Leitura Prazer e Conhecimento
Leitura Prazer e Conhecimento
Leitura Prazer e Conhecimento
CONHECIMENTO
UMA TRÍADE NECESSÁRIA E INSEPARÁVEL
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ANANIAS AGOSTINHO DA SILVA
IURE COUTRE GURGEL
MARIA GORETE PAULO TORRES
MARIA LÚCIA PESSOA SAMPAIO
(ORGANIZADORES)
LEITURA, PRAZER E
CONHECIMENTO
UMA TRÍADE NECESSÁRIA E INSEPARÁVEL
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Copyright © Autoras e autores
Todos os direitos garantidos. Qualquer parte desta obra pode ser reproduzida,
transmitida ou arquivada desde que levados em conta os direitos das autoras e dos
autores.
CDD – 410
APRESENTAÇÃO 7
Ananias Agostinho Da Silva
Iure Coutre Gurgel
Maria Gorete Paulo Torres
Maria Lúcia Pessoa Sampaio
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MEDIAÇÃO DE LEITURA “QUEM ROUBOU A ALEGRIA 85
DO PALHAÇO”? UMA EXPERIÊNCIA EXITOSA NO
PROJETO BALE MIRIM
Aparecida Suiane Batista Estevam
Beatriz Andrade dos Santos
Diana Maria Leite Lopes Saldanha
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Leitura, prazer e conhecimento
APRESENTAÇÃO
Discutir leitura e suas diversas formas tem sido uma das metas de
publicação desta equipe organizadora, pois compreendemos que tal prática
pode ser uma grande aliada na busca do conhecimento, além de
proporcionar um prazer imensurável àquele que lê constantemente. Assim,
a obra que ora apresentamos, intitulada “Leitura, prazer e
conhecimento: uma tríade necessária e inseparável”, tem como
objetivo crucial oferecer aos leitores discussões acerca de três eixos que,
entendemos, são inseparáveis da vida de qualquer sujeito, mesmo daquele
que não busca uma formação puramente acadêmica.
Este livro é composto de 11 capítulos que enfatizam as temáticas
propostas e se encontra assim dividido: O capítulo 01, “Do ato ao prazer
de ler: reflexões históricas, neurocientíficas e psicanalíticas sobre a
leitura”, de autoria de Rômulo José F. de Oliveira Júnior, se constitui de uma
abordagem teórica de apresentação da leitura, bem como da leitura prazerosa,
trazendo reflexões históricas e embasamentos da Neurociência e da
psicanálise sobre a leitura. Nesse capítulo, o autor deixa clara a importância
da leitura, principalmente, se tratada como um ato dinâmico e prazeroso.
No capítulo 02, “Aprender a ler: uma experiência fantástica”, Antônia
Moraes Leite Costa e Maria Gorete Paulo Torres fazem “um passeio” ao processo
de aprendizagem da leitura de forma cognitiva e apresentam fases pelas quais
a criança, geralmente, desenvolve a decodificação linguística, além de
discutirem a respeito da literacia e da alfabetização, bem como das
emoções/prazeres que a leitura pode proporcionar ao leitor durante uma
trajetória leitora. O texto, assim como o primeiro, é baseado em teorias de
autores diversos, os quais, antes de nós, já discutiram as temáticas aqui tratadas.
Maria Eridan da Silva Santos, Maria Lucia Pessoa Sampaio e Keutre Glaúdia
da Conceição Soares Bezerra, no capítulo 03, intitulado “Leitura literária: via
de acesso à sociedade contemporânea”, apresentam um pequeno recorte
da dissertação de uma das autoras, estudo desenvolvido em uma escola do
interior do Estado do Rio Grande do Norte atendida pelo Programa
Biblioteca Ambulante e Literatura nas Escolas (BALE). No texto, as autoras
discutem a prática e a mediação de leitura como uma atividade que deva fazer
parte do cotidiano das crianças e defendem que a biblioteca e a sala de aula
sejam espaços dinâmicos, interativos, vivos, tendo, como consequência, a
aprendizagem infantil.
O capítulo 04, cujo título é “O PNAIC e o desenvolvimento
profissional docente: um olhar a partir dos direitos de aprendizagem
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Leitura, prazer e conhecimento
na alfabetização”, escrito por Midiã Izlia Praxedes dos Santos, Iure Coutre Gurgel
e Isabel Maria Sabino de Farias, traz uma análise do vivenciado em escolas
públicas dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental com crianças em fase de alfabetização,
além de identificar os principais obstáculos que a escola enfrenta nesse processo de ensino-
aprendizagem da língua escrita e a forma como organiza seu currículo para a garantia de
que as crianças tenham, de fato, acesso aos direitos de aprendizagem em língua portuguesa.
No capítulo 05, “Leitura, literatura e alfabetização: uma proposta
de intervenção com a obra Alice no país das maravilhas”, de Antônia
Evânia Araújo dos Santos, Carla Moura Dutra e Ananias Agostino da Silva,
apresenta-se uma proposta didática interventora com a leitura, mais
especificamente com a obra Alice no país das maravilhas. O texto possibilita ao
leitor conhecer estratégias de leitura inovadoras e a refletir sobre a leitura
como um ato de prazer, se mediada de forma instigante.
Francisca Joilsa da Silva, Keutre Gláudia da Conceição Soares Bezerra e Kivia
Pereira Queiroz, no capítulo 06, intitulado “Literatura e diversidade no
Ensino Fundamental: reflexões a partir da obra O Patinho Feio”,
apresentam reflexões acerca do trabalho mediador de leitura e discussões
quanto ao respeito às diferenças, tendo como norte a obra “O Patinho Feio”.
