A Reforma Protestante
A Reforma Protestante
A Reforma Protestante
Um Pouco da Reforma1
A Reforma Protestante do Século XVI foi o principal movimento religioso e o
principal despertamento da igreja de Jesus Cristo, depois da era apostólica.
Já antes da Reforma, a cristandade estava dividida em igreja ocidental e igreja
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oriental. A Ocidental estava sob a soberania do bispo de Roma – o Papa; e a Oriental não
reconhecia tal soberano sobre a igreja. A Igreja Oriental é um conjunto de 14 igrejas ortodoxas,
entre as quais as igrejas grega e russa.
Causas da Reforma
Em termos gerais, as causas da Reforma foram:
a) Extravio doutrinário;
b) Corrupção moral daqueles tempos (do clero e do populacho), como consequência de uma
má teologia.
A propósito, “uma má teologia comporta uma má ética”, por outro lado, “uma má
ética comporta uma má teologia”.3
Nos primeiros séculos a igreja cristã não era reconhecida como religião legal, sendo
perseguida, ora mais, ora menos, porém sempre perseguida. Ser cristão era um risco que somente
as almas cheias de convicção e fé ousavam correr. Por esta mesma razão, havia uma espécie de
“seleção natural”, agregando-se à igreja os mais fiéis e honestos. A pureza doutrinária e de
costumes era sinal característico dos cristãos. Não obstante, o número e a importância dos
cristãos cresciam, a tal ponto que, no século IV, o Imperador Constantino declarou-se cristão,
passando a religião cristã a ser reconhecida pelo Império Romano. Isso favoreceu uma
aproximação entre o Cristianismo e o paganismo, aproximação que se evidenciou perigosa e
prejudicial. Milhões de pagãos, acostumados com suas religiões politeístas idolátricas e
acostumados a adorar seus imperadores como se fossem deuses, sentiram-se movidos a
declararem-se cristãos, sem sequer saber o que era o Cristianismo. Paulatinamente foi havendo
1
O texto principal desta apostila vem da seguinte fonte: Rev. Odayr OLIVETTI. Um Pouco da Reforma. Brasil
Presbiteriano, Outubro/1987p 2. Reeditado posteriormente no mesmo órgão, em out/1987. RC-876 da Biblioteca
Particular DSC. Sempre que utilizar outra fonte esta será indicada em seguida.
2
Conhecida na História da Igreja como “O Grande Cisma”.
3
Xavier Alegre, Os Ídolos que Desumanizam o Homem (Rm 1.18-32). In ALEGRE, Xavier, et al. O Sequestro da
Verdade. Tradução de José A. Ceschin. São Paulo: Loyola; 1992.
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Para quem gosta de filmes: Em Nome de Deus, há um bispo ali que fabrica relíquias, dizendo ser verdadeiras.
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Não foi uma mera mudança, como talvez o texto sugere numa primeira leitura. Na verdade, a decadência do
Império Romano se deu paralelamente ao crescimento em prestígio do Bispo de Roma. O Bispado de Roma passou
a ser visto como o mais importante dentre todas as igrejas cristãs da época, pois estava no coração do próprio
império. Com o passar dos tempos o Bispo de Roma passou a ter exércitos, conferindo-lhe também poder temporal,
político e capacidade de influenciar no governo terreno. Cf. J. H. Merle D’AUBINGNE. História da Reforma do
Século XVI. Vol. 1.
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(f) Savanarola – séc. XV – foi queimado. A seu respeito disse o Papa Alexandre VI: “É
necessário que seja exterminado, ainda que fosse um João Batista”.
(g) Os albigenses, gente que compunha várias povoações e cidades, foram exterminados por
ordem da igreja no século XIII. Algumas idéias dos albigenses não foram posteriormente aceitas
pelos reformados, mas eles foram precursores da Reforma em muitos pontos da sua campanha
contra os abusos da igreja.
Na Inglaterra, Guilherme de Occam e Wycliffe (século XIV) foram doutos e
corajosos propugnadores de princípios evangélicos. O segundo, que entre outras realizações
traduziu a Bíblia para o inglês, teve como discípulos os lolardos, muitos dos quais foram
martirizados. Na Boêmia, Conrado de Waldhausen, Milioz e Matias de Janov antecederam o
herói nacional João Hus, “ luminar do povo eslavo como patriota e reformador”. Huss foi
também o consolidador do idioma checo (1369-1415). Ele e, mais tarde, seus discípulos foram
supliciados em fogueiras. Nos séculos XIV e XV houve série crise política no papado.
Durante setenta anos houve dois papas concomitantes, um em Avinhão, França, e
outro em Roma. Tentando pôr fim à situação, o Concílio de Pisa (1409) elegeu o papa rivais –
Gregório XII e Benedito XIII. Foi pior. A igreja passou a ter três papas ao mesmo tempo.
Alexandre V foi sucedido por João XXIII, contra quem foram levantadas umas setenta acusações
(envenenador, simoníaco, adúltero, perjuro, incestuoso, cruel etc.). Foi deposto pelo Concílio de
Constança (1414-1418). Eis aqui a razão pela qual houve certo choque de escândalo quando
modernamente um papa tomou o nome de João XXIII.
Quando Leão X assumiu o papado, o ambiente era de ceticismo. Havia maior
admiração pelos antigos heróis do paganismo que pelos profetas e apóstolo. A renascença teve
sua influência nisto, mas ajudou o despertamento religioso, levando pessoas cultas a estudar os
originais hebraico e grego da escritura Sagrada. Assim foi que, por exemplo, Éramos de
Rotterdam, autor da sátira intitulada Elogio da Loucura, fez uma tradução grega do Novo
Testamento. O papa, rodeado de humanista letrados e de artistas, pouco se importava com a
decadência espiritual. Desejando concluir a construção da basílica de São Pedro, deu impulso às
indulgências, escandalosamente vendidas por homens como Tetzel, o que acendeu o estopim da
Reforma Protestante do século XVI.
Martinho Lutero (1840-1546) era um monge agostiniano e um prestigiado
professor de filosofia na Universidade de Wittenberg. Tendo ele viva percepção da perfeita
justiça de Deus, sofria, buscando em vão a paz por meio de penitências e outras práticas formais.
Somente pôde sentir-se em paz com Deus quando, ao lado da justiça divina, conheceu na bíblia a
revelação sobre a graça de Deus – fundamento da doutrina na justificação pela fé em Jesus.
Decepcionado com as tradições eclesiásticas, decepcionado com as falhas do clero,
decepcionado com o que viu em Roma, indignado com a escandalosa questão das indulgências
comerciais nos estados alemães por Tetzel, Lutero escreveu 95 teses, revolucionárias em seu
tempo, e fixou-as na porta da catedral de Wittenberg em 31 de outubro de 1517, todas
condenando ensinamentos e práticas da igreja romana. Muitos teólogos, eclesiásticos e príncipes
logo aceitaram as suas idéias. O movimento foi tomando corpo a ponto de se juntarem a igreja e
o império para derruba-lo. Convocaram uma Dieta, reunião presidida pelo próprio Imperador
Carlos V. Ali, depois de muitas experiências árduas e de grandes lutas, foi exigido que ele se
retratasse das afirmações contidas em seus livros e folhetos amplamente divulgados. Foi quando
o servo de Deus deu este difícil e belo testemunho:
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“É-me impossível retratar-me, a menos que, pelo testemunho da Escritura ou por meio de uma
argumentação racional, provem que estou enganado. Não posso confiar nas decisões dos
concílios, nem nas dos Papas, porque está claro e patente que eles não só têm errado, mas
também se têm contraditado uns aos outros. Minha consciência está afinada com a Palavra de
Deus, e não é digno nem seguro agir contra a própria consciência. Deus me ajude!”6
Em Wartburg, Lutero escreveu livros e folhetos que, mediante a nascente indústria
tipográfica, permitiram ampla e rápida divulgação das suas ideias.
Anteriormente à atitude assumida por Lutero na Alemenha, Ulrico Zwínglio pregava
na Suíça contra a corrupção da igreja. Em França, os adeptos das idéias reformadas foram
perseguidos e expulsos do país.7
João Calvino, francês, tornar-se-ia depois o principal reformador da igreja na Suíça.
Diz o “Nuevo Pequeño Larousse Ilustrado”: “Calvino é o autor da obra Instituição Cristã, uma
das obras mais notáveis da literatura francesa antiga”.
A obra reformadora de Lutero se consolidou em países como a Alemanha, a
Noruega, a Suécia e a Finlândia. A de Calvino, na Suíça, Holanda, Hungria e Escócia. A
Inglaterra vacilou por algum tempo entre várias correntes, vindo posteriormente a estabelecer a
sua própria igreja, na qual há lugar para ritualistas quase romanistas (Igreja Alta) e evangélicos
calvinistas (Igreja Baixa).
As missões e as migrações levaram a obra das igrejas reformadas (Luterana,
Anglicana, Presbiteriana e outras independentes) a praticamente todas as nações do mundo. Mais
tarde, como fruto de um despertamento dentro da Igreja da Inglaterra, surgiria o movimento
metodista que teria importante atuação missionária.
6
Vicente Themudo LESSA. Lutero. 4ª ed. São Paulo: Casa Editora Presbiteriana; 1960. p 163. Justo L. GONZÁLEZ. A
Era dos Reformadores. São Paulo: Vida Nova; 1983. p 64. J. H. Merle d’ AUBIGNÉ. História da Reforma do Século
XVI – vol. II. São Paulo: Casa Editora Presbiteriana; s/ data. p. 243, 244.
7
A Insanidade de Lutero. In: SPROUL, R. C. A Santidade de Deus. 2ª ed. São Paulo: Cultura Cristã – Capítulo 5.
