Lili Valente - 01 Magnificent Bastard
Lili Valente - 01 Magnificent Bastard
Lili Valente - 01 Magnificent Bastard
O Príncipe Encantado é uma merda. Às vezes, só um Magnificent Bastard pode resolver o assunto.
Mulherada, é preciso aceitar: O amor acaba e fica somente o choro.... Enquanto seu ex trepa com sua
melhor amiga, o que fazer?
Por que permitir que o rompimento acabe em lágrimas quando pode terminar com uma doce vingança?
Conheçam a Magnificent Bastard Consulting1 e a mim, o chefe executivo do Magnificent Bastard2.
Tenho tudo, aparência, cérebro, um coração de ouro e o maldito instinto assassino para garantir que seu
ex se arrependa do dia em que lhe deu um pé na bunda.
Com a ajuda da minha assistente virtual, construí um império dando às mulheres de coração partido a
vingança que merecem, à medida que me mantenho longe da linha da frente do coração. A vida é uma tigela de
cerejas, até que minha assistente virtual aparece em carne e osso em minha porta pela primeira vez, pedindo
uma intervenção do Magnificent Bastard para si mesma.
Maldição...
Ela é uma gatinha sensual e bondosa.
Me orgulho de ser um verdadeiro profissional, mas ser seu amante, logo nos conduz da atração dos corpos,
ao desejo de fodê-la forte, rápido e duro contra a parede. E em algum lugar entre colocar meu pau
profundamente em minha doce assistente atraente e ver seu ex implorar por uma segunda chance, quebra até
a última das minhas malditas regras.... Profissional ou pessoal.
Então, qual é meu próximo movimento? Lutar pela garota que me faz querer montar em um cavalo branco
e cavalgar em seu resgate, ou seguir sendo um Magnificent Bastard até o final?
1
Consultoria Bastardos Magníficos – optámos por deixar no original.
2
Bastardo Magnífico – optámos podr deixar no original.
Prólogo
Imagine o seguinte: é um dia chuvoso de primavera na cidade. As ruas estão cobertas com uma fina
camada de lama e lixo molhado, o sol é uma lembrança distante de outro momento em que ainda era estúpida
o suficiente para acreditar em finais felizes, e você acaba de ser deixada com tanta dureza que seu coração
parece que passou por três rounds com o Mike Tyson.
Está chorando terrivelmente em uma esquina com uma caixa de vinho e uma barra de chocolate do
tamanho de seu antebraço, desejando que o Príncipe Encantado venha em seu cavalo branco para te roubar e
te afastar de todas essas lembranças desagradáveis do Sr. Incorreto, mas senhoritas, estou aqui para dizer:
Precisam parar com essa merda. Parem. Agora mesmo.
Por quê? Porque o Príncipe Encantado não é mais que um monte de porcaria. Como os unicórnios, sereias
e outras criaturas de contos de fadas, ele não existe.
Quando você está deprimida, derrotada e seu coração machucado por um idiota com um lado bastardo de
um quilômetro de largura, você não precisa de um Príncipe Encantado. Precisa de um homem que não tenha
medo de sujar as mãos, um homem que possa ensinar ao Sr. Incorreto uma coisa ou duas sobre a sensação de
ser enganado, traído e deixado pela única pessoa no mundo em quem pensava que podia confiar. O que precisa
é de um Magnificent Bastard, sua própria máquina de vingança em um só homem.
O amor não é um conto de fadas, querida; é guerra e agora tem um soldado com um míssil anti-imbecis do
seu lado.
Quer arruinar a reputação do seu ex? Não há problema. Cada idiota tem alguns esqueletos em seu armário
e eu me especializei na limpeza deles. Quer enviar essa escória humana para a cadeia? Um pouco mais difícil,
mas ainda possível. Aceito somente casos dos piores exemplos da humanidade, os mentirosos mais miseráveis,
trapaceiros e canalhas. As pessoas mais terríveis tendem a ser boas em cobrir seus passos, mas já as entreguei
a várias ex esposas.
Quer que seu ex fique verde de inveja? Fazê-lo desejar nunca ter te expulsado do vagão do amor, te
cuspido na cara e afastado como se fosse nada? Para isso, doçura...
Isso é o que eu faço melhor.
Fui abençoado com um rosto que chama a atenção, trabalhei duro para ter um corpo que inspira arrepios
luxuriosos a vinte passos, e aperfeiçoei minhas habilidades inspiradoras de inveja em uma arma tão afiada que
sou capaz de manejá-la com implacável eficiência. Vou fazer você se sentir como uma rainha e me assegurarei
que seu ex não perca nem um minuto disso. Será tratada como um tesouro, mimada como uma princesa e
beijada como uma puta que não pode ter o suficiente de meu magnífico pênis.
É claro que, na realidade as coisas entre nós nunca irão além de um beijo, mas seu ex não vai saber disso.
Verá sua face corada, seus olhos vidrados cheios de luxúria, suas pernas bambas e pensará que estarei te dando
duro todas as noites.
Imaginará minhas mãos em sua bunda, meus dedos deslizando entre suas pernas, e sua boceta
escorregadia só para mim. Imaginará você gritando meu nome enquanto cavalga meu pênis com ferocidade e
recordará todas as vezes que teve a sorte de estar enterrado profundamente em sua incomparável fenda. Em
pouco tempo, terá uma ereção tão dura que virá rastejando de volta para você de joelhos, implorando por uma
segunda chance.
Apesar de tudo o que faça, quão insistente seja... Você. Não. Vai. Dar a esse perdedor uma segunda
chance.
No momento em que terminar com você, saberá no profundo dos seus ossos que merece algo melhor que
isso. Vai perceber que merece um homem cujos olhos não vão vagar, cujas mãos não farão mal, e cujo coração
pertence a ti e só a ti. Será capaz de olhar para a patética desculpa de homem choramingando, a quem estava
acostumada a amar e dizer que ele não tem poder sobre você.
Não mais. Agora está livre para seguir em frente com sua vida, sem qualquer rompimento ruim ou
bagagem mental.
E isso, preciosa, é o serviço mais importante que disponibilizo. Devolvo o seu velho eu, a única pessoa em
quem pode confiar para dirigir sua vida à medida que sair ao sol.
Mas se por algum motivo, quebrar essa regra muito importante, se estragar o presente e voltar à Vila
Idiota, não te incomode em me contatar outra vez. Nenhuma quantidade de dinheiro vai me convencer a pegar
o telefone.
Uma intervenção do Magnificent Bastard é uma oportunidade única na vida. Uma vez e ponto, sem
exceções.
Nenhuma.
Nem por ela, a mulher que me fez romper todas minhas regras, a mulher que me fez pensar, por uma
incrível semana, que inclusive os Magnificent Bastard podem viver felizes para sempre.
CAPÍTULO 1
Dos arquivos do e-mail de Sebastian "Bash" Prince e Penny Pickett.
De: MagnificentBastard1
Para: Penny4YourLobsterPot
Assunto: Dois Anos de Aniversário
Parabéns por sobreviver a dois anos, dez e-mails por dia, chamadas telefônicas noturnas, entrevistas de
investigação de antecedentes de clientes lunáticos e de loucura geral. Quando pela primeira vez procurei uma
assistente virtual, não tinha nem ideia de que ia terminar com alguém como você. Faz o trabalho possível e dez
vezes melhor.
Disseram que não podíamos fazer isso pequena, mas que eu saiba, ganhamos dinheiro facilmente.
Falando de dinheiro, verifique sua conta do PayPal, é uma amostra de meu agradecimento. Por outro ano
de chutar traseiros e fazer amigos, Bash
De: Penny4YourLobsterPot
Para: MagnificentBastard1
Assunto: Dois Anos de Aniversário
Estimado Bash,
Tenho certeza de que estava bêbado quando enviou esse bônus, mas haha isso é uma piada para você, não
penso em devolver esse dinheiro!
Mas falando sério, obrigada por sua generosidade e confiança. Sei que foi um ato de fé ao contratar uma
antropóloga cultural com perto de zero histórico de emprego como sua assistente, aprecio isso.
Eu adoro meu trabalho, adoro o trabalho que está fazendo e não posso esperar para que o negócio cresça
o ano que vem!
*Fazendo a dança de celebração do segundo aniversário* tem vinte e cinco por cento mais de "running
man"3 do que na dança do primeiro aniversário.
Penny
De: MagnificentBastard1
Para: Penny4YourLobsterPot
Assunto: Dois Anos de Aniversário
Ao menos não foi trinta por cento mais de "homem correndo". Isso teria sido estranho.
;) B
3
Homem correndo (Running Man) - é uma dança que se originou na década de 1980 e ganhou notabilidade ao ser realizada
por MC Hammer durante shows ao vivo e videoclipes, mas ganhou reconhecimento maior no início da década de 2000. The
Running Man foi criada por Paula Abdul enquanto ela era coreógrafa de Janet Jacksonna década de 1980.
CAPÍTULO 2
É o dia perfeito para uma ruptura patética em público. O sol brilha sobre o reservatório do Central Park, o
contorno da cidade de Nova York se estende como uma obra de arte através do horizonte sem nuvens. Me vejo
como um Deus do Sexo com um metro e noventa, calças esportivas pretas justas, uma camiseta esportiva azul
(que absorve a transpiração) e óculos de sol obscenamente caro.
Normalmente opto pelo estilo recém-saído da cama para minha corrida matinal, mas esta corrida é
especial. É o último encontro de Caroline com a Magnificent Bastard Consulting e tenho a intenção de me
assegurar que tenha tudo aquilo pelo que pagou, até uma lágrima ou duas, se puder espremê-las.
— Está pronta, querida? — Pergunto, quando Caroline e eu passamos o marcador dos quinhentos metros,
nos aproximando de um grande grupo de pessoas praticando Tai Chi na grama sob as árvores.
Caroline, uma beleza de 45 anos, merece algo muito melhor do que seu viscoso ex-marido, o qual a ajudei
recentemente a arruinar, desacelera ao meu lado.
— Talvez devêssemos dar outra volta. Ainda não consegui controlar meus batimentos cardíacos.
— Não se trata de controlar seus batimentos cardíacos, boneca. — recordo. — É sobre se desfazer de seu
amante em frente ao homem dos seus sonhos e mostrar ao Gary que é feroz, fabulosa e que está de volta no
mercado.
— Mas está fazendo Tai Chi. — Diz impaciente, passando uma mão nervosa sobre seu rabo de cavalo loiro.
— E se ele se incomodar pela interrupção?
Caroline ri.
— Acho difícil de acreditar nisso, Bash. É o homem menos desagradável que conheci. — Bate no meu
ombro com carinho, me faz feliz que seu amor esteja tão absorto em seus movimentos de meditação para estar
prestando atenção ao casal correndo para ele. — É o melhor. E se alguma vez romper com sua garota, eu
adoraria te apresentar a melhor amiga da minha filha, Lola. É adorável, talentosa e só alguns anos mais jovem
que você.
— Obrigado, mas Penny e eu estamos muito felizes juntos. — Não é uma mentira. Penny, minha assistente
virtual é a força da natureza que mantém a Magnificent Bastard Consulting funcionando como uma máquina
bem lubrificada, e estamos muito felizes juntos.
O fato de que ela é minha funcionária e nunca nos conhecemos pessoalmente, e muito menos formamos
um casal em um relacionamento duradouro, não é assunto de Caroline.
Preocupo-me com meus clientes e dou 110% enquanto estou dirigindo seus casos, mas aprendi cedo que
para manter a fantasia separada da realidade é muito mais fácil se a mulher com quem trabalho acha que estou
em um relacionamento. Mesmo quando um trabalho não requer mãos dadas e longos beijos atuados para o
benefício de um ex que precisa que ensinem uma lição sobre a joia que deixou escapar por entre seus dedos,
um certo nível de intimidade se desenvolve quando você trabalha com alguém em um estado emocional frágil.
Tomemos por exemplo Caroline. Nos beijámos exatamente duas vezes: uma vez durante nossa sessão de
treinos, e novamente em frente ao escritório do seu marido, enquanto ele saía algemado depois de ser acusado
em uma investigação comercial interna em curso. Mas ela já está se despedindo de mim com um abraço e
tentando me apresentar às amigas de sua filha. Por mais que desfrute de nosso tempo juntos, Penny garante
que as mulheres cujos casos são aceitos pela MBC4 são as mais doces e nobres, é hora de Caroline abrir suas
asas e deixar o ninho.
Diretamente para os fortes e firmes braços pelo Tai Chi de Gary Donahue.
Deixando cair minhas mãos em meus quadris, corro até parar uns três metros de onde Gary e os outros
entusiastas do exercício pacífico que parecem guerreiros ninjas em câmara lenta estão. Viro para Caroline,
franzindo a testa e endurecendo minha face.
— Está brincando comigo! Não vai fazer isto aqui. No meio do parque. Em dez minutos de nossa corrida.
4
Magnificent Bastard Consulting
Os olhos azuis do Caroline alargam e olha nervosamente para as pessoas que se reuniram na irregular
sombra primaveril.
— Não o olhe, mantenha seus olhos em mim. — Sussurro só para seus ouvidos antes de adicionar em um
tom cortante. — Me diga que estou ouvindo coisas, Caroline. Porque de onde estou, parece que quer terminar
comigo.
— S—sinto m—muito, Sebastian. — Gagueja, cruzando os braços só para descruzá-los logo, quando
disparo um olhar pontual a suas mãos cruzadas. Falámos sobre isto. Não é mais uma vítima. Nem mesmo uma
falsa vítima. A partir de agora, joga seus ombros atrás e se defende. Eu olho orgulhosamente quando suas
costas ficam rígidas e fogo brilha em seus olhos.
— Mas é minha decisão final — Continua com uma voz firme. — Quero mais em um relacionamento que
isso.
— Mais de quê, o quê? — Balanço minha cabeça, franzindo a testa ainda mais à medida que aponto com
meu dedo em direção à entrada do metrô. — Peguei o trem durante vinte minutos para a gente correr perto do
seu apartamento em vez do meu. E concordei em ir tomar café depois, e nem gosto de café.
— E eu não gosto de ir a clubes noturnos. — Contra-ataca Caroline. — Ou bares para um uísque. Ou ter
que agitar minha mão na frente do seu rosto para tirar sua atenção do seu telefone. Enfim, o que há de errado
com as pessoas com menos de quarenta? — Ela estende seus braços para abranger todo o parque. — Todo o
grande e maravilhoso mundo se estende em toda sua beleza e glória, e tudo o que pode pensar é em mandar
mensagens ou deslizar o dedo para a esquerda ou o que seja que esteja fazendo ali.
Pisquei. Ouch.
Não estive em um aplicativo de namoro em um tempo, mas tenho um vício em atualizar meu e-mail, coisa
que me permiti fazer livremente durante meu tempo com Caroline, ganhando minha cota de suspiros
profundos de sua parte que ignorei do mesmo jeito que ignoro os suspiros profundos da minha própria mãe.
Mas o fato de que Carol trouxe algo real dentro de uma briga falsa arde um pouco.
A ardência ajuda a colocar uma camada extra de idiota nas minhas palavras quando tiro sarro:
— Bem, talvez se não fosse tão chata, querida, teria uma razão para olhar para longe do meu telefone de
vez em quando.
A mandíbula de Caroline cai e seu próximo fôlego sai em um acesso de raiva, acompanhado de um bater
dos seus braços ao lado do corpo.
— Bem, se sou tão entediante, então deveria estar feliz que esteja terminando com você! Em vez de gritar
no meio do parque.
Meus lábios se separam para formar uma réplica digna de um chute na bunda de Gary, se estiver ouvindo e
tiver algumas bolas, mas Caroline continua antes que eu possa falar.
— Você é apenas uma criança grande. — Diz, apoiando suas mãos em seus quadris. — Está tão
acostumado a fazer o que quer que não sabe como se comportar quando alguém te tira da sua casinha. Mas já
criei três filhos, Sebastian, e não tenho desejo criar mais nenhum.
Ela levanta seu queixo, para de algum jeito me olhar de cima, apesar de que sou uns quinze centímetros
mais alto.
— Agora é hora de ir embora antes que se faça mais de tolo do já tem feito.
Balanço a cabeça, me concentrando em manter uma expressão de indignação em meu rosto, mas estou
tão orgulhoso e tudo o que quero fazer é pegar Caroline em um abraço apertado.
Esta não é a mesma mulher devastada que estava sentada na minha mesa há seis semanas. Esta é uma
mulher que tomou vingança contra o homem que abusou dela e a desmoralizou por quase vinte anos. Uma
mulher que aprendeu a se sentir bonita e confiante em sua própria pele.
Uma mulher que vai foder Gary, que finalmente está cruzando o gramado vindo em seu resgate.
Porque Caroline já não precisa que a resgatem. Só precisa do homem que contratou para ajudá-la a
recuperar sua vida, para assim poder seguir em frente com seu colega de trabalho por quem esteve apaixonada
por meses.
— Bem. — Tiro meus óculos e a imobilizo com um olhar ferido. — Mas não venha implorando por uma
segunda chance quando se der conta que deixou o melhor amante em Manhattan.
A diversão cintila em seus olhos, mas ela consegue me dar um aceno de cabeça tranquilo.
— Adeus, Sebastian.
— Adeus, Caroline — Digo, antes de acrescentar em um sussurro. — E boa sorte, bonita. Você é magnífica.
CAPÍTULO 3
Sabendo que meu trabalho aqui terminou, me viro e corro através das suaves colinas em direção ao
Central Park West, ignorando a voz masculina gritando que eu deveria "seguir caminhando, idiota!"
Gary, suponho, o Príncipe Encantado muito denso para notar a mulher bonita olhando através da galeria
de arte durante os últimos seis meses.
Caroline é mais de uma década mais velha que meus 32 anos e nem se aproxima de meu tipo (prefiro as
morenas com olhos escuros e curvas às esbeltas e magras loiras), mas não seria capaz de passar na rua ao seu
lado sem dar uma segunda olhada, muito menos trabalhar com ela todos os dias e ficar alheio aos seus
encantos. Um rosto bonito é só uma das muitas coisas que Carol tem para oferecer. Também é gentil,
atenciosa, generosa e uma excelente conversadora.
Aconselhei a expandir suas opções de namoro, mas ela estava decidida a chamar a atenção de Gary, e
quem sou eu para recusar honorários de consultoria necessários para fazer os pombinhos ficarem juntos?
Tenho uma carteira de investimentos que faria o Rei da Pérsia chorar de inveja e a Magnificent Bastard
Consulting nunca foi por causa de dinheiro, se quisesse um estilo de vida mais extravagante do que já desfruto,
ainda seguiria trabalhando como um tubarão corporativo, mas na realidade desfruto das coisas boas da vida.
Coisas como alguns goles de uísque escocês Laphroaig no final de um comprido dia. Ou no início de um.
É domingo, um dia excelente para beber, e sou um homem livre durante a próxima semana. Estou tirando
minhas primeiras férias desde que comecei o negócio e não vejo nenhuma razão para não começar a
comemorar.
Quando alcanço o fim do parque e viro à esquerda na calçada, indo para o sul através do Central Park
West, olho por cima de meu ombro para ver que estou sendo seguindo a uma distância discreta, embora pode
se dizer que é imperceptível. Com um metro e noventa e cinco, os ombros de um linebacker5, barba de
lenhador, e mangas completas de tatuagens em cada braço, Aidan é do tipo que faz girar cabeças. Os homens
querem manter um olho em uma ameaça potencial e as mulheres simplesmente querem manter um olho nele.
Ponto.
Ele será um complemento perfeito para a MB Consulting... Assim que o convencer a assinar na linha
pontilhada.
Com sorte, esta manhã foi educativa para meu amigo de rosto peludo.
Viro e me apoio contra uma caixa de correio coberta de grafites, sorrindo enquanto espero Aidan me
alcançar. Quando o faz, suas primeiras palavras...
— Prefiro bastardo. — Digo. — É importante manter a marca. Quer ir ao Highland Fling? Eu gosto de
comemorar o fim de um trabalho com uísque escocês. — Eu convido.
Ele rosna.
— Claro, beberei com você, mas ainda assim não posso acreditar que essa mulher te pagou por isso.
— Por isso e o resto do pacote. — Bato no seu ombro. — Mas também me encarrego do trabalho de
investigação e os elementos da vingança nos bastidores. Tudo o que tem que fazer é ser bonito e fazer um bom
show para os ex.
— Cara, não sei. — Aidan coça a barba. — Sou um artista de tatuagens, não um ator. Não sei se poderia
conseguir fazer algo assim.
— É por isso que praticamos com os clientes antes. — Digo, desviando sua preocupação. — E vai se
surpreender quão crédula as pessoas são. Contanto que diga as coisas certas, nove em cada dez vezes ninguém
nota se você está dizendo algo errado.
5
Linebacker é uma posição de defesa do futebol americano
— Palavras reconfortantes vindas do homem que tem sido meu melhor amigo desde a escola secundária.
— Diz secamente. — Cuidado, ou vou pensar que todo este bromance6 foi uma mentira.
— Nosso bromance é minha única verdade. — Digo inexpressivo. — E só minto para pessoas que não
merecem algo melhor.
Ele resmunga novamente, demonstrando que seria o perfeito personagem áspero, sensual e bem-sucedido
homem de negócios que a MBC proporciona.
— Mas não tem que tomar uma decisão agora. — Asseguro à medida que começamos a ir para o Midtown,
um dos meus bares preferidos de uísque. — Me deixe te conectar com a Penny. Vou enviar seu número de
telefone e vocês dois podem falar sobre toda a semântica enquanto estou tomando sol em Hamptons. Discuta
os detalhes, pense nisso, e pode me responder no final do mês.
— Quem vai a Hamptons na primeira semana de maio? — Pergunta, colocando as mãos nos bolsos. — Não
é uma coisa do verão?
Dou de ombros.
— Normalmente. Eu gosto da praia em um bom dia de quinze graus Celsius. Mas eu não gosto de ter que
lidar com as malditas multidões que se aglomeram no verão. Penny me reservou uma casa de hóspedes em um
vinhedo em Southampton.
— Parece épico. — Diz Aidan, com diversão em sua voz. — Aposto que vai deitar como um louco com todas
as velhas brincalhonas de férias.
Olho de canto.
— Deito com um monte por aqui. Estou procurando paz, não uma boceta.
Ele bufa.
6
Acrónimo das palavras brother, irmão masculino em inglês, e romance, é uma forma de referir-se a um vínculo afetivo
intenso, não-sexual, entre 2 (às vezes mais) varões. Supõem um maior vínculo afetivo e emocional que o da tradicional
amizade.
Não me digno a responder esse comentário. Não há nada de estranho querer desligar por um par de dias,
especialmente após os últimos dois anos. Estive trabalhando, e jogando, sem parar. Se não estava com uma
cliente, estava com uma de minha longa lista de mulheres bonitas que estavam completamente dispostas a me
ajudar a esquecer o que escapou. Não sou um bastardo arrogante, mas nunca tive problemas para conseguir
uma mulher. Tenho uma impressionante semelhança com uma estrela de cinema com mandíbula quadrada,
olhos azuis que interpretou um super-herói, mas com um cabelo melhor, e sou tão magnífico na cama como no
ramo de vingança.
O Incrível Bulk7 cumpre o prometido em todos os níveis: tamanho, aparência e desempenho. Meu pênis foi
chamado de mágico em quatro idiomas diferentes e não tenho nenhuma dúvida que se houver uma garota
solteira apta para a cama em Hamptons, poderia tê-la nua e debaixo de mim com um mínimo esforço.
Mas não quero foder uma estranha nas minhas férias. Só quero paz, tranquilidade e um pouco de tempo
para pensar.
Tempo para analisar por que, mais de dois anos depois que as coisas terminaram com Rachel, ainda não
encontrei uma garota solteira que queira manter por mais que algumas semanas.
No início, jogar no campo era terapêutico, um maneira de esquecer a dor de saber que fui deixado por um
homem que dava um novo significado à frase “Bode Sem Coração”. Mas agora estou começando a me
perguntar se alguma vez irei querer sair da rotina de encontros em série. Nunca quis ser um mulherengo, mas
de alguma forma entre Savanna, a garçonete, a primeira mulher que levei para casa depois da feia ruptura, e
Wendy do ginásio na semana passada, tenho caído em um padrão perturbador.
Um padrão que, embora agradável, deixou me sentindo... À deriva, insatisfeito, e talvez um pouco solitário.
Era hora de voltar atrás e dar uma olhada em minha vida. Na verdade, estou ansiando um pouco de tempo
a sós longe de tudo. E se as coisas ficarem desconfortáveis abaixo da cintura enquanto estou refletindo, eu
mesmo dou um jeito.
Apesar do que Aidan parece pensar, uma semana de masturbação com pornografia nunca matou ninguém.
7
Jogo de palavra com respeito ao personagem o Incrível Hulk, do Marvel Comics, neste caso referindo-se ao
"vulto" que tem entre suas pernas.
— Bem. — Diz, com um suspiro. — Me conecte com Penny e pensarei seriamente. Não vou conseguir o
dinheiro para abrir outro lugar do Ink Addicts trabalhando doze horas por dia no West Village.
— Homem inteligente. — Tiro meu telefone de meu bolso, atualizando meu e-mail, franzindo a testa
quando vejo que não há nada de Penny. Ela normalmente me verifica pelo menos uma vez às 10 horas e não
tenho notícias dela desde ontem à noite.
Acabei de terminar com Carol e sou um homem livre. Estou indo para Highland Fling no Midtown com o
Aidan.
Avise se quiser se juntar a nós. Bebidas antes do meio-dia sempre são por conta do chefe e Aidan quer
entrar em seu cérebro de negócios antes de concordar em se unir à diversão.
Quando coloco meu telefone de novo no meu bolso, meus dedos formigam.
Será que hoje é o dia em que Penny finalmente decidiu aceitar minha oferta de nos encontrarmos no
mundo exterior?
Nos últimos dois anos, enviamos uma média de dez e-mails e numerosas mensagens de texto cada dia e
várias conversas épicas por telefone a cada semana. Mas, apesar do fato de que ela só vive do outro lado do
rio, no Brooklyn, nunca a conheci pessoalmente. Como qualquer bom homem de Manhattan, odeio deixar meu
chão preferido, mas saltaria no trem por ela.
Além de Aidan, ela é minha melhor amiga. Esteve comigo desde o primeiro dia, quando as pessoas ainda
me diziam que eu estava louco por abandonar uma carreira de sucesso para me tornar um detetive/gigolô,
menos as partes divertidas de ser um gigolô.
Quando estou com uma cliente, as coisas nunca vão além de um beijo.
Foi a primeira regra que Penny me ajudou a impor nos primeiros dias. Ela é inestimável tornando a
Magnificent Bastard Consulting e minha vida pós-corporativa um sucesso.
Eu adoraria comprar um uísque antes de ir para minhas férias introspectivas. Ou um café. Ou um sorvete ...
Ambos temos um ponto fraco por qualquer marca feita com leite integral e que contenha quantidades
obscenas de gordura.
Sei disso e uma centena de outras coisas sobre ela, mas nunca vi mais que uma selfie da mulher que
inspeciona meus clientes.
Não sei quando começou a me incomodar não ter um rosto para colocar na, inesperadamente doce, voz de
Penny ou nos seus e-mails sarcásticos que enchem minha caixa de entrada, mas recentemente estive me
perguntando se há algo de errado comigo.
Que tipo de homem coloca sua confiança implícita em alguém que conhece apenas via internet e por
telefone? Penny poderia ser um homem de 56 anos com uma estranha voz aguda e um vício em pornografia,
pelo que sei. Ou a mulher dos gatos cujo apartamento virou uma caixa de areia gigante.
Penny tem fortes tendências eremitas e provavelmente uma maior probabilidade a se converter na mulher
dos gatos mais que qualquer outra que conheço, mas não quero que isso seja verdade. Eu não gosto da ideia da
minha amiga se afogando em areia para gatos.
Como se a tivesse convocado com meus pensamentos, meu telefone vibra. Tiro-o do meu bolso enquanto
recebo uma série de mensagens de Penny, que surgem em grupos de seis a doze, e começam a chegar,
enchendo a tela.
Estou esperando na esquina da Central Park West e a Rua 73 e tenho certeza que está caminhando em
direção a mim. Quero dizer, supondo que você parece como a foto que enviamos aos clientes, então esse
definitivamente é você.
Ok, sei que isto é um pouco estranho, mas não entre em pânico. Não estou te perseguindo. Quero dizer,
estou te vendo, mas só porque me disse onde estaria esta manhã.
Merda, isso parece muito mais assustador na tela do que imaginei na minha cabeça.
Vou parar de enviar mensagens agora porque está definitivamente perto o suficiente para ouvir minha voz.