O estudo parte do pressuposto de que a leitura literária pode facilitar a
compreensão de diversos aspectos sociais/reais, além de despertar, no sujeito,
o fantástico, desenvolvendo emoções e contribuindo na formação humana.
No capítulo 07, “Mediação da leitura ‘Quem roubou a alegria do
palhaço?’: uma experiência exitosa no projeto BALE MIRIM”,
Aparecida Suiane Batista Estevam, Beatriz Andrade dos Santos e Diana Maria Leite
Lopes Saldanha apresentam uma experiência exitosa sobre mediação leitora
vivenciada no Programa Biblioteca Ambulante e Literatura nas Escolas-
BALE, mais especificamente, com o BALE MIRIM. Nesse capítulo, as
autoras apresentam o programa, a equipe, refletem teoricamente a respeito
da mediação leitora e apontam a relevância do projeto para a formação leitora
das crianças envolvidas.
As autoras Alane Henrique Galdencio da Silva, Renata Paiva de Freitas e
Maria Eridan da Silva Santos apresentam, no capítulo 08 - “Literatura
infantil: um estudo sobre as contribuições do livro ‘Diário de Pilar no
Egito’ na formação do leitor”-, resultados de um recorte de monografia da
pesquisa de graduação em Pedagogia, as autoras analisam as contribuições
do livro Diário de pilar no Egito na formação de leitores. O texto visa, também,
despertar o interesse de futuros pedagogos em analisar outras obras literárias,
livros infantis e infanto-juvenis e, com isso, difundir e valorizar a literatura
em espaços escolares e não escolares.
No capítulo 09, “Literatura no ensino superior: entraves e
possibilidades práticas”, as autoras Emanuela Carla Medeiros de Queiros e
Renata Junqueira de Souza analisam como a literatura tem sido trabalhada no
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Considerações iniciais
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1 A escrita cuneiforme criada pelos povos Sumérios era pictográfica e cunhada em placas de
argila. O seu principal uso era para contabilidade e na administração, pois facilitavam o registro
de bens, propriedade, cálculos e transações comerciais. Ela tinha cerca de 2000 símbolos
registrados da direita para a esquerda (FISCHER, 2006)
2 O Index Liborum Prohibitorum era uma lista de livros proibidos pela Igreja Católica durante a Idade
Média e foi criado como meio da igreja se defender diante do surgimento da prensa e da Reforma
Protestante, que de certa forma ameaçava os dogmas e poder da igreja (FISCHER, 2006).
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A leitura nos transforma, e isso não é novidade, afinal, por meio dela,
visitamos muitos lugares, imaginamos ser o que nossa mente deseja, criamos
vínculos, amamos e odiamos personagens, nos emocionamos, choramos,
rimos e até mesmo nos apegamos a certas histórias como modelos a seguir.
A leitura enquanto fonte inesgotável de conhecimento nos faz construir
sentidos, significantes e significados.
Na perspectiva do desenvolvimento psicológico, a leitura permite que
ampliemos nosso raciocínio, nossa capacidade interpretativa, o vocabulário,
a memória, a criatividade, a imaginação, a comunicação, a habilidade de
escrita e criticidade, além apreendermos temas diversos.
Ler envolve a capacidade de mexer com nossas emoções e nossos
sentimentos. António Damásio defende que esses são processos ativados no
corpo, mas também ativados pela situação mental em que o indivíduo se
encontra (DAMÁSIO, 2012). Essa segunda forma de ativação é a que
costuma ocorrer quando nos deparamos com leituras que despertam
conexões com nossas histórias e desejos, realizados ou reprimidos, ou seja,
quando nossas pulsões emergem.
Na visão da Psicanálise, a mente humana é da ordem do inconsciente e
movida por desejos que ora são satisfeitos, ora reprimidos. Ocorre, então,
que o ato de ler perpassa pela forma como cada um foi adquirindo essa
habilidade e como o desejo pela leitura foi introjetado. Muitos foram os
modos de alfabetização e letramento no decorrer dos tempos, e foi
justamente o modo como aprendemos a ler que despertou nosso interesse
pela leitura. Não são raras as histórias de pessoas que tiveram processos de
alfabetização traumáticos e, por essa razão, não se interessam pela prática da
leitura, ou leem apenas o que é necessário e de interesse próprio. Leda Barone
argumenta que muitas das práticas psicopedagógicas para solucionar os
prejuízos da aprendizagem na leitura surgem de ressignificações de questões
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Considerações finais
A leitura pode ser entendida pela sua trajetória histórica e por suas
mudanças, autorizações e controles em diferentes épocas e sociedades, mas
também deve ser vista como um processo que requer amadurecimento de
áreas neurológicas do sujeito, que passa pela aquisição da linguagem e, assim,
pode despertar o interesse e o prazer pelo ato de ler. Não obstante, apesar de
existirem dados diversos e controversos sobre práticas de leituras no Brasil,
precisamos estar sempre atentos para refletir e proporcionar novos caminhos
em que a leitura seja sempre uma fonte inesgotável de prazer.
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Referências
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Considerações iniciais
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Literacia x alfabetização
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todos os colegas lado a lado e uma professora, super tradicional, que utilizava
palmatória (pedaço de madeira) para os alunos que não conseguissem “dar a
lição do dia”, ou seja, quando já estava na literacia mais avançada (lia um
pequeno texto). Lembro com muita emoção as minhas primeiras leituras,
quando passei pelo processo de “dar a lição”, como dizia a professora.