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Frase utilizada por D. Martin Lloyd Jones – in RC-127, Biblioteca Particular DSC. p 4.
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RC-875A, Biblioteca Particular DSC.
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Doutrina que sustenta que Jesus morreu em nosso lugar, para nos reconciliar com Deus.
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Qual era o segredo de tudo? Não eram os homens. Era Deus! Deus na Sua soberania
levantando seus homens. Ele enviou os seus homens no momento certo e poderosos eventos se
seguiram.11
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As divisões a seguir e este comentário final foi adaptado a partir de um artigo escrito por D. M. Lloyd Jones; in
RC-127, da Biblioteca Particular DSC.
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Embora possam crer na teologia da cruz, esses movimentos a verdade estão esvaziando-a de seu
conteúdo. Não existe evangelho a não ser o da substituição de Cristo em nosso lugar, pela qual Deus lhe
imputou o nosso pecado e nos imputou a sua justiça. Por ele Ter levado sobre si a punição de nossa
culpa, nós agora andamos na sua graça como aqueles que são para sempre perdoados, aceitos e
adotados como filhos de Deus. Não há base para nossa aceitação diante de Deus a não ser na obra
salvífica de Cristo; a base não é nosso patriotismo, devoção à igreja, ou probidade moral. O evangelho
declara o que Deus fez por nós em Cristo. Não é sobre o que nós podemos fazer para alcançar Deus.
Sola Gratia
A Teoria Calvinista
"1.Declaração da Teoria – a teoria calvinista quanto à eleição é que Deus (não o homem) de
Seu próprio propósito (de acordo com Sua vontade, e não por qualquer obrigação do homem,
nem por qualquer vontade do homem), desde a eternidade (o período da ação de Deus, não no
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tempo onde o homem atua), determinou salvar (não salvado atualmente, mas simplesmente
determinou assim fazer, e salvar, não meramente para conferir ao evangelho ou à igreja
privilégios) um determinado número de homens (não toda a raça humana, nem indefinidamente
simplesmente alguns deles, nem indefinidamente uma certa parte proporcional; antes, um
número definido), enquanto indivíduos (não o todo ou parte da raça, ou de uma nação, nem de
uma igreja, nem de uma classe, como de crentes ou de piedosos; mas indivíduos), não por seus
méritos ou obras, nem por qualquer de seus valores (não por quaisquer de suas boas obras, ou
sua santidade, ou excelência, ou de sua fé, ou santificação espiritual (embora a escolha seja para
a salvação alcançada pela fé e pela santificação; nem pelo seu valor para Ele, ainda que sua
salvação tende grandemente à manifestação da glória da sua graça); mas foi por sua bondade
(simplesmente porque Ele se agradou em assim escolher).”
The hallmark and glory of Protestant theology is its commitment to sola gratia,or the assertion
that we are saved by grace alone. This is not limited to those who are Reformed in their
theology but also to those who are Arminian in their theology. No true evangelical Christian will
claim that their salvation did "not" come to them entirely by the grace of God alone. However,
many who support the Arminian position will also come dangerously close to the heresy taught
by the Roman Catholic Church and others in that the grace of God "must" be coupled with
something that "I" do in order for me to be saved.
Prior to the Protestant Reformation, the Roman Catholic church emphasized grace, but not
grace alone. Roman Catholicism and other religious sects teach that grace requires human
cooperation and effort if one is to be saved at all. The error taught among Arminians results from
a confusion of Ephesians 2:8,9, et. al. The false notion of "free will" also plays a large role in the
development of grace alone (but adding "my decision"). There really is little, if any, difference
between the Roman Catholic view and the Arminian view of salvation, so long as the grace of
God must have a cooperation by man of any kind for any reason.
As a former fundamental Baptist, I was constantly reminded that our salvation is most
definitely by the grace of God but the faith of Eph. 2:8 was "mine". Now, in order for the man
of 1 Cor. 2:14 to be saved, God must first call; next, "I" must decide if "I" truly want to be saved
(which contradicts 1 Cor. 2:14); and then "I" must invite (or allow) God to come into me and be
my savior. This has trampled upon the grace of God and has made human effort (cooperation) a
necessary addition to grace in order to be saved.
Actually, holy scripture never teaches this. If anything of human effort, whether it be
physical, mental or otherwise, is added to the grace of God then our salvation is not by the grace
of God "alone". John 1:13 clearly states that our salvation does "not" come by our heritage,
physical ability or mental agreement of any kind. The grace of God is the glory of God. Man
must never share this wonderful and glorious gift that can only come from our Lord Himself.
This is what makes grace truly "amazing grace" for why would He save a sinner as I.
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When Paul asked our Lord to be relieved of his "thorn in the flesh", Jesus simply replied; "My
grace is sufficient for you". Oh, if we could only capture the mind of Paul when we attempt to
capture the mind of God. The grace of God is not only sufficient for our "thorns" but also for
our very salvation. In fact, without the grace of God, there would be no salvation from God.
Our so-called "free will", our vain attempts to obey rules and our man-made religious activity
will leave us in the same place where it all begins, "spiritually dead" with no hope of salvation in
spite of any and all our human activities.
Amazing Grace
lyrics by John Newton, 1779
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1. Dizendo nosso Senhor e Mestre Jesus Cristo: "Arrependei-vos" etc., certamente quer que toda
a vida dos seus crentes na terra seja contínuo arrependimento.
2. E esta expressão não pode e não deve ser interpretada como referindo-se ao sacramento da
penitência, isto é, à confissão e satisfação, a cargo do ofício dos sacerdotes.
3. Todavia não quer que apenas se entenda o arrependimento interno; o arrependimento interno
nem mesmo é arrependimento quando não produz toda sorte de mortificações da carne.
4. Assim sendo, o arrependimento e o pesar, isto é, a verdadeira penitência, perdura enquanto o
homem se desagradar de si mesmo, a saber, até a entrada desta para a vida eterna.
5. O papa não quer e não pode dispensar outras penas, além das que impôs ao seu alvirre ou em
acordo com os cânones, que são estatutos papais.
6. O papa não pode perdoar dívida senão declarar e confirmar aquilo que já foi perdoado por
Deus; ou então faz nos casos que lhe foram reservados. Nestes casos, se desprezados, a dívida
deixaria de ser em absoluto anulada ou perdoada.
7. Deus a ninguém perdoa a dívida sem ao mesmo tempo o subordine, em sincera humildade, ao
sacerdote, seu vigário.
8. Canones poenitendiales, que são as ordenanças de prescrição da maneira em que se deve
confessar e expiar, apenas são impostas aos vivos, e, de acordo com as mesmas ordenanças, não
dizem respeito aos moribundos.
9. Eis porque o Espírito Santo nos faz bem mediante o papa, excluindo este de todos os seus
decretos ou direitos o artigo da morte e da necessidade suprema.
10. Procedem desajuizadamente e mal os sacerdotes que reservam e impõem os moribundos
poenitentias canonicas ou penitências para o purgatório afim de ali serem cumpridas.
11. Este joio, que é o de se transformar a penitência e satisfação, previstas pelos cânones ou
estatutos, em penitência ou apenas do purgatório, foi semeado quando os bispos se achavam
dormindo.
12. Outrora canonicae poenae, ou sejam penitência e satisfação por pecados cometidos eram
impostos, não depois, mas antes da absolvição, com a finalidades de provar a sinceridade do
arrependimento e do pesar.
13. Os moribundos tudo satisfazem com a sua morte e estão mortos para o direito canônico,
sendo, portanto, dispensados, com justiça de sua imposição.
14. Piedade ou amor imperfeitos da parte daquele que se acha às portas da morte
necessariamente resultam em grande temor; logo, quanto menor o amor, tanto maior o temor.
15. Este temor e espanto em si tão só, sem falar de outras cousas, bastam para causar o tormento
e horror do purgatório, pois que se avizinham da angústia do desespero.
16. Inferno, purgatório e céu parecem ser tão diferentes quanto o são um do outro o desespero
completo, incompleto ou quase desespero e certeza.
17. Parece que assim como no purgatório diminuem a angústia e o espanto das almas, nelas
também deve crescer e aumentar o amor.
18. Bem assim parece não ter sido provado, nem por boas razões e nem pela Escritura, que as
almas no purgatório se encontram for a da possibilidade do mérito ou do crescimento no amor.
19. Ainda não parece ter sido provado que todas as almas do purgatório tenham certeza de sua
salvação e não receiem por ela, não obstante nós teremos absoluta certeza disto.
20. Por isso o papa não quer dizer e nem compreende com as palavras "perdão plenário de todas
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as penas" que todo o tormento é perdoado, mas apenas as penas por ele impostas.
21. Eis porque erram os apregoadores de indulgências ao afirmarem ser o homem perdoado de
todas as penas e salvo mediante a indulgência do papa.
22. Com efeito, o papa nenhuma pena dispensa às almas no purgatório das que segundo os
cânones da Igreja deviam ter expiado e pago na presente vida.
23. Verdade é que se houver qualquer perdão plenário das penas, este apenas será dado aos mais
perfeitos, que são muito poucos.
24. Assim sendo, a minoria do povo é ludibriada com as pomposas promessas do indistinto
perdão, impressionando-se o homem singelo com as penas pagas.
25. Exatamente o mesmo poder geral, que o papa tem sobre o purgatório, qualquer bispo e cura
d'almas tem no seu bispado e na sua paróquia, quer de modo especial e quer para com os seus em
particular.
26. O papa faz muito bem em não conceder o perdão em virtude do poder das chaves (ao qual
não possui), mas pela ajuda ou em forma de intercessão.