Forço um sorriso quando olho para cima para varrer a calçada em frente a mim, mas sinto tudo menos
calma. Meu pulso bate com força e meu estômago está roncando e o uísque já não está soando tão bem como
fazia há uns minutos.
Temo que o encontro com Penny seja uma decepção. Isso já me aconteceu antes, você faz uma conexão
online com alguém que parece incrível, só para descobrir mais tarde que tem uma risada de burro e cheira
como limpador industrial. Ou também era a garota que tinha grandes conversas telefônicas, mas que era uma
sociopata com olhos mortos quando nos encontramos para umas bebidas. Sem mencionar a mulher com as
incríveis habilidades de flerte nas mensagens que era incapaz de fazer contato visual ou a corretora imobiliária
com voz rouca, que resultou ser um homem.
Porra.
Se Penny for estranha, cheirar estranho ou tiver pênis, lidarei com isso. Tenho que lidar com isso. Sei muito
bem que não posso fazer isso sem ela. O pensamento acaba de aparecer na minha mente quando meu olhar
pára em uma mulher pequena com grandes olhos marrons e cabelo castanho sedoso amarrado em um nó em
cima da sua cabeça. Seu cabelo está bagunçado, seu rosto sem maquiagem, e vestindo camiseta folgada e
leggings como a metade das outras mulheres andando no parque esta manhã, mas inclusive parecendo que
acaba de sair da cama, ela é impressionante.
Estou falando sobre a bela capaz de tirar o fôlego, com uma cara de anjo e olhos de chocolate derretido e
curvas quilométricas. Curvas de dias. Curvas que nem sequer essa folgada camiseta pode esconder e posso
apostar que o Incrível Bulk percebe e toma nota. Ele não está tentando destruir minha boxer, mas as coisas
estão definitivamente ficando mais tensas sob minha cintura.
Não há tempo para explicar. Estamos apenas a um metro de distância da gatinha sexy e ela já está
levantando um braço e dizendo em uma voz muito familiar:
De: MagnificentBastard1
Para: Penny4YourLobsterPot
Assunto: Cita por Internet Penny,
A próxima vez que você decidir fazer login na minha conta do LetsGoLove, por favor, faça com que um
italiano muito cabeludo me bata, roube minha carteira e urine sobre meu corpo semiconsciente.
A experiência provavelmente será tão agradável quanto o encontro que tive esta noite e não terei que me
incomodar em responder uma meia dúzia de e-mails, seguir com mensagens de texto e terminar em um
telefonema incômodo antes de me encontrar com a Senhorita Olhos Suspeitos Que Provavelmente Seja Uma
Assassina Em Seu Tempo Livre em um bar no meio da cidade.
Por favor, acerte com o próximo cliente o mais rápido possível, assim tenho uma desculpa para parar de ter
encontros.
De: Penny4YourLobsterPot
Para: MagnificentBastard1
Assunto: Cita por Internet Bash,
Tudo certo com o italiano cabeludo. Há alguns vagando pelo meu bairro. Obterei suas informações de
contato para estar pronta na próxima vez que voltar a ter encontros.
Penny.
P.S: Concordo que ser perturbado é preferível a ter uma pequena conversa com estranhos. É por isso que
estou comprometida a ser reclusa em tempo integral e comendo sorvete sozinha.
CAPÍTULO 5
Sem qualquer permissão, minha mão está estendida para apertar a de Penny.
Penny, que é muito sexy, porra. Cuja palma é quente e macia, e cuja pele é perfeita em contato com a
minha para alguém que está fora dos limites.
Porque ela está. Está tão fora dos limites. Vetada. Proibida. Completamente fora dos limites. Decidi isso,
mesmo antes que risse nervosamente e dissesse:
— E agora é a parte onde te digo que sou uma mentirosa e te peço que me perdoe. — Seus olhos vão para
Aidan enquanto me forço a liberar sua mão. — Olá, Aidan. Deve ser Aidan. Ele me contou tudo sobre você. Sou
Penny, sua assistente. — Seus dedos acenando para seu peito enquanto acrescenta em uma voz trêmula: — Ou
possivelmente sua ex-assistente. Se eu for demitida hoje.
— Olá, Penny. Um prazer te conhecer. — Aidan limpa a garganta e olha em minha direção. — Assim, você
deve acertá-lo? Posso dar algum tempo a sós?
— Não. — insisto, justo quando Penny diz: — Sim, por favor. Isso seria genial.
Virei para ela, me perguntando por que ela mentiu e como se supõe que voltarei a pensar nela como minha
amiga do trabalho que escreve e-mails totalmente tolos.
Jesus, inclusive a maneira inquieta que se move, fazendo seus seios saltarem ligeiramente sob sua camiseta
seria suficiente para me pôr duro se eu permitisse.
— Sinto muito, mas é que tenho muito a dizer. — diz. — Parte disso é privado e muito disso é vergonhoso.
E se houver mesmo uma chance de que Aidan e eu estejamos trabalhando juntos no futuro, preferiria não lavar
minhas roupas sujas durante nossa primeira reunião.
Ela morde seu lábio, atraindo minha atenção para sua bonita boca. Que é realmente perfeita. Quase posso
imaginar a forma como seria sentir seu lábio inferior preso entre meus dentes enquanto a beijo tirando o
fôlego.
Aidan não pode sair. Preciso dele aqui para manter bloqueado o meu pau.
— Claro. Não há problema. — Bate duas vezes nas costas, o sinal universal de "estou feliz que é você e não
eu, irmão" e levanta a mão. — Vejo você mais tarde, Bash. Cuide-se, Penny.
E então, de repente, estou sozinho com minha assistente já não tão virtual.
Sozinho com Penny, que não é a mulher dos gatos nem possui um pênis secreto. Penny que é uma formosa
e irresistível mentirosa, justo como a última mulher que arrancou meu coração, machucando, ignorando e
comendo em carne viva ainda sangrando com um bom vinho Chianti.
— Preciso que comece a falar. — Minha voz é fria e distante; um dos muitos efeitos colaterais de pensar
em Rachel. — E se eu não gostar do que diz, pode considerar seu tempo de férias como o início de suas duas
semanas de aviso prévio.
— Entendo. E não culpo você se decidir que quebrei sua confiança. Mas há alguma chance de que
possamos conseguir essa bebida que mencionou antes enquanto conversamos? Nunca bebo antes do meio-dia,
mas nunca contei esta história a alguém, e não estou certa se vou conseguir estando sóbria.
— Pedirei um uber. — Dou um clique no aplicativo Uber no meu telefone, de repente não estando no clima
para uma lenta caminhada de lazer no Midtown. Estou com vontade de descobrir o que Penny esteve
escondendo e decidir se posso ou não a perdoar assim que possível.
Aprendi da maneira mais difícil o quanto nos fere ser traído uma e outra vez, quando você acha que
finalmente conseguiu ir em frente e deixar para trás as pessoas que foderam com seu coração, só para ser
arrancado uma terceira vez.
Não aceito merdas de ninguém, nem de alguém de quem dependo e me importo tanto como Penny.
CAPÍTULO 6
De: Penny4YourLobsterPot
Para: MagnificentBastard1
Assunto: Sua suposição de que não estou desfrutando de uma vida noturna muito robusta e variada
Caro Bash,
De acordo com o último e-mail, insistindo em que sou um triste palhaço vivendo no circo aborrecido
porque gosto de ficar em casa aos sábados de noite, chamo sua atenção para o artigo em anexo sobre os
perigos da vida noturna da cidade de Nova York. Incluindo percevejos nas almofadas dos clubes, assalto com
um salto agulha mortal, matilhas selvagens e possivelmente raivosos lobisomens rondando por Chelsea.
Aproveite sua vida no limite. Estarei segura em casa com a Netflix e sobras de salada de quinoa, o jantar
dos campeões.
Sinceramente, Penny.
De: MagnificentBastard1
Para: Penny4YourLobsterPot
Assunto: Sua suposição de que não estou desfrutando de uma vida noturna muito robusta e variada
Mas se não sair de casa, como vai ser mordida por seu companheiro lobisomem e viver feliz para sempre?
E nem tente fingir que não é uma fanática por essas séries.
Aposto que leu esses livros até que as páginas foram destroçadas.
Bash.
De: Penny4YourLobsterPot
Para: MagnificentBastard1
Assunto: Sua suposição de que não estou desfrutando de uma vida noturna muito robusta e variada
Deveria ter vergonha de si mesmo. Um verdadeiro Magnificent Bastard, estaria bem versado em uma
variedade de temas.
Pelo menos, isso é o que eu iria querer em um MB, se alguma vez adquirir um.
De: MagníficoBatsardo1
Para: Penny4YourLobsterPot
Assunto: Sua suposição de que eu não estou desfrutando de uma vida noturna muito robusta e variada
O sol da primavera está aquecendo Manhattan a uns agradáveis quinze ou mais graus centígrados, mas
dentro do edifício de tijolos escuros sem janelas do Highland Fling, sinto um frio no ar.
Penny e eu avançamos além do bar de mogno sólido para um grupo de sofás reunidos em volta da lareira
onde o fogo está crepitando. Às 10:15 da manhã, o bar está deserto. Temos o estabelecimento somente para
nós, exceto pelas duas cabeças de veados penduradas em cima do suporte da lareira, que parecem nos olhar
com desdém quando nos sentamos no sofá azul que está mais próximo do fogo.
Em circunstâncias normais, faria uma piada sobre o que podem dizer as cabeças sem corpo sobre beber
durante o dia, mas nada sobre esta manhã é normal. Penny me tirou do jogo e quanto mais tempo tenho que
esperar por uma explicação, mais irritado fico.
Sou breve com a garçonete que leva nosso pedido de bebidas e mal posso forçar um sorriso para o gerente
quando passa por nós em direção ao seu escritório na parte de trás. Tenho que morder minha língua
literalmente para permanecer em silêncio até que nos entregam nosso uísque com gelo.
No segundo em que nossa garçonete oscila sobre seus saltos altos, indo ao bar, viro para Penny e ordeno:
— Fale, agora.
Seus olhos se abrem sobre a borda do seu copo, mas em vez de baixar sua bebida, levanta mais, bebendo a
metade do copo em um só gole.
— Jesus. — ofega, fazendo uma careta enquanto deixa o copo sobre o braço de madeira do sofá. — Isso te
tira cabelos do peito. Como pode beber isso todas as noites?
— Não é para tomar de um só gole. — Tomo um gole apropriado do meu muito caro uísque. — Você
deveria saboreá-lo, apreciá-lo.
Penny assente, seus olhos escuros analisando meu rosto, com uma expressão indecifrável enrijecendo suas
feições. Me submeto a sua inspeção, o que permite que o silêncio se estenda por um momento estranho antes
de perguntar:
— Não. — Seus lábios se franzem antes de deslizar de lado. — Só que é... Diferente do que esperava.
— Parece. — diz ela, ainda com a testa franzida. — Mas é diferente. — Levanto uma sobrancelha.
— Como assim?
— Não sei. — Seus olhos vulneráveis se encontram com os meus, e por um momento, me sinto tentado a
garantir que não vou morder, mas logo acrescenta: — Menos amigável, suponho? Sempre está tão relaxado ao
telefone e em nossos e-mails.
Apertando a mandíbula para manter meu temperamento sob controle, me inclino para frente,
aproximando meu rosto ao dela antes de dizer em uma voz controlada:
— Ser emboscado no meio de Manhattan por uma das pessoas que mais confio no mundo me dizendo que
é uma mentirosa não me coloca em um estado de ânimo muito amigável, Penelope. Se não começar a se
explicar logo, vou demiti-la por me frustrar muito e desta maneira podemos dar toda esta porcaria por
terminada.
— De acordo. Claro. — Sua respiração acelera. — Sinto muito, estou tão nervosa.
Respirando fundo, leva o copo aos lábios e bebe o restante do uísque. Antes que o copo retorne ao braço
de sofá, solta tudo o que tem a dizer.
— Tudo começou uns meses antes de me mudar para a cidade. Acabava de me formar na faculdade e
estava em casa para o verão, tentando decidir o que fazer com minha experiência muito útil em antropologia
cultural. Só fazia alguns dias que estava ali quando voltei a falar com meu ex-namorado. Pode-se dizer que
fomos namorados no ensino médio.
Ela cruza os braços, seus ombros inclinam de uma forma tímida que me lembra de Caroline, antes da
intervenção da Magnificent Bastard.
— Phillip foi o primeiro menino que amei. As coisas não terminaram bem, mas já sabe como é, na realidade
nunca superamos o primeiro amor. — Seu olhar cai para as almofadas entre nós, e quando fala outra vez, sua
voz é suave, ferida. — Apaixonei-me por ele outra vez estupidamente rápido. Estupidamente, estupidamente
rápido. Seria insensato mesmo se ele não fosse um completo idiota comigo na primeira vez. Como era antes...
Luto com a urgência de apressá-la. Até agora, esta historia soa muito familiar, mas preciso saber mais
antes de baixar a guarda.
— Como seja. Acho que algumas pessoas diriam que recebi o que merecia. Mas em minha defesa, Phillip
foi muito convincente. Me fez acreditar que estava perdidamente apaixonado por mim. Inclusive falou em
algum momento em nos comprometermos. Nunca disse nada abertamente, mas se formou em teatro musical
por isso é praticamente um profissional quando se trata de duplo sentido.
— Teatro musical? E tem certeza que é heterossexual? — Pergunto, tentando aliviar o clima. Ela ainda não
tinha terminado sua história, mas a razão desta reunião está se tornando bastante clara. Pelo menos o
suficientemente para querer fazer esta confissão mais fácil para ela.
Ela cora.
— Sim, tenho certeza. Ele foi minha primeira vez em todos os sentidos. E inclusive se não fosse, o dia que
descobri ele e a minha mãe transando na casa da piscina, sem dúvida não teria nenhum problema com seu
desempenho.
Tremo.
— Ouch.
— Sim. Bom. Assim é como terminou nossa segunda chance de um felizes para sempre. — Penny olha para
o teto. — Peguei meu namorado tendo sexo com minha mãe e de alguma forma... me perdi.
— Se perdeu. — Tomo outro gole da minha bebida, sentindo que vou precisar de muito mais antes que
esta história termine. — De que maneira?
— Bem, primeiro fui ao bar local e fiquei espetacularmente bêbada. — diz, começando a arrastar um pouco
as palavras, me fazendo pensar que já está sentindo o efeito do seu uísque duplo. — E então chorei com o
barman e derramei cerveja por todo o chão. E quando o barman se negou a me servir porque estava chorando,
triste e fazendo uma enorme bagunça, comprei uma garrafa de uísque na loja de bebidas que estava na mesma
rua e fiquei ainda mais bêbada no beco que estava atrás do posto de gasolina.
— Havia um casal de desabrigados dormindo ao lado das lixeiras e compartilhamos a garrafa por um
tempo. Fiz questão de não limpar a garrafa entre os goles, porque sabia que isso enlouqueceria Phillip. Ele tem
fobia de germes.
Apertando os lábios, seu olhar desliza para os tijolos em cima do suporte da lareira.
— E então, também chorei com os desabrigados. E eles choraram porque eram sem-teto e tinham
problemas mais sérios. E depois decidimos que íamos fazer tatuagens para comemorar nossa miséria. Assim
cambaleamos até às docas para a loja de tatuagens onde não importa se estiver bêbado, for menor de idade ou
se quiser uma tatuagem realmente estúpida em seu corpo, e fiz uma tatuagem realmente estúpida.
— Hum, não. — Nega com sua cabeça, seus lábios perdendo o sorriso. — Nunca. Há uma razão por que o
topo das minhas coxas permaneça sempre coberto.
— Bem, é uma pena — Digo, pensando que tem boas coxas. Normalmente, eu diria (um elogio é sempre
uma coisa boa), mas posso dizer que neste momento não aceitaria o elogio de bom grado.
— Sim, bem... — Sua mão se move até seu rosto, seus dedos esfregando suas têmporas. — Depois disso, as
coisas ficaram um pouco imprecisas, mas se as fofocas locais e o guarda costeiro dizem a verdade, decidi ir
nadar para celebrar minha nova tatuagem horrível e quase me afoguei. Fui resgatada a um quilômetro e meio
da costa.
— Merda, Penny — digo, minha garganta se aperta. — Poderia ter morrido.
Ela assente um pouco rápido demais, mas ainda não olha para mim.
— Sei. Podia. Mas não aconteceu. Em vez disso, enquanto o guarda costeiro estava ocupado resgatando a
estúpida garota bêbada, um casal cujo navio se acidentou a uns poucos quilômetros de Gim Beach, esteve na
água uma hora e meia esperando ser resgatados.
— A esposa quase morreu de hipotermia. Esteve no hospital por três dias. Cada tarde seu marido ligava
para meu celular para me lembrar de que era minha culpa que a mulher que ele amava estivesse a ponto de
morrer. Não sei como conseguiu meu número, mas não tentei mudar. Sabia que merecia essas ligações.
Merecia sua raiva, sua dor e sofrer por todas as coisas estúpidas que fiz.
— Não é certo. Não merecia nada disso. Acabavam de machucar seu coração e tomou algumas decisões
muito más. Essas coisas acontecem.
— Talvez. — Desliza seus dedos debaixo dos meus e mexe seu copo coberto de condensação, o gelo
tilintando contra o vidro. — Mas quando acontece, as outras pessoas não terminam em todos os jornais.
Franzo a testa. Analiso seu rosto novamente. Parece tão bonito como foi o primeiro momento em que a vi,
talvez até um pouco mais bonito agora que sei que minha amiga está unida a ele, mas não é um rosto familiar.
— Minha mãe é Anastasia Pickett — Diz, esperando um segundo antes de acrescentar. — A atriz.
Procuro em meu banco de dados mental sobre cultura pop, mas não encontro nada.
— Sinto muito.
— Deve estar brincando. Ela foi muito famosa nos anos noventa. — Encolho os ombros.
— Hmm. — murmuro ao redor da borda do meu copo, assentindo enquanto o último gole do meu uísque
desce por minha garganta.
Merda, o filme da sereia nua. Definitivamente lembro agora. E tenho certeza que me masturbei muitas
vezes na minha adolescência vendo a mãe da Penny antes de descobrir uma maneira de passar sobre o
bloqueio de pornografia no meu laptop.
— Out of Water. Claro. Lembro dela. — Deixo que meu copo descanse apoiado no meu queixo à medida
que deslizo meu olhar de acima para baixo sobre a miúda, mas curvilínea figura de Penny.
— Não diga. — diz, franzindo seu nariz. — Eu sei. Não pareço em nada com a minha mãe. Acredite, não é o
primeiro a notar.
— Bem, obrigada. — diz, me olhando confusa embora tenha certeza que não é a primeira vez que lhe foi
dito que é linda. — Mas não sou adotada, embora às vezes desejasse ser. Isso faria com que, o fato de minha
mãe casar com o cara que tirou minha virgindade, fosse 15% menos perturbador.
Desta vez, em lugar de uma careta, todo meu corpo se estremece. — Jesus, Penny. Eles vão casar?
— Sim. — Seus suaves olhos castanhos começam a brilhar. — O casamento é este fim de semana. Sou a
dama de honra.
— Porra. — Meu copo faz um baque quando o deixo no chão ao lado do sofá. — Você não vai estar em
qualquer lugar perto desse casamento.
Estou prestes a dizer que ela virá comigo para Hamptons para poder animá-la em algum lugar longe da
cena do crime, quando ela diz:
—Tenho que ir. Tenho duas irmãs gêmeas pequenas, Bash. E minha mãe deixou claro que se eu não for ao
casamento, não terei acesso permitido ao resto da família. Isso inclui minhas irmãs que vêm para minha casa
nos fins de semana. — Penny franze a testa, a raiva cintilando em seus olhos escuros. — Para provar seu ponto,
mamãe manteve Francis e Edna em casa nos dois últimos fins de semana, embora ela mal passe algum tempo
com elas quando Phillip está em casa.
— É uma pessoa horrível. — Diz Penny sem emoção. — Esqueça dormir com meu ex-namorado e depois
casar com ele. Que tipo de mãe chama suas filhas Francis, Edna e Penelope? Mesmo se fossem nomes de
família.
Ainda assim, me sinto mal por encontrar humor em sua horrorosa situação até que ela sorri de volta. É um
sorriso hesitante e tímido que se estende sobre seu rosto a tropicões, mas que quando encontra seu equilíbrio,
a transforma.
Já não é simplesmente bonita; é irresistível, e sei que vou fazer o que for preciso para ajudá-la inclusive
antes que diga com uma doce voz:
— Agora sim. Isto é como imaginei que seria. — Minhas sobrancelhas levantam.
Agora é minha vez de me sentir confuso embora não saiba por quê. Sou bem ciente de que tive sorte no
departamento de aparência, mas algo sobre ouvir isso de Penny me faz sentir... Envergonhado.
— Bem, obrigado.
— Não me agradeça — Diz. — Por favor, não faça isso. Sou uma pessoa horrível. Menti sobre a
disponibilidade de condomínios em Miami. Ainda tinham muito espaço, mas Miami não está nem a cinco
minutos de onde minha mãe e Phillip vão casar este fim de semana.
— Por que simplesmente não me pediu ajuda? Sei que não nos conhecemos pessoalmente até hoje, mas
penso em ti como uma amiga, Penny. Uma boa amiga.
— Eu também — Diz com os olhos enchendo de lágrimas sem derramar. — É por isso que me sinto tão mal
sobre isso. Sabia desde o início que não havia maneira de pagar seus honorários. Minha família é rica, mas eu
não...
— Esqueça os honorários. — Faço um gesto no ar com a mão. — Sabe que renunciei a eles antes.
— Sim, mas apenas para candidatos que investigo para você, e não há maneira de que possa investigar a
mim mesma objetivamente.
— Por favor. Considere-se investigada. Se apenas metade do que me disse é verdade, cumpre de sobra
com os requisitos para uma intervenção gratuita.
— Obrigada, Bash. Muito obrigada. Juro que tudo o que te disse é verdade. E prometo que vou te pagar em
prestações, mesmo se levar dez anos para fazê-lo.
— Não fará isso. — Brinco com meus dedos enquanto verifico todas as coisas que precisam ser feitas. —
Mas teremos de nos quebrar para terminar todo o trabalho de preparação. Não nos deixou muito tempo. Disse
que as bodas são este fim de semana?
— Sim. — Diz, antes de acrescentar timidamente, — Mas há uma reunião de chá na quarta-feira, uma
despedida de solteira e despedida de solteiro na quinta-feira e um jantar de ensaio na sexta-feira antes da
cerimônia no sábado pela tarde.
Amaldiçoo e levanto o braço, fazendo gestos para a garçonete para que nos traga outra rodada. Vamos
precisar.
— Sinto muito. — Ela se afunda mais nas almofadas de couro. — Esperava ser capaz de fazer sozinha, mas
quanto mais penso em ir ao casamento sem ninguém, mais penso em cavar um buraco e morrer. — Olha
fixamente para o interior de seu copo vazio. — Seriamente, morrer. E não quero me sentir desse jeito nunca
mais.
— Não precisa. — Deslizo sobre o sofá, colocando meu braço sobre seus ombros a aproximando. — Não se
preocupe querida. Vamos cuidar disso.
Ela inclina para mim, seu corpo quente e macio contra o meu, e por um momento, sou muito consciente
disso e a forma como fiquei quando a vi pela primeira vez de pé na rua. É uma mulher muito bonita e seus seios
pressionados contra minhas costelas, e cheira a lavanda e algo pouco doce, e eu sou apenas humano, pelo
amor de Deus.
Mas mais forte que o desejo cantarolando sob minha pele, é a necessidade de ajudá-la, curá-la, certificar
que minha amiga não tenha que enfrentar a feiura do mundo sozinha.
Depois de tudo o que vi, tenho certeza que o amor é coisa de contos de fadas e de pornografia ruim, mas a
amizade é real. E ajudar as pessoas que sentem que não têm ninguém ao seu lado é o que me faz levantar de
manhã. Meus amigos corporativos podem rir da MBC até que as vacas tussam8, mas sei que os lugares escuros
de minha alma se tornaram muito mais brilhantes no dia que deixei Wall Street para sempre.
Então, o fato de que Penny é minha assistente e também uma garota voluptuosa de olhos castanhos, que é
a kriptonite pessoal do Incrível Bulk, dará a certos lugares... Desafios.
8
Until the cows come home (Até que a vaca tussa): Frase cujo significado literal é durante muitíssimo tempo, por
um tempo muito longo.
Desafios como controlar a resposta de meu corpo quando ela se vira e envolve seus braços em volta do
meu pescoço, sussurrando:
— Obrigada, Bash. — Em meu ouvido, com esta voz tão sensual, à medida que converte o momento em
um verdadeiro festival de abraços.
Tortura é envolver meus braços ao seu redor e abraçá-la, oferecendo conforto, inclusive enquanto luto
para manter meu maldito pênis sob controle. Penso em cachorros mortos e em meu companheiro de quarto da
faculdade que limpava o nariz quase constantemente, mas não foi até que evoco uma vívida imagem mental
das cabras recém-nascidas na fazenda da minha avó comendo sua própria placenta, que o vulto em minhas
calças por fim começa a diminuir.
E bem a tempo. A garçonete está aqui com nossa segunda rodada e Penny está se instalando de volta no
seu lado do sofá, tendo uma excelente vista de meu colo.
— Aqui está. — A garçonete de cabelo preto dá a Penny um copo novo. — Mais dois Laphroaig duplos com
gelo. Algo mais para vocês?
— Por certo, as bebidas são por minha conta. — Diz Penny, quando a garçonete se afasta para ir ver um
grupo de recém-chegados se instalando em uma mesa para quatro do outro lado do bar. — Insisto. É o mínimo
que posso fazer para agradecer.
— De maneira nenhuma. Estas bebidas são obscenamente caras. — Ela faz uma careta.
— Quão obscenas?
— Asquerosa, indecente, injustamente caras. — Digo com uma profunda voz rouca e baixa.
— Uau! — Seus olhos brilham, e por um segundo, me pergunto se também sente o crepitar de energia no
ar cada vez que nossos olhos se encontram. Mas então ela ri, um som brilhante e ligeiro, que me faz sentir tolo
por dar muita importância ao momento. — Então te deixarei pagar estas e eu pagarei a pizza desta noite
enquanto trabalhamos.
— Soa bem. — Bebo um fortalecedor gole da minha bebida, decidido a manter minha mente nos negócios.
— Teremos que aproveitar ao máximo cada minuto antes de partir na terça-feira. Só temos 48 horas para
resumir o trabalho de uma semana de preparação.
— Podemos fazer. Quero dizer, não é como se fôssemos completos estranhos. Já sabemos muitas histórias
passadas de cada um. — Seu travesso sorriso faz com que uma covinha apareça em sua bochecha. — Inclusive
sei sua senha do LetsGoLove para que assim possa trocá-la nos dias que queira bloquear sua conta.
— É verdade. — Concordo, inclusive enquanto penso em todas as coisas que pretendo ocultar de Penny.
Coisas como esta sensual garota bebendo uísque às onze da manhã com sua roupa de corrida e um coque
bagunçado, e quanto eu gostaria de segurá-la em meus braços.
Ou no meu colo. Ou embaixo de mim neste sofá e descobrir cada centímetro do seu corpo incrível.
Penny conhece as regras da Magnificent Bastard melhor que ninguém: nunca se envolver emocionalmente,
nunca confundir fantasia com realidade, e nunca, jamais, ir além de um beijo.
CAPÍTULO 9
Dos arquivos mensagens de textos do Sebastian "Bash" Prince e Penny Pickett.
Chegou a meu conhecimento através de seu último e-mail que esteve submetendo suas papilas gustativas
aos suores noturnos sem filtro de um mendigo sujo, também conhecido como Bud Light10, com sua pizza.
Seu salário foi aumentado a duzentos dólares anuais com o fim de ser capaz de se dar o luxo de comprar
Labatt's Blue Light11, o verdadeiro rei das cervejas leves.
De nada.
Penny: Obrigada!
Estou tão grata que nem mesmo vou perguntar como você sabe o que tem gosto de xixi de macaco ou os
suores noturnos de um mendigo.
Bash: Uma decisão sábia. Algumas histórias é melhor deixar sem contar...
9
Normalmente chamado o último gole de cerveja que fica no fundo, na maioria das vezes é jogado fora porque é
basicamente resto de saliva e cerveja quente.
10
Tipo de cerveja da marca Anheuser-Busch.
11
Cerveja da empresa Labatt Brewing Company.
12
Giria que significa, morrendo de rir.
Pergunto-me se sou a primeira assistente no mundo a conseguir um aumento por um esnobe da cerveja...