Aprendi a ler soletrando as palavras em um pequeno livro que meu pai
comprou com muito sacrifício, intitulado “Meninos Travessos”, de Maria
Yvonne Atalécio de Araújo, publicado por volta da década de 1960, período
marcado por profundas mudanças sócio-históricas e políticas no Brasil: a
Ditadura Militar. Nessa perspectiva, segundo Denzin (1984, p. 32), "[...]. As
pessoas comuns universalizam, através de suas vidas e de suas ações, a época
histórica em que vivem".
Trago, ainda, fortemente marcado na memória, o pequeno texto que a
professora indicou para minha primeira leitura (ou seja, dar a lição). O texto,
de um capítulo do livro, contava as travessuras de um cavalinho chamado
“Pangaré”, cavalgado por Benedito, protagonista da história. Um dia,
“Pangaré” galopou em grande velocidade, causando enorme susto no
menino, que foi salvo por um amigo que morava na fazenda da vovó. Nunca
esqueci aquele momento fantástico, quando li a história sentindo prazer e
alegria por ter iniciado o aprendizado da leitura.
Ao chegar à escola superfeliz com o novo livro, para minha surpresa, a
professora marcou logo a lição para o dia seguinte, dizendo: “- Estude em
casa, amanhã quero a lição completa sobre a história do cavalinho Pangaré”.
Ela fez um ensaio da referida leitura, ainda soletrando sílaba por sílaba, até
eu conseguir concluir a leitura da palavra. Ao retornar para casa, em um belo
entardecer dos anos 1960 no meu sertão, falei logo para a minha mãe: “- A
professora pediu para eu dar essa lição amanhã, preciso que a Senhora me
ajude, ainda não aprendi a ler sem soletrar”. Ela respondeu: “- Minha filha,
qual a lição que a professora marcou?” De imediato mostrei para ela e
começamos a ler juntas. Tive muitas dificuldades, muitas palavras do texto
eu decorava, mas, no final da história, depois de muitas repetições, já estava
lendo com fluência.
No dia seguinte, ao chegar à escola, a professora me chamou em
particular, à mesa dela, e perguntou: “- Aprendeu a lição?” Muito
emocionada, respondi, “- Sim, professora!” Em seguida, iniciei a lição do
cavalinho travesso Pangaré e a concluí com o sentimento de dever cumprido,
que, hoje, me faz lembrar Paulo Freire (1996) quando este revelou o mundo
de suas primeiras leituras, dizendo, “[...] balbuciei, me pus de pé, andei, falei.
Na verdade, aquele mundo especial se dava a mim como o mundo de minha
atividade perceptiva, por isso mesmo como o mundo de minhas primeiras
leituras”. E continua,
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Foi uma sensação muito boa a que senti e guardo-a com muita emoção
nas lembranças de infância – as minhas primeiras leituras, fruto tanto da
relação no ambiente familiar, como do experimento da escola. Para Damásio
(2004, p. 191), “[...] a memória de uma situação sentida faz com que,
conscientemente ou não, evitemos acontecimentos associados com
sentimentos negativos e procuremos situações que possam causar
sentimentos positivos". Ao reviver o passado, de como e quando aprendi a
ler, ressignifiquei aspectos positivos nos objetivos que permeiam o ato de ler,
que, sem dúvida, é carregado de emoções e prazer. Como diria Soares (2001,
p. 40), "[...]. Exatamente assim é que me sinto: com as mãos atadas pelo que
hoje sou condicionada pelo meu presente, é que procuro narrar um passado
que refaço, reconstruo, repenso com as imagens e ideias de hoje”.
Com o tempo, fui vivenciando outras leituras de mundo, já nos anos
finais do ensino fundamental, na capital Potiguar, no colégio Atheneu Norte
Riograndense. Inúmeras leituras de mundo formaram minha personalidade
nas etapas da infância, adolescência, adulta e na atualidade, a terceira idade,
que estou vivenciando. São leituras incessantes que permearam e permeiam
todas as minhas relações no processo do conhecimento do senso comum ao
conhecimento científico. Assim, entendo que a aprendizagem da leitura
envolve habilidades, estratégias, aspectos socioculturais, como também
considera a situação da leitura, o objetivo, o leitor, o texto e o autor etc.
(COSCARELLI, 2016).
Uma das leituras mais avançadas de que me recordo, já cursando os
anos finais do ensino fundamental, foi um clássico de José de Alencar:
“Iracema: a virgem dos lábios de mel”. Foi uma leitura sistematizada, a
professora pediu para elaborar síntese da história e destacar as partes mais
interessantes. Além dessa, outras atividades levaram-me ao conhecimento
necessário para “aprender a aprender” a ler por prazer e emoção e refletir
sobre a relevância que o conhecimento da leitura nos proporciona para o
nosso crescimento pessoal e profissional.
As recordações são profundas para externar todos os sentimentos do
meu “eu” sobre esse fantástico mundo que se move no inacabado de Paulo
Freire quando afirma que “[...] homens se sabem inacabados. Têm a
consciência de sua inconclusão. Aís se encontram as raízes da educação
mesma, como manifestação exclusivamente humana. Isto é, na inconclusão
dos homens e na consciência que dela têm”. (FREIRE, 2005, p. 83-84).
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Considerações finais
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Referências
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LEITURA LITERÁRIA:
VIA DE ACESSO À SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA
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ler de forma crítica, reflexiva e interativa, pois ela se constitui espaço de vida,
de conflito de ideias, de informação e de conhecimento.