27. Pregam futilidades humanas quantos alegam que no momento em que a moeda soa ao cair na
caixa a alma se vai do purgatório.
28. Certo é que no momento em que a moeda soa na caixa vêm o lucro e o amor ao dinheiro,
cresce e aumenta; a ajuda, porém, ou a intercessão da Igreja tão só correspondem à vontade e ao
agrado de Deus.
29. E quem sabe, se todas as almas do purgatório querem ser libertadas, quando há quem diga o
que suceder com Santo Severino e Pascoal.
30. Ninguém tem certeza da suficiência do seu arrependimento e pesar verdadeiros; muitos
menos certeza pode ter de haver alcançado pleno perdão dos seus pecados.
31. Tão raro como existe alguém que possui arrependimento e pesar verdadeiros, tão raro
também é aquele que alcança indulgência, sendo bem poucos os que se encontram.
32. Irão para o diabo juntamente com os seus mestres aqueles que julgam obter certeza de sua
salvação mediante breves de indulgência.
33. Há que acautelar-se muito e ter cuidado daqueles que dizem: A indulgência do papa é a mais
sublime e mais preciosa graça ou dádiva de Deus, pela qual o homem é reconciliado com Deus.
34. Tanto assim, que a graça da indulgência apenas se refere à pena satisfatória estipulada por
homens.
35. Ensinam de maneira ímpia quantos alegam que aqueles que querem livrar almas do
purgatório ou adquirir breves de confissão não necessitam de arrependimento e pesar.
36. Todo e qualquer cristão que se arrepende verdadeiramente dos seus pecados, sente pesar por
ter pecado, tem pleno perdão da pena e da dívida, perdão esse que lhe pertence mesmo sem breve
de indulgência.
37. Todo e qualquer cristão verdadeiro, vivo ou morto, é participante de todos os bens de Cristo
e da Igreja, dádiva de Deus, mesmo sem breve de indulgência.
38. Entretanto se não deve desprezar o perdão e a distribuição por parte do papa. Pois, conforme
declarei, o seu perdão constitui uma declaração do perdão divino.
39. É extremamente difícil, mesmo para os mais doutos teólogos, exaltar diante do povo ao
mesmo tempo a grande riqueza da indulgência e ao contrário o verdadeiro arrependimento e
pesar.
40. O verdadeiro arrependimento e pesar buscam e amam o castigo; mas a profusão da
indulgência livra das penas e faz com que se as aborreça, pelo menos quando há oportunidade
para isso.
41. É necessário pregar cautelosamente sobre a indulgência papal para que o homem singelo não
julgue erroneamente ser a indulgência preferível às demais obras de caridade ou melhor do que
elas.
42. Deve-se ensinar aos cristãos, não ter pensamento e opinião do papa que a aquisição de
indulgência de alguma maneira possa ser comparada com qualquer obra de caridade.
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43. Deve-se ensinar aos cristãos proceder melhor quem dá aos pobres ou empresta aos
necessitados do que os que compram indulgências.
44. É que pela obra de caridade cresce o amor ao próximo e o homem torna-se mais piedoso;
pelas indulgências, porém, não se torna melhor senão mais segura e livre da pena.
45. Deve-se ensinar aos cristãos que aquele que vê seu próximo padecer necessidade e a despeito
disto gasta dinheiro com indulgências, não adquire indulgências do papa, mas provoca a ira de
Deus.
46. Deve-se ensinar aos cristãos que, se não tiverem fartura, fiquem com o necessário para a casa
e de maneira nenhuma o esbanjem com indulgências.
47. Deve-se ensinar aos cristãos, ser a compra de indulgências livre e não ordenada.
48. Deve-se ensinar aos cristãos que, se o papa precisa conceder mais indulgências, mais
necessita de uma oração fervorosa de que de dinheiro.
49. Deve-se ensinar aos cristãos, serem muito boas indulgências do papa enquanto o homem não
confiar nelas; mas muito prejudiciais quando, em consequências delas, se perde o temor de Deus.
50. Deve-se ensinar aos cristãos que, se o papa tivesse conhecimento da traficância dos
apregoadores de indulgências, preferiria ver a catedral de São Pedro ser reduzida a cinzas a ser
edificada com a pele, a carne e os ossos de suas ovelhas.
51. Deve-se ensinar aos cristãos que o papa, por dever seus, preferiria distribuir o seu dinheiro
aos que em geral são despojados do dinheiro pelos apregoadores de indulgência, vendendo, se
necessário fosse, a própria catedral de São Pedro.
52. Comete-se injustiça contra a Palavra de Deus quando, no mesmo sermão, se consagra tanto
ou mais tempo à indulgência do que à pregação da Palavra do Senhor.
53. São inimigos de Cristo e do papa quantos por causa da prédica de indulgências proíbem a
Palavra de Deus nas demais igrejas.
54. Esperar ser salvo mediante breves de indulgências é vaidade e mentira, mesmo se o
comissário de indulgências, mesmo se o próprio papa oferecesse sua alma como garantia.
55. A intenção do papa não pode ser outra do que celebrar a indulgência, que é a causa menor,
com um sino, uma pompa e uma cerimônia, enquanto o Evangelho, que é essencial, importa ser
anunciado mediante cem sinos, centenas de pompas e solenidades.
56. Os tesouros da Igreja, dos quais o papa tira e distribui as indulgências, não são bastante
mencionadas e nem suficientemente conhecidos na Igreja de Cristo.
57. Que não são bens temporais, é evidente, porquanto muitos pregadores a este não distribuem
com facilidade, antes os ajuntam.
58. Tão pouco são os merecimentos de Cristo e dos santos, porquanto estes sempre são eficientes
e, independentemente do papa, operam salvação do homem interior e a cruz, a morte e o inferno
para o homem exterior.
59. São Lourenço aos pobres chamava tesouros da Igreja, mas no sentido em que a palavra era
usada na sua época.
60. Afirmamos com boa razão, sem temeridade ou leviandade, que estes tesouros são as chaves
da Igreja, a ela dado pelo merecimento de Cristo.
61. Evidente é que para o perdão de penas e para a absolvição em determinados casos o poder do
papa por si só basta.
62. O verdadeiro tesouro da Igreja é o santíssimo Evangelho da glória e da graça de Deus.
63. Este tesouro, porém, é muito desprezado e odiado, porquanto faz com que os últimos sejam
os primeiros
64. Enquanto isso o tesouro das indulgências é sabidamente o mais apreciado, porquanto faz com
que os últimos sejam os primeiros.
65. Por essa razão os tesouros evangélicos outrora foram as redes com que se apanhavam os
ricos e abastados.
66. Os tesouros das indulgências, porém, são as redes com que hoje se apanham as riquezas dos
homens.
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67. As indulgências apregoadas pelos seus vendedores como a mais sublime graça, decerto assim
são considerados porque lhes trazem grandes proventos.
68. Nem por isso semelhante indulgência não deixa de ser a mais íntima graça comparada com a
graça de Deus e a piedade da cruz.
69. Os bispos e sacerdotes são obrigados a receber os comissários das indulgências apostólicas
com toda a reverência.
70. Entretanto têm muito maior dever de conservar abertos olhos e ouvidos, para que estes
comissários, em vez de cumprirem as ordens recebidas do papa, não preguem os seus próprios
sonhos.
71. Aquele, porém, que se insurgir contra as palavras insolentes e arrogantes dos apregoadores
de indulgências, seja abençoado.
72. Quem levanta a sua voz contra a verdade das indulgências papais é excomungado e maldito.
73. Da mesma maneira em que o papa usa de justiça ao fulminar com a excomunhão aos que em
prejuízo do comércio de indulgências procedem astuciosamente.
74. Muito mais deseja atingir com o desfavor e a excomunhão àqueles que, sob o pretexto de
indulgência, prejudiquem a santa caridade e a verdade pela sua maneira de agir.
75. Considerar as indulgências do papa tão poderosas, a ponto de poderem absolver alguém dos
pecados, mesmo que (cousa impossível) tivesse desonrado a mãe de Deus, significa ser demente.
76. Bem ao contrário, afirmamos que a indulgência do papa, nem mesmo o menor pecado venial,
pode anular no que diz respeito à culpa que constitui.
77. Dizer que mesmo São Pedro, se agora fosse papa, não poderia dispensar maior indulgência,
significa blasfemar São Pedro e o papa.
78. Em contrário, dizemos que o atual papa, e todos os que o sucederem, é detentor de muito
maior indulgência, isto é, o Evangelho, as virtudes, o dom de curar, etc., de acordo com o que diz
1Co 12.
79. Afirmar ter a cruz de indulgências adornada com as armas do papa e colocada na igreja tanto
valor como a própria cruz de Cristo, é blasfêmia.
80. Os bispos, padres e teólogos que consentem em semelhante linguagem diante do povo, terão
de prestar contas deste procedimento.
81. Semelhante pregação, a enaltecer atrevida e insolentemente a indulgência, faz com que
mesmo a homens doutos é difícil proteger a devida reverência ao papa contra a maledicência e as
fortes objeções dos leigos.
82. Eis um exemplo: Por que o papa não tira duma vez todas as almas do purgatório, movido por
santíssima caridade e em face da mais premente necessidade das almas, que seria justíssimo
motivo para tanto, quando em troca de vil dinheiro para construção da catedral de São Pedro,
livra um sem número de almas, logo por motivo bastante insignificante?
83. Outrossim: Por que continuam as exéquias e missas de ano em sufrágio das almas dos
defuntos e não se devolve o dinheiro recebido para o mesmo fim ou não se permite aos doadores
busquem de novo os benefícios ou prebendas oferecidos em favor dos mortos, visto ser injusto
continuar a rezar pelos já resgatados?
