introdução
Para o Componente 1 está previsto a execução • Assistência e tratamento a pessoas com HIV,
de US$ 128 milhões (43%), no Componente 2, US$ aids e DST incluindo casas de apoio para o
102 milhões (34%) e no Componente 3, US$ 70 cuidado de pacientes com aids e casas para
milhões (23%).
órfãos da aids, também implementará
unidades especializadas de assistência
Principais ações a serem desenvolvidas por existentes, hospitais-dia existentes,
Componentes, conforme previsto no Project
Programas de Assistência Domiciliar
Appraisal Document - PAD:
existentes e assistência a pacientes internos
em hospitais;
Componente 1 • Fortalecimento de serviços de diagnóstico e
tratamento de DST: treinamento em manejos
de casos de DST; licenciamento de centros
• Campanhas publicitárias de massa, visando a de referência nacional que revisarão e testarão
reforçar o processo de conscientização e normas e procedimentos e realizarão estudos
compreensão da transmissão da aids e das especiais; e provisão de reagentes,
DST, e promover práticas mais seguras; medicamentos, preservativos, materiais
• Promoção de práticas seguras através de educacionais e outros suprimentos;
educação, distribuição de preservativos e • Implementação de um sistema de controle
programas de troca de agulhas; logístico centralizado para medicamentos e
• Intervenções entre subgrupos específicos com preservativos, a implementação de um
maior risco de contrair o HIV e outras DST, Sistema de Controle de Custo para a
incluindo homens homossexuais e bissexuais, assistência ao HIV/aids e o desenvolvimento
usuários de drogas intravenosas, profissionais de um sistema de referência para assistência
do sexo, adolescentes, prisioneiros, ginecológica de mulheres HIV positivas.
caminhoneiros e outros; atividades
preventivas orientadas para outros grupos
Componente 3
vulneráveis, tais como mulheres e populações
de baixa renda;
• Promoção de não-discriminação contra
• Vigilância Epidemiológica, incluindo
pessoas com HIV/aids pela Rede Nacional de
pesquisas-sentinelas para HIV/aids e
Direitos Humanos;
expansão/melhoramento do sistema de
• Subprojetos executados por ONG para notificação de casos de HIV e DST, como
prevenção de aids e DST, selecionados de também um estudo nacional de transmissão
forma competitiva; de DST, estudo de prevalência de HIV entre
• Serviços de aconselhamento e serviço de grupos de risco específicos, estudos de
informação do Disque Saúde. subtipos de HIV e outros estudos
epidemiológicos;
Componente 2 • Os Laboratórios de Referência Nacional para
HIV e DST, incluindo suporte para controle
• Melhoria da operação, padronização e controle de qualidade em teste de laboratório, expansão
de qualidade em laboratórios de diagnósticos; da Rede Nacional de Estudos de resistência a
implementação de Centros de medicamentos para tratar DST,
Aconselhamento e Testagem Anônima - CTA implementação de uma Rede para monitorar
e manutenção de centros (CTA) selecionados a susceptibilidade do HIV a terapias anti-
existentes; suporte de laboratórios de saúde retrovirais;
pública municipais por meio de compra de • Atividades de treino, incluindo treinamento
equipamento e suprimentos para carga viral, especializado de pessoal da CN-DST/AIDS,
células CD4 e outros testes diagnósticos;
8
Introdução
9
Introdução
A aids foi identificada pela primeira vez no Brasil Nos últimos anos da década de 90, a freqüência
em 1980. Inicialmente, os segmentos populacionais de casos entre mulheres cresceu consideravelmente,
afetados pela nascente epidemia foram basicamente passando também a predominar a transmissão
os homossexuais e bissexuais masculinos, os heterossexual como forma preferencial de difusão do
hemofílicos e demais pessoas que receberam sangue HIV.
e hemoderivados (Bastos et al., 1995). Em meados
da década de 80, entre os casos de transmissão
As taxas de incidência no período de 1991 a 1999
sangüínea, outro segmento populacional destacou-se
passaram de 8,2 por 100.000 habitantes, em 1991,
entre os novos casos de aids, o dos usuários de drogas
para 14,3 por 100.000 habitantes, em 1998 (Gráfico
injetáveis (UDI). Na primeira metade da década de
1), e 11,2, em 1999 (taxas não corrigidas quanto ao
80, a epidemia manteve-se basicamente restrita a São
atraso de notificação), e apresentam uma grande
Paulo e Rio de Janeiro, as maiores regiões
variação ao longo do território brasileiro. O número
metropolitanas do País, também denominadas de novos casos apresenta-se estável desde 1996, com
metrópoles nacionais. A partir do final daquela
tendência de redução nos últimos dois anos devido à
década, observou-se a disseminação da epidemia para
diminuição de casos em homens. A epidemia de aids
as diferentes regiões do Brasil. Apesar do progressivo
no Brasil é, de fato, o somatório de subepidemias
registro de casos em todas as Unidades da Federação, microrregionais em interação permanente, devido aos
ao longo das décadas de 80 e 90 e início da presente
diferentes momentos de introdução da infecção pelo
década, a epidemia da aids não se distribui de forma
HIV no território nacional, às diferentes condições
homogênea no País, observando-se uma maior
de vida das populações atingidas, às diferentes
concentração de casos nas regiões Sudeste e Sul, as
composições das populações regionais, aos padrões
mais desenvolvidas do País.
de mobilidade da população, entre outros.
16
14
12
10
8
6
4
2
0
82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99
11
Introdução
De 1980 até dezembro de 2000, 203.353 casos indivíduos, na faixa etária de 15 a 49 anos, estavam
foram registrados pela Coordenação Nacional de infectados pelo HIV. Utilizando-se os cortes de 1999,
DST/Aids. Destes, 7.085 foram registrados em a estimativa foi de cerca de 620.000 indivíduos
crianças, 147.630 adultos do sexo masculino e 48.638 infectados. Deve-se salientar que a diferença
do sexo feminino. O grupo etário mais atingido, em observada entre as duas estimativas deve ser vista
ambos os sexos, tem sido o de 20-39 anos, perfazendo com cautela, uma vez que os intervalos de confiança
70,08% do total de casos de aids notificados. Entre são amplos e se sobrepõem. Até junho de 2001 estará
os casos de aids em indivíduos com mais de 13 anos disponível uma nova estimativa de infectados,
de idade, no mesmo período de tempo, 72,44% dos baseada em inquérito sorológico com plano amostral
casos notificados (excluindo os casos com categoria específico para esta estimativa. O grupo-sentinela das
de exposição ignorada) encontram-se na categoria de parturientes foi selecionado para estimação das
exposição sexual e 27,55% na categoria de exposição prevalências da infecção pelo HIV por ser
sangüínea, destes 91,69% referentes à subcategoria considerado, preferencialmente, o segmento
UDI (Ministério da Saúde, 2000). populacional cujas taxas mais se aproximam daquelas
apresentadas pelas mulheres na população geral,
sendo o número de infectados do sexo masculino
ESTIMATIVA DO NÚMERO DE
calculado com base nas razões de sexo entre as taxas
INFECTADOS
de incidência acumuladas preditas para o ano 2003,
próximas a 2 homens para 1 mulher (2:1), tendo em
A partir de estudos de prevalência do HIV em conta que o cálculo das razões de sexo entre as
parturientes, nos cortes do Projeto Sentinela proporções de infectados nos demais grupos-sentinela
referentes aos anos de 1997 e 1998, estimou-se, (pacientes de clínicas de DST e pacientes atendidos
utilizando procedimentos estatísticos para que os em unidades de pronto-socorro) forneceu valores
resultados pudessem ser generalizados em nível próximos à razão predita (Szwarcwald & Castilho,
nacional, que, para o ano de 1998, cerca de 530 mil 2000). Estas estimativas estão dispostas na Figura 1 e
quadro 1.
Figura 1 - Estimativa do número de infectados pelo HIV na faixa etária de 15 a 49 anos por macrorregião.
Brasil, 1998*
12
Introdução
Quadro 1- Estimativas do número, proporção (%) de infectados de 15-49 anos pelo HIV e
correspondentes limites de 68% de confiança, segundo o sexo. Brasil, 1998 e 1999
1998 1999
Sexo Estimativa Limite Limite Estimativa Limite Inferior Limite
Inferior Superior Superior
Feminino Nº 181609 159452 203739 223768 193157 254059
p (%) 0,408 0,358 0,458 0,492 0,425 0,559
Masculino Nº 355311 311246 399326 399205 369582 428609
p (%) 0,824 0,722 0,926 0,906 0,839 0,973
Total Nº 536920 470698 603065 622973 562739 682668
p (%) 0,613 0,537 0,689 0,696 0,629 0,763
TENDÊNCIAS DA EPIDEMIA
Interiorização
13
Introdução
Figura 2 - Distribuição espacial dos municípios com pelo menos um caso de AIDS registrado. Brasil, 1984 - 1986
Figura 3 - Distribuição espacial dos municípios com pelo menos um caso de AIDS registrado. Brasil, 1994 - 2000
14
Introdução
Tabela 1 - Taxas médias de incidência de AIDS (100.000 hab.) por categoria populacional do município
(segundo número de habitantes) e período de tempo. Brasil, 1987 - 1996
0
80 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99
15
Introdução
15
10
0
83 85 87 89 91 93 95 97 99
Enquanto os incrementos relativos do número (Szwarcwald et al., 2000). Uma das conseqüências
de casos em mulheres vêm sendo observados em do impacto da aids em mulheres é o expressivo
todas as regiões do Brasil, vem sendo igualmente número de órfãos, estimado em 29.929 (Tabela 2), e
observada uma desaceleração do crescimento da todas as conseqüências daí decorrentes.
epidemia entre os homens na região Sudeste
16
Introdução
Outra conseqüência direta dessa maior principais barreiras para a redução dessa forma de
participação feminina é o progressivo aumento da transmissão do HIV no Brasil.
transmissão vertical. O primeiro caso de aids
decorrente de transmissão vertical foi registrado no
No Brasil, uma parcela relevante das gestantes
Brasil em 1985, em São Paulo. Daí, até dezembro de
ainda procura cuidados de pré-natal em estágio
2000, foram notificados 5.736 casos atribuídos a essa avançado de gestação ou não recebem cuidados
forma de transmissão (Ministério da Saúde, 2000). apropriados (Santos et al., 2001).
No período de 1984-1987, a transmissão vertical era
responsável por cerca de 22,0% dos casos de aids
em crianças, passando esta proporção a 87,5%, em Estima-se que, no Brasil, 12.898 gestantes estão
1996/1997. infectadas pelo HIV, com base nos estudos-sentinela
da infecção pelo HIV realizados no País. Esse número
corresponde a 0,4% do total estimado de gestantes
Avanços recentes na prevenção da transmissão
para 1998. Diante dessa situação, foi implantada a
vertical e a garantia, por parte do Ministério da Saúde, Vigilância de Gestantes HIV+ e Crianças Expostas"
de disponibilização, a custo zero, do esquema de
que possibilita desde o rastreamento da infecção no
tratamento utilizado no protocolo ACTG-076
pré-natal - condição inicial para o desencadeamento
(Connor et al., 1994) a todas as gestantes sabidamente
das ações profiláticas -, até a mensuração da
infectadas pelo HIV e a seus filhos, permitiram a prevalência da infecção infantil, produto final e
redução da transmissão vertical. Tais iniciativas são
indicador de impacto das ações profiláticas
possivelmente responsáveis pela diminuição, em anos
desenvolvidas. Além disso, os dados referentes ao
recentes, do número dessas ocorrências (não sendo
acompanhamento contínuo da prevalência da
possível descartar outros fatores, como o tratamento infecção entre as gestantes fornecem um indicador
sistemático das mulheres com anti-retrovirais, com a
mais representativo da dinâmica da infecção entre as
conseqüente redução da carga viral plasmática, e,
mulheres, uma vez que tem base populacional,
conseqüentemente, da chance de transmitir o HIV
possibilitando a detecção precoce de flutuações da
para seus parceiros e para os seus conceptos). No prevalência e/ou alterações do perfil epidemiológico
entanto, a identificação de gestantes infectadas pelo da infecção (Ministério da Saúde, 2000).
HIV tem sido difícil, constituindo-se numa das
Figura 4 - Estimativa da proporção de gestantes infectadas pelo HIV segundo macrorregião. Brasil, 1998
17
Introdução
A predominância da transmissão perinatal dentre casos notificados, embora ainda seja elevado o
os casos pediátricos no Brasil tem alterado percentual de casos com escolaridade ignorada.
substancialmente o perfil etário de ocorrências destes
casos. No ano de 1990, 57,1% das crianças
A epidemia de aids, no Brasil, se iniciou nos
notificadas pertenciam a esta categoria de exposição,
estratos sociais de maior escolaridade, com
enquanto que, em 1999, este percentual era de 90,5% progressiva disseminação para os estratos sociais de
dos casos pediátricos. Excluída a percentagem de menor escolaridade. Até 1982, a totalidade dos casos
casos com categoria de exposição ignorada, as demais
com escolaridade conhecida tinha nível superior ou
categorias podem ser consideradas residuais.
um mínimo de 11 anos completos de estudo. Nos anos
subseqüentes, vem-se observando uma tendência de
Pauperização aumento no registro de casos com menor grau de
escolaridade. Em 1999, entre os casos com
escolaridade conhecida, observou-se que 71,83% dos
A posição do indivíduo na estrutura social
constitui um importante preditor das suas condições casos eram analfabetos ou possuíam até 8 anos de
escolaridade, e apenas 28,17% possuíam mais de 11
de saúde, sendo os padrões de risco quase
anos de escolaridade ou curso superior (Ministério
invariavelmente desvantajosos para os indivíduos
da Saúde, 2000).
pertencentes aos grupos sociais menos privilegiados
(Szwarcwald et al., 2000). O nível educacional é
considerado um bom indicador do nível socio- Dentre os casos de aids notificados até 29 de
econômico, por constituir um indicador de fácil maio de 1999, em pessoas entre 20 e 69 anos,
obtenção e possuir uma grande importância como utilizando um modelo logístico de análise
determinante de saúde, além de não apresentar discriminante para reclassificar os casos com
flutuações de curto prazo potencialmente associadas escolaridade ignorada, pode-se perceber que o risco
ao próprio processo de adoecimento (com exceção a que estão expostos os indivíduos do sexo masculino
de crianças em idade escolar). de maior escolaridade ainda é superior àquele
observado entre os indivíduos de menor escolaridade,
com exceção da região Sudeste, onde a epidemia é
A escolaridade tem sido utilizada como uma
mais antiga; e na região Centro-Oeste, onde os dois
variável identificadora do perfil socioeconômico dos
grupos apresentam riscos comparáveis.
Gráfico 4 - Percentual de casos de aids em homens maiores de 19 anos, por ano e escolaridade informada.
Brasil, 1991-1999.
%
80
70
60
50
40
30
20
10 Analfabeto
1°Grau
- 2°Grau
91 92 93 94 95 96 97 98 99 Superior
18
Introdução
Para o sexo feminino, o risco, no mesmo período, as duas categorias de escolaridade nas regiões Norte
é maior entre as mulheres de menor escolaridade, nas e Sul, e o risco é ampliado entre as mulheres com
regiões Sudeste e Centro-Oeste. O risco é similar entre maior escolaridade na região Nordeste.
Gráfico 5 - Percentual de casos de aids em mulheres maiores de 19 anos, por ano e escolaridade informada.
Brasil,1991-1999
%
80
70
60
50
40
30
20 Analfabeto
1°Grau
10 2°Grau
0 Superior
91 92 93 94 95 96 97 98 99
Ainda com relação à escolaridade, observa-se anos de escolaridade, observa-se uma redução do
que a incidência de casos vem aumentando tanto em número de casos entre os homens, o mesmo não
homens quanto em mulheres com até 8 anos de acontecendo no sexo feminino (Tabela 2).
escolaridade. Entre os indivíduos com mais de 11
Tabela 2 - Taxas de incidência de AIDS, segundo sexo e grau de escolaridade* para indivíduos com 20-69
anos de idade por ano de diagnóstico. Brasil, 1990-97
Até 8 anos 03,1 04,7 06,8 08,6 09,6 11,0 13,3 15,6 25,7% 0,000
Feminino
+ de 8 anos 02,2 03,1 05,1 06,0 06,7 07,8 08,6 09,5 24,5% 0,001
Até 8 anos 08,8 12,2 15,9 18,3 19,8 21,2 23,2 25,1 16,3% 0,003
Total
+ 8 anos 16,1 19,2 22,5 22,7 22,9 22,9 22,1 21,3 04,8% 0,047
*Os casos com escolaridade ignorada foram corrigidos por um modelo de análise discriminante.
** As tendências foram analisadas para o período de 1990-96.
***Valores de p
19
Introdução
Gráfico 6 - Percentual dos casos de aids, segundo o ano de diagnóstico e subcategoria de exposição sangüínea.
Brasil, 1991-1999*.
5000
4000
3000
2000
1000
0
91 92 93 94 95 96 97 98 99
Observa-se uma queda das taxas de mortalidade correspondeu a um aumento de 13,1% entre 1994 e
por aids no País, a partir de 1995, coincidindo com a 1995, com uma queda de 37,9% entre 1995 e 1997.
adoção das terapias anti-retrovirais e a prática da Esta tendência de queda na mortalidade não é
distribuição universal e gratuita desses medicamentos homogênea, variando segundo áreas geográficas,
pelo Ministério da Saúde (que se amplia e se sexo, grau de escolaridade e categoria de exposição.
diversifica substancialmente a partir de 1996).
Acompanhando a evolução da mortalidade por aids
Essa queda é mais evidente nas regiões Sudeste
no Brasil, observa-se que a variação percentual e Centro-Oeste e nos indivíduos do sexo masculino.
20
Introdução
Gráfico 7 - Óbitos por aids em números absolutos, segundo sexo. Município do Rio de Janeiro, 1995 a 2000
Óbitos
1800
1600 1469
1400 1267
1200
1000 934
778
800 681 721
600
420 395 364
400 305 303 320
200
0
1995 1996 1997 1998 1999 2000
Gráfico 8 - Óbitos por aids, números absolutos segundo sexo. Município de São Paulo - Brasil, 1995 a 1999
Ó b i t o s p o r aids e m n ú m e r o s a b s o l u t o s , s e g u n d o s e x o .
Município de São Paulo, 1995 a 2000.
3500
3000
2500
2000
1500
1000
500
0
Masculino Feminino Total
Fonte:
PROAIM/SMS-SP
21
Introdução
do que entre os homens. A diferença entre as microrregiões urbanas do País, no ano de 1998, em
tendências das taxas de mortalidade em homens e uma amostra de 3.600 indivíduos de 16 a 65 anos.
mulheres pode ser devida às diferenças de acesso aos Tal pesquisa mostrou que 80% das pessoas, dos 16
cuidados para HIV/Aids (Santoro-Lopes et al., 1998), aos 65 anos, são sexualmente ativas, sendo os homens
entre outros fatores propriamente epidemiológicos (aparentemente, uma vez que existem possivelmente
anteriormente mencionados, possivelmente efeitos das desigualdades de gênero sobre a acurácia
expressando uma difusão mais vigorosa do HIV/Aids das respostas) mais ativos sexualmente (87%) do que
entre as mulheres em anos recentes. Um aparente as mulheres (72%). Na faixa etária dos 26 aos 40
decréscimo nas taxas de mortalidade foi observado anos, estão 89% da população sexualmente ativa. Do
no Rio de Janeiro em São Paulo, entre os homens, total de pessoas sexualmente ativas, 81% mantiveram
antes de 1996 (ano de introdução da HAART) relações estáveis nos últimos 12 meses anteriores à
(Lowndes et al., 2000). Após 1996, pôde ser pesquisa, 6% relações eventuais e 13% relações de
verificado um aumento de sobrevida e/ou redução ambas as naturezas. No referido período, 71% das
do número de óbitos também entre as mulheres, ainda mulheres mantiveram relações sexuais com um único
que obedecendo a uma tendência menos expressiva parceiro, contra 46% dos homens.
de declínio (Lowndes et al., 2000).
Cerca de 35% das pessoas relataram ter tido
Os avanços da terapia anti-retroviral vêm relações sexuais com dois ou mais parceiros e 6%
obrigando a vigilância epidemiológica a repensar sua com mais de cinco parceiros no período. Essa mesma
prática, uma vez que a simples consolidação dos pesquisa mostrou que grande parte da população já
dados de aids não mais espelha a realidade da se "percebeu" exposta (vulnerável) à infecção e que
epidemia, antes reflete o modo como a transmissão 20% fizeram exame sorológico para a infecção pelo
do HIV ocorria há alguns anos, com um intervalo HIV, em serviços públicos ou privados. A faixa etária
progressivamente maior entre novas infecções e que mais demandou estes testes foi a de 26 a 40 anos.
definição sindrômica (caso de Aids). A tendência a
médio e longo prazo, com o acesso precoce às Em relação ao uso de preservativos, 64% da
profilaxias e aos tratamentos atuais, é de que as população sexualmente ativa disseram ter utilizado
pessoas com o HIV permaneçam um tempo bastante ou estar utilizando o preservativo, nos últimos 12
longo nesta condição, sem preencherem os critérios meses, sendo que, entre os jovens, esse percentual
de definição de caso de aids e, portanto, sem serem chegou a 87%. Um dado que chama atenção é que
notificados, o que acarreta distorções na interpretação 48% dos que disseram estar utilizando ou ter utilizado
da evolução da epidemia e dificulta as atividades de o preservativo, o fizeram pela primeira vez nos
planejamento das ações de prevenção e assistência. últimos 5 anos, demonstrando uma adesão crescente
ao emprego desse método de prevenção. Dados da
Em decorrência destes avanços, a vigilância indústria dos preservativos demonstram que, em
epidemiológica vem ampliando suas atividades no 1992, foram comercializados, no Brasil, 50 milhões
campo do monitoramento da infecção pelo HIV de unidades/ano, chegando esse número a 300
através dos estudos-sentinela que vêm sendo milhões, em 1998.
realizados desde 1992 e da vigilância do HIV em
gestantes e crianças expostas, em fase de implantação A "Pesquisa Comportamental de Conscritos de
em todo País. Outras iniciativas em curso se referem Exército Brasileiro", realizada por ocasião da
a assim denominada "vigilância de segunda geração", apresentação destes ao Exército Brasileiro, no ano
que incorpora dados não exclusivamente referentes de 1998, em três estratos compostos por: a)
à infecção pelo HIV, mas variáveis comportamentais, municípios de 5 estados do Norte e Centro-Oeste; b)
(re)avaliadas em intervalos regulares de tempo. municípios dos estados da região Sul; e c) municípios
do Rio de Janeiro e São Paulo), coletou informações
Fatores Comportamentais sobre condições socioeconômicas, práticas sexuais,
uso de drogas injetáveis e problemas relacionados às
infecções sexualmente transmissíveis, em
Na busca de se identificar fatores que possam aproximadamente 30.000 homens de 17 a 18 anos,
estar contribuindo para essa situação, a "Pesquisa permitindo associá-las, pela primeira vez, aos
sobre o Comportamento Sexual da População resultados de exames sorológicos para a infecção pelo
Brasileira e Percepção do Risco para o HIV/AIDS" HIV.
(Berquó et al., 1999) foi conduzida em 183
22
Introdução
Entre os resultados dessa pesquisa, pode-se mais citados foram as bolhas e as feridas no pênis,
verificar que a grande maioria dos conscritos é enquanto o menos freqüente foi a ocorrência de
composta por homens solteiros que moram com a verrugas. Associações significativas entre o grau de
família. Os conscritos residentes no Norte e Centro- escolaridade e a ocorrência de, pelo menos, um
Oeste possuíam menor renda familiar, nível mais problema relacionado às DST, puderam ser mostrados
baixo de instrução, maior taxa de atividade sexual por meio do procedimento de regressão logística. Para
(referida), idade mais precoce de início do a variável "corrimento no canal urinário",
relacionamento sexual, maior número de parceiros comparando-se os conscritos com primeiro grau
no último ano, menor taxa de uso de preservativo e completo àqueles com segundo grau completo, esta
maior percentual de uso de drogas injetáveis. Foi razão atinge 2,8. Os resultados indicam, portanto,
também nesse estrato que se encontrou a maior corroborando estudos desenvolvidos em outros países
proporção de infectados pelo HIV (0,2%). Os (especialmente na Tailândia, em se tratando de
conscritos com maior nível de instrução são aqueles conscritos), que os jovens de mais baixo nível de
que apresentam freqüências mais baixas de atividade instrução e baixo nível socio-econômico são os mais
sexual, iniciam a vida sexual mais tardiamente e suscetíveis às DST. O estudo aponta para a
relatam menor número de parceiros sexuais. Quanto importância da implementação de programas para
ao uso de drogas injetáveis, observou-se que essa adolescentes voltados para a prevenção de
prática diminui à medida que cresce o grau de comportamentos sexuais de risco.
escolaridade. O grau de escolaridade demonstrou
influenciar o percentual de parceiros fixos, no Referências
conjunto de parcerias de natureza diversa,
significantemente mais elevado entre os conscritos Barcellos C & Bastos FI (1996). Social networks
com maior escolaridade. and diffusion of AIDS in Brazil. Bol Oficina Sanit
Panam 121(1):11-24.
A pesquisa mostrou, ainda, que uma elevada
proporção de conscritos relatou haver utilizado Bastos FI, Telles PR, Castilho EA & Barcellos
preservativos na última relação sexual. Analisando- C, (1995, 2a edição 1999). A epidemia de AIDS no
se o uso do preservativo nos últimos 12 meses, Brasil. In: Minayo, MCS (org.). Os muitos brasis:
observou-se que este uso diminui quando os parceiros Saúde e população na década de 80, pp. 245-268.
são fixos, aumentando progressivamente no caso de São Paulo/Rio de Janeiro: Hucitec & ABRASCO.
parceiros casuais, pagantes ou pagos. Este uso
aumenta ainda de acordo com o grau de escolaridade.
O menor número médio de parceiros pagos ou Berquó E et al. (2000). Comportamento Sexual
da População Brasileira e Percepções do HIV/AIDS.
pagantes é encontrado no Rio de Janeiro e São Paulo
Brasília: Ministério da Saúde
e o maior no Norte e Centro-Oeste.
23
Introdução
24
Introdução
25
Introdução
26
Introdução
• FAO - Organização das Nações Unidas para a Outro eixo de parcerias refere-se à estabelecida
Agricultura e Alimentação no âmbito do Sistema Único de Saúde com os 26
estados federados, o Distrito Federal, 148 municípios
• PNUD - Programa das Nações Unidas para o
e três Consórcios Intermunicipais. A parceria visa a
Desenvolvimento
descentralização das ações e a garantia do
• BIRD - Banco Internacional para desenvolvimento de atividades para a promoção à
Reconstrução e Desenvolvimento saúde, a melhoria da qualidade de vida das pessoas
• GTZ - Cooperação Alemã para o vivendo com HIV e aids e ao fortalecimento das
Desenvolvimento instituições, incluindo a capacitação de profissionais,
vigilância epidemiológica, pesquisa e aprimoramento
• USAID - Agência de Desenvolvimento do processo de gestão.
Internacional
• ABC - Agência Brasileira de Cooperação
Ainda, no contexto do Aids-II, ressalta-se o
• FHI - Family Health International fortalecimento das interfaces para a implementação
• Ministério da Saúde de projetos específicos com instituições de fomento
• Representantes da sociedade civil e apoio a pesquisas, Universidades, Órgãos
Governamentais da área de saúde e de
desenvolvimento social, além da parceria com
Foram assinados entre o Governo Brasileiro a Organizações Não-Governamentais, com o setor
UNESCO e o UNDCP projetos de cooperação técnica privado e demais segmentos da sociedade civil. Estas
e financeira que, entre outros objetivos, visa ao parcerias vêm garantindo a ampliação da participação
fortalecimento e à implementação das ações de da comunidade na luta contra a aids, reforçando o
prevenção e controle de DST e aids previstas no processo de controle social, convergindo, também,
Segundo Acordo de Empréstimo com o Banco para a sustentabilidade das ações do Projeto.
Mundial.
27
Introdução
28
Introdução
29
Introdução
sustentabilidade das ações executadas; realiza às DST e aids; e coordenação, com o apoio de
treinamentos de profissionais para atuarem nestas cooperação técnica internacional, do processo de
assessorias; edita boletim dirigido aos integrantes da avaliação de qualidade dos procedimentos
Rede; fomenta o desenvolvimento de iniciativas laboratoriais.
comunitárias de promoção e monitoramento de
direitos humanos; produz material informativo sobre
UNIDADE DE EPIDEMIOLOGIA
direitos humanos e aids; reúne comitê de especialistas
para elaboração de diretrizes nas interseções entre
saúde mental e aids. Responsável pela normalização e coordenação
das atividades de vigilância epidemiológica e do
monitoramento de práticas sociais, como análise e
UNIDADE DE ASSISTÊNCIA
divulgação de informações geradas por diversas bases
de dados estabelecidos sobre DST e aids, linhas de
Responsável pela definição das diretrizes pesquisa epidemiológica e participação nos estudos
técnicas para tratamento das DST, HIV e suas de incidência prevalência e tendências da sífilis
complicações; elaboração da estimativa de congênita e de sífilis adquirida em gestantes e
necessidade e custos de medicamentos para o puérperas; assessoramento e suporte técnico às
tratamento das DST/HIV; coordenação da logística Secretarias Estaduais e Municipais de saúde na
de aquisição e distribuição de medicamentos e execução da vigilância epidemiológica da aids; apoio
preservativos; apoio ao desenvolvimento do Sistema aos treinamentos de técnicos das Secretarias de Saúde
de Controle Logístico de Medicamentos-SICLOM; no uso do SINAN; apoio à formação dos Grupos de
elaboração e implementação de estratégias para Investigação de Casos de Sífilis Congênita;
promoção da adesão dos pacientes à terapia anti- organização e análise dos dados gerados pelos Grupos
retroviral; apoio aos laboratórios oficiais para de Investigação; desenvolvimento de instrumentos
produção nacional de medicamentos anti-retrovirais; de coleta de dados, definição amostral e testagem;
implantação e monitoramento das ações voltadas à realização de estudos periódicos de vigilância
eliminação da sífilis congênita; promoção da comportamental e de inquéritos sorológicos;
capacitação de profissionais no manejo clínico dos acompanhamento da evolução da epidemia de aids e
pacientes portadores do HIV/aids; implantação e da situação das DST no País; articulação com os
gerenciamento da rede de serviços alternativos sistemas de informações existentes no Ministério da
assitenciais (SAE, HD, ADT); coordenação da Saúde; subsidio às áreas técnicas da Coordenação
política nacional para manejo das DST com vistas na Nacional; edição periódica de Boletins
prevenção de suas complicações e a transmissão da Epidemiológicos de DST e de Aids; acompanhamento
infecção pelo HIV; credenciamento de Centros de e avaliação de pesquisas; e vigilância sentinela do HIV.
Referência Nacional para DST e Aids; coordenação
das iniciativas de integração executiva das atividades
UNIDADE DE TREINAMENTO
de assistência e controle da DST/aids com o Programa
de Agentes Comunitários de Saúde e Programa de
Saúde de Família, e com as áreas técnicas de Saúde Responsável pelo gerenciamento de políticas,
da Mulher, da Criança e do Adolescente; coordenação diretrizes e estratégias de capacitação de recursos
da implementação/implantação de serviços para humanos para o controle das DST e aids, em
assistência à mulher portadora de DST e com HIV/ consonância com os objetivos do projeto;
aids; estabelecimento das diretrizes técnicas para a identificação de instituições de ensino aptas a
assistência em DST/aids para populações confinadas, desenvolver atividades de capacitação;
usuários de drogas e pacientes com co-infecção HIV/ assessoramento na elaboração de projetos
tuberculose; desenvolvimento e disseminação das desenvolvidos por instituições de ensino nas áreas
recomendações e práticas de assistência às gestantes de prevenção, assistência, gerência e vigilância
portadoras do HIV/aids, visando a redução da epidemiológica; articulação das ações do projeto com
as unidades da CN-DST/AIDS, e outras unidades e
transmissão vertical do HIV e definição das diretrizes
setores do Ministério da Saúde, Ministério da
gerais e das estratégias para a área específica de
Educação e de instituições de ensino nas três
laboratório; coordenação dos procedimentos para
instâncias de governo; avaliação dos resultados de
aquisição de insumos e equipamentos bem como sua
treinamentos realizados; supervisão e monitoramento
distribuição entre os laboratórios estaduais e dos projetos de capacitação; apoio à elaboração de
municipais; definição das normas de procedimentos materiais instrucionais a serem utilizados nos
para exames laboratoriais no processo de assistência processos de capacitação.