Ainda, segundo Campello (2008), a biblioteca, ao reunir, para uso de
um coletivo e de forma organizada, uma gama de portadores textuais, passa
a representar um recurso indispensável para a formação de leitores eficientes,
capazes não só de decifrar, mas de interpretar e encontrar significado no que
é lido quando desenvolvem a prática da intertextualidade.
Ainda que não seja a salvação da escola e da educação, a Biblioteca
Escolar pode ser um lugar privilegiado que contribua para a qualidade do
ensino ao promover práticas de leitura e acesso à informação de qualidade,
integrando técnicos, professores e alunos a sua comunidade. Dessa forma, a
Biblioteca Escolar tem papel relevante no processo de desenvolvimento das
práticas de leitura literária, bem como no buscar uma participação ativa das
atividades pedagógicas, de modo que estejam em consonância com o Projeto
Político Pedagógico da escola, já que é fundamental na formação dos alunos.
Segundo Cosson (2014):
Se os brasileiros leem pouco, leem menos ainda literatura. Parte dos livros lidos são
obras didáticas, consoante o perfil do aluno, da maioria dos leitores, e o livro mais lido
é a Bíblia. Quando leem literatura, o texto selecionado é o best-seller do momento,
seguido pela leitura indicada pela escola, como se supõe pela presença de obras
canônicas e de literatura infantil na lista dos preferidos. Aliás, não é sem razão que o
professor é o principal mediador da leitura, ainda que os livros indicados pela escola
sejam majoritariamente didáticos. (COSSON, 2014, p. 12).
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Considerações finais
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entende Cosson (2014, p. 50), “[...] a leitura literária nos oferece a liberdade
de uma maneira tal que nenhum outro modo de ler poderia oferecer, pois a
excelência da literatura é um modo único de experiência”.
A leitura é meio para a compreensão e transformação da realidade e o
educador precisa mobilizar as capacidades do aluno, sensibilizá-lo para
sentir-se e agir como sujeito ativo construtor do próprio conhecimento. Para
o ensino da leitura, é preciso que se tenha a concepção de que ela é uma
relação de interação do homem com a realidade, espaço de manifestos
ideológicos na sua natureza dialógica, em que as forças sociais e interesses de
classes se manifestam.
O ato de ler nem sempre é agradável, pois, dependendo de como ele é
tratado ou encaminhado, pode se tornar atividade enfadonha para o leitor e
sem motivação, ocasionando o desgosto pela leitura. Por isso, cabe ao
educador mediar a prática de leitura de forma motivadora, para que a leitura
seja espontânea e que vá ao encontro dos interesses, curiosidades e
necessidades da formação do educando, considerando seu compromisso
enquanto estudante, mas também suas expectativas enquanto leitor criativo,
desafiador e de iniciativa. Significa abrir caminhos para despertar a
consciência leitora do aluno, que se dá quando ele percebe a importância da
leitura na sua vida e a influência desta no desenvolvimento intelectual, social,
cultural e humano.
A literatura faz parte da nossa vida desde os primórdios, conforme
Cosson (2014), desde as histórias que relatam como surgiu o mundo, como
nasceu o primeiro homem, entre tantos outros exemplos que já serviram de
base para a expansão da literatura em diversas manifestações. Entretanto,
também discute o não lugar da literatura atualmente na vida das pessoas, com
base em pesquisa realizada em 2012, “Retratos da Leitura no Brasil”, que
apresenta como resultado uma média de quatro obras lidas por brasileiro no
ano. Essa é a realidade neste país em relação à leitura de literatura.
Desse modo, acreditamos fortemente que nossa pesquisa é necessária e
importante para motivar e incentivar a prática de leitura literária nas escolas
e, assim, contribuir de forma mais efetiva na construção de um país de
leitores. Entendemos, portanto, que as diversas formas de leitura são
fundamentais para a construção de uma sociedade mais livre e democrática,
fundamentada na diversidade, na construção da memória e no exercício da
cidadania.
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1 De acordo com o Manual do PNAIC (BRASIL, 2012), o ciclo de alfabetização nos anos
iniciais do ensino fundamental é referente a um tempo sequencial de três anos (600 dias
letivos), sem interrupções, destinado à inserção da criança na cultura escolar, à aprendizagem
da leitura e escrita e à ampliação das referências culturais dos estudantes nas diferentes áreas
do conhecimento.
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É urgente para países como o Brasil, que há muitos anos aponta como
promessa de potência econômica, investir nas áreas da ciência, da educação
e, mais especificamente, vencer os altos índices de analfabetismo. O
Ministério da Educação - MEC, ao longo dos anos, em diferentes gestões,
tem investido em programas de combate ao analfabetismo destinados a
jovens e adultos, a exemplo do Brasil Alfabetizado (2003), e em programas
de formação de professores alfabetizadores dos Anos Iniciais do Ensino
Fundamental, como, mais recentemente, o Pacto Nacional pela
Alfabetização na Idade Certa - PNAIC (BRASIL, 2012).
O PNAIC foi instituído pela Portaria nº 867, de 4 de julho de 2012, e
tem como objetivo ofertar formação continuada a professores
alfabetizadores, em parceria com estados, municípios, universidades federais
e o governo, através do MEC (BRASIL, 2012). Apresenta-se, dessa forma,
como via de direito aos estudantes de serem alfabetizados na idade certa,
portanto, um exercício democrático e ordinário na ação escolar e docente
para reconhecer a divergência e a exclusão e, logo após, problematizá-las
como práxis social e educativa (FARIAS et al., 2022).