84. Ainda: Que nova piedade de Deus e do papa é esta, que permite a um ímpio e inimigo
resgatar uma alma piedosa e agradável a Deus por amor ao dinheiro e não resgatar esta mesma
alma piedosa e querida de sua grande necessidade por livre amor e sem paga?
85. Ainda: Por que os cânones de penitência, que de fato, faz muito caducaram e morreram pelo
desuso, tornam a ser resgatados mediante dinheiro em forma de indulgências como se
continuassem bem vivos e em vigor?
86. Ainda: Por que o papa, cuja fortuna hoje é a mais principesca do que a de qualquer Credo,
não prefere edificar a catedral de São Pedro de seu próprio bolso em vez de o fazer com o
dinheiro de fiéis pobres?
87. Ainda: Que ou que parte concede o papa do dinheiro proveniente de indulgências aos que
pela penitência completa assiste direito à indulgência plenária?
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A Reforma Protestante
88. Afinal: Que maior bem poderia receber a Igreja, se o papa, como já o fez cem vezes ao dia,
concedesse a cada fiel semelhante dispensa e participação da indulgência a título gratuito.
89. Visto o papa visar mais a salvação das almas do que o dinheiro, por que revoga os breves de
indulgência outrora por ele concedidos, aos quais atribuía as mesmas virtudes?
90. Refutar estes argumentos sagazes dos leigos pelo uso da força e não mediante argumentos da
lógica, significa entregar a Igreja e o papa à zombaria dos inimigos e desgraçar os cristãos.
91. Se a indulgência fosse apregoada segundo o espírito e sentido do papa, aqueles receios
seriam facilmente desfeitos, nem mesmo teriam surgido.
92. Fora, pois, com todos estes profetas que dizem ao povo de Cristo: Paz! Paz! e não há paz.
93. Abençoados seja, porém, todos os profetas que dizem à grei de Cristo: Cruz! Cruz! e não há
cruz.
94. Admoestem-se os cristãos a que se empenham em seguir sua Cabeça Cristo através do
padecimento, morte e inferno.
95. E assim esperem mais entrar no reino dos céus através de muitas tribulações do que
facilitados diante de consolações infundadas.
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A Reforma Protestante
Todo grupo humano possui em sua história eventos de grande significado que estão intimamente
associados com a sua identidade e auto compreensão. No caso dos protestantes, um evento dessa
natureza é o episódio que desencadeou a Reforma Religiosa do século XVI. O monge agostiniano e
professor de teologia Martinho Lutero afixou à porta da igreja de Wittenberg, na Alemanha, as suas
célebres 95 Teses, convidando a comunidade acadêmica local para um debate público sobre a venda das
indulgências e outras questões controvertidas. Desde então, o dia 31 de outubro de 1517 tem
permanecido na consciência evangélica como um símbolo fundamental do seu movimento.
Todavia, por decisivo e marcante que tenha sido, esse acontecimento pertence ao passado e não
pode mais ser repetido. Há muitos evangélicos que sonham com
i. Volta aos tempos da Reforma;
ii. Restaurar os dias heroicos da Igreja Primitiva.
A isto chamamos “repristinação”, ou seja, a tentativa de restaurar alguma coisa a um estado original,
prístino. Porém, o fato é que os acontecimentos, circunstâncias e personagens passam inexoravelmente;
somente as ideias e os ideais permanecem, e são eles, acima de tudo, que devem ocupar a nossa
atenção.
Ao estudar um pouco da história da Reforma Protestante, podemos ao mesmo tempo celebrar a
obra dos desbravadores evangélicos do séc. XVI.
De que modo podemos honrar o Deus dos reformadores, nós que vivemos no limiar do séc. XXI?
Uma das respostas é: conhecendo e encarnando as convicções que nortearam as suas vidas e os
seus labores.
Destacamos três delas, que reputamos essenciais para a igreja contemporânea.
Primeiramente, é notável o lugar que os reformadores deram ao Deus Trino em seu pensamento
e ação. Apesar dos fatores políticos, sociais e econômicos envolvidos na Reforma, o seu ímpeto mais
central veio da profunda experiência religiosa de líderes como Lutero e Calvino. A visão da graça e da
glória de Deus, medida pelas Escrituras, levou-os a colocá-la no centro de suas vidas e a rejeitar tudo
aquilo que pudesse obscurecer a sua majestade como Senhor do universo, da vida e da redenção.
Em segundo lugar, há que considerar o seu entendimento da Igreja como comunidade de
adoração, comunhão e serviço. A igreja não era para eles uma estrutura ou instituição, mas o conjunto dos
fiéis que se reúnem para exaltar a Deus, estudar a sua Palavra e celebrar a sua salvação, e depois se
dispersam para testemunhar e servir.
Finalmente, os reformadores nos inspiram em seu entendimento da sociedade. Rompendo com
a dicotomia entre sagrado e secular, os líderes da Reforma e seus seguidores insistiram no fato de que
toda a vida pertence a Deus e deve refletir o seu senhorio. Com o seu trabalho e exemplo, o cristão deve
esforçar-se para que os valores do Reino permeiem todas as áreas da coletividade.
Que sejam essas as nossas preocupações ao trazermos à memória os eventos e personalidades
dos quais somos herdeiros.
12
Adaptado a partir de Rev. Dr. Alderi S. de Matos. Reforma: Ontem e Hoje. Curitiba: Jornal Brasil Presbiteriano;
Ano 41, n.º 553, outubro/2000. p 5.
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A Reforma Protestante
2. Mudar Por Quê? Talvez porque estejamos nos julgando muito sábios e nos tornando
pouco humildes. E essa “sabedoria” tem anulado a cruz de Cristo. Outrossim, o nosso
pecado gera a morte porque promove separação entre nós e o nosso Deus, encobrindo
de nós o Seu rosto (1Co 1.17; Is 59.1).
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A Reforma Protestante
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A Reforma Protestante
Primero Ellos dicen que la Iglesia Romana, no es la Iglesia de Jesucristo, sino una iglesia de malignos y que
apostató bajo Silvestre, cuando el veneno de las temporalidades se infundió en ella. Y ellos dicen que son la iglesia
de Cristo, porque ellos observan en palabra, y en hechos, la doctrina de Cristo, del Evangelio, y de los Apóstoles.
Su segundo error es afirmar que todos vicios y los pecados están en la iglesia, y que sólo ellos
viven justamente.
Que escasamente alguno en la iglesia, aparte de ellos mismos, preserva la doctrina evangélica.
Que ellos son los verdaderos pobres en espíritu, y sufren la persecución por la justicia y la fe.
Que ellos son la Iglesia de Jesucristo.
Que la Iglesia de Roma es la Ramera del Apocalipsis, por motivo de su decoración superflua que
la Iglesia Oriental no toma en cuenta.
Que ellos desprecian todos los estatutos de la Iglesia, porque son pesados y numerosos.
Que el Papa es la cabeza de todos los errores.
Que los Prelados son Escribas; y los Monjes, Fariseos.
Que el Papa y todos Obispos son homicidas por motivo de las guerras.
Que no se debe obedecer a los Prelados; sino sólo a Dios.
Que ninguno es mayor que otro en la Iglesia. Matt. 23. "Todos vosotros sois hermanos."
Que nadie debe doblar la rodilla ante un sacerdote. Apoc. ii. donde el ángel dice a Juan "Mira, no
lo hagas."
Que no se deben dar diezmos, porque los primeros frutos no fueron dados a la iglesia.
Que el clero no debe tener posesiones; Deut. xviii. "Los sacerdotes y toda la tribu de Leví, no
tendrán parte ni herencia con el pueblo de Israel, porque ellos comen los sacrificios, y no
recibirán nada más."
Que el clero, y los monjes no deben tener prebendas.
Que los Obispos y los Abades no deben tener derechos reales.
Que la tierra y la gente no debe ser dividida en partes.
Que es cosa mala fundar y dotar a iglesias y monasterios.
Que tampoco se deben hacer testamentos a favor de Iglesias, que nadie debe ser arrendatario de
la Iglesia; ellos también condenan a todo el clero por ociosidad, diciendo que ellos debieran
trabajar con sus manos como los Apóstoles lo hicieron; también reprueban los títulos de dignidad
tales como Papa, Obispos, etc.; también afirman que nadie debe ser forzado a creer; tampoco
toman en cuenta los cargos Eclesiásticos; tampoco respetan los privilegios eclesiásticos; también
desprecian la inmunidad de la Iglesia y de las personas y cosas eclesiásticas; también condenan
los Concilios, los Sínodos, y las Asambleas; también dicen que todos los derechos parroquiales
son un invento; también dicen que las órdenes monacales son tradiciones de Fariseos.
En segundo lugar, ellos condenan todos los Sacramentos de la Iglesia; en primer lugar, en cuanto
al bautismo, ellos dicen que el Catequismo no es nada - también, que la ablución dada a infantes
en nada aprovecha....
También condenan el sacramento del Matrimonio, diciendo que las personas casadas pecan
mortalmente si se llegan el uno al otro sin la esperanza de progenitura; tampoco otorgan
importancia alguna a la compaternidad; también desprecian los grados de afinidad, carnal y
espiritual, y los estorbos de órdenes y de la decencia pública, y las prohibiciones eclesiásticas;
también dicen que una mujer después de haber dado a luz no requiere bendición ni introducción;
14
Internet: www.ricardocosta.com/valdenses.htm
19
A Reforma Protestante
también dicen que la Iglesia ha errado al prohibir el matrimonio del Clero, puesto que aun los de
la Iglesia Oriental se casan; también dicen que el continente no peca en besos y abrazos.
