L.2. Sebenta (2 Frequência)
L.2. Sebenta (2 Frequência)
L.2. Sebenta (2 Frequência)
1 – Para a formação de contratos cujo objeto abranja prestações que estão ou sejam suscetíveis de estar
submetidas à concorrência de mercado, as entidades adjudicantes devem adotar um dos seguintes tipos de
procedimentos:
a) Ajuste direto;
b) Consulta prévia;
c) Concurso público;
d) Concurso limitado por prévia qualificação;
e) Procedimento de negociação;
f) Diálogo concorrencial;
g) Parceria para a inovação
2 - Para os efeitos do disposto no número anterior, consideram-se submetidas à concorrência de mercado,
designadamente, as prestações típicas abrangidas pelo objeto dos seguintes contratos, independentemente da
sua designação ou natureza:
a) Empreitada de obras públicas;
b) Concessão de obras públicas;
c) Concessão de serviços públicos;
d) Locação ou aquisição de bens móveis;
e) Aquisição de serviços;
f) Sociedade.
Página 1 de 36
Carolina Rosa
Página 2 de 36
Carolina Rosa
c) Consulta prévia, com consulta a pelo menos três entidades, quando o valor
do contrato seja inferior a € 75 000;
d) Ajuste direto, quando o valor do contrato for inferior a € 20 000.
Página 3 de 36
Carolina Rosa
Página 4 de 36
Carolina Rosa
4.4. “Liberalidades” – artigo 113º, nº5 (“Não podem ser convidadas entidades que já
tenham executado obras, fornecidos bens móveis ou prestado serviços à entidade
adjudicante, a título gratuito, no ano económico em curso ou nos dois anos económicos
anteriores”)
a. O limite não se aplica a comportamentos juridicamente enquadráveis (p. ex:
descontos comerciais em contratos)
b. Mas inclui-se o que se tenha feito por preços “simbólicos”
c. A liberalidade tem de ser feita para a própria entidade adjudicante
d. Não abrange a oferta de liberalidades ou doações feitas aos membros de uma
entidade adjudicante, mas sim à própria entidade adjudicante
e. Vale para qualquer ajuste direto/consulta prévia (em função do valor ou de
critério material)
f. Regra geral: para que uma prestação gratuita escape ao nº5 do artigo 113º é
necessário que a mesma esteja prevista no caderno de encargos do
procedimento e, consequentemente, no contrato (ex: a obrigação de prestar
formação profissional, como contrapartida da adjudicação de um
determinado contrato)
g. Se a entidade adjudicante exigir ao fornecedor que, fora do contrato, efetue
uma qualquer prestação gratuita e o fornecedor aceder, ficará este sujeito à
proibição de ser contratado.
III. Escolha do ajuste direto (ou da consulta prévia) segundo critérios materiais (Nota:
a escolha do ajuste direto segundo critérios materiais, nos termos dos artigos
23.o, 24.o, 25.o, 26.o e 27.o do CCP, não condiciona o valor do contrato a
celebrar, permitindo a celebração de contratos de qualquer valor (no entanto,
existem algumas exceções de limite de valor).
1. Regra fundamental de interpretação das normas que facultem o recurso ao ajuste
direto (ou à consulta prévia) com base em critérios materiais
1.1. A Jurisprudência do TJUE
I. As normas que estabelecem desvios às regras gerais da contratação pública
devem ser objeto de interpretação estrita e o ónus da prova cabe à entidade
adjudicante - TJ, Comissão/Itália, de 14–9-2004, Processo C-385/02.
Página 5 de 36
Carolina Rosa
2. Razões procedimentais que facultam o recurso ao ajuste direto qualquer que seja o
objeto do contrato a celebrar
2.1. Situação em que um concurso fique deserto, por (artigo 24º, nº1, alínea a)):
i) Num concurso limitado por prévia qualificação nenhum candidato se
tenha apresentado;
ii) Ou num concurso público nenhum concorrente tenha apresentado
proposta;
iii) E ainda a hipótese prevista no nº6 do artigo 24º, conjugado com o nº5 do
mesmo artigo, quando estejam em causa entidades dos sectores especiais
(ou atividades dos sectores especiais), abrangendo-se também aqui o
procedimento de negociação.