Bash: Duvido. Bons chefes sabem que a vida é muito curta para beber cerveja barata.
Penny: Amém.
CAPÍTULO 10
Quando terminamos nossa segunda rodada de drinks, Penny e eu fizemos um rápido repasse dos quem,
quês, onde, quando e por quês fundamentais de nossas histórias pessoais (Penny tem 25 anos, nasceu em Los
Angeles, cresceu em Hamptons, e se graduou em Vanderbilt, a Universidade de Boston, e na escola da vida; eu
tenho 32 anos, nascido e criado em Manhattan, graduado de NYU13, Columbia, e na escola dos tubarões
corporativos reformados) e ambos estamos um pouco bêbados.
As risadinhas de Penny estão mais frequentes e estou encontrando cada vez mais dificuldade em evitar que
meus olhos caiam em seus lábios e que meus pensamentos se desviem para territórios tão obscenos como o
preço de nossos drinks.
Tão difícil que sei que não há forma de voltarmos para a seguinte rodada de orientação até que tenha
oportunidade de relaxar, recuperar a sobriedade, e tomar uma longa ducha fria.
Depois de pagar nossos drinks, coloco Penny dentro de um táxi que vai para o Brooklyn com a promessa de
estar em sua casa às 6 da tarde, enquanto vou para o West Village, esperando que uma longa caminhada me
ajude a limpar a cabeça.
Felizmente, logo depois de cobrir uns quantos quilômetros, tomar um litro de água e desfrutar de uma
longa ducha e uma ainda mais longa sesta energética, me sinto como eu mesmo outra vez. O que sei é que os
negócios e o prazer vão por caminhos separados e que nunca devem se cruzar.
Às cinco em ponto, estou vestido com jeans escuro, uma camiseta cinza e uma jaqueta jeans, que é quase
tão cara como nossa conta do bar desta manhã, e estou ansioso por voltar para as ruas.
Meu apartamento é enorme para os padrões de Manhattan, um loft de conceito aberto com dois quartos,
comprado com os despojos de minha primeira carreira destroçando companhias peça a peça, como não vivo
13
Universidade de Nova Iorque.
em um lugar apertado então não fico esperando para escapar dele. Entretanto, sempre me sinto mais solto,
rodeado pelo barulho de minha cidade favorita.
Tomo um café com nata extra e açúcar indo para o trem L e me acomodo para a viagem cruzando o rio até
Williamsburg.
Surpreendeu-me saber esta manhã que Penny reside no profundo da selva hípster; não parece do tipo que
paga um aluguel caro com o intuito de viver mais perto de sua loja favorita. Mas quando encontro seu edifício e
subo os degraus de uma das últimas casas de pedra avermelhada desmanteladas em uma rua cheia de casas
renovadas de milhões de dólares, minha mente tranquiliza.
Penny não é uma hípster escondida em um closet; é uma nova-iorquina de verdade, em provavelmente um
dos últimos edifícios com um aluguel aceitável na zona.
Não sei que importância tem isso, mas por alguma razão, odeio a ideia de Penny insistindo em beber
cerveja orgânica, de origem local e artesanal ou saindo com homens de higiene questionável, camisetas
ajustadas, estranhos fetiches, e pelo facial desigual. A tendência por volta da aceitação social de homens que
caminham pelas ruas luzindo como se acabassem de sair da cama faz quatro dias, é ofensiva.
As mulheres merecem algo melhor. Especialmente Penny. Depois de tudo o que passou, a garota merece
um Magnificent Bastard ao seu lado, que a proteja dos falsos Príncipes Azuis do mundo.
Bato na porta e miro pela abertura que suponho que é o olho mágico.
—MB Consulting. Estou aqui para minha entrevista das seis em ponto.
— Um segundo! — Um momento depois, uma Penny sem fôlego abre a porta, seu rosto avermelhado. Seu
cabelo cai solto em ondas brilhantes ao redor de seus ombros, e está usando um pouco de maquiagem, apenas
o suficiente para me dar conta de quão longos são seus cílios, e uma calça jeans que não deveria ser sexy, mas
que de alguma forma, é. Entretanto, me concentro em manter a cabeça nos negócios e evito que meu olhar se
desvie para onde seus suspensórios se esticam sobre seus peitos.
— Entre! — Fica de lado para me deixar entrar em um acolhedor apartamento cheio de estantes que vão
do chão ao teto, uma pequena cozinha com eletrodomésticos vintage dos anos 40, e um assento de janela
convertido em um sofá cama, almofadas terrivelmente coloridas. Na parede do fundo há antigos anúncios de
sorvetes, enquadrados em marcos de conchas marinhas e um pôster motivacional que declara "Façamos que
hoje seja melhor que ontem!", em um tipo de letra ornamental.
— Acabo de terminar de limpar. O uísque me nocauteou. Estive dormindo até uma hora atrás. — Apressa-
se rodeando a cozinha para a antiga geladeira.
— Quer algo para beber? Tenho água, limonada, chá gelado, uma caixa de vinho barato, e umas garrafas
de Labatt's Blue Light.
— O verdadeiro rei das cervejas light. — Observo com aprovação. Encolhe os ombros.
— Sim. Meu chefe me fez deixar de beber cerveja que conhece os suores noturnos de um mendigo. É um
chato total.
— Não deveria ter necessitado dessa intervenção. Se algo tem gosto como qualquer parte de um mendigo,
não deve pô-lo em sua boca, Penny. Essa é a regra número dois de ser um adulto.
Gira para me enfrentar, uma mão agarrando a porta da geladeira e a outra apoiada na curva de seu quadril.
— Não transar onde se come. — solto sem pensar, só para me dar conta que é o conselho perfeito.
Penny é insalubre para meu negócio. Não posso me permitir transar onde como. Se arruinar nossa amizade
de trabalho, porque não posso deixar de pensar em quanto eu gostaria de ter seus seios em minhas mãos,
nunca me perdoarei por isso. Sou um homem de 32 anos, pelo amor de Deus. Deveria ter mais controle sobre
meus pensamentos, para não falar de meu pênis.
Mas o Incrível Bulk ficou semiduro no momento em que Penny abriu a porta e não mostra nenhum sinal de
moderação em um futuro próximo.
O que significa que algo que possa impedir meu autocontrole é uma má ideia.
— Tomarei uma limonada, obrigado.
— E comecemos com o vestuário. Se ficarmos sem tempo, sempre podemos arrumar a história de amor a
caminho a Hamptons, mas não estou familiarizado com as lojas de lá e não parece que vamos ter muito tempo
para ir em busca da armadura de batalha com todos os eventos que sua mãe tem planejados.
— Armadura de batalha.
Sua boca cheia se curva forma um meio sorriso enquanto tira a limonada do refrigerador e coloca dois
copos do pequeno armário sobre a pia.
— Sei que a roupa importa muito. — digo sem vacilar — Já sabe o que dizem, estar bem é a melhor
vingança.
— Pensei que a frase era “viver bem é a melhor vingança”. — Aceito o copo de limonada que me desliza
através do balcão.
— Viverá bem depois que a vingança tenha terminado. Por agora, vamos nos concentrar em fazer com que
sua mãe fique verde de inveja e que Phillip queira golpear a si mesmo repetidamente por te deixar ir. Do
momento em que desça de meu automóvel na quarta-feira, até o entardecer do sábado, queremos todos os
olhos em ti, o bonito patinho que se converteu em um cisne ainda mais espantoso.
— Lembra que minha mãe é uma famosa estrela de cinema e ex-modelo, certo? —Pergunta Penny, com
uma expressão incrédula em seu rosto — Pode ser que tenha 42 anos, mas te asseguro que não os aparenta.
— Tampouco tem a luz de vinte e cinco.
— Não sei. — Penny toma um gole de sua limonada considerando — Facilmente poderia passar como se
estivesse em seus trinta e poucos. Faz exercício quatro horas ao dia, come apenas comidas certas, e pode ter
todas as loções e cremes.
— Loções e cremes?
— Alguns poderiam te dizer que a cirurgia plástica é o caminho para a eterna juventude, mas gente rica de
verdade sabe que tudo se trata de loções e cremes exclusivos. Quanto mais baba de caracol, carapaça de
escaravelho moído, e sêmen de baleia tenham neles, melhor.
— Também sêmen de touro. — acrescenta Penny, com um sorriso — O sêmen é algo importante. Ouvi
isso.
Lanço um olhar zombador, passando a manga da camisa pela boca e assinalo uma porta do outro lado da
sala, que suponho leva ao seu quarto.
— Bem. Mas advirto, este desfile de moda vai ser breve. Tirei de meu closet tudo o que é remotamente
aceitável, e tudo o que ainda me serve depois de meus encontros recentes com vários potes de sorvete esta
primavera, está passado de moda, é aborrecido ou tem manchas de grama.
— Por que manchas de grama? — Pergunto quando faz cara de zangada no balcão central, parecendo uma
menina que foi mandada para seu quarto, e não posso evitar sorrir.
— Estava acostumada a gostar de ler livros deitada na grama na escola. Antes, quando saía de casa mais de
uma vez ou duas na semana.
Antes que possa pensar em como responder, desaparece dentro do quarto. Enquanto a porta fecha atrás
dela, escaneio o apartamento. Tem uma sensação acolhedora, caseira, mas ainda se sentiria dessa maneira
depois de ter estado fechado aqui por meses?
Possivelmente inclusive anos? Penny disse que faz mais de dois anos desde o incidente.
Ela tem se escondido do mundo nesta pequena casa? Essa é a razão pela qual me rechaçou cada vez que
tentei convencê-la a se reunir comigo para beber uns goles ou andar de bicicleta pelo parque ou ver uma nova
exposição no Met14?
Assumi que era uma desses Brooklynities15 que detestam cruzar o rio ou que possivelmente acreditava
que seria estranho conhecer seu chefe na vida real. Mas talvez seja mais que isso.
Possivelmente esteja cumprindo uma sentença de prisão auto imposta, por um crime que sua mãe e seu
ex-noivo cometeram. Meu estômago se aperta ante o pensamento. E logo Penny sai de seu quarto em um
simples vestido comprido dourado que faz com que sua pele cor de oliva reluza em um tom amarelo doentio e
o apertão se converte em uma verdadeira cãibra intestinal.
14
Museu Metropolitano de Arte.
15
Pessoas nativas do Brooklyn que falam com acento da zona e que pode que tenham ancestrais no Brooklyn desde
gerações atrás.
CAPÍTULO 11
Minha língua enrola atrás de minha garganta e luto com o impulso de vomitar.
— Jesus cristo.
— O ajuste é adequado; a cor é horrenda. — digo, lutando com o impulso de me estremecer — Tire isso e
traga aqui. Vou jogar no lixo.
— Não jogará no lixo. — Franze a testa por cima de seu ombro à medida que retorna ao seu quarto
pisando duro.
— Tem razão. — concordo — É melhor queimá-lo e se assegurar que nunca mais tenha a oportunidade de
produzir náuseas a ninguém.
— Nem todo mundo tem centenas de dólares para gastar em roupa. — diz do quarto. Me concentro na
lembrança de como sua pele estava amarelada nesse vestido, o melhor para evitar imaginá-la tirando por cima
de sua cabeça, despindo suas curvas assassinas.
— Se está me perguntando se mentiria a minhas clientes, então não. Não faço isso. — Me acomodo no
sofá com minha limonada. — Estou aqui para fazer um trabalho, Penny, não para te puxar o saco. E inclusive se
não fosse isso, também não te deixaria sair de casa nesse vestido. Os amigos não deixam que seus amigos usem
sacos de batata douradas.
Ela ri.
— Sim. Soube a diferença entre rosa e fúcsia muitos anos antes que outros meninos.
— Não estou segura que a maioria dos meninos saiba a diferença. — Abre a porta, revelando um vestido
composto por metros e metros de tecido negro que aflige sua pequena figura — Que tal este? Simples, de
linho. Uma opção clássica.
Reviro os olhos enquanto ela bate a porta. Tomo um gole de limonada e rezo para que tenha ao menos
algo com que possamos trabalhar. Há uma loja na Chelsea que geralmente me tira de apuros com minhas
clientes, mas não estou seguro que inclusive Sheila, minha vendedora pessoal favorita, seja capaz de vestir
Penny em tão pouco tempo.
Penny e eu repetimos a rotina de abrir a porta, reprimir o reflexo de vômito, revirar os olhos e dar uma
portada graças a quatro vestidos, um mais horrível que o outro e estou começando a pensar que precisa de
uma intervenção de moda tanto quanto a de um Magnificent Bastard, quando a porta chia ao abrir, minha
respiração pára em uma inalação, e esqueço como se faz para respirar.
O vestido branco sem mangas de chifon e seda abraça seus peitos antes de cair em ondas assimétricas ao
redor de seus joelhos. Combinou com uns saltos baixos e brancos que enfatizam as fortes e esculpidas curvas
de suas panturrilhas e uns brincos tipo candelabro de pérola que aparecem através de seu cabelo escuro
quando o sacode sobre seu ombro.
— Este é o último. Sei que não vai funcionar. — diz, puxando uma prega — Mas supus que tinha que
mostrar.
— Por que não vai funcionar? — Deixo minha bebida na mesa de café e me levanto à medida que ela
avança na sala — É bonito.
— É branco. — diz com uma risada nervosa — Não posso usar branco. Não sou a noiva.
— Não pode usar branco no casamento. Peço para ela virar... e ela vira, provando que ele é impressionante
na parte de trás. — Mas isso vai ser perfeito para o jantar de ensaio. A noite antes do casamento, recordará a
Phillip da beleza que poderia ter tido em seus braços se não fosse tão estúpido.
Ela vira de novo para mim, com um olhar de preocupação em seu rosto.
— Na realidade não o culpo. Quero dizer, culpo por me usar para chegar a minha mãe, mentir para mim e
jogar desagradavelmente com minha cabeça, mas não é ele quem rompeu meu coração.
Assenti.
— Imaginei.
— É? — Inclina sua cabeça para trás e seus curiosos olhos marrons encontram os meus.
— Meu pai se foi quando eu tinha 12 anos. Durante os primeiros meses, ele ainda ia a meus jogos de
beisebol e me pegava na escola uma ou duas vezes por semana, mas com o tempo, perdeu o interesse. — Ela
dá de ombros. — Quando tinha 13 anos, o via possivelmente uma vez ao mês e geralmente estava atrás do
dinheiro para financiar seu vício de Percocet16. Até quando me graduei, não tínhamos nos falado em anos. Não
tenho nem ideia onde está agora.
— Sinto muito. Nunca conheci meu pai, mas sei que os pais são importantes. Especialmente para os filhos.
— Está bem. Superei isso faz muito tempo. — Sorrio e me aproximo, colocando várias mechas de cabelos
soltos junto ao resto das ondas que caem sobre seus ombros. Seu cabelo é tão suave como imaginei que seria
— Só queria que soubesse que a entendo. A forma em que dói quando uma das duas pessoas mais importantes
no mundo, que deveria estar em sua equipe mais que qualquer outra, decide não dar a mínima para seus
sentimentos.
— Obrigada. — diz, e a ruga entre suas sobrancelhas se aprofunda — Realmente acredita que podemos
levar isto adiante?
Assinto tranquilo.
16
Medicamento receitado para o alívio da dor de moderada a aguda. Os ingredientes ativos principais são a oxicodona e o
acetaminofén. Remédio altamente monitorado pois a oxicodona pode ser usada de forma indevida ou levar ao vício.
— Não tenho a menor dúvida.
— Mas não sou boa atriz. — Morde seu lábio inferior — E minha mãe e Phillip são atores. São
extremamente bons mentirosos e muito bons percebendo quando outras pessoas estão mentindo.
— Relaxe. — Levo minhas mãos a seus ombros, esfregando brandamente os nós ali, ignorando o quente
zumbido de prazer que sobe até meus braços. É tão bom tocá-la. Tão estranhamente... Correto. —Você pode
ser nova nisto, mas eu enganei a ex-malvados uma dúzia de vezes.
— Mas não comigo. — acrescenta inquieta, claramente abrindo caminho a um grande ataque de pânico —
Talvez devêssemos simplesmente ir como amigos.
— Pare agora mesmo. — Movo minhas mãos para agarrar seus antebraços e me inclino até que meus olhos
se nivelam com os seus — Não vamos como amigos. Se assim fosse, não teria feito reserva na mesma cabana
em Southampton.
Uma cabana, com uma cama de tamanho matrimonial, em que estou fazendo meu melhor esforço para
não pensar muito.
Passar quatro noites em uma pequena cabana com Penny vai ser uma tortura. Inclusive se ocupar o sofá e
der a cama, jamais vou ser capaz de esquecer que uma mulher que me afeta como nenhuma outra nos últimos
tempos está quase nua e a só uns poucos passos de distância no quarto.
— Tem razão, não quero. — Sua língua percorre seus lábios, enviando outra faísca de sensibilidade fluindo
através de mim, contra minha vontade — Mas agora que está aqui, não posso me imaginar fazendo isso.
Especialmente não em público, diante de minha mãe, Phillip e todos outros.
Sacudo minha cabeça, lutando para evitar que meu olhar caia em seus lábios.
— Fazendo o quê?
— Isto. — antes de me dar conta do que acontece em sua mente inquieta, ela lança seus braços ao redor
do meu pescoço, fica nas pontas dos pés, e pressiona seus lábios nos meus.
E agora está pressionando contra mim, seus seios roçando meu peito e seus lábios quentes e urgentes
contra os meus, me rogando silenciosamente que mostre que sei o que estou fazendo, e não há maneira de
que vá decepcioná-la.
CAPÍTULO 12
Minha língua desliza através da linha de sua boca, entre seus lábios entreabertos, golpeando a sua. Tem
sabor de açúcar, limões e seu beijo me afeta. Dois segundos e meu pênis já está duro como uma rocha e
palpitando dentro de minhas calças, lutando contra o tecido em um intento de se aproximar da mulher
pecaminosamente sexy em meus braços.
Moldo minhas palmas em suas costelas e a sustento fortemente, conservando os últimos centímetros de
distância entre seu quadril e o meu.
Este é um beijo com limites incorporados, um beijo destinado a prometer muito mais do que nunca
entregará.
Nunca embalarei seus seios em minhas mãos ou provocarei seus mamilos com meus dedos. Nunca
estenderei suas coxas e a beijarei onde ela é salgada e úmida, nem a escutarei gritar enquanto goza em minha
boca, rogando que ponha meu pau onde minha língua está. Nunca vou sentir suas pernas envolverem meu
quadril ou seus saltos cravando em meu traseiro à medida que me introduzo em seu calor, nos levando até o
lugar mais feliz da terra.
Mas isso não significa que não posso desfrutar deste momento, deste beijo, seu gosto, e a maneira perfeita
que seus lábios deslizam contra os meus.
Coloco minha mão em seu cabelo, passando meus dedos entre seus fios grossos e sedosos, tomando o
controle quando subo isto ao nível seguinte. A mudança de ângulo de meus lábios, acessando mais
profundamente a doçura de sua boca. Faz um som suave e necessitado que é tão sincero, tão faminto, e tão
parecido ao que estou sentindo que meu controle começa a desaparecer.
O beijo fica mais quente, mais selvagem até que nossos dentes estão se esfregando através de nossos
lábios, estou fodendo sua boca com minha língua e estou tão excitado que não me dou conta que deixei que
minhas mãos se movessem para baixo para apertar seu traseiro até que é muito tarde. No momento em que
meu pensamento racional grita que me afaste de minha cliente, empregada e amiga (três muito boas razões
para não deixar que esta mulher saiba que tenho uma ereção por ela que não desaparecerá) já arrastei seu
quadril junto ao meu.
Ela geme contra meus lábios, sua respiração ficando rápida enquanto envolve uma perna ao redor de
minha cintura. E logo balança contra mim, e de repente estou a dois passos de uma feia queda e não muito
seguro que seja capaz de me arrastar desse sentimento.
Se me permitir levar Penny ao sofá e acariciá-la através de nossa roupa, sei que não pararei. Não vou parar
até que esse pequeno vestido branco saia de seu corpo e sua calcinha esteja no chão e eu de fato a esteja
fodendo. Sem jeans, sem boxer, meu pau quente, duro e deslizando dentro de uma das minhas melhores
amigas.
Se isto for um passo mais à frente, não vou ser capaz de parar.
Deixarão de importar as regras profissionais e a ética pessoal. Tudo o que importará será me colocar entre
as pernas de Penny a fazendo gozar sobre meu pênis uma e outra vez até que vá dentro dela tão duro que veja
as estrelas.
Balança contra mim à medida que sua língua dança com a minha, cada movimento prometendo que
poderemos encaixar juntos com absoluta perfeição, e meu coração arde dentro de meu peito. Juro que posso
sentir o calor de seu núcleo através de minha roupa e não posso recordar alguma vez de querer estar dentro de
alguém da maneira em que quero estar dentro de Penny.
Afaste desta mulher neste preciso momento antes que coloque uma bomba que vai explodir na vida de
ambos.
Minha voz interna tem razão, é tão enlouquecedora como o inferno, mas está correta.
Meu cérebro apagou e tudo o que posso escutar é meu batimento cardíaco em meus ouvidos. Embora
esteja seguro que o Incrível Bulk teria soltado uma contínua corrente de blasfêmias se pudesse falar. Não posso
recordar a última vez que estive assim excitado e nunca, repito nunca, consegui estar tão perto de foder uma
cliente.
— Convincente. — diz Penny finalmente em uma voz agitada, sua cabeça assentindo vagamente — Isso foi
muito convincente.
— Bem. — Aperto minha mandíbula, desejando que minha avivada ereção retroceda um pouco, mas estou
muito longe disso.
— Então, suponho que essa parte vai ficar bem. — Ela respira com força, pestaneja, e respira de novo à
medida que seu olhar deriva de meus olhos a meu peito e logo continua sua viagem para o sul.
Merda!
— Tudo vai ficar bem. — Pego minha jaqueta do encosto da poltrona, usando como escudo para ocultar
meu sofrimento palpitante, minha desesperada condição enquanto caminho para a porta — Me encontre no
The Good Bakery no Mercado Chelsea amanhã às 10 da manhã. Tomaremos um café da manhã e iremos às
compras para usar durante as festividades do casamento. Com um pouco de sorte, terminaremos às 2 ou 3 e
ainda terá tempo suficiente para ir para casa e arrumar as malas.
— Sinto muito, estou avaliando a situação da roupa; vai haver tempo para qualquer outra coisa logo. —
Alcanço a porta, mas me detenho antes de abri-la e sair fugindo para a noite.
Ainda ficou preocupada e não posso abandonar um cliente, ou uma amiga, sem deixá-la tranquila.
— É sério, não se estresse — digo forçando um sorriso — Este será o trabalho mais fácil que tive em meses.
Terei que passar a semana saindo com uma amiga, saboreando muita comida de casamento, e fazendo dois
idiotas se sentirem terríveis. Parece como meu tipo de férias.
— Bom, ao menos não vai ter que fazer seu usual trabalho de detetive ou Hacker. Não quero lavar as
roupas sujas de minha mãe e nem que prendam o Phillip. — Eu só quero ser capaz de manter minha cabeça
erguida durante essas festividades estúpidas.
As bochechas de Penny ruborizam, seu peito sobe e desce, e me obrigo a ter força de vontade para evitar
que meu olhar derive a lugares que não deveria.
— De nada, Penny. — Sorrio de verdade desta vez, porque posso ver que tenho feito a alguém que me
importa muito feliz,e logo finalmente faço minha saída.
Desço as escadas e saio na noite fresca da primavera, avançando para o metrô, esperando que ao pôr algo
de distância entre nós me ajude a esquecer de como é bom sentir o corpo de Penny pressionado firmemente
ao meu.
CAPÍTULO 13
De: MagnificentBastard1
Para: Penny4YourLobsterPot
Assunto: Este endereço de e-mail
De acordo, me rendo,
O que acontece com o pote de lagosta em seu e-mail, docinho? Você é do Maine? Cresceu como filha de
um criador de lagostas? Ou só tem um extraordinário e forte amor pelos grandes crustáceos de água salgada?
Bash é quem está aborrecido e bebendo sozinho porque Aidan está trabalhando e você se nega a sair de
sua casa e aproveitar as horas mais felizes.
De: Penny4YourLobsterPot
Para: MagnificentBastard1
Assunto: Este endereço de e-mail
P.S: Basta dizer a palavra e compartilharei a nova senha para sua conta do LetsGoLove. Tenho certeza que
há algumas mulheres levemente psicóticas em Manhattan com quem ainda não teve um encontro.
Quando chego em casa, vou ao chuveiro embora tivesse tomado banho faz menos de cinco horas e
certamente não tinha transpirado no trem de ida e vinda ao Brooklyn. Mas necessitava algo para recuperar o
controle.
Inclusive depois de caminhar até à estação do metrô da casa de Penny, uma viagem de trem de vinte
minutos, e outros dez minutos de caminhada para meu próprio apartamento, ainda estou duro. Toda vez que
minha ereção começa a diminuir, meu cérebro masoquista retrocede à sensação das pernas de Penny envoltas
ao redor de minha cintura e seu núcleo esfregando contra meu pênis e estou de volta ao começo: duro,
dolorido, frustrado e desesperado por gozar de preferência dentro da minha assistente. Está errado.
Está muito, muito errado e os pensamentos zumbindo em meu cérebro, aqueles que perguntam se Penny
estava tão excitada como eu e sentou em seu cômodo sofá azul e deslizou sua mão dentro de sua calcinha
depois que saí, não estão me ajudando a recuperar o controle.
Não deveria estar pensando em Penny se masturbando, com uma mão apertando seus mamilos enquanto
a outra acaricia a carne escorregadia entre suas pernas. Deveria estar pensando em algo, qualquer outra coisa.
Inclusive se não puder evitar as relações sexuais em meu cérebro, sem dúvida posso trocar a direção de
meus pensamentos. Tenho um montão de material armazenado em minha memória. Inclusive tenho uma ou
duas fitas de sexo nas profundidades de meu disco rígido. Betsy, a mulher com a qual saí no verão passado, se
excitava vendo pornô caseiro. Fizemos nosso primeiro vídeo em nosso segundo encontro e quando fomos nos
separar algumas semanas mais tarde, tinha quase três horas de alta definição, e filmagens em todos os ângulos
no meu quarto.
Poderia reproduzir algo do material quente em meu laptop em uns poucos minutos. Mas não quero me
masturbar vendo a bunda da Betsy pulando, enquanto ela me cavalga.
Quero ver os brilhantes olhos escuros de Penny à medida que estendo suas pernas e me estabeleço entre
elas. Quero imaginar a maneira em que sua cara bonita transforma com o desejo enquanto faço o trabalho,
levando minha língua dentro de seu núcleo à medida que me estiro provocando seus mamilos com meus
dedos. Quero escutá-la chamar meu nome com sua doce voz sensual enquanto goza em minha boca e sentir
suas mãos arranhando meus ombros à medida que me roga que a foda.
Quero tanto que quando dou um passo na ducha e tomo meu pau em minha mão, juro que quase posso
vê-la parada em minha frente, seu peito elevando e descendo da mesma maneira em que aconteceu quando a
deixei em seu apartamento.
Mas desta vez, não tem vestido. Ela está nua, seus seios cheios livres em minha frente, seus mamilos
escuros tensos, e seu olhar sem me deixar duvidar o muito que me deseja.
— Por favor, Bash — Ela sussurra, seus dedos se arrastando por meu peito — Quero você dentro de mim.
Quero tanto.
— Quanto? —Toco seus seios, esfregando meus polegares sobre seus mamilos enrugados. Ela ofega e se
arqueia com meu toque enquanto suas mãos continuam seu caminho ao sul.
— É praticamente tudo o que posso pensar. — Envolve seus dedos ao redor de meu eixo e me acaricia de
cima para baixo, gemo — Estou tão molhada para você. Sente.
Penny pega minha mão e a leva entre suas pernas antes que sua atenção retorne ao meu pau.
— Maldição — grunho, minha respiração acelera quando meus dedos deslizam entre sua carne
escorregadia, provocando suas dobras antes que eu coloque dois dedos em sua entrada e os empurre em seu
interior.
Sua cabeça cai para trás com um suspiro à medida que a fodo com os dedos, me dando uma vista
maravilhosa de seus mamilos apenas a alguns centímetros de meu peito.
— Não posso esperar para estar com você. Realmente não posso esperar, Bash. Se não me foder, vou ficar
louca.
— Não te farei esperar, coração. — Agora estou ofegando, respirando levianamente, e meu pau solta o
líquido pré orgasmo que escorre em sua mão enquanto me masturba, tão desesperado por fodê-la — Venha
aqui.