Reprueban el sacramento de la unción porque sólo es dado al rico; y porque se requieren varios
sacerdotes para ello; también dicen que el sacramento de Órdenes nada es; también dicen todo
laico bueno es un sacerdote, siendo que los Apóstoles eran laicos; también que la oración de un
sacerdote malo en nada aprovecha; también se mofan de la tonsura del clero; también afirman
que el orar en Latín en nada aprovecha al vulgo; también hacen burla de que personas ilegítimas
y pecadores malvados sean elevados a puestos de eminencia en la iglesia; también afirman que
todo laico, incluso las mujeres, debe predicar, 1. Cor. xiv. "Quisiera que hablaseis en lenguas,
para que la iglesia reciba edificación"; también toda cosa predicada que no pueda ser probada
con el texto de Escritura. ellos consideran como fabulosa....
... También afirman que la doctrina de Cristo y los Apóstoles es suficiente para la salvación sin
los estatutos de la iglesia; que la tradición de la iglesia es la tradición de los Fariseos; y que se
hace más de la infracción de una tradición humana que la de una ley divina. Matt. xv. "¿Por qué
también vosotros quebrantáis el mandamiento de Dios por vuestra tradición?" También rechazan
el sentido místico en las Sagradas Escrituras, principalmente en lo referente a los dichos y
hechos entregados a la Iglesia por la tradición; como que el gallo sobre la torre representa a un
doctor.
De Reinerius Saccho, "De las Sectas de Herejes Modernos" (1254), traducido en Historia de los Albigenses y
Valdenses, por S. R. Maitland (Londres: C. J. G. and F. Rivington, 1832), págs. 407-413. Este texto forma parte del
Libro de fuente medieval de Internet. El Libro de fuente es una colección de textos del dominio público y de
copia permitida relacionados a la historia medieval y Bizantina. Salvo indicación contraria, este la forma específica
de documento electrónico está amparada bajo derechos de autor. Se otorga permiso para hacer copias electrónicas,
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fuente. No se otorga permiso alguno para usos comerciales. © Enrique Chi — Traducido al castellano de la versión
en inglés.
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A Reforma Protestante
John Wycliffe
1. The early life of Wycliffe at Oxford, and his increasing knowledge and understanding of
the Scriptures.
Wycliffe was born at an important time in the history of England. This country was becoming
recognised as a distinctive nation. The Norman Conquest had taken place in 1066, and the
Frenchmen who had come to England with William the Conqueror, had been given lands there,
and with their vast numbers of servants they had settled down. In consequence, there were
people living in one country, but speaking two different languages. Gradually the English
language grew out of a mixture of the old Saxon and the Norman French, and eventually by the
time of Wycliffe, the two races had become united in one nation, speaking one language.
Oxford University had achieved wide recognition and was considered by many to be the leading
University in Europe. Academic qualifications were very highly valued and Wycliffe was greatly
respected for his tremendous learning.
However this was also a period when the power of the Papacy was very great. There was no true
preaching of the Word of God. Most people never saw a Bible, let alone one written in English,
and, even if they had seen one they probably would not have been able to read it. Most people
believed that they were in bondage to the Church and its sacraments. They thought that
indulgences (gifts of money) could purchase forgiveness for sins. In every area of life, the
Church exercised enormous control. An example of this control is shown by the fact that if a
man died without leaving something to the Church in his will, the Church took over his affairs.
Vast sums of money went to the Vatican through direct taxation. As well, many English
benefices were being given by the Pope to Italians, which meant that this money also found its
way into the Vatican's coffers. A further aggravation to the English in this matter was the strong
suspicion that much of the money was being used to help pay the armies of those with whom
they were at war.
When he was about thirteen, Wycliffe became a student at Merton College at Oxford. Sadly,
rather than studying the Scriptures, men then spent their time studying writers such as Aquinas
and Duns Scotus. However there had been one godly man who had been a professor at Merton
College. His name was Bradwardine.
Bradwardine was finishing his career at about the same time that the young Wycliffe was starting
his. Bradwardine was ready to accept what God had revealed in His Word. He saw the path that
others missed. He taught the truth of the Gospel that God alone is able to save men from their
sins by His sovereign grace. Light began to dawn across Europe because of this great man.
1348 saw the beginning of that terrible pestilence, known in history as the Black Death. This
fearful plague started in Asia and spread westwards across Europe. By August of that year it had
reached England. There was enormous loss of life in London, and it caused the death of about
half the nation's population.
21
A Reforma Protestante
Wycliffe was deeply affected by this disaster. Merle d'Aubigne records, "This visitation of the
Almighty sounded like the trumpet of the judgement-day in the heart of Wycliffe." With
desperate need he studied the Word of God that he might find a refuge from the judgement to
come.
While Wycliffe was a brilliant scholar, he never held an important office in the University itself.
He was, however, very highly regarded, and even his enemies agreed that he was "the flower of
Oxford". His studies covered a wide range of interests, including the law of optics, chemical
analysis, physiological genesis of sleep, geometrical and arithmetical rules, and national
economics.
As well as Bradwardine, Robert Grosetete, Bishop of Lincoln, was another man whose writings
were highly valued by Wycliffe. While such men were used by God to assist in Wycliffe's
further knowledge, yet his understanding of the Scriptures was further advanced than theirs, and
he was quite prepared to disagree with them when he felt it was necessary. Above everything
else Wycliffe placed the Word of God, which was to him a beacon and a shining light in a world
of gross spiritual darkness. (At this time there was no Bible written in English - it was only
available in Latin.)
As soon as Wycliffe saw a truth he declared it and acted upon it. This inevitably led to conflict
and the remainder of his life was one of toil and trouble, though his industry was greatly used by
God for the furtherance of the true Gospel. Wise and learned men consider that he did more than
any other man to change the course of English history. Some, including John Foxe, also consider
that he was more responsible than Luther for the Reformation in England. Many believe that
Wycliffe's place in history has not received the recognition which it should have done. Some
scholars say that without a knowledge of the work done by him and continued by his followers,
the Lollards, we could not understand the English Reformation. Wycliffe's great strength was his
adherence to the Scriptures. It was the faithful preaching and teaching from the Word of God
which these men faithfully proclaimed which accomplished so much.
Wycliffe grew spiritually as he gained greater knowledge and understanding of what the Word of
God was teaching. He came to see that the whole system of Rome was at variance with the
Scriptures. Foxe says that Wycliffe thought about how he was to approach this matter. He
decided that it "should be done by little and little." Therefore he started with small issues and so
opened for himself a way to deal with greater matters. Thus "he came to touch the matters of the
Sacraments, and other abuses of the Church."
2. Wycliffe advises King Richard II in his troubles with the pope and this leads to Wycliffe being
called before the bishops at Lambeth. God protects him and Wycliffe continues to speak against
the pope and the terrible errors of the Catholic Church.
If we remember that in England at that time there was no alternative to the Church of Rome, we
begin to have some idea of the bravery of Wycliffe in attacking the institution which controlled
the lives of every Englishman. Wycliffe began his attack on the Roman Church by exposing the
wicked practises of the "begging friars". They caused much harm to the people and it was this
which caused Wycliffe to speak out against them.
Since the time of King John, England had been trying to gain its freedom from Rome. Because
of a dispute over the appointment of the Archbishop of Canterbury, King John had been
excommunicated by the pope. In the finish John had to submit unconditionally to the pope and to
pay annually a large sum of money for the right to continue as King of England. This caused
22
A Reforma Protestante
England much humiliation and is one of the reasons leading to the barons forcing John to sign
the Magna Carta in 1215.
This payment lapsed, but in 1365, Pope Urban V tried to reassert the Church's authority over
England and he demanded the payment of this annual 'rental'. By this time, England was
becoming more powerful. The enormous tactical defeat by the English Army, led by King
Edward III, against the much larger French forces at the Battle of Crecy, in 1346, was still very
much in the minds of Englishmen; so the pope had chosen an unwise time to demand this
money. Adding to the resentment was the well-founded belief that these taxes would be used to
pay the armies of England's enemies.
King Edward called the parliament together and presented the pope's demands to them, and
asked for their response. It is obvious from the replies, (recorded by Wycliffe), which were given
by the various members of parliament in reply to the king, that Wycliffe had already been widely
consulted and his ideas were very acceptable to these people. The decision by parliament was to
reject totally the pope's claims. As Wycliffe wrote about this issue: "There cannot be two
temporal sovereigns in one country; either Edward is king or Urban is king. We make our
choice. We accept Edward of England and refuse Urban of Rome."
This struggle gave Wycliffe a wonderful opportunity to express widely his views on the papacy
and enabled him to greatly undermine its influence on the English people. However, the battle
for authority between England and Rome continued, and at one time John Wycliffe was sent as
one of the commissioners to a meeting with the papal delegates to Bruges in the Netherlands.
After two years Wycliffe returned to England feeling that mostly the time had been wasted.
However, by meeting with those who were closely associated with the pope, he came to a clearer
understanding of the principles and motives which guided these men. He now spoke of the pope
as anti-Christ. It would seem that the king rewarded his efforts at Bruges by appointing him
Rector of Lutterworth.
Wycliffe's influence upon the nation was growing. He was widely respected at Oxford, and he
was influential with numerous members of parliament. The pope and his supporters were, of
course, furious and sought by several means, including the issuing of papal 'bulls', to have
Wycliffe imprisoned and punished for his 'heresy'.
In 1377 Courtenay, Bishop of London, summoned Wycliffe to appear before him in St Paul's.