Nessa perspectiva, o referido programa apresenta como eixos
norteadores das formações continuadas a prática da reflexividade, a
constituição da identidade profissional, a socialização, o engajamento e a
colaboração (BRASIL, 2014). É perceptível, a partir da análise documental,
a necessidade que o professor contemporâneo tem em desenvolver sua
prática reflexiva no sentido de refletir criticamente sobre seu trabalho e,
assim, aprender e desenvolver-se profissionalmente. Nóvoa (1992) postula
que, ao desenvolverem a capacidade de observar, analisar e refletir
criticamente sobre as situações concretas de que participam na escola, os
professores tendem a ser mais flexíveis nas atividades profissionais, com mais
autonomia e capacidade de tomar decisões.
A formação continuada desenvolvida pelo referido Programa
estruturava-se em uma espécie de teia, de forma coletiva. Primeiro, os
professores orientadores de estudo participavam de um curso ministrado
pelas Instituições de Ensino Superior (IES) e, em seguida, tinham o
compromisso e a responsabilidade de ministrar o referido curso para os
professores alfabetizadores no contexto local. Ambos os integrantes da
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[...] esta informação vai orientar os alunos para que eles saibam se trate de um conteúdo
real ou de ficção; se nos informa sobre algo que vai acontecer recentemente ou se, ao
contrário, descreve fatos do passado; se ele vai nos expor determinados conceitos; se
ele vai nos ajudar a saber como podemos fazer outra coisa. (SOLÉ, 2008, p. 105).
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dentre outras estratégias que julgar necessárias. O trabalho com a leitura não
pode ser visto simplesmente como passatempo, ou uma forma de acalmar a
turma após um intervalo. Ela deve ser planejada de forma consistente, para
que consiga desenvolver, nos alunos, a formação de sujeitos críticos e
reflexivos. Como aponta Abramovich (1997, p. 143), por meio da leitura, a
criança, “[...] pode se sentir inquietada, cutucada, querendo saber mais e
melhor ou percebendo que se pode mudar de opinião”.
A intenção é utilizar estratégias que permitam, ao aluno, criar um
esquema para entender o essencial de sua leitura e seguir uma lógica de
sequências que facilitem seu conhecimento antes, durante e depois do
trabalho com a leitura. Diante desses pontos, foi construída uma proposta de
intervenção com foco na obra “Alice no país das maravilhas”, que será
apresentada logo a seguir.
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A literatura é porta de entrada para variados mundos que nascem das várias leituras que
dela se fazem. Os mundos que ela cria não se desfazem na última página do livro, na
última frase da canção, na última fala da representação, nem na última tela do
hipertexto. Permanecem no leitor, incorporados como vivência, marcos da história de
leitura de cada um. (LAJOLO; ZILBERMAN, 2001, p. 44).
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O vídeo nos seduz, informa, entretém, projeta em outras realidades (no imaginário) em
outros tempos e realidades. Ele combina a comunicação sensorial sinestésica, com a
audiovisual a intuição com a lógica, o emocional com a razão. Combina, mas começa
pelo sensorial, pelo emocional e pelo intuitivo, para atingir posteriormente o racional.
(MORAN, 1995, p. 27).
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Sendo assim, praticar a leitura literária com as crianças vai muito além
do simples ato de aprender a ler. É um processo de conscientização sobre a
leitura, sobre cada história contada, porque permite desenvolver a
concentração, além de desenvolver habilidades fundamentais, como
aprender a ouvir, a se posicionar e a expor opiniões a respeito dos temas que
a história proporciona, o que contribui para ampliar conhecimentos e
repertório literário dos alunos.
Desse modo, entende-se como relevante que o professor oportunize
momentos de vivência do prazer e da diversão para os alunos, principalmente
no processo de alfabetização, a partir de uma proposta de trabalho que leve
em conta a realidade do aluno, o seu contexto de vida e seus conhecimentos.
A literatura apresenta-se, assim, como instrumento fundamental para
proporcionar uma aprendizagem da leitura de maneira lúdica e dinâmica.
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Caminho metodológico
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[...]. Pequenos e grandes compartilhavam dos mesmos eventos, porém nenhum laço
amoroso especial os aproximava. A nova valorização da infância gerou maior união
familiar, mas igualmente os meios de controle do desenvolvimento intelectual da
criança e manipulação de suas emoções. Literatura infantil e escola, inventada a primeira
e reformada a segunda, são convocados para cumprir esta missão.
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[...] os contos de fadas têm um valor inigualável, enquanto oferecem novas dimensões
à imaginação da criança que ela não poderia descobrir verdadeiramente por si só.
Ainda mais importante: a forma e estrutura dos contos de fadas sugerem imagens à
criança com as quais ela pode estruturar seus devaneios e com eles dar melhor direção
à sua vida.
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contato com leituras fantásticas que o elevem enquanto sujeito, pois a leitura
literária tem esse poder de nos tornar mais humanos.
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Objetivos Específicos:
● Explorar o conto “O Patinho Feio”;
● Discutir sobre temas observados na história como respeito às diferenças e outras
temáticas observadas pelos educandos;
● Trabalhar a importância da leitura na vida estudantil.
Fonte: Elaborado pelas autoras (2023).