30
Introdução
UNIDADE DE ADMINISTRAÇÃO
31
Introdução
32
Parte I - Implementação Financeira
Implementação Financeira
INTRODUÇÃO
O Segundo Projeto de Controle das DST e da declarada em 9 de fevereiro de 1999. O Acordo prevê,
Aids - AIDS II, resultante do Acordo de Empréstimo para o período de 1998 a 2002, a execução de US$
BIRD nº 4392/BR, celebrado entre a República 300 Milhões, sendo US$ 165 milhões provenientes
Federativa do Brasil e o Banco Mundial, foi assinado do Banco Mundial e US$ 135 milhões da
em 11 de dezembro de 1998 e teve a efetividade contrapartida nacional (federal, de estados e
municípios conveniados).
* Até 31.03.2001
34
Implementação Financeira
Em R$ 1,00
Os dados e informações relativas aos valores execução orçamentária e financeira do Projeto, até
previstos por fonte, por componente e por categorias 31.03.2001, e consolidados nos quadros a seguir
de despesa estão analisados em conjunto com a apresentados e comentados.
Quadro 1
Recursos Programados no PAD, Comprometidos e Executados no Ano de 1999 e 2000
Em US$ milhões
Recursos de 1999 e 2000
Total 1999 e 2000
Especificações BIRD Nacional
VALOR % VALOR % Total %
Programado no PAD para
100 100,00 61 100,00 161 100,00
1999 e 2000
RECURSOS
113,18 113,20 55,90 91,60 169,08 105,02
COMPROMETIDOS**
* Até 31.03.2001
O Quadro I, acima, apresenta uma comparação Na execução orçamentária estão incluídos (i) os
entre o valor previsto no Project Appraisal Document valores que foram empenhados (comprometidos), nas
- PAD nas fontes BIRD e Nacional, para os anos de respectivas fontes, relativos aos orçamentos de 1998
1999 e 2000, e a execução orçamentária e financeira (restos a pagar) e 1999 (total de US$ 74,85 milhões),
realizada nas respectivas fontes, até 31.03.01. (ii) os recursos orçamentários empenhados relativos
35
Implementação Financeira
ao orçamento 2000 ( US$ 79,44 milhões), (iii) o valor valor da execução orçamentária até a data indicada
dos recursos próprios dos estados e municípios (US$ 113,18 milhões), observa-se o percentual de
participantes, no valor de US$ 2,52 milhões, e (iv) execução orçamentária de 113,2 %. Adotando-se o
valor dos recursos apresentados para mesmo índice para com a execução financeira ( SOE
retrofinanciamento no valor de R$ 5,16 milhões que elaborados), temos até a data indicada de 31.03.2001
pela taxa cambial adotada pelo BIRD, resultou em
(US$ 71,51 milhões), observando-se o percentual
US$ 2,80 milhões.
de execução financeira de 71,5 % na fonte BIRD.
Implementação do AIDS II
Recursos Programados e Executados
200
150 Programado no PAD
100
Recursos
50 Comprometidos
0 SOE elaborados
1999 e Fonte BIRD Fonte
2000 Nacional
36
Implementação Financeira
Quadro 2
VALOR
Recursos %
Entidades Executoras PREVISTO NO Execução
Empenhados
PAD 1999 e 2000
* até 31.03.2001
* até 31.03.2001
37
Implementação Financeira
70
60
50
40
30
20
10
0 ATUAL
O. I. PAD
SMS
SES Entidades
MS Executoras
PAD ATUAL
Quadro 3
Demonstrativo da Execução Financeira por Objetivo Geral do Projeto
Em US$ milhões
Objetivos Gerais do Projeto Execução Financeira até PAD para 1999 e 2000
31.03.01
Valor % Valor %
1. Reduzir a Incidência da
infecção pelo HIV/AIDS e 53,74 43,9 61,98 38,50
outras DST
2. Ampliar o acesso e
melhorar a qualidade do
diagnóstico, tratamento e 25,45 20,8 53,93 33,50
assistência em
DST/HIV/AIDS
3. Fortalecer as instituições
públicas e privadas
responsáveis pelo controle 43,12 35,3 45,09 28,0
das DST e AIDS
38
Implementação Financeira
35,3%
43,9%
20,8%
QUADRO 4
11/12/98 A 31/03/01
* Planejado: Conforme os percentuais dos POA 1999 e 2000 consolidados e aprovados pelo BIRD** Executado: Execução
Financeira, incluindo os SOE apresentados ao BIRD e os pagamentos de contrapartida nacional
39
Implementação Financeira
O Quadro 4 indica os valores da execução Destaca-se que 43,9 % do total dos recursos
financeira, em dólares, realizada de 11.12.97 a executados financeiramente foram aplicados no
31.03.2001, distribuídos pelos componentes do componente 1 - de Promoção, Proteção e Prevenção.
Projeto.
No componente 2 - Diagnóstico, Tratamento e
O Quadro 4 representa o PMR - Project Assistência foram aplicados 20,8 % do total dos
Management Report 1 - B, onde estão indicados os recursos executados financeiramente.
componentes do projeto, conforme os valores da sua
programação, da sua execução, as variações e o
Para o componente 3 - Fortalecimento
previsto para todo o Projeto.
Institucional, foram aplicados 35,3% do total dos
recursos executados financeiramente.
Os valores da execução são os valores declarados
em SOE, relativos ao retrofinanciamento e aos SOE
apresentados posteriormente, até 31.03.01, assim
como os valores de contrapartida nacional.
Quadro 5
20%
27%
1 2 3 4 5
40
Implementação Financeira
Quadro (PMR 1 – A - 1)
41
Implementação Financeira
42
Implementação Financeira
4. Serviços de Consultores, Assistência Técnica e Pesquisas 3.627.790,15 2.663.676,04 19.467.857,88 11.996.405,20 23.095.648,03 14.660.081,24 29%
8.435.566,79
5. Administração do Projetos 416.718,00 224.099,89 5.831.966,08 3.351.477,91 6.248.684,08 3.575.577,80 7% 2.673.106,28
6. Informação, Educação e Comunicação - IEC 2.982.044,94 2.330.817,41 2.857.591,86 2.069.433,87 5.839.636,80 4.400.251,28 9% 1.439.385,52
7. Medicamentos (somente DST) 6.597,40 2.899,95 - - 6.597,40 2.899,95 0% 3.697,45
8. Serviços 1.185.783,56 1.014.794,34 4.199.554,45 3.173.434,74 5.385.338,01 4.188.229,08 8% 1.197.108,93
9. Supervisão 330.211,55 319.995,99 776.988,85 691.316,04 1.107.200,40 1.011.312,03 2% 95.888,37
Total Geral = UNESCO + UNDCP 18.733.966,30 14.762.577,19 54.398.599,15 35.874.351,13 73.132.565,45 50.636.928,32 100% 22.495.637,13
1. Bens
8,9
5,6
3,7
2. Mat. Instr.
2,6
3. Trein.
18,8
14,6
4. Serv. Consult.
23,1
14,7
6,2
5. Adm. Projeto
3,6
6. IEC
5,8
4,4
0,0
7. Med. DST
0,0
5,4
8. Serviços
4,2
9. Superv.
1,1
1,0
Comprometido Executado
43
Implementação Financeira
35,9
1. Promoção, Proteção e Prevenção
26,2
9,3
2. Diagnóstico, Tratamento e
Assistência
5,6
27,9
3. Fortalecimento Institucional
18,8
Comprometido Executado
44
Implementação Financeira
RR AP
2 7
AM PA
20 MA CE RN 13
43 21 PI 36 PB 29
AC 18 PE 57
27 RO TO AL 11
18 MT 7 BA SE
29 79 19
DF
53
GO MG
37 68
MS
ES 14
45 SP
324 RJ 194
PR
77
RS SC 61
93
45
Parte II - Componente 1
Promoção à saúde, proteção dos direitos fundamentais das pes-
soas com HIV/aids, prevenção da transmissão das DST, do HIV/
aids e do uso indevido de drogas
Promoção, proteção e prevenção
48
Promoção, proteção e prevenção
49
Promoção, proteção e prevenção
Televisão:
Para todas as redes nacionais abertas
(principalmente em programas preferencialmente
dirigidos ao público-alvo), foi produzida e transmitida
uma programação com volume de 801 GRP
domiciliar, 338 GRP no público-alvo, atingindo um
total estimado de 50.987.300 pessoas. A distribuição
dos investimentos foi baseada na audiência, conforme
relatório de novembro/99, emitido pelo Ibope.
Rádio
50
Promoção, proteção e prevenção
Participaram as emissoras líderes e mais Exibição de filme de 30" nos programas com
populares (FM e AM) das principais cidades onde a maior audiência entre o público-alvo em redes
festa de Carnaval possui maior público. nacionais abertas, alcançando nível de GRP
domiciliar de 1071.
Revista
Visando atingir formadores de opinião e também Rádio
públicos mais segmentados, publicou-se anúncio no
formato de página dupla impressa em 4 cores, nas Veiculação de spot de 30" em emissoras FM e
principais revistas semanais do País. AM das cidades onde a festa de Carnaval possui
maior público, além de Santos e Itajaí, centros
Outdoor urbanos importantes que apresentam grande
Foram exibidos cartazes em 26 cidades, incidência de casos de aids.
privilegiando todo o litoral do País, em um total de
638 outdoors. Outdoor
Exibição de cartazes nas principais capitais e
Cinema cidades da região litorânea.
Visando atingir o público jovem das classes A e
B, foram exibidos filmes nas salas de cinemas dos Os investimentos com esta campanha foram
maiores centros brasileiros: São Paulo, Rio de Janeiro,
Belo Horizonte, Brasília e Porto Alegre. distribuídos entre as seguintes mídias:
R$3.357,525,80 em TV; R$ 325.361,15 em rádio;
R$ 468.697,60 em Outdoor; R$250.194,50 em
NÃO IMPORTA DE QUE LADO VOCÊ ESTÁ, cartazes; R$ 1.584.882,50 em ventarolas.
USE CAMISINHA (2001)
51
Promoção, proteção e prevenção
SE FOSSE SERINGA, VOCÊ USAVA? (1999) Desde 1999, estes trabalhadores vêm sendo
atendidos por ações de prevenção específicas. No
primeiro ano do Projeto Aids II foram veiculadas
Para prevenir o compartilhamento de agulhas e mensagens de prevenção na Revista Caminhoneiro,
seringas e, conseqüentemente, reduzir a infecção pelo publicação periódica dirigida a este público, de
HIV entre usuários de drogas injetáveis, o Programa distribuição gratuita. Foi realizado um concurso de
Nacional de Aids lançou, em 1998, a campanha: Se "frases de pára-choque", que oferecia como prêmio
fosse seringa, você usava? ao vencedor um automóvel novo. Foram recebidas
mais de 7.000 frases, as quais dão indicações sobre o
imaginário do caminhoneiro em relação ao seu
As imagens utilizadas na mensagem de
comportamento sexual, prevenção, DST, drogas e
prevenção causaram um grande impacto, criando uma
aids.
certa polêmica e estimulando o envolvimento de
usuários de drogas injetáveis (soropositivos ou não)
no debate sobre uma abordagem de saúde mais digna
para essa parcela da população, que possibilite um
resgate de sua cidadania e uma inclusão mais justa
no contexto social.
No primeiro trimestre de 2000, foram novamente
Estratégia: produção de cartazes com veiculação veiculadas mensagens de prevenção em parceria com
estritamente dirigida aos UDI. a Revista Caminhoneiro em 12 anúncios de página
simples. Foi também promovido outro concurso,
oferecendo um caminhão de pequeno porte, por
Abrangência: concentração nas regiões Sul e sorteio, àqueles que respondessem a um pequeno
Sudeste e em zonas de fronteira. questionário sociocultural. Este concurso resultou em
mais de 13.000 respostas (atualmente em fase de
Período: dezembro de 1998 tabulação e avaliação). As empresas Ford, Locomotiva
e Vipal cooperaram com o Ministério da Saúde no
rateio dos custos dessa campanha.
CAMINHONEIROS
Em 2000, o Ministério da Saúde decidiu investir
Circulam pelas estradas brasileiras cerca de em nova campanha para esta população, intitulada:
710.000 caminhões e, provavelmente, 1.000.000 de “Camisinha: a melhor amiga da estrada”.
caminhoneiros. Mais de 70% deles são
transportadores de longa distância e passam largos O objetivo principal da campanha era estimular
períodos longe da família e da sua comunidade. Uma a adoção do uso do preservativo entre caminhoneiros
investigação feita com caminhoneiros no Porto de e profissionais do setor de transporte no País,
Santos, SP, apontou para algumas características: associando a segurança na estrada ao uso da
reduzido grau de informação, imaginário povoado de camisinha e direcionado a aproximadamente 800.000
mitos e baixa percepção sobre o risco pessoal em profissionais.
relação às DST e à aids. Essas condições, aliadas à
grande mobilidade desta população, dificuldade de
acesso aos serviços de saúde e baixa escolaridade -
apenas 7% deles completaram oito anos de estudo -
colocam os caminhoneiros brasileiros em uma
situação de grande vulnerabilidade à infecção,
quando comparados a outras classes de trabalhadores.
52
Promoção, proteção e prevenção
53
Promoção, proteção e prevenção
54
Promoção, proteção e prevenção
55
Promoção, proteção e prevenção
TV
Programação nas principais redes nacionais
abertas e TV a cabo, por um período de quinze dias.
Veiculação de comerciais de 60 e 30 segundos, com
volume médio de 270 TRP semanal.
56
Promoção, proteção e prevenção
instrumento na defesa dos jovens contra a epidemia. 2- o comportamento masculino o expõe ao HIV;
“Escute, Aprenda e Viva”, este foi o lema escolhido 3- o comportamento masculino expõe a mulher
pela UNAIDS.
ao HIV;
4- sexo entre homens sem proteção ameaça tanto
A campanha “Escute, Aprenda e Viva sem Aids” homens como mulheres; e
contou com diversas ações de intervenção
possibilitadas pela mobilização nacional em torno da 5- o homem deve considerar que a aids pode
data. Entre as principais, destacou-se mensagem atingir a sua família.
veiculada em TV, spot de rádio, cartaz e dois grandes
shows. Partindo desse paradigma, a UNAIDS
recomendou a abordagem de gênero durante as ações
que tradicionalmente se realizam por ocasião do Dia
Mundial de Luta Contra a Aids.
Objetivo:
Atentar para a responsabilidade do homem sobre
a sua própria saúde e a de seus parceiros e,
principalmente, sobre o seu papel na prevenção e
O primeiro, realizado no Sul, região onde a controle da epidemia da aids no Brasil.
epidemia mais cresce no País, na cidade de Curitiba,
PR, contou com a participação solidária de diversos Veículos:
artistas de renome nacional, público aproximado de
TV, rádio, peças gráficas (banners, cartazes e
15.000 pessoas e duas retransmissões nacionais pela
folders), outdoors e evento (festival de cinema)
Rede Nacional da TV Educativa. O segundo
espetáculo aconteceu na Rocinha, maior favela do Veiculação: dezembro de 2000
Rio de Janeiro, marcando o início de um projeto que
realiza, mensalmente, shows de promoção da saúde
e divulgação de ações preventivas em diferentes
favelas da cidade, com distribuição de preservativos
e folders informativos. Em ambos os eventos, foi dado
especial destaque a mensagens de prevenção em
DST/aids.
57
Promoção, proteção e prevenção
DESCENTRALIZAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO
58
Promoção, proteção e prevenção
Público-alvo:
Tiragem: 3.000
Profissionais de saúde
59
Promoção, proteção e prevenção
Tiragem: 21.000
Sinopse: Mostra dados de período específico do Título: Cuidando de
ano da epidemia de aids no País. Alguém com Aids
Público-alvo:
Título: Boletim de Direitos Humanos em Profissionais de saúde
HIV/Aids - Ano 3, n.º 01 e população em geral
Público-alvo: Profissionais de saúde,
sociedade civil organizada e população geral Tiragem: 4.000
Tiragem: 10.000
Sinopse: Boletim que divulga as ações de Direitos
Humanos em HIV/aids.
Sinopse: Ressalta a importância do tratamento
domiciliar e mostra os cuidados necessários
Título: Terapia Anti-retroviral e Saúde destinados aos pacientes com aids.
Pública - Um Balanço da Experiência
Brasileira
Público-alvo: Gestores de programas, Título: Cuidando da
profissionais de saúde e população geral Minha Criança com
Tiragem: 5.000 Aids
Sinopse: Analisa o processo de disponibilização da
terapia anti-retroviral no Brasil, com um panorama Público-alvo:
geral da Saúde Pública e com os problemas Profissionais de saúde e
específicos que a epidemia pelo HIV/aids população geral
representa para o País.
Tiragem: 10.000
Público-alvo:
Profissionais de Título: Aids - Recomendações para
comunicação Prevenção da Transmissão Vertical do HIV
Público-alvo: Profissionais de saúde
Tiragem: 3.000 Tiragem: 50.000
Sinopse: Normatiza as questões técnicas relativas à
prescrição de medicamentos ARV às mulheres que
Sinopse: Glossário com termos ligados à aids que
vivem com HIV/aids.
procura prestar esclarecimentos técnicos aos
profissionais de comunicação.
60
Promoção, proteção e prevenção
61
Promoção, proteção e prevenção
62
Promoção, proteção e prevenção
Título: Controle do
HIV/aids: a Título: Pesquisas em HIV/ AIDS financiadas
experiência brasileira pelo Ministério da Saúde
1994-1998. HIV/Aids Público-alvo: Sociedade civil organizada
Control: the Brazilian
Experience 1994- Tiragem: 2.000
1998 Sinopse: Resumo de pesquisas em HIV/aids
financiadas pelo Ministério da Saúde e
patrocinadas pela Coordenação Nacional de DST e
Público-alvo:
Aids.
Gestores de
programas e
população geral Título: Política
Nacional de DST/
Aids: Princípios e
Tiragem: 1.500 diretrizes
Tiragem: 3.000
63
Promoção, proteção e prevenção
Público-alvo:
População geral Título: Manual de Condutas - Exposição
Ocupacional a Material Biológico - Hepatite
e HIV
Tiragem: 4.000
Público-alvo: Profissionais de Saúde
Tiragem: 5.000
Sinopse: Publicação que contém o resumo, a
Sinopse: Descreve os cuidados necessários para
descrição e os resultados das pesquisas e trabalhos
evitar a disseminação do vírus HIV e dos vírus
apresentados no III Congresso Brasileiro de DST e
hepatite B e C no ambiente de trabalho e
Aids.
recomenda o que deve ser feito após a exposicão a
esses vírus.
64
Promoção, proteção e prevenção
Público-alvo: Público-alvo:
Sociedade civil População geral
organizada
Tiragem: 250.000
Tiragem: 100
Sinopse: Objetiva subsidiar discussões sobre o Sinopse: Esclarece o que são as DST e a aids, quais
tema "Sustentabilidade nas Ações em HIV e Aids" são seus sinais e sintomas, as formas de contágio e
e ampliar, graças à sua divulgação, o leque de os meios de prevenção.
instituições e pessoas que, de diferentes formas,
estão envolvidas na busca de soluções para
questões relacionadas à aids.
Título: Acceptability
of the Female Condom
Título: Manual de Treinamento e
in Different Social
Aconselhamento em DST, HIV e Aids - 3ª Contexts - Final
edição-reimpressão Research Report
Público-alvo: Profissionais de saúde,
assistentes sociais e psicólogos
Público-alvo:
Tiragem: 3.000 Profissionais de saúde
Sinopse: Sistematiza proposta de implantação da e de educação e
prática do aconselhamento nas Unidades de Saúde sociedade civil
e subsidia as atividades de treinamento de organizada
aconselhamento em DST e aids, oferecendo aos
instrutores recursos conceituais e metodológicos.
Tiragem: 3.000
65
Promoção, proteção e prevenção
66
Promoção, proteção e prevenção
Sinopse: Boletim que divulga as ações de direitos conquistas da luta contra a aids no Brasil. Descreve
humanos em HIV/aids. os princípios metodológicos e as reflexões
acumuladas no decorrer dos trabalhos.
Título: Boletim da Rede de Direitos
Humanos em HIV/Aids - Edição Especial Título: Fios da Vida:
Público-alvo: Profissionais de saúde, tecendo o feminino
sociedade civil organizada e população geral em tempos de aids
Tiragem: 20.000
Sinopse: Boletim que divulga as ações de direitos Público-alvo:
humanos em HIV/aids. Sociedade civil
organizada e
multiplicadoras de
Título: Boletim Epidemiológico - Aids - Ano ações em prevenção
XIII - nº 2 - Semana Epidemiológica 23 a 35 de DST/aids
- Julho a Setembro/00
Público-alvo: Profissionais que trabalham no Tiragem: 3.000
Sistema de Vigilância Epidemiológica e
pesquisadores
Tiragem: 22.000 Sinopse: Retrata oficinas de trabalho que incluem
informações sobre DST, aids, negociação com o
Sinopse: Mostra dados de período específico do parceiro etc. que possam esclarecer e orientar a
ano da epidemia de aids no País. população feminina sobre suas dúvidas relativas às
DST, aids e sexualidade.
Título: Código de
Transas sem Título: GAPAs: uma
Fronteiras resposta comunitária à
epidemia da aids no
Público-alvo: Brasil
População em situação
de pobreza Público-alvo:
Organizações da
Tiragem: 15.000 sociedade civil
Tiragem: 2.000
Sinopse: Cartilha referente à prevenção das DST,
HIV/aids para população em situação de pobreza.
Sinopse: História da formação e implementação
Título: Ativismo e dos primeiros GAPAs no Brasil.
Liderança: uma
metodologia na luta Título: Legislação
contra a aids sobre DST e Aids no
Brasil Volume 1:
Direitos Humanos
Público-alvo:
Sociedade civil
organizada e ativistas Público-alvo:
na luta contra as DST/ Profissionais de
aids saúde, juristas,
Tiragem: 3.000 legisladores e
pesquisadores
Tiragem: 3.000
Sinopse: Histórico dos 4 treinamentos realizados
nas regiões Sul, Nordeste, Norte, Centro-Oeste e
Sudeste, trazendo o contexto político e as
67
Promoção, proteção e prevenção
68
Promoção, proteção e prevenção
Público-alvo: Público-alvo:
Profissionais da Profissionais de
educação e saúde, pesquisadores e
multiplicadores sociedade civil
adolescentes no organizada
ambiente escolar Tiragem: 2.000
Tiragem: 2.000
Sinopse: Resultado de dois importantes estudos
Sinopse: Estudo que trata do conjunto das Ações de brasileiros - o Projeto Bela Vista, de São Paulo, e o
Prevenção de DST/aids e Uso Indevido de Drogas Projeto Horizonte, de Belo Horizonte - sobre o
nas escolas brasileiras de ensino fundamental e comportamento sexual entre os HSH, permitindo o
médio. desenho de políticas públicas mais eficazes e
efetivas na prevenção da infecção do HIV.
69
Promoção, proteção e prevenção
Público-alvo: Público-alvo:
Profissionais de saúde Profissionais de Saúde
mental
Tiragem: 10.000
Tiragem: 6.000
Tiragem: 2.000
Sinopse: Objetiva dar ferramentas aos jornalistas e
profissionais de mídia jovem em geral para
Sinopse: Objetiva introduzir uma nova política aprofundar a discussão sobre o tratamento editorial
para os Centros de Testagem e Aconselhamento, das questões relacionadas à prevenção das DST,
consolidando-os como um serviço de caráter HIV/aids.
essencialmente preventivo, criando novas
estratégias de aconselhamento em HIV/aids.
Título: Programa
Brasileiro de DST e
Título: Manual do Multiplicador - Aids
Adolescente (reimpressão)
Público-alvo: Educadores e multiplicadores
Público-alvo:
adolescentes
População geral
Tiragem: 5.000 nacional e
Sinopse: Proporciona as ferramentas metodológicas internacional
básicas para o desenvolvimento de um programa de
capacitação de monitores adolescentes em Tiragem: 3.000
atividades educativas de prevenção às DST/aids.
70
Promoção, proteção e prevenção
Título: Sexualidade,
Prevenção das DST/
aids e Uso Indevido de
Drogas - Diretrizes Sinopse: Material instrucional e pedagógico que
para o Trabalho com atende às necessidades de educadores de crianças e
Crianças e adolescentes nas estratégias de sensibilização,
Adolescentes educação e prevenção frente às DST, HIV/aids.
Público-alvo:
Educadores e
população geral
Tiragem: 2.000
71
Promoção, proteção e prevenção
O Programa Brasileiro de Aids está A repercussão desta matéria foi maior em meios de
constantemente presente na mídia brasileira. É informação internacionais do que nos nacionais. Isso
veiculada uma média de 100 reportagens mensais nos possivelmente devido ao momento de instabilidade
telejornais das principais emissoras brasileiras de que o Brasil vivia na época, onde notícias positivas -
televisão, é realizado um programa diário de rádio como era o caso - eram vistas com desconfiança ou
(transmitido para 92 estações) e são publicadas, pelo ceticismo.
menos, 50 matérias em jornais da capital e do interior
do País mensalmente.
Em agosto de 1999, outro tema chamou a atenção
da imprensa: a parceria estabelecida entre o Programa
Em 1999 três importantes assuntos tiveram Brasileiro de Aids e a Igreja Católica. Esta cooperação
grande repercussão na mídia: realizou-se através da Pastoral de Saúde da Igreja
Católica, a qual criou uma comissão de Aids e
Doenças Sexualmente Transmissíveis coordenada por
• Campanha de Carnaval "Viver sem AIDS só
uma pessoa soropositiva. Com essa parceria firmada,
depende de você"; foram fomentadas discussões sobre o papel da Igreja
• O fato da UNAIDS ter decidido lançar no face à epidemia, principalmente no âmbito da
Brasil a Campanha Mundial de Luta Contra a assistência às pessoas vivendo com HIV/aids.
Aids; e Algumas paróquias que já realizavam trabalhos de
• A parceria estabelecida entre o Programa prevenção ao HIV/aids lograram obter uma maior
visibilidade, abordando, inclusive, o uso do
Brasileiro de Aids e a Igreja Católica.
preservativo masculino. No ano de 2000, foi
retomado pela mídia outro debate envolvendo a Igreja
Na primeira quinzena de fevereiro, foi lançado Católica, porém dando destaque ao posicionamento
o filme para TV da Campanha de Carnaval de 1999, contrário desta ao programa nacional de distribuição
com a atriz Regina Casé. Esta foi a primeira campanha de preservativos.
de carnaval que não gerou polêmica e foi
completamente aceita pela opinião pública, inclusive
Em 2000, a Assessoria de Imprensa da CN-DST/
pela Igreja. Esta campanha teve grande repercussão
AIDS trabalhou com três assuntos principais:
na mídia.
72
Promoção, proteção e prevenção
73
Promoção, proteção e prevenção
74
Promoção, proteção e prevenção
INTRODUÇÃO
As políticas públicas visando à promoção de d) Diversificação e ampliação da oferta de
saúde têm como eixos: serviços de prevenção, diagnóstico e
asssistência, bem como de insumos,
a) delinear ações que favoreçam a adoção de resgatando o papel propositivo dos
comportamentos mais seguros quanto aos beneficiários dessas ações.
principais riscos para a saúde;
b) diversificar/ampliar a oferta dos serviços de Para tal fim, cumpre se pautar pelas diretrizes
assistência e prevenção. Os meios para a e princípios éticos que se seguem:
implantação e sustentação dessa política
incluem: ações que promovam a participação a) direitos humanos das pessoas vivendo com
e um maior controle social por parte da HIV/aids (atitudes de solidariedade, não-
sociedade civil; a participação da comunidade preconceito e não-discriminação, garantia dos
nas instâncias executoras, legislativas e direitos individuais e sociais);
jurídicas; e a mobilização da opinião pública b) acesso pleno à rede de saúde (aconselhamento
e disponibilização de insumos. e tratamento de pessoas vivendo com HIV/
aids e/ou DST);
As políticas públicas de saúde dirigidas ao c) descentralização, institucionalização e
controle das Doenças Sexualmente Transmissíveis sustentabilidade das ações de saúde referentes
(DST) e aids se dirigem prioritariamente a grupos e à prevenção, promoção e educação em saúde.
populações particularmente expostos a este conjunto
de afecções e problemas correlatos (como a
Em suma, políticas públicas democráticas devem
tuberculose e a gravidez indesejada).
compreender: desenvolvimento sustentável, melhoria
de qualidade de vida, direito de cidadania,
A despeito de ser o indivíduo singular o objetivo participação e controle social.
último das intervenções visando à mudança
comportamental, todo evento no âmbito da
transmissão das doenças infecciosas é por definição As políticas de prevenção às DST e aids no
multipessoal, além de balizado por diferentes Brasil, têm logrado êxito em diferentes populações,
variáveis estruturais e contextuais, que vão da tais como homens que fazem sexo com homens
formação de parcerias à estrutura das famílias e (HSH), profissionais do sexo e usuários de drogas.
grupos, além de fatores de cunho propriamente Tal êxito relativo de forma alguma pode se traduzir
macrossocial, como as influências sobre os em descontinuidade das ações já implementadas,
comportamentos, atitudes e práticas dos padrões devendo, inclusive, na maioria dos casos,
culturais e configurações políticas. compreender uma intensificação das ações
preventivas, dada a dinâmica mutável da epidemia e
as dificuldades envolvidas no seu adequado
Definir e implementar políticas públicas de monitoramento e prospecção de tendências.
saúde para a promoção de mudanças
comportamentais que se mantenham, ao menos em
parte, ao longo do tempo, requer:a) M u d a n ç a s
individuais de comportamento (vinculadas a
estratégias globais de redução de riscos entre
indivíduos e grupos de pares);
b)M udançasdecrençasenormassociais;
c)Açõesdeinformaçãoeprevençãodestinadas
àpopulaçãoemgeralvisandoàparticipação
comunitáriae;
75
Promoção, proteção e prevenção
PROFISSIONAIS DO SEXO
1.365.720
preserv ativos
masculinos
distribuídos
Fortalecimento de 1 Seminário 200 1 Encontro 180 Travestis
instituições (ONG e Nacional sobre Profissionais Nacional de
OGP) para o Prostituição, do Sexo Travestis e
desenvolvim ento de Saúde, Família e Liberados
ações de prevenção Segurança
dirigidas a
1 Oficina de 24
Profissionais do 3 Encontros 700
Capacitação para Profissionais
Sexo, Travestis e realizados de Profissionais
Agentes do Sexo
Michês Profissionais do do Sexo
Multiplicadores capacitados
Sexo
Profissionais do Sexo Elaboraçã o e Encaminhamentos 20.000
informados sobre a produção de para: exemplares
prevenção as materiais de IEC reedição de cartilha
DST/HIV/Aids e uso no âmbito dos para Profissionais 30.000
indevido de drogas projetos de do Sexo e exemplares
intervenção definição de folder
para Travestis
Obs.: A partir de junho de 2001 serão definidas projeções da cobertura (com base populacional efetiva estimada)
das ações desenvolvidas junto a esta população, a partir de pesquisa abrangente de avaliação, ora em curso.