Two very powerful friends, John of Gaunt (Duke of Lancaster) and Lord Percy (Earl Marshall of
England) were with Wycliffe to lend him their support. Also a very large crowd had gathered to
hear the proceedings, and it was with much difficulty that the three friends were able to make
their way into the chapel where the meeting was being held. The bishop was angry when he saw
the support Wycliffe was being given and there was a very heated exchange of words between
Courtenay and John of Gaunt. Indeed it became such an uproar that the trial was abandoned and
Wycliffe returned home.
Even though Edward III and the Black Prince both died that year, the Black Prince's widow and
mother of the new king, eleven-year-old Richard II, was very supportive of Wycliffe and was not
afraid to make her views known. Parliament continued to seek the advice of Wycliffe in their
dealings with the pope. This popularity of Wycliffe continued for a time. However, it seems that
after 1378 his popularity began to wane in political affairs. Nonetheless, his spiritual influence
continued to grow and in God's providence he was able to accomplish much in the remaining
years of his life.
23
A Reforma Protestante
Papal bulls were sent to England which allowed the Roman Catholic Church hierarchy the
opportunity to call Wycliffe before them. This was done at Lambeth in April, 1378. A large
crowd came with Wycliffe at this appearance, and the bishops were very aware of the support he
was being given. During the proceedings a message arrived from the queen mother forbidding
them to pass sentence on Wycliffe. This caused so much fear among the bishops and their
supporters that they did not dare harm Wycliffe. He, however, made his position very clear in a
lengthy written paper showing many of the errors of the papacy. He also pointed out the reforms
which should be carried out if the Church was to be true to Christ and His commandments.
Despite his enemies' hatred, God was his protection.
David Fountain in his book, John Wycliffe, The Dawn of the Reformation, makes an
interesting point. The pope wished to establish the Papal Inquisition in England. Wycliffe gave
such wise advice to the government of his day that the pope was unable to do so. Even though
English "heretics" were persecuted over the next 200 years, things would have been much worse
if the pope had succeeded in his desire.
It was at this time that the Papal Schism took place with a pope at Avignon, France, and another
in Rome. Both claimed to be infallible and each excommunicated the other. Added to all the
other things which had been happening, Wycliffe came to see clearly that the whole papal
system was anti-Christian. He stated that the pope was the man of sin, "who exalteth himself
above ... God", as II Thessalonians 2:4 tells us.
3. Wycliffe bravely deals with his enemies, he works on the translation of the Bible into English
and he sends out men to preach the Gospel.
Probably due to his increased workload and the numerous difficulties he had suffered, Wycliffe
fell ill. When the friars heard of his illness they hurried to his bedside hoping that he would
recant before his death. However Wycliffe was not going to change his mind. His response to
them was, "I shall not die but live, and again declare the evil deeds of the friars." This prophecy
was fulfilled and Wycliffe went on to the very important work of the translation of the Bible and
the sending forth of his preachers, the Lollards.
When he declared his views on the errors of transubstantiation, he was expelled from Oxford and
lost the support of John of Gaunt. His political influence waned but his usefulness in spiritual
matters increased. He retired to Lutterworth. With the death of the Primate, Sudbury, in the
Peasant's Revolt of 1381, Wycliffe's old enemy, William Courtenay, became the Primate. In
1382 Courtenay called a synod to try to punish Wycliffe. However the building where they were
meeting began to rock and the whole city of London was shaken by a powerful earthquake.
Despite the upset caused by this earthquake, Courtenay continued with the trial of Wycliffe.
The following year Wycliffe appealed to Parliament and he called for many changes in the way
the Catholic Church was administered. He presented his reasons clearly. The Commons
supported Wycliffe but when the trial was over, he went back to his parish of Lutterworth and
faithfully continued in the work to which God had called him.
Wycliffe only lived another two years but without his work commitments at Oxford, and with
the assistance of others, he was able to complete the translation of the Bible into English. It is
generally accepted that Wycliffe did the translation work on the New Testament, but Nicholas de
Hereford and John Purvey translated the Old Testament under Wycliffe's supervision. (Not only
should Wycliffe be recognised for his wonderful efforts in translating the Scriptures but many
scholars believe that he should be accepted as the father of English prose.) Besides the work of
24
A Reforma Protestante
translation he was enabled to develop, expound and publish his theological views as well as
training and sending out his preachers. Despite these great tasks he acted as a true pastor to the
congregation at Lutterworth. Copies of some of the sermons he preached there are still in print
today.
Today we almost take for granted that we should be able to read God's Word in our own
language, but in Wycliffe's day this was certainly not the situation. Until Wycliffe produced his
translation, Jerome's Latin Vulgate was the only version of Scripture available for English people
to read. Added to this was a prohibition on anyone other than the clergy reading the Scriptures.
Wycliffe's work in making the Scriptures available to ordinary people was much opposed by the
clergy and some years later the Church passed a decree which virtually prohibited the translation
of God's Word.
Wycliffe believed that the translation of the Bible was absolutely essential. People had to be able
to read God's Word in a language they could understand. He believed that the Scriptures were
inspired by God and every part was to be accepted without reserve.
Even with the translation completed, there still remained the enormous task of publishing. Every
word had to be hand-written because the printing press had not yet been invented. Even today,
after more than 600 years, there are about one hundred and seventy hand written copies still
available. This gives us some idea of the great number of people who worked at this task for the
even greater number who wished to have their own copy of the Scriptures. It has been estimated
that it would have cost a man six month's wages to pay for a copy of the New Testament!
As well as the work of translation, Wycliffe was diligent in sending out his 'Bible-Men'. These
men were not laymen, but students who had come to embrace the theology propounded by
Wycliffe as well as his practical principles. They were ordained men but without benefices and
they did not have a bishop's licence.
The advice given to these men by Wycliffe included the following: move about and do not settle;
avoid bars and such places; study God's Word and preach it earnestly and faithfully. Soon these
'Bible-Men' had spread widely over England. Their enemies complained bitterly and tried hard to
stop them. They were easily recognised by their dress of a long reddish-coloured gown and with
a staff in their hand, but without shoes. They also carried Wycliffe's Bible, or, at least, a portion
of it. They would preach in any place where there were people to listen.
Wycliffe himself was considered by many to be the greatest preacher of his day. As in all his
endeavours, he based his preaching on the Word of God. Wherever he spoke - at Lutterworth, or
at Oxford, or in London - people listened. His sermons were full of Bible truth and he had great
confidence in the effectiveness of the Word by the Spirit to bring people to a saving knowledge
of the Lord Jesus Christ. By his preaching he gave a good example to his students. He also
produced volumes of sermons in English. Some further advice he gave to his preachers was that
they were to adapt their subjects to the understanding of the hearers. In his own discourses he
basically divided his sermons into two sections - in the first he explained the meaning of the
Bible passage and in the second he applied the doctrine to the needs of the congregation.
Points to ponder:
25
A Reforma Protestante
Today we take for granted that we can own a Bible. Imagine if we had to pay hundreds of dollars to own
just the New Testament! Think how we would fare if God's Word was taken away from us! How blessed
we are in this land of ours.
While all these things were going on, it was inevitable that his enemies would not be content to
leave Wycliffe in peace, even though he had retired to Lutterworth. He was summoned to appear
before the Pontiff in Rome but he suffered his first stroke and was unable to go. In his reply to
the pope he said, among other things, that Christ has "taught me more obedience to God than to
man." Despite his physical weakness, he continued with his preaching. During the worship
service on December 29, 1384 he suffered his third stroke and died two days later. Over forty
years later, by the order of a Church Council, his body and bones were exhumed and publicly
burnt. His ashes were cast into the Swift River near Lutterworth with the idea that he would no
longer have any influence, but the reverse was true. His teaching lived on and the Church of
Rome was not able to silence him. As Thomas Fuller wrote, "And thus the ashes of Wycliffe are
the emblem of his doctrine, which now is dispensed all the world over."
Wycliffe was a man of great faith and it was in his last years that this faith shone the brightest.
He had expected to die a martyr's death and he faced this with great courage and confidence in
his God. It was not only the words of Wycliffe which caused people to be impressed but he lived
what he preached. He was a true pastor. He did indeed have a sharp way with words but he was
not personal in his attacks. A Lollard named Thorpe spoke of Wycliffe as having a "spare, frail,
emaciated frame, in habit of life more innocent," and he also said that Wycliffe's influence over
people was not just because of his great learning, but also because of his charm and simple way
of life.
This account of Wycliffe's life would not be complete without some record of his religious
beliefs. He had a child-like faith in the Scriptures and this submission to God's Word brought
him to the clear understanding of all the major doctrines. While Luther made plainer the truth of
justification by faith, Wycliffe certainly held to this important doctrine. He always maintained
the truth of the Lord Jesus Christ as the only Mediator between God and man. (It is interesting to
note that Luther himself made use of a number of Wycliffe's writings in his own battles with the
pope.)
For Wycliffe, the Bible was the Word of God; Christ was the proper author of the Scriptures and
because of this, it should be accepted as having the absolute authority of the Godhead. For those
who would not acknowledge this authority, he could see no other explanation than their lack of
true faith in the Lord Jesus Christ.
As he studied the Scriptures he came to see and to thoroughly believe, the doctrine of election.
He held to this doctrine as firmly as Calvin, and like Calvin saw no contradiction between this
doctrine and that of man's responsibility.
Wycliffe came to deny all the distinctive beliefs of the Roman Catholic Church. He wanted the
Church of God to be freed from its entanglements with the State - to be separate and not to rely
on the financial support of the government. The free will offerings of the people should be the
only revenue of the Church. He believed what was later spelled out clearly by Calvin in the
'regulative principles.' He did not believe as many did (and still do) that if a thing was not
actually forbidden in the Scriptures that it was acceptable.