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[...] Carl Jansen (1823 ou 1829-1889) nasceu na Alemanha, mudando-se, jovem, para o
Brasil, onde trabalhou como jornalista e professor. Percebeu logo que, no Brasil,
faltavam livros de histórias apropriados para os alunos e entre, aproximadamente, 1880
e 1890 tratou de traduzir alguns clássicos, como os já lembrados Robinson Crusoé (1885)
e Viagens de Gulliver (1888) [...]. O outro, Figueiredo Pimentel (1869 – 1814), era
brasileiro e, como Jansen, militava na imprensa. (ZILBERMAN, 2005, p. 17).
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Mais do que ensinar conteúdos, os livros infantis da turma do Sítio ensinam os seus
leitores a pensar, questionar, a tirar conclusões, o que até então nunca havia sido meta
das escolas brasileiras. A aprendizagem se faz, nesses livros, por meio do diálogo entre
avó e netos e por meio de um processo altamente didático, de fracionar as explicações,
acomodá-las à linguagem infantil e relacionar o conhecimento novo à experiência de
vida das crianças. (SILVA, 2009, p. 106).
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Leitura, prazer e conhecimento
uma convivência sadia com livros e outros tipos de materiais escritos, sem professores
capazes de dar aos alunos testemunhos vivos de leitura, fica muito difícil, senão
impossível, planejar, organizar e instalar programas que venham a transformar, para
melhor, os atuais procedimentos voltados ao ensino da leitura.
101
Leitura, prazer e conhecimento
o público infantil, assim, concordamos com Silva (2009) ao dizer que “[...].
Pode-se afirmar com segurança e sem exagero: a nossa literatura infantil não
seria o que é se não tivesse existido um homem chamado Monteiro Lobato”.
O escritor é considerado, portanto, o pai da literatura infantil nacional, com
sua linguagem simples e de fácil compreensão por parte das crianças,
juntando, em suas obras, fantasia e realidade.
A narrativa do livro “Diário de Pilar no Egito” envolve o leitor e
desperta sua imaginação. Considerando a fala de Coelho (2000), ao se
aventurar em sua rede mágica e parar no Egito, Pilar tem, diante de si, uma
nova aventura, pois este é um dos livros de uma coleção de seis volumes que
retratam as aventuras de Pilar por diversos países. Ao chegar no Egito, Pilar
se dispõe a ajudar seu novo amigo, um faraó, vivendo situações marcantes e
interagindo com outros personagens.
O livro traz conhecimentos de uma época específica, características de
pessoas, objetos, plantas, situações, bem como apresenta informações e
palavras que enriquecem o vocabulário do leitor. Proporciona, assim,
entendimentos que facilitam a compreensão de leituras futuras, não somente
quanto à interpretação de textos literários, mas também de outras áreas,
atuando na evolução desse indivíduo, no seu fortalecimento intelectual e na
sua formação como leitor.
Interdisciplinaridade
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Leitura, prazer e conhecimento
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Personagens
Considerações finais
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Referências
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Considerações iniciais
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0% Literatura e Infância
0% Alfabetização e
17% 0% Letramento
Língua Portuguesa
Concepções e Práticas
83% Teorias Linguísticas
Estágio I
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2
1 1 1 1
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Por fim, destacamos a fala de Rafaela, que relatou ter tido clareza maior
quanto aos conhecimentos sobre literatura a partir das experiências
vivenciadas na Sala de Leitura. Ressaltamos, aqui, que todas as graduandas
participantes da pesquisa já haviam passado pela disciplina obrigatória de
Literatura e Infância. Mesmo assim, expressam novos saberes.
Quando confrontamos esses achados com os dados das pesquisas de
Queiros (2019) e Saldanha (2018), as quais apresentam a defasagem nos
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Leitura, prazer e conhecimento
Considerações finais
Referências
AMARILHA, M. Alice que não foi ao país das maravilhas: educar para
ler ficção na escola. 1. ed. São Paulo: Livraria da Física, 2013.
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Nesta edição não precisei de seleção, gostei muito porque praticava o bale
desde 2015 e era presente na maioria das reuniões. Depois disso fui a minha primeira
reunião foi para ensaiar no início da apresentação da escola Ernesto Ferreira. Nas
apresentações e na edição em geral eu apresentei uma história de Ilan Brenman “até
as princesas soltam pum”, que atrai muito as crianças por falar num fato tanto quanto
engraçado “o pum” sem falar na história que é muito boa.
Pequeno Príncipe (Relato de experiência, 2019)
125
Leitura, prazer e conhecimento
A edição em geral trouce a min o entender que crianças precisa de leitura, e que
não pode privar o jeito de da criança imaginar a leitura devemos só ajudar a
expandir esse pensamento e que crianças tem seu modo de falar, interpretar e
recontar.
Pequeno Príncipe (Relato de experiência, 2019)
126
Leitura, prazer e conhecimento
No dia 08 de Agosto foi meu primeiro encontro como bolsista do Bale, onde
pude conhecer melhor o programa e todas as pessoas que trabalha como voluntária
[...] [...] escolhemos uma obra para ser trabalhada na primeira atuação que foi “O
patinho bonito”, também ficou marcado na minha primeira reunião que iremos fazer
uma análise de um conto. Para me, o primeiro encontro foi um maravilha, fiquei
super ansioso para minha primeira atuação.
Nesse dia 10 de Agosto foi a tão esperada minha primeira atuação na escola
Cantinho do Saber, fomos apresentar a história do patinho bonito, eu estava muito
nervoso pois ai ser um dos personagens, fiquei para ser o guarda da peça, foi tudo
muito lindo, durante apresentação as crianças interagiram bastante, ouvi risada e
brincadeira, foi um momento muito produtivo, de muito aprendizagem e
conhecimento, onde as crianças puderam ver a leitura de uma forma diferente, mais
magica e mais atraente.