76
Promoção, proteção e prevenção
BOX 1
Constata-se ter havido, em anos recentes,
ampliação do apoio por parte da CN-DST/Aids à
execução de projetos dirigidos a esta população "Mulheres da Luz" , um estudo etnográfico
(atualmente 43), tendo sido superada a meta em São Paulo, por Selma Lima da Silva
estabelecida para o ano de 2000 (de 36 projetos). As
ações visando à prevenção das DST e HIV/aids vêm "...O que se observa é que com o uso do
sendo priorizadas no conjunto de ações desenvolvidas crack a faixa etária de ingresso na prostituição
pelas ONGs que trabalham com profissionais do sexo. diminuiu de 15 e 16 anos para 10 e 11 anos..."
A atuação governamental vem sendo estimulada "... a relação prostituição e drogas não se
a partir de reuniões técnicas com estados e municípios constitui em fenômeno recente, porém, com o
e discussões no âmbito do grupo gestor. Verificou-se advento do crack, ocorreu uma deterioração da
que 61 Coordenações municipais e 12 Coordenações qualidade de vida das mulheres que se tornaram
estaduais incluíram no POA/2000 ações dirigidas a consumidoras desta droga..."
profissionais do sexo, de ambos os sexos - o que
confirma o envolvimento do setor público em
estratégias voltadas para essa população. Estas "...as informações de campanhas de
iniciativas, porém, ainda estão aquém da necessidade, prevenção ou através de profissionais de saúde
visto que existem 165 municípios conveniados. As circulam de forma correta, muito embora, não
informações disponíveis demonstram ser esta se mostrem suficientes para a incorporação de
população extremamente jovem, com poder hábitos preventivos..."
aquisitivo e nível de escolaridade baixos, sendo
freqüente o consumo de drogas, lícitas e ilícitas. "...o uso do preservativo é facultativo, pois
se [a trabalhadora do sexo] arruma um marido
O consumo de drogas se inter-relaciona com as ou se o cliente for antigo deixam de usar... Se o
práticas dos profissionais do sexo de forma complexa. uso do crack leva ao freqüente descuido no uso
Por um lado, o consumo de álcool e drogas ilícitas do preservativo aumentando a vulnerabilidade
funcionaria como um "amortecedor" das para as DST/Aids, cabe ressaltar que esta é
preocupações constantes de um cotidiano árduo e, uma prática que também ocorre no grupo de
freqüentemente, violento, por outro, este consumo mulheres não usuárias..."
inúmeras vezes ganha um caráter "aditivo" e com
dinâmica própria, fazendo com que a/o profissional "The relationship of illicit drug consume to
do sexo trabalhe, ao menos em parte, para financiar HIV-infection among commercial sex workers
o hábito de consumir álcool e/ou drogas. (CSWs) in the city of Santos, São Paulo, Brazil",
por Szwarcwald e colaboradores. The
Um outro aspecto da questão é a prática do sexo International Journal of Drug Policy 9:427-436.
77
Promoção, proteção e prevenção
Seiscentas e noventa e sete trabalhadoras trabalharam mais horas por dia e referiram ter
do sexo foram entrevistadas e testadas (para a tido um maior número de clientes por dia. De
infecção pelo HIV e outras DST), em Santos, um modo geral, 23% das mulheres disseram
SP. Nas análises univariadas, o 'uso de drogas temer violências se insistissem com os clientes
injetáveis' e o 'uso de crack no mês anterior' se em usar preservativos e 74% relataram medos
mostraram fortemente associados à infecção similares em relação a seus parceiros sexuais
pelo HIV. A análise multivariada destacou como não-clientes.
variável com maior capacidade preditora da
infecção pelo HIV o uso de crack, sendo os
As mulheres com status socioeconômico
demais fatores de risco: o [baixo] 'nível de
mais baixo estavam mais freqüentemente
escolaridade'; 'a prática de sexo anal com infectadas pelo HIV-1 do que aquelas com status
clientes'; 'o uso de drogas injetáveis'; 'a idade
socioeconômico mais elevado (17 versus 4%),
[precoce] da primeira relação sexual' e 'a idade'
sendo o mesmo observado para a sífilis (66 vs.
[mais jovem].
24%) e a hepatite B (52 vs.26%).
78
Promoção, proteção e prevenção
Tabela 1 - Gastos dos OGP* (em R$), nos anos de 1999, 2000 e 2001
masculinos do sexo
Profissionais 237.821,39 676.219,63 184,34% 854.836,44 26,41%
femininos do sexo
Incremento de investimentos, de um
determinado ano, com relação a ano-base anterior Será desenvolvido, ainda, um estudo dirigido a
homens que fazem sexo com homens, freqüentadores
Importantes investimentos técnicos e financeiros de saunas, ampliando o acesso aos profissionais do
estão sendo destinados ao incremento de ações em sexo masculino e, em conseqüência, ampliando a
determinados municípios, com papel central na vinculação destes homens às ONG e OG de referência
dinâmica regional da epidemia, visando à ampliação para a implementação de ações de prevenção.
da abrangência.
79
Promoção, proteção e prevenção
80
Promoção, proteção e prevenção
Sugestões
81
Promoção, proteção e prevenção
Estimativa Populacional
Por ora, estima-se, a partir de dados Porcentagem de casos de aids pertencentes a esta
disponibilizados por outras pesquisas, como a categoria = 36.218 (dados preliminares até 02/09/
2000), equivalentes a 18,5% do total.
desenvolvida junto aos "Conscritos do Exército" e a
18 projetos
aprovados em
concorrência
descentralizada
(estimativa em 2.625
UD/UDI).
Continua
82
Promoção, proteção e prevenção
Situação Atual
83
Promoção, proteção e prevenção
Brasil, com cerca de 50% do total de casos registrados HIV e demais patógenos de transmissão sangüínea
entre os UDI. Esta faixa geográfica coincide, grosso entre aqueles que não querem, não podem ou não
modo, com as principais rotas de trânsito, comércio conseguem parar de injetar drogas.
e exportação da cocaína no Brasil.
Portanto, qualquer estratégia de prevenção
A segunda metade da década testemunha duas realmente eficaz do HIV/AIDS na população de
alterações muito relevantes neste cenário: a vigorosa usuários de drogas e de seus parceiros tem de
expansão da epidemia de aids na direção do litoral incorporar não só medidas que reduzam os danos
sul do Brasil e o expressivo aumento no consumo de secundários ao consumo como, também, reduzam o
crack, inicialmente no Município de São Paulo e, próprio contingente de usuários de drogas injetáveis
posteriormente, em diversas cidades de porte médio de uma dada comunidade.
de São Paulo, e daí para diversas regiões do País.
Na frequência por município de residência, e
As ações de prevenção primária, ainda que
percentual do total de casos (excluindo-se os previstas no texto da legislação em vigor, vêm sendo
ignorados) de subcategoria de exposição UDI, nos
implementadas no país de forma fragmentária. Ao
100 municípios com maior número de casos desta
longo das últimas décadas, as ações repressivas têm,
subcategoria, 61 são do estado de São Paulo.
inegavelmente, concentrado a maior parte dos
escassos recursos destinados à política de drogas no
A dinâmica da epidemia na região litorânea sul país. Além disso, se comparadas às ações repressivas,
e no extremo sul do País (próximo à região litorânea) as estratégias preventivas são bastante menos visíveis
vem sendo fortemente influenciada pela difusão do e seus resultados só podem ser evidenciados a longo
HIV/aids na população de UDI, com diversos prazo, e utilizando critérios cuja avaliação e
municípios registrando mais de 60% do total de novos mensuração é complexa. Não obstante, constituem a
casos de aids em UDI. Municípios do litoral do Estado única forma de lidar com o eixo central de qualquer
de Santa Catarina, como Itajaí, Camboriú e Balneário mercado - a demanda.
Camboriú figuram hoje entre os municípios
brasileiros com as maiores incidências de aids de um
Alguns trabalhos vêm analisando de forma
modo geral, com participação central dos UDI nas
crítica as ações preventivas desenvolvidas entre nós,
dinâmicas regionais da epidemia. criticando, por exemplo, seu caráter amedrontador e
a falta de precisão das informações veiculadas e a
Em suma, nos defrontamos no Brasil com um necessidade de desenvolver formas inovadoras de
cenário complexo e em permanente mutação referente prevenção que ultrapassem os muros do sistema
tanto ao tráfico quanto ao consumo de drogas. Este escolar e atinjam de fato as comunidades pobres e os
cenário repercute de forma importante na dinâmica menores em situação de rua.
da epidemia do HIV/aids, reclamando diversas
alternativas preventivas, aplicáveis a contextos que
Perfil do Uso de Drogas no Brasil
variam de regiões com um uso incipiente de drogas
injetáveis (ainda que de um consumo intenso de
drogas ilícitas pelas demais vias) a regiões onde Na pesquisa "Levantamento Sobre o Uso de
existem epidemias maduras de HIV/aids na Drogas com Estudantes de 1º e 2º Grau em 10
população local de UDI (com taxas de infecção pelo Capitais Brasileiras" - realizada pelo Centro Brasileiro
HIV por vezes superiores a 60%). de Informações sobre Drogas Psicotrópicas
(CEBRID) -, conclui-se que o uso de drogas
psicotrópicas entre estudantes da rede pública de
A disseminação do HIV entre os usuários de ensino vem aumentando significativamente, ao longo
drogas, seus parceiros sexuais e filhos constitui, sem
do período que vai de 1987 a 1997.
dúvida, um dos mais sérios danos decorrentes do
consumo de determinadas substâncias psicoativas.
Portanto, as ações preventivas devem compreender Nesta pesquisa, observa-se o alarmante consumo
as seguintes iniciativas: desestimular o consumo de de bebidas alcoólicas entre estudantes de 10 a 18
drogas; desestimular a transição para vias mais graves anos, estando, em todos os anos pesquisados, acima
e danosas de consumo; oferecer tratamento aos de 65% o total de alunos que já experimentaram
usuários de drogas (e, eventualmente, a seus alguma bebida alcoólica. Em 1997, o estudo apontou
familiares); evitar, por meio da disponibilização de que 51% dos alunos entre 10 e 12 anos já haviam
equipamentos descartáveis de injeção, a infecção pelo feito uso de álcool e 30% já haviam se embriagado
84
Promoção, proteção e prevenção
com bebidas alcoólicas, sendo que o local relatado Pesquisas recentes têm comprovado o quanto o
mais freqüentemente como o de iniciação foi o usuário de drogas se expõe a riscos quando se
ambiente familiar. relaciona sexualmente sob efeito de drogas, tais como
a realizada no sistema penitenciário do Rio de Janeiro
- DESIPE, em 1999. Neste estudo ficou evidenciado
O consumo imoderado do álcool está associado que 54% dos entrevistados usuários de drogas se
a múltiplos danos, tais como: a) cerca de 61% de todos relacionaram sexualmente com pessoas
os acidentes de trânsito; b) 70% das mortes violentas; desconhecidas sob efeito de álcool e 45% se
c) quarto lugar no grupo das doenças que mais relacionaram sexualmente sob efeito de outras drogas.
incapacitam; d) sétimo lugar dentre as maiores causas
de óbito, na população acima de 15 anos de idade; e)
violência doméstica e comunitária. Ações de Redução de Danos nos Três Níveis
de Governo
85
Promoção, proteção e prevenção
N de OGP / UDI
28 (19%) 36 (20,3%) 38 (21,5 %)
Atualmente, tem havido ampliação da discussão implementam, mobilizando recursos próprios, e têm
para inclusão de ações de prevenção, com ênfase a saúde preventiva como meta e balizamento de suas
naquelas dirigidas a populações de risco acrescido iniciativas. O melhor exemplo neste sentido tem sido
no Sistema Único de Saúde. A consultoria destinada o PRD da Bahia, o qual vem expandindo suas ações
a este fim tem planejado estes recursos desde a junto aos PACS locais, promovendo a capacitação
especificação de insumo de prevenção (que passa a dos agentes e a elaboração de material específico,
ser entendida como um conjunto de materiais de proporcionando, em contrapartida, retaguarda em
suporte tais como preservativos masculinos, termos de supervisão para as equipes de saúde, bem
femininos, seringas , agulhas , gel lubrificante, etc), como a garantia de continuidade das ações de redução
até a especificação dos procedimentos que gerarão de danos.
recursos financeiros para a execução das ações de
prevenção.
Paralelamente, investimentos dirigidos a projetos
de tratamento da dependência química vêm sendo
Este processo de qualificação das ações de incorporados pela Coordenação de Saúde Mental do
prevenção tem colocado ao Ministério da Saúde um Ministério da Saúde por meio da proposta de
novo desafio, já que todos os procedimentos do SUS implantação de serviços em municípios com mais de
tem como base a série histórica de atendimento em 600.000 habitantes, segundo normatização já
serviços de saúde e estas ações deram visibilidade a estabelecida pelo SUS para a área de transtornos
populações historicamente excluídas do Sistema de mentais, fomentando serviços que preferencialmente
Saúde. ofereçam tratamento ambulatorial ou de centro-dia,
promovendo, portanto, ações de redução de danos.
As ações de redução de danos, desta forma, Ainda sob esta ótica, outra contribuição observada
contribuem para a inclusão dos usuários de drogas se dá na medida em que a abstinência deixa de ser
na equidade do sistema, quando disponibiliza não condição essencial para inclusão no tratamento, como
apenas os equipamentos necessários a prática de sexo alternativa às ofertas de tratamento existentes no País
e droga seguros, mas os aproxima do acesso a bens e (entidades religiosas, de auto-ajuda, etc).
serviços.
A organização da sociedade civil também merece
Outros esforços têm sido feitos para a ser destacada entre as ações bem sucedidas nos anos
incorporação das ações de redução de danos no de 2000 e 2001. As duas associações nacionais
âmbito de outras ações abrangentes de saúde, como vinculadas à redução de danos foram fortalecidas,
nos Programas de Agentes Comunitários e de Saúde do ponto de vista técnico e financeiro, pelo nível
da Família (PACS/PSF), pois tais programas contam central, promovendo-se, por um lado, a visibilidade
com o apoio direto dos municípios que os das propostas de redução de danos e, por outro,
86
Promoção, proteção e prevenção
87
Promoção, proteção e prevenção
88
Promoção, proteção e prevenção
-70o C. Em virtude do fato mesmo de não qualquer marcador sorológico para o HBV (ou
termos encontrado uma única infecção recente seja, infecção aguda, crônica ou passada para
para o HIV nestas amostras, não nos o HBV) e para a infecção pelo HCV. Já no projeto
deparamos com o problema habitual de de 1994/6, estes valores foram de,
estimativas desta natureza, os dilatados respectivamente: 7,8%, 55,8% e 69,6%.
intervalos de confiança quando da estimação
de incidência a partir de amostras pequenas. O declínio muito acentuado da prevalência
Repetiremos no projeto em curso (que já para a infecção pelo HCV aparentemente
recrutou mais de 500 usuários de drogas acompanhou o declínio, igualmente expressivo,
injetáveis) o mesmo algoritmo de testagem, dos diferentes comportamentos de risco na
contando desta feita com uma amostra esfera das práticas de injeção (por exemplo,
substancialmente maior, e, portanto, com a redução do compartilhamento ou menor
oportunidade de estimar a incidência da freqüência de injeção). Observou-se, ainda na
infecção pelo HIV nesta população com uma esfera dos hábitos e comportamentos sexuais,
maior margem de certeza. um ligeiro incremento das práticas de sexo
seguro, quando se compara o presente projeto
Igualmente, no âmbito de projeto anterior, ao projeto anterior (1994/6), embora esta
desenvolvido exclusivamente em centros de mudança seja ainda pouco expressiva.
tratamento para o abuso de drogas (Bastos et
al., 2000), encontramos prevalências As razões subjacentes a esse declínio
relativamente baixas para os diferentes global das taxas de infecção parecem fruto,
patógenos de transmissão sexual e sangüínea basicamente, da saturação desta população de
avaliados, inclusive o HIV (0,9%), prevalências dimensão relativamente reduzida, do declínio
estas comparáveis aos dados disponíveis para espontâneo dos comportamentos que põem
a assim denominada "população geral" (com estes indivíduos sob risco, e, possivelmente, da
exceção da prevalência para o vírus da hepatite ação benéfica dos programas preventivos. O
C - HCV -, substancialmente mais elevada no papel destes diferentes fatores deve ser
subgrupo de usuários e ex-usuários de drogas cuidadosamente avaliado.
injetáveis, frente aos demais usuários de drogas
avaliados e à população geral). Ainda que se
tratando de uma amostra cujo processo de Cabe observar ainda que, em contraste com
(auto-)seleção está sujeito a marcado viés - uma o recente aumento da incidência de aids nas
vez que congrega usuários que demandaram cidades (especialmente litorâneas) do sul do
espontaneamente tratamento para um consumo Brasil, onde o papel dos UDI na epidemia
de drogas que lhes pareceu abusivo, regional é absolutamente central, municípios
concordando em permanecer em listas de como Santos (SP) (o maior porto brasileiro),
espera e, posteriormente, num árduo programa após experimentarem uma difusão explosiva do
de tratamento, em regime de internação -, não HIV/aids no começo da epidemia (anos 80), têm
deixa de ser animador constatar que usuários registrado nos últimos anos uma
de drogas com um grau de abuso que justifica "desaceleração" do processo de difusão da
(aos seus olhos e aos olhos dos profissionais) epidemia de aids (expressa pelo registro de
uma internação prolongada não estejam mais novos casos de aids), de um modo geral, e
freqüentemente sujeitos às diferentes infecções especificamente entre os UDI (Mesquita, 2000).
do que a população geral.
Tais achados sugerem que o Brasil está
Comparando o estudo OMS/WHO - II ao experimentando, cronologicamente, diferentes
projeto anterior desenvolvido em 1994/6 epidemias. Uma epidemia mais madura existiria,
("Projeto Brasil"), é possível verificar ainda que por exemplo, em Santos (e Baixada Santista),
o declínio observado no projeto em curso quanto municípios nos quais a prevalência da infecção
à prevalência da infecção pelo HIV se faz pelo HIV entre UDI, antes aparentemente
acompanhar de um declínio em tudo "estabilizada" em níveis muito elevados de 50-
semelhante das taxas de infecção para os 60% (Carvalho et al., 1996), está, assim como
agentes das hepatites B e C (mais pronunciado no Rio de Janeiro, experimentando um declínio
quanto a esta última). Os valores encontrados expressivo (Mesquita, 2000). Resultados
no âmbito do projeto OMS/WHO - II foram de: similares foram ainda relatados em Salvador,
4,5%, 24,3% e 14,1%, para, respectivamente, Bahia, com um declínio igualmente expressivo
a infecção aguda pelo HBV (vírus da hepatite das prevalências das infecções para o HIV e o
B) (definida pela presença do marcador HBsAg); HTLV - vírus causador da leucemia/linfoma das
89
Promoção, proteção e prevenção
células T e da paraparesia espástica tropical - large HIV epidemic: injecting drug users in New
em estudo recente (1999/2000), se comparado York City, 1991 to 1996. Am J Public Health
aos estudos anteriores (vide tabela no texto 88:1801-6.
principal).
Des Jarlais DC, Perlis T, Friedman SR et
Nossa conclusão provisória é que em al. (2000a). Behavioral risk reduction in a
algumas regiões brasileiras (das quais Rio de declining HIV epidemic: injection drug users in
Janeiro, Baixada Santista e Salvador New York City, 1990-1997. Am J Public Health
constituiriam exemplos) existem hoje epidemias 90:1112-6.
de HIV maduras em suas populações de UDI.
Embora não nos seja possível por ora
Des Jarlais DC, Marmor M, Friedmann P et
estabelecer relações de causalidade e al. (2000b). HIV incidence among injection drug
precedência, fato é que nestas mesmas
users in New York City, 1992-1997: evidence
localidades foram implantados, com relativo
for a declining epidemic. Am J Public Health
sucesso, programas preventivos. O quanto das
90:352-9.
alterações observadas na dinâmica dessas
epidemias é possível atribuir em cada região à
saturação da população de UDI, à mudança Friedman SR, Kottiri BJ, Neaigus A et al.
espontânea de seus hábitos, a mudanças na (2000). Network-related mechanisms may help
"cena de uso", e o quanto à ação dos programas explain long-term HIV-1 seroprevalence levels
preventivos, cabe a nós responder. that remain high but do not approach population-
group saturation. Am J Epidemiol 152:913-22.
Bibliografia:
Guimarães ML, Bastos FI, Telles PR et al.
(no prelo). Retroviruses infections in a sample
Bastos FI & Strathdee SA (2000). Evaluating of injecting drug users in Rio de Janeiro City,
effectiveness of syringe exchange programmes:
Brazil: prevalence of HIV-1 subtypes, and co-
current issues and future prospects. Soc Sci
infection with HTLV. J Clin Virol
Med 51:1771-82.
90
Promoção, proteção e prevenção
Outros resultados podem ser extraídos dos em execução pela Universidade Federal de Minas
estudos de linha-de-base (AJUDE I) e, posterior, Gerais, e dos Estudos Multicêntricos realizados em
reavaliação dos PRD (AJUDE II), este último ainda Salvador, BA:
Itajaí = 78,0% (n = 50) Porto Alegre = 77,1% (n = 130) São José do Rio Preto = 38,0
91
Promoção, proteção e prevenção
SÍNTESE DOS RESULTADOS DAS isto é , o saber pode circular e a ação pode ser eficaz
INTERVENÇÕES DESENVOLVIDAS JUNTO em qualquer contexto na trajetória de vida do usuário
A ESTA POPULAÇÃO de droga injetável.
92
Promoção, proteção e prevenção
93
Promoção, proteção e prevenção
• Projeto de Lei Federal para RD, submetido • Maior disponibilidade de recursos para as
em maio/2000 à Câmara dos Deputados e ações de redução de danos;
proposta em estudo no Ministério da Saúde
para apresentação de projeto no executivo para • Maior integração com as demais áreas da
a incorporação da RD na Lei 8080 (Lei que saúde e sucomponentes;
regulamenta o SUS);
• Busca efetiva de uma maior sustentabilidade
• Defesa das propostas de RD no âmbito da das ações, independentemente de recursos da
CN-DST/AIDS;
Coordenação de Saúde Mental e sua
incorporação metodológica em serviços de
tratamento da dependência química • Fortalecimento das ONG no sentido de serem
vinculados ao SUS; reconhecidas (se assim o quiserem como
prestadores de serviços de saúde, na medida
em que a ação de prevenção é qualificada)
• Apoio à estruturação de serviços de saúde
mental para a assistência da dependência • Incorporação de metodologias de ONG/OG
química e acolhimento dos portadores do HIV que atuam com outros segmentos
usuários de drogas; populacionais, com uma história de iniciativas
bem sucedidas;
• Incorporação do tema RD pela COSAM
(Coordenação de Saúde Mental); • Inclusão das seringas e agulhas, gel
lubrificante, aumento da disponibilização
• Implantação de serviços em municípios com supervisionada de preservativos femininos,
mais de 600.000 habitantes para o tratamento como insumos de prevenção, ao lado de
de transtornos mentais e da dependência insumos mais tradicionais, como os
preservativos masculinos.
química.
94
Promoção, proteção e prevenção
95
Promoção, proteção e prevenção
Continua
96
Promoção, proteção e prevenção
SITUAÇÃO ATUAL
Pesquisas sobre o sistema prisional indicam que O amontoamento de presos não é exclusividade
mais da metade dos presos têm menos de trinta anos; dos presídios. O referido levantamento mostra que
95% são provenientes das classes mais pobres, 95% 13 estados estão com os distritos policiais
são do sexo masculino, dois terços não completaram superlotados. Em SP, os DP contam com 33.891
o primeiro grau e cerca de 12% são analfabetos ("O presos em 17.464 vagas, numa proporção de quase
Brasil Atrás das Grades", Human Rights Watch, 2:1. Os estabelecimentos penais com maior
1998). superlotação no Brasil são as delegacias de polícia.
Ao invés de serem usadas para detenções de período
A grave superlotação constitui talvez o problema curto, como deveria ser, as delegacias policiais em
fundamental, e crônico, que aflige o sistema penal vários estados mantêm detentos por longos períodos
brasileiro. Com 43,6% da população carcerária do de tempo, até mesmo anos. A polícia está a cargo de
País, São Paulo apresenta o pior déficit de vagas, em fração substancial da população carcerária. Nos casos
números absolutos, e a maior quantidade de extremos, de São Paulo e Minas Gerais, a polícia
condenados presos em delegacias. tornou-se, na prática, a autoridade prisional,
suplementando e, efetivamente, substituindo o
sistema penal convencional.
Levantamento do Sistema de Informações
Penitenciárias (SIPEN), realizado em janeiro de 2001,
mostra que as celas de presídios têm, em média, 36% O Centro Brasileiro de Estudos e Pesquisas
detentos a mais do que a sua capacidade. São Paulo, Judiciais (CEBEPJ), em pesquisa realizada em São
local onde este déficit chega a 25.978 vagas, tem 39% Paulo e divulgada em março de 2001, revelou que é
de presos a mais do que deveria comportar nas suas comum encontrar jovens de 20 anos acumulando
74 penitenciárias estaduais, sem contar com os penas em torno de 40 anos. Quase a metade dos
problemas da Casa de Detenção (o segundo maior delitos "contra o patrimônio" é cometida por jovens
presídio do mundo). A situação mais grave de na faixa etária de 18 a 21 anos. Apenas 25% dos
superlotação, no entanto, é a do Maranhão: 3,2 presos acusados de furto e 15% de roubo têm mais de 30
por vaga. Sergipe tem um índice de 2,4 presos e Mato anos. Mais da metade dos acusados são reincidentes.
Grosso do Sul e Pernambuco, de 2 presos. Os homens respondem por 97% das ocorrências.
97
Promoção, proteção e prevenção
É inegável que a solução dos conflitos sociais A distribuição regional dos projetos deste
não pode, como querem erradamente alguns, conjunto é relativamente equilibrada, com exceção
desembocar invariavelmente no encarceramento. da região Norte, que conta com um único projeto.
Sete dos 20 projetos estão localizados na região Sul
e 4 em cada uma das demais regiões. As Unidades da
NÍVEL FEDERAL Federação com maior número de projetos desta
natureza são: São Paulo, Santa Catarina (com 3
projetos cada) e Rio Grande do Sul, Distrito Federal
O Brasil não possui, de fato, um sistema penal,
e Pernambuco (com 2 projetos cada). As demais
mas sim muitos sistemas penais. Cada um dos
unidades que contam com projetos destinados a
governos estaduais, assim como o governo do Distrito
detentos são: Acre, Paraíba, Bahia, Mato Grosso do
Federal, administra um conjunto separado de
Sul, Rio de Janeiro e Paraná (com um projeto cada).
estabelecimentos penais com uma estrutura
Em 8 (oito) estados as intervenções preventivo-
organizacional distinta, polícias independentes e, em
assistenciais incorporam ações de redução de danos
alguns casos, leis de execução penal suplementares.
(RD) secundários ao uso de drogas injetáveis (AL,
PE, MS. MG, SP, PR, SC, RS).
O fato de existir uma autoridade estadual sobre
os presídios não é sinônimo de que o governo federal
NÍVEIS ESTADUAL E MUNICIPAL
esteja ausente dessa área. No âmbito do Ministério
da Justiça operam duas agências federais voltadas
para a política prisional: o Departamento Vinte Coordenações Municipais e 11
Penitenciário e o Conselho Nacional de Política Coordenações Estaduais incluíram nos seus POA
Criminal e Penitenciária. Estas duas agências ações com população confinada adulta, além de 05
possuem áreas de interesses distintas: a primeira é projetos de ONG (01 em SP, 03 no RJ e 01 em SC),
primordialmente incumbida dos aspectos práticos aprovados em concorrência descentralizada, que
(tais como o financiamento para a construção de também atuam junto à população confinada.
novos presídios) enquanto a segunda tem seu foco
na orientação intelectual das políticas. Uma
Mobilização social
contribuição importante do Conselho Nacional é a
pesquisa e publicação do "Censo Penitenciário
Nacional". O Brasil tem a maior população carcerária da
América Latina, operando o maior presídio individual
da região. Com uma taxa aproximada de 124,8 presos
Atualmente, 20 projetos, apoiados diretamente
por 100.000 habitantes, o Brasil encarcera menos
pela CN, estão em execução nestes estabelecimentos.
pessoas per capita do que muitos outros países da
Estes projetos contemplam: os treinamentos para os
região, embora a enorme extensão do seu território e
funcionários do sistema prisional e detentos, a difusão
magnitude da sua população geral determinem seu
de informações, a distribuição de preservativos, o
expressivo número absoluto de presos. Nos últimos
aconselhamento e o reforço aos recursos assistenciais
5 anos, houve um incremento substancial dessa
existentes nos sistemas prisionais. Quatro deles são
população, com um crescimento de 34,4% da
de implantação ou ampliação de serviços médico- população carcerária para um aumento populacional
assistenciais em unidades prisionais. estimado em 11,1%. Os presos são quase
exclusivamente originários das classes mais pobres,
Os executores desse conjunto de projetos são sem educação e politicamente impotentes, à margem
instituições e departamentos do Sistema de Segurança da sociedade.
e Justiça (9), ONG (7), serviços universitários (3) e
uma prefeitura (1). Os projetos executados pelas OG Abusos dos direitos humanos ainda são
visam ao conjunto dos sistemas prisionais da unidade freqüentemente cometidos nos estabelecimentos
federada, enquanto os executados por ONG cumprem prisionais e afetam milhares de pessoas. As ações da
uma função mais especializada ou complementar Coordenação Nacional de DST e Aids têm buscado
(como no exemplo de um projeto voltado para enfrentar este desafio. Nas últimas concorrências de
mulheres nas filas de visitas íntimas), ou se destinam projetos da sociedade civil - no âmbito federal e
a grupos menores (como os detentos de determinadas também nas concorrências descentralizadas para os
delegacias ou cadeias públicas). Estados - projetos de intervenção que contemplam a
defesa dos direitos humanos e promoção da cidadania
da população confinada foram considerados
parcerias prioritárias.
98
Promoção, proteção e prevenção
99
Promoção, proteção e prevenção
100
Promoção, proteção e prevenção
Outro ponto importante diz respeito ao regime Avaliamos, por fim, que a implementação do
de progressão da pena. Hoje superlotam os presídios PAB-Presídios (Piso de Assistência Básica), referido
muitos detentos que não recebem os benefícios anteriormente, constitui condição sine qua non para
previstos em lei: é fundamental que a progressão elevar a níveis humanamente aceitáveis as condições
torne-se a regra, não a exceção. de assistência à saúde do detento por parte do estado
brasileiro e base indispensável para conferir reais
A ausência ou insuficiência de materiais de IEC perspectivas de sustentabilidade aos projetos de
prevenção e assistência às DST/aids em presídios.
dirigidos a populações analfabetas (no que nos diz
respeito, relacionado às DST/HIV-aids) constitui
outra das dificuldades de que se ressentem os
executores dos projetos dirigidos às populações dos
nossos presídios.
