Sofia MPinto
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Sofia MPinto
Candida auris -
- O avanço do “superfungo”
Sofia Moreira Magno Pinto
Maio 2020
Clínica Universitária de Otorrinolaringologia
Candida auris -
- O avanço do “superfungo”
Sofia Moreira Magno Pinto
Orientado por:
Dr. César Silva
Maio 2020
1
Resumo
A emergência crescente de organismos multirresistentes às armas terapêuticas de
que dispomos pode ser considerada “o outro lado da moeda” do avanço da medicina e
dessas mesmas armas. Com o aumento da pressão selectiva sobre as espécies estas
tornam-se cada vez mais difíceis de combater.
2
Abstract
Fungi are no exception, and the widespread use of antifungals is also leading to
an increased prevalence of fungal infections by atypical species. An exemple is the
emergence of fungal infections by non-albicans Candida, as Candida Auris: a new
species of Candida described, for the first time, in 2009 in Japan and conquering its
name due his identification in a patient’s ear. Since then, the number of cases has
increased and its appearance has been noticed in countless other countries, on 5
different continents. It is known to be responsible for hospital outbreaks difficult to
control and to be mainly a problem in patients with comorbidities in Intensive Care
Units. However, there are still many doubts about its form of dissemination and
contagion.
Due to the silent and dispersed way in which it emerged, it has only recently
started to be treated as the serious problem it represents. Its multi-resistance capacity
and high infectivity add great difficulty in its control and, at the same time, its
laboratory isolation is not possible through conventional molecular and phenotypic
techniques, requiring a properly prepared laboratory.
Due to its difficult identification, it is likely that there is still a lack of knowledge
of its true prevalence and impact, beeing that the first studies consider that it may be one
of the most serious multiresistant emerging organisms, with serious public health
implications.
3
Índice
Introdução Pág. 5
Candida Pág. 7
Auris Pág. 8
Ouvido externo: anatomia e patologia Pág. 8
Otomicoses Pág. 10
Infecção por Candida auris Pág. 12
Diagnóstico Pág. 13
Tratamento Pág. 15
Epidemiologia Pág. 18
Emergência e disseminação Pág. 18
A chegada à Europa Pág. 20
Agradecimentos Pág. 28
Bibliografia Pág. 29
4
Introdução
O termo candidíase refere-se a um espectro de infecções causadas por fungos do
género Candida. Estas infecções são comuns e podem ter várias apresentações e
localizações, mais frequentemente localizadas em mucosas facilmente tratáveis, mas
podem apresentar-se como infecções invasivas e graves que podem conduzir à morte (1).
5
despoletado simultaneamente e todos com elevada gravidade nos diferentes países,
permanecendo este fenómeno sem uma devida explicação (Fig. 1) (1; 9; 10).
Retirado de “Deadly gearms, lost cures: A mysterious infection, spanning the globe in a climate of
secrecy” por Richtel, Matt e Jacobs, Andrew in The New York Times. April 6, 2019.
6
Candida
É sabido que os fungos têm uma enorme influência no ecossistema e na vida
vegetal e animal. Estudos mostram detalhadamente o impacto destes na extinção de
determinadas espécies, no equilíbrio de espécies alimentares utilizadas pelo Homem e
(11)
na estabilidade de ecossistemas no geral . Pelo contrário, o impacto das infecções
fúngicas na saúde humana não está devidamente esclarecido e mortes resultantes de
infecções fúngicas são frequentemente negligenciadas. Na mesma ordem de problemas,
o investimento médico e farmacêutico no tratamento micológico é também
extremamente diminuído quando comparado com outros causadores de infecção (12).
A maioria das pessoas, ao longo da sua vida, irá sofrer de infecções fúngicas,
que serão, na generalidade, facilmente tratáveis. No entanto, milhões de indivíduos
globalmente irão contrair infecções graves e invasivas mais difíceis de diagnosticar e
(12; 13)
combater . Infecções fúngicas invasivas têm uma incidência muito menor quando
comparadas a infecções localizadas, mas uma elevada taxa de mortalidade associada,
que pode exceder os 50% independentemente do tratamento antifúngico (12; 14).