Um segundo depois, a elevo, pondo suas curvilíneas pernas ao redor de minha cintura, pressionando
contra a parede escorregadia da ducha e empurro meu pau duro onde ela está quente e molhada, e estou
seguro que morri e fui ao céu.
— Merda, Penny. — grunho contra sua boca à medida que empurro profundamente — Deveríamos ter
feito isto meses atrás, anos atrás.
— Sim, merda, sim — coincide quando começo a me mover, deslizando dentro e fora enquanto ela se
choca contra mim, tomando mais de meu pau a cada impulso. — Isso é bom pra caralho, vai me fazer gozar
muito forte. Forte pra caralho!
A Penny da fantasia se abandona ao sexo mais frequente que a Penny de verdade, mas não importa. No
momento em que o telefone começa a tocar, soando como um farol de onde fica na parte de trás do banheiro,
estou tão excitado que estou a segundos de distância de gozar com a força suficiente para afogar um pequeno
país.
De maneira nenhuma vou parar para atender ao telefone. Quem quer que esteja chamando simplesmente
vai ter que deixar uma mensagem.
Bombeio com minha própria mão, tratando de recapturar a sensação de estar dentro do úmido núcleo
apertado de Penny, mas já perdi. Gozo observando olhos arregalados sem vida ao invés de olhos marrons e
com alma de Penny.
Meu pênis se sacode em minha mão e minhas bolas cantam Aleluia quando o prazer que estava se
construindo dentro delas por tanto de tempo sem gozar é finalmente liberado, mas o orgasmo não é o que
deveria ter sido. É uma liberação, um alívio, mas não é a demolidora liberação transcendental, o início do
Armagedon, que estava a ponto de alcançar antes que fosse tão grosseiramente interrompido.
— Maldição. — grunho, apertando meus dentes enquanto cavalgo nas ondas finais. Respirando duro com
uma mescla de alívio e frustração por minha fantasia ter sido interrompida, segundos antes do evento principal,
abro a torneira, deixando que a água quente leve a evidência de minha completa carência de profissionalismo.
Acabo de me masturbar pensando em minha empregada. Estou envergonhado de mim mesmo, mas não
tão envergonhado para não planejar reviver essa fantasia outra vez mais tarde na noite quando estiver na
cama. Mas primeiro, procuro algo para o jantar. Cinco minutos depois, estou limpo, seco e agarrando meu
telefone na parte de trás do banheiro para ver que recebi uma mensagem de voz. De Penny.
Meu pulso acelera. Sinto como se tivesse sido apanhado com as mãos na massa, é óbvio, não há maneira
de que Penny pudesse saber que estava chamando enquanto eu estava ocupado fodendo minha versão de
fantasia dela contra a parede do box. Mesmo assim, não posso negar essa ansiedade fazendo cócegas sobre
minhas terminações nervosas quando ponho o telefone em minha orelha.
— Olá, Bash. Lamento chamar — diz, soando um pouco sem fôlego — Sei que disse que estava ocupado,
mas só queria te dizer outra vez quão agradecida estou por sua ajuda. Teria todo o direito de gritar comigo por
mentir e arruinar suas férias e me despedir imediatamente. Mas ao invés disso, está me ajudando e aprecio
muito por isso. Prometo que farei isto o mais indolor possível para você, o qual inclui não reclamar mais
quando o assunto for roupa.
Ri incômoda, e minha mente evoca uma imagem mental de seu nariz enrugando e sua boca se elevando
em lado de seu rosto. Só passamos umas poucas horas juntos, mas já estou memorizando suas expressões.
Não estou seguro do que significa, mas suponho que não é bom.
— Assim, de todo modo – continua —, só queria que soubesse que daqui em diante vou ser a cliente mais
fácil que já teve. Sem te causar estresse ou me preocupar com coisas das quais não deveria estar me
incomodando porque obviamente você sabe o que faz. E hum... tudo é genial.
A linha fica em silêncio por um momento e espero ouvi-la desligar, mas em seu lugar de repente deixa
escapar com pressa:
— E sinto muito por ficar um pouco entusiasmada com a prática do beijo. Estou mortificada pelo que fiz.
Com a perna. Minha perna. — Limpa a garganta — Estive sentada aqui pensando nisso e me perguntando se
pensa que sou uma louca que não pode seguir as regras. Mas sou muito consciente das regras e estou
completamente a favor de segui-las. É que não tenho ninguém há muito tempo e isso me subiu à cabeça.
Ela desliga, me deixando parado segurando o telefone, me sentindo terrível por ter uma fodida mente suja
e imunda que mal pôs resistência antes de ceder à tentação de se masturbar fantasiando uma frágil mulher
vulnerável que não está em condições de se defender dos inapropriados avanços de seu chefe.
Sim, Penny é divertida, intensa e uma dessas pessoas com muita energia que te fazem sentir um pouco
mais vivo só por estar ao redor dela. Mas também esteve sofrendo um sério drama angustiante com sua mãe e
seu ex, foi privada da companhia das pequenas irmãs que ama, e pela forma em que sonha, esteve vivendo
como uma solteirona agorafóbica17 em lugar de uma assombrosa moça que deveria ter os angustiantes hípster
do Brooklyn morrendo por ela.
Necessita de amizade e apoio, não de mais drama. Não importa que ela não esteja me pagando. Fiz
trabalho gratuito antes e essas mulheres receberam o mesmo tratamento profissional e de alta qualidade que
as mulheres que podem pagar minha comissão. Penny não merece menos.
Acabo de receber sua mensagem. Estava no chuveiro. Não se preocupe com nada do que aconteceu esta
noite. Ambos estávamos cansados e coisas estranhas acontecem quando se está assim. Tudo vai ficar bem.
Descanse um pouco e te verei amanhã às 10 da manhã. OH, e traga alguns saltos para prová-los com os
vestidos.
E para que saiba, minha amizade e este trabalho são teus pelo tempo que queira. Não se preocupe com
nada.
Durma bem.
Espero por uma resposta, mantendo meu telefone perto enquanto me troco colocando minha calça de
pijama e preparo um sanduiche com palitos de cenouras para jantar. Mas meu telefone permanece em silêncio.
Termino minha comida e me acomodo para ver Sports Center com um pote enorme de sorvete de
caramelo crocante Ample Valley Creamery, mas meu time já está fora das eliminatórias, e quando vejo o
17
Pessoa que sofre temor obsessivo ante os espaços abertos ou descobertos que pode constituir uma enfermidade.
relógio se aproximar das dez, tudo no que posso pensar é no muito que quero escutar a voz de Penny. Mas não
pego o telefone. Preciso demonstrar que posso respeitar seus limites. E os meus.
Assim, quando deito em minha cama umas poucas horas depois tarde, não deixo que minha mão se
aproxime nem remotamente perto do meu pau, nem levo meus pensamentos em algum lugar perto de Penny.
Ambas as coisas são difíceis, muito mais difícil do que deveria ser.
CAPÍTULO 15
Chego no Mercado de Chelsea uns minutos depois das dez, mas Penny não está em nenhum lugar. Dou
uma volta no complexo industrial readaptado, que uma vez foi o lar das padarias produtoras de bolachas Oreo,
mas que agora contém dúzias de lojas gourmets e restaurantes. Preocupa-me que Penny poderia estar
esperando em uma das outras padarias, que também são boas, embora não dê para gastar facilmente mil
dólares, mas não está por nenhuma parte.
Estou a ponto de enviar uma mensagem de texto e perguntar se precisa de instruções quando meu
telefone vibra. Olho para a tela, esperando uma mensagem de Penny, dizendo que está a caminho, mas vejo o
nome de Sheila em seu lugar.
OH, Meu deus, Bash, ela é divina! Tão doce e graciosa, como a mais encantadora figura. E esses olhos! Gah!
Juro que poderiam derreter cuecas a cinquenta passos de distância. Não acha?
Aparece um emoticon de uma cara sorridente com corações onde seus olhos deveriam estar, me fazendo
franzir o cenho ainda mais inclusive antes que o resto da mensagem da Sheila chegue.
Conseguimos para ela quatro ASSOMBROSOS trajes incríveis e dei seu desconto usual, então não se
preocupe. Ela vai arrasar nesse casamento. E só no caso de havê-la interpretado mal e ela de fato gostar de
outras mulheres e não estiver em uma relação séria, poderia por favor, por favor, por favor dar a ela meu
número? Jamais pediria se ela fosse uma de suas clientes, mas já que é só uma amiga e empregada a quem
está ajudando como um favor...
Diga se estou cruzando os limites porque seu negócio sempre é minha prioridade número um, mas,
maldição, Bash, essa garota é incrível.
Um emoticon de outra cara sorridente, desta vez com sua língua de fora, aparece, inspirando em mim uma
confusa mescla de irritação e... Ciúmes.
Surpreso, dou uma olhada mais perto à esverdeada emoção cheirando a enxofre formando redemoinhos
em meu peito.
Sim. É ciúmes, uma emoção que não tem lugar em minha relação com Penny ou Sheila, sobretudo já que
não tenho ideia se Penny caminha nessa direção em particular.
Claro, pareceu bastante animada ao me beijar na noite anterior, mas isso foi só prática para enganar a seu
adulador ex-noivo e admitiu em sua mensagem que sua reação era um resultado de privação do contato
humano, não de atração significativa. E mesmo que ela goste de homens no quarto, isso não significa
automaticamente que não poderia desfrutar também de mulheres. Para um montão de mulheres, a
sexualidade pode ser uma coisa fluída e Penny poderia estar muito bem entre elas, sobretudo quando uma
mulher como Sheila é o par potencial em questão.
Sheila é uma ruiva elegante de um metro e setenta e nove, com uma pele de alabastro, olhos azuis como o
céu e um sorriso contagioso, que parece como se ela estivesse caminhando por um jardim de ervas ao invés de
uma cidade tumultuada. Também acontece que é tão formosa por dentro como por fora, e até este preciso
momento, teria insistido em que era impossível que ela inspirasse uma emoção negativa em alguém,
especialmente em mim.
Mas necessito de uma surpreendente quantidade de força de vontade de minha parte para responder com
um cortês:
Não se preocupe, nenhum limite foi cruzado. Obrigado por dar uma mão.
Não estou seguro se gosta de outras mulheres, mas se pedir seu número, me assegurarei que o consiga.
Bato em enviar com os dentes apertados. Minha mandíbula ainda está apertada quando meu telefone
começa a soar. Esta vez é Penny.
— Então, ouvi que você foi às compras sem mim — digo como meio de saudação, sem me surpreender ao
soar mal-humorado.
Estou de mau humor. Claro, estava um pouco nervoso sobre como seria fazer compras com Penny depois
do desconforto da noite anterior, mas mesmo assim não gosto de ser deixado de lado.
— Não considero fácil fazer isso sem ter ideia do que você vai vestir. Eu entendo que você acha esse
conceito de roupa tola, mas é uma parte importante do que faço.
— Não acho isso tolo. Sei que é importante. Mas sei que confia em Sheila, então me assegurei que ela
aprovasse cada traje. Estive lá por mais de uma hora.
Resmungo.
— Teria feito você provar saias por uma hora. Não teríamos provado ainda os vestidos, sem mencionar
sapatos e acessórios.
— Oh, bem. — diz, ficando em um silêncio por um momento — Bom, não fui tão minuciosa, mas provei
tudo na loja que era do meu tamanho. E Sheila escolheu os acessórios e sapatos. Foi tão doce e prestativa.
— Tenho certeza que foi. — resmungo sob minha respiração, imaginando Sheila adulando a "figura
encantadora" de Penny, não gostando dessa imagem que se formou em minha mente nem um pouquinho —
Pelo menos tirou fotografias? Para eu poder ver na paleta de cores o que preciso colocar na mala?
— Sim, falo. — respondo, zangando — É importante que combinemos, mas sem harmonizar muito. Há uma
ciência para isto, Penelope.
— Estou começando a entender. — diz, seu tom ainda completamente despreocupado para meu gosto.
18
Enclothed cognition: conocimiento/cognición da roupa é a influência sistemática que a roupa que escolhemos vestir
cada dia tem sobre nossos processos psicológicos.
— Enviarei as fotografias assim que chegar em casa. — diz, antes de acrescentar em uma voz mais suave —
Sinto muito. Não era minha intenção causar problemas. Só estava tentando ajudar.
Passando uma mão por meu cabelo, me amaldiçoo em silêncio por fazer as coisas incômodas de novo.
— Sei, e essa é uma parte do por que é tão bom no que faz. — diz — Devia ter me dado conta que você
não gostaria que esteja tirando você da sua rotina. Prometo que não acontecerá outra vez. Daqui em diante,
você manda. Já ia ligar e reservar uma passagem de trem para que assim não tenha que dirigir para Hamptons
ida e de volta, mas eu...
— De fato, essa é uma grande ideia. — interrompo, minhas rodas já estão girando — Se pegarmos o trem,
serei capaz de me concentrar em te perguntar nossa história romântica a fundo em lugar de lutar com o
tráfego.
— OH. — Soa surpreendida e talvez um pouco nervosa — Bom, genial. Então reservarei dois bilhetes
quando chegar em casa.
— É obvio. — diz. — Eu não estive em casa desde o verão em que tudo aconteceu. E apenas entrei em
contato com minha mãe para programar a visita de Edna e Francis. Todos em Southampton sabem que estive
vivendo na cidade, assim não saberão de nenhum detalhe que possa entrar em conflito com sua história. — Ela
ri, o som momentaneamente abafado pela batida de um martelo pneumático perfurando o pavimento. Ela
levanta a voz para ser ouvida sobre o ruído, — Eu poderia estar namorando com todo o Thunder Trenton para
eles.
— Trenton Thunder? — Saio para o ar fresco da primavera a tempo para escutar o mesmo som de martelo
do outro lado do telefone antes de cortar abruptamente. Olho a rua em ambas as direções, me perguntando se
poderia me encontrar com Penny depois de tudo isso.
— Equipe de beisebol da liga inferior dos Yankees. — diz — Tive um namorado na universidade que foi
recrutado por eles.
— Não se subestime, bonita. Você é especial demais para as ligas menores. — digo, localizando o coque
solto de Penny ricocheteando sobre sua cabeça do outro lado da rua. Está usando leggings, uma camiseta sem
mangas de cor vermelha brilhante e carrega um saco de roupas leva trajes, uma bolsa imensa, e três sacos da
Swanky Boutique.
Estou a caminho de cruzar a rua para oferecer ajuda e levar a bota de cano longo de sua viagem de
compras quando ri e congelo.
— Obrigada, Bash. — Um sorriso doce, vulnerável, ilumina seu rosto — Mas advirto, se continuar dizendo
coisas como essa, poderia começar a acreditar.
— Deveria acreditar. — digo brandamente, sem querer ser visto. Não quero que saiba que estou aqui.
Parece uma violação de sua privacidade observá-la sem seu conhecimento, mas não consigo olhar para longe.
Há alguma coisa sobre esse sorriso, algo que me faz querer mantê-lo em seu rosto. — Chegue a salvo em casa
docinho, e falarei contigo logo.
— Está bem. Até mais tarde. — Ela termina a chamada e deixa cair o telefone de novo em sua bolsa, seu
sorriso ampliando muito mais à medida que inclina sua cabeça para trás para ver o céu.
A expressão provoca cãibras em meu estômago por razões que não têm nada a ver com o fato de que
ainda tenho que tomar um segundo café da manhã.
Nunca antes falhei com uma cliente e nunca me interessei muito por isso (sempre estive seguro de minha
habilidade para cumprir meu objetivo) mas de repente estou preocupado. E se algo sai errado? E se nossa falta
de tempo de preparação se volta e nos morde no traseiro?
Geralmente, reembolsaria seu pagamento (a política da Magnificent Bastard Consulting sempre foi a
satisfação garantida ou o retorno de seu dinheiro), mas Penny não me pagou nem um centavo. E isto se trata
de algo muito mais importante que o dinheiro. Isto se trata de retornar uma mulher cálida e divertida à terra
dos vivos, sobre assegurar a Penny que não há nenhum motivo para que passe outro dia enterrada em seu
apartamento escondida do mundo.
Se fracasso em entregar o fechamento que precisa para que isso aconteça, vou me arrepender durante
muito, muito tempo.
Enquanto Penny se afasta, fico parado nas sombras da entrada do Mercado Chelsea, vendo até que ela vira
a esquina e desaparece de minha vista, e minha infame confiança é sacudida por um sorriso.
CAPÍTULO 16
Dos arquivos do correio eletrônico do Sebastian "Bash" Prince e Penny Pickett.
De: Penny4YourLobsterPot
Para: MagnificentBastard1
Pensei em deixar umas linhas para te fazer saber que sou, ao que parece, a mulher mais afortunada do
mundo. Estava hoje fora, processando o caso de Mitzy Stevens, que por certo, deu a ambos uma gorjeta MUITO
boa, quando ela se sentiu obrigada a me dar uma conferência de vinte minutos sobre a sorte que tinha de ser
sua "noiva".
De acordo com Mitzy, é um em um milhão, uma mescla única de cérebro, músculos, coração e
singularmente antebraços magníficos que não têm igual no mundo. Fui advertida que se for estúpida o
suficiente para arruinar as coisas contigo, vou me arrepender pelo resto de minha vida e provavelmente terei
que me submeter a uma terapia extensa.
Agradeci a Mitzy profusamente, e jurei que era muito consciente do tesouro que tinha e a suficiente
fortuna de poder te chamar de meu.
Pensei que tínhamos terminado com as coisas incômodas, mas logo se lançou a outra conferência de vinte
minutos sobre como descobrir (e cumprir!) suas fantasias sexuais mais selvagens.
Ruborizei com tanta força que todo meu corpo ficou vermelho.
Se for possível, estou planejando me assegurar que nunca mais volte a conseguir uma terapeuta sexual
como cliente.
P.S: Também estou bem segura que estava tentando conseguir que dissesse quão grande é.... Debaixo da
cintura. Pretendi despistar, mas esta linha de perguntas ocasionou mais rubor. Estou absolutamente te
culpando por isto.
Pode ser que tenha que pegar um dia de atestado médico para me recuperar.
De: MagnificentBastard1
Para: Penny4YourLobsterPot
Assunto: A mulher mais afortunada do mundo. Pobre de ti.
Precisa que eu vá e esfregue creme de cortisona em seu peito? Posso flexionar meus magníficos
antebraços para você ver enquanto atendo sua arritmia e vamos te ter de volta à normalidade em pouco
tempo.
Seu agradecido chefe,
Bash.
P.S: Ela sem dúvida estava tentando averiguar mais a respeito da situação por debaixo da cintura. Escapei
com o Incrível Bulk intacto.
De: Penny4YourLobsterPot
Para: MagnificentBastard1
Assunto: A mulher mais afortunada do mundo *Cospe o café todo sobre o seu teclado e sua nova blusa*
*Agora está coberta de café quente*
Uma parte de mim quer acreditar que acaba de inventar isso como uma brincadeira, mas na realidade é
assim como o chama, certo? Nomeou suas partes masculinas pelo alter ego e a fúria de Bruce Banner.
Mensagem de Bash: O Incrível Bulk nem se alterou por sua brincadeira. E não, nenhuma parte dele é de
cor verde.
Mas as mulheres o amam quando está zangado...
Bash: Covarde...
CAPÍTULO 17
E de volta à minha casa, a história de meu romance com Penny me ocorre com inesperada facilidade.
Normalmente, esta é a parte difícil (sou muito mais hábil em desempenhar o papel que de escrever o
roteiro), mas dois anos trabalhando com Penny me deu uma janela para sua personalidade que nunca tive com
outra cliente. Sei o que a faz rir, o que a faz se assustar e o que faz que se tornar mais suave. E possivelmente o
mais importante: sei quão improvável seria para ela encontrar o Homem Perfeito enquanto explora "ser ermitã
em tempo integral".
Quais são as probabilidades de que o homem perfeito a escolhesse entre as mais de cem candidatas para
ajudá-lo a começar seu novo negócio? Certamente foi o destino que nos uniu, ou isso diremos a qualquer um
que pergunte.
Escrevo as últimas linhas do roteiro com um sorriso, faço uma revisão rápida (a quem importa se houver
enganos de caligrafia, Penny sabe que sou tão disléxico como brilhante) e o envio rapidamente ao Interwebs.
Penny já enviou as fotos de seu guarda-roupa que vai usar e eu vou fazer as malas.
Satisfeito com as escolhas de Sheila para Penny e com as minhas próprias e o sólido trabalho de ficção
romântica, não me preocupo quando minha caixa de entrada ainda está vazia uma hora depois. Lembro que
Penny também tem que fazer as malas, possivelmente não teve tempo para checar seu e-mail e tiro essa
preocupação de minha cabeça.
Duas horas mais tarde, acabei que fazer a mala e limpei o apartamento, mas ainda não tenho resposta de
Penny assim vou correr para ajudar a concentrar meus pensamentos no trabalho que tenho por diante. Três
horas mais tarde, depois de ter utilizado os pesos, ter passado por um tortuoso turno de quinze minutos de
abdominais e tomar banho, entro na cozinha descalço e com uma toalha enrolada na cintura para tomar água
de coco. Quando saio, pego meu telefone do balcão e atualizo meu e-mail.
Mmmm...
Estou a ponto de enviar uma mensagem, só para me assegurar que recebeu o roteiro quando meu telefone
soa e uma mensagem do Penny aparece...
Bom, você sabe que estive durante dois anos tentando te conseguir uma caixa postal? Para que assim, a
informação de contato no boletim não tenha que ter seu endereço residencial.
Deveria ter me escutado. Ela falou. Desse modo não teria mulheres estranhas aparecendo em sua porta
inesperadamente ... Antes que pudesse responder, uma voz familiar chama do outro lado de minha porta
principal...
— Possivelmente também queira registrar uma queixa contra seu porteiro. Me deixou entrar embora não
estivesse em sua lista aprovada de convidados.
— Penny?
Por um momento, debato entre correr de volta ao meu quarto para pôr um pouco de roupa, mas minha
curiosidade tira o melhor de mim. Além disso, a toalha me cobre muito mais que o short que usei para correr, e
a pessoa que aparece sem avisar deveria estar preparada para a possibilidade da outra pessoa abrir a porta
seminua.
— Só um segundo. — grito, apertando a toalha de algodão egípcio ainda mais ao redor de minha cintura e
deixando a água de volta na geladeira.
— Obrigada. — diz Penny. Sua voz ainda abafada, mas juro que posso escutar um pingo de ansiedade em
seu tom. — Quero dizer, em defesa do Bob, que disse que não era uma serial killer, mas isso é o que
provavelmente uma serial killer diria. Sabe? Para despistá-lo antes de se arrastar até aqui em cima para te
matar.
— Acredita nisso? — Abro a porta, meu sorriso desaparecendo de minha cara quando vejo Penny de pé em
meu tapete de boas-vindas vestida com uma camiseta marrom ajustada e uma larga e vaporosa saia branca ao
redor de seus tornozelos enquanto passa uma brisa da janela aberta para o final do corredor.
Minha boca fica seca e estou seguro que minha fisionomia mostra o quão incrível ela está, isso se nota em
minha cara, muito. Mas felizmente, não parece interessada em nada por cima de meu pescoço. Seus grandes
olhos marrons estão fixados em meu peito nu, abrindo ainda mais à medida que se deslizam por meu abdômen
até à toalha atada ao redor de meus quadris.
Silenciosamente, agradeço a meu intenso instrutor de treinamento bissemanal por manter meu corpo em
um estado digno de fazê-la babar. Nada pode acontecer entre Penny e eu, mas isso não vai me impedir de
desfrutar da expressão faminta em seu rosto.
Merda.
Conforme seus olhos me devoram, suas bochechas ficam avermelhas e seus lábios se abrem o suficiente
para deslizar um dedo dentro de sua bonita boca...
Tudo o que quero fazer é empurrá-la pela entrada, pressionar suas costas contra a parede e beijá-la até
que nossos lábios inchem. Em troca, me movo para trás da porta e pergunto.
— Então, está aqui para me matar? — Sacode sua cabeça e diz secamente:
Com um esforço óbvio, seu olhar passa de meu peito para minha cara.
— Mas estou aqui para confrontá-lo com algumas provas. — Procura em sua bolsa, pega uma pasta,
tirando uma pequena pilha de papéis — Posso entrar?
— Claro. — Aceno para a sala — Quer sentar no sofá enquanto coloco uma roupa?
— Não, assim está bem. Não tomará muito tempo. — Deixa sua bolsa na mesa da entrada à medida que
passa a meu lado, deixando uma essência de lavanda e algo mais especial que nunca senti antes. É defumado,
proibido e sexy, fazendo com que fosse impossível manter meus olhos afastados de seu traseiro. — Vamos à
Prova A.
Avanço até me deter a seu lado, lamentando firmemente minha decisão de atender à porta nesta toalha.
Só sentir o calor de seu corpo esquentando o ar a meu lado é suficiente para me deixar duro. A não ser que faça
um sério esforço para me concentrar em algo mais do quão irresistível é tê-la ao meu lado, terei gozado antes
que possa leva-la de volta à porta.
— O que é a Prova A? — Concentro-me com toda minha vontade na folha de papel. Depois de um
momento, me dou conta que é uma impressão da história de amor que redigi antes, com quase toda a página
sublinhada em amarelo.
— Nossa história de amor. — Assinala com um elegante dedo na parte de acima da página. — Você
percebe que tudo isso é verdade?
Franzo ainda mais a testa.
— Sei. Fiz isso de propósito. Quanto mais perto ficarmos da história real, menos mentiras teremos que
contar. — Encolho os ombros — E as melhores mentiras são sempre as que têm um pingo de verdade em
algum lugar. É o que faz com que sejam fáceis de acreditar.
— Isto não é um pingo de verdade. É quase a bolsa inteira. — diz, seguindo antes que possa argumentar
ainda mais meu caso — Nos conhecemos por Internet, enviamos dúzias de mensagens ao dia e falamos por
telefone mais do que a maioria dos casais que estão saindo.
— Também me deu acesso à sua conta do LetsGoLove, como diz aqui. E te assegurou que soubesse quão
decepcionado estava com a maioria das mulheres com as quais esteve saindo. — Inclinou sua cabeça para trás,
me estudando com uma intensidade que me faz sentir mais nu do que já estou — E, embora nunca o disse com
tantas palavras antes de hoje, sou bastante boa lendo entrelinhas. Sei que dormir com a metade das mulheres
de Manhattan está te aborrecendo e que secretamente deseja que houvesse alguém especial em sua vida.
Minha garganta aperta e tenho que lutar para respirar. Santa merda.
Penny pensa que essa merda muito sensível que escrevi é algum tipo de confissão? Pensa que estou
secretamente apaixonado por ela e esta é a maneira que escolhi me declarar?
Se for assim, que demônios vou fazer com isso? Preocupei-me com Penny por muito tempo e a desejei no
momento em que a conheci em pessoa, mas isso é tudo o que é: amizade, com um montão de ajuda de atração
física. Não sei se sou capaz de me apaixonar de novo, mas se for, estou seguro pra caralho que não vai ser
assim.
Mas como digo isso sem romper seu suave e claramente romântico coração?
CAPÍTULO 18
— O que me leva a pensar na Prova B. — Penny continua com sua apresentação da suposta evidência,
inconsciente de minha agitação interna.
Com um estridente som ao passar as pontas das unhas, coloca quatro folhas mais na mesa uma junto à
outra, em seguida da primeira.
— Estes foram tirados de nossos e-mails e arquivos de texto dos últimos dez meses. Se folhear através das
seções ressaltadas, verá que a insinuação é bem descontrolada.
Certamente, não estou ruborizado. Não ruborizei desde o quinto ano, quando Jennifer Pruitt e eu nos
beijamos pela primeira vez na quadra, e contou a todos que olhavam atrás do tobogã que eu tinha bafo de taco
podre.
— Sim, Bash. — disse Penny, elevando seu olhar ao teto — É como uma paquera normal, mas com mais
menção ao seu potencialmente pênis verde.
Uma risada inesperada me faz contrair o estômago tão forte que minha toalha escorrega livremente.
Consigo pegá-la a tempo. O calor ardendo em meu rosto se estende para baixo pelo meu pescoço em chamas
enquanto prendo o tecido de novo com firmeza ao redor de meu quadril.
— Não estou certo de estar de acordo com isso, Penny. — E já não estou mais certo do que é isto, uma
declaração de amor ou um anúncio de que planeja me processar por perseguição sexual, mas estou certamente
consciente de cada uma de suas palavras — Mas desejaria realmente saber para onde isto vai.
Ela assente, suas próprias bochechas mais rosadas do que quando apareceu em minha porta.
— Estou chegando a isso, mas primeiro, Prova C. — Tomando uma profunda respiração, coloca sua última
folha de papel sobre a mesa com a mão trêmula — Este é o tempo que passou desde que estive, hum... Com
alguém.