Sustentabilidade
101
Promoção, proteção e prevenção
Tamanho estimado da população: as estimativas de pessoas) o número de homens que referem relações
disponíveis se reportam ao único estudo sobre com homens nos últimos 5 anos; e em 17,7% (cerca
comportamento sexual de abrangência nacional. O de 8,5 milhões de pessoas) a porcentagem de homens
referido trabalho, de Elza Berquó, estima em 2,5% que referem orientação homo/bissexual.
da população brasileira (aproximadamente 1,3 milhão
Produto 98/99 Cobertura 2000 Cobertura 2001 (Jan/Mar) Cobertura Principais Resultados HIV e DST
(estimada para
2001)
Apoio às ações, eventos 16 projetos 133.892 21 projetos 167.365 36 projetos 292.899 Abrangência: 399.550
e projetos de prevenção
executadas pelas Taxa de Prevalência HIV/Aids:
organizações da 10,8% (n = 1082) e 9,4% (n=570)
sociedade civil 4 eventos 156.400 3 eventos 275.000 (Coortes de SP e MG- 1999)
regionais e pessoas regionais e
nacionais nacionais
Casos de Aids Homo e
apoiados apoiados
Bissexuais:
1. 54.777 (1980-2000)
casos registrados,
Fortalecimento do 4 Centros de 40 ONG 6 Centros de 60 ONG
representando 26,9%
movimento homossexual Capacitação 80 lideranças Capacitação 120 lideranças
do total de 203.353
por meio da capacitação implementados HSH implementados HSH
notificações
de lideranças em (até junho 2001)
2. 1.872 (2000) casos
ativismo e prevenção das
registrados,
DST/Aids
representando 21,8%
do total de 8.596
notificações no
Produção de material Catálogo sobre 1.000 Produção de 1.000.000
período
informativo Homossexuali- ONG/Aids e manual, folder e
3. Total de óbitos (1980-
dade e Aids no Grupos cartaz
2000) no período:
Brasil Homossexuais (até setembro
77.173
2001) Prevalência Outras DST:
29,7% para Hepatite B
(n = 1080) coorte HSH/SP
Projetos Apoiados:
16 projetos em 1999
21 projetos em 2000
36 projetos 2001
Situação Atual
As taxas de infecção pelo HIV entre Homens que No total de casos acumulados no período 1980-
fazem Sexo com Homens (HSH) ainda são, neste 2000, os homo e bissexuais masculinos respondem
início da terceira década da epidemia, por mais de um quarto de todos os casos de aids
substancialmente mais elevadas do que na população notificados no período. Em relação ao ano de 2000,
dita geral. Ainda que tenha ocorrido certa "saturação" esta mesma proporção se reduz, embora se mantenha
da epidemia nesta população, às custas de inúmeras
expressiva - o equivalente a 20% do total de novos
mortes ao longo das duas primeiras décadas da
casos.
epidemia, o número de pessoas vivendo com HIV/
aids pertencentes a este estrato populacional ainda é
expressivo, inclusive em termos de casos novos.
102
Promoção, proteção e prevenção
Para além das análises relativas a casos de aids "Relatório Kinsey" (na verdade, conduzido em outro
(onde existe uma defasagem temporal, por sinal contexto, o dos EUA), que estima em 10% a
crescente, entre novas infecções e registro de casos porcentagem de pessoas que sentem prazer sexual
de, no mínimo, 8 anos), parece estar ocorrendo, no com pessoas do mesmo sexo, de forma preponderante.
Brasil, um fenômeno semelhante ao observado nos
EUA, onde vem sendo observado um
Em que pese a insuficiência de informações, os
recrudescimento da infecção pelo HIV em jovens
dados disponíveis parecem não sensibilizar, de fato,
homossexuais.
os gestores em nível municipal e estadual. Com
algumas exceções, os grupos homossexuais têm
Embora possuam uma casuística relativamente enfrentado dificuldades para verem seus projetos
pequena e estejam sujeitos a vícios de seleção aprovados ou suas parcerias consolidadas no âmbito
evidentes (uma vez que selecionam homens mais local, aparecendo a Coordenação Nacional, em
preocupados com a sua saúde), os estudos muitos casos, como a única instância com
longitudinais (coortes), que têm sido desenvolvidos possibilidades para articular os esforços de prevenção
nas capitais dos Estados de São Paulo ("Projeto Bela direcionados a este segmento da população. Assim,
Vista"), Rio de Janeiro ("Projeto Praça Onze" e grande parte das ações de prevenção, voltadas para
"Projeto Rio") e Minas Gerais ("Projeto Horizonte"), este grupo, ainda está sob a responsabilidade dos
desde o ano de 1994, com este grupo populacional, grupos da sociedade civil organizada. As ONG/aids
identificaram que os casos de soroconversão para o e os grupos homossexuais têm sido os atores
HIV localizavam-se preferencialmente entre os principais das ações de intervenção comportamental
voluntários mais jovens, de menor escolaridade e e mesmo de proposição de políticas públicas
menor renda, o que vai ao encontro das tendências específicas para homens que fazem sexo com homens.
nacionais da epidemia de aids. Embora este protagonismo seja fomentado pela
Coordenação Nacional como um princípio norteador
Os relatórios preliminares dos estudos de São das ações de prevenção, em muitas localidades tem
se traduzido em um isolamento das organizações da
Paulo e Belo Horizonte apontam para prevalências para
sociedade civil e das lideranças homossexuais, devido
a infecção pelo HIV em torno de 10,8% (N=1082) e
à falta de apoio das instâncias governamentais locais.
9,4% (N=570), quando da entrevista de recrutamento,
respectivamente (cabendo observar que se trata de
coortes de soronegativos, ou seja, só aqueles que não Como os grupos homossexuais ou organizações
se mostram infectados no momento do recrutamento da sociedade civil no Brasil ainda têm uma atuação
são incluídos no estudo propriamente dito). O objetivo limitada em relação aos trabalhos de intervenção
principal desses estudos é a determinação da incidência comportamental, possuindo também características
de HIV nesta população, sendo que, em São Paulo, a organizacionais que as impedem de desenvolver
densidade de incidência observada foi de 1,51 por 100 trabalhos de maior abrangência, a cobertura efetiva
pessoas/ano. deste segmento da população ainda é um desafio a
ser enfrentado. Enquanto estados e municípios não
reforçarem como uma de suas prioridades para as
A pesquisa sobre "Comportamento Sexual da
ações de prevenção das DST/HIV/aids, o trabalho
População Brasileira e Percepções Sobre HIV e Aids"
com os segmentos da população com práticas de risco
(CEBRAP, 1999) indica que 2,5% dos indivíduos do
sexo masculino entrevistados informam que, nos acrescido - como é o caso dos homens que fazem
sexo com homens - dificilmente teremos maior
últimos cinco anos, tiveram relações sexuais com
impacto em relação ao número de pessoas abrangidas
homens ou com homens e mulheres. Expandindo
e sensibilizadas por meio das intervenções educativas
(com as devidas ressalvas) o dado para a população
brasileira, encontramos um total de 1.342.509 ou de campanhas de informação.
indivíduos. Já entre os homens que referem preferir
se relacionar com homens/e mulheres, no momento Visando garantir que a resposta governamental
da entrevista, encontramos um percentual de 15,7%, à epidemia pelo HIV/aids junto ao segmento
o que, expandindo para a população brasileira, homossexual masculino da população seja
totalizaria 8.430.954 pessoas. efetivamente articulada com outras instâncias
governamentais, bem como com setores da sociedade
Embora estas sejam cifras consideráveis, grande civil organizada ligados à comunidade homossexual,
parte dos grupos homossexuais no Brasil, ao planejar a Coordenação Nacional vem implementando
estratégias voltadas para a ampliação da cobertura
suas ações, utilizam como linha-de-base os dados do
103
Promoção, proteção e prevenção
das ações dirigidas aos homens que fazem sexo com caráter técnico e político nos estados e de encontros
homens e, ao mesmo tempo, para fortalecer o do Comitê de Gestão, sensibilizar as Coordenações
protagonismo social dos sujeitos de intervenções de DST/Aids locais para a ampliação da sua interface
educativas realizadas, como veremos a seguir. com os grupos homossexuais, visando melhorar o
acesso deste segmento populacional à estrutura de
serviços de saúde e de atenção às DST/aids, bem
Síntese dos resultados das intervenções
como para incentivar a participação destes atores em
desenvolvidas junto a esta população
instâncias de discussão de políticas públicas para o
enfrentamento da epidemia pelo HIV/aids.
1. Apoio a projetos de capacitação de
lideranças e grupos homossexuais
104
Promoção, proteção e prevenção
3. Promoção da visibilidade social e Uma outra linha de eventos apoiados pela esfera
política do movimento homossexual federal está relacionada à promoção de maior
brasileiro visibilidade da cultura e do modo de vida das minorias
sexuais no seio da sociedade brasileira como um todo.
A Coordenação Nacional vem apoiando a Além de mobilizar um grande número de pessoas para
realização de eventos que tenham por objetivo a a defesa de questões políticas e sociais importantes,
mobilização de um grande número de pessoas em como auto-estima e não discriminação das minorias
torno de questões relacionadas à promoção de direitos sexuais, estes eventos conseguem visibilidade
humanos e da cultura específica das minorias sexuais. nacional, na medida em que ocupam espaços
No âmbito destas iniciativas, uma modalidade de significativos na mídia impressa e falada. Em junho
evento apoiado refere-se às ações de caráter de 2000, a Coordenação Nacional apoiou a realização
eminentemente político, onde se promove a discussão da "IV Parada do Orgulho Gay" do Estado de São
dos rumos do movimento homossexual no Brasil e Paulo, que reuniu, segundo cálculos da polícia militar,
sua articulação com outros movimentos de igual 120 mil pessoas e o "8º Festival Mix da Diversidade
natureza em outras partes do mundo. Apesar de não Sexual", evento já consagrado no calendário cultural
contarem com um número expressivo de das grandes capitais do País (São Paulo, Rio de
participantes, o apoio a tais eventos é justificado na Janeiro, Porto Alegre, Brasília, Belo Horizonte e
medida em que estes visam prioritariamente ao Recife), abrangendo cerca de 35 mil espectadores nas
fortalecimento das ações do movimento social das sessões de cinema e mais 15 mil pessoas em
minorias sexuais e a inclusão na agenda do exposições de artes plásticas e shows musicais. Em
movimento de questões relativas à prevenção das ambos os eventos, foram realizadas intervenções
DST/aids. educativas voltadas para a divulgação de informações
sobre prevenção das DST/HIV/aids, com distribuição
de preservativos masculinos.
Nesta perspectiva, em agosto de 2000, foi
realizado o "Juiz de Fora Rainbow Fest" (que reuniu
400 representantes de diferentes instituições de todo Em outubro de 2001, será realizada a próxima
o País) e, em novembro, o "Encontro Regional da edição do "Encontro Nacional de Gays e Lésbicas
International Lesbian and Gay Association - ILGA", que Trabalham com Aids", evento presente desde
com cerca de 1.000 participantes. O primeiro 1980 no calendário do movimento homossexual
encontro teve o mérito de colocar em destaque brasileiro, onde se pretende reunir todos os grupos
questões legais envolvendo as conquistas sociais das homossexuais do País. Além disto, está previsto o
minorias sexuais, por exemplo: benefícios apoio da Coordenação Nacional à realização da "V
previdenciários das parcerias de mesmo sexo e a Parada do Orgulho Gay" do Estado de São Paulo, em
análise das causas de gays e lésbicas no âmbito das parceria com as instâncias Estadual e Municipal de
varas de família. Embora a legitimação de alguns DST e Aids (com a expectativa de participação de
aspectos da vida homossexual ainda não seja unânime 200 mil pessoas) e do "9º Festival da Diversidade
dentro do movimento, a análise dos participantes Sexual", a ser realizado em 06 capitais brasileiras.
levou em consideração a importância destas questões
no que diz respeito à promoção da cidadania das 4. Fomento aos projetos de intervenção
minorias sexuais e, conseqüentemente, do maior educativa de organizações da sociedade
acesso à saúde e à informação. O "Encontro Regional civil e de grupos homossexuais
da ILGA" também cumpriu o papel de fortalecer as
ações da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Na concorrência de 1999 (realizada em março
Travestis (ABGLT), inserindo nessa discussão de 2000) foram aprovados 13 projetos dirigidos ao
política novas lideranças, muitas delas oriundas da público HSH, de um total de 46 propostas
capacitação promovida pelo "Projeto Somos". Mesmo apresentadas. Somaram-se a este conjunto 8 projetos
considerando todas as dissidências comuns em estratégicos que contam com o apoio da esfera federal:
encontros desta natureza e as diferenças ideológicas cinco deles vinculados ao desenvolvimento do
existentes entre a ABGLT e outras lideranças "Projeto Somos" e três relacionados à consolidação
nacionais igualmente expressivas, o Encontro teve o de metodologias de intervenção junto à população
mérito de dissolver tensões dentro do movimento e HSH de classes sociais menos favorecidas e/ou
consolidar o "Projeto Somos" como uma estratégia trabalhadores do sexo. Nesta segunda linha de
que envolve não somente os grupos brasileiros, mas, projetos, tem-se verificado a importância que o uso
também, outras lideranças latino-americanas. de droga (principalmente o crack) assume no cenário
do sexo comercial sendo, portanto, priorizado o
desenvolvimento de estratégias voltadas para a
redução de danos no âmbito do implantação de tais
projetos.
105
Promoção, proteção e prevenção
uso de droga (principalmente o crack) assume no Neste sentido, a Coordenação Nacional prevê a
cenário do sexo comercial sendo, portanto, priorizado realização em 2001 de dois estudos importantes,
o desenvolvimento de estratégias voltadas para a considerando as características epidemiológicas do
redução de danos no âmbito do implantação de tais HIV/aids, bem como a necessidade de aprimoramento
projetos. das estratégias direcionadas aos homossexuais
masculinos.
Na concorrência de 2000 (realizada em
novembro) foram aprovados pelo nível federal 06 O primeiro estudo previsto consiste na realização
novos projetos dirigidos para este segmento da de uma enquete, que poderá vir a ser aplicada
população. No âmbito dos estados que realizaram a periodicamente, junto aos leitores da imprensa gay
concorrência de forma descentralizada, foram masculina do País, com o objetivo de compreender o
aprovados 11 projetos de intervenção modo de vida dos HSH e de estudar sua adaptação
comportamental e educativa, a serem implantados no sexual e preventiva face à epidemia pelo HIV/aids.
Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande O segundo estudo programado tem como objetivo
do Sul, Paraná e Ceará. Para o ano de 2001 ainda dimensionar e qualificar as ações de informação,
está previsto o apoio para 19 projetos de intervenção educação e comunicação em saúde, implementadas
comportamental, visando prioritariamente estimular por organizações governamentais e não-
a implantação de ações de prevenção das DST/HIV/ governamentais junto aos homens que fazem sexo
AIDS junto aos homens que fazem sexo com homens, com homens jovens, voltadas para a redução da
em regiões geográficas pouco abrangidas como o infecção pelas DST/HIV/aids.
Centro-Oeste, Norte e Nordeste.
Outros protocolos de estudo também estão sendo
5. Avaliação e produção de material desenhados objetivando identificar a prevalência de
educativo e instrucional HIV e DST em subgrupos desta população e usuários
da rede de CTA. É necessário garantir que a realização
Em 2000, a Coordenação Nacional de DST e de novos estudos leve em consideração a experiência
Aids coletou uma grande quantidade de material acumulada pelos estudos de corte no País e pelas
informativo produzido em todo o País, dirigido à instituições que, historicamente, têm desempenhado
população de HSH. Este material deverá ser avaliado papel de destaque junto a esta população.
por especialistas na área de comunicação, visando à
produção de cartaz e folder a serem veiculados em Principais Dificuldades e Avanços
nível nacional, subsidiando assim as diferentes ações
educativas desenvolvidas pelas esferas
governamentais e não-governamentais. Como anteriormente referido, a principal
dificuldade no trabalho com este grupo populacional
tem sido quantificar e qualificar o contingente
Neste mesmo ano, uma subcomissão do Comitê populacional a ser abrangido pelas intervenções
Assessor foi instituída, visando a produção da educativas. No entanto, mesmo sem conseguir
segunda edição do “Manual do Multiplicador para identificar as dimensões que a epidemia assume entre
Homossexuais”, publicação apontada como um HSH, avalia-se que a cobertura dos projetos de
importante instrumento para intervenções realizadas intervenção está muito aquém das reais necessidades.
por organizações da sociedade civil. A primeira Se por um lado o trabalho dos grupos homossexuais
reunião desta subcomissão ocorreu em abril e estima- (com destaque para a atuação do "Projeto Somos")
se que até meados de julho este material seja tem garantido relativa estabilidade quanto ao número
disponibilizado no âmbito nacional, possibilitando de projetos dirigidos aos HSH e ao incremento da
fornecer maiores subsídios técnicos para a qualidade técnica destes projetos, por outro, a
implantação de programas e projetos sociais para a natureza e a estrutura das organizações que os
prevenção das DST/HIV/aids dirigidos à população executam não permitem que as ações tenham uma
de HSH. abrangência maior do que a observada. Uma maior
atuação das instâncias estaduais e municipais é
6. Pesquisas e estudos para avaliação do imperativa para aumentar a cobertura das ações
desenvolvidas pela sociedade civil organizada,
impacto das ações desenvolvidas no âmbito promovendo assim a implantação de maior número
das organizações governamentais e não- de estratégias locais para o enfrentamento da
governamentais epidemia junto aos homens que fazem sexo com
homens. Essa proposta também é considerada como
Como referimos acima, carecemos de estudos um dos principais instrumentos para garantir maior
que consigam proporcionar uma noção mais clara da sustentabilidade das ações de prevenção dirigidas aos
interface entre a infecção pelo HIV e o grupos específicos e para as próprias organizações
comportamento da população HSH, no contexto atual. da sociedade civil que trabalham neste campo.
106
Promoção, proteção e prevenção
Com relação à baixa cobertura das ações vez mais fortalecida, seja por meio do apoio político
dirigidas a este grupo populacional, deve-se destacar e institucional da Coordenação Nacional às várias
a realidade enfrentada nas regiões Norte e Centro- ações e/ou reivindicações de grupos representativos
Oeste do País, onde o número de associações do movimento homossexual, seja pela articulação
comunitárias e/ou grupos de homossexuais é política entre as diferentes esferas estaduais e
extremamente baixo ou inexistente. Nestes casos, a municipais da Justiça e da Saúde, objetivando garantir
ação do Estado torna-se ainda mais imperativa e os direitos humanos deste segmento específico da
necessária. Neste sentido, cabe salientar que os dados população.
sobre a incidência acumulada de casos de aids na
categoria homo/bissexuais, segundo município de Outro avanço que merece destaque é a conquista
residência, indicam a relação desproporcional entre
de maior visibilidade das manifestações políticas e
o fomento de ações direcionadas à população HSH e culturais vinculadas às minorias sexuais. Existe hoje
os vinte municípios que apresentam maior
uma incorporação da cultura dita "alternativa" pela
concentração de casos de aids (de um modo geral e sociedade em geral, possibilitando um trânsito social
nesta população), especialmente nas regiões Sudeste,
mais fácil para gays e lésbicas. Ao mesmo tempo, as
Nordeste e Norte. Em 2001, a partir da ampliação da
minorias sexuais têm influenciado modelos culturais
cobertura do "Projeto Somos" e da priorização de tais
e de comunicação social, o que tem alterado o
municípios nas concorrências nacional e
imaginário social, com pautas de condutas menos
descentralizada, pretende-se que essa deficiência seja
preconceituosas e mais tolerantes, principalmente no
atenuada.
que diz respeito às questões relacionadas ao HIV/
aids. Muito do que se ensina e se fala sobre sexo mais
Além da baixa cobertura e da relativa deficiência seguro para mulheres e usuários de drogas injetáveis,
de estudos sobre este segmento populacional, outra por exemplo, parte de uma perspectiva oriunda do
dificuldade que merece destaque é a falta de unidade movimento e da cultura homossexual. Além disto, o
ainda presente no movimento homossexual brasileiro. apoio que a Coordenação Nacional fornece às
Tal aspecto tem dificultado a ampla efetividade, por manifestações como o "Festival Mix Brasil" e a
exemplo, das ações do "Projeto Somos", "Parada do Orgulho Gay", possibilita garantir maior
principalmente em alguns estados brasileiros (como legitimidade para tais eventos, atraindo a atenção da
São Paulo e Rio Grande do Sul - de grande mídia nacional (e, muitas vezes, internacional) e do
concentração populacional e bastante representativos
setor privado para questões relacionadas à orientação
no que diz respeito à epidemia pelo HIV/aids). Por
sexual, aos direitos humanos e ao enfrentamento da
outro lado, há de se ressaltar o aumento da qualidade
epidemia pelo HIV/aids. Este apoio também é
técnica dos projetos executados pelas organizações
da sociedade civil dirigidos a este segmento da considerado uma alavanca no sentido de estimular
população, um dos resultados mais expressivos do uma maior participação da iniciativa privada no apoio
desenvolvimento do "Projeto Somos". Esta estratégia ao movimento social e, ao mesmo tempo, de promover
vem conseguindo fortalecer os grupos homossexuais o marketing social dos insumos de prevenção
até então sem capacidade de resposta à epidemia, (preservativos masculinos, seringas e
consolidando assim uma atuação frente à prevenção lubrificante íntimo).
das DST/HIV/aids de maior qualidade e abrangência.
107
Promoção, proteção e prevenção
Tamanho estimado das populações: estima-se destas populações. No que diz respeito às reservas
que existam 222.584 garimpeiros atuando na extrativistas, estima-se haver 25.640 famílias de
Amazônia Legal, 176.078 garimpeiros em reservas seringueiros, correspondendo a uma cobertura de
legalizadas, o que resultaria numa cobertura das ações 73% das famílias por meio das ações já desenvolvidas
já desenvolvidas de, respectivamente, 40% e 25%
1 - Apoio a 09 projetos 20% da 14 projetos 40% pop. 40% pop 70% pop.
projetos pop. total tot tot. tot.
60 10% da 73% 25% 50%
2- multiplicadores pop. 150 reserva reserva reserva
Capacitação 02 oficinas de resex multiplicadores ex trativista extrativista extrativista
trabalho 30
de agentes e 02 reuniões
participantes de
multiplicadores de avaliação
municípios pólos
dos projetos
01 Diagnóstico
01 pesquisa
de situação
qualitativa em
em seis
3 - Realização regiões de
estados
de estudos e fronteiras
garimpeiros da
pesquisas
Amazônia
20 gestores
Legal
locais
capacitados
20 gestores
locais
4-
capacitados
Capacitação
de gestores
locais
5 – Realização 100
de fórum participantes
nacional de no Congresso
prevenção em de Prevenção
108
Promoção, proteção e prevenção
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Promoção, proteção e prevenção
110
Promoção, proteção e prevenção
CAMINHONEIROS
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Promoção, proteção e prevenção
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Promoção, proteção e prevenção
113
Promoção, proteção e prevenção
Sustentabilidade
114
Promoção, proteção e prevenção
Produto 1998/99 Cobertura 2000 Cobertura 2001 (Jan/Mar) Cobertura Principais Resultados
(estimada para HIV e DST
2001)
Situação Atual
A população feminina brasileira, segundo dados Como descrito com detalhe na seção referente à
do Censo 2000, totaliza 86.126.890 mulheres, 80% epidemiologia do HIV/aids no Brasil, observa-se um
delas vivendo em grandes áreas urbanas do País. crescimento muito expressivo da categoria de
Desde o início da epidemia, foram registrados 52.055 exposição "heterossexual", especialmente nos anos
casos de aids em mulheres, tendo falecido até o finais do período sob análise.
momento 21.857. O número de casos notificados
em mulheres cresceu 71,0% ao longo de todo este Resultados de estudos sobre: comportamento
período, cerca de nove vezes mais que o crescimento sexual da população, desigualdades de distribuição
observado entre os homens (7,6%). de renda e relações de gênero, violência contra a
mulher, baixos índices de escolaridade da população
No período de 1994-98 o percentual de e sobrecarga de papéis socioeconômicos vinculados
crescimento do número de casos entre mulheres foi à mulher, definem uma situação desfavorável para a
da ordem de 75,3%, enquanto que entre os homens, população feminina no que se refere à percepção de
no mesmo período, foi de 10,2%. risco e vulnerabilidade às DST e HIV/aids. O perfil
115
Promoção, proteção e prevenção
da epidemia pelo HIV/aids nesta população, somado fortalecimento institucional da rede de serviços
a todos esses fatores, define claramente uma situação básicos voltados para a saúde da mulher. Tais
grave e que reclama prioridade quanto à plena iniciativas têm contribuído para que essa parcela da
implementação de ações preventivas e assistenciais. população disponha de um melhor acesso à
informação e serviços de prevenção oferecidos pelo
Nesta perspectiva, dois grandes desafios se SUS.
impõem ao trabalho de prevenção junto às mulheres:
Principais Estratégias
1. Estabelecimento e consolidação de estratégias
que possibilitem maior percepção da 1- Parceria com a Área Técnica de Saúde da
vulnerabilidade feminina, contribuindo para Mulher e com o Departamento de Atenção
a adoção de comportamentos mais seguros Básica (PACS e PSF), visando:
com relação à saúde sexual e reprodutiva;
2. Melhoria da qualidade do atendimento dos • Maior integração das ações de saúde da
serviços públicos de saúde, considerando mulher e de prevenção das DST e HIV/aids;
questões de gênero, sexualidade e prevenção
das DST/HIV/aids. • Ampliação da oferta do teste anti-HIV para as
mulheres gestantes e oferecimento do teste
Partindo de tais diretrizes e considerando os anit-HIV para as mulheres usuárias dos
princípios de descentralização e institucionalização serviços de planejamento familiar e prevenção
das ações de prevenção às DST e HIV/aids, as ações de câncer ginecológico; e
implementadas em nível federal priorizam a
integração entre diferentes áreas técnicas e programas
da saúde. Com esta estratégia, objetiva-se a melhoria • Capacitação integrada de recursos humanos
e a integralidade do atendimento à mulher, além da dos serviços de saúde no sentido de iniciativas
promoção de iniciativas mais abrangentes visando à sensíveis às questões de gênero e sexualidade.
prevenção das DST e HIV/aids nesta população.
Embora tal processo já esteja bastante consolidado
2- Apoio aos Projetos das Organizações da
no nível federal, a integração de profissionais e
serviços de saúde em nível estadual e municipal Sociedade Civil, resultando em:
constitui ainda um processo de construção coletiva,
estimulado por diferentes estratégias nacionais. • Ampliação da abrangência das ações
Dentre estas estratégias se destacam a sistemática de educativas em DST e HIV/aids, a partir da
distribuição do preservativo feminino e a inclusão
atuação de agentes multiplicadores
da temática "gênero, vulnerabilidade e DST/aids" nos
conteúdos de treinamentos dos profissionais de saúde, capacitados para tal;
tanto do "Programa de Saúde da Mulher" quanto do
"Programa de Saúde da Família". • Inserção de questões relacionadas à prevenção
das DST e HIV/aids na agenda de trabalho
A produção de materiais informativos e normas das organizações e movimentos sociais de
técnicas, a disponibilização de insumos de prevenção mulheres; e
e a promoção de uma maior articulação entre as
organizações da sociedade civil vêm sendo
fortalecidas, visando ao desenvolvimento e à
• Capacitação de lideranças/ativistas para o
ampliação das ações de prevenção e assistência. Neste fortalecimento e a ampliação de cobertura das
sentido, observa-se um aumento da participação dos ações de prevenção junto às mulheres de um
diferentes movimentos de mulheres no combate à modo geral e a segmentos específicos como
epidemia, bem como uma maior aproximação entre as trabalhadoras, lésbicas e as mulheres
sociedade civil organizada e instâncias vivendo com HIV/aids.
governamentais vinculadas à promoção da saúde da
mulher. Soma-se a este conjunto de estratégias o
fomento à capacitação dos profissionais de saúde e o
116
Promoção, proteção e prevenção
117
Promoção, proteção e prevenção
118
Promoção, proteção e prevenção
119
Promoção, proteção e prevenção
Situação Atual
120
Promoção, proteção e prevenção
estudo, os jovens adolescentes de baixo nível de análise, pois, na grande maioria dos casos, esses
de instrução e em situação de pobreza estratos sociais constituem parte da população pobre
mostraram ser os mais suscetíveis às doenças e, desta maneira, vão sendo criadas e implementadas
sexualmente transmissíveis, aqueles que mais alternativas metodológicas de intervenção para os
freqüentemente referiram práticas sexuais de diferentes segmentos populacionais de pessoas em
maior risco e aqueles que detinham o menor situação de pobreza.
conhecimento a respeito das infecções/
doenças de transmissão sexual e das
Nível Federal
respectivas medidas de prevenção.
121
Promoção, proteção e prevenção
os programas de atenção básica (PACS/PSF), e pelo serviço público de saúde das favelas onde
também com as Secretarias de Assistência e atuam. Tal iniciativa constitui um grande
Desenvolvimento Social têm contribuído para o avanço, uma vez que as Unidades Básicas de
avanço desta estratégia no âmbito dos estados e
Saúde, a partir de 2001, passaram a manter
municípios.
contato direto com as associações de
moradores e a abastecer os bancos de
As repostas das Coordenações Estaduais e
preservativos implantados no âmbito do
Municipais dependem do grau de avanço das políticas
sociais implementadas em cada governo. Durante o processo de trabalho de Organizações da
ano de 2000, 14 Coordenações de DST/aids Sociedade Civil (OSC);
implantaram ações de apoio a iniciativas comunitárias • Priorizar a implantação de projetos para
para intervenção junto à população vivendo em populações de alta vulnerabilidade social.
situação de pobreza e 2 apoiaram projetos Exemplos destes projetos dizem respeito à
desenvolvidos em assentamentos urbanos. Até o população negra, aos quilombos, aos
presente momento (abril de 2001), outras 11
moradores de lixões, aos moradores de rua e
Coordenações estarão desenvolvendo atividades com
estas características e estará sendo implementado um às pessoas vivendo com HIV/aids vivendo em
projeto em assentamento urbano. situação de pobreza;
• Promover a produção de material educativo
Síntese dos resultados das intervenções elaborado pela própria comunidade. Esta é
desenvolvidas junto a esta população uma metodologia importante no trabalho com
populações marginalizadas. A riqueza do
Principais estratégias desenvolvidas processo de confecção do material funciona
como uma dinâmica que propicia a reflexão e
o empoderamento (empowerment) - condições
• Fortalecer as parcerias com diferentes esferas
necessárias para a adoção e sustentação de
governamentais e não-governamentais (como
medidas preventivas;
as Secretarias de Estado de Assistência Social;
Comitê de Cidadania contra Fome e a Miséria, • Articular metodologias de intervenção e
pela Vida) visando à construção de planos estabelecer sistemas de referência e contra-
integrados de trabalho onde as questões de referência entre projetos de OSC e entre estes
prevenção e assistência em DST/aids sejam projetos e o SUS. Nos projetos dirigidos à
contempladas; população em situação de pobreza cabe
identificar indivíduos e populações sob risco
• Promover fóruns de discussão com as
acrescido para HIV/aids (mulheres grávidas,
Coordenações Locais de DST/Aids visando
profissionais de sexo, UDI, HSH), atendendo
ampliar e aprimorar as ações de prevenção às
suas demandas específicas e/ou
DST/aids junto a organizações comunitárias,
encaminhando-os para atendimento nos
possibilitando a essas comunidades buscar
projetos e/ou serviços de saúde que atuem com
melhores condições de saúde e de acesso a
estes segmentos populacionais;
serviços e insumos de prevenção;
• Implantar e ampliar estratégias de marketing
• Desenvolver um trabalho articulado a
social do preservativo. Ao longo de 2000,
Programas de Saúde da Família e aos Agentes
levou-se a cabo um levantamento sobre
Comunitários de Saúde, de modo a fortalecer
iniciativas existentes de marketing social e
a incorporação de ações de prevenção e
elaborado um edital para uma concorrência
assistência às DST e HIV/aids na rede de
internacional nessa área. Prevê-se a
atenção básica;
implantação de projetos-piloto com
• Promover metodologias inovadoras de
organizações da sociedade civil interessadas,
abordagem comunitária para ações de
visando à ampliação de estratégias de acesso
prevenção às DST e HIV/aids. Por exemplo:
ao preservativo;
os "Médicos Sem-Fronteira" foram absorvidos
122
Promoção, proteção e prevenção
123
Promoção, proteção e prevenção
Média de 2.300
acessos por dia
576.000
acessos até
dezembro de
2000
124
Promoção, proteção e prevenção
125
Promoção, proteção e prevenção
126
Promoção, proteção e prevenção
Nos dias atuais, 36 milhões de alunos estão A escola constitui instância privilegiada das
matriculados no ensino fundamental (1ª a 8ª séries) e iniciativas referentes à promoção da saúde e à
7,8 milhões de alunos no Ensino Médio. 52,2 milhões prevenção das DST/aids e do uso de drogas. O êxito
de alunos estão matriculados na Educação Básica das atividades desenvolvidas neste cenário está
diretamente relacionado ao grau de envolvimento
127
Promoção, proteção e prevenção
128
Promoção, proteção e prevenção
Foram implantados 50 projetos em todo o País, Durante o ano de 2000 foram produzidos e
principalmente, em parceria com ONG. Estas distribuídos para todos os estados:
organizações, em sua maioria, priorizam a população
de crianças e adolescentes em situação de risco social.