Muitas espécies de fungos são responsáveis por infecções invasivas que matam
cerca de 1 milhão e meio de pessoas no mundo por ano, destas, mais de 90% são
devidas a infecções fúngicas resultantes de espécies dos géneros: Cryptococcus,
Candida, Aspergillus, and Pneumocystis (12).
7
Pelo menos 30 espécies de Candida são conhecidas causadoras de infecções em
(7; 12)
humanos, sendo a mais comum Candida albicans . Nos últimos anos, tem-se
verificado um desvio nesta tendência e um aumento do número de infecções por
Candida não-albicans. Mudança para a qual existem diversas explicações plausíveis,
sendo que a pressão no género aplicada pelo uso disseminado e principalmente
profiláctico de antifúngicos tem certamente influência (3; 6).
Auris
8
inferior (Fig.2) (16; 17). Estes limites têm particular importância considerando as possíveis
complicações e extensão de uma otite externa.
9
Pode ocorrer em qualquer idade, embora a otite externa seja mais frequente
durante a infância e a sua prevalência diminua ao longo da vida. Está intimamente
relacionada com a humidade e a exposição do canal auditivo externo à água, sendo mais
comum durante os meses de verão e quando associada a actividades como mergulho ou
natação (20).
Para além da água, qualquer outro factor que curse com a maceração ou o
trauma da pele do canal auditivo externo ou que comprometa a barreira criada pelo
cerúmen por ele produzido, pode aumentar o risco de desenvolver uma otite externa (20)
(18)
. Nomeadamente, o trauma causado pela limpeza excessiva ou por manipulação de
uma forma agressiva; dispositivos como tampões ou phones dos ouvidos ou dermatites
originárias em brincos ou tatuagens ou ainda exposição a radiação (19).
A clínica, de uma forma geral, inclui otalgia mais ou menos intensa, prurido e
sensação de plenitude auricular com hipoacusia (17).
Otomicoses
10
Fig. 3, 4 e 5 – Otoscopias de otite externa ligeira, à esquerda, com hiperemia ligeira e de
otite moderada, ao centro, com edema a ocluir parcialmente o canal auditivo externo. À
direita, extensão peri auricular dos sinais inflamatórios de uma otite externa mais grave.
Adaptado de “External otitis: Pathogenesis, clinical features, and diagnosis” por Laura A Goguen, MD in
Up to Date, ultima revisão em Out 25, 2018
Fig. 6 – Otite fúngica com filamentos fúngicos e esporos a fazer lembrar bolor.
Adaptado de “External otitis: Pathogenesis, clinical features, and diagnosis” por Laura A Goguen, MD in
Up to Date, ultima revisão em Out 25, 2018.
11
Estas otomicoses complicadas vieram ser agravadas pelo crescente número e
agressividade das infecções fúngicas por organismos atípicos, como é o caso de
infecções por Candida não-albicans. Foi a constatação de um caso de otomicose grave,
prolongada e resistente à terapêutica comumente utilizada que levou à investigação e ao
isolamento da espécie Candida auris (3; 24).
12
Há registos do seu isolamento se manter até 3 meses após o início da terapêutica
dirigida, sugerindo uma vez mais a importância da realização de controlos seriados e de
manter o doente em isolamento durante e após o tratamento. Os principais factores de
risco para a infecção por Candida auris incluem estar em contacto com alguém
(3)
infectado, ou simplesmente em contacto com o ambiente de um doente infectado .
Estudos sugerem que um contacto de apenas 4 horas seja suficiente para o contágio e
que um grande número de doentes desenvolve infecções invasivas nas primeiras 48
horas de internamento em Unidades de Cuidados Intensivos (1; 6).
Diagnóstico
13
14)
. A sua distinção de uma infecção bacteriana grave é feita através de hemoculturas,
sendo este o gold-standard para o diagnóstico e deve ser realizado em todos os doentes
em que se suspeite desta situação clínica. Devem ser realizadas também, e sempre que
possível, culturas referentes ao local de origem ou do foco infeccioso (14; 25; 28; 29).
Para além disto, quando se trata de uma infecção por Candida auris, o exame
cultural e os métodos bioquímicos convencionais não são suficientes: por um lado, a
demora, que pode ser de vários dias, na obtenção dos resultados do exame cultural,
representa um problema, principalmente considerando que a maioria deste tipo de
infecções se dá em doentes em estado crítico (28). Por outro lado, um factor ainda mais
limitativo diz respeito à falta de especificidade dos exames culturais, que não permitem
a distinção de várias espécies de Candida, impossibilitando a identificação e
consequente adequação terapêutica. Este problema ganha importância principalmente
por se tratar de uma espécie resistente à terapêutica antifúngica de primeira linha (1; 6).