— Já sabe. — Riscou um círculo com a mão no ar, suas bochechas ficando tão vermelhas que começa a
parecer uma criatura de desenhos animados — Smphx.
— Perdão?
— Smphx. — balbucia, antes de responder a minha sacudida de cabeça com — Sexo, Bash! Esse é o tempo
que passou desde que tive sexo.
— Quase três anos. — confirma estremecendo de dor. — A última vez foi com o Phillip e não posso acabar
esta sensação de que no segundo em que seus olhos pousarem em mim, saberá que ainda não me recuperei,
nem pensei em me apaixonar por outra pessoa.
Pisco, ainda tendo problemas para acreditar nesse número que ela expôs.
— Então, é sério que não esteve com ninguém recentemente? Nem uma aventura de uma noite? Algum
agradável hipster que seduziu em algum café da manhã tardio bebendo Bloody Mary e o levou para casa para
uma rapidinha?
— Não, Bash, não fiz. Acredite que se tivesse tropeçado e caído sobre um pênis, inclusive o pênis de um
hipster, eu recordaria. Fui um monge, Phillip vai me dar uma olhada e verá isso escrito na minha cara.
— Não, ele não saberá. — Franzo a testa enquanto dou uma olhada completa, decidindo silenciosamente
que ela está aguentando bem pra caralho. Se não tivesse sexo em quase três anos, estaria tremendo em
alguma esquina, me masturbando e chorando em um ninho que teria armado com uma pilha de velhas revistas
Playboy e minhas próprias lágrimas.
— Sim, saberá. Quando me olho no espelho, eu posso ver. — Ela golpeia um polegar no meio de seu peito
— Não me vejo como alguém que esteve deitando na cama com um maravilhoso homem. A maior ação que
estou tendo é forçar meu gato a se aconchegar comigo antes de dormir.
— Exato! Nem tive ação com um gato, muito menos ação com o Incrível Bulk.
— Merda, Penny. — Passo minha mão através do meu cabelo à medida que meu pulso começa a bater
mais forte, mais rápido — Está pedindo o que penso que está pedindo?
— Antes que diga não, pense nisso. — Ela se aproxima, inundando minha cabeça com seu perfume, aquele
que me deixa louco desde o primeiro segundo que atinge meu nariz. — Lembra do e-mail da Mitzy? A
terapeuta sexual?
Assinto muito surpreso com a guarda baixa para ter alguma ideia de onde quer chegar com isso.
— Bom, fui sua cliente por quase três meses e claramente não tinha ideia do tamanho de... Certas coisas.
— para, baixando seus olhos de maneira intencional em minha toalha e voltando a subir de novo, apenas o seu
olhar é o necessário para me fazer doer. — Mas estamos em uma sessão, Bash, e já sei. — Sua língua desliza
para umedecer seu lábio inferior, fazendo que meu batimento cardíaco dispare a toda velocidade — Quando
nos beijamos ontem à noite... Bom, só digamos que foi algo difícil de evitar.
— No momento, expliquei isso como uma reação natural inevitável. — continua — Mas depois de ler a
história de fundo que me enviou e repassar nossos e-mails, ficou claro para mim que isto é algo mais.
— Algo mais? — Sacudo minha cabeça, ficando mais confuso do que já estive. Se tem uma coisa que
aprendi em todos meus anos de entrevistas, é nunca saltar às conclusões com uma mulher, especialmente se
ela está falando de sexo.
— Nos sentimos atraídos um pelo outro. — Assinala entre nós, seu rosto outra vez à beira do carmesim. —
Mas também somos amigos e colegas de trabalho, assim ambos sabemos que a atração nunca será algo mais. O
que me leva ao por que o que estou propondo tem perfeito sentido.
— Oh, pare. Não se faça de bobo. — sopra, provando que não é tola — Está farto de foder estranhas
anônimas e eu estou farta de não foder ninguém. Nenhum de nós está perseguindo o amor, mas isso não
significa que temos que ser celibatários ou estar tristes enquanto esperamos encontrar essa pessoa perfeita.
Enquanto estamos nisto com os olhos abertos, podemos...
— Bom, deixe me ver se entendi. — interrompo, precisando estar totalmente seguro de que a estou
entendendo — Está dizendo que quer que sejamos amigos com benefícios?
— Bom, sim. Eu acho que sim. Mas dito dessa forma soa tão frio E... Eficiente. Não tem que ser assim.
— Oh, mas é o que é. — Coloco uma mão na mesa à sua direita antes de lenta e deliberadamente por a
outra na mesa à sua esquerda, a prendendo no círculo de meus braços. — Se quiser foder, eu certamente,
posso ajudá-la. — Inclino mais perto, até que posso sentir sua respiração cada vez mais agitada esquentando
meus lábios — Ficaria feliz de te despir exatamente aqui. Te colocar sobre esta mesa e te foder até que goze
tão forte que veja Jesus.
— Sou judia. — murmura, respirando com dificuldade — Ou ao menos, fui criada como judia.
— Mesmo assim, seria uma foda épica. — Continuo, meu pau ergue debaixo da toalha a medida que
imagino escorregando os dedos debaixo da saia de Penny, empurrando sua calcinha para o lado e deslizando
meus dedos dentro dela, onde estou bastante certo que já está molhada para mim — Farei de você, uma
crente com os poderes sagrados prazerosos do meu pau.
— Amém. — sussurra.
Em qualquer outro momento, teria rido da brincadeira, mas agora preciso que entenda que é sério.
— Mas isso é tudo o que será Penny. Iremos foder, nos faremos gozar e daremos prazer um ao outro até
que um de nós diga que não é divertido. E quando terminar, isso é tudo. Simplesmente terminará. Sem dano,
sem emoções confusas nem nada que arruíne esta boa relação que temos. Porque eu não posso permitir isso.
E não estou seguro de ser capaz de ter algo mais do que uma relação física.
Se apaixonar por mim seria tão ruim para você como quando se apaixonou por essa úlcera andante na
boca com a qual sua mãe está prestes a se casar.
Por um segundo, quase confesso a feia verdade em voz alta, só para me assegurar que ela sabe no que
poderia estar se metendo, mas Penny já está assentindo.
— Certo! Manteremos casual. Podemos fazer o que escreveu no roteiro. Redigimos um contrato
prometendo que quando as coisas acabarem você não me despedirá e eu não renunciarei, ao menos não sem
buscar uma substituta para que você escolha, e estamos preparados para continuar. — Inclina o queixo para
trás, me deixando intensamente consciente de quão perto estão seus lábios dos meus — Mas em lugar de nos
apaixonar como escreveu em sua história, passaremos muito bem e deixaremos que termine quando tiver que
terminar. Já sabemos que podemos trabalhar perfeitamente bem juntos sem compartilhar o mesmo espaço
físico. Fizemos isso por dois anos. Então, se for estranho por um tempo depois de terminarem as coisas,
simplesmente podemos voltar para as mensagens de texto e os e-mails até que já não seja estranho.
Meus lábios separam, mas antes de poder lembrar o grande vazio que isso deixaria nas vidas de ambos
(sério falamos mais frequentemente que alguns casais casados) ela está se apressando a dizer:
— Mas de verdade não acredito que ficará estranho. Conheço você, Bash. Sei que não sou o tipo de garota
pela qual se apaixonaria e não sou tão boba para pensar que algo físico entre nós poderia se transformar em
algo mais alguma vez.
Franzo a testa Deveria manter a boca fechada, mas não posso evitar de jogar como advogado do diabo.
— E por que não é o tipo de garota pela qual me apaixonaria? — Inclino minha cabeça mais perto da sua
até que posso cheirar o rastro de açúcar e café em sua respiração e lembro o quão perfeito é foder sua linda
boca com minha língua — É bonita, inteligente, divertida e uma das minhas melhores amigas. Por que qualquer
dessas coisas te impediria de ser a Sra. Prince?
Seus olhos abrem como pratos. Está tão surpresa por minha menção de uma futura Sra. Prince como eu
me sinto (certamente, não tinha intenção de levar as coisas por esse caminho, simplesmente saiu), mas se
recupera rápido.
— Certo. Bom. Se quer saber, mostrarei. — Ela dobra os cotovelos, apoiando as mãos sobre o balão atrás
de seu corpo. Um momento depois está sentando, levando suas pernas ao nível de minha cintura.
Agora está na posição perfeita para que enganche suas pernas curvilíneas em meus quadris e a tome aqui
mesmo na cozinha. Por um momento, à medida que começa a subir sua saia com as mãos, acredito que isso é
exatamente o que tem em mente. Estou a segundos de arrancar a toalha e dar o que está pedindo quando
sacode a cabeça.
— Só observe. — sussurra enquanto sobe mais a saia sobre suas coxas, disparando minha pressão arterial
até o céu com o movimento — Olhe. Não toque.
— Querida, advirto agora mesmo — digo, com a voz rouca —, se decidirmos fazer isto, não sou do tipo que
aceita ordens. Quando estou na cama com uma mulher, pego o controle. Não será diferente contigo.
— Eu já imaginava. — Sua respiração acelera e seus mamilos endurecem atrás de sua camiseta, fazendo
com que seja quase impossível evitar me inclinar a morder um deles. — Essa é uma das razões pela qual quero
isto. Sei que, quando estiver contigo, não haverá lugar em minha cabeça para nada mais. Por fim serei capaz de
esquecer todas as coisas que não quero recordar. Possivelmente inclusive isto. Ao menos por um momento.
Sobe a saia um pouco mais alta do lado direito, mostrando um emplastro azul e cinza tão largo, largo como
meu antebraço. Minha testa enruga, meu cérebro está contrariado enquanto tenta processar a vista conflitiva
da sensual coxa curvilínea de uma mulher nua até o quadril e a tatuagem mais feia que vi alguma vez.
— Não é. — minto à medida que inclino a cabeça a um lado, tratando de adivinhar que demônios é. Vejo
olhos, grandes dentes, e possivelmente... barbatanas? — É único.
— Unicamente horrível. — Sua mão aperta o tecido até que seus nódulos estejam brancos — Os peixes-
boi nem têm presas.
Um peixe-boi. Merda.
Inclusive estando bêbada, que demônios a possuiu para fazer essa gigantesca tatuagem de peixe-boi? E
como qualquer que se chame artista, tatuador ou algo assim, se atreveria a danificar uma coxa tão perfeita se
permitindo pôr uma tatuagem de 45 centímetros de uma mancha com barbatanas? Nunca fiz uma tatuagem,
mas vi Aidan fazer o suficiente para saber que esta quantidade de trabalho em uma só noite deve ter doído
demais.
De repente, a tristeza enche meu peito, se transforma em ira e tenho uma fantasia muito vivida golpeando
a cara do homem que fez isto a Penny.
Repetidas vezes.
— É tão grande, escura que não há forma de cobri-la e os lasers só iriam descolorir. O consultor com o que
falei disse que a cor está muito profunda em minha pele para poder ser uma boa candidata para a remoção —
continua Penny com voz derrotada —, então, vai estar aí pelo resto de minha vida, me recordando quão idiota
sou e fazendo com que cada homem que a veja se pergunte que demônios há de errado comigo.
— Pare. — Embalo seu rosto com minhas mãos, meus dedos enterrando brandamente em seu queixo até
que ela levanta o olhar para a mim — Não é idiota e não há nada de errado com você. Teve uma má noite. Isso
é tudo. Uma noite.
— Eu sei. — diz brandamente — E poderia ter sido muito pior. Podia ter me afogado. Ou essa outra
mulher podia ter morrido. Mas essa só é parte da razão pela qual dói ver esta estúpida coisa. Cada dia esta
mancha me lembra do quão perto estive de perder tudo naquele dia, tudo porque alguém que amava não era
quem pensava que era.
Seus lábios tremem, mas seus olhos permanecem claros e secos quando acrescenta:
— E essa é a razão pela qual não pode se apaixonar por alguém como eu. Quando se apaixonar, será por
uma linda mulher forte e maravilhosa que vai ser tão magnífica como você é. Não será por uma garota que teve
tanto medo de explicar sua estúpida tatuagem que fugiu de cada encontro do LetsGoLove ao qual concordou
em ir nos últimos trinta e dois meses.
Meus dedos deslizam em seu cabelo, embalando sua cabeça, desejando poder alcançar seu cérebro,
encontrar esses horrendos pensamentos que impedem de ver quão fantástica é, e jogá-los no lixo.
— Mas está tudo bem — diz com seus lábios se curvando em um sorriso trêmulo — Não estou
procurando amor. Só quero estar perto de alguém outra vez. Alguém em quem confio, alguém que estou certa
que não rirá nem me ridicularizará ao ver o Senhor Bigodes.
Sorrio, sacudindo minha cabeça com afeto enquanto minhas mãos deslizam livres de seu cabelo.
— Um homem com um Incrível Bulk não tem direito de jogar pedras, Prince.
Um sorriso toma um sério lugar em meu rosto, me aproximo mais, me movendo entre suas pernas,
amando a forma em que fica sem respiração quando minhas mãos descansam em seus quadris.
E ficando ainda mais volumoso em cada momento à medida que imagino quão maravilhoso vai ser sentir
ter o corpo curvilíneo de Penny debaixo de mim. Vou deixá-la louca, mostrar todas as formas que posso fazê-la
esquecer de Phillip, do Senhor Bigodes e todo o resto que esteja infestando sua bela mente.
— Não admitirei nada. — diz, seus seios arquem mais perto de meu peito quando inclina sua cabeça para
trás — Vou reservar meu julgamento até que o Sr. Bulk e eu tenhamos sido apresentados apropriadamente. O
que não vai acontecer esta tarde.
Antes de poder enganchar meus dedos na parte posterior de seus joelhos para mantê-la em seu lugar, ela
deslizou para trás, girou de um lado e saltou do outro lado da mesa.
— Quero que tenha um pouco de tempo para pensar antes de tomar sua decisão. — gira para me ver,
alisando sua saia para baixo sobre suas pernas — Sei que esta é uma grande mudança para o que está
acostumado e não quero que salte a algo do qual se arrependerá simplesmente porque é um viciado em sexo e
eu uma mulher disposta que apareceu na sua porta.
— Não sou um viciado em sexo. — Contorno a mesa até ela — E não preciso de tempo para pensar.
— Sim, precisa. — responde, caminhando para a porta — E não acredito que o vício em sexo deva ser
descartado. Esqueceu que vi suas mensagens do LetsGoLove?
— Então sabe que as mulheres sempre retornam pedindo mais. — continuo pressionando, meus lábios
curvam em um sorriso. — Não está curiosa, querida? Quer fazer alguma aposta de quantas vezes posso te fazer
gozar antes do jantar?
— Pare Bash. — Agarra sua bolsa da mesa na entrada e a segura contra seu peito como um escudo — É
sério. Não vou me sentir bem com isto se não tiver tempo para...
— Usarei meus dedos a primeira vez. — digo, cortando a distância entre nós — Não posso esperar para ter
minha mão em sua saia e sentir quão molhada está.
Uma expressão quase dolorida cruza seu rosto quando seus ombros colidem com a porta da frente.
— Por favor, o quê? — Pressiono minhas mãos contra a madeira de cada lado de seu rosto, me
assegurando que não haja nenhuma maldita maneira de que escape — Está molhada, certo? — sussurro, meus
lábios a escassos centímetros dos seus — Molhada. Para mim. E nem te beijei ainda.
— Pare, Bash. — Sua respiração está entrecortada enquanto suas pálpebras se fecham — Você é mau.
— Não sou mau, querida, sou muito, muito bom. — prometo, meu pau está tão duro que está apontando
diretamente para Penny, um míssil em busca de boceta e pronto para disparar. — E vou provar isso primeiro,
vou te beijar até que não possa ficar em pé, logo vou te levar para o meu quarto e vou tomá-la de todas as
formas com as quais estive sonhando.
— Esteve sonhando comigo? — Seus olhos abrem ligeiramente, seu olhar assombrado conecta com o
meu, me desequilibrando por um momento — Sério?
Limpo minha garganta, batalhando mentalmente por uma resposta que não diga muito, mas nada de meu
material usual serve para este momento em particular ou para esta mulher.
— Está bem. — diz, claramente vendo meu desconforto — Também estive sonhando com você. E só estive
dormindo metade do tempo.
Levanta sua mão, as pontas dos seus dedos tocando o centro de meu peito à medida que continua com
uma voz suave e sensual:
— A outra metade estive muito acordada, me dizendo quão ruim era fantasiar com meu chefe, meu amigo,
mas não pude evitar. — Seus dedos viajam por meu peito para meu estômago, se aproximando o suficiente do
meu pênis que sacode sob o tecido e uma rajada de luxúria quase dolorosa aperta minhas bolas — ontem à
noite, tive que me tocar. Fechei meus olhos e fingi que meus dedos eram você dentro de mim e gozei tão forte
que pensei que ia morrer.
— Deus, Penny. — Agora é minha vez de lutar para respirar. Apoio mais peso sobre minhas mãos, lutando
por mais controle — Quero vê-la. Quero ver como se toca e saber que vou estar dentro de você quando gozar.
Quero colocar seus dedos molhados em minha boca e sugá-los até que estejam secos enquanto monta o meu
pau.
Seus dedos se envolvem por cima da borda da minha toalha, a poucos centímetros do meu pau duro como
uma rocha, fazendo com que exale um gemido baixo do fundo da minha garganta.
— Eu quero ficar e quero que me demonstre quão incrível é porque sei que será maravilhoso .... Mas
tenho que ir. Preciso que pense nisto, Bash, realmente pense e tome uma decisão quando estiver são. Eu me
importo muito com você para tirar vantagem deste momento.
Apesar da dolorosa pressão se construindo na parte baixa do meu corpo, as palavras são tão inesperadas
que não posso evitar rir. Sorrio para seu doce rosto.
— Sou seu chefe, inclusive sete anos mais velho, e tipo cem vezes mais experiente que você, Penny. A
maioria das pessoas diria que sou eu que estou me aproveitando de você.
— A maioria das pessoas não o conhece da forma em que eu o conheço. — levanta nas pontas dos pés,
plantando um beijo em minha bochecha antes de sussurrar em minha orelha — Irei vê-lo amanhã. Minha mala
não vai se empacotar sozinha.
Sentindo-me estranhamente exposto e não de uma forma que gosto, troco o peso sobre meus pés, me
afasto da porta e da mulher em frente a ela.
— Não estou zangado — digo em uma voz tensa — Honestamente, não estou certo do que estou sentindo
neste momento, mas não estou zangado. — Forço um sorriso — Precisaria mais do que um caso de bolas azuis
para que eu me zangue com você.
— Bem. — Seus lábios pressionam.— Eu lamento isso. Mas não está sozinho nessa. Vou sofrer o caminho
todo para casa.
— Então, tem certeza que não quer ficar? — pergunto embora saiba que não o fará, e não me surpreende
quando abre a porta.
— Não posso — entra no corredor —, depois de todas as coisas más, prometi não machucar mais
ninguém se puder evitar. Sei que sou importante para fazer com que sua vida corra pacificamente. Se decidir
que não quer arriscar isso, vou entender e as coisas podem voltar ao que eram antes.
— Está bem. — Deixando que meu olhar a percorra, memorizando a beleza que se vê com a luz da janela
atrás de mim refletindo em seus olhos — Nos vemos em breve.
— Nos vemos. — repete antes de caminhar pelo corredor. Vejo-a partir, sabendo no fundo de minhas
vísceras que é muito tarde para voltar atrás.
Se não superarmos isto, não vou ser capaz de escutar sua voz pelo telefone ou ler uma das mensagens que
me escreva sem pensar nesta tarde, quando estive tão perto de estar dentro dela. Quando esteve de pé no
círculo de meus braços, me dando tudo o que tem de bom, me deixando louco com cada palavra que saiu de
sua boca, fazendo que me sinta tão desesperado por ela que minhas bolas parecem como se fossem explodir.
Honrarei seu pedido por um tempo, mas minha decisão já foi tomada.
Vou tê-la. Vou tê-la nua na minha cama, estremecendo debaixo de mim, gritando meu nome enquanto a
fodo em seu primeiro orgasmo tão negligenciado há três longos anos.
Já não há mais perguntas de “se” seremos amantes. Só,
CAPÍTULO 19
Dos arquivos do correio eletrônico de Sebastian "Bash" Prince e Penny Pickett.
De: MagnificentBastard1
Para: Penny4YourLobsterPot
Assunto: Quer perder seu trabalho?
Assuma que quer ou não teria me mostrado o sorvete de caramelo crocante do Ample Valley Creamery.
Cinco dias depois, comi cinco potes e agora mesmo estou saindo para fazer outra viagem à loja e me abastecer
de minha droga predileta.
A este ritmo, terei uma barriga de sorvete antes que este mês termine e terei acabado com minha carreira
até primeiro de janeiro.
Isso é algo que deveria ter considerado antes de me enviar esse os cinco sabores mais orgásmicos do
Ample Valley.
Sinceramente,
De: Penny4YourLobsterPot
Para: MagnificentBastard1
Eu sabia! Sabia que não poderia resistir a esta delícia cremosa! Bem-vindo ao meu mundo. Desde que
abriram uma loja na minha rua ganhei dois quilos e meio. Tive que começar a correr para compensar e como
qualquer garota com seios grandes diria, um exercício que envolve saltos é pura agonia.
Não se preocupe por ter um corpo de papai pançudo. Continuará sendo sexy do pescoço para acima ;).
Penny, que confia em sua habilidade de ser magnífico inclusive com uma barriga de sorvete.
Mensagem de Bash: Possivelmente deveríamos ir correr juntos algum dia. Poderíamos nos inspirar
mutuamente...
Penny:: O que consigo com este acordo de correr? Tem alguma parte do seu corpo saltando que vá me
inspirar?
Penny:: OH, já chega. Não tem barriga. É muito maníaco por controle para se deixar levar. Somente
acreditarei nesta baboseira de barriga quando a vir.
Bash: Então vem. Conseguirei um pote extra de Caramelo crocante para você. Podemos comer no sofá
enquanto vemos Late Night Show e pode ver minha barriga crescendo pessoalmente.
Penny: LOL. Há duas pessoas convidadas? É muito tarde para mim. Acabaria adormecendo.
Bash: Mentirosa. Só está decidida a não sair nunca comigo. Aí se vão meus planos para a festa natalina,
irei chamá-la de festa da solidão.
Penny: Acredito que você não gosta de estar sozinho. Isso é o que acredito.
Bash: ...bom, está bem. Suponho que te deixarei partir. Desfrute do resto de seu fim de semana.
Penny: Sinto muito...Estava brincando. Não queria te ofender, eu adoraria celebrar contigo o dia 23, mas
vou ter companhia durante as festividades. Podemos reprogramar para outro dia?
Penny: É sério Bash, sinto muito. Não devia ter dito isso. É mais sobre mim do que sobre você.
Como obviamente já percebeu, não saio muito, mas começarei a fazer isso. Prometo. E quando fizer, será
a primeira pessoa que gostaria de ver. Também acredito que é hora de nos conhecermos pessoalmente.
É um pouco estranho que a pessoa para a qual digo boa noite quase todas as noites é alguém que só vi em
fotos.
Bash: Imagine como é não ter nem ideia de como é a pessoa a qual se diz boa noite... *olhar de lado*
Penny: Bom, está bem! Olhe a foto anexa dos meus pés agora mesmo.
Bash: Boa noite, querida. Mantenha esses dedos quentes. Falamos na segunda-feira.
CAPÍTULO 20
É manhã (logo depois de horas rolando na cama sonhando que estou fodendo Penny em todas as formas
obscenas em que já tive alguma vez uma mulher e algumas outras novas, meu subconsciente acende
especificamente por ela) me dou conta que isto esteve acontecendo por um longo tempo. Um tempo muito
mais longo do que no domingo passado, quando finalmente fixei os olhos em Penny muito mais que em seus
pequenos e adoráveis dedos dos pés.
Inclusive seus dedos são sensuais. Tão sensuais como sua mente perspicaz e a forma em que me faz rir, e
como não teme me atormentar por minhas tolices.
Não sou um estúpido nem o tipo de pessoa que vive a vida com sua cabeça enterrada na areia. Desde
Rachel, estive saltando de relação a curto prazo a relação a curto prazo, mantendo meu investimento
emocional baixo com o objetivo de evitar sair machucado. Poderia não querer enfrentar isso, mas me dei conta
dessa verdade particular faz um tempo. Também estou completamente consciente de que Penny veio encher o
vazio da amizade feminina assim como as conversas até tarde no sofá que Rachel deixou para trás.
Entretanto, o que não me dava conta até ontem, é que a paquera virou minha relação com Penny.
Às 5 da manhã, desisti de dormir, estou em meu computador revisando nossos e-mails, tentando descobrir
com precisão o momento em que nossa amizade deu um giro. Separo várias conversas de uns seis meses atrás
em nossa relação profissional que parecem ser o ponto de inflexão, mas é difícil dizer qual dos dois foi a força
que o impulsionou. Há alguns comentários zombadores por parte de Penny e algumas piadas ligadas com
insinuações da minha parte, mas a partir dai as coisas parecem fluir naturalmente em algo mais.
Se não soubesse de primeira mão que essas mensagens foram entre um chefe e sua assistente, poderiam
facilmente ser lidos como as brincadeiras sensuais de um casal. São praticamente as preliminares. Minha
excitação por Penny esteve na cara através da tela do computador durante meses e nem fazia ideia que em
algum lugar de meu subconsciente estive fantasiando a respeito de como seria tê-la.
Não sou um viciado em sexo, não me envolvo em comportamentos sexuais destrutivos nem perco o
interesse em uma mulher uma vez que a emoção da perseguição terminou, mas claramente há coisas passando
em minha psique das que não estou tão bem informado.
E eu não gosto disso. Maldição, não gosto nem um pouco.
A parte em mim que dá valor a razão, a ordem e ao profissionalismo exige que termine com toda esta
coisa: a intervenção, o plano de foder como amigos, as mensagens, a paquera, ver Penny pessoalmente, tudo
isso. Se ela for seguir sendo minha empregada, então precisamos de uma rápida e imediata volta à calmaria,
mais impessoal e dinâmica, o que tínhamos quando começamos a trabalhar juntos.
Entretanto, meu pênis desfrutou do passeio pela rua das memórias e está mais preparado que nunca para
servir Penny.
O Incrível Bulk se mantém semiereto toda manhã e quando vejo Penny de pé na plataforma da ferrovia de
Long Island, a última coisa que quero fazer é dizer que estará fazendo isto sozinha. Está vestindo um de seus
novos vestidos, um marrom de lycra que chega até os joelhos com babados ao redor da barra que enfatiza suas
curvas, brincos de ouro chamativos e sandálias douradas que mostram seus pequenos e sexys dedos, ela parece
boa o suficiente para devorar.
Estou trabalhando contra uma ereção completa, inclusive antes de estar perto o suficiente para ver o
brilho em seus lábios ou cheirar a intoxicante essência de seu perfume. Ao momento em que esse ligeiro aroma
de limão, açúcar e água salgada golpeia meu nariz, estou arruinado.
— Olá, você chegou! — Ela levanta uma mão desajeitadamente, a ansiedade em seu gesto deixa claro que
não está certa de qual foi o veredito que cheguei durante a noite.
Sob circunstâncias normais, iria querer afugentar seus medos o mais rápido que pudesse, mas graças ao
obrigatório "tempo para pensar" da Penny... Tive tempo para fazer isso. E nem pensei na forma em que
conseguiu complicar algo que deveria ter sido apenas sexo sem amarras.
Assim, ao invés me inclinar e sussurrar que espero não esteja usando sua calcinha favorita porque irei
rasgá-las logo que cheguemos ao nosso vagão privado, a saúdo com uma tranquila inclinação de cabeça e
assinalo para entrar no trem.
— Bom dia. Por alguns poucos minutos, de qualquer maneira. — Ela limpa a garganta.
— Por uns poucos minutos? O que quer dizer por uns poucos minutos?
— Não deveria ter feito isso — sua voz resplandece —, as cabines privadas são muito caras. Estou bem
com um bilhete da classe econômica.
— Bem — digo, ainda sorrindo — , também te reservei um ingresso geral de embarque. Em caso de decidir
que prefere não ir para minha cabine.
Fico indiferente, mas a escuto dizer — Está bem. É obvio. Se preferir viajar sozinho — de uma forma que
deixa claro que ela não está completamente certa de como vai resultar seu plano, faz com que a mentira valha
a pena.
Eu gosto da Penny, e a desejo. Desejo tanto que meu pau já está esticando a parte da frente do meu jeans
escuro, fazendo que esteja agradecido pela proteção da minha maleta ocultadora de ereções. Mas não estou
feliz com a posição em que ela está me colocando. E não me importa se for pouco profissional ou bastardo, de
uma forma que não é magnífica, quero fazer com que sofra pelo menos uns minutos da tortura que suportei
pelas últimas quinze horas.