Estas atividades foram desenvolvidas a partir do
• 1 milhão de exemplares do Jornal Radical.
segundo semestre do ano 2000 e durante 2001. Este jornal é parte de uma série produzida por
uma ONG, com a participação de adolescentes
e versa sobre temas específicos da esfera da
Mobilização Social
sexualidade e saúde reprodutiva;
• 16.800 kits de vídeo. Estes kits contêm três
Em relação ao estímulo à mobilização da
sociedade civil para o enfrentamento das DST/aids e coleções, com, respectivamente, 3 e 8 fitas de
das conseqüências adversas do uso indevido de vídeo-cassete, apresentando trabalhos bem-
drogas, são estabelecidas parcerias e incentivadas sucedidos e sugestões de atividades. Compõe
iniciativas autônomas e sustentáveis de ações ainda este kit Manuais, com textos sobre o
objetivando a prevenção, a intervenção e a formulação tema. Foram produzidos um total de 21.251
de políticas públicas e produção de materiais de IEC. Manuais;
• 20.000 álbuns que abordam o tema da
Em conjunto com os parceiros do Grupo vulnerabilidade às DST/aids e temas
Matricial de Crianças e Adolescentes foram correlatos. Este material foi produzido em
realizados 5 fóruns regionais para discutir a
parceria com uma ONG que atua diretamente
implementação da Agenda de Compromisso do
referido grupo. Contou-se com a participação de 300 em escolas;
instituições governamentais e não-governamentais, • 2.000 livros que apresentam as diretrizes para
além de profissionais e adolescentes de todos os 27 o trabalho com crianças e adolescentes
Estados. O objetivo principal destes encontros foi utilizados pela Coordenação Nacional de
promover a articulação política entre os diversos DST/Aids;
atores estratégicos do Setor Público e da Sociedade
Civil no que se refere às ações de prevenção das DST/
• 1.080.000 encartes da revista Ciência Hoje
aids e do uso de drogas entre esta população. para Crianças (de 7 a 12 anos). A revista se
caracteriza como um material paradidático. É
distribuída pelo Ministério da Educação e
Em parceria com a ANDI - Agência de Notíciais
dos Direitos da Infância, Unesco, Unicef, UNDCP e FNDE para 60.000 escolas do Ensino
Instituto Airton Senna, foi realizado o Seminário Os Fundamental, com tiragem de 180.000
Jovens na Mídia: O Desafio da Aids - camisinha, uso exemplares mensais para as escolas e 20.000
indevido de drogas e mudança de comportamento, exemplares destinados a vendas em bancas de
com a participação de jornalistas, adolescentes e revistas, assinaturas, ONG e instituições
especialistas nas áreas de mídia e prevenção de DST/ governamentais;
aids, possibilitando aos jornalistas aprofundar a
discussão sobre o tratamento editorial das questões • 5.000 Manuais do Multiplicador Adolescente
relacionadas a prevenção. - que contém sugestões de atividades/oficinas
para serem desenvolvidas com adolescentes,
jovens e profissionais que atuam com esta
A Coordenação Nacional de DST/Aids, por meio
das suas Unidades de Assistência, Epidemiologia, população;
Sociedade Civil e Direitos Humanos e da Assessoria • 3.000 Manuais Os Jovens na Mídia - subsídio
de Comunicação, vem produzindo e reproduzindo para profissionais da mídia jovem;
materiais diversos que são distribuídos para todas as • 5.000 bonecas Gertrudes e 5.000 bonecos
Secretarias Estaduais de Saúde e escolas do Ensino
Gervásio - material educativo para oficinas
Fundamental. Estes materiais são destinados a ações
sobre sexualidade e prevenção
de capacitação realizadas pelos "Projetos Escola", e
são parte integrante de outras atividades preventivas
e de reforço de campanhas.
129
Promoção, proteção e prevenção
130
Promoção, proteção e prevenção
131
Promoção, proteção e prevenção
Estimativa Populacional: estima-se que a assalariados (26 milhões) a pessoas com ocupações
população economicamente ativa (PEA) do Brasil informais, autônomas, descontínuas, ou mesmo
seja equivalente a 77 milhões de pessoas, com desocupadas, cuja quantificação é bastante mais
diferentes inserções profissionais e atividades, que precária e imprecisa.
vão de um contingente expressivamente menor de
132
Promoção, proteção e prevenção
Situação Atual
133
Promoção, proteção e prevenção
Nos primeiros anos de parceria com ONG e Quanto ao acesso aos serviços de saúde
empresas, foram desenvolvidas ações promovendo a
defesa de direitos, estimulou-se a luta contra o
preconceito e a promoção de melhores práticas, com Houve uma ampliação das atividades ligadas à
a realização de campanhas e oficinas em todo o País. prevenção/assistência à aids no local de trabalho em
Estas atividades, entre outras, propiciaram uma diversas empresas, pequenas e médias. Porém, para
gradual mudança cultural a respeito da aids no local que sejam atendidos os trabalhadores da grande
de trabalho. maioria de empresas (que não mantêm convênios
privados), a integração com o SUS se torna crucial.
Uma das estratégias para 2001 é a integração dos
Atualmente, com o objetivo de atingir de maneira
programas do sistema "S" com os sindicatos e serviços
sustentável o trabalhador de pequenas e médias
de saúde locais.
empresas, vem sendo estimulada a institucionalização
desse trabalho, principalmente por meio de sua
inserção nos programas regulares dos órgãos do Quanto à testagem para HIV
sistema "S" (notadamente SESI, SESC, SENAC e
SEST), que recolhe cerca de 2,5% da massa salarial
Na fase inicial de implantação de atividades de
das empresas para prestar serviços de educação e
prevenção/assistência no local de trabalho foi
saúde aos trabalhadores.
enfatizada a necessidade de luta contra testes
admissionais anti-HIV. No momento, são raros os
As centrais sindicais, ao lado dos projetos em registros de iniciativas desta natureza e os trabalhos
execução na área específica das DST e HIV/aids, têm se voltam mais para promoção de direito ao
sido estimuladas a incluir esses temas em seus aconselhamento e à testagem voluntária.
programas regulares de treinamento, segurança no Concretamente, esse direito deverá ser promovido por
trabalho e informação em saúde, financiados pelo FAT meio do estímulo a uma maior integração entre
(Fundo de Atendimento ao Trabalhador).
programas permanentes em empresas e órgãos
patronais/sindicais e os serviços de saúde locais. Em
Níveis estadual e municipal Minas Gerais (João Monlevade) e São Paulo (em todo
o Estado), os projetos com trabalhadores dos
Dentre os Planos Operativos Anuais das transportes estão intimamente ligados aos serviços
Organizações Governamentais (177), 50 mencionam de testagem anônima.
a prevenção em local de trabalho como atividade, em
2000, e 45, em 2001. Análise das respostas, com ênfase nos
produtos e resultados
Estados como RS, PR, RJ, SC e SP já vêm
desenvolvendo programas de integração com centrais Principais estratégias
sindicais (SESI, SENAC, SESC). Em São Paulo, foi
criado um grupo de trabalho com este propósito,
baseado no modelo de cooperação com o SEST/ A busca de sustentabilidade por meio de
SENAT (Serviços Sociais e de Aprendizagem para contribuições financeiras de empresas a projetos de
Trabalhadores do Transporte) para trabalhar com prevenção visa estimular uma maior mobilização
caminhoneiros. Cada posto do SEST/SENAT social. No entanto, diante dos enormes problemas
elaborou seu projeto de prevenção sem o aporte de com que se defronta o País, e da magnitude da sua
recursos financeiros, porém com amplo apoio das população, essa contribuição só será, de fato, eficaz
regionais de saúde ou municípios. se for institucionalizada. O sistema "S" precisa
absorver a tecnologia acumulada pela CN,
Mobilização Social Coordenações Locais e ONG ligadas às DST e aids.
A contribuição decisiva das empresas deve se dar
principalmente por este canal institucional, e não a
Um indicador favorável sobre a mobilização pela partir de demandas pontuais de financiamento.
saúde entre trabalhadores de diferentes categorias
profissionais é a solicitação, por parte das centrais
sindicais, de incluir preservativos na cesta básica e a
demanda por orientação das autoridades locais de
saúde em como lidar com as DST e HIV/aids em seus
programas educativos, financiados pelo FAT.
134
Promoção, proteção e prevenção
Resultados
Sustentabilidade
Atual
Situação no SUS
Sugestões
135
Promoção, proteção e prevenção
Situação Atual
Nível Federal
136
Promoção, proteção e prevenção
modelo assistencial diferenciado (com base nos A partir de 1996, o surgimento de casos em índios
Distritos Sanitários Especiais Indígenas - DSEI), aldeados fez com que se pensasse em novas
constitui um grande avanço quanto à prespectiva de estratégias de prevenção. Foram então priorizados
melhoria das suas condições de saúde. Esse avanço grupos de maior mobilidade, lideranças, organizações
também se reflete no processo de coesão interna das de mulheres índias e os trabalhos com agentes
atividades de prevenção às DST/HIV/aids. O modelo indígenas de saúde. Cerca de 50% dos casos de aids
de atenção anterior, baseado em uma dicotomia de entre os índios estão incluídos na faixa etária de 15 a
ações e responsabilidades - onde a FUNASA era 29 anos e, aproximadamente, 30% dos casos estão
responsável pela prevenção e a FUNAI pela localizados na região Norte, o que reforça a tese de
assistência -, criava inúmeras dificuldades na que estar, em curso, um processo de interiorização
implantação de programas de prevenção nas da epidemia, seja na população de um modo geral,
comunidades indígenas. A transferência (em outubro seja nesta população específica. Este processo de
de 1999), para o Ministério da Saúde/FUNASA das progressiva interiorização reforça a necessidade de
ações antes executadas pela FUNAI, contribuiu para uma maior integração dos DSEI com as atividades
uma maior integração e criou condições concretas
desenvolvidas pela CN-DST/AIDS e pelos programas
para a sustentabilidade das ações de prevenção às
dos estados e municípios.
IST/HIV/aids.
137
Promoção, proteção e prevenção
138
Promoção, proteção e prevenção
META
PROFISSIONAIS Contratado % em Treinam. % Treinado %
2002 2000
AG.INDIG. SANEAMENTO 320 161 217 134,8 106 65,8 119 73,9
139
Promoção, proteção e prevenção
SERVIÇO DE PREVENÇÃO
CENTROS DE TESTAGEM ANÔNIMA (CTA)
Estimativa Populacional: Segundo dados da cerca de 10,5% desta população já foi testada na rede
Rede SUS, 14.059.324 pessoas, desde o ano de 1995 pública. Em estudo nacional sobre o Comportamento
foram testados para a presença da infecção pelo HIV Sexual do Brasileiro, esta estimativa foi de cerca de
em unidades da rede pública. Estimando-se a 20% (projeção de pessoas nesta faixa etária que
população sexualmente ativa (de 15 a 70 anos como fizeram o teste).
equivalente a 134 milhões de pessoas), dir-se-ia que
Situação Atual
140
Promoção, proteção e prevenção
Os projetos nesta área são: implantação/ testes. Em 2000, 174 unidades foram implantadas,
implementação de CTA e apoio para a capacitação e, com a finalidade de consolidar das informações,
em aconselhamento em centros de referência. Com 95 unidades enviaram instrumentos preenchidos com
vistas em implementar ações de prevenção primária esta finalidade para a CN (54,6% de respostas). Entre
do HIV e redução de danos decorrentes ao uso os respondentes, houve o registro de 227.589 testes
indevido de drogas no âmbito dos CTA, foi realizados.
estimulada a elaboração de projetos dessa natureza
por parte desses serviços. Foram aprovados 9 projetos
Contudo, a avaliação da situação de diagnóstico
entre o final de 2000 e o início de 2001.
para o HIV deve ser analisada levando-se em conta a
totalidade de procedimentos pagos pelo Sistema
Os projetos de implantação/implementação de Único de Saúde, para melhor apreciação da cobertura
CTA têm como principais executores organizações de testes realizados entre a população sexualmente
governamentais locais (prefeituras e secretarias ativa (faixa etária considerada entre os 15 a 70 anos,
municipais de saúde), consórcios intermunicipais de com aproximadamente 134 milhões de pessoas).
saúde, secretarias de estado de saúde e serviços Conforme dados disponíveis na tabela de
universitários. procedimentos do SUS, desde o ano de 1995,
14.059.324 testes Elisa foram realizados,
No ano de 1999, 51 das 138 unidades correspondendo a 10,5% da população na faixa etária
em questão. A distribuição dos testes e a taxa de
implantadas (37%) informaram ter realizado 85.486
crescimento pode ser apreciada na Tabela a seguir:
Os dois principais períodos de crescimento (entre Síntese dos resultados das intervenções
96/97 e 99/2000) correspondem respectivamente à desenvolvidas junto a este Serviço
implantação e implementação da política de
medicamentos anti-retrovirais e à disponibilização de
Apoio a projetos de implantação de CTA
estratégias para a transmissão vertical.
141
Promoção, proteção e prevenção
No ano de 2000, foram aprovados e seguem do número de unidades implantadas nas regiões
sendo apoiados, até o momento, 174 unidades. Norte, Nordeste e Centro Oeste, conforme a Quadro
Observa-se um aumento na taxa de resposta às a seguir.
demandas por informações, e o aumento significativo
Quadro 2: Produção dos CTA no ano de 2000, distribuída por região do País
* Foram consideradas, para compor o número, a quantidade de homens, mulheres (não grávidas) e gestantes atendidos para
testagem.
** A quantidade de testes positivos foi obtida somando-se o número de homens, mulheres (não grávidas) e gestantes que apresentaram
sorologia reagente ao HIV, tanto no ELISA, quanto no confirmatório.
*** A quantidade de pessoas que retornaram para buscar o resultado no pós-teste foi obtida somando-se o número de homens,
mulheres e crianças.
Quadro 3: Produção dos CTA no ano de 2000, discriminada por segmento populacional
Importantes resultados foram obtidos com para segmentos populacionais específicos (03 para
relação à implantação de ações extra-muros, conforme profissionais do sexo, 01 para adolescentes, 01 para
diretrizes técnicas adotadas pela CN no ano 2000 de HSH, 04 para usuários de drogas injetáveis e 02 para
estímulo a estas atividades. Até a presente data, foram população em geral/continuidade de projetos em
aprovados 11 projetos desta natureza, todos voltados andamento).
142
Promoção, proteção e prevenção
Visando atender à demanda dos profissionais que A principal meta para os CTA tem sido sua
atuam com aconselhamento, foram reproduzidos o incorporação por parte dos serviços de atenção à
Vídeo de Aconselhamento e o Manual de saúde, por meio de articulações locais com as
Treinamento em Aconselhamento. Para potencializar secretarias de saúde. Com isso serão garantidos os
o uso pedagógico do vídeo, foi criado e impresso um insumos e o pessoal especializado. Segundo as
guia, com modelos de abordagem dos profissionais diretrizes do SUS sobre humanização dos serviços e
no momento da exibição deste material. descentralização, os CTA desempenham um
importante papel no desenvolvimento destas
Além disto, foi impressa e divulgada a pesquisa diretrizes por parte de outros serviços de testagem na
realizada nos serviços de saúde sobre a qualidade da rede de saúde.
prática do aconselhamento, possibilitando a
143
Promoção, proteção e prevenção
SERVIÇO DE PREVENÇÃO
DISQUE SAÚDE
144
Promoção, proteção e prevenção
Norte % %
Rondônia 0,38 0,30
Acre 0,06 0,06
Amazonas 0,15 0,28
Roraima 0,11 0,07
Pará 0,56 0,71
Amapá 0,04 0,05
Tocantins 0,79 0,43
Nordeste % %
Maranhão 0,82 0,88
Piauí 0,37 0,30
Ceará 2,37 1,06
Rio Grande do Norte 1,96 0,88
Paraíba 1,15 1,10
Pernambuco 3,14 2,77
Alagoas 0,74 0,87
Sergipe 0,25 0,26
Bahia 5,98 3,75
Sudeste % %
Minas Gerais 7,35 6,44
Espirito Santo 0,96 0,92
Rio de Janeiro 7,75 9,07
São Paulo 12,28 11,09
Centro – Oeste % %
Mato Grosso do Sul 0,50 0,50
Mato Grosso 0,79 0,45
Goiás 3,07 1,83
Distrito Federal 1,59 1,63
Sul % %
Paraná 2,32 2,38
Santa Catarina 1,06 1,04
Rio Grande do Sul 2,18 2,79
Outros % %
Não Informado 41,27 48,06
Total Geral 100% 100%
145
Promoção, proteção e prevenção
146
Promoção, proteção e prevenção
INSUMO DE PREVENÇÃO
147
Promoção, proteção e prevenção
atual da aids, o segmento definido como alvo é a e centros de recuperação em sistema aberto e de
população em situação de pobreza (classes D e E, internação para adolescentes cumprindo medidas
incluindo, em menor escala pessoas da classe C) socioeducativas; c) Organizações da Sociedade Civil
priorizando entre ela as populações de : OSC que desenvolvem projetos de prevenção das
DST/HIV/aids junto às populações específicas; d)
• pessoas portadoras do HIV e/ou doentes de Serviços e/ou projetos de assistência social; e)
aids; Sistema Prisional; f) Postos de atendimento para
caminhoneiros do SEST/SENAT; g) Unidades
• pessoas portadoras de DST;
Militares; h) Fundação Nacional de Saúde - FUNASA
• profissionais do sexo ( feminino e masculino); (pop. Indígena).
• usuários de drogas injetáveis - UDI;
• homens que fazem sexo com homens;
Estimativas sobre o quantitativo necessário para
• internos do sistema prisional;
a cobertura destas populações, definidas segundo a
• meninos e meninas de rua;
incapacidade logística de adquirir ou produzir,
• adolescentes cumprindo medidas sócio- armazenar e distribuir preservativos para a população
educativas (autores de atos infracionais); total de homens sexualmente ativos - HSA; que nem
• adolescentes estudando no período noturno todos se dispõem a usar preservativo em todas as suas
em escolas públicas; relações sexuais; que muitos indivíduos em função
• mulheres; das práticas e comportamentos sexuais que adotam
• caminhoneiros; acham-se dispensados de recorrer ao uso do
• índios; preservativo; e que os procedimentos que se verificam
• contingente variável e conscritos do exército. internacionalmente indicam a necessidade de
investimento para a proteção de relações sexuais que
envolvem risco, aponta-nos a necessidade de
Estes segmentos populacionais priorizados são
aproximadamente 574 milhões de preservativos
acessados por intermédio dos: a) Serviços públicos
masculinos anuais.
de saúde, em especial as Unidades Básicas de Saúde,
Programas de Saúde da Família - PSF e Programas
de Agentes Comunitários de Saúde - PACS, serviços
de saúde da mulher, planejamento familiar, bancos BOX 1
de leite, Centros de Testagem e Aconselhamento e
serviços que prestam assistência em DST e em HIV/
Aids; b) Escolas públicas, casas de passagem/abrigo Estimativa de uso de preservativos por
população, na maioria das relações sexuais
Uso do preservativo na última relação nos últimos 12 meses, segundo o tipo de parceria -
Brasil, 1999
148
Promoção, proteção e prevenção
84,80%
67,00%
46,00%
Fontes:
UDI: categoria “uso no último mês/maioria ou todas as vezes” (N=217) – Projeto Ajude
Brasil I - Brasil, 1999.
Profissionais do Sexo: categoria “ usa sempre com o cliente” (N=66) – Itajaí, 1999.
149
Promoção, proteção e prevenção
150
Promoção, proteção e prevenção
População em geral 56
Adolescentes 28
Portadores de HIV 19
Profissionais do sexo 18
Portadores de DST 15
Mulheres - gestantes 9
HSH 6
Presos/as em geral 5
Caminhoneiros 3
Funcionários de presídios 2
151
Promoção, proteção e prevenção
152
Promoção, proteção e prevenção
28
49 70
88
105
Regiões
Instituições Centro Total
Norte Nordeste Sul Sudeste
Oeste
Saúde da mulher 7 25 54 29 18 133
SAE/ CTA/ DST 15 30 27 35 20 127
Ser. Violência - 2 1 4 - 7
ONG P. Sexo 4 11 3 6 4 28
PRD 1 2 18 13 4 38
Presídios Femininos 1 - 2 1 1 5
FUNASA - - - - 2 2
Total 28 70 105 88 49 340
153
Promoção, proteção e prevenção
INSUMO DE PREVENÇÃO
AGULHAS E SERINGAS
154
Promoção, proteção e prevenção
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As parcerias intragoverno têm permitido uma O significativo aumento de projetos nessa área
maior institucionalização das ações, com a ampliação de cooperação, bem como o aumento da cobertura
da cobertura populacional e da articulação com as das populações-alvo pode ser observado no Quadro
demais áreas. a seguir:
Número de pessoas acessadas por projetos apoiados pela CN, segundo população-alvo
155
Promoção, proteção e prevenção
Também merece destaque o crescente apoio a Quanto aos investimentos dos estados e
projetos e ações dirigidas à população confinada municípios conveniados, observa-se um aumento
adulta, pois o apoio das instâncias de nível central progressivo de investimentos dos OGP em algumas
reforça a parceria interinstitucional, promovendo a populações estratégicas, fruto de contínuas
inclusão do tema DST e HIV/aids nas agendas discussões promovidas nas oficinas de formulação
governamentais das Secretarias de Justiça. dos POA estaduais e municipais, na Comissão do
Grupo Gestor e nas visitas de supervisão.
156
Promoção, proteção e prevenção
157
Promoção, proteção e prevenção
1
estimativa de homens que referiram ter tido relação sexual com outro homem nos últimos 5 anos (fonte: Berquó e colaboradores, 2000)
A cobertura com relação às populações de risco o ano de 2001, estima-se que este acesso venha a
acrescido necessita ser compreendida à luz das corresponder a 21.449.634 pessoas. De acordo com
dificuldades de estimativa da respectiva base estas estimativas, a cobertura para a população na
populacional. Indicadores sobre a efetividade das faixa etária de 15 a 49 anos (88.981.071) estaria em
ações dirigidas a estas populações são habitualmente torno de 11,2% para o ano de 2000.
avaliados a partir de estudos de linha-de-base. Com
referência aos profissionais do sexo, também será
Sustentabilidade
desenvolvida uma estimativa da respectiva base
populacional.
Uma discussão fundamental para o processo de
sustentabilidade das ações de Promoção à Saúde e
Quanto à cobertura da população em geral por Prevenção de DST e aids junto às instâncias Estaduais
meio de campanhas de grande mídia, estima-se que
e Municipais tem sido desenvolvida nos últimos meses.
as informações veiculadas em campanhas diversas
Esse processo visa definir critérios e parâmetros para
(de carnaval, dia mundial de luta contra a aids,
o financiamento destas ações no âmbito da Norma
campanha de caminhoneiros, dia internacional da Operacional Básica e junto ao Sistema Único de Saúde.
mulher), tenham atingido em torno de 51 milhões de Avanços importantes foram concretizados em relação
pessoas na faixa etária média de 15 a 39 anos,
à população prisional, pela cooperação firmada entre
portanto, com uma cobertura estimada em 71,5%
o Ministério da Saúde e o Ministério da Justiça, para
desta população. definição de um Protocolo de Intenções que definirá
um convênio para atendimento de população prisional
Quanto às ações executadas por meio de projetos pelo SUS.
de intervenção comportamental, tais como aqueles
dirigidos a mulheres, crianças e adolescentes Discussões aprofundadas no âmbito da CN-DST/
escolarizados, empregados e empregadores,
AIDS têm tematizado as estratégias de
caminhoneiros, além de serviços telefônicos e
sustentabilidade para as populações de risco
testagem para o HIV (ressaltando-se a questão do
acrescido, executadas, em sua grande maioria, por
aconselhamento pré e pós-teste) como ações dirigidas ONG, e que não têm garantidos os meios de
à população em geral, estimamos que no ano de 2.000,
sustentabilidade no âmbito do SUS. Neste sentido, o
9.944.381 pessoas foram diretamente acessadas. Para
apoio às redes e às associações tem sido ampliado,
158
Promoção, proteção e prevenção
bem como reforçada a definição de critérios dirigidos aprofundamento de análises locais visando à
a essas instâncias nos processos de concorrência redefinição de estratégias mais eficientes.
(nível central e descentralizadas). Ações importantes
têm sido incentivadas junto aos CTA que, a despeito
A ampliação do acesso aos insumos de
do número ainda limitado de ações extramuros (11 prevenção, com particular destaque para o
projetos entre 174 implantados) serão amplamente
preservativo masculino, promove o fortalecimento
divulgadas como práticas bem-sucedidas.
das ações de prevenção junto a diversos segmentos
Importantes avanços serão alcançados na medida em
da população. A sistemática de disponibilização do
que o sistema de monitoramento de CTA estiver preservativo feminino, a partir de processos
implantado, fornecendo aos gestores importantes avaliativos, aponta para a possibilidade de expansão
indicadores comportamentais, epidemiológicos e de
do acesso a este insumo.
qualidade dos serviços.
159
Promoção, proteção e prevenção
160
Promoção, proteção e prevenção
161
Promoção, proteção e prevenção
Contexto atual
Situação no SUS
Sugestões
162
Promoção, proteção e prevenção
Treinamentos/
oficinas (para OSC 01 11 OSC 04 44 OSC - - Capacitação das OSC
conveniadas) conveniadas
Congressos, Fortalecimento da
seminários, sociedade civil e do
Participação de - - Fórum 19 representantes de encontros 30 controle social;
OSC em eventos 2000 OSC de ONG; representantes capacitação de
Assembléia de OSC lideranças.
da ONU
Discussão sobre ações
Reuniões do Grupo que viabilizem a
Temático sobre - - 1 12 participantes 1 reunião 7 participantes sustentabilidade de
Sustentabilidade reunião OSC, promovendo a
articulação entre
diversos atores sociais.
Capacitação de
Treinamentos e dirigentes de OSC,
monitoramentos 30 120 visando a manutenção
coletivos sobre a - - 1 representantes/dirigentes 4 representantes/ da estrutura das
Sustentabilidade de de OSC dirigentes de organizações, a
ações de OSC OSC ampliação de parcerias
e interlocuções, e o
desenvolvimento de
ações auto-
sustentáveis.
Democratização e
registro de
Publicações - - 2 4.000 exemplares 4 14.000 informações;
exemplares capacitação técnica;
ampliação da
interlocução entre
atores sociais
diferentes.
163
Promoção, proteção e prevenção
93
280
187
PWA
38 UDI e UD
18 Heterossexual
Criança/adolescente
17
Mulheres
28
População Confinada
Profissional do Sexo
187 30
HSH
Assessoria Jurídica
4 Desenvolvimento Institucional
17
Caminhoneiro
11
1 População Indígena
17 1 1 4 População em Situação de Pobreza
Total de Projetos
Ceará
3 PWA
1
Heterossexual
Criança/adolescente
5
Mulheres
16 Desenvolvimento
Institucional
Profissionais do Sexo
3
Total de Projetos
1
3
165
Promoção, proteção e prevenção
2
5 PWA
UDI/UD
2
Heterossexual
3 Criança/adolescente
Mulheres
24 Desenvolvimento Institucional
4 Profissionais do Sexo
Santa Catarina
1 2 População Confinada
1
UDI/UD
2 Heterossexual
1
Criança/adolescente
3 Desenvolvimento Institucional
19 Mulheres
Profissionais do Sexo
5 População indígena
HSH
2 1
Total de Projetos
Paraná
3
3
PWA
UDI/UD
3 Heterossexual
Criança/adolescente
19 Mulheres
3 Desenvolvimento Institucional
Profissionais do Sexo
2 HSH
1 Total de Projetos
2
2
166
Promoção, proteção e prevenção
Rio de Janeiro
4 1 PWA
4
UDI e UD
8 Heterossexual
46 Criança/adolescente
11
Mulheres
População Confinada
3 Profissional do Sexo
HSH
4
População em Situação de Pobreza
4
Total de Projetos
7
São Paulo
25 PWA
UDI e UD
7
Heterossexual
9 Criança/adolescente
Mulheres
7
População Confinada
7 Profissional do Sexo
63 1 HSH
2
Assessoria Jurídica
3
1 1 População em Situação de Pobreza
Total de Projetos
4
96 16
11
62
167
Promoção, proteção e prevenção
IEC
4 4
Total de Projeto
Reinserção de
pessoas HIV/aids
11 11
Total de Projetos
16
Jurídico
8
Sustentabilidade
Rede
Total de Projetos
1 7
1 5 1
7 Aids no Local de Trabalho
HSH
12
Pop. Confinada
UDI
2
Pop. Pobreza
62 Criança/Adolescente
13 Mulheres
Índios/Garimpo/Assentamento
Profissionais Do Sexo
5
Total de Projetos
16
168
Promoção, proteção e prevenção
Valores correspondentes à
concorrência pública de projetos de OSC
nov./2000
Concorrência Centralizada
por Unidade da CN DST/AIDS
Unidade de Prevenção
169
Promoção, proteção e prevenção
170
Promoção, proteção e prevenção
171
Parte III - Componente 2
Diagnóstico, Tratamento e Assistência às pessoas portadoras de
DST, HIV e Aids
Diagnóstico, tratamento e assistência
Quadro I
Demonstrativo dos Principais Produtos, População Abrangida e período.
Rede Testes Testes Testes Testes Testes Testes Testes Testes Portadores
de HIV e
Nacional de Adquiridos Distribuídos Adquiridos Distribuídos Adquiridos Distribuídos Adquiridos Distribuídos doentes de
Carga Viral 181.050 113.500 212.500 219.500 200.000 203.100 25.000 51.100 (até AIDS
23/04/01)
implantada2
Excedente Saldo 98 Excedente Saldo 99 Excedente Saldo 00 Excedente
67.500 67.500 60.500 60.500 57.400 57.400 31.300
1
Os gastos relativos à aquisição dos reagentes para carga viral e CD4 são provenientes do Ministério da Saúde, não incluídos no
acorde de empréstimo.
174
Diagnóstico, tratamento e assistência
Quadro I (continuação)
Demonstrativo dos Principais Produtos, População Abrangida e Período.
175
Diagnóstico, tratamento e assistência
Quadro II
Estimativas da necessidade de testes de carga viral e CD4 para julho de 2001, por Unidade federada.
Estimativa do nº de
Estimativa do nº de Estimativa do nº de
exames para
exames necessários exames para pacientes
Estimativa do nº de Estimativa do nº pacientes em
para pacientes em acompanhados em
pacientes em uso exames para falha/troca de Estimativa do nº
UF tratamento com serviços de saúde sem
de ARV em julho de gestantes infectadas esquema total de exames
ARV uso de ARV (13,3% do nº
2001 (2 exames/ano) terapêutico (1
(3 exames/ de pacientes em uso de
exame adicional/
paciente/ano) ARV e 3 exames/ano)
paciente/ano)
Acre 28 84 11 18 8 121
Amapá 50 150 20 27 15 212
Roraima 90 270 36 15 27 348
Tocantins 99 297 40 141 30 508
Rondônia 134 402 54 135 40 631
Sergipe 234 702 94 183 70 1.049
Piauí 365 1.095 146 90 109 1.440
Alagoas 443 1.329 177 219 133 1.858
Maranhão 505 1.515 202 378 151 2.246
Paraíba 512 1.536 205 153 154 2.048
Mato Grosso 582 1.746 233 351 175 2.505
Amazonas 610 1.830 244 282 183 2.539
Mato Grosso do
Sul 690 2.070 276 273 207 2.826
Rio Grande do
Norte 803 2.409 321 162 241 3.133
Pará 877 2.631 351 444 263 3.689
Espírito Santo 1.265 3.795 506 357 380 5.038
Goiás 1.296 3.888 518 564 389 5.359
Distrito Federal 1.639 4.917 656 261 492 6.326
Ceará 1.643 4.929 657 411 493 6.490
Bahia 1.709 5.127 684 591 513 6.915
Pernambuco 2.108 6.324 843 462 632 8.261
Santa Catarina 3.850 11.550 1.540 1.251 1.155 15.496
Paraná 3.997 11.991 1.599 1.416 1.199 16.205
Minas Gerais 6.246 18.738 2.498 2.013 1.874 25.123
Rio Grande do Sul 9.959 29.877 3.984 1.347 2.988 38.196
Rio de Janeiro 20.185 60.555 8.074 1.926 6.055 76.610
São Paulo 40.081 120.243 16.031 6.918 12.024 155.216
BRASIL 100.000 300.000 40.000 20.388 30.000 390.388
176
Diagnóstico, tratamento e assistência
Figura I - Número de Laboratórios da Rede de Carga Viral, por Unidade Federada. Brasil, 2001.