Assim, quando existe a suspeita de uma infecção por uma espécie de Candida
não-albicans é necessária a utilização de testes de diagnóstico mais específicos,
existindo diversas técnicas disponíveis. Mais concretamente, para o diagnóstico de
Candida auris é usada, entre outras menos comuns, uma técnica de espectrometria de
massa - matrix-assisted laser desorption ionization-time of flight mass spectrometry
(MALDI-TOF MS) e é necessário que o laboratório que realiza o teste tenha a base de
dados deste método actualizada e a incluir a espécie em causa (1; 6; 28). Com esta técnica,
as proteínas libertadas por C. auris são detectadas e comparadas com uma base de dados
de proteínas de inúmeras espécies e assim identificada. É também um teste que permite
uma leitura muito mais rápida de colónias que não necessitam de crescer durante tantos
dias em meio de cultura (28).
Tratamento
15
após a obtenção de culturas negativas (31). O tratamento de colonizações sem evidência
de infecção não está recomendado (7).
16
(7)
instituição e organizar um plano de contingência adaptado à situação . É necessário
um screening extensivo assim como a cessação de novas admissões nas unidades
(25; 28)
afectadas . Para os profissionais de saúde que prestem cuidados a doentes com
C.auris, a prática mais importante a implementar é a rigidez na higiene das mãos (5
momentos da higiene: antes de tocar no doente, antes de procedimentos assépticos,
depois de exposição a fluídos do doente, depois de tocar no doente, depois de tocar no
ambiente do doente) acompanhada do uso de material de protecção individual (7; 34; 35).
Retirado de “Candida auris, An Agent of Hospital‐Associated Outbreaks: Which Challenging Issues Do We Need to Have in
Mind?” por Sabino, Raquel, et al. MDPI, Jan, 28 2020
Por ainda se verificar um desconhecimento grande face a esta espécie, acaba por
ser indicada a avaliação e a tomada de decisões caso a caso dependendo da clínica do
doente, do local do foco de infecção e dos testes de susceptibilidade (25).
17
Por fim, mantém-se extremamente difícil discernir se os doentes morrem pela
infecção a C. auris ou por outra causa subjacente à infecção. Principalmente por a
maioria se tratar de doentes com doenças subjacentes e em condições de gravidade de
estado de saúde. De qualquer forma, de acordo com o C.D.C. cerca de 50% dos doentes
que contraem C. auris morrem num espaço de 90 dias (35; 4).
Epidemiologia
Emergência e Disseminação
18
Com os primeiros casos a serem registados na Ásia, o Centro de Controlo e
Prevenção de doenças dos Estados Unidos da América teorizou que esse teria sido o
local de origem deste fungo que então se espalhou pelo globo. Posteriormente, quando
foi comparado o genoma da espécie dos diferentes países, percebeu-se que eram
diferentes e que era possível categorizar o fungo em estirpes/clusters, cada qual com
uma agressividade e padrão de resistências diferentes. Neste momento, classifica-se
separando-se em 4 clusters, geograficamente distintos: O Sul Asiático, Sul-africano,
Sul-americano e Este Asiático. Sugerindo que não existe uma espécie de Candida auris,
mas sim várias, com origens distintas que de surgiram praticamente em simultâneo em
diferentes regiões do mundo (1; 7).
Para além dos clusters devidamente identificados, existem agora vários países
que não se encaixam nas áreas geográficas inicialmente definidas. Nestes, como é o
caso do Reino Unido, foram avaliadas e comparadas as espécies isoladas com as dos
diferentes clusters e percebeu-se que vários clusters se encontravam representados no
país. Tal sugere múltiplas introduções de C. auris, provavelmente pela migração
humana capaz do transporte de espécies de várias partes do mundo (7; 32).