Na entrada das cabines privadas do trem, onde estão localizados dez luxuosos quartos têm feito com que
viajar de trem seja algo para se pensar seriamente outra vez, uma mulher com um uniforme da Ferrovia de
Long Island, com uma massa de cabelos loiros enrolados acima de sua cabeça, usando batom em excesso, toma
nossos ingressos.
— Obrigado... — Fixo meus olhos na placa de identificação em sua jaqueta, deixando que meu olhar caia
longamente em seu peito tempo suficiente para assegurar que Penny se dê conta —... Patrice. Estou seguro
que me ajudará a fazer a viagem muito cômoda.
— Absolutamente. — Patrice estende a mão para apertar meus bíceps antes de liderar o caminho pelas
escadas do vagão até um surpreendentemente amplo corredor — Para isso estou aqui! Para assegurar que sua
viagem seja tão tranquila quanto possível. Cada cabine está equipada com um telefone que vai direto ao meu
celular, assim estou sempre a apenas uma chamada de distância.
— O que precisar senhor Prince, absolutamente qualquer coisa, só me chame e estarei aqui em um
instante.
— O que poderia precisar? — pergunta Penny docemente à medida que se coloca a minha frente,
chamando a atenção da outra mulher. — Além do champanhe, o que mais vem com a cabine privada?
— Bom, distribuo a comida do vagão restaurante e drinks do bar. Também posso ajudar a organizar o
transporte na sua chegada à estação, reservar excursões com nossa empresa parceira que oferece cruzeiros ao
redor da ilha com degustações de vinho ao pôr-do-sol.
— Oh, bom, isso soa incrível — diz Penny com um suave sorriso, pondo seus olhos em branco timidamente
— Por um momento, pensei que poderia estar falando de sexo. Mas eu me encarregarei disso.
19
Concierge é o profissional responsável por assistir clientes de hotéis, cruzeiros, entre outros, em qualquer pedido que estes
tenham relativos a sua estadia no estabelecimento, ou na viagem.
— É obvio que falava disso sim, mas sério, estou te fazendo um favor. — Os olhos de Penny ficam tão
amplos que quase é divertido e tenho que lutar para conter a risada que se forma em minha garganta — Ele é
muito bom, se é que me entende. — Ela sustenta suas mãos para fora, sua palmas apartadas pelo menos uns
trinta centímetros e articula: Enorme. Sério. Enorme.
Antes que a mandíbula de nossa concierge possa fazer mais que abrir e fechar em comoção, Penny agarrou
um punhado da minha camisa e me lança um duro sorriso por cima de seu ombro.
— Vamos querido?
Assim que a porta se fecha atrás de nós, a pego em meus braços, tentando mostrar que não há nada
melhor do que isso.
CAPÍTULO 21
Nossa bagagem sai voando, derrubando o balde de champanhe no chão, mas não nos preocupamos em
recolhê-lo.
Já tenho as pernas de Penny envolvidas ao redor de minha cintura, sustentando seu delicioso traseiro em
uma mão enquanto tiro a cama dobradiça da parede com a outra. Não estou preocupado com nada, exceto a
rapidez com a qual posso colocar minhas mãos debaixo do vestido de Penny.
— Tem certeza que não quer que eu viaje nos assentos gerais, senhor Prince? — Pergunta Penny,
movendo seus lábios contra os meus à medida que a deito na cama e me estendo sobre ela — Para que Patrice
e você possam se conhecer melhor?
— Cristo, não. — Beijo um caminho por seu pescoço enquanto seguro seu seio através do vestido — Tudo
o que quero é sua boceta na minha boca.
— E sua boceta esfregando contra meu pau. — Belisco seu mamilo, a fazendo ofegar. — E então quando
meu pênis estiver dentro de você, irei te foder até que se dê conta do erro que foi deixar meu apartamento
ontem à noite.
— Se não te conhecesse, pensaria que estava zangado comigo. — Desliza seus dedos em meu cabelo, me
detendo antes que possa lhe tirar o vestido e pôr meus dentes em seu pequeno mamilo — Não está, não é?
— Não sou fã de ter que pensar. — Deslizo uma mão por sua coxa — Me deixa de mau humor.
— Entendo. — Diz, suas pestanas se agitando à medida que a toco através de sua calcinha — Mas isso
provavelmente significa que pensar era algo que deveria fazer.
— Está quente, senhorita Pickett — digo, sem nem vontade de falar sobre pensar. Falar é algo
supervalorizado, especialmente quando tenho uma mulher formosa debaixo de mim. Meus dentes se cravam
em meu lábio inferior quando afundo a mão com mais força ao redor de seu montículo — Quente e úmida.
Posso sentir através desta calcinha de cetim.
Esfrego meu dedo indo e voltando sobre o tecido, provocando gentilmente seu clitóris.
— Bash? — pergunta, com os olhos muito amplos — Vamos realmente fazer isso?
— A menos que me diga para parar, então sim, Penny, iremos realmente fazer isso. — Com a ponta do
dedo continuo a provocá-la através da calcinha, continuo com uma voz o suficientemente suave para não ser
ouvido no corredor —: Em primeiro lugar, vou colocar de lado esta calcinha muito bonita e vou fodê-la com os
dedos.
— Vou te deixar mais molhada do que já esteve alguma vez em sua vida – continuo — te deixar quente e
desesperada pelo meu pênis implorando para te foder. E então, se estiver de bom humor e sem vontade de te
torturar um pouco mais, vou deslizar esta calcinha bonita por suas pernas e fodê-la até que grite.
— E vai gritar. —Esfrego mais forte seu clitóris com o polegar até que suas pupilas se dilatam e seu quadril
começa a balançar contra mim por vontade própria — Não irá se importar que temos vizinhos, que podem nos
ouvir. Nem sequer lembrará que estão aí. Tudo o que vai recordar é que ninguém nunca te fodeu tão bem ou
tão profundamente como estarei fazendo.
— Merda. — Diz franzindo o cenho à medida que balança a cabeça brandamente em concordância — É
muito bom com isto.
— Sou na verdade muito melhor que isto — digo, tomando sua falta de protesto como uma permissão
implícita. Coloco sua calcinha de lado com o polegar, e deslizo dois dedos dentro dela.
— Oh, Deus — diz, seus olhos se fechando — enquanto empurro a primeira falange de meu dedo.
Maldição, é tão incrivelmente bom. Está úmida, quente e claramente excitada, mas também está
incrivelmente apertada, tão apertada que a ideia de estar dentro dela faz minha cabeça explodir um pouco. Vai
ser incrível, tão incrível que não quero esperar. Mas o farei. Uma boceta tão apertada como esta vai precisar de
um pouco de aquecimento antes que esteja preparada para o que estou guardando dentro da calça. Sem
importar o quão irritado estivesse com Penny ontem à noite, a última coisa que quero fazer é lhe causar dor
real.
Quando estivermos juntos na cama, a única dor que experimentará será a satisfação adiada, do prazer tão
intenso que é quase insuportável.
— Quase não dormi ontem à noite — digo, capturando seus lábios em um beijo conforme continuo
fodendo-a com os dedos — Tudo o que podia pensar era em te ter úmida e debaixo de mim.
— Sonhei com você a noite toda. — Suas mãos deslizam por minhas costas, me acariciando através de
minha camisa — Com suas mãos e sua boca.
— Minha boca fazia algo como isto? — Minha atenção vai para seu seio, usando os dentes para puxar para
baixo a lycra de seu vestido e o sutiã, deixando descoberto um mamilo rosa. Murmuro em reconhecimento a
sua beleza, sua dureza, seu doce e enrugado mamilo, antes de levá-lo à boca.
— Sim. — Penny geme quando começo a chupá-la com puxões rítmicos profundos enquanto meus dedos
imitam o ritmo da brincadeira entre suas pernas e meu polegar desliza através de seu clitóris — Oh, sim, faça
isso. Oh, Meu Deus, Bash. Oh, Meu Deus!
Sorriria contra seu peito, mas isso poderia interferir com as chupadas, e claramente está funcionando. Já
não está rígida ou tímida debaixo de mim. Está sacudindo—se contra minha mão, arranhando meus ombros,
retorcendo—se na cama justamente quando o trem entra em movimento e o assobio explode igual ao que
Penny faz.
— Sim! — Grita enquanto sua boceta pulsa ao redor dos meus dedos, sua umidade fluindo até cobrir o
dorso de minha mão — Oh Deus, sim. Sim!
Sim, de fato. Maldição, é tão quente desta forma, inconsciente de luxúria e cantando seus louvores
suficientemente alto fazendo com que certamente todos os nossos vizinhos tenham uma boa ideia do que está
se passando em nossa cabine. Meu pênis se encontra o suficientemente duro para estourar como pólvora e
minhas bolas doem como se tivessem me dado um golpe baixo, mas ainda não estou pronto para por fim ao
meu sofrimento, não até que faça ela gozar mais uma vez.
Um minuto mais tarde, tenho o vestido de Penny enrolado ao redor de seu quadril e sua calcinha abaixada
ao redor de um tornozelo. Engancho uma de suas pernas por cima de meu ombro à medida que me acomodo
no chão junto à cama. E ali, de joelhos, em uma posição apropriada de adoração, encontro a boceta mais doce
que já vi em minha vida. Os lábios cor rosa escuro de seu sexo estão inchados pelo desejo, pétalas carnudas
que proporcionam um marco ligeiramente curvado para o poço de umidade entre eles. E por cima de sua
vagina, o clitóris se encontra em uma posição firme, um botão bastante rosado rogando para ser lambido,
tentado, chupado, mordido. Para fazer todas essas coisas más que faço tão bem porque, merda, eu adoro
comer bocetas.
Faço. E adoro.
Não entendo esses homens. São como extraterrestres para mim da mesma maneira que essa gente que
pensa que sorvete é asqueroso ou as pessoas que não fazem exercício porque não gostam de suar. O sorvete é
divino, suar muito é a única coisa que se aproxima de uma boa foda em níveis de felicidade pura, e comer
bocetas é um pedacinho de céu. Um doce, escorregadio, salgado pedacinho do céu para chupá-las, e já posso
dizer que Penny vai superar todas as expectativas.
— Bash — sussurra, estremecendo ligeiramente por baixo das minhas mãos — Está tudo bem?
— Tudo perfeito — digo, sem mover o olhar do paraíso entre suas pernas — Mais que perfeito. Estou
tendo um momento glorioso com sua formosa boceta. Acredito que estou apaixonado por ela. É...
Impressionante.
— O olhar em seu rosto agora mesmo poderia ser a coisa mais sexy que vi na minha vida.
— Não por muito tempo. — A observo, sustentando seu olhar à medida que abro suas coxas mais
amplamente, deixando minha boca suficientemente perto para que ela sinta o fôlego esquentando sua carne
excitada, e inalo. Imediatamente seu aroma me deixa com água na boca. É leve e frutado, como fatias de
manga polvilhada com sal, num cenário de cascata correndo sobre rochas escorregadias e flores exóticas
florescendo em uma esquina para descobrir uma selva tropical antiga.
Sim, eu sinto que essa é a maneira mais precisa para se descrever a forma como cheira uma mulher. Sou
um conhecedor de bocetas, e posso detectar a parte superior, o coração e a base de uma vagina em particular
em singelos dez segundos.
— Eu adoro isto — digo a Penny, inalando de novo, vendo seus olhos obscurecendo—se e sua respiração
acelerando à medida que espera que a toque com algo mais que minha respiração — eu adoro te cheirar.
Cheira tão bem que é tudo o que posso fazer para não fodê-la neste exato momento. Para enterrar meu pau
profundamente nesta linda boceta. — sinto meu pênis palpitando furiosamente detrás da braguilha quando ela
geme brandamente em resposta — Mas não o farei. Sabe por quê?
— Porque a única coisa melhor que te cheirar – digo com minha boca movendo—se próxima ao ansioso
lugar entre suas pernas — é te provar. — Minha língua varre, desenhando a nervura que vai desde sua vagina
até seu clitóris, confirmando que seu sabor é tão celestial como o resto dela.
A cabeça de Penny cai para trás com um ofego de prazer, e me ponho a trabalhar no melhor trabalho do
mundo: fazendo uma mulher gozar até que se sinta como uma massa quente, sem sentido, indefesa para fazer
qualquer outra coisa que não seja retorcer—se debaixo de minha boca e me suplicar que a foda.
Evitando deliberadamente seu clitóris depois da varredura inicial, começo a chupar a carne torcida
rodeando sua entrada, atraindo a pele escorregadia com uma rítmica sucção, atraindo mais sangue à superfície,
fazendo Penny se contorcer e gemer. Espero até que fique ofegante e suas unhas arranhem a grossa manta
cinza que está abaixo de seu corpo antes de empurrar finalmente minha língua dentro dela.
Ela estremece quando vou profundo, revestindo minha língua com seu incrível sabor antes de tirá-la e
inundá-la de novo. Envolvo minhas mãos ao redor da parte posterior de suas coxas, as enganchando ao redor
de seu quadril, e vou ao centro, usando a vantagem de meu agarre para empurrar em um contato mais íntimo.
Empurro dentro dela uma e outra vez, fodendo-a com minha língua até que meu queixo está gotejando com
sua umidade e Penny está gemendo, soluçando, fazendo sons indecifráveis, e então e só então, quando sei que
está preparada para o voo, transfiro minha boca a seu topo e chupo seus clitóris como se fosse a última parte
de gelo em um dia quente de verão.
Quase imediatamente, Penny grita meu nome (grita-o, justamente como lhe prometi que faria) e fica em
órbita.
Suas mãos disparam para baixo enredando-se em meu cabelo, empurrando firmemente minha cara contra
sua vagina à medida que se esfrega contra mim, montando seu orgasmo com um abandono que me mata.
Captei brilhos de seu lado sensual antes, mas agora a crua, carnal, faminta parte dela se localiza no centro da
cena e é absolutamente sexy. Tão sexy que tudo o que posso pensar é em enterrar meu dolorosamente duro
pau dentro dela e fazê-la gozar novamente.
— Sim – ofega — Oh Deus, sim. Por favor, me diga que trouxe uma camisinha.
— Acaso o Homem de Lata tem um pênis de metal? — Procuro por minha maleta e a camisinha no bolso
lateral, me amaldiçoando por não ter tido tempo para comprar mais no caminho até o trem. Esta manhã, uma
camisinha para a viagem de trem tinha parecido suficiente, mas agora sei que não está nem sequer perto. Já
posso dizer que ter Penny uma vez só fará que a deseje mais. Estarei de novo duro em dez minutos.
Já planejando todas as maneiras nas quais vou nos torturar antes que nos permita gozar, abro o pacote de
alumínio. O que vejo dentro me golpeia como um murro nas bolas.
—Merda — amaldiçoo, sustentando a camisinha contra a luz entrando pela janela junto à cama, me
mostrando que a ruptura é ainda maior do que inicialmente acreditei — A camisinha está rasgada.
— Consiga outra — diz Penny, seus dedos curvando—se sobre a parte superior de minha calça.
— De maneira nenhuma. — Penny senta de repente, puxando fortemente seu vestido para cobrir seu seio
— Não pode estar falando sério, Bash. Isto é a coisa mais triste que já aconteceu!
Inclinado a concordar com ela, mas tratando de ser forte, paro, passando uma mão firme por meu cabelo e
colocando minha camisa novamente dentro de minhas calças.
— Não se preocupe. Irei ver no vagão do restaurante. Às vezes têm coisas de perfumaria atrás do caixa. —
Agacho-me, pressionando meus lábios sobre os seus, gemendo enquanto o sabor de seu beijo e sua vagina se
mistura em minha boca — Conserve essa ideia, linda. Estarei de volta antes que possa colocar sua calcinha
outra vez, assim nem tente. — Viro-me e atravesso a porta, preocupado que se girar e vê-la, não serei capaz de
resistir a empurrá-la sobre a cama e fazê-la gozar em minha boca mais uma vez.
No corredor, não posso encontrar Patrice em nenhum lugar, o que provavelmente é bom porque não
estou certo de ter o autocontrole para evitar lhe oferecer mil dólares de gorjeta em troca de rogar, pedir
emprestado ou roubar para mim uma camisinha. Apresso-me pelo corredor deserto através da porta que
conduz ao vagão do restaurante. Em meu caminho ao caixa, saco casualmente um guardanapo do dispensador
de uma mesa vazia e seco meu rosto. Estou inclinado a desfrutar de uma boceta em minha cara por uns poucos
minutos antes do evento principal, mas considerando minha missão, provavelmente é melhor se meu queixo
não estiver reluzente.
Identifico algo que parece um completo arsenal de produtos pessoais atrás do caixa e meus músculos
dolorosamente tensos começam a relaxar. Mas quando pergunto ao homem de cara mal-humorada por uma
caixa de camisinhas, ele me informa que acabaram.
— Acabaram — repito, meu pênis insistindo que meus ouvidos devem ter escutado errado.
— Sim — diz o homem, olhando algo na tela do computador — Devemos ter mais algumas na sexta-feira.
Disparando-lhe um olhar que espero deixe claro o quão bom será para mim esperar por uma maldita
camisinha até sexta-feira, dou-lhe um aceno em agradecimento e começo a ir para o bar situado na parte
traseira do trem. Até o momento em que avanço através de vinte e cinco vagões de crianças chorando, pessoas
maiores discutindo e jogando cartas através do corredor e um vagão inteiro de universitários muito velhos em
seu caminho para uma despedida de solteiro, perdi o que restava do meu senso de humor.
Escutando o garçom me informar que não vendem camisinhas, mas que "deveria procurar no vagão
restaurante", é o suficiente para fazer que queira atravessar meu punho na parede mais próxima.
— Vendem licor, que acaba com as inibições — digo com esforço através de minha mandíbula apertada —
Não deveriam, em boa consciência, também vender camisinhas?
O homem encolhe os ombros.
— Não tínhamos vagões privados com cabines para dormir até um há alguns meses. Não era um grande
problema antes.
— Mas agora é uma epidemia — interrompe a garçonete colega do homem à medida que enche o balde
de gelo, enrugando seu nariz arrebitado até que posso ver muito mais do que gostaria de seu nariz — Homem,
pense nisso. Pense em uma dúzia de asquerosos estranhos fazendo exatamente o que está tratando de fazer na
mesma cama. Se isso não matar o seu estado de ânimo, não sei o que o fará.
Com uma careta depreciativa para ela (não me importa se centenas de estranhos asquerosos foderam
nessa cama, só quero estar com as bolas profundamente metidas na Penny mais do que quero soltar minha
próxima respiração) giro-me e caminho de volta para nosso vagão privado. Chego para descobrir que a calcinha
de Penny já não está ao redor de seu tornozelo e a própria mulher está inclinando para trás uma taça meio
vazia de champanhe.
— Nada, não é? Supus que falhou ou não teria demorado tanto tempo.
Com uma careta compassiva, levanta uma segunda taça de champanhe da pequena mesa estabelecida no
braço de sua cadeira e a sustenta para mim.
— Toma, beba isto. Pode não afogar suas mágoas, mas alivia a dor. Um pouco.
Sento-me com força na cadeira em frente a ela e me inclino, aceitando o champanhe enquanto lhe
asseguro:
— Logo que chegarmos a Southampton, vou comprar todas as camisinhas. Todas elas.
— Diabos, sim, faremos isso — digo, sorrindo apesar da situação — Porque preciso te foder Penny. Preciso
assim como preciso de ar. Preciso o mais rápido que seja fisicamente possível.
— Eu também. — Seu sorriso se desvanece à medida que olha para a porta — Mas não estou certa de ser
capaz de fazer frente a qualquer outra pessoa que esteja neste trem. Vou ter que esperar até que todos saiam
e manter minha cabeça escondida sob meu cachecol.
— Por que isso? — pergunto, bebendo meu champanhe. Franze seus lábios.
— Estava ocupada tendo uma experiência extracorpórea, assim não me lembro de tudo, mas
considerando quão irritada está minha garganta, estou bastante certa que gritei. Não é?
E se for por mim, não passará muito tempo antes que ela grite de novo.
CAPÍTULO 22
O trem para em Southampton um pouco depois das duas da tarde. Consegui convencer Penny de que
obter camisinhas o quanto antes é mais importante que sua vergonha E por ter sido escutada em pleno
orgasmo, apresso-a para que saia da cabine antes dos demais passageiros, assim que desembarcamos na
plataforma com nossas malas, prometo voltar com provisões tão rápido que nunca saberá que fui.
Já estou correndo, em direção à loja ao outro lado da rua, rezando a todos os deuses no universo
conhecido que tenham uma caixa de camisinhas à venda quando uma voz masculina diz o nome de Penny.
Volto-me para ver um homem da minha idade com um corte de cabelo de quinhentos dólares usando uma
camisa de botões com uma lagosta impressa estendendo uma mão para Penny.
Seus olhos estão arregalados como pires, seus lábios estão começando a formar um horrorizado "Oh" e
sua já pálida pele se tornou de um branco alabastro. Embora o arsênico branco pudesse ser uma melhor
descrição. O alabastro é uma palavra muito bonita para a mortal ausência de cor através na pele de Penny.
Parece com um vampiro pego em plena luz do dia, a segundos de explodir em chamas, e que claramente
precisa de uma intervenção imediata.
— O que está fazendo aqui? — pergunta o homem com uma risada incômoda à medida que começa a
cruzar a plataforma para ela — Anastasia disse que não esperava que chegasse até amanhã pela tarde.
A boca de Penny se abre e fecha como um muito bonito e muito pálido peixe, mas as palavras não saem.
Vejo como se estivesse a segundos de chorar aos pés do tipo com camisa de lagosta.
Atravesso a roda de pessoas o mais rápido que posso, decidido a chegar a ela antes que caia.
Sem importar o que estivesse causando sua angústia, de qualquer forma teria corrido ao seu resgate, mas
nesse momento, isso é especialmente importante. Não tive oportunidade de fazer a verificação habitual de
antecedentes do seu ex que vim a odiar, mas não tenho nenhuma dúvida que este imbecil é Phillip. Esta
porcaria de humano com o corte de cabelo emplumado, sua roupa pretensiosa e essa compassiva expressão
em seu rosto certamente atrativo de merda é a pessoa que rompeu Penny.
O que faz ainda mais prazeroso envolver meu braço ao redor da cintura de Penny e atraí-la mais perto, lhe
dando um beijo na bochecha.
— Sinto muito, querida. A loja da estação não tinha nada que seja bom para sua enxaqueca. Vamos ter
que ir à cabana para que se deite e logo correrei para procurar o que for necessário.
— Oh, está bem, posso chegar à cabana. — Suas mãos se apertam em punhos na parte posterior de minha
camisa e se sustenta com todas suas forças.
Está tremendo e tudo o que quero fazer é levantá-la em meus braços e levá-la o mais longe possível deste
grande merda, mas ela não está aqui para correr. Está aqui para fazer frente a seus demônios. É só má sorte
que ele apareceu do nada enquanto estava de guarda baixa.
— Simplesmente odeio te ver com dor. — Embalo seu rosto em minhas mãos, encontrando seu olhar
assustado, insistindo para que veja que não há o que temer. Estou aqui e ficarei preso ao seu lado até que seja
o suficientemente forte para dizer ao Phillip que vá diretamente para o inferno e que apodreça por lá — Tiraria
de você a enxaqueca se pudesse.
— Sei que o faria. — A gratidão e afeto enchem seus olhos a medida que apoia sua mão em meu peito —
Mas ficarei bem.
Respira fundo, seus lábios curvando-se em um sorriso claramente forçado quando faz um gesto para a
borbulha de esperma humano.
— Sinto muito. Não te vi. Prazer em conhecê-lo, Phillip. — Giro a cabeça, lutando para evitar que meu
desprezo por este filho da puta se mostre em minha cara.
Se vir que estou zangado, então assumirá que Penny me falou de sua traição. Além disso, assumirá que ela
estava tão machucada pelas coisas que lhe fez para fazer com que seu novo amante se zangasse com seu antigo
amante, e me nego a lhe dar esse poder ou satisfação.
Aos efeitos de nosso trabalho aqui esta semana, Penny mencionou de passagem a história de seu ex-noivo
fodendo com sua mãe durante uma dessas conversações de "minha família é mais estranha que sua família".
Discutimos brevemente sobre o tema e seguimos adiante. Foi apenas um ponto no radar de nossa relação, um
que tinha deixado por completo minha mente até que Penny me pediu que fosse seu companheiro neste
casamento.
E quanto a Penny, quero fazê-la tão feliz que não tem nenhum espaço em seu coração para preocupar—se
com nenhuma merda do passado.
— Prazer em conhecê-lo, também — diz Phillip, com um olhar calculador em seus olhos enquanto
percorre seu olhar entre Penny e eu — Fico feliz que esteja aqui. Penny não mencionou que ia trazer alguém.
— A princípio, tive um conflito de negócios. — Ofereço-lhe um sorriso fácil — Mas cancelei minha viagem.
Não podia suportar estar longe de Penny durante quatro dias inteiros. — puxo-a mais perto, lançando um olhar
de amor a seu rosto voltado para cima.
— É obvio — diz Phillip, mas não deixa passar o tom cético em sua voz — Anastasia estará encantada de
ouvir que tem um convidado, Penny. Podemos ver se é possível acomodar os dois em um dos quartos de
hóspedes em casa. Íamos te deixar em seu antigo quarto, mas uma cama de solteiro não funcionará para dois.
— Obrigado, mas não ficaremos na casa. — Sorrio — reservamos uma cabana perto. Não queríamos dar
nenhum trabalho adicional ao casal ocupado em seu fim de semana de casamento.
Phillip agita uma mão no ar, vendo meu sorriso e dando uma risada alegre.
— Oh, não é incomodo. Contratamos pessoal adicional. E sei que Anastasia irá querer passar algum tempo
de qualidade com vocês. Estará encantada de saber que Penny tem alguém especial em sua vida.
Na superfície, o comentário é genuíno e educado. Mas de algum jeito as acerta para entoar "especial" de
uma forma perfeita para fazer que soe como se fosse um menino não tão brilhante que ainda precisa de ajuda
soprando seu próprio nariz que Penny adotou pela bondade de seu coração.
Este imbecil é bom. Não antecipei um oponente tão formidável, mas não me intimida. Prospero em um
desafio. E já sabe o que dizem: quanto maior é o idiota, maior será sua queda.
— Eu não posso esperar para conhecer a mãe de Penny. —Asseguro-me de entoar "mãe" de uma forma
que recorde a Phillip que está transando com alguém velha o suficiente para ser sua própria mãe — ouvi tantas
coisas fascinantes sobre ela. Mas é muito tarde para cancelar a reserva da cabana e desejamos um pouco de
tempo a sós. Sabe como é.
— É obvio que sim. — O sorriso de Phillip se converte em um sorriso conhecedor — Sei exatamente como
é.
A respiração de Penny sai com um suave som surpreso e é tudo o que posso fazer para não agarrar esse
idiota pela gola de sua camisa estúpida e sacudí-lo até que seus dentes muito brancos caiam de sua boca.
Penny tinha razão, ele é um professor das entrelinhas, e a entrelinha neste momento é que ele teve Penny
antes de mim. E não só a teve, mas também a teve apaixonada profundamente e melhor porque a teve antes
que ela ficasse destroçada. Antes que ficasse marcada e expulsa de sua própria família por uma mãe que se
preocupou mais pelo pau de Phillip do que por sua própria filha.
Não há remorso em seus pálidos olhos verdes, nem pesar. Só há um sociopata que quer ter seu bolo e
comê-lo. Quer casar-se com a mãe de Penny e seguir adiante com sua vida sem perder o direito a ser o único
homem que Penny amou antes que estivesse muito destruída para amar alguém dessa mesma inocente
maneira outra vez. Ele roubou sua inocência e esperança, e o homem está orgulhoso disso.
É tão baixo, tão feio e egoísta, portanto nada nem perto do que uma mulher como Penny merece, e por
um segundo, meu personagem desliza.
Meu olhar estreita e quero tanto machucá-lo que meus olhos inflamam.
Nunca em dois anos de ver o engano, a mentira, a violência contra esposas, desses filhos da puta
arruinadores de vida, quis golpear alguém tanto como quero agora. E não quero simplesmente golpeá-lo uma
vez. Quero seguir golpeando-o, esmagando meu punho em sua cara uma e outra vez até que já não seja capaz
de fazer uma expressão de suficiência por um longo tempo.
Ao invés disso, aperto minhas mãos ao redor da cintura de Penny e assento tão prazerosamente como
possível.