177
Diagnóstico, tratamento e assistência
Figura II - Número de Laboratórios da Rede de Contagem de Linfócitos T CD4+, por Unidade Federada.
Brasil, 2001.
Com vistas na garantia de qualidade do basicamente como um piloto para que se pudesse
diagnóstico laboratorial, foi implantado e fazer as adequações necessárias visando ao ajuste da
implementado o Sistema Nacional de Garantia da operacionalização das atividades por parte da
Qualidade dos Testes Laboratoriais para DST e aids, Coordenação Nacional e dos laboratórios
que tem como principal objetivo avaliar a proficiência participantes e a definição dos critérios a serem
dos ensaios realizados nos laboratórios de saúde adotados na análise dos dados.
pública. Atualmente, esse sistema realiza a avaliação
externa da qualidade (AEQ) do diagnóstico da sífilis,
Observou-se que nas avaliações subseqüentes
das hepatites, da infecção pelo HIV, dos testes de
foram obtidos percentuais de aprovação que variaram
carga viral do HIV e da contagem de linfócitos T
de 84,5 a 97,8%, resultados esses considerados bons
(CD4+/CD8+), que foi implantada com amostras pelo Comitê Assessor de Garantia da Qualidade dos
cedidas ao Ministério da Saúde pelo National
Testes Laboratoriais para DST e Aids da Coordenação
Laboratory for Analytical Cytology, em Ottawa,
Nacional de DST e Aids. A adesão à AEQ variou de
Ontário, Canadá. Desde janeiro de 2000, as AEQ para
77,0% a 91,2%. O número de laboratórios
os testes de CD4/CD8 estão sendo realizadas com participantes, o percentual de aprovação e adesão nas
amostras brasileiras, após o resultado do estudo-piloto
avaliações estão apresentadas no Quadro III a seguir:
que subsidiou a implantação.
178
Diagnóstico, tratamento e assistência
Quadro III - Laboratórios Participantes, Porcentagem de Aprovação e Adesão das Avaliações Externas
da Qualidade dos testes para detecção de anticorpos anti-HIV (AEQ-HIV).
Foi realizada no ano de 2000, a 1ª Avaliação A Avaliação Externa da Qualidade para os testes
Externa da Qualidade dos testes de hepatites virais, de carga viral (AEQ/CV) foi implantada no ano de 1998,
com a participação de 88 instituições e cujos dados sendo até o momento realizadas quatro avaliações,
estão em fase de análise. conforme demonstrado no quadro IV abaixo:
179
Diagnóstico, tratamento e assistência
180
Diagnóstico, tratamento e assistência
Sete novos cursos encontram-se em processo A Figura II resume o quadro dos alunos treinados
final de elaboração, visando dar continuidade ao nos cursos do TELELAB, por período.
projeto e assegurar o acesso dos nossos usuários às
Figura III - Número de Alunos do TELELAB, por situação no Processo de Treinamento. AIDS I, AIDS
II-1999/ 2000 e 2001
45.000
40.454
40.000
35.000
30.000
25.043
25.000
20.000 16.718
13.413
15.000 11.967
8.731
10.000 6.813
5.171
5.000 1.592 1.092
0
Aids I - 1998 Aids II - 1999 Aids II - 2000 Aids II - 2001 Total
MONITORAMENTO DA RESISTÊNCIA DO
HIV FRENTE AOS ANTI-RETROVIRAIS
181
Diagnóstico, tratamento e assistência
Estudo-Piloto
6,9 WT MUTb
42,5 MUT WT
a - Seqüência selvagem
b - Seqüência apresentando mutação relacionada à resistência aos ARV
Conclusões
1. A análise dos dados obtidos demonstrou uma 3. Este trabalho validou a utilização da carga
alta correlação entre falha terapêutica e viral como um bom parâmetro clínico para se
mutação. suspeitar da presença de um vírus resistente
nos pacientes em tratamento.
2. Não se sabe se a falha terapêutica foi causada,
primariamente, por uma falta de aderência ou Novas análises estatísticas estão sendo feitas
não. Porém, uma vez mantida a carga viral tentando correlacionar as taxas de mutação com carga
alta por mais de três meses, a seleção de viral, contagem de CD4 e esquema terapêutico. A
performance do LIPA nas amostras brasileiras
linhagens mutantes resistentes aos ARV pode
também estará sendo analisada, em sua especificidade
ser observada. e sensibilidade.
182
Diagnóstico, tratamento e assistência
IMPLANTAÇÃO DO PROJETO DE
VIGILÂ
NCIA DA RESISTÊNCIA
GENOTÍPICA DO HIV-1 FRENTE AOS ANTI-
RETROVIRAIS
Plano Amostral para o Projeto de Vigilância da Resistência Genotípica do HIV-1 Frente aos Anti-
retrovirais
183
Diagnóstico, tratamento e assistência
184
Diagnóstico, tratamento e assistência
185
Diagnóstico, tratamento e assistência
186
Diagnóstico, tratamento e assistência
187
Diagnóstico, tratamento e assistência
188
Diagnóstico, tratamento e assistência
189
Diagnóstico, tratamento e assistência
Nº AIDS II
Descrição do produto Nº AIDS I 1999 2000 2001 População
(jan a ago) (até 15 de abrangida
março)
Hospital Dia implantado 49 19 05 1 Portadores de
HIV/AIDS
Atendimento Domiciliar 33 17 02 0 Portadores de
Terapêutico (ADT) HIV/AIDS
implantado
Serviço de Assistência 76 16 06 60 Portadores de
Especializada (SAE) HIV/AIDS
implantado
Hospital Convencional 338 19 05 6 Portadores de
credenciado HIV/AIDS
Hospital Dia credenciado 49 17 03 6 Portadores de
HIV/AIDS
ADT cadastrado 33 17 02 3 Portadores de
HIV/AIDS
SAE cadastrado 76 69 03 10 Portadores de
HIV/AIDS
Unidades de Saúde de - 700 142 91 Portadores de DST
Referência para Assistência
às DST cadastradas
Centros de Treinamento em 26 02 0 0 Profissionais de saúde
DST conveniados
Profissionais de saúde 2.930 547 482 - Profissionais de saúde
treinados para assistência às
DST
Treinamentos em assistência 230 45 37 - Profissionais de saúde
às DST realizados
Guias de tratamento e 04 05 04 - Profissionais de saúde
manuais de condutas que prestam
clínicas, diagnosticas e assistência aos
terapêuticas em HIV/AIDS pacientes com
HIV/AIDS
Profissionais de saúde e - 163 556 Pacientes em terapia
integrantes de ONG anti-retroviral
capacitados como
facilitadores de grupo
adesão
Unidades dispensadoras de - 26 111 - 58.000 pacientes em
medicamentos de AIDS com terapia anti-retroviral
Sistema de Controle
Logístico de Medicamentos
(SICLOM) implantado
190
Diagnóstico, tratamento e assistência
Quadro I (continuação)
Demonstrativo dos Principais Produtos, População Abrangida e Período.
Nº AIDS II
Descrição do produto Nº AIDS I 1999 2000 2001 População
(jan a ago) (até 15 de abrangida
março)
Oficinas e Cursos para 79 73 10 - Profissionais de
Capacitação de saúde que prestam
Profissionais de Saúde em assistência aos
HIV/AIDS, pacientes com
HIV/AIDS
Oficinas com gestores do 01 02 01 01 prevista para Gestores do SUS
SUS de Saúde Mental de 2o semestre 2001
Estados e Municípios para
articulação de ações em
DST/AIDS
Projetos piloto de - - 07 Em processo de Portadores de
implantação de ações de seleção de HIV/AIDS com
assistência em Saúde CAPS/NAPS transtorno mental
Mental e AIDS em Centros para implantar 7
de Atenção Psicossocial novos projetos.
(CAPS/NAPS)
Projetos de parcerias com 80 80 Portadores de
ONG na assistência de Projetos já HIV/AIDS e
pacientes com HIV/AIDS incluídos no familiares
montante de
projetos da
SCDH1
Projetos de Centro de - 1 2 5 Ginecologistas
Treinamento Regionais para obstetras e outros
capacitação de profissionais de
multiplicadores para saúde das regiões
treinamento de norte, nordeste,
ginecologistas, obstetras e centro-oeste,
outros profissionais de sudeste e sul.
saúde para assistência à
mulher HIV+, nos seus
estados.
Projeto de fortalecimento - 8 Estados - 9 Estados Mulheres
para implementação de infectadas pelo
serviços de pré-natal e HIV e crianças
maternidades para verticalmente
assistência a mulheres expostas
HIV+, e treinamento de
médicos e enfermeiros
Oficinas para capacitação 74 Oficinas 50 Oficinas 20 Oficinas 42.217 Agentes
de instrutores/supervisores 2.145 840 Instrutores/ 512 Instrutores/ Comunitários de
do PACS/PSF para realizar Instrutores/ Supervisores Supervisores Saúde
o treinamento de Agentes Supervisores capacitados. Capacitados. capacitados.
Comunitários de Saúde capacitados
(ACS) para informar/educar
sua comunidade em
DST/HIV/AIDS
1
Rede de sociedade civil e de direitos humanos
191
Diagnóstico, tratamento e assistência
Quadro I (continuação)
Demonstrativo dos Principais Produtos, População Abrangida e Período.
Nº AIDS II
Descrição do produto Nº AIDS I População
1999 2000 2001 abrangida
(jan a ago) (até 15 de
março)
Total de testes rápidos anti- - - 177.600 testes 63.500 testes Profissionais de
HIV, distribuídos. saúde expostos
acidentalmente ao
HIV; gestantes no
último trimestres e
parturientes, não
testadas
anteriormente.
Gestantes diagnosticadas e 3.876 3.402 5.344 409 Parturientes HIV+
tratadas com zidovudina e seus recém-
(AZT) para redução da nascidos.
transmissão vertical
Total de testes rápidos para - - 257.600 testes 25.400 testes Parturientes, não
sífilis, distribuídos. testadas
anteriormente e
populações
específicas com
estimativa de alta
prevalência.
Quadro II
Distribuição dos Serviços de Assistência às DST e HIV/AIDS, por região. Brasil, março de 2001.
192
Diagnóstico, tratamento e assistência
Quadro III
Número de AIH e Valor de Repasse Referentes aos Serviços de Assistência às DST e HIV/
AIDS. Brasil, 2000.
AIH Nº R$
HOSPITAL CREDENCIADO 26.505 17.909.434,27
HOSPITAL DIA 11.560 1.926.260,28
TOTAL 38.065 19.835.694,55
193
Diagnóstico, tratamento e assistência
Legenda: BRASIL
BRASIL :
Legenda:
Ações em andamento 42.217 ACS capacitados
194
Diagnóstico, tratamento e assistência
195
Diagnóstico, tratamento e assistência
Figura II
90.000
80.000
70.000
60.000
50.000
40.000
30.000
20.000
10.000
jan/97
mar/97 jul/97
mai/97 set/97 jan/98
nov/97 jul/98
mai/98
mar/98 set/98 jan/99
nov/98 jul/99
mai/99
mar/99 set/99 jan/00
nov/99 jul/00
mai/00
mar/00 set/00
Os gastos do Governo Federal com a aquisição gastos globais com aquisição dos medicamentos
dos medicamentos de aids foram cerca de R$ 40 devido à significativa redução dos preços dos anti-
milhões em 1996, R$ 254 milhões em 1997, R$ 359 retrovirais.
milhões em 1998, R$ 622 milhões em 1999, R$ 566
milhões em 2000 e estão estimados em R$ 760 A Figura III mostra a distribuição evolutiva dos
milhões em 2001. O aumento dos gastos deve-se, diversos tipos de esquemas anti-retroviral (ARV)
principalmente, ao incremento do número de empregados nos pacientes infectados pelo HIV no
pacientes em tratamento, ao aumento da proporção
Brasil. Nesta figura, ITRNN refere-se aos inibidores
dos pacientes em terapias mais complexas e à da transcriptase reversa não-análogos de nucleosídeo
atualização das recomendações para terapia. e IP aos inibidores da protease.
Entretanto, no ano 2000 ocorreu uma redução dos
80%
60%
40%
20%
0%
7
0
99
/97
/98
/99
8
9
9
0
/98
7
/99
/00
7
8
7
8
t/9
t/9
t/9
/0
l/9
v/9
v/9
i/9
i/0
v/9
i/9
i/9
r/9
r/9
jul/
jan
jan
jan
jan
jul
ar
ar
ju
se
se
se
ma
ma
ma
ma
no
no
no
ma
ma
196
Diagnóstico, tratamento e assistência
Em 1999, a Coordenação Nacional de DST e Aids pelo Ministério da Saúde, sete são produzidos por
estabeleceu uma parceria com a Far-Manguinhos/ laboratórios nacionais.
FIOCRUZ/MS (laboratório farmacêutico responsável
pelo fornecimento de 40% dos anti-retrovirais com
Em 2000, 56% dos medicamentos anti-
produção nacional) para o desenvolvimento de
retrovirais que corresponderam a 41% dos gastos,
formulação e rotas sintéticas dos medicamentos foram adquiridos de empresas nacionais (62% de
nevirapina e indinavir. A etapa de formulação já foi laboratórios estatais e 38% de privados) e 44% dos
concluída e a distribuição de indinavir e nevirapina
medicamentos anti-retrovirais que correspondem a
foram iniciadas, respectivamente, em junho/00 e julho/
59% dos gastos, foram adquiridos de multinacionais
00. Atualmente, dos doze anti-retrovirais distribuídos
farmacêuticas, conforme ilustrado pela figura IV.
59% 44%
41% 56%
Atualmente, existem 424 Unidades unidades do estado de São Paulo e Rio de Janeiro no
Dispensadoras de Medicamentos (UDM) de Aids no 1º semestre de 2001.
Brasil. O SICLOM já foi implantado em 111
unidades, que respondem pelo atendimento de 65%
A Figura V mostra a distribuição do total das
do total de pacientes do País; atualmente está sendo
UDM de Aids no Brasil e especifica as que já estão
desenvolvido o módulo de gerenciamento destinado
informatizadas pelo SICLOM.
às Coordenações Estaduais de DST e Aids e está
programada a implantação do SICLOM em todas
1
1
1 1
3 1 2
1 5
1 1 3 5
1 1
2 3 8
3 9 3
5 9 2 31
1 9
3 1
1 30
2
8
10 129 10
Total UDM=424 23 32 1
2
UDM com SICLOM=111 31 95
3 41
31
4
197
Diagnóstico, tratamento e assistência
A Coordenação Nacional de DST e Aids está em populações de maior risco. Desde 1998, tem se
iniciando um projeto em colaboração com a UNAIDS observado um processo progressivo de integração
(Nações Unidas) intitulado "Implantação do Banco de institucional, operacional e de capacitação de recursos
Dados Internacional de Medicamentos de Aids", que humanos entre os Programas de DST/Aids e
tem por objetivo desenvolver e divulgar um sistema Pneumologia Sanitária. Estados e municípios
internacional de informações sobre aquisições e conveniados continuam promovendo atividades de
produção de medicamentos de Aids. A empresa para capacitação de recursos humanos e permitindo uma
desenvolvimento do sistema já foi contratada, a fase maior integração dos serviços que atendem
de teste deve ser iniciada na 2ª quinzena do mês de tuberculose e/ou HIV.
março/01 e no segundo semestre de 2001 está
programado o início da implantação do sistema. Em 2000 foram realizadas diversas reuniões
entre os dois programas e foi publicado um Manual
A análise comparativa dos preços combinada às de Normas para a Tuberculose conjunto. A partir de
informações sobre as condições de aquisição, 2001 está prevista uma integração ainda maior entre
fabricantes, indicadores de qualidade e capacidade as Coordenações de Pneumologia Sanitária e de DST/
de produção fornecerá instrumentos aos Programas Aids do Ministério da Saúde, no sentido de efetivar
de DST e A ids, principalmente dos países da África, alterações operacionais na rede de saúde compatíveis
América Latina e Ásia, para otimizar os processos de com a melhoria do acesso e adesão dos indivíduos
compra dos medicamentos e, conseqüentemente, portadores de HIV a quimioprofilaxia para
melhorar o acesso dos pacientes infectados pelo HIV tuberculose, reduzindo as taxas de adoecimento por
aos medicamentos necessários ao seu tratamento. tuberculose entre esses pacientes e,
conseqüentemente, melhorando sua sobrevida.
A proposta de implantação do banco de dados
também representa um passo importante da política Atualmente, o teste com PPD e a
de cooperação técnica do Governo Brasileiro, de quimioprofilaxia para tuberculose nos portadores do
apoio aos Programas de DST e aids, para melhoria HIV são realizados quase que exclusivamente pelos
da qualidade da assistência aos pacientes com HIV/ programas de tuberculose estaduais e municipais.
aids. O sistema utilizará a tecnologia WEB para Esses indivíduos HIV positivos, embora sejam
cadastro, atualização e divulgação dos dados. Todos tratados pelos serviços de tuberculose, não são
os dados serão informados diretamente pelas doentes de tuberculose, e ficam ligados aos dois
instituições e empresas cadastradas, e qualquer programas, o que muitas vezes prejudica seu acesso
instituição e empresa com acesso a internet poderá aos serviços, a criação de vínculo e,
habilitar-se para alimentar o banco de dados. O conseqüentemente, a adesão à quimioprofilaxia.
sistema deverá trabalhar com todos os medicamentos Assim, para promover uma maior integração
anti-retrovirais aprovados pelo Food and Drug operacional, a Coordenação Nacional de
Administration (FDA) e European Agency for the Pneumologia Sanitária concluiu o processo de
Evaluation of Medicinal Products (EMEA), e com aquisição de testes de PPD e repassará à Coordenação
os principais medicamentos para infecções Nacional de DST/Aids os quantitativos necessários
oportunistas associadas a aids, na primeira etapa, e desses testes e de comprimidos de isoniazida para a
numa fase posterior poderá incluir dados de preços e realização de quimioprofilaxia para tuberculose nos
condições para aquisição de matérias-primas para indivíduos HIV positivos, conforme as
produção de medicamentos de aids. recomendações técnicas estabelecidas pelo Comitê
Assessor em Tuberculose-HIV e pelo Programa
Nacional de Tuberculose. Tais recomendações estão
Interação HIV-Tuberculose e Outras Co-
previstas no Manual de Normas para Tuberculose
infecções
recentemente revisado e publicado.
198
Diagnóstico, tratamento e assistência
de tuberculose, com conseqüente melhora da qualidade dirigido para pacientes e profissionais de saúde.
de seu tratamento e da sobrevida em geral.
No mês de agosto de 2000, foi iniciado um
No que diz respeito a outras interações projeto de pesquisa que tem por objetivo avaliar a
infecciosas com o HIV, o Ministério da Saúde vem "Qualidade da Assistência Ambulatorial nos Serviços
desenvolvendo um processo de parceria integrada, Públicos de Atenção à aids no Brasil", em parceria
semelhante ao já estruturado para a tuberculose, na com o Departamento de Medicina Preventiva da
área das hepatites virais (particularmente na co- Faculdade de Medicina da Universidade de São
infecção HIV-hepatite C) e na interação do vírus com Paulo. O desenho da pesquisa prevê a análise dos
grandes endemias regionais (leishmanioses, doença serviços do ponto de vista das suas principais
de Chagas e malária). No ano 2000, foi criado, via características institucionais e a avaliação das
Portaria Ministerial, um grupo técnico assessor para principais dimensões da qualidade técnica do
elaborar as normas gerais e procedimentos técnicos cuidado, de modo a estabelecer um perfil geral da
e administrativos necessários para abordar a questão qualidade do processo de assistência e fornecer, a
das hepatites virais em nível nacional (Grupo Técnico todos os níveis de gerência dos Programas de DST e
Hepatites), sendo que a Coordenação Nacional de AIDS, instrumentos para aprimorar a qualidade da
DST/Aids representa a Secretaria de Políticas de assistência. Até a presente data, já foram realizados a
Saúde nesse comitê. As diretrizes técnicas e revisão das normas da Coordenação Nacional de
instrumentos administrativos necessários para DST/Aids, a revisão bibliográfica e os grupos focais
permitir o acesso público da população ao diagnóstico de usuários; o questionário estruturado está em fase
e tratamento da infecção pela hepatite C, inclusive final de elaboração e o cadastramento de todos os
os pacientes co-infectados com o HIV, foram serviços que prestam assistência ambulatorial aos
recentemente publicadas em Portaria Ministerial, bem pacientes com HIV/aids no Sistema Público de Saúde
como o protocolo básico de diagnóstico e tratamento. foi realizado pelo telemarketing ativo do Serviço
O detalhamento desse protocolo, a operacionalização Disque Saúde do Ministério da Saúde desde agosto/
e a capacitação dos recursos humanos necessários 2000 e encerrado no mês de março/2001.
para a plena efetivação desse processo estão em fase
de elaboração. Com relação à co-infecção HIV- Está prevista, também, a realização de um
endemias, projetos-piloto que permitam obter dados segundo projeto de pesquisa em parceria com o
para um diagnóstico situacional no cenário nacional, Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade
sobretudo do ponto de vista epidemiológico, estão de Medicina da Universidade de São Paulo, que irá
em fase de elaboração e, no ano 2000, um comitê avaliar a "Adesão ao Tratamento Anti-retroviral e
específico sobre o tema (Comitê HIV-Endemias) foi Qualidade da Assistência Ambulatorial nos Serviços
nomeado pela Coordenação Nacional de DST/AIDS Públicos de Atenção à aids no Brasil". O desenho
para definir as prioridades e a estruturação técnica e dessa pesquisa está apoiado na análise da qualidade
operacional desses projetos, previstos para serem dos serviços realizada no estudo anterior e na hipótese
iniciados durante 2001. amplamente reforçada nos resultados da pesquisa que
avaliou a adesão de usuários de 27 serviços do estado
Qualidade de Serviços e Adesão ao de São Paulo, de que a adesão está fortemente
Tratamento Anti-retroviral na Rede Pública de associada à qualidade do serviço. A principal
Saúde finalidade desse projeto é avaliar quais os fatores
relacionados à qualidade de serviço que representam
riscos para não-adesão de modo a fornecer
Em um estudo de avaliação da adesão dos
instrumentos que permitam otimizar as intervenções
pacientes portadores de HIV/aids à terapia anti-
para melhorar a adesão ao tratamento.
retroviral, realizado no estado de São Paulo com o
apoio da Coordenação Nacional de DST/Aids,
observou-se que a taxa de adesão ao referido Prevenção da Transmissão Materno-Infantil
tratamento foi de 69%. Com o objetivo de melhorar do HIV e da Sífilis Congênita
esse índice e a assistência aos pacientes, foram
realizadas 18 oficinas para capacitação de 556 Com os objetivos de iniciar as ações de
facilitadores de grupo de adesão, de unidades de prevenção da transmissão vertical do HIV e sífilis, e
saúde e de organizações não governamentais que chamar a atenção de gestantes e profissionais de
prestam assistência aos pacientes com HIV/aids,junto saúde, a Coordenação Nacional de DST e AIDS,
com a elaboração de material educativo de adesão, juntamente com as Coordenações de DST e AIDS
199
Diagnóstico, tratamento e assistência
dos estados e municípios, deu início a uma série de recém-nascidos, desenvolvidas respectivamente pelas
atividades que envolveram desde a realização de Áreas Técnicas de Saúde da Mulher e Criança,
cursos e seminários para profissionais de serviços de Coordenações de DST e Aids dos vários níveis de
pré-natal e maternidades, à realização de campanhas, governo (Federal, Estadual e Municipal), e Programas
com produção de fôlderes, posteres e vídeos para de Agentes Comunitários de Saúde e de Saúde da
gestantes e profissionais de saúde; manuais para Família, estando as atividades de capacitação e de
profissionais de saúde; mensagens em rádio e acompanhamento das ações descentralizadas para os
televisão; e cartas para os secretários de saúde dos estados e municípios. Os Grupos de Investigação de
estados e municípios e para as Coordenações de DST/ Sífilis Congênita, atualmente sob a coordenação dos
Aids e de Saúde da Mulher e Criança. programas de DST e Aids dos estados, têm forte
influência sobre a resposta brasileira no grande
projeto de controle da doença nas Américas (OPAS,
Atualmente, as ações de prevenção da
1993). A Figura VI apresenta a distribuição desses
transmissão materno infantil do HIV e sífilis vem
Grupos de Investigação de Sífilis Congênita no País.
sendo desenvolvidas de forma integrada às atividades
de assistência a gestantes, parturientes, puérperas e
07
10
19 07 17
09 36
07
04 11
03 02
04 14
30 37 08
10
80
05
16 06
09 32
10
21
08 TOTAL : 422
200
Diagnóstico, tratamento e assistência
vinculação das unidades que prestam atenção pré- • Gestantes atendidas no 3º trimestre que não
natal com uma determinada maternidade para que a realizaram o 2º teste com VDRL (rotina) até a
mulher tenha a garantia da vaga para o momento do
28ª semana, ou ainda, que não realizaram
parto. Este trabalho será complementado por Centrais
testes para sífilis em nenhum momento da
Reguladoras dos Leitos Obstétricos.
gestação.
Obedecendo a essa lógica, serão organizadas no
• Parturientes não testadas previamente ou com
SUS, à proporção que os municípios aderirem ao resultados dos exames não disponíveis na
Programa de Humanização no Pré-Natal e admissão hospitalar, ou ainda, que não
Nascimento, a assistência pré-natal e parto para as realizaram o pré-natal.
mulheres portadoras do HIV, o seguimento das • Como triagem inicial de gestantes em
crianças verticalmente expostas ao HIV, e a acompanhamento pré-natal, quando as
assistência de crianças com sífilis congênita.
facilidades metodológicas dos testes rápidos
Complementando, será distribuído, em breve, um
Manual sobre Humanização no Pré-natal e compensem a ausência de uma estrutura
Nascimento (onde constam informações para o laboratorial mais complexa ou de custo mais
manejo adequado de parturientes, puérperas e elevado.
crianças verticalmente expostas ao HIV). As
informações sobre todos os eventos do pré-natal e do As ações desenvolvidas nos serviços de
parto deverão ser enviadas ao Ministério da Saúde planejamento familiar são igualmente importantes
por meio de um sistema de informação desenvolvido para a prevenção da transmissão materno-infantil do
pelo DATASUS, o SISPRENATAL. Encontra-se em HIV e sífilis, pois promovem a prevenção de
andamento a elaboração de um manual para gestações em mulheres HIV positivas cujas condições
profissionais de saúde dos serviços de pré-natal e
laboratoriais e clínicas sejam desfavoráveis e/ou
parto, sobre aconselhamento de gestantes e de quando não há desejo de engravidar por parte da
parturientes e puérperas infectadas pelo HIV. Além mulher. Com o objetivo de informar os profissionais
disso, dois outros manuais sobre substitutos do leite
de saúde desses serviços, promovendo assistência
materno e alimentação infantil para crianças
adequada à mulher ou ao casal, foi elaborado um
verticalmente expostas ao HIV estão sendo Manual de Planejamento Familiar. Neste manual,
elaborados, sendo um para orientação dos
perpassando a indicação de todos os métodos, é
profissionais de saúde e outro para orientação às mães
abordado o aspecto da dupla proteção (proteção da
HIV positivas.
gravidez e das DST/HIV); em capítulo específico, são
abordadas as informações para a anticoncepção na
Com o objetivo de fortalecer as ações de redução mulher portadora do HIV. Quanto à disponibilização
da Transmissão Materno infantil do HIV e controle dos método contraceptivos, caberá à Coordenação
da Sífilis Congênita desenvolvidas no âmbito das Nacional de DST/Aids participar com o suprimento
coordenações estaduais e municipais, e visando de preservativos masculinos e à Área Técnica da
captar gestantes e parturientes assistidas no SUS que Saúde da Mulher com os outros métodos.
chegam no último trimestre de sua gestação e no
momento do parto, sem terem sido anteriormente
A possibilidade de realizar exames que permitam
aconselhadas e testadas para o HIV (estimadas em
uma abordagem rápida e relativamente segura de seus
cerca de 40%), a Coordenação Nacional de DST/Aids
resultados tem grande importância estratégica quando
realizou a compra de 300.000 testes rápidos anti-HIV.
da atuação em contingentes populacionais maiores
Igualmente, foram comprados 300.000 testes rápidos
(em screening). A aplicação de testes rápidos para a
para diagnóstico de sífilis, visto que as gestantes/
identificação de casos de sífilis é relativamente
parturientes não aconselhadas e testadas para o HIV,
recente em nosso País, sendo utilizada principalmente
acima referidas, também não são testadas para sífilis.
na identificação de gestantes não testadas para sífilis
A rotina preconizada, de realização de VDRL na
admissão para o parto/curetagem, vem sendo aplicada pelo método usual (VDRL), como, por exemplo, em
campanhas de massa. Esta estratégia é útil no manejo
de maneira significativamente uniforme em todo o
da situação epidemiológica, já que amplia a
País, o que não exclui a indicação do uso dos testes
rápidos em algumas situações especiais. As situações visibilidade do problema, permitindo a identificação
que, neste momento, devem nortear as indicações de de áreas prioritárias para atuação, através da qual
rompe-se o elo de transmissão da infecção, evitando-
utilização deste tipo de teste para sífilis são:
se com isso complicações posteriores severas, ao
201
Diagnóstico, tratamento e assistência
mesmo tempo que proporciona espaço para discussão possibilidade de não só promover o diagnóstico
de medidas preventivas (educação em saúde). precoce de infecções pelo Treponema pallidum ainda
assintomáticas ou em estado de latência clínica, mas
também de prover aos casos detectados um
Este tipo de abordagem também tem sido
tratamento adequado, agrega-se a oportuna orientação
implementado em outras populações, como no
desenvolvimento de um projeto de intervenção junto quanto a medidas de prevenção das DST/HIV.
a militares do Exército Brasileiro, para o qual 125.100
testes rápidos foram destinados. Neste projeto, ANÁLISE DA RESPOSTA
aproximadamente 100.000 militares foram
submetidos ao teste, no período de janeiro a fevereiro
de 2001, e os casos positivos foram submetidos a Apesar de o número de serviços de saúde que
tratamento (também fornecido pela Coordenação promovem atenção às DST (que corresponde às
Nacional de DST/Aids), de acordo com a rotina unidades cadastradas na Coordenação Nacional de
preconizada para os casos de sífilis. Um percentual DST/AIDS) ter apresentado um acréscimo no período
de 1% dos participantes preencheu um questionário de setembro de 2000 a março de 2001, ainda
para avaliação comportamental. Dados do Projeto representa um percentual reduzido em relação ao total
Exército, obtidos em 1996, mostraram taxas de de unidades de saúde do País. A estratégia da atenção
prevalência, em conscritos, variando de 0,4 %, nas global, por meio da Abordagem Sindrômica, vem
regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, a 0,8% nas sendo continuamente ampliada na rede pública, pela
regiões Norte e Nordeste. Os dados referentes a este da capacitação de profissionais de saúde, incluindo
projeto ainda não estão disponíveis. Promover este laboratório através do TELELAB, da disponibilização
tipo de abordagem em uma população específica de medicamentos pelos programas estaduais e
como a de militares auxilia na percepção da municipais de DST e aids, e de projetos e aquisição
magnitude do problema em uma amostra da de insumos de laboratório, incluindo equipamentos
população masculina jovem e sexualmente ativa. À e reagentes.