No dia 18 de setembro nós baleanos se reunimos para ensaiar pra o sarau
poético que ia acontecer dia 19 de setembro, foi um dia bem divertido, eu e minha
colega X ensaiamos o poema de Casimiro de Abreu “Meus oito anos”[...]
[...] nesse dia nós também já decidimos qual seria o livro que ia usarmos para
ler e debater, escolhemos o livro “Os jovens e a leitura uma nova perspectiva
127
Leitura, prazer e conhecimento
(Michele Petiti) a gente decidou que ia estudar o livro em dois capítulos, o primeiro
capítulo ficou com X e o segundo comigo...
[...] continuação da discursão do livro “Os jovens e a leitura” dessa vez fomos
para o segundo capítulo no qual eu fiquei responsável para iniciar, foi bem produtivo,
todos nós conseguimos entender o capitulo e compreender o que a autora do livro
nos queria passar, foi um momento de muito conhecimento.
Chapeleiro (Diário de leitura, 2018)
128
Leitura, prazer e conhecimento
As nossas reuniões acontecem uma vez por semana e nessas reuniões são
apresentados alguns textos para serem trabalhados. É feita uma leitura prévia para
ser desenvolvido no decorrer de cada encontro, com debates, exposição do ponto
de vista de cada um dos integrantes do Programa. Também nessas reuniões são
apresentados os convites onde o BALE era chamado para realizar suas atuações.
Também desenvolvemos nestes encontros, os ensaios e planejamento para que
fossem acertados cada detalhe das atuações.
Rei Pedro (Relato de experiência, 2019)
129
Leitura, prazer e conhecimento
diferentes lugares. Tenho compreendido que essas diferentes formas de como chegar
ao público é o diferencial do Programa BALE, pois cada público em específico se
identifica com uma metodologia diferente.
Rei Pedro (Relato de experiência, 2019)
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Considerações finais
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Referências
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Considerações iniciais
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Leitura, prazer e conhecimento
a interação com esse novo modelo de ensino. Por essas razões, o Ensino
Remoto não surtiu efeito positivo em alguns lugares do país, pois a maioria
dos alunos não dispunha, nem dispõe, de meios tecnológicos-digitais e de
conexão a uma rede de Internet de qualidade para acompanhar as aulas e dar
continuidade aos estudos.
Naquele período, professores passaram a utilizar as ferramentas digitais
como meio de comunicação e de disseminação do conhecimento. Observa-
se, dessa forma, que
A utilização de ferramentas digitais é uma crescente na prática docente e que demanda
tempo e dedicação dos professores que, muitas vezes, estão sobrecarregados. Com isso,
o ensino acaba sendo uma reprodução do modelo presencial tradicional se tornando
desinteressante, passivo e repetitivo aos alunos. (MENDES; OLIVEIRA, 2020, p. 2).
134
Leitura, prazer e conhecimento
qual foi possível refletir e aprofundar sobre o assunto diante dos resultados
obtidos. Os sujeitos da pesquisa foram quatro mães e uma professora, todas
relacionadas ao Nível III da Educação Infantil, com as quais foi aplicada a
entrevista semiestruturada como instrumento para coleta de dados.
Posteriormente, esses dados foram analisados pela técnica da Análise de
Conteúdo (BARDIN, 1977).
O texto está organizado em duas seções. A primeira, aborda as bases
teóricas que discutem as “especificidades da Educação Infantil e o papel da
família no processo de ensino e aprendizagem das crianças”, e a segunda, “a
assistência dos pais no Ensino Remoto durante a pandemia de Covid-19”,
sendo, esta última, o relato da análise empírica da realidade pesquisada. Por
fim, tecemos as considerações finais, com a síntese dos resultados e a
contribuição da pesquisa para o universo acadêmico e educacional.
135
Leitura, prazer e conhecimento
136
Leitura, prazer e conhecimento
crianças, interesse pelas atividades escolares. Nesse sentido, não cabe apenas
à escola educar o aluno, essa também é uma tarefa que deve ser dividida com
a família, onde há forte presença do contexto social da criança e que
influencia seu desenvolvimento educacional na escola. O direito à educação
da criança é obrigação do Estado e da família, conforme assegurado na
Constituição Federal: “A educação, direito de todos e dever do Estado e da
família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade,
visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício
da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. (BRASIL, 1988, p. 123).
O direito à educação também é assegurado pela LDB (BRASIL, 1996),
visto que é anunciada como dever do Estado e da família, visando o pleno
desenvolvimento do educando. Linhares (2005, p. 155) afirma que “[...] o
direito à educação, entre direitos sociais, assume características específicas,
pois a Carta Constitucional de 1988 o definiu como dever do Estado”. Tal
fato indica que, ao lado do direito à educação, deve estar a obrigação do
Estado em oferecer as condições básicas necessárias para o educar. Essa
obrigação não é somente estatal, mas também de responsabilidade da família.
A escola, em sua função social, traz objetivos e metas a serem
cumpridas de acordo com o que lhe é imposto pelos documentos oficiais,
como a BNCC (BRASIL, 2018), referência obrigatória nas instituições de
ensino, públicas e privadas, em seus diferentes graus de ensino. No teor desse
documento se enfatiza o desenvolvimento e a aprendizagem do aluno, de
acordo com sua faixa etária, por objetivos de aprendizagens e competências.
A escola e a família são ambientes de desenvolvimento e aprendizagem
e ambas podem ser propulsoras ou inibidoras desse desenvolvimento.