— Bom, de acordo. Fico feliz que nos entendamos. Tenho vontade de saber mais de você, Phillip.
— Igualmente. — O sorriso de Phillip se estende para ocupar mais espaço em sua cara até que está
sorrindo como o gato que deu a cada cão na cidade um mau caso de pulgas — Até logo, Penny. Suponho que,
vemo-nos na festa amanhã?
— Não perderia isso. — A voz de Penny segue sendo suave e débil — A menos que não possa acabar com
esta enxaqueca por alguma razão. Tenho a pior enxaqueca da minha vida. Assim, se nos der licença Phillip, nós
já vamos.
— É obvio. — A testa de Phillip franze em uma excelente parodia de preocupação real — Se cuide, Peeps.
Espero que se sinta melhor logo. Estou tão contente que esteja aqui. Não posso esperar para colocarmos a
conversa em dia.
E então o imundo rato de boca de lobo tem a coragem de inclinar-se e pressionar um beijo na testa de
Penny. Estou tão aturdido que não tenho tempo para tirá-la fora do caminho. Ele se equilibra e se retira,
golpeando como uma serpente, deixando Penny com os olhos completamente abertos e absurdamente pálida
de novo.
Isso é tudo.
— Até logo — diz, sorrindo agradavelmente quando nos rodeia, chamando outra pessoa mais abaixo na
plataforma.
— Não se o vemos primeiro — grito detrás dele em um tom jovial antes de acrescentar em uma respiração
baixa — desagradável, mesquinho, filho de puta com camisa de lagosta.
— É minha culpa — sussurra Penny, suas mãos tremendo enquanto engancha sua bolsa no ombro e se
estica para pegar sua mala.
— Isso não foi sua culpa. — Franzo o cenho, me perguntando se preciso colocar algum sentido nela
enquanto estou tirando os dentes de Phillip de sua presunçosa e malvada cabeça — Esse foi um espetáculo de
terror do seu ex-horrível.
— Não, não isso. A camisa. — Penny solta o ar brandamente à medida que inclina a cabeça para baixo,
fazendo que seu cabelo caia ao redor de seu rosto. — A dei em seu aniversário. Estava acostumado a dizer que
a fazia pensar em mim cada vez que a usava.
E então seus ombros começam a sacudir e ruídos de choro começam a emanar por trás da cortina de
cabelos e sei que tenho que tirá-la a daqui antes que Phillip a veja. Se for testemunha dela caindo em pedaços
depois da primeira batalha, vai fazer com que seja impossível ganhar esta guerra.
Envolvendo meu braço ao redor dos ombros de Penny para ocultar tanto dela quanto possível, agarro
minha mala e maleta, e a arrasto para o escritório de aluguel de automóveis do outro lado do quarteirão.
Apresso-me para que não escutem a minha companheira soluçar, me sentindo como um completo merda, me
odiando por não encontrar uma maneira de salvar Penny dessa interação infernal.
Esta não é a primeira vez que tive uma cliente caindo depois de enfrentar um ex, mas é a primeira vez que
me dói tanto.
Nesse momento, prometo silenciosamente fazer desta vingança tão brutal quanto possível. Penny poderia
não querer o pacote completo do Magnificent Bastard , mas vai conseguir. Phillip o fodido de merda não
merece menos.
CAPÍTULO 23
Dos arquivos de textos do Sebastian "Bash" Prince e Penny Pickett.
Mensagem de Penny:
Por favor, responda a esta mensagem antes de amanhã pela manhã ou vou chamar a polícia. Em um ano
como sua assistente, nunca passaram mais de quarenta e oito horas entre seus correios eletrônicos.
Bash:
Penny:
De acordo...
Está bem?
Bash:
Estou bem. Só é o aniversário de algo que preferia não recordar. Desanimei—me dos correios
eletrônicos, e a vida, por um momento.
Penny:
É bom saber que se cair na ducha e quebrar o pescoço, meu corpo seria descoberto antes que passe muito
tempo. Não quero privar todas as damas de um funeral com caixão aberto.
Penny:
Não é divertido,
Bash:
Penny:
Bash:
Penny:
Se estiver tão deprimido em um poço de desespero como parece, então sim, estarei ai em vinte e cinco
minutos. Trinta e cinco se tomar trens errados.
Bash:
Riso.
Está preocupada comigo, não é verdade?
Penny:
Sim, idiota. Agora me prometa que não vai fazer nada estúpido antes que chegue ai.
Bash:
Não se preocupe com nada, querida. Não estou tão deprimido, nem de longe. Por mais que eu adoraria
que viesse, não posso permitir que venha porque está assustada.
Eu não gosto de assustar as pessoas sem motivo. Especialmente pessoas que me agradam.
Mas se mesmo assim quiser vir, darei seu nome na recepção e deixarei uma taça de vinho na bancada para
você.
Penny:
Tem certeza que está bem? Jura que me diria se não estivesse?
Bash:
Sim, juro que estou bem e que lhe diria isso se não estivesse. Isto quer dizer que não virá?
Penny:
Bash:
Penny:
Bash:
*emoticon de dragão soltando pum*
Penny:
De onde tirou esses? Preciso para o meu telefone. Tenho um par de amigas mais jovens que são
obcecadas com emoticons.
Bash:
Penny:
Entrar na cabana não poderia ser mais simples, as chaves estão esperando em uma cesta no alpendre
quando chegamos, e o entorno é tão impressionante como se via nas fotos. A cabana fica ao lado de um
vinhedo com uma vista panorâmica de videiras estendendo—se por volta da casa principal e o mar mais à
frente. A parte traseira da estrutura branca é acolhedora, quase dolorosamente linda, está rodeada de
carvalhos centenários com troncos retorcidos e ramos cobertos de brilhantes folhas verdes primaveris que
parecem prometer que nunca é muito tarde para começar de novo.
— Deveríamos ir para casa – diz com sua voz rouca embora tenha deixado de chorar pouco depois de nos
afastar da estação no escritório de locação de automóveis.
— Não iremos para casa. — Tiro meu computador da minha maleta e procuro algum sinal de acesso a
Internet, decidido a iniciar a busca dos segredos sujos de Phillip logo que seja humanamente possível — vamos
ficar e fazer com que esse fodido maricas desprezível deseje nunca ter dito as merdas que disse hoje.
— Não tem sentido. Ele é muito bom. Tinha esquecido quão bom é. Deus, sou tão estúpida. — Ela deixa
sua mala no piso de madeira junto a porta frontal com um golpe seco, dá cinco passos, e paralisa jogando-se no
sofá amarelo no meio da sala.
Não se preocupa em observar a cozinha amarela a nossa esquerda ou a parte traseira com vistas para os
bosques nem dá uma olhada ao quarto, onde uma grandiosa cama branca que está esperando para receber os
viajantes que precisam de descanso.
Mas sim as tenho. Odeio seu corte de cabelo pretensioso, seu sorriso petulante, sua atitude
absolutamente possessiva, e sua maldade inequívoca. Mas sobre tudo, odeio o que fez a minha amiga. Penny já
não é a fera que montou minha cara em nossa cabine privada do trem. Está destroçada, dizimada, toda sua
alegria e espírito de luta acabado após o primeiro encontro com seu ex malvado.
Sim, Phillip é terrível, mas esta não é a Penny que conheço. Ela não se rende quando as coisas ficam
difíceis; buscou maneiras até ter organizado meu horário à perfeição, os formulários apropriados estão cheios,
os clientes falando maravilhas, e a taxa de retenção é depositada duas semanas antes do início de uma nova
orientação ao cliente.
Fecho meu computador e o coloco sobre a mesa de entrada, decidindo que procurar os segredos sujos de
Phillip pode esperar.
Com os braços cruzados em meu peito, avanço até estar junto ao sofá, olhando o corpo inerte de Penny.
— Não é estúpida. E não vai desistir assim venha e levante — Vamos falar de estratégias.
— A discrição é a melhor parte do processo — geme, sua cara ainda pressionada no sofá, com a voz
amortecida pelas almofadas.
— É muito tarde para a discrição. Já estamos aqui e o inimigo foi comprometido. Agora não há mais
escolha, temos que escolher nossas armas e atacar.
— Não posso — diz, ainda sem mover um músculo — Simplesmente vou morrer aqui, neste sofá. Utilizar
minhas economias para pagar o aluguel da cabana até o final do verão. Até lá devo ter decomposto o
suficiente para que alguém encontre e venha buscar meu corpo pestilento.
— Imagino que a cabana tem outras reservas que poderiam interferir em sua solução. E vai arruinar o sofá
se decompondo nele.
— Então, espere até que eu esteja morta e logo poderá arrastar meu cadáver ao bosque para os animais.
Ficam famintos por aqui. Todas as pessoas ricas guardam seu lixo trancafiado.
— Não te arrastarei a nenhum lugar, querida. Vai levantar, esquecer isto, e voltar para o ringue. Vamos.
— Não — Queixa-se.
— De pé, Pickett — exijo, lhe dando um tapa no traseiro o que faz com que finalmente retire a cabeça das
almofadas.
— Tinha que te fazer reagir de algum jeito — digo, sabendo que não lhe peguei com força suficiente para
fazer mal inclusive momentaneamente. Quando se trata de açoites, não sou um adepto — Precisa de outro
para sair de seu atoleiro de compaixão?
— Por que não? — Aproximo-me mais, obrigando-a a inclinar a cabeça mais para trás para manter o
contato visual — Poderia retirar sua mente de seus problemas. Alguma vez não quis estar sobre o joelho de um
homem? Para que açoitem seu bonito traseiro até que se dê conta quão prazeroso pode ser um pouco de dor?
— Talvez em algum momento, sim. Mas não neste momento, Sebastian — espeta, ficando de pé, sua cara
avermelhando de raiva — Agora, quando me sinto pequena e estúpida porque o homem que ajudou de
destruir minha vida se importa tão pouco que ainda usa a camisa que lhe dei para recolher seus amigos na
estação de trem. Tem alguma ideia de como me sinto?
—Não vou me acalmar — espeta, seus dedos fechando-se em punhos em seus lados — E te vou dizer
como me sinto. Sinto como se tivesse sido esbofeteada e então, a pessoa que supostamente vai cuidar de mim,
me esbofeteia de novo para fazer me sentir melhor.
— Sinto-me como se fugisse da zona de jogos para castigar a minha mãe por ter me ignorado só para
voltar três horas mais tarde e me dar conta que ela nem sequer sabia que tinha ido porque se deprimiu bêbada
no automóvel com um homem que não é papai.
— Bom, talvez não me importe — diz, seu tom subindo enquanto as lágrimas alagam seus olhos — Talvez
esteja farta de gente dizendo que sente muito e não dizendo o que realmente sentem, e ser sacudida por todo
mundo porque não sei como jogar os estúpidos jogos.
— Oh, cale-se, Bash – grita — A única coisa de que você gosta são os jogos. Como essa merda no trem esta
manhã, atuando todo distante e logo olhando as tetas dessa mulher estúpida só para ter uma reação estúpida
de mim.
— Entendo que está zangada — digo, também elevando a voz — E tem todo o direito a estar, mas é em
mim que quer descontar.
— Não estou descontando! — Ela levanta suas mãos, empurrando as duas palmas em meu peito com uma
força surpreendente.
— É um idiota! — Soluça, as lágrimas derramando-se agora por suas bochechas — Acha que sabe tudo,
mas não sabe. — Empurra-me de novo, mas desta vez estou preparado e me sustento — Não sabe nada! –
Agora coloca tanta força em seu empurrão que seus pés se separam por completo do chão — Não tem nem
ideia do que é estar neste lado de seu negócio estupido!
Joga-se para mim uma vez mais, mas nesta ocasião, apanho suas mãos e a seguro contra meu peito.
— Me solte. — Sua expressão se retorce de ira à medida que tenta se soltar, mas meu agarre é firme. —
Me solte!
— Não até que me diga como é — insisto, apertando meu agarre — Me diga o que não entendo.
Realmente eu gostaria de saber. Também gostaria que deixasse de me atacar quando sei com total segurança
que não é comigo que está zangada.
— Foda-se, Bash — diz, tratando de chutar minha espinha e eu me esquivo a tempo. Um momento depois,
e ambos caímos no chão — Foda-se — grunhe de novo quando aterrissamos e ajeito-me em cima dela,
empurrando seus braços sobre sua cabeça, prendendo suas mãos no tapete.
Por uma fração de segundo, Penny fica totalmente rígida debaixo de mim, mas quando minha língua passa
no contorno de seus lábios, exigindo entrar, ela abre a boca com um gemido que sinto retumbando através de
todos os apertados lugares doloridos em meu peito. E logo, de repente, está me beijando com a mesma paixão
com a qual estava tentando chutar meu traseiro.
Sua língua trava uma selvagem guerra faminta com a minha, alagando minha boca com o sabor de
champanhe, tristeza e esta mulher que é muito mais do que qualquer um lhe dá crédito. Nossos dentes tocam
juntos nossos lábios e dói, mas esta dor é muito melhor que toda a merda emocional.
Esta dor vai levar ao prazer. A outra só vai nos sugar para o fundo de um buraco negro que talvez nunca
possamos escapar.
Ela não se dá conta, mas sei exatamente o que está sentindo. Nunca me permito chorar, mas depois que
tudo estava terminado com a Rachel, passei minha cota de horas recostado em meu sofá me perguntando se
havia algum motivo para me levantar.
Qual era o maldito motivo? Já não queria Rachel de volta, mas tampouco queria alguma outra pessoa. Não
queria me expor a este tipo de dor novamente. A primeira vez tinha sido um tolo ingênuo andando numa corda
bamba, ignorando o quão longe estava do chão. Nenhuma mulher tinha me quebrado dessa forma, assim tinha
assumido que não podia me romper. Tinha pensado que era invencível e logo Rachel tinha provado que não
era.
Agora, dois anos depois, ainda não tive a coragem para ter nada além de meu pênis envolto em um
relacionamento íntimo, e Rachel era apenas uma mulher com um fraco por idiotas. Foi cruel e manipuladora,
eu com certeza nunca teria mencionado a nossa história sexual frente a uma mulher com a qual estivesse
saindo atualmente.
Penny tem todo o direito de estar agoniada. E embora possa não ser a pessoa com quem está mais
irritada, tampouco estava dizendo puras bobagens.
— Sinto muito — pronuncio as palavras entre beijos enquanto solto seus pulsos, deslizando minhas mãos
por cima de seu vestido até seus seios, apertando cada fenomenal punhado — Tem razão, fui um idiota. Ontem
à noite pensei bastante e não gostei do que aconteceu, por isso estou aqui esta manhã.
— Não quero falar. — Sua respiração acelera à medida que abre os botões de minha camisa — Quero você
nu e dentro de mim. Agora.
— Ainda não temos camisinhas – Lembro enquanto a ajudo a terminar de desabotoar e tirar minha camisa
dos ombros.
— Tomo pílula. Não queria me arriscar antes, mas se você jurar que está limpo ... — Trabalha
freneticamente em meu cinto, seus dedos roçando onde estou tão duro como mármore, tão duro como
diamante, tão duro como titânio. A tensão sexual que estimulamos em um feroz fogo no trem se mescla com a
selvagem sensação instável formando redemoinhos no meu peito para que seja imperativo que eu esteja
dentro de Penny.
— Fiz um check-up no mês passado — asseguro-lhe — E não fiz sexo sem camisinha em anos, mas...
— Sem mas. — Agarra seu vestido, contorcendo—se no chão até que é capaz de tirá-lo sobre sua cabeça e
jogá-lo de lado — Apenas foda-me, Bash. Foda-me agora.
E logo está deitada debaixo de mim com nada além do sutiã e calcinha, e eu me esqueço de tudo, exceto o
quanto a desejo. Preciso dela. Preciso lhe recordar que o mundo está tão cheio de prazer como de dor.
Nossos lábios estão colados. Beijo-a com toda a fome que ruge dentro de mim enquanto deslizo minha
mão dentro de sua calcinha, gemo quando sinto como é perfeita. Está quente e balanço meus dedos dentro
dela com uma vontade que faz o meu pênis palpitar contra a sua própria pulsação dolorida.
— Agora — ofega contra minha boca à medida que os dedos de seus pés engancham na minha boxer e a
empurra para baixo sobre meu traseiro, liberando meu comprimento inchado — Agora, Bash. Agora!
— Espera. — Tiro minha mão de dentro das suas pernas, não querendo que nossa primeira vez juntos seja
no chão com seu sutiã e calcinha ainda postos e meus jeans ao redor de meus joelhos.
Mas logo sua mão está entre nossos corpos, envolvendo meu pênis, e todo pensamento racional se
converte em algo escorregadio ao qual sustentar-se. Empurra sua calcinha para um lado e encaixa a cabeça de
meu pênis onde está tão molhada. De repente, estou pele contra pele com uma mulher pela primeira vez em
anos, e é Penny, esta mulher que me deixa absolutamente louco com luxúria, e o controle é algo do passado.
Com um gemido de derrota, empurro para frente, me afundando nela centímetro por centímetro, e Deus,
como é bom. Tão perfeita. É incrivelmente apertada, sua boceta pressionando em todos os lados do meu pênis,
agarrando tão ferozmente que sei que vou ter que me controlar e desacelerar por completo ou vou gozar em
dez segundos como um maldito adolescente.
— Sim – Sussurra, suas unhas se enterrando em meus ombros — Mais. Quero mais. Dê-me tudo. – Suas
unhas se enterram em meu traseiro, me puxando para mais perto, mais profundo, até que estou enterrado até
o punho em sua boceta e sinto como se estivesse a ponto de me partir ao meio.
Sei que devo estar machucando-a, ao menos um pouco, mas claramente não quer isto devagar e tranquilo.
Já está se balançando contra mim, me levando silenciosamente a fodê-la com cada giro de seus quadris para
que lhe faça esquecer todas as coisas que quer esquecer.
— Espera. — Seguro seus quadris no chão com uma mão, me afasto e olho para ela, mas seus olhos estão
fechados — Me olhe, Penny.
— Por favor, não pare – implora, seus olhos se apertando mais forte. — Por favor, não. Por favor.
— Não vou parar, mas preciso que olhe pra mim. – digo. O suor aparecendo nos meus ombros e a pesada
sensação dolorosa em minhas bolas mais para a dor que prazer. Estou usando toda minha vontade para não me
mover, para não empurrar nela uma e outra vez até que ambos explodamos, mas não vou transar com ela
assim — Por favor, docinho, olhe para mim. Abra esses olhos bonitos.
Seus lábios se pressionam em uma linha fina, mas finalmente, depois de um longo momento silencioso e
doloroso, seus olhos se abrem. Seu olhar encontra o meu, me devorando ao centro de sua tormenta, em meio
de toda a dor, arrependimento e medo de que nada jamais fará que se vá todo o resto. É um triste lugar
assustador, mas sei que não temos que ficar aí, não se me deixar levá-la a outro lugar melhor.
— De agora em diante, não quero que pense em nada mais que em mim. — Minha mão livre desliza pela
sua cintura até suas costelas, lhe deixando saber silenciosamente que a tenho — Não existe algo ou alguém
entre nós. Isto vai te ensinar como será entre nós.
Exala fortemente.
— Sim, pode, só mantenha seus olhos em mim. — Deslizo a alça do seu sutiã por seu ombro, despindo um
de seus seios, sustentando seu olhar à medida que aperto seu mamilo e o aliso gentilmente entre meus dedos
— Sabe quanto eu adoro seus peitos?
— Estou obcecado por eles. São a coisa mais linda que já vi. — Levo meu polegar a minha boca e deslizo
minha língua sobre este, amando a fome que cintila em seus olhos quando retorno meu recém-umedecido
dedo a seu mamilo, aumentando minha pressão. — Do momento em que pus meus olhos em você, quis te
tocar desta maneira. Só bastou te ver uma vez e soube que era o tipo de mulher que ia me levar de joelhos.
— Mentiroso — diz, mas o nó de preocupação entre suas sobrancelhas desapareceu e posso dizer que sua
atenção está mudando.
— Não sou um mentiroso. – Lenta e deliberadamente, deslizo a tira do sutiã do outro seio e começo a dar
a seu mamilo a mesma atenção — Imploraria, pediria ou roubaria para ter estes seios em minha boca outra vez
e logo que te faça gozar pela primeira vez, vai ter seu tempo para estar por cima. Quero te sentir balançando
contra meu pênis enquanto te lambo, chupo e aperto, bem aqui. — Belisco seu mamilo, fazendo-a segurar seu
fôlego, antes de continuar com círculos lentos e firmes — Quero que me monte enquanto adoro seus seios até
que goze tão forte que não possa se manter erguida e então será minha vez de estar em cima de novo. Porque
te desejo tanto, que sei que não vou querer parar nunca.
— Você gosta de conversa suja? — Me obrigo a permanecer imóvel, mesmo com minha coluna zumbindo
com uma sobrecarga de sensações e meu pênis está pulsando furiosamente dentro dela, desesperado para se
mover.
— Quando você fala. — Suas mãos deslizam ao redor de minha cintura até embalar meu traseiro à medida
que seus movimentos se tornam cada vez mais urgentes — Você tem uma conversa suja realmente boa.
— É apenas a verdade. – Enquanto aliso seus quadris, mantenho meu pênis enterrado profundamente e
empurro meu osso púbico contra seu clitóris, sabendo que posso ficar viciado na maneira em que seus olhos se
derretem quando começa a chegar ao clímax. — Estou louco por seu corpo e sua mente, e não posso esperar
para te ver gozar. Vai gozarpara mim outra vez, Penny? Vai gozar no meu pau?
— Não feche seus olhos — Peço desesperado para vê-la, por inteiro. — Continue olhando para mim. Deus
sim, baby, assim. Assim mesmo.
Seus lábios se separam e um gemido muito sensual escapa de sua linda boca enquanto goza, mas seus
olhos permanecem abertos. E desta vez, quando sustento seu olhar, lutando para não perder o controle à
medida que sua vagina me agarra com uma opressão deliciosa que é de longe a melhor coisa que aconteceu
com o meu pênis, não há tristeza em seus olhos. Há apenas maravilha e algo para o qual eu não tenho nenhum
nome, mas que me derruba, me fazendo incapaz de desviar o olhar.
E quando começo a empurrar dentro dela, tomando-a duro e rápido enquanto envolve seus braços ao
redor de meu pescoço e me puxa para baixo para um beijo que me destrói, não há nada além dela.
— Oh, Deus — resmunga contra meus lábios, me beijando com as palavras. — É tão incrível, tão perfeito.
Nunca pare, nunca, jamais pare.
Gemo contra sua boca à medida que deslizo minhas mãos por sua bunda, agarrando-a em minhas mãos,
inclinando seus quadris até que conectamos nessa posição perfeita para nós e, Santa merda, é o céu. É o
paraíso. É o melhor lugar que já estive. Ela tem razão, isto é tão perfeito, e não quero parar jamais.
Mas quando se arqueia em meus braços, seus seios apertados contra meu peito enquanto goza de novo,
não posso esperar por outro segundo. Gozo como um foguete disparado em órbita, um som dolorido
retumbando através de meu peito à medida que o prazer me invade. Estou me afogando na sorte, me afogando
nela, quando terminamos estamos esgotados, nossas respirações ainda aceleradas. Penny é quem envolve seus
braços e pernas ao redor de mim e me sustenta com firmeza, me deixando saber silenciosamente que me tem.
Assim que recupero as forças, dou a volta, levantando ela sobre mim, com meu pênis flácido ainda dentro
de sua vagina, e a acaricio do pescoço ao traseiro com minha mão ainda tremendo, enquanto nossos
batimentos cardíacos começam a desacelerar.
Nenhum dos dois fala, mas ela pressiona um doce beijo no meio de meu peito e moldo minhas mãos em
seu espetacular traseiro com uma reverência usualmente reservada para objetos sagrados e está claro que algo
que estejamos fazendo juntos será muito mais intenso do que pensávamos.
Ainda estou digerindo isso e trato de averiguar se está perturbada quando se levanta sobre seus braços e
diz em voz alta:
— E agora deveríamos comprar vinho e uma cesta de piquenique no vinhedo, voltamos aqui, nos
embriagamos e fazemos isso mais quatro ou cinco vezes. Talvez seis.
— Inferno, sim, nós devemos. — A merda perturba. Isso soa como a melhor noite que tive em anos —
Acredito que podemos obter seis. Ainda é cedo e, não é para me gabar, mas o Incrível Bulk tem as habilidades
de recuperação de um rapaz de dezoito anos.
— Sim, sobre ele... — Ela sorri, seus olhos escurecem à medida que move seus quadris, me lembrando que
ainda estou enterrado até as bolas em sua vagina. Como se pudesse esquecer — Por favor, lhe diga que
lamento ter tirado sarro dele. Definitivamente merece seu título. É incrível.
— Pode dizer você mesma. — digo, dando um apertão em seu traseiro. Talvez no banho depois de comer?
— Parece perfeito. — Diz, seu sorriso desaparecendo quando acrescenta — Também lamento pelo que fiz.
Nunca antes empurrei ninguém. Em toda minha vida.
— Sobreviverei. — Empurro com doçura seu cabelo para o lado de seu rosto — É da metade de meu
tamanho, docinho. Não poderia me machucar ainda se realmente tentasse. E você não fez.
— Não sinta. — Seguro seu queixo em minhas mãos e passo meu polegar sobre seus lábios inchados pelos
beijos — Não quero que se sinta terrível. Na verdade, estou disposto a fazer o que for preciso para que sempre
possa te ver assim.
— Não posso esperar para te dar mais. — Um sentimento invade — meu pênis, minha mão, teu gosto em
minha boca novamente ...
Seu olhar se levanta desde meu peito a meu rosto, com um olhar chocado, mas de prazer em seus grandes
olhos marrons.
— Eu disse que queria você por cima. — Flexiono meu traseiro, empurrando meu pau que endurece
rapidamente entre suas pernas — Isto é o que vai acontecer: vai levantar só o suficiente para que eu possa tirar
os jeans e você possa tirar e jogar a calcinha no chão e logo vai voltar para meu pau, e seus seios vão ser meus.
— Não. — confesso — Não sempre. Às vezes é melhor se ninguém estiver no controle. Se for selvagem,
suado, maravilhosamente livre para todos. Não acredita?
— Acredito que eu... – Respira com força, piscando enquanto apoia suas mãos em meu peito — Sim,
acredito. E acredito que me alegra que esteja aqui. — Sua língua desliza fora para umedecer seus lábios —
Obrigada por ser meu amigo.
— O prazer é meu — digo, à medida que deslizo seu sutiã por seus braços — Sério. Cada minuto.
E logo a guio para baixo até que seus seios estão à altura de minha boca e me dedico a demonstrar o que
disse, beijando um de cada vez.
CAPÍTULO 26
Passamos quinze horas da melhor maneira possível. Transamos na cama, no chuveiro (onde o Incrível Bulk
teve uma mamada que não se esquecerá tão cedo), no sofá, e logo outra vez na cama antes que ambos
ficássemos exaustos pelo cansaço induzido pelo orgasmo.
Passou um longo tempo desde que compartilhei uma cama com uma mulher e não espero dormir bem,
mas me rendo ao segundo em que minha cabeça golpeia o travesseiro e não acordo até que o sol está
brilhando através das cortinas. Então, a mão de Penny já está envolta ao redor de meu pênis, persuadindo um
caso sério de ereção matutina.
Esta vez a deito sobre seu ventre e entro brandamente nela por trás, deslizando minha mão por debaixo
de seus quadris, encontrando seus clitóris e provocando-o com meus dedos até que goza tantas vezes que está
me implorando para parar, para não parar, quer que eu a foda até que seus ossos se derretam através de sua
pele.
— Isso soa doloroso. — suspiro, pressionando um beijo em seu pescoço. Ela geme.
— Oh Deus, sim. Agora. Agora mesmo! Meus ossos estão derretendo agora mesmo! — grita, me fazendo
rir.
Mas logo estou muito ocupado gozando para rir, meu pênis está seco pelo calor de seu doce e apertado
corpo fechando-se ao redor do meu, me levando de novo a esse lugar perfeito que encontro cada vez que nós
vamos juntos.
Quando terminamos, a aproximo para apoiar suas costas em meu peito enquanto recuperamos o fôlego,
bastante seguro que poderia estar nesta cama com ela todo o dia e ser completamente feliz.
— Acredito que alcancei o céu — diz, me fazendo sorrir contra seu pescoço.
— Te disse que faria ver Jesus. — Ela cantarola.
— Não, não Jesus. Só luz e bondade. Bondade pura, sem pensamentos, estresse ou preocupações no
caminho. Durante uns minutos, não pensei em nada absolutamente sério.