25 88 4
47 133
42
40 15
02 18
9 12
12 53 3
11
36
46
10
31
155 13
46
17
16
202
Diagnóstico, tratamento e assistência
A sífilis congênita vem a reboque, envolvendo da Rede Pública de Saúde. Ademais, o processo de
um grande número de serviços atuantes, e tendo implantação, implementação e credenciamento
ampliada sua visibilidade enquanto problema de desses serviços está em fase de descentralização,
saúde pública neste momento em que se busca seu sendo realizado pelas Coordenações Estaduais e
controle. Os Grupos de Investigação de Sífilis Municipais de DST/Aids, particularmente nos
Congênita ainda requerem uma estrutura de avaliação estados da região sul e sudeste, onde se concentra a
e controle adequados para que se garanta que as maior parte dos pacientes acometidos pelo HIV. No
condutas sejam adequadamente empregadas, tanto momento, a Coordenação Nacional de DST/Aids está
nos recém-natos infectados quanto suas mães, e re-avaliando o perfil dos serviços de alternativas
parceiro(s) dela. assistenciais, no intuito de melhor definir as
estratégias e necessidades desses serviços em nível
nacional. Apesar de os treinamentos de natureza
No que tange os serviços alternativos
gerencial estarem sendo realizados a contento nas
assistenciais em HIV/aids, observamos um menor
modalidades SAE, HD e ADT, observamos a
ritmo de crescimento no número de serviços novos
implantados pelo nível federal, quando comparado necessidade de uma maior oferta de treinamentos de
natureza técnica (aspectos clínicos, laboratoriais e
com o Projeto AIDS I, e que os mesmos ainda
terapêuticos) para os profissionais que atuam nesses
concentram-se na região Sul e Sudeste do País. É
tipos de serviço.
importante enfatizar que esse menor ritmo se justifica
pela diminuição sensível nas necessidades de
hospitalização e mesmo de serviços alternativos de As Figuras de VIII a XII apresentam a
HD e ADT, ocasionada pelo amplo acesso à terapia distribuição dos vários tipos de serviços
anti-retroviral combinada a partir de 1996. especializados de assistência aos portadores de HIV/
Atualmente, o controle clínico-terapêutico dos aids, podendo ser observada a maior concentração
pacientes portadores de HIV/aids é realizado nas regiões Sudeste e Sul.
eminentemente pelos SAE e em ambulatórios gerais
N:8
(2,2%)
NE : 34
(9,3%)
CO : 23
(6,3%)
SE : 251
(68,8%)
S : 49
(13,4%)
203
Diagnóstico, tratamento e assistência
N:1
(1,5%)
NE : 11
(16%)
CO : 3
(4,4%)
SE : 38
(56%)
S : 15
(22%)
Fonte : UDAT/CN
DST/AIDS/SPS/MS
N:7
(4,5%)
NE : 21
(13,5%)
CO : 19
(12,3%)
SE : 81
(52,3%)
S : 27
(17,4%)
204
Diagnóstico, tratamento e assistência
N:2
(3,8%)
NE : 7
(13,5%)
CO : 1
(1,9%)
SE : 35
(67,3%)
S:7
(13,5%)
Em relação às gestantes infectadas pelo HIV, no Comparando os anos de 1999 e 2000, verificamos
período de janeiro a dezembro de 2000, 5.344 que a região Sul apresentou um aumento de 61%, a
mulheres receberam zidovudina (AZT) injetável Nordeste de 82%, a Norte de 100%; a região Sudeste
durante o parto; de janeiro de 2001 a 15 de março de de 44% e a Centro-Oeste de 90% .
2001, 409 mulheres receberam essa terapia.
6.000
5.129
5.000
4.000
3.473 3.402
3.000
2.414
2.000
1.223
1.000
758
FONTE: CN-DST/AIDS
* dados sujeitos a revisão 1999 2000*
205
Diagnóstico, tratamento e assistência
A política de medicamentos anti-retrovirais tem No que diz respeito à redução das mortes
garantido maior sobrevida para os indivíduos observou-se, nos últimos anos, uma redução
infectados pelo HIV, o que minimiza o impacto da expressiva na mortalidade ocasionada por aids. Em
epidemia nas populações infectadas pelo vírus, 1995, a taxa de mortalidade por aids atingiu 12,2 em
especialmente aquelas em idade produtiva. Além cada grupo de 100.000 pessoas; em 1999, a taxa havia
disso, o programa de acesso universal à terapia anti- recuado para 6,3/100.000, o que representa uma
retroviral, somado a outras iniciativas, tais como o queda no coeficiente de mortalidade de
uso mais difundido de quimioprofilaxia para as aproximadamente 48.4%. Em grandes centros
principais infecções oportunistas e a disponibilização urbanos como São Paulo e Rio de Janeiro (cidades
de modalidades alternativas de assistência (hospital- onde se concentram mais de 31% dos casos
dia e assistência domiciliar), possibilita a redução das conhecidos de aids no País), a redução na mortalidade
necessidades e dos custos das internações hospitalares foi ainda mais expressiva, sendo de aproximadamente
e a redução de infecções oportunistas. 70% (SP - 54%, Rio - 73%), no período 1995-2000
(dados até agosto de 2000). A Figura XIII expressa a
tendência da mortalidade por AIDS no país,
observando-se a queda a partir de 1995.
14,0
12,0
(x 100000 hab.)
10,0
8,0
6,0
4,0
2,0
0,0
90 91 92 93 94 95 96 97 98 99
2
Ano do óbito R = 0,8156
Além da queda na mortalidade, observou-se uma Estadual de Saúde de São Paulo (CRT/AIDS-SP), a
diminuição de 60 a 80% na ocorrência dos principais ocorrência de novos casos de tuberculose em
processos oportunistas associados com indivíduos HIV positivos, nos quais o risco estimado
imunodeficiência grave em pacientes com HIV/aids é cerca de 800 vezes maior do que na população geral,
nos principais serviços assistenciais para esses apresentou uma redução de aproximadamente 76%
pacientes, tais como criptococose, citomegalovirose no período de 1996 a 2000, nessa instituição,
e sarcoma de Kaposi. Segundo dados do Centro de conforme ilustrado pela Figura XIV.
Tratamento e Referência em DST/aids da Secretaria
206
Diagnóstico, tratamento e assistência
400
350 97/96:--63,8%
97/96: 63,8%
300 98/96:- 73,6%
98/96:- 73,6%
250 99/96:--64,7%
99/96: 64,7%
200
00/96:--75,67%
00/96: 75,67%
150
100
50
No casos
0
1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000
533,08
500,00
400,00
300,00
100,00
0,00
207
Diagnóstico, tratamento e assistência
De forma análoga, a já referida redução dos em 1998 para US$ 3.008,70 2 em 2000). Tal efeito
custos dos medicamentos anti-retrovirais teve pode ser atribuído principalmente à redução dos
impacto favorável nos custos e no custo médio custos dos análogos de nucleosídeo. O custo médio
ponderado da terapia dupla com inibidores da ponderado por paciente-ano em terapia anti-retroviral
transcriptase reversa análogos de nucleosídeo apresentou um aumento significativo de 1996 a 1997,
(ITRN), constatando-se uma redução de US$ devido ao início da distribuição dos IP; entretanto,
3.812,06 por paciente-ano em 1996 para US$ 763,223 de 1997 a 2000 esse custo vem apresentando uma
em 2000 (redução de 80%). As terapias triplas com queda de aproximadamente 15% (US$ 4.858,14 em
inibidores da protease (IP) ou com inibidores da 1997 para US$ 4.137,20 2 em 2000), apesar do
transcriptase reversa não-análogos de nucleosídeo aumento proporcional de pacientes em uso de
(ITRNN) apresentaram reduções de 35,7% e 34,4%, esquemas terapêuticos mais complexos e de maior
respectivamente. (IP - de US$ 7.341,87 em 1997 para custo (conforme a Figura III já mostrara
US$ 4.716,84 2 em 2000; ITRNN - de US$ 4.583,74 anteriormente).
5.000,00 4858,14
4536,54 4243,12
4.000,00 4137,20
3812,06
3.000,00 iníco do uso IP
2.000,00
1.000,00
1996-2000: aumento de 8,5%
1997-2000: redução de 14,8%
0,00
*Dados preliminares
A implantação do SICLOM tem demonstrado percentual das atividades relacionadas ao controle das
que o sistema pode efetivamente colaborar para o uso DST apresentou uma melhora ao serem comparados
racional dos medicamentos anti-retrovirais. Na os períodos antes e após a implantação das Equipes
análise de 40.009 prescrições das 25 unidades de Saúde da Família (ESF):
dispensadoras no período de novembro/1999 a
janeiro/2000, pode ser observado que 36.401 (91%)
• Com relação às DST, o diagnóstico passou de
foram aprovadas pelo Sistema e 3.608 (9%) foram
recusadas, e dentre as prescrições recusadas, 2.027 28,3% para 92,8%; o tratamento passou de
(5,1%) pacientes teriam recebido um esquema 29,0% para 94,0%; e a busca ativa de casos
potencialmente danoso para sua saúde. passou de 9,9% para 78,4%. Quanto à
investigação de contatos e aconselhamento de
A pesquisa "Avaliação da implantação e pacientes de risco, aumentou de 16,3% para
funcionamento do Programa de Saúde da Família", 83,6%. A proporção de ESF que realizaram
realizada em 1999 pelo Departamento de Atenção simultaneamente as ações de controle das
Básica do Ministério da Saúde, revelou que o DST, acima relacionadas, foi de 71,8% após
3
Os dados de 2000 são preliminares
208
Diagnóstico, tratamento e assistência
a implantação das ESF (não foram incluídas para manejo adequado dos pacientes (e
nesses resultados as ESF dos estados do Rio parceiros) portadores de DST/HIV/aids.
de Janeiro e Minas Gerais). • Necessidade de reciclagem dos profissionais
• Com relação ao pré-natal, a realização de que atendem nas modalidades de alternativas
consultas com médicos passou de 43,8% para assistenciais.
93,7% e com enfermeiros de 22, 1% para • Falta de conhecimento sobre cuidados
86,2% e a realização do VDRL passou de paliativos no Brasil.
12,6% para 85,2%. • Problemas sociais, como pobreza e baixa
instrução, são fatores importantes de não
adesão dos pacientes à terapia anti-retroviral.
2.2.4. PRINCIPAIS DIFICULDADES • Excessiva rotatividade e falta de qualificação
dos profissionais de responsáveis pelo
• Os Programas de Agentes Comunitários de controle logístico dos medicamentos de aids
Saúde e de Saúde da Família encontram-se em parte das unidades dispensadoras e em
em constante expansão; entretanto, as equipes algumas Unidades Federadas;
de multiplicadores dos estados e municípios • Dificuldades estruturais das Secretarias de
geralmente são as mesmas para as várias Saúde e das unidades de saúde para
estratégias de capacitação relacionadas ao manutenção dos computadores do SICLOM;
controle das DST/aids, dificultando a • Despreparo dos funcionários das farmácias
realização das capacitações dos instrutores/ para manejo de um sistema informatizado para
supervisores dos ACS e das ESF no ritmo que controle de medicamentos.
seria desejável.
• Há falta de priorização das ações de controle
das DST por parte de muitas Coordenações
Estaduais e Municipais.
• Ocorre grande rotatividade dos profissionais
treinados, o que praticamente impossibilita a
manutenção e consolidação de uma Rede de
Referência e Contra-referência regionalizada
para assistência às DST.
• Baixa qualidade do pré-natal e assistência ao
parto; falta de profissionais de saúde para
oferecer e realizar o aconselhamento pré e pós-
teste anti-HIV nos serviços de pré-natal e
parto; centralização e custo elevado dos testes
anti-HIV, levando a disponibilidade limitada
desses testes; e falta de sensibilização, apesar
de todos os esforços, até então empreendidos,
dos obstetras e ginecologistas e de outros
profissionais de saúde nos serviços de pré-
natal e parto, para promover o aumento
progressivo de gestantes aconselhadas,
testadas e tratadas para prevenção da
transmissão vertical do HIV e da sífilis
congênita.
• Desconhecimento por parte dos profissionais
e/ou falta de condições nos serviços de saúde
209
Parte IV - Componente 3
Desenvolvimento Institucional e Gestão do Projeto
Desenvolvimento e gestão
VIGILÂ
NCIA EPIDEMIOLÓ GICA DAS DST/HIV/AIDS
213
Desenvolvimento e gestão
214
Desenvolvimento e gestão
Em agosto de 1999, realizou-se a oficina de Outra limitação importante refere-se ao fato da coleta
"Avaliação do Projeto de Vigilância do HIV por Rede de sangue das parturientes ser realizada, em grande
Nacional", com a finalidade de rever aspectos parte dos municípios, em apenas um estabelecimento
metodológicos e operacionais do projeto. Concluiu- de saúde. Adicionalmente, no caso do
se que a metodologia aplicada no período 1997-99 estabelecimento ser de referência para aids, ou passar
para a coleta das informações ainda apresentava a ser após a implantação do Projeto-Sentinela, viés
deficiências importantes, impondo limitações para a expressivo é introduzido na estimativa da prevalência
inferência populacional e para o monitoramento da infecção pelo HIV. Sendo assim, foi necessário
espaço-temporal da infecção pelo HIV. ajustar as estimativas de prevalência através de
procedimentos estatísticos para que os resultados
Em razão da seleção não aleatória dos sítios em pudessem ser generalizados em nível nacional. Os
resultados para os anos de 1998 e 1999 estão
que foi implementado o Projeto-Sentinela, a amostra
apresentados na tabela a seguir:
não se mostrou representativa da população brasileira.
Estimativas do número, proporção (%) de infectados de 15-49 anos pelo HIV e correspondentes
limites de 68% de confiança, segundo o sexo. Brasil, 1998 e 1999
1998 1999
Sexo Estimativa Limite Limite Estimativa Limite Inferior Limite
Inferior Superior Superior
Feminino Nº 181609 159452 203739 223768 193157 254059
p(%) 0,408 0,358 0,458 0,492 0,425 0,559
Masculino Nº 355311 311246 399326 399205 369582 428609
p (%) 0,824 0,722 0,926 0,906 0,839 0,973
Total Nº 536920 470698 603065 622973 562739 682668
p (%) 0,613 0,537 0,689 0,696 0,629 0,763
Destaca-se que as estimativas aqui apresentadas direcionamento de prevenção e controle das ações
devem ser examinadas com as devidas precauções, à da CN-DST/AIDS.
luz das limitações das informações do Projeto-
Sentinela.
Para a operacionalização da rede foram
realizadas 04 oficinas de trabalho para 150
Os estudos-sentinela em parturientes foram, em maternidades, onde foram capacitados 150
2000, totalmente redesenhados, incorporando profissionais, sobre os aspectos operacionais do
critérios de representatividade estatística através de projeto. Nesses encontros foram ainda abordados
estratificação, segundo tamanho populacional dos aspectos relacionados à humanização do parto,
municípios e distribuição por macrorregiões. políticas para este segmento do Ministério da Saúde,
Manteve-se a metodologia anônima não vinculada, a notificação de gestante HIV e considerações gerais
utilizando-se a sobra de material da rotina dos sobre a transmissão vertical. O período estabelecido
serviços. Foram sorteadas 150 instituições para a realização do corte foi de agosto a dezembro
pertencentes ao Sistema Único de Saúde, nas quais de 2000. A análise das amostras e a divulgação dos
são coletadas 120 amostras de cada sítio, totalizando resultados desse estudo estão previstas para o segundo
18.000 amostras em um corte anual. trimestre de 2001.
A rede tem como objetivo monitorar a Na tabela seguinte observa-se os resultados dos
prevalência da infecção pelo HIV, ampliar a cobertura seis cortes realizados entre 1997 e 1999, e os dados
das informações sobre HIV/aids, com a possibilidade preliminares do corte de outubro de 2000, que
de estimar a população infectada pelo HIV em todo permitem concluir que as taxas de prevalência na
País, para o estabelecimento de políticas e população de parturientes de 15 a 49 anos, encontra-
se relativamente estável nos últimos 4 anos.
215
Desenvolvimento e gestão
216
Desenvolvimento e gestão
• Vigilância Epidemiológica das Gestantes No Brasil, existem 426 serviços com Grupo de
HIV+ e Crianças Expostas
Investigação da Sífilis Congênita (GISC) cadastrados
junto à CN-DST/AIDS. Desde 1996, a CN-DST/
Essa vigilância possibilita o rastreamento de AIDS recebeu 1073 relatórios desses grupos. Os
gestantes HIV+ e crianças expostas, para que a adoção relatórios enviados até março de 2001 registraram
de tratamento/profilaxia possa ser efetuada quando 399.229 atendimentos de pré-natal, com 55% de
indicado. Esta vigilância permitiria ainda o exames VDRL realizados e 1,4% VDRL reagentes,
acompanhamento e avaliação constante da qualidade com 80% das gestantes tratadas nesses serviços. Além
das ações de prevenção da transmissão vertical nos disso, foram registrados outros 685.046 atendimentos
serviços de saúde, a operacionalização do Protocolo de parto, com 58% de exames VDRL realizados e
ACTG 076, além do monitoramento das tendências 2,4% VDRL reagentes. Foram registrados 459.167
da epidemia nesta população, facilitando as atividades nascidos vivos, nesses serviços; destes, 0,7%
de planejamento das ações de prevenção e assistência. apresentaram sífilis congênita.
217
Desenvolvimento e gestão
218
Desenvolvimento e gestão
Já se encontra inserida no SINAN uma lista de Serão estudadas: categoria de transmissão, ano
seis DST, sendo três síndromes e três doenças de diagnóstico, sexo, ano de nascimento, idade na
específicas, que será utilizada para a notificação data do diagnóstico, principais doenças indicativas,
simplificada. São elas: corrimento uretral, ulceração terapêutica utilizada e local de atendimento.
genital, corrimento cervical, herpes genital (primeiro
episódio), verruga genital (primeiro episódio) e sífilis
A amostra é de cerca de 1.800 crianças, atendidas
(exceto a sífilis primária). Essas doenças e síndromes
em Belém, Recife, Rio de Janeiro, São Paulo, Santos,
são consideradas estratégicas do ponto de vista
epidemiológico por serem altamente incidentes e/ou São José do Rio Preto, Campinas e Porto Alegre,
prevalentes, por permitirem a identificação de uma representando as cidades com o maior número de
população sob alto-risco para a aquisição do HIV (a casos em cada macrorregião. O trabalho de campo
dos portadores de DST) e pelo fato de seu iniciou-se em maio, e os resultados preliminares
monitoramento permitir ações concretas para o seu deverão ser conhecidos até junho de 2001
controle e para o controle da transmissão do HIV.
• Estudo de sobrevida de pacientes com 13
Estudos de sobrevida anos ou mais
A sobrevida dos pacientes de aids vem Esse estudo visa à análise da sobrevida de
aumentando nos países desenvolvidos, devido pacientes adultos com diagnóstico de aids no período
principalmente ao aprimoramento de serviços e de de 01/07/95 a 30/06/97, notificados até 31/12/98, e
meios diagnósticos e terapêuticos (Grangeiro et al., com seguimento até 30/06/99.
1995).
As variáveis de estudo são: critério de notificação
Para o Estado de São Paulo como um todo, de caso, categoria de transmissão, doenças
Grangeiro et al. (1995) observaram um tempo médio oportunistas no diagnóstico, terapia anti-retroviral,
de sobrevida, de 1985 a 1991, de 232 dias, com profilaxia de doenças oportunistas, linfócitos totais
variação de 201 dias (casos de transmissão vertical) no diagnóstico, e contagem linfócitos CD4+ em data
a 259 dias (hemofílicos), em 7.480 casos notificados. mais próxima à do diagnóstico.
Em estudo anterior, para o conjunto do País, Chequer
et al. (1992) registraram o tempo médio de sobrevida
A amostra definida foi de 1.225 pacientes, por
de 5,1 meses, aproximadamente 153 dias, entre 2.135
ano de estudo, totalizando 2.450 doentes para o
casos notificados no período de 1982 a 1989. Nos
período proposto, distribuídos entre as cidade de
países mais desenvolvidos, à época, este tempo médio
Belém, Rondonópolis, Recife, Jaboatão dos
de sobrevida era substancialmente maior (Friedland
et al., 1991; Lemp et al., 1990). Guararapes, Campinas, São Paulo, Ribeirão Preto,
Santos, São José do Rio Preto, Santos, São José dos
Campos, Curitiba, Foz do Iguaçu e Londrina.
Vários fatores podem explicar a mudança
observada ao longo do tempo nas curvas de
probabilidade de morte, a partir da data de O trabalho de campo foi iniciado este ano, e a
diagnóstico. Parte do decréscimo de risco é devido previsão é de contar-se com resultados preliminares
ao desenvolvimento de novas terapias no tratamento até junho de 2001.
da aids, que vêm trazendo mudanças na curva de
sobrevivência. Para avaliar as alterações na sobrevida Avaliação das ações de prevenção das DST,
dos pacientes de aids no País, estão sendo Aids e drogas em escolas
desenvolvidos dois estudos:
Esta pesquisa foi coordenada pela UNESCO, sob
• Estudo da sobrevida de pacientes menores o título de "Violência, Aids e Drogas nas Escolas",
de 13 anos
em parceria com a CN-DST/AIDS, além de outras
entidades. Tem como objetivo avaliar e mensurar o
Esse estudo visa comparar o tempo de sobrevida, grau de informação acerca das DST/aids e uso de
ao longo de 18 meses após o diagnóstico de aids, em drogas, atitudes, práticas e comportamentos de jovens
crianças de 0 a 12 anos diagnosticadas até 31/12/98, e adolescentes escolarizados, além de mapear as
notificadas à CN até 31/12/99, e com seguimento até políticas, estratégias e práticas desenvolvidas nas
31/06/2000. unidades escolares com relação a estes assuntos.
219
Desenvolvimento e gestão
A pesquisa combinou técnicas quantitativas e A maior parte dos participantes não conta com
qualitativas. Utilizou-se um processo de amostragem equipe bem estruturada e tal fato torna heterogêneo
por etapas, com representatividade por unidade o acolhimento do paciente e a rotina de trabalho. As
federativa, numa primeira etapa, com estratificação equipes multidisciplinares revelaram-se como as que
das unidades escolares de modo proporcional à melhor conseguem acolher o paciente, e ao mesmo
matrícula total da rede (estadual, municipal, tempo, notificar com boa qualidade de informação.
particular), por nível de ensino (5ª a 8ª séries e ensino
médio) e por turno (diurno e noturno), e numa etapa
subseqüente, seleção aleatória de turmas dentro de Os participantes registraram insatisfação com a
cada unidade escolar. falta de notificação dos pacientes assintomáticos,
gerando inadequações no preenchimento das fichas
do SINAN e do SICLOM.
A pesquisa foi distribuída pelas regiões geopolíticas
da Federação: região Norte: Manaus e Belém; região
Nordeste: Fortaleza, Maceió, Recife e Salvador; região Quanto ao conceito de "múltiplos parceiros", não
Sudeste: Rio de Janeiro, São Paulo e Vitória; região há consenso entre os grupos trabalhados: no grupo
Centro-Oeste: Goiânia, Cuiabá e Distrito Federal eregião do Rio de Janeiro foram identificados três conceitos
Sul: Florianópolis e Porto Alegre. diferentes e no de São Paulo, quatro, todos baseados
na relação da categoria tempo e número de parceiros.
Avaliação do preenchimento da ficha de
notificação de Aids - SINAN: Uma abordagem Sondagem de opinião
qualitativa
Com o objetivo de complementar o
Essa pesquisa teve como objetivos: a) descrever conhecimento sobre o conceito de "múltiplos
o processo de preenchimento da ficha de notificação parceiros" foi realizada sondagem de opinião entre
de casos de aids - SINAN; b) identificar critérios os participantes da Reunião Nacional de Vigilância
utilizados pelos profissionais de saúde para em DST, HIV e Aids, ocorrida em Brasília, no mês
preenchimento da ficha de investigação de aids; c) de abril. Cerca de 100 profissionais participantes do
traçar o diagnóstico das práticas desenvolvidas pelos evento, ligados à vigilância epidemiológica das
profissionais no preenchimento dos campos da Coordenações Estaduais e Municipais de todo o País,
referida ficha; d) registrar as atitudes bem-sucedidas foram convidados a informar o conceito de
neste processo e, como objetivo específico, identificar multiplicidade de parceiros por eles considerado mais
o conceito de "múltiplos parceiros" utilizado pelos adequado para fins de vigilância epidemiológica da
profissionais de saúde na ficha de pessoas vivendo aids . A sondagem realizou-se por meio de
com aids. questionário auto-preenchido, em que se solicitava
aos respondentes que identificassem qual número de
A pesquisa utilizou a técnica de grupos focais, parceiros, e em qual período de tempo, caracterizaria
cujo roteiro buscou levantar dados sobre os seguintes a multiplicidade de parceiros.
aspectos: treinamento para o preenchimento da ficha;
formação da equipe de trabalho; rotina de Os resultados demonstraram a ausência de um
acolhimento; rotina de preenchimento da ficha; consenso: verificou-se grande dispersão nas
identificação dos campos mais difíceis; conceito de respostas, especialmente nas questões relativas ao
múltiplo parceiro e proposições do grupo para período de tempo que caracterizaria a ocorrência da
melhorar o aproveitamento dos dados da ficha. Foram múltipla parceria - respostas variando entre 1 dia e
realizados dois grupos focais, nos estados do Rio de
15 anos. Maiores concentrações de respostas: 1 ano
Janeiro e São Paulo, perfazendo um total de 12
(33%), de 1 a 6 meses (29%) e 10 anos (22%).
participantes oriundos dos municípios que registram
maior prevalência.
Levantamento Nacional sobre Prevenção de
DST/AIDS e de Uso de Drogas em Escolas
A maioria dos serviços representados na pesquisa
trabalham com busca ativa de prontuário para coletar
os dados obrigatórios à notificação. A justificativa Objetiva realizar o diagnóstico da situação das
para tal prática está no fato de que muitos médicos escolas brasileiras em relação ao trabalho de
estão insatisfeitos por serem solicitados a preencher prevenção das DST/aids e do uso de drogas; traçar o
vários papéis (entre eles, a ficha de notificação). perfil das unidades de ensino, identificando a
220
Desenvolvimento e gestão
Essa pesquisa foi publicada com o mesmo nome Os resultados preliminares da pesquisa
na Série Avaliação - Número 3 em outubro de 2000, encontram-se no Componente 1, Promoção/Proteção
pelo Ministério da Saúde, Secretaria de Políticas de e Prevenção.
Saúde, Coordenação Nacional de DSTe Aids.
Estudo-piloto para o levantamento nacional
Seus resultados revelaram que cerca de 87% das sobre prevenção de DST, aids e uso de drogas em
escolas referiram que o trabalho sobre prevenção das escolas - 2000
DST/aids e do uso de drogas faz parte do seu projeto
político-pedagógico. Foi identificada uma relação Este estudo atualizou o "Levantamento Nacional
positiva entre capacitação de professores e sobre Prevenção de DST/aids e de Uso de Drogas
desenvolvimento de ações na área de prevenção das em Escolas", realizado no ano de 1998, considerado
DST/aids e do uso de drogas. Ambos aspectos como linha-de-base para monitoramento das ações
apontam para a pertinência do desenvolvimento de de prevenção às DST/aids e ao uso de drogas
estratégias de prevenção nos ambientes escolares. realizadas no espaço escolar, durante o ano 2000.
Objetivou também testar a viabilidade metodológica
e operacional do instrumento de coleta de dados e
A pesquisa demonstrou haver pouca inserção do
propor modificações necessárias ao instrumento para
material pedagógico elaborado pela CN-DST/AIDS
sistematização de um processo de avaliação.
nas escolas, sendo necessário uma maior articulação
entre os níveis locais e regionais das áreas de saúde e
educação. Revelou ainda que as escolas estão se Foram realizadas entrevistas por telefone, por
valendo mais de aulas expositivas (94%), sendo meio do Sistema Disque Saúde do Ministério da
necessário o estímulo de novos métodos de ensino- Saúde, com diretores/coordenadores pedagógicos de
aprendizagem. Finalmente, o estudo indicou que 439 escolas públicas e privadas do País, de ensino
existem resistências por parte dos pais das crianças fundamental e médio, utilizando questionário
da pré-escola e do ensino fundamental de 1ª a 4ª série estruturado.
e também da própria escola em trabalhar as questões
relacionadas à prevenção de DST/aids e do uso de É grande o número de ações de prevenção
drogas para essas faixas etárias. Isto mostra a desenvolvidas nas escolas, sendo numerosas as fontes
necessidade de que essas formas de resistência ao de informação/treinamento utilizadas pelos professores
trabalho proposto sejam verificadas e de que se para sua capacitação. Mas, foi sobretudo, a realização
proponham mecanismos de sensibilização e da pesquisa-piloto que permitiu verificar falhas e
informação para fortalecer o trabalho de prevenção pontos fortes do questionário, bem como visualizar
entre a população escolar. alternativas de respostas para a continuidade das
estratégias de prevenção com este público.
221
Desenvolvimento e gestão
Estimativa da
Descrição do produto Nº AIDS I Nº AIDS II população
abrangida
1999 2000 2001
População de
Definição e Implantação da Consolidação da
gestantes
1-Vigilância em gestantes e discussão da VE do HIV em implantação da
- soropositivas
crianças expostas. proposta de gestantes e VE e análise dos
(aprox. 13.000
vigilância do HIV. crianças expostas. dados gerados
gestantes/ano).
Manutenção de
18000
150 sítios de
Implantação de parturientes por
parturientes com
150 sítios Manutenção de corte.
cortes anuais
sentinela: 150 sítios de
2-Vigilância sentinela.
Clínicas de DST, parturientes com
parturiente e cortes anuais
Manutenção de
prontos socorros*. 6800 pacientes
34 sítios em
por corte.
clínicas de DST
Realizados 2
Estudo
inquéritos
inicialmente
3-Estudos soroprevalência sorológicos (96 e
previsto para esse
da sífilis e do HIV no 98) para sífilis e - -
período
Exército Brasileiro . HIV com 23.000
transferido para
conscritos do
2002.
Exército Brasileiro.
Estudo com
Dois estudos com Estudo com
4-Estudos 29.600
23.000 conscritos 32.000 conscritos Participação de
comportamentais no conscritos do
do Exército do Exército 32.000 conscritos.
Exército Brasileiro. Exército
brasileiro. Brasileiro.
Brasileiro.