26
A Reforma Protestante
The marriage of the godly Anne of Bohemia to Richard II of England led to spiritual links with
Bohemia. Through the Queen's influence Wycliffe's works were taken to Bohemia where Jan
Huss was greatly influenced by them. Jerome of Prague came to Oxford and he too came to
embrace the doctrines promoted by Wycliffe and took his writings back to his own land. Thus
Wycliffe's influence extended through Huss to Luther in Germany and then through Luther back
to England.
In the years after Wycliffe's death the work of the Lollards successfully continued despite severe
periods of persecution. Today many Christian historians consider that this work continued to
flourish and indeed was a major contributing factor to the way that the Reformation under
Luther, Calvin and Knox proceeded in England and Scotland. Burrows said, in his book
Wycliffe's Place in History,
"It is not too much to say that it saved the English Reformation from the extravagances and
errors which naturally sprang from the comparative suddenness of the change elsewhere."
John Wycliffe was a man truly used of God in his own generation. Indeed through his work of
translating the Scriptures from Latin into the English language, his expounding the truths of
God's Word, and in sending out his preachers to bring the truth to the ordinary people, he has
been greatly used of God to bring blessing to many who lived long after him. Wycliffe deserved
the title of - The Dawn of the Reformation.
Points to Ponder:
As you consider the life of John Wycliffe, what do you think was the greatest contribution he made to the
Christian Church?
How valuable do you think was the work of the Lollards? Do you agree with the historians that their
ongoing work was a major contributing factor to the way the Reformation proceeded in England and
Scotland?
What made Wycliffe able to stand firm even in the midst of great persecution?
Do you find it interesting that Wycliffe believed in justification by faith, election, and the regulative
principle, and that he came to this knowledge simply by reading and believing God's Word, the Bible?
Bibliography
1. d'Aubigne, J. H. Merle (1962) Reformation in England, The. Volume 1. London, Banner of Truth Trust.
[reprinted from "The History of the Reformation of the Sixteenth Century" (1853)]
2. Fountain, David (1984) John Wycliffe. The Dawn of the Reformation. Southampton, England, Mayflower
Christian Books.
3. Wood, Douglas C. (1984) The Evangelical Doctor. Welwyn, England, Evangelical Press.
4. Wylie, Rev. J.A. (C1880) The History of Protestantism. Volume 1. London, Cassell, Petter and Galpin.
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A Reforma Protestante
31/dezembro/1384
John Wyclif (também chamadi de Wycliffe, Wycliff, Wicliffe, ou Wiclif) nasceu em Yorkshire
em torno de 1330, e foi educado em Oxford, onde se tornou doutor em divindade em 1372.
Em 1374, o rei Edward III o nomeou reitor de Lutterworth, mais tarde fez parte de uma
delegação para se reunir em Brussels com uma delegação papal com o propósito de negociar
diferenças entre o Rei e o Papa. Nesta época Wyclif começou a to argue for "dominion founded
on grace." By "dominion" he meant both the right to exercise authority in church or state and the
right to own property. He maintained that these rights were given to men directly from God, and
that they were not given or continued apart from sanctifying grace. Thus, a man in a state of
mortal sin could not lawfully function as an official of church or state, nor could he lawfully own
property. He argued that the Church had fallen into sin and that it ought therefore to give up all
its property and that the clergy should live in complete poverty. This disendowment was to be
carried out by the king. From 1376 to 1378 Wyclif was clerical advisor to John of Gaunt, who
effectively governed England until his nephew, Richard II, came of age in 1381. It is not clear
what influence each man had on the other, but it is conjectured that John of Gaunt, who had his
own reasons for opposing the wealth and power of the clergy, may have used a naive Wyclif as
his tool. In 1377, King and Parliament asked his judgement on whether it was lawful to withhold
traditional payments from Rome, and he responded that it was. Pope Gregory XI issued five
bulls against him, but without effect. Wyclif's last political act was in 1378, when he argued that
criminals who had taken sanctuary in churches might lawfully be dragged out of sanctuary. He
then retired to private life in Lutterworth in 1381.
From Lutterworth, he published a series of severe attacks on corruption in the Church. These,
although bitterly worded even for the time, might have found agreement, were it not that he also
attacked the doctrine of transubstantiation (that, once the Eucharist has been consecrated, the
bread is no longer present in reality, but only in appearance). He taught instead that the bread
remains, but that Christ is truly present in the bread, though not in a material manner. This view
cost him the support of John of Gaunt and of many other friends whose support he could not
afford to lose. In all his controversies, he declared himself a loyal churchman, willing to submit
his cause and his opinions to the judgement of the Pope.
In 1381, disaster struck with the Peasants' Revolt. It is unlikely that Wyclif's teachings,
circulated chiefly among the learned, had any role in instigating the revolt, but the fact that many
peasants were setting out to put to death all landlords, lay and clerical alike, made Wyclif's
"dominion founded on grace" look extremely dangerous; and Wyclif's movement was bloodily
suppressed along with the Revolt. In 1382, all of his writings were banned. In that year Wyclif
suffered a stroke, and on 31 December 1384 a second stroke killed him. After his death, his
opponents finally succeeded in having him condemned for heresy, and in 1428 his body was
removed from consecrated ground. Later generations saw him as a precursor of the Protestant
Reformation of the 1500's, but his direct influence on the beginnings of that movement appear to
be surprisingly slight. (Only John Hus seems to have read any of his work.)
Wyclif is chiefly remembered and honored for his role in Bible translating. In the early 1380's he
led the movement for a translation of the Bible into English, and two complete translations (one
much more idiomatic than the other) were made at his instigation. (How much of the translating
he did himself, if any, remains uncertain.) He proposed the creation of a new religious order of
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A Reforma Protestante
Poor Preachers who would preach to the people from the English Bible. Today, the Wyclif
Foundation, named in his honor, is committed to translating the Bible into all the languages
spoken anywhere in the world.
Sources: (1) Every Man's Book of Saints (Mowbray's, London and Oxford, 1981); (2)
Encyclopedia Britannica; (3) The New Catholic Encyclopedia; (4) H B Workman, John Wyclif:
a Study of the English Medieval Church, 2 vol, 1926.
O Lord, thou God of truth, whose Word is a lantern to our feet And a light upon our path: We give
thee thanks for thy servant John Wyclif, and those who, following in his steps, have labored to
render the Holy Scriptures in the language of the people; and we beseech thee that thy Holy Spirit
may overshadow us as we read the written Word, and that Christ, the living Word, may transform
us according to thy righteous will; through the same Jesus Christ our Lord, who liveth and
reigneth with thee and the same Spirit, one God, now and for ever.
O Lord, God of truth, whose Word is a lantern to our feet and a Light upon our path: We give you
thanks for your servant John Wyclif, and those who, following in his steps, have labored to render
the Holy Scriptures in the language of the people; and we pray that your Holy Spirit may
overshadow us as we read the written Word, and that Christ, the living Word, may transform us
according to your righteous will; through Jesus Christ our Lord, who lives and reigns with you and
the Holy Spirit, one God, now and for ever.
Unless otherwise indicated, this biographical sketch was written by James E. Kiefer and any comments about its
content should be directed to him. The Biographical Sketches home page has more information.
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A Reforma Protestante
Born in the 1300s, Wycliffe criticized abuses and false teachings in the Church. In 1382
he translated an English Bible--the first European translation done in over 1,000 years.
The Lollards, itinerant preachers he sent throughout England, inspired a spiritual
revolution.
But the Lollardy movement was short-lived. The Church expelled Wycliffe from his teaching position at
Oxford, and 44 years after he died, the Pope ordered his bones exhumed and burned. Intense
persecution stamped out his followers and teachings. It would be hundreds of years before men like
Martin Luther resurrected the reforms of which Wycliffe dreamed.
Wycliffe Bible
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A Reforma Protestante
A Reforma Protestante
Um Esboço
(Deuber de Souza Calaça)
Introdução
Estudar a Reforma Protestante é buscar nas raízes da igreja cristã nossa própria identidade.
Ao mesmo tempo, é contagiante saber que continuamos a escrever uma história vitoriosa.
Nossa geração é fruto de um passado com extraordinário vigor. O que queremos? Trazer
simplesmente o passado e aplicá-lo no presente? Impossível, pois nossa geração vive sob outras
circunstâncias culturais, enfrentamos desafios um pouco diferentes daquela época. Seria mero
saudosismo? De jeito nenhum! Deus continuamente, em todas as gerações, convoca homens e
mulheres para testemunhar a Sua glória.
O que ansiamos, isso sim, é que sejamos cristãos envolvidos com o Reino de Deus;
membros que realmente se identifiquem com os valores cristãos e lutem por eles; precisamos
redescobrir o lugar da pregação bíblica e relevante no seio de nossas igrejas, bem como lugar da
oração; é urgente proclamar a soberania e providência de Deus; Seu evangelho da Graça, em
Jesus Cristo nosso Senhor.
Deus está chamando a nossa geração para escrever uma história relevante, firmando “os
marcos antigos”, apontando o caminho da redenção para os nossos filhos.
Um Pouco da Reforma15
A Reforma Protestante do Século XVI foi o principal movimento religioso e o
principal despertamento da igreja de Jesus Cristo, depois da era apostólica.
15
O texto principal desta apostila vem da seguinte fonte: Rev. Odayr OLIVETTI. Um Pouco da Reforma. Brasil
Presbiteriano, Outubro/1987p 2. Reeditado posteriormente no mesmo órgão, em out/1987. RC-876 da Biblioteca
Particular DSC. Sempre que utilizar outra fonte esta será indicada em seguida.