2.2. Situação em que, num concurso público, num concurso limitado por prévia
qualificação ou num procedimento de diálogo concorrencial, todas as propostas
são excluídas por razões formais – artigo 24º, nº1, alínea b), conjugada com o
artigo 146º.
2.3. Situação em que todas as propostas são excluídas por razões materiais – artigo
24º, nº1, alínea b), e nº2, conjugados com o artigo 70º, nº2 (na generalidade dos
Página 6 de 36
Carolina Rosa
Página 7 de 36
Carolina Rosa
4. Razões relativas ao objeto do contrato – alínea d) e subalíneas i), ii) e iii) da alínea e)
do artigo 24o (telecomunicações, criação ou aquisição de uma obra de arte ou de um
espetáculo artístico, motivos técnicos, direitos exclusivos)
4.1. Motivos técnicos – artigo 24º, nº1, alínea e): “e) As prestações que constituem o
objeto do contrato só possam ser confiadas a determinada entidade por uma das
seguintes razões: ii) Não exista concorrência por motivos técnicos;”
4.1.1. Um só operador com a especialidade/expertise pretendida ou que dispõe
do produto ou serviço pretendido e inexistência de alternativa razoável
equivalente: problema das especificações (técnicas e de outra natureza).
Nº4 do artigo 24º: “O ajuste direto com fundamento no disposto nas
subalíneas ii) e iii) da alínea e) do nº1 só pode ser adotado quando não exista
alternativa ou substituto razoável e quando a inexistência de concorrência
não resulte de uma restrição desnecessária face aos aspetos do contrato a
celebrar”.
4.1.2. A jurisprudência do TJUE
i) O dever de averiguação prévia a nível europeu
ii) Irrelevância da prova do “melhor operador do mercado” - TJUE,
Comissão /Itália, Processo C-199/85.
iii) A relevância do ónus da prova e as prestações adicionais
No caso vertente, deve concluir-se que a entidade adjudicante não demonstrou
suficientemente a razão pela qual apenas os helicópteros produzidos pela Agusta seriam
dotados das especificidades técnicas exigidas.
Página 8 de 36
Carolina Rosa
Página 9 de 36
Carolina Rosa
4.2. Motivos artísticos – artigo 24º, nº1, alínea e), subalínea i).
“i) O objeto do procedimento seja a criação ou aquisição de uma obra de arte ou
de um espetáculo artístico”
4.2.1. Aquisição de uma obra de arte (diferente de arquitetura) ou contratação
de um artista: a questão da reputação da obra ou do artista e os motivos
justificativos da aquisição de uma certa obra ou de um certo artista. A
Diretiva 2014/24, relativa aos contratos públicos (artigo 32º, alínea b):
“Quando as obras, os produtos ou os serviços só puderem ser fornecidos
por um determinado operador económico, por uma das seguintes razões
(...): i) o objetivo do concurso é a criação ou a aquisição de uma obra de arte
ou de um espetáculo artístico únicos”.
4.2.2. Jurisprudência do Tribunal de Justiça da União Europeia: As disposições
das Diretivas que autorizam derrogações às regras que visam garantir a
efetividade dos direitos reconhecidos pelo Tratado no sector dos contratos
públicos de serviços, devem ser objeto de interpretação estrita, cabendo o
ónus da prova de que se encontram efetivamente reunidas as circunstâncias
excecionais que justificam a derrogação a quem delas pretenda prevalecer-
se. Pelo que as disposições das Diretivas que permitam aquela derrogação
por razões técnicas ou artísticas apenas podem aplicar-se quando se provar
que, por motivos técnicos, artísticos ou atinentes á proteção de direitos
exclusivos, apenas existe uma empresa que está efetivamente em condições
de executar o contrato em causa – Acórdão do Tribunal de Justiça das
Comunidades Europeias, de 10 de Abril de 2003, Comissão/República Federal
da Alemanha.
Página 10 de 36
Carolina Rosa
4.3. Motivos relacionados com a proteção de direitos exclusivos – artigo 24º, nº1,
alínea e), subalínea iii): “iii) Seja necessário proteger direitos exclusivos, incluindo
direitos de propriedade intelectual”.