222
Desenvolvimento e gestão
223
Desenvolvimento e gestão
224
Desenvolvimento e gestão
da Aids epidemiológica
225
Desenvolvimento e gestão
Continua
226
Desenvolvimento e gestão
Análise da situação
A Coordenação Nacional de DST e Aids do No período a que este relatório se refere, a área
Ministério da Saúde reafirmou junto à Missão do de treinamento buscou estratégias para que ao final
Banco Mundial, realizada em outubro de 2000, a do Programa AIDS II, estados e municípios tenham
importância do treinamento como estratégia de se apropriado da condução do processo de
intervenção institucional e de consolidação dos descentralização e integralidade das ações e gestão
princípios, diretrizes e propostas técnicas/ única, bem como das metodologias e conteúdos
operacionais para a almejada descentralização, referentes às DST e aids.
integração e sustentabilidade das políticas e ações
de enfrentamento da epidemia do HIV/aids no Brasil. Como desdobramento dos fóruns e Oficinas de
Descentralização de Capacitação de Recursos
Em consonância com os pressupostos do Sistema Humanos, da Coordenação Nacional de DST e Aids
Único de Saúde-SUS, as metas e objetivos colocados do Ministério da Saúde, efetivou-se melhor
preconizam a universalização do acesso, a articulação com outros setores do Ministério da
integralidade e qualidade das ações de prevenção, Saúde, como Departamento de Atenção Básica que
assistência e formação de recursos humanos. Neste integra os Pólos de Capacitação do Programa de
sentido, foram enfatizadas atividades para a Saúde da Família (PSF) e Agentes Comunitários de
capacitação de gestores, coordenadores de projetos e Saúde (PACS), Programas de Saúde da Mulher ,
instrutores de treinamento, objetivando otimizar, Criança e Adolescente, bem como outras instituições
estimular e facilitar a aprendizagem e, de ensino. Foram reafirmados os pressupostos que
conseqüentemente, otimizar resultados. norteiam as ações da Coordenação Nacional de DST
227
Desenvolvimento e gestão
228
Desenvolvimento e gestão
Descrição das atividades realizadas Como critérios de aprovação dos projetos foram
estabelecidos:
1- Oficinas de Capacitação Pedagógica -
Refletindo Processos Educativos • prioridades locais:( conforme definições das
Relacionados às DST/HIV/aids. oficinas macrorregionais de diagnóstico; e
• pactuação entre coordenadores DST/Aids
• Brasília-DF, de 19 a 24 de novembro de 2000 municipais e estaduais);
• Fortaleza-CE, de 11 a 16 de março de 2001. • diagnósticos situacionais e epidemiológicos
• Florianópolis-SC, de 18 a 23 de março de que justifiquem necessidades de treinamento;
2001. • natureza da instituição executora: priorização
de instituições públicas de ensino, CT/DST e
2- Termos de Cooperação CRN-AIDS;
• qualidade dos projetos: população-alvo;
O processo de seleção de projetos de coerência com necessidade de treinamento/
capacitação abrangeu o período de novembro/2000 diagnósticos local e regional; justificativa;
a fevereiro 2001. Na programação do Plano Operativo metodologia; viabilidade e adequação
Anual da Unidade de Treinamento, estava previsto orçamentária; operacionalidade; resultados
apoio financeiro para 56 projetos de capacitação, com esperados; impactos.
teto garantido de até R$ 40.000,00 por projeto.
Distribuição dos projetos de treinamento firmados no ano 2001 por estados, regiões, modalidade das
instituições executoras e recursos repassados
Enfermagem
Outras Inst.
CRN-AIDS
continuidade novos para nos excluídos dos projetos
financiamento projetos excluídos CT-DST
ONG
de projetos
aprovados
Região 04 02 297.971,08 - - 04 01 - - - 01
Centro-
Oeste
Região 12 03 532.919,03 07 278.843,86 09 04 - 02 - -
Nordeste
Região Norte 08 - 272.406,07 01 50.000,00 01 03 01 03 - -
Região 14 01 514.936,79 12 387.804,84 06 05 01 02 01 -
Sudeste
Região Sul 11 01 418.197,65 07 307.403,29 06 03 01 01 - 01
TOTAL 49 07 2.036.430,62 27 1.024.051,90 26 16 03 08 01 02
REGIÃO CENTRO-OESTE
Estados Nº de projetos Nº de projetos Recursos
em novos financeiros para
Universidade
Enfermagem
Outras Inst.
CRN-AIDS
continuidade financiamento
CT-DST
ONG
229
Desenvolvimento e gestão
REGIÃO NORDESTE
Universidade
Enfermagem
Outras Inst.
CRN-AIDS
CT-DST
ONG
Alagoas 02 01 111.831,44 02 - - 01 - -
Bahia 01 - 39.534,00 01 - - - - -
Ceará 01 01 51.785,00 01 01 - - - -
Maranhão 01 - 40.140,00 01 - - - - -
Paraíba 01 - 39.302,00 01 - - - - -
Pernambuco 02 01 91.126,21 01 01 - 01 - -
Piauí 02 - 79.957,40 01 01 - - - -
Rio Grande do Norte 01 - 39.999,98 01 - - - - -
Sergipe 01 - 39.243,00 - 01 - - - -
TOTAL 12 03 532.919,03 09 04 - 02 - -
REGIÃO NORTE
Enfermagem
Outras Inst.
CRN-AIDS
continuidade financiamento
CT-DST
ONG
Acre 01 - 34.961,29 01 - - - - -
Amapá - - - - - - - - -
Amazonas 03 - 101.217,18 - 02 - 01 - -
Pará 02 - 78.500,50 - - 01 01 - -
Roraima - - - - - - - - -
Rondônia 01 - 17.738,10 - - - 01 - -
Tocantins 01 - 39.989,00 - 01 - - - -
TOTAL 08 - 272.406,07 01 03 01 03 - -
REGIÃO SUDESTE
Estados Nº de projetos Nº de projetos Recursos
em novos financeiros para
Universidade
Enfermagem
Outras Inst.
CRN-AIDS
continuidade financiamento
CT-DST
ONG
REGIÃO SUL
Enfermagem
Outras Inst.
CRN-AIDS
continuidade financiamento
CT-DST
ONG
Paraná 03 - 101.133,64 02 01 - - - -
Rio Grande do Sul 05 01 199.913,71 01 02 01 01 - 01
Santa Catarina 03 - 117.150,30 03 - - - - -
TOTAL 11 01 418.197,65 06 03 01 01 - 01
230
Desenvolvimento e gestão
CT-DST 16 513.716,08
Enfermagem 08 270.476,45
CRN-AIDS 03 115.409,00
Universidades 26 943.509,76
ONG 01 31.474,16
Outras Instituições 02 161.845,17
Universidades
CT-DST
CRN-AIDS
ONGs
Outras Instituições
231
Desenvolvimento e gestão
- Outubro de 2000.
- necessidade de aprofundamento de
Participantes: 35
conhecimentos frente a uma epidemia de natureza
complexa, interdisciplinar e multiprofissional; Local: Rio de Janeiro - RJ
Objetivo: Elaborar proposta de prevenção às
DST/Aids e drogas junto ao programa da
- comprometimento/envolvimento das
população surda do Estado do Rio de Janeiro.
universidades nas ações de capacitação e
enfrentamento da epidemia do HIV/aids;
Oficina de Elaboração de Projeto Centro da
Juventude.
- abertura de canais de intercâmbio entre
instituições de formação brasileiras e francesas.
- Outubro de 2000
Participantes: 29
232
Desenvolvimento e gestão
-Dezembro de 2000
- Outubro de 2000.
Participantes: 20
Participantes: 49
Local: Bras;ilia DF
Local: Porto Alegre - RS
Objetivo: Capacitar os gerentes de serviços na Objetivo: elaborar, a partir das experiências de
quatro estados brasileiros, diretrizes de
utilização do sistema informatizado para os
aconselhamento para gestantes e parturientes,
dados de CTA.
com vistas a estabelecer nos serviços de pré-
natal e maternidades, informação apoio
Reunião Técnica sobre Transmissão Materno psicológico e assistência adequada de
Infantil do HIV e Sífilis. gestantes e parturientes HIV+ e seus recém
nascidos.
- Outubro de 2000.
Participantes: 69
Local: Brasília - DF
Objetivo: Apresentação do Programa de
Humanização do pré-natal e nascimento;
orientações para o trabalho
conjunto das coordenações de DST/Aids e
saúde da mulher, Com vistas à implementação
das ações e
estabelecimento de metas para a redução da
transmissão vertical do HIV e sífilis.
- Novembro de 2000.
Participantes: 135
Local: Rio de Janeiro - RJ
Objetivo: Capacitar os Gerentes de Serviços
na utilização do sistema informatizado para os
dados de CTA.
233
Desenvolvimento e gestão
234
Desenvolvimento e gestão
- Setembro de 2000.
Fórum Regional para Agenda de Compromissos.
Participantes: 80
Local: Brasília - DF
- Outubro de 2000
Objetivo: Capacitar as equipes dos Programas
Participantes: 40
Estaduais e Municipais de DST e Aids nos
módulos de programação e reprogramação, Local: Brasília - DF
execução e SOE, licitação e monitoramento Objetivo: Integrar as políticas estaduais de
do sistema SIAIDS. saúde, educação e assistência social para
desenvolvimento de estratégias e atividades
para a redução das DST/Aids e drogas entre
Reunião para Análise dos Trabalhos do Fórum
crianças adolescentes e adultos jovens.
2000.
- Outubro de 2000.
Participantes: 38
Local: Rio de Janeiro -RJ
Objetivo: Pesquisa quantitativa e qualitativa
sobre o preenchimento da Ficha de
Notificação.
- Outubro de 2000.
Participantes: 38
235
Desenvolvimento e gestão
236
Desenvolvimento e gestão
237
Desenvolvimento e gestão
238
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239
Desenvolvimento e gestão
PESQUISA E VACINA
PESQUISA
240
Desenvolvimento e gestão
241
Desenvolvimento e gestão
242
Desenvolvimento e gestão
VACINAS
243
Desenvolvimento e gestão
244
Desenvolvimento e gestão
245
Desenvolvimento e gestão
GESTÃO DO PROJETO
Quadro demonstrativo dos Principais Produtos e populações abrangidas no período janeiro de 2000 a
abril de 2001
Iniciada revisão
do documento de
PRODOC
UNESCO que será
finalizada e
submetida à
aprovação até
junho de 2001.
246
Desenvolvimento e gestão
247
Desenvolvimento e gestão
248
Desenvolvimento e gestão
SIAIDS: 119 OGP com 177 OGP com 178 OGP com Estados e municípios
- Implantação dos o Sistema o Sistema o Sistema
módulos: implantado e implantado e implantado e
Programação capacitados capacitados capacitados
Reprogramação para utilizá-lo. para utilizá-lo. para utilizá-lo.
Execução/SOE
Monitoramento
Contabilidade
Licitação
SICLOM:
• Piloto implantado 03
Laboratórios
02 Instituições
de coleta de
exames
02 entidades
que
acompanham
pacientes.
- Capacitação de
técnicos envolvidos 126
SIMOP Projeto em Organizações
desenvolvimen- Governamentais e Não
to Governamentais
parceiras.
Análise da Situação
249
Desenvolvimento e gestão
250
Desenvolvimento e gestão
respostas para a prevenção e controle das DST e aids, As entidades executoras realizam suas atividades
especialmente no que se refere a formalização de programadas no POA, gastando os recursos
subprojetos com instituições não-governamentais, repassados e comprovando as despesas à
universidades, instituições governamentais da área Coordenação Nacional, com a apresentação de
de saúde e social e outros organismos da sociedade Declarações de Despesas - SOE contendo os gastos
civil. Ainda, a cooperação tem permitido a realização realizados na execução das atividades, enquadrados
de ações de treinamento, prevenção, garantia dos nas respectivas categorias. Estas despesas feitas em
direitos fundamentais, implantação de serviços e reais, são transformadas em dólares americanos pela
modalidades assistências, etc. A cooperação com os taxa cambial do dia do pagamento.
organismos internacionais tem possibilitado a maior
racionalização dos procedimentos de execução do
projeto, agilizando-a e garantindo a adoção das A Coordenação Nacional analisa as Declarações
normas e procedimentos estabelecidos no Acordo de de Despesas (SOE) apresentadas pelas entidades
Empréstimo. executoras, aceitando total ou parcialmente estas
despesas. Agrupa as Declarações em lotes,
denominados Pedidos de Reembolso - PR, que devem
Com vistas em se alcançar uma resposta mais
totalizar o montante do adiantamento solicitado da
global para a prevenção e controle da epidemia de STN, encaminhando-os dentro dos prazos previstos
aids no País, para o AIDS II, se estabeleceu
à STN.
cooperação com outras agências das Nações Unidas
que possuem mandatos concorrentes às ações e
atividades previstas no AIDS II. Projetos de A STN então, após análise dos PR, saca o valor
Cooperação com a UNESCO e UNDCP foram do adiantamento diretamente da Conta Especial,
assinados. ressarcindo-se do adiantamento feito anteriormente
ao AIDS II.
Acompanhamento da Execução do Acordo de
Empréstimo O Ministério da Saúde periodicamente agrupa
diversos PR, elaborando um documento chamado
Os recursos de fonte BIRD, previstos no acordo, Application, em geral com valores acima de US$ 4
são depositados, em sua totalidade, em uma conta milhões, e o encaminha ao BIRD. O BIRD, após
corrente, em dólares americanos, específica para o análise do Application, saca o valor do Application
AIDS II, chamada CONTA EMPRÉSTIMO. Esta da Conta Empréstimo, e deposita esse valor na Conta
conta é controlada diretamente pelo BIRD, contendo Especial, recompondo dessa forma o saldo da Conta
subcontas, onde estão depositados os valores relativos Especial.
a cada categoria de despesa do projeto. Após cada
comprovação de despesas (SOE) aceita pelo BIRD, O fluxo dos recursos financeiros do acordo, a
são debitados os valores relativos a cada categoria sua dinâmica e permanente movimentação,
do SOE aceito, em cada subconta respectiva. dependem sempre das Declarações de Despesas -
SOE das entidades executoras, da disponibilidade de
A Coordenação Nacional de DST e Aids, após a recursos pela STN e na Conta Especial.
assinatura do acordo, abre uma conta corrente no
Banco do Brasil S.A., chamada CONTA ESPECIAL,
A Coordenação Nacional realiza o controle e
a qual é abastecida pela Conta Empréstimo. adequação das Declarações de Despesas (SOE) das
entidades executoras, por fonte e por categoria,
A Coordenação Nacional solicita adiantamento consolidando valores que representam a
de recursos nas fontes BIRD e Federal, da Secretaria implementação do AIDS II. Realiza o
do Tesouro Nacional - STN, que atende a solicitação. acompanhamento da movimentação da Conta
Os recursos são depositados no Fundo Nacional de Especial e da Conta Empréstimo, visando a tomada
Saúde - FNS, que repassa, mediante convênio, de decisões necessárias ao bom desempenho do
conforme programação por fonte, às entidades projeto.
executoras - Secretarias Estaduais e Municipais de
Saúde, Agências Internacionais de Cooperação
Técnica (UNDCP e UNESCO) e ao próprio No ano de 2000, os sistemas informatizados que
Ministério da Saúde - MS, para a execução e instrumentalizam estes procedimentos foram
implementação do AIDS II. substituídos pelo SIAIDS, possibilitando a integração
251
Desenvolvimento e gestão
das fontes de informação, o aprimoramento dos níveis institucional, setorial e geográfico, tendo por
processos e o controle da execução física e financeira resultado planilhas e gráficos que poderão informar,
do Acordo de Empréstimo. em tempo oportuno, às autoridades do poder
decisório, as diferenças entre o planejado e o
executado e as causas responsáveis pelas referidas
Planejamento, Monitoramento e Avaliação
diferenças ou variações. O módulo de monitoramento
do SIAIDS encontra-se em fase final de elaboração,
Com o objetivo de promover maior eficiência e adotando como base a lógica do planejamento
eficácia das ações de prevenção e controle das DST estratégico, em conformidade com a metodologia
e aids, promovendo o alcance dos objetivos proposto adotada pela UNAIDS.
pelo Projeto AIDS II, a Coordenação Nacional de DST
e Aids tem aprimorado os processo de planejamento,
Análise das Respostas, com ênfase nos produtos e
programação, execução, acompanhamento e
resultados
avaliação das ações para a prevenção e controle das
DST e aids.
A gestão do Projeto AIDS II está sendo • Institucionalização do projeto nas estruturas
implementada com uma abordagem pró-ativa do gestoras e de controle social do SUS,
processo de gestão, que articula os aspectos permitindo a sua continuidade e
estratégicos do planejamento com a manutenção das sustentabilidade após 2002, quando finaliza-
rotinas de trabalho de programação e com o se o Acordo 4392/BR;
desenvolvimento de uma proposta de monitoramento
e de avaliação. Trata-se de uma abordagem integrada,
• Fortalecimento do processo de parcerias com
diferenciada apenas nos mecanismos de articulação os 26 estados, o Distrito Federal, 147
com os diferentes órgãos gestores. municípios e três consórcios intermunicipais
de saúde, conveniados com o Ministério da
Saúde no âmbito do Acordo de Empréstimo;
Sistema de Monitoramento
• Promoção do processo descentralizado na
elaboração e execução de planos estratégicos,
O sistema de monitoramento físico-financeiro
aprimoramento da programação,
proporcionará o acompanhamento contínuo do
projeto, tendo por referência os produtos e atividades monitoramento e avaliação, promovendo uma
programados física e financeiramente nos POA maior autonomia das equipes estaduais e
elaborados pela Coordenação Nacional de DST e Aids municipais, na condução do projeto no seu
e por 178 estados e municípios conveniados. âmbito de atuação;
• Implantação, em nível federal, de estrutura que
Tem por finalidade básica acompanhar, integre as distintas dimensões do processo de
sistematicamente, a execução das ações de DST/aids gestão e articule as diversas instâncias gestoras
programadas, detectar os possíveis avanços ou atrasos do Projeto, cumprindo um papel de assessoria
e suas causas, analisá-los e apoiar as Órgãos Gestores permanente em níveis decisórios do
na superação dos obstáculos identificados. Ministério da Saúde, nas questões relativas
ao projeto;
Metodologia do Sistema • Implementação do Plano Nacional de
Avaliação, nos três níveis de governo,
O sistema tem como referência as programações permitindo conhecer o grau de alcance dos
anuais e trimestrais contidas nos POA e será objetivos propostos pelo projeto,
alimentado pelas entidades executoras especialmente no que se refere aos resultados
exclusivamente com as informações de execução. e impactos das ações prioritárias para a
uma vez que as informações de programação já serão redução da incidência do HIV aids e outras
previamente delineadas pelo SIAIDS. DST e a melhoria da qualidade de vida das
O SIAIDS, após o recebimento dos informes de pessoas que vivem com HIV/aids;
execução, oriundos dos Órgãos Gestores, efetuará o • Consolidação do processo de participação e
processamento das informações, de forma sistêmica
controle social das políticas para a prevenção
e transparente, e emitirá os relatórios de saída, nos
e controle das DST/HIV/aids, por meio da
252
Desenvolvimento e gestão
implantação das Comissões Interinstitucionais que, no que diz respeito ao gasto público
nos estados e municípios conveniados, como federal, que estende o período de análise até
forma de ampliar a participação da sociedade o ano 2000. No decorrer do ano 2001, será
e fortalecer o controle social e da criação da concluída a etapa de levantamento e análise
Comissão de Gestão das Ações de DST e Aids. das informações relativas aos gastos
realizados também pelos governos estaduais,
Fortalecimento das Estruturas de Gestão do municipais, organizações não-
Projeto governamentais, setor privado de saúde,
empresas e famílias.
1- Coordenação do processo, junto às agências 5- Realização de oficinas macrorregionais com
internacionais de cooperação técnica e as coordenações estaduais e municipais para
financeira - UNESCO, UNDCP - com as quais a capacitação sobre a normas e procedimentos
foram firmados termos de cooperação. de execução administrativa e financeira do
2- Desenvolvimento do Sistema de Informações Acordo de Empréstimo. As oficinas de
Gerenciais do Projeto AIDS II (SIAIDS) em trabalho abrangeram a totalidade dos estados
parceria com a Área de Informática e a e municípios e abordaram os temas relativos
Universidade de Brasília. O SIAIDS foi aos convênios, procedimentos de aquisição,
desenvolvido nos módulos de programação, prestação de contas, declaração de gastos
convênios, execução física e financeira, (SOE) e gerenciamento financeiro. Com a
contabilidade e licitação. O módulo de expansão do número de municípios
programação foi implantado nos 178 estados conveniados e o estreitamento de relações com
e municípios conveniados, permitindo a os estados, no ano de 2001, as referidas
elaboração dos POA de 2000 e 2001. oficinas de trabalho abrangeram, além das
3- Criação da Comissão de Gestão das Ações de DST coordenações estaduais de DST e Aids,
e aids, que tem como objetivo assessorar a CN- procuradores das procuradorias jurídicas
DST e AIDS na definição das ações e estratégias estaduais, técnicos dos setores financeiros e
para a prevenção e controle da epidemia, pactuar de licitações de cada estado, auditores dos
e definir as atribuições e competências de cada Tribunais de Contas Estaduais e
instância de governo na execução das ações, representantes dos Núcleos Estaduais de
definir o processo de descentralização das ações Convênios do Fundo Nacional de Saúde. A
de DST e a ids e estabelecer o plano de inclusão do corpo técnico-jurídico das
sustentabilidade das ações. Secretarias Estaduais de Saúde visa dotar as
4- Conclusão do estudo de "Contas Nacionais: coordenações estaduais de DST e aids de
estimativas com base no gasto público federal maior agilidade para a execução das ações
em 1997 e 1998". O estudo teve por objetivo previstas nos planos de trabalho dos
a verificação dos níveis e dos fluxos de convênios, através da minimização de
financiamento e de gasto para a prevenção e entraves jurídicos e burocráticos que se
tratamento da aids no Brasil, considerando os verificaram nessas instâncias do Poder
Público estadual.
recursos gerenciados pelo Ministério da
Saúde. Permitiu, também, gerar informações 6- Supervisão da execução dos convênios
objetivas para a tomada de decisões e o firmados com os estados e municípios, sendo,
desenho de políticas que contribuam para a cada ano, priorizados aqueles que possuem
reduzir o impacto da doença. O estudo foi convênios com maior volume de recursos e
desenvolvido em parceira com a Fundação que firmaram seu primeiro convênio, sempre
Mexicana para a Saúde - FUNSALUD e do que demandaram a necessidade de supervisão,
SIDALAC/UNAIDS. No ano de 2000, foi visando à adequação do processo de execução.
publicado o relatório de conclusão da primeira 7- Realização de oficinas macro-regionais para
etapa do estudo e iniciou-se a segunda fase reprogramação dos POA 1999 e 2000, com
253
Desenvolvimento e gestão
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SICLOM
SIAIDS
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2- Experiências com a compra centralizada de língua portuguesa e Chile. Algumas dessas missões
medicamentos anti-retrovirais por parte dos foram convidadas a conhecer o sistema público de
governos e com as técnicas de negociação saúde brasileiro, assim como os laboratórios de
produção de medicamentos, como a Far-Manguinhos
direcionadas à redução do custo dos anti-
(FIOCRUZ). Com a República Dominicana está
retrovirais provenientes do Estado, bem como sendo discutido um projeto envolvendo o repasse de
dos laboratórios privados. tecnologia na área de produção e distribuição de
medicamentos e com o Quênia houve um repasse de
3- Experiências na construção de infra-estrutura 2.160 frascos de AZT (solução oral).
necessária para o controle logístico da
distribuição e estoque de medicamentos para ÁFRICA
a aids e de insumos laboratoriais em nível
nacional. Países de Língua Oficial Portuguesa (PALOP)
Estas estratégias envolvem a elaboração e manejo O Brasil, em parceria com o Programa Conjunto
de um sistema de gerenciamento de informações que das Nações Unidas sobre HIV/Aids (UNAIDS), tem
contempla: negociado projetos de cooperação técnica com quatro
Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa
a) a distribuição destes medicamentos e a (PALOP): Angola, Moçambique, Guiné-Bissau e São
Tomé e Príncipe. Esses projetos envolvem
programação da demanda;
basicamente a capacitação técnica para profissionais
b) o estímulo da demanda; de saúde dos quatro países, bem como a transferência
c) o controle de estoque e do fluxo de de tecnologia nas distintas áreas relacionadas às DST/
utilização de medicamentos e insumos aids. Essas capacitações se dão basicamente sob a
laboratoriais. forma de estágios de profissionais no Brasil, cursos
ministrados por profissionais brasileiros e
consultorias quanto a questões específicas. Os
4- Transferência de tecnologia aos países projetos incluem também, em caráter subsidiário, a
interessados na produção de medicamentos transferência de equipamentos essenciais aos
anti-retrovirais necessários para o tratamento treinamentos e aos trabalhos a serem desenvolvidos.
dos pacientes com HIV/aids.
Até o presente momento, foram firmados ajustes
Cabe observar que, ainda, que a produção de complementares aos projetos com São Tomé e
medicamentos por parte dos laboratórios estatais Príncipe e Guiné-Bissau, e encontram-se em vias de
venha a atender plenamente à demanda doméstica, assinatura os ajustes aos projetos com Angola e
ela, ao menos por ora, não consegue atender Moçambique. As atividades no âmbito desses
integralmente à demanda internacional. projetos, entretanto, foram iniciadas antes mesmo da
assinatura desses ajustes. Entre as atividades
executadas até o momento, destacam-se a consultoria
De qualquer forma, o Brasil considera as
de especialistas brasileiros para avaliação e
possibilidades de atender a demandas específicas dos
proposição de uma política na área de informação,
países parceiros que desejem adquirir os
educação e comunicação (IEC) para o Ministério da
medicamentos anti-retrovirais.
Saúde de Moçambique, a consultoria visando à
(re)formulação de legislação sobre HIV/aids junto à
Países como a África do Sul e Uganda têm Comissão Parlamentar de Angola, bem como estágios
estabelecido contatos a distância e através de missões. de técnicos angolanos no Brasil, nas áreas de
A França tem demonstrado disposição em intermediar vigilância epidemiológica, articulação com
a instalação de um pólo de produção em países Organizações não-governamentais, direitos humanos
africanos com a utilização de tecnologia brasileira. e gestão de programas de DST/aids. Por outro lado,
Com referência à venda de medicamentos, já houve técnicos angolanos e moçambicanos obtiveram o
missões ao Brasil de Burkina Faso, África do Sul, suporte do Programa Brasileiro para participação no
além do interesse manifestado por parte de Botsuana, I Fórum e II Conferência de Cooperação Técnica
Barbados, Guatemala, Nigéria, países africanos de Horizontal em HIV/aids (Fórum 2000), realizado no
259
Desenvolvimento e gestão
período de 6 a 11 de novembro de 2000, no Rio de angolanas. Terão ainda lugar consultorias nas
Janeiro. Da mesma forma, o Brasil doou áreas de atendimento às pessoas vivendo com
microcomputadores, com impressoras e periféricos, HIV/aids; organização de pessoas vivendo
para os Programas Nacionais de DST/Aids de Angola
com HIV/aids; desenvolvimento de programas
e Guiné-Bissau.
computadorizados nas áreas de gerência
técnica e contábil, e manejo de preservativos.
Atualmente, a Coordenação do Brasil está
incumbida da elaboração de projeto gráfico de dois
manuais para multiplicadores e folders informativos, O projeto com Moçambique prevê a realização
sendo um manual e um folder destinados a de cursos de gestão de projetos comunitários em DST/
adolescentes e outros dois materiais semelhantes aids e o planejamento e a concepção de material de
destinados a profissionais do sexo, para o "Programa IEC. A idéia é que os participantes desses cursos
Nacional de Luta contra a SIDA de Moçambique". atuem como multiplicadores em cursos futuros a
Para esta última população também está sendo serem realizados no País, os quais contarão com a
elaborada uma proposta de cartaz. O projeto gráfico supervisão de técnicos brasileiros.
e as ilustrações dos materiais serão elaboradas pela
Assessoria de Comunicação da Coordenação O projeto com São Tomé e Príncipe prevê a
Nacional de DST e Aids e a impressão do material realização de treinamentos nas áreas de abordagem
para profissionais do sexo será feita também pela sindrômica das DST; planejamento estratégico e
Coordenação Nacional. A tiragem estimada do gestão de programas; aconselhamento e assistência;
Manual é de mil exemplares. Já o quantitativo para a e liderança e ativismo.
impressão do material para adolescentes ainda será
definido e os custos com a impressão ficarão por conta
de Moçambique. Todos os projetos incluem o envio de materiais
informativos, bem como a doação de equipamentos
de informática, televisores, vídeo-cassetes, entre
Realizou-se, no período de 16 de abril a 11 de
outros equipamentos, que darão suporte às atividades
maio do corrente ano, consultoria brasileira para
previstas.
apoiar os colegas de Angola na avaliação dos cuidados
assistenciais às pessoas vivendo com HIV/aids.
Os valores totais dos referidos projetos são:
Está prevista, para o período de 7 a 16 de maio
de 2001, missão do Diretor do "Programa Nacional Angola: US$ 168,500.00
de Luta contra a SIDA de Guiné-Bissau" ao Brasil, Moçambique: US$ 209,000.00
para conhecer, in loco, a experiência brasileira em Guiné-Bissau: US$ 66,000.00
DST/HIV/AIDS e discutir as atividades a serem
São Tomé e Príncipe: US$ 44,660.00
desenvolvidas no âmbito do projeto. Deverá ser
elaborado um novo cronograma de execução das
atividades do projeto, tendo em vista as mudanças Dez por cento desses totais corresponde a uma
na estrutura do Programa daquele País. contrapartida dos países, que não implica recursos
financeiros, mas em instalações disponibilizadas e
Espera-se que as demais atividades no âmbito horas de trabalho do pessoal envolvido nos projetos.
dos quatro projetos sejam executadas até o final do
corrente ano. Incluem-se entre as atividades a serem
executadas em 2001: Outra fração dos custos totais serão dispendidos
pela UNAIDS, por meio de um projeto firmado com
aquele Programa que dará suporte à cooperação
• Com Angola, estão previstos treinamentos - bilateral. Este projeto prevê basicamente o
estágios e cursos - nas áreas de sistema de financiamento dos equipamentos no âmbito dos
informação em saúde e vigilância projetos, além de algumas passagens internacionais
epidemiológica; planejamento estratégico e dentro do continente africano, e prevê recursos por
gestão de programas de HIV/aids; informação, parte daquele Programa da ordem de US$ 89,130.00
educação e comunicação (IEC); e mobilização para os quatro países. Caberá, pois, ao Brasil, cerca
de US$ 350,000.00 para os quatro projetos.
social para membros de ONG nacionais
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A cooperação com os países africanos de língua A partir da missão à África do Sul e das reuniões
inglesa teve início em meados de 1999, e surge como com representantes do governo sul-africano, foram
uma nova demanda, por iniciativa do Ministério das definidas as seguintes áreas de interesse para a
Relações Exteriores, por intermédio das embaixadas cooperação: gestão, vigilância epidemiológica, IEC
brasileiras, nos diferentes países, de realizar ações e assistência (medicamentos anti-retrovirais). A África
efetivas de cooperação com estes países. Nesse do Sul ficou de encaminhar uma proposta de
sentido, foram organizadas missões à África do Sul, cooperação.
Namíbia, Quênia, Botsuana e Zimbábue (agosto e
novembro de 1999), com o intuito de elaborar um
diagnóstico situacional, bem como levantar áreas de Zimbábue
interesse mútuo para futuros projetos de cooperação
técnica. Por solicitação do UNDCP, incluiu-se nessas Foi negociado um Protocolo de Intenções entre
missões uma reunião com a SADC (South African Brasil e Zimbábue. As negociações foram
Developing Countries), buscando articular a interrompidas em função da crise política no País.
cooperação por intermédio desse organismo
multilateral. A partir dessas missões, foram definidos
Quênia
como países com maiores possibilidades de
desenvolver projetos e atividades de cooperação
técnica a África do Sul e a Namíbia; o primeiro, em Está sendo negociado um Memorando de
função da sua importância regional e da gravidade Entendimentos. Estava prevista missão de alto nível
da sua epidemia, e o segundo, em função do ao Brasil, que foi cancelada em função de mudanças
comprometimento e interesse demonstrados, e internas no Programa de Aids do Quênia.
também devido aos fatores mencionados em relação
ao primeiro.
Botsuana
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Este estudo pretende estimar a prevalência das A partir deste ano, o Brasil também estará
principais DST no País e analisar a freqüência das assinando um Termo de Cooperação com a Agence
etiologias que compõem as síndromes de corrimento Nacional de Recherche sur le SIDA. Este convênio
uretral e cervical e das úlceras genitais em seis permitirá ao Brasil desenvolver estudos e pesquisas
unidades federadas, distribuídas pelas cinco no campo das ciências básicas, estudos vacinais e
macrorregiões do Brasil. pesquisas comportamentais.
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