Porém, as duas instituições possuem interesses incomuns, mas cada uma com
sua forma de educar.
Szymanzki (2003, p. 101), ao pensar na questão das famílias em relação
à escola, ressalta que elas “[...] podem desenvolver práticas que venham a
facilitar a aprendizagem na escolar (por exemplo: preparar para a
alfabetização) e desenvolver hábitos coerentes com os exigidos pela escola
(por exemplo: hábitos de conversação) ou não”.
Nessa perspectiva, é a partir do envolvimento da família nas práticas
escolares, iniciando-se com pequenas intervenções no processo educacional
dos filhos, que mudanças no comportamento e na aprendizagem do aluno
podem ocorrer. Desse modo, faz-se necessário a presença da família na
escola para que, em conjunto, possam trabalhar as dificuldades e estimular a
aprendizagem do aluno dentro e fora da escola. Essa parceria entre escola e
pais/responsáveis é um grande desafio, tendo em vista que os valores sociais
comprometem a relação entre a família e a escola, que precisa ser literalmente
pensada e analisada cuidadosamente.
137
Leitura, prazer e conhecimento
MÃE A: [...] quem faz as tarefinhas com ela sou eu desde o começo. Gosto sim de ensinar,
as vezes tem aquela hora do estresse que ela diz: “_ mamãe eu tô cansada”, que eu sei que
se ela tivesse no colégio não ia ser igual como ela é comigo em casa.
MÃE B: Quem me ajuda é minha irmã, porque eu trabalho e saio às 7 horas e chego umas
17h30 em casa, aí como ela cuida dela para mim, ela ajuda nas tarefinhas também.
MÃE C: [...] ajudo quando possível. Às vezes meu marido me ajuda, nos sentimos muito
bem em poder mesmo nessa fase de pandemia, nesse momento difícil encontramos forças
para buscar sempre o melhor para nossos filhos por meio da educação e a aprendizagem.
PROFESSORA: O Ensino Remoto exige muito da família, e os pais literalmente não estão
comprometidos. Porém, tem exceções, mas pela parte da devolutiva que a gente recebe, a
gente ver muitos pais ausentes. É de fundamental importância no Ensino Remoto o
acompanhamento de um adulto para a aprendizagem de uma criança.
Fonte: Produzido pela pesquisadora (2023).
138
Leitura, prazer e conhecimento
O que família e escola julgavam suficiente no que tange à educação, já não é. O ideal é que
pais, professores e comunidade estreitem seus laços e torne a educação um processo
139
Leitura, prazer e conhecimento
coletivo. Mas não cabe aos professores educar os pais. Seu alvo é o aluno, independente
da história familiar que carrega e o influencia. (MARANHÃO, 2004, p. 89-90).
Considerações finais
Referências
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ORGANIZADORES E AUTORES
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ÍNDICE REMISSIVO
A BALE · 7, 8, 9, 32, 40, 85, 86, 87, 89,
121, 122, 132
A Menina de Narizinho Arrebitado Biblioteca Escolar · 32, 34, 35, 36, 38,
Monteiro Lobato · 99 40, 95
acesso bibliotecário
leitura · 7, 8, 11, 13, 31, 34, 35, 36, 43, mediador · 34, 38
47, 75, 85, 87, 89, 94, 97, 100, 112, mediador de leitura · 32
113, 114, 122, 124, 125, 126, 132, C
133
alfabetização · 7, 8, 16, 17, 19, 20, 23, 24, contos de fadas · 72, 73, 74, 75, 79, 82
28, 29, 30, 40, 41, 42, 43, 44, 45, 46, D
48, 51, 52, 53, 54, 55, 56, 57, 59, 60,
62, 65, 66, 67, 68, 137 Diário de Pilar no Egito
Alice no país das maravilhas Flávia Lins Silva · 8, 97, 101, 102, 103,
Lewis Carroll · 8, 59, 60, 62, 65 106
andaimagem · 88, 90 E
aprendizagem
leitura · 7, 8, 9, 15, 16, 19, 20, 21, 22, 23, Ensino Remoto
27, 28, 29, 32, 34, 37, 41, 42, 43, 45, Educação Infantil · 133, 134, 135, 138,
47, 48, 52, 53, 54, 55, 59, 60, 62, 63, 139, 140, 141
66, 67, 68, 69, 77, 99, 102, 106, 118, Ensino Remoto Emergencial
123, 127, 133, 134, 135, 136, 137, Covid-19 · 133, 138, 140, 141
138, 139, 140, 141 F
aquisição
linguagem · 13, 14, 15, 17, 19, 23, 29, formação
31, 48, 110, Consulte de professores · 11
formação docente · 41, 43, 45
B
H
BALE DANTENSE · 87
BALE MIRIM · 8, 86, 87, 88 Hans Cristian Andersen · 74, 82
BALE/FRUP · 87 I
BALE/MIKAELENSE · 87
BALE/PAUFERRENSE · 87 Irmãos Grimm · 98
BALE/PORTALEGRENSE · 87 J
BALE-FRUP · 9, 121, 122, 123, 124,
125, 126, 127, 128, 129, 130, 131, Jacob Grimm · 98
132 L
BALE-MIKAELENSE · 122
BALE-MIRIN · 122 leitura
BALE-PAUFERRENSE · 122 literária ·
BALE-PORTALEGRENSE · 122 Leitura
Biblioteca Ambulante e Literatura nas Literária · Consulte
Escolas leitura literária
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Leitura, prazer e conhecimento
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