4.3.1. Os exclusivos legais - ou com tutela legal -, como, por exemplo, os direitos
de propriedade industrial ou intelectual (marcas, patentes, etc.),
4.3.2. A inexistência de alternativa razoável (operador com condições
irrepetíveis): “O ajuste direto com fundamento no disposto nas subalíneas
ii) e iii) da alínea e) do nº1 só pode ser adotado quando não exista alternativa
ou substituto razoável e quando a inexistência de concorrência não resulte
de uma restrição desnecessária face aos aspetos do contrato a celebrar”) –
nº4 do artigo 24º.
Página 11 de 36
Carolina Rosa
Página 12 de 36
Carolina Rosa
Página 13 de 36
Carolina Rosa
Página 14 de 36
Carolina Rosa
Nota: quando não exista júri ou este seja dispensado, deverá haver lugar à designação de
um responsável do procedimento, nos termos do artigo 55º do Código do Procedimento
Administrativo
Página 15 de 36
Carolina Rosa
FASE DA AUDIÊNCIA
a) Momento em que ocorre: depois da elaboração, pelo júri, do Relatório Preliminar,
no qual reflete a análise das versões iniciais e finais das propostas e a aplicação
do critério de adjudicação, ordenando as propostas ou propondo a sua exclusão
- artigo 122º, conjugado com o artigo 146º, nº 2 e 3
b) Prazo da audiência – artigo 123º: não inferior a três dias (úteis).
Página 16 de 36
Carolina Rosa
MINUTA DO CONTRATO
a) Encurtamento do prazo para reclamar da minuta do contrato: no ajuste direto e
consulta prévia, são dois dias após a notificação da minuta (artigo 101º, in fine);
b) A notificação da minuta do contrato é, em regra, feita com a decisão de
adjudicação (artigo 98º, nº1).
Página 17 de 36
Carolina Rosa
1. Concurso público
1.1. Princípio geral relativo à escolha do procedimento: a escolha do concurso público
permite a celebração de contratos de qualquer valor - artigo 19º, alínea a), artigo
20º, nº 1, alínea a), artigo 21º, alínea a)
1.2. Limites à celebração de contratos em função do valor:
1.2.1. Limites nos contratos de empreitada de obras públicas: a escolha do
concurso público só permite a celebração de contratos de empreitada de
obras públicas sem publicidade no Jornal Oficial da União Europeia se o seu
Página 18 de 36
Carolina Rosa
FASE DA INICIATIVA
a) Início do procedimento – artigo 36º -» o procedimento inicia-se com a decisão de
contratar.
b) Publicitação do anúncio -» publicação do anúncio do concurso público no Diário
da República e no Jornal Oficial da União Europeia (JOUE) quando seja exigível a
publicidade internacional – artigos 130º e 131º, nº 1
Página 19 de 36
Carolina Rosa
FASE DA ANÁLISE E AVALIAÇÃO DAS PROPOSTAS PELO JÚRI. A tarefa do júri é dupla:
analisa e avalia as propostas
a) Análise das propostas
I. O “saneamento do concurso/das propostas”: a exclusão de propostas na fase
de análise – artigo 70º, nº2: as propostas têm de ser analisadas tendo em vista
a sua admissão ou exclusão
II. Causas de exclusão das propostas - artigos 70º, nº2, e 146º do CCP (remissão
para a Fase de Elaboração do Relatório Preliminar)
b) Avaliação das propostas – artigos 74º e 75º -» o júri avalia em função do critério
de adjudicação definido no programa de concurso, isto é, dos fatores e
subfactores em que se decompõe o critério de adjudicação
a. Critério de adjudicação – artigo 74o -» o critério da proposta
economicamente mais vantajosa:
i. A melhor relação qualidade-preço;
ii. Ou só o preço ou custo.
b. Obrigatoriedade da elaboração de um modelo de avaliação quando o
critério de adjudicação seja o da melhor relação- qualidade preço – artigo
Página 21 de 36
Carolina Rosa
Página 22 de 36
Carolina Rosa
Página 23 de 36
Carolina Rosa
Página 24 de 36
Carolina Rosa
Página 25 de 36
Carolina Rosa
audiência prévia. Para o efeito, basta que tenha havido alguma alteração
da ordenação das propostas (p. ex., a classificada em segundo lugar passa
para primeiro, ou a classificada em terceiro lugar passa para quarto).