No que toca ao número de infectados, ainda é difícil apurar exactamente por ser
difícil a sua identificação microbiológica, o que não facilita o seu entendimento
epidemiológico, considerando-se então que os valores existentes muito provavelmente
subestimam o panorama real; casos de C. auris, foram reportados em mais de 30 países,
em todos os continentes excepto a Antártida (Fig. 7). Desde 2017 o número de casos de
otomicoses e colonizações no ouvido por C. auris tem aumentado e para além de
19
infecções relacionadas com o sistema auditivo, relaciona-se com todo o género de
isolamentos (3; 6).
Retirado de “Global emergence of invasive infections caused by the multidrug-resistant yeast Candida
auris” em Centers for Disease Control and Prevention website. Jun, 24 2016
A chegada à Europa
20
Os casos reportados foram em Espanha (n=388), no Reino Unido (n=221), na
Alemanha (n=7), em França (n=2), na Bélgica (n=1) e na Noruega (n=1). Em Janeiro de
2018, já fora do intervalo de análise do estudo, um caso foi isolado na Áustria (Fig. 9)
(4)
.
21
Fig. 9 – Situação epidemiológica dos países da EU/EEE respondedores ao survey
respectivamente aos isolamentos de Candida auris entre 2013-2017.
22
Candida auris foi isolada em inúmeras estruturas analisadas e todos os testes de
sensibilidade a fármacos realizados demostraram resistência total da espécie ao
fluconazol, e a sensibilidade da maioria a equinocandinas, a 5-flucitocina e uma
susceptibilidade variável à anfotericina B (32).
Assim, foram introduzidas medidas muito estritas, com base nas recomendações
inglesas para o controlo de enterobacteriaceae produtoras de carbapenemases; medidas
de contacto para todos os profissionais de saúde e visitas ao entrar nos quartos dos
doentes isolados, principalmente materiais de protecção individual. Procedeu-se à
desinfecção dos doentes em que foi isolado o fungo, duas vezes por dia, com gluconato
de clorexidina, incluindo formulações para desinfecção da mucosa oral e discos
protectores de todos os cateteres centrais e também à limpeza e desinfecção do ambiente
envolvente do doente (quarto e equipamentos) com produtos à base de clorina, três
vezes por dia (32).
23
Fig. 10 – Novos casos de C. auris no estudo referente ao Royal Brompton
Hospital, por mês, desde Abril de 2015 até Julho de 2016.
Retirado de “First hospital outbreak of the globally emerging Candida auris in a European
hospital” por Schelenz, S., Hagen, F., Rhodes, J.L. et al. in Antimicrob Resist Infect Control, 2016, Vols.
5, 35
Apesar de tudo, este surto hospitalar não levantou grande interesse a nível
internacional e, sem que também fosse devidamente adereçado, mais ou menos
simultaneamente, verificou-se um surto ainda em maior escala num hospital em
24
Valência, Espanha. No Hospital de La Fé, da Universidade Politécnica de Valência 372
pessoas foram identificadas como portadoras de colonização por Candida auris e 85
destas desenvolveram candidémias disseminadas. Um artigo publicado na revista
Mycoses relatou que 41% destes pacientes infectados morreram no espaço de 30 dias
(36)
.
O survey levado a cado pelo E.C.D.C., no final do ano de 2017, para recolher
toda a informação sobre os casos reportados e a capacidade de resposta dos laboratórios
na União Europeia/Espaço Económico Europeu entre 2013 e 2017 conseguiu apurar que
20 países tomaram medidas de saúde pública para fazer face a C. auris. Estas recaíram
principalmente na prevenção de transmissão laboratorial e no investimento no alerta
clínico aquando a suspeita de um possível caso, bem como na tentativa de tornar os
laboratórios de referência nacional mais capazes no isolamento da espécie. Estudos de
vigilância retrospectivos e prospectivos mais complexos foram realizados num número
muito reduzido de países (4).
25
Fig. 10 – Países que reportaram Candida auris à data de 31 de Dezembro de 2019. Um
único caso a verde, transmissão ou múltiplos casos conhecidos a azul e países aos quais
foram associados casos isolados nos Estados Unidos da América a listas.
26
em unidades hospitalares, mas ainda pouco se sabe acerca da transmissão na
comunidade, que poderá trazer informação relevante acerca dos casos esporádicos
isolados (7; 32).
27
dado publicado relativamente ao mesmo, mas existindo informação, por parte dos
autores, de que está a decorrer.
Agradecimentos
28
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