16
Xavier Alegre, Os Ídolos que Desumanizam o Homem (Rm 1.18-32). In ALEGRE, Xavier, et al. O Sequestro da
Verdade. Tradução de José A. Ceschin. São Paulo: Loyola; 1992.
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A Reforma Protestante
a) O extravio doutrinário
i. Apenas o sacerdote tem acesso a Deus;
ii. Somente o sacerdote pode absolver das culpas, após confissão;
iii. A intercessão dos Santos diante de Deus;
iv. A autoridade Papal, baseada na sucessão apostólica diretamente de Pedro;
v. A “tradição” acima da Palavra de Deus - a Bíblia;
vi. A Mariolatria – sua intercessão; corredentora; nascimento virginal; perpétua
virgindade.
c) A venda das Indulgências - esse foi o estopim da reforma: o perdão de Deus, pelos
pecados cometidos foi pago na cruz, quando ali Jesus morreu. É dom de Deus, é graça divina.
A propósito, “uma má teologia comporta uma má ética”, por outro lado, “uma má ética
comporta uma má teologia”.17
Nos primeiros séculos a igreja cristã não era reconhecida como religião legal, sendo
perseguida, ora mais, ora menos, porém sempre perseguida. Ser cristão era um risco que somente
as almas cheias de convicção e fé ousavam correr. Por esta mesma razão, havia uma espécie de
“seleção natural”, agregando-se à igreja os mais fiéis e honestos. A pureza doutrinária e de
costumes era sinal característico dos cristãos.
Não obstante, o número e a importância dos cristãos cresciam, a tal ponto que, no século
IV, o Imperador Constantino declarou-se cristão, passando a religião cristã a ser reconhecida
pelo Império Romano. Isso favoreceu uma aproximação entre o Cristianismo e o paganismo,
aproximação que se evidenciou perigosa e prejudicial.
Milhões de pagãos, acostumados com suas religiões politeístas idolátricas e acostumados a
adorar seus imperadores como se fossem deuses, sentiram-se movidos a declararem-se cristãos,
sem sequer saber o que era o Cristianismo.
Paulatinamente foi havendo uma adaptação mútua de paganismo e Cristianismo.
Instituições como as dos mosteiros, conventos e ordens surgiram na igreja; festas pagãs como as
saturnais e outras se perpetuaram no carnaval, por exemplo; símbolo, relíquias mágicas e
supersticiosas como os restos de santos e de seus utensílios,18 (pena do arcanjo Miguel, o
cinto do profeta Elias, lascas da Arca de Noé, lascas da Cruz de Cristo, conservação de
ossos de santos que já haviam morrido, conservação de órgãos do corpo de algum santo,
areia da Terra Santa, águas do Rio Jordão, etc.) bem como certos aparelhos usados nos atos
de devoção, introduziram-se nas crenças e práticas da igreja e também ocorreu a substituição do
imperador como chefe das religiões pagãs pelo Papa, chefe da igreja.19
17
Xavier Alegre, op. cit.
18
Para quem gosta de filmes: Em Nome de Deus, há um bispo ali que fabrica relíquias, dizendo ser verdadeiras.
19
Não foi uma mera mudança, como talvez o texto sugere numa primeira leitura. Na verdade, a decadência do
Império Romano se deu paralelamente ao crescimento em prestígio do Bispo de Roma. O Bispado de Roma passou
a ser visto como o mais importante dentre todas as igrejas cristãs da época, pois estava no coração do próprio
império. Com o passar dos tempos o Bispo de Roma passou a ter exércitos, conferindo-lhe também poder temporal,
político e capacidade de influenciar no governo terreno. Cf. J. H. Merle D’AUBINGNE. História da Reforma do
Século XVI. Vol. 1.
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20
Frase utilizada por D. Martin Lloyd Jones – in RC-127, Biblioteca Particular DSC. p 4.
21
As divisões a seguir e este comentário final foi adaptado a partir de um artigo escrito por D. M. Lloyd Jones; in
RC-127, da Biblioteca Particular DSC.
22
RC-875A, Biblioteca Particular DSC.
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A Reforma Protestante
Sola Gratia
A marca e a glória de teologia protestante são o seu compromisso com a sola gratia.
Declaração da Teoria Calvinista – “A teoria calvinista quanto à eleição é que Deus (não o
homem) de Seu próprio propósito (de acordo com Sua vontade, e não por qualquer obrigação do
homem, nem por qualquer vontade do homem), desde a eternidade (o período da ação de Deus,
não no tempo onde o homem atua), determinou salvar (não salvado atualmente, mas
simplesmente determinou assim fazer, e salvar, não meramente para conferir ao evangelho ou à
igreja privilégios) um determinado número de homens (não toda a raça humana, nem
indefinidamente simplesmente alguns deles, nem indefinidamente uma certa parte proporcional;
antes, um número definido), enquanto indivíduos (não o todo ou parte da raça, ou de uma nação,
nem de uma igreja, nem de uma classe, como de crentes ou de piedosos; mas indivíduos), não
por seus méritos ou obras, nem por qualquer de seus valores (não por quaisquer de suas boas
obras, ou sua santidade, ou excelência, ou de sua fé, ou santificação espiritual (embora a escolha
seja para a salvação alcançada pela fé e pela santificação; nem pelo seu valor para Ele, ainda que
sua salvação tende grandemente à manifestação da glória da sua graça); mas foi por sua bondade
(simplesmente porque Ele se agradou em assim escolher).”
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A Reforma Protestante
A graça de Deus em Cristo não só é necessária como é a única causa eficaz da salvação.
Confessamos que os seres humanos nascem espiritualmente mortos e nem mesmo são capazes de
cooperar com a graça regeneradora.
3. A Graça para o trabalho cristão – 1Co 3.10; 15.10; 2Co 6.1; 8.1,19; Ef 3.7-8.
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A Reforma Protestante
Todo grupo humano possui em sua história eventos de grande significado que estão intimamente
associados com a sua identidade e auto compreensão. No caso dos protestantes, um evento dessa
natureza é o episódio que desencadeou a Reforma Religiosa do século XVI. O monge agostiniano e
professor de teologia Martinho Lutero afixou à porta da igreja de Wittenberg, na Alemanha, as suas
célebres 95 Teses, convidando a comunidade acadêmica local para um debate público sobre a venda das
indulgências e outras questões controvertidas. Desde então, o dia 31 de outubro de 1517 tem
permanecido na consciência evangélica como um símbolo fundamental do seu movimento.
Todavia, por decisivo e marcante que tenha sido, esse acontecimento pertence ao passado e não
pode mais ser repetido. Há muitos evangélicos que sonham com
iii. Volta aos tempos da Reforma;
iv. Restaurar os dias heroicos da Igreja Primitiva.
A isto chamamos “repristinação”, ou seja, a tentativa de restaurar alguma coisa a um estado original,
prístino. Porém, o fato é que os acontecimentos, circunstâncias e personagens passam inexoravelmente;
somente as ideias e os ideais permanecem, e são eles, acima de tudo, que devem ocupar a nossa
atenção.
Ao estudar um pouco da história da Reforma Protestante, podemos ao mesmo tempo celebrar a
obra dos desbravadores evangélicos do séc. XVI.
De que modo podemos honrar o Deus dos reformadores, nós que vivemos no limiar do séc. XXI?
Uma das respostas é: conhecendo e encarnando as convicções que nortearam as suas vidas e os
seus labores.
Destacamos três delas, que reputamos essenciais para a igreja contemporânea.
Primeiramente, é notável o lugar que os reformadores deram ao Deus Trino em seu pensamento
e ação. Apesar dos fatores políticos, sociais e econômicos envolvidos na Reforma, o seu ímpeto mais
central veio da profunda experiência religiosa de líderes como Lutero e Calvino. A visão da graça e da
glória de Deus, medida pelas Escrituras, levou-os a colocá-la no centro de suas vidas e a rejeitar tudo
aquilo que pudesse obscurecer a sua majestade como Senhor do universo, da vida e da redenção.
Em segundo lugar, há que considerar o seu entendimento da Igreja como comunidade de
adoração, comunhão e serviço. A igreja não era para eles uma estrutura ou instituição, mas o conjunto dos
fiéis que se reúnem para exaltar a Deus, estudar a sua Palavra e celebrar a sua salvação, e depois se
dispersam para testemunhar e servir.
Finalmente, os reformadores nos inspiram em seu entendimento da sociedade. Rompendo com
a dicotomia entre sagrado e secular, os líderes da Reforma e seus seguidores insistiram no fato de que
toda a vida pertence a Deus e deve refletir o seu senhorio. Com o seu trabalho e exemplo, o cristão deve
esforçar-se para que os valores do Reino permeiem todas as áreas da coletividade.
Que sejam essas as nossas preocupações ao trazermos à memória os eventos e personalidades
dos quais somos herdeiros.
23
Adaptado a partir de Rev. Dr. Alderi S. de Matos. Reforma: Ontem e Hoje. Curitiba: Jornal Brasil Presbiteriano;
Ano 41, n.º 553, outubro/2000. p 5.
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A Reforma Protestante
2. Mudar Por Quê? Talvez porque estejamos nos julgando muito sábios e nos tornando
pouco humildes. E essa “sabedoria” tem anulado a cruz de Cristo. Outrossim, o nosso
pecado gera a morte porque promove separação entre nós e o nosso Deus, encobrindo
de nós o Seu rosto (1Co 1.17; Is 59.1).
24
Adaptado a partir de Rev. Jarvas Rodrigues de Sales. “A Reforma Ainda Necessária”. Jornal Brasil Presbiteriano;
s/data.
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