FASE DA ADJUDICAÇÃO
a) A decisão de adjudicação. Noção – artigo 73º
b) Notificação da decisão de adjudicação a todos os concorrentes, que deve ser feita
simultaneamente – artigo 77º
c) O dever de adjudicar – artigo 76º
d) Causas de não adjudicação – artigo 79º
e) Consequências da decisão de não adjudicação – artigo 79º, nº 3 e 4
f) Decisão de não adjudicação e revogação da decisão de contratar – artigo 80º
g) Notificação para a apresentação dos documentos de habilitação pelo
adjudicatário – artigo 85º. Apresentação dos documentos de habilitação pelo
adjudicatário: documentos relativos à inexistência de impedimento para
contratar e eventual documento de habilitação legal para a execução do contrato
- artigo 81º
(Nota: a habilitação decorre depois da adjudicação e todos os concorrentes que
não venham a ser adjudicatários estão dispensados desta obrigação)
h) Consequências se o adjudicatário não apresentar os documentos de habilitação:
a caducidade da adjudicação – artigo 86º
i) Eventual prestação de caução pelo adjudicatário – artigo 88º (que é sempre
obrigatória nos contratos que impliquem o pagamento de um preço pela
entidade adjudicante e em que o preço seja igual ou superior a 200 000 euros)
j) Finalidade da caução – artigo 88º, nº 1
k) Valor da caução – artigo 89º -» em regra, o valor da caução é até 5% do preço
contratual
l) Consequências se não for prestada a caução: caducidade da adjudicação – artigo
91º
m) Eventual confirmação de compromissos assumidos por terceiras entidades
relativamente a atributos ou a termos ou condições da proposta
Página 26 de 36
Carolina Rosa
Página 28 de 36
Carolina Rosa
Proposta e candidatura
1. Proposta -» concorrente
A proposta é a declaração pela qual o concorrente manifesta à entidade adjudicante a
sua vontade de contratar e o modo pelo qual se dispõe a fazê-lo - artigo 56º, nº1
2. Candidatura -» candidato
É candidato a entidade, pessoa singular ou coletiva, que participa na fase de qualificação
de um concurso limitado por prévia qualificação, de um procedimento de negociação, de
um diálogo concorrencial ou de uma parceria para a inovação, mediante a apresentação
de uma candidatura - artigo 52º
Página 29 de 36
Carolina Rosa
Página 30 de 36
Carolina Rosa
Página 31 de 36
Carolina Rosa
1. Duas modalidades:
a. O critério multifatorial da proposta economicamente mais vantajosa com
base na melhor relação qualidade-preço
b. Ou o critério unifatorial da proposta economicamente mais vantajosa com
base na avaliação do preço ou custo
i. Contudo, a utilização desta segunda modalidade só é permitida
quando as peças do procedimento definam todos os restantes
elementos da execução do contrato a celebrar – nº3 do artigo 74º.
Página 33 de 36
Carolina Rosa
4. Remissão, na parte não prevista, para a aplicação das regras relativas ao concurso
público, desde não sejam incompatíveis com a natureza urgente deste tipo
procedimental (o concurso público urgente).
Procedimento de negociação
1. Situações em que é admissível a adoção, pelas entidades adjudicantes, do
procedimento de negociação - artigo 29º do CCP
A entidade adjudicante pode adotar o procedimento de negociação quando:
a. As suas necessidades não possam ser satisfeitas sem a adaptação de
soluções facilmente disponíveis;
b. Os bens ou serviços incluírem a conceção de soluções inovadoras;
c. Não for objetivamente possível adjudicar o contrato sem negociações
prévias devido a circunstâncias específicas relacionadas com a sua
natureza, complexidade, montagem jurídica e financeira ou devido aos
riscos a ela associados;
Página 34 de 36
Carolina Rosa
Página 35 de 36
Carolina Rosa
Página 36 de 36