— Sim — diz com um suspiro de felicidade antes de sacudir sua cabeça — Não, acredito que simples é uma
palavra melhor. Simples é bastante surpreendente quando penso nisso. Algo que é tão correto que não inspira
nenhuma pergunta. Só o é. E é bom.
— Ah, sim? – dá a volta, apoiando sua bochecha no travesseiro junto à minha, um sorriso curvando seus
lábios — Bom não é o suficiente bom para ti, senhor Prince?
— Não é o suficiente bom. Não de onde venho. — Afasto uma mecha de cabelo ondulado de seu rosto
avermelhado — É muito melhor que boa senhorita Pickett.
— Você também. — diz, inclinando—se para pressionar um beijo em minha bochecha — Estou morrendo
de fome. E você?
— Faminto. Vou ver o que trouxeram para o café da manhã e começar o almoço.
— Perfeito. Vou tomar uma ducha rápida e estarei lá em seguida. – Sai da cama com outro suspiro de
felicidade e caminha para o banho. Vejo-a ir admirando a curva em forma de coração de seu traseiro antes de
me deslizar por entre os lençóis e me vestir com uma calça de moletom e uma camiseta.
Saio ao alpendre dianteiro para recuperar a cesta de mantimentos do café da manhã incluída com nossa
estadia, no momento em que Penny surge com um robe branco, tenho o café feito e servido. Levamos nossas
taças e pratos cheios de fruta fresca e muffins de blueberry caseiros à varanda traseira sob o sol da manhã de
primavera que está quente o suficiente para recordar que o verão está próximo, e vemos os esquilos correrem
loucos enquanto comemos.
É uma coisa simples, compartilhar comida sob o sol com o espetáculo de roedores, mas não consigo me
lembrar da última vez que me senti tão contente.
A alegria dura até que Penny me recorda que a simplicidade não vai durar para sempre.
— Estive pensando no segundo turno com Phillip. — Apoia seus pés descalços na parte superior do
corrimão que rodeia o terraço, leva uma framboesa entre seus lábios, e mastiga cuidadosamente —
Definitivamente tenho que melhorar meu jogo.
— Sim. – concordo — mas também vou melhorar meu jogo. Logo que terminemos de comer, vou realizar
uma verificação de antecedentes sobre o maldito idiota. Se tivermos sorte, a busca básica dará algo, se não
deveria ter tempo para...
— Não, nenhuma verificação de antecedentes. — Penny nega com a cabeça, sua atenção fixada nos
esquilos correndo de um lado a outro entre as árvores — Agradeço a intenção, mas não quero ir por este
caminho. Não quero arruinar Phillip. E se o fizesse, não precisaria da verificação de antecedentes. Somente
poderia relatar os detalhes de nossa relação no passado à imprensa e deixar que a máquina de intriga
enlouquecesse.
— Quer dizer que não sabem que Phillip e você estiveram juntos antes que sua mãe e ele estivessem
juntos? O que acontece com os tabloides? Pensei que tivessem descoberto a história quando quase se afogou.
Assente.
— Eles fizeram, mas era só a filha descontrolada de uma estrela. Nada sobre o Phillip e eu. Antes, quando
saímos pela primeira vez, passávamos a maior parte de nosso tempo em minha casa. Pouca gente na escola
soube e a segunda vez que saímos foi só durante umas poucas semanas. Enquanto Phillip e eu mantivermos a
boca fechada, é provável que a verdade nunca saia.
— E isso está bem para mim. — interrompe com voz firme — E melhor para minhas irmãs, que não
deveriam ter que viver com Anastasia quando ela está no meio do drama que desperte a cobertura jornalística.
– Encolhe os ombros lentamente — Além disso, como já tinha dito, não quero arruinar a vida de Phillip; só
quero escapar da sombra dele.
Assento pacientemente.
— Entendo. E entendo que não quer derramar informação que chamariam a atenção negativa sobre você
ou suas irmãs. Mas um punhado de herpes humano estar te reduzindo à altura de sua sombra. Só é algo para
que pense ...
Encolho meus ombros como se não pudesse me importar menos com o que ela diga, mas estou morrendo
de vontade de procurar no passado de Phillip e ver que outra sujeira incriminatória não relacionada com Penny
posso encontrar sobre ele. O bode presunçoso precisa que o humilhem e eu sou o bastardo certo para fazê-lo.
Penny ri.
— Não, mas eu gosto de seus nomes para Phillip. Eu gostaria de reuní-los em um livro junto com
ilustrações horrorosas. – Puxa sua língua para fora, estremecendo antes de levar outra framboesa entre seus
lábios — Não posso acreditar que alguma vez o achei atraente.
— Sério? — A estudo de forma discreta enquanto pressiono migalhas o muffin de meu prato com um dedo
— É um tipo atraente. Um rato de merda, mas de aparência agradável, lhe darei isso.
— Ew. Não. — Estende sua mão para seu copo, tomando um bom gole de café — Não posso vê-lo.
Absolutamente. Agora quando o olho, tudo o que vejo é maldade. Muita maldade. Não se arrepende de uma só
coisa terrível que fez, sempre para estar mais perto de ser tão famoso quanto minha mãe.
— Como vai ser isso para ele? — pergunto, satisfeito por sua resposta. Esteve me dizendo que não me
importa se segue estando tão obcecada com Phillip como está ferida por ele, mas essa é uma suja mentira. Não
quero que esteja obcecada com outro homem, especialmente um sanguessuga asqueroso como Phillip. Seria
exatamente como Rachel.
E agora amantes...
— O quê?
— Perguntei se você assiste televisão em algum momento. — Limpo minha garganta com uma risada.
— Sinto muito. Não tive café o suficiente. Sim, vejo as coisas importantes como Sports Center, Comedy
Connection e o Earth Channel.
— Sério? — Seus olhos se iluminam — Sou viciada no Earth Channel. Têm uma programação assombrosa.
Como uma antropóloga cultural, sou bastante exigente com meus documentários sobre as culturas indígenas,
mas eles fazem bem. Uma grande integridade e um compromisso com a gravação de uma forma de vida sem
impor os costumes ocidentais na narrativa.
Falo por cima da borda de minha xícara, sustentando seu olhar à medida que deixo minha xícara sobre a
mesa de cristal entre nós.
—É tão sexy quando utiliza palavras complexas. — Morde o lábio enquanto sorri.
— Bom, obrigada. Você também é. Procurei no google sobre os efeitos psicológicos do conhecimento da
roupa outro dia depois que você mencionou. Vou confessar que fiquei um pouco excitada quando terminei.
— Se vier aqui te deixo ainda mais excitada. — Alcanço-a, mas ri e golpeia minha mão rapidamente.
— Não, temos que nos concentrar. Só temos umas poucas horas antes de ter que ir ao almoço. Então,
como estava dizendo, se viu televisão teria que ter reconhecido Phillip do Law and Love e Violent Creme Unit.
Esteve na terceira temporada e foi nomeado para o prêmio Emmy este ano. Também levou um par de
indicações na Broadway.
— Não, Bash. — Dá-me um olhar severo — Falo sério, não quero nada disso. Não é preciso. De todos os
modos, não está feliz com seus lucros. Quer uma carreira na tela grande. Estou segura que ele está esperando
que minha mãe o ajude com isso. Ela esteve fora do negócio por um momento, mas ainda tem um montão de
conexões importantes. Entretanto, sabe que não deveria conectá-lo com sua gente até que tenha conseguido o
que quer dele.
Franzo o cenho.
— E isso é ...
— Um jovem e arrumado marido — diz Penny brandamente — Nunca antes teve um assim, nem sequer
quando era jovem. Naquele tempo estava muito ocupada casando-se para avançar em sua carreira ou
aumentar seu resultado final. Suponho que agora quer casar-se por amor.
— Acredito que sim. — Envolve suas mãos ao redor de sua xícara, encurvando os ombros enquanto se
aconchega mais em seu robe — Tanto como ela ama qualquer coisa. Anastasia gasta tanta energia com ela
mesma que não tem muito para dar a mais ninguém. — estremece-se um pouco. – Está com frio?
— Não, eu gosto aqui de fora. — Põe sua xícara na mesa — Posso simplesmente procurar umas meias três-
quartos. Meu corpo está quente, mas meus pés sempre estão gelados.
— Sei isso de você. — Agito uma mão, fazendo um gesto de seus pés ao meu colo — Me dê aqui.
— Já terminei de comer e minhas mãos sempre estão quentes. É uma das muitas coisas magníficas em
mim.
— Bom, nesse caso ... — Coloca seus pés nomeu colo, apertando seus lábios quando envolvo minhas mãos
ao redor de seus pequenos pés frios.
— Você é de sangue-frio, não é? — Levo um pé à minha boca, respirando sobre seus dedos antes de
esfregá-los brandamente entre ambas as palmas — Muito bem, assim sem antecedentes que arruínem sua
carreira, mas ainda há coisas que podemos fazer. O que disse de sua mãe é importante. Phillip tem que saber
que está em uma situação de compensação. Ele não está no controle, pelo menos não em completo controle, e
inclusive de nossa breve reunião, posso dizer que prefere ser o único puxando as cordas.
— Absolutamente — concorda Penny, ruborizando—se à medida que me observa levar seu outro pé à
minha boca — Estou certa que essa é parte da razão pela qual se comportou da maneira que fez. Sempre foi
capaz de ter a última palavra comigo. Não sou uma grande manipuladora.
— Obrigado. Um... então... — Sua respiração se acelera – Maldição, esqueci o que estava dizendo.
— Deveria parar? – brinco — Minhas habilidades de aquecimento de pés estão te deixando muito
frenética para se concentrar? Seus lindos dedinhos são sua zona erógena secreta?
— Não. — Diz, seu rosto se tornando ainda mais rosado – Isso é ... íntimo. — Arqueio uma sobrancelha.
— Sim. — Me olha através de seus cílios enquanto continuo esfregando seu pé — Mas isso cai dentro da
zona de prazer mútuo entre amigos com benefícios. Isto é diferente.
Sustento seu olhar e o ar entre nós se espessa com perguntas que tenho certeza que nenhum dos dois
sabe como responder. Finalmente, pigarreio e forço um sorriso.
— Não é diferente. É parte de sermos amigos. É minha amiga e seus pés estão frios e os amigos não
devem deixar que seus amigos tenham os pés frios.
— Claro. Devia saber. Com essa barba sexy e todos esses grandes músculos salientes e tatuagens.
Obviamente, está compensando uma falta de confiança em sua própria virilidade.
— Exatamente — digo, estreitando os olhos. — Meus músculos são tão grandes e salientes quanto os
seus, sabe? As tatuagens o fazem maior, mas é pura artimanha.
Ri, um ligeiro som que tilinta e me faz sorrir apesar do pouco que gosto escutá-la usar a palavra "sexy"
para descrever meu melhor amigo.
— É divertido — diz, a risada ainda matizando sua voz — E às vezes, inesperadamente lindo.
— Não sou lindo. — Exagero minha resposta ofendida e pego seus pés com tanta força que a faço se
queixar antes de rir outra vez. — Sou o homem que fez seus ossos derreterem não se esqueça.
— Não esquecerei. — Faz uma pausa, seu olhar voltando-se introspectivo. Um momento depois, senta
ereta, seus olhos se arregalando à medida que retira seus pés de meu colo — E isso é exatamente o que
procuramos. Essa é a resposta!
Assinto.
— Como melhorar meu jogo — diz se esticando para me dar uma palmada no ombro com entusiasmo —
Como me encarregar do Phillip! — Fica de pé, agarrando sua xícara, prato e reunindo nossos guardanapos
enrugados em uma mão — Vamos. Entremos. Não há tempo a perder. Preciso praticar.
— Praticar o quê? — Pergunto, esperando que tenha algo a ver comigo fazendo com que seus ossos se
derretam de novo.
De: MagnificentBastard1
Para: Penny4YourLobsterPot
Assunto: Algo para ter em mente durante as entrevistas
Olá P,
Feliz domingo. Tem estado mais silenciosa que o normal este fim de semana. Com sorte, isso significa que
está fora em algum lugar se divertindo. Pode responder amanhã se quiser, mas acabo de terminar minha
primeira entrevista com Cheyenne e trouxe algumas coisas que quero discutir antes de assinar com o nosso
próximo cliente.
Penso que estávamos passando por cima de uma parte importante no processo de entrevista.
Ajudar a mulheres que merecem e precisam é minha primeira prioridade, mas temos que estar certos que
nossos clientes são capazes de sustentar seu lado do trato.
Uma vez que saímos em público, Cheyenne se estremeceu toda vez que eu tocava sua mão, Penny.
Estremecia-se visivelmente, como encontrar um tio horripilante na reunião familiar.
Afinal a convenci, e no momento em que seu ex nos viu estávamos sentados em uma das mesas do jardim
em seu restaurante favorito, ela tentava estar "não completamente incomodada por minha presença", mas
tivemos um longo caminho a percorrer antes de inspirar um ciúmes épico.
Assim, de agora em diante, vou acrescentar uma saída pública junto às demais coisas da orientação, e eu
adoraria que se aprofundasse mais com as perguntas da entrevista. Se alguém sofrer ansiedade social ou
qualquer outro trauma do passado que possa dificultar (ou impossibilitar) para elas conseguirem fingir estar
loucamente apaixonadas por mim, isso é algo que preciso saber.
Pensando nisso, é assombroso que não tenhamos nos deparado com uma situação como esta antes.
Suponho que só tivemos sorte que nossos primeiros clientes tinham uma habilidade para o dramático.
Não se preocupe com Cheyenne, não vou renunciar a ela até lhe darmos a justiça que merece, mas quero
intensificar nosso processo de investigação de agora em diante. Não quero rechaçar as pessoas, mas tampouco
quero falhar.
Hoje me sinto como uma merda, sentado aqui, me perguntando se ia fazer coisa pior para esta mulher que
já teve tanta dificuldade. Não quero pôr uma cliente (ou a mim mesmo) em uma situação assim outra vez.
Falamos logo,
Bash.
De: Penny4YourLobsterPot
Para: MagnificentBastard1
Assunto: Algo para ter em mente durante as entrevistas
Oh Bash,
Cheyenne e eu nos vimos na cafeteria que há na rua onde vivo para nossa entrevista em pessoa e me dei
conta que parecia um pouco ansiosa em um lugar público, mas nem sequer pensei nisso como um problema
para você.
Suponho que só assumi que todas que te conheçam vão se apaixonar um pouco por você e isso não
deixará nenhum espaço para a ansiedade. Penso que esse foi o fator chave com nossas outras clientes. Não que
tivessem um toque para o dramático, mas sim para o momento em que terminavam com a porção Bash da
orientação, estavam suficientemente apaixonadas para estarem loucas por você parecer real.
Assim... Possivelmente só tem que mostrar um pouco mais de charme para Cheyenne?
Não sou uma perita no flerte, mas você sim. Possivelmente só precisa um pouco mais de atenção extra
para superar a preocupação?
Avise-me se houver algo que possa fazer para ajudar e criarei um apêndice para as perguntas da entrevista
e lhe farei chegar isso mais tarde este final de semana para o feedback.
*abraços*
Penny.
De: MagnificentBastard1
Para: Penny4YourLobsterPot
Assunto: Algo para ter em mente durante as entrevistas.
Não seja tola. A adaptação é uma parte normal do funcionamento de um negócio, especialmente um
negócio novo.
A avaliação, o abraço, o conselho e a fé em minhas habilidades ao flertar. Não tinha pensado antes na coisa
de "apaixonar-se um pouco por mim", mas possivelmente tem razão. Nunca me propus a manipular ninguém,
mas flertar é a maneira em que instintivamente faço às pessoas estarem mais cômodas ...
Isso me faria uma pessoa repugnante? Ou se classifica como um conflito de interesse? Pensarão que estou
guiando-as? Ou estou muito preocupado por algo que é uma parte natural desta estranha carreira que decidi
seguir?
De: Penny4YourLobsterPot
Para: MagnificentBastard1
Assunto: Algo para ter em mente durante as entrevistas.
Sua carreira é um pouco estranha, mas também é muito surpreendente. É como um fada padrinho, mas
com mais atração sexual ;)
Penso que, o fato de que esteja pensando em todas essas questões prova que vai fazer bem. Saberá
quando terá que estabelecer limites e quando descansar se for preciso.
E sempre poderia dizer a suas clientes que tem uma noiva a longo prazo. Deixe escapar durante a
orientação que está em uma relação comprometida com uma surpreendente mulher. Se elas acreditarem que
já está comprometido, isso poderia ajuda-las a separar a fantasia da realidade.
Mensagem de Bash:
Penny:
Bash:
Sim, é uma garota encantadora, e as mulheres sentirão um grande interesse em nossa relação porque ela é
a mulher que me conecta primeiramente com elas.
Penny:
Bash:
Por que não? Todas nossas clientes falam o quanto você é doce e surpreendente. E todas elas são doces o
suficiente para não querer fazer um movimento com seu noivo. É um acordo perfeito.
Além disso, foi sua ideia. Não pode dizer que não.
Penny:
Bash:
Terá flores reais no dia de São Valentin e madalenas em seu aniversário. Minha pequena maneira de dizer
obrigado por ajudar como minha falsa noiva.
Penny:
Transforme essas madalenas em uma assinatura mensal do clube no Ample Valley Creamery e tem um
trato.
Bash:
Considere feito. Pode ser subornada com sorvete... Vou levar isso em conta.
Penny:
Bash:
Não poderia pensar em enviar nada menos que o melhor, noiva linda.
Penny:
Bash:
Com um homem como Phillip, um sociopata que se alimenta de sua habilidade para manipular outras
pessoas, não importará quão apaixonado vou parecer estar por Penny. Ele vai estar olhando-a e medindo suas
reações. Enquanto ela ainda pareça vulnerável à sua influência, ele não vai se importar o mínimo se me puser
de joelhos e lhe pedir que se case comigo nessa reunião de almoço de casamento.
Tratei antes com ex como ele e tive que dirigir a minhas clientes através do tipo de comportamento
necessário de sua parte para meter-se sob a pele de seu amante anterior, mas por alguma razão, com Penny,
não fiz a conexão de forma imediata.
Talvez seja porque estou tão acostumado a pensar nela como uma amiga que deixei meu enfoque
profissional deslizar. Ou talvez seja porque estava tão ocupado fazendo amor como se meu pênis estivesse a
ponto de cair e não tive tempo para pensar em outra coisa.
Por mais que meu pênis queira foder Penny a cada poucas horas em um procedimento operativo padrão, é
o momento de concentrar-se no problema em questão. Enquanto praticamos nossa rotina de pombinhos
apaixonados, eu me recuso a cair em mais de um par de toques carinhosos e um beijo em sua bochecha.
Por volta das dez e meia, posso dizer que Penny está se sentindo 100% mais segura do que se sentiu no dia
anterior.
Nós nos revezamos no banheiro, nos armando para a batalha, e saímos pela porta da frente com o dia da
primavera preparados para matar. Estou vestindo calças na cor cinza e uma camisa azul marinho que abraça
minhas costelas à medida que se estreita em minha cintura; um traje simples destinado a mostrar o
Magnificent Bastard abaixo. Penny está usando um vestido azul marinho e branco com uma saia cheia e um
cinto vermelho que circunda sua cintura, acentuando suas curvas. Seu cabelo está preso para trás em um rabo
de cavalo elegante amarrado com um laço retrô de linho vermelho, em seus pés sandálias vermelhas de ponta
aberta, e quando saímos para o sol, ela desliza óculos de sol de moldura vermelha em seu rosto e o empurra
até a ponta de seu nariz.
É adorável, elegante e tão atraente, e é tudo o que posso fazer para não arrastá-la de novo para casa e tê-
la uma última vez antes de enfrentar o inimigo.
Em seu lugar, estendo a mão para apertar seu traseiro à medida que caminhamos para o automóvel e
prometo:
— Assim que voltarmos, vou levantar esta saia ao redor de sua cintura e te ter contra a parede mais
próxima.
— Você acha? — pergunta, com um sorriso curvando seus lábios vermelhos — Vai tirar minha calcinha
desta vez?
— Talvez. — Considero a vista impressionante de seu decote, não muito baixo de seu vestido — Talvez
não. Depende do quanto necessite ser fodida. Você está maravilhosa. Esteja preparada para ter cada par de
olhos grudados em você assim que entrar na festa. — Abro a porta do passageiro para ela e espero que entre.
Ela para um momento dando uma olhada sob o brilhante sol do meio-dia.
— Isso não vai acontecer com a minha mãe em algum lugar na vizinhança, mas tudo bem. — Com uma
inclinação tímida de sua cabeça, estira sua mão para enlaçar seus dedos com os meus, fazendo que meu
coração se aperte em meu peito — Não preciso de cada par de olhos, querido. Só preciso dos seus.
— Maldita seja. — Nego com a cabeça, rindo quando me dou conta do que acaba de fazer — Isso foi bom.
Por um segundo, esqueci que estava fingindo.
— Eu não iria tão longe, docinho — digo secamente, fazendo um gesto para o automóvel — Agora senta
sua bunda bonita. Quanto antes chegarmos ao almoço, mais cedo estaremos de volta aqui celebrando sua
vitória.
— Nua — acrescenta com um sorriso.
— Tão nua como o dia em que nasceu — digo, sorrindo em aprovação. O estudante não pode ter se
convertido no professor, mas está sem dúvida a caminho.
Quinze minutos mais tarde, estamos passando através das portas do Clube Yates South Sede e seguindo as
flechas de madeira com as palavras "Pickett e Davies" pintadas nelas apontando para o deck.
Assim, ao final do caminho, no amplo gramado que chega perto da água, vemos uma decoração luxuosa.
Duas barracas brancas, com os tecidos tremulando com a brisa, onde se veem seis mesas largas de banquete
enfeitadas com toalhas brancas, e bordas azul marinho, acentuadas com centros de flores amarelas. Além da
sala de jantar elegante estão vários mastros onde se dançam nas festas de maio trespassados com cintas onde
os meninos já estão correndo indo e vindo conseguindo enredar-se nas sedas amarelas, uma mesa elaborada
de sobremesas empilhadas com muitos bolos e bolachas, uma fonte de champanhe, e arcos cobertos com
flores amarelas.
Vejo Phillip e a mãe da Penny, uma loira alta impressionante, que parece incrivelmente jovem para sua
idade, e dirijo Penny para longe da pequena multidão que está reunida fora da barraca onde está montado o
bar, agarrando copos de martini cheios de um líquido amarelo vibrante. Durante nossa preparação, Penny
disse que normalmente cumprimenta suas irmãs em primeiro lugar, e hoje tudo vai demonstrando que Penny
continua sendo a mesma pessoa que sempre foi, com uma exceção muito importante: está louca por mim e
não lhe importa quem saibam.
— Claro, as bebidas coincidem com o esquema de cor da festa —murmura entre dentes — Não deveria
estar surpreendida. Gostaria de saber se alguém terá a coragem de dizer que esses martinis são da cor de urina
radioativa.
— Lembre-se, só pensamentos felizes, bombonzinho. — Envolvo meu braço ao redor de sua cintura,
sustentando—a perto enquanto caminhamos entre as mesas por volta dos postes de maio — Podemos discutir
os martinis de cor de urina em nossa entrevista posterior.
— Eu gosto de seu traseiro. Eu gosto tanto que poderia abraçá-lo mais tarde — diz, sua mão deslizando-se
para baixo para acariciar meu traseiro através de minha calça.
Antes que possa devolver o favor, algumas vozes estridentes gritam — Penny! — E um momento depois,
dois pequenos mísseis, mas sólidos, conectam com a cintura de Penny, tirando-a de meus braços.
— Olá, garotas! — Penny ri à medida que envolve seus braços ao redor das meninas que estão agarradas a
sua cintura como carrapatos — Senti saudades!
— Nós também, os fins de semana são tão aborrecidos sem uma viagem ao Brooklyn — diz a menina
ligeiramente mais alta, de cabelo escuro, afastando-se para olhar com adoração o rosto de Penny — Você está
tão linda, querida.
— Eu gosto de seu vestido. — A irmã loira, claramente não são gêmeas idênticas, passa a mão reverente
pelo tecido da saia de Penny. — Deveria usá-lo o tempo todo.
— Bom, talvez não o tempo todo, mas obrigada. Às duas. — Penny as abraça forte outra vez antes de
levantar o olhar para mim com um sorriso — Agora há alguém que quero que conheçam. Este é Bash, meu
chefe de quem lhes falei muito. — Dá um olhar à loira — Bash, esta é Edna. — Logo coloca um cacho castanho
detrás da orelha da garota mais alta, revelando um rosto notavelmente parecido ao de sua mãe — E Francis.
— Olá — Dizem as garotas ao mesmo tempo, me observando com curiosidade indisfarçável. Penny e eu
estivemos de acordo em não arrastar as meninas no drama da relação falsa se pudermos evitá-lo, mas não
posso resistir em dizer ...
— É tão bom conhecer as duas. Penny é uma de minhas pessoas favoritas. Tiveram sorte no departamento
de irmã mais velha.
Os sorrisos das gêmeas me alegram de ter falado. Amam Penny claramente e, portanto, gostam de escutar
que outras pessoas apreciam muitas das boas qualidades de sua irmã mais velha.
— Mas mesmo se não fosse, ainda seria a melhor — insiste Edna — Nos deixa dormir em sua cama quando
vamos à sua casa e tomar sorvete no café da manhã aos domingos.
— Sim, e se Anastasia souber que estou as alimentando com algo que não seja orgânico, livre de glúten e
comida vegana não láctea vai enfiar uma lança em minha cabeça — diz Penny, olnado docemente par as
meninas — Assim vamos manter um olho aberto sobre isso quando mamãe estiver ao redor.
— Manter um olho aberto sobre o que quando mamãe estiver ao redor? — pergunta uma voz harmoniosa
por trás de nós. Um segundo depois, as gêmeas saem em disparadas pela grama como se estivessem fugindo
da ira de Zeus.
O rosto de Penny se enruga e articula uma maldição, mas para o momento seguinte está sorrindo de novo.
Mas é difícil, sobretudo quando os olhos da mulher me varrem desde minha cabeça até a ponta de meus
pés e de volta de uma maneira que deixa claro que está me despindo mentalmente, querendo me foder e
perguntando-se que demônios estou fazendo com sua filha.
É muito para transmitir com um olhar, mas a mulher é uma atriz e muito boa nisso.
— Também é bom ver você, querida. Estou tão contente de ter você em casa nos visitando finalmente. —
Seu olhar se desvia de novo para mim, a risada em seus olhos me convidando a participar de uma brincadeira
privada — E este deve ser seu amigo. Phillip adorou muito te conhecer ontem, Sebastian.
— Me chame de Bash, por favor. Ele fez isso? Estou contente — observo com frieza, nada interessado em
sua brincadeira, sobretudo porque Penny parece ser o alvo dela. Só conheci esta mulher durante uns segundos
e já posso ver por que Penny não tem ideia de quão impressionante é realmente. Com uma mãe como esta, é
um milagre que sua autoestima não esteja completamente baixa — Não me recordo muito sobre nossa
conversa. Penny estava com enxaqueca. Estava tão preocupado com ela que não estava prestando muita
atenção a nenhuma outra coisa.
— Sério? — Anastasia levanta uma sobrancelha — Isso é grave, Penny. Precisa ver o doutor Green
enquanto está em casa?
— Não, agora estou bem. — separa—se de sua mãe e se move para meus braços, me olhando com afeto.
— Acredito que foi só um nervo comprimido por dormir em uma posição estranha no trem. Bash se preocupa
muito.
— Não é verdade, me preocupo o suficiente. – Me inclino para baixo, pressionando um beijo em sua testa.
— Isso é o que você faz quando coisas preciosas nos preocupam.
— Está bem. Eu gosto de brega. Mas não deixe que as garotas escutem ou irão tirar sarro de você até que
peça misericórdia.
— É. Uma das muitas coisas que eu gosto em você. — Penny suspira felizmente, seus olhos brilhando com
o grau perfeito de absolutamente apaixonada. Até o momento está indo muito bem. Tudo o que resta fazer é
que ela consiga fingir diante de Phillip sem que nosso ato caia em pedaços e estaremos de novo em marcha à
vitória.
— Que doces! — fala Anastasia — Vocês dois são adoráveis. — Penny ruboriza.
— Obrigada, mãe. É bom que finalmente Bash e você se conheçam. Ele tem sido uma grande parte de
minha vida há um tempo.
— Claramente. Estou muito feliz pelos dois. Mas sobretudo por você, querida. Merece um belo homem
que esteja louco por você.
Troco minha atenção em direção a Anastasia para encontrá-la sorridente olhando para Penny com o que
parece ser verdadeira felicidade. Tomo nota do suave sorriso e o amor que enche seus olhos e me pergunto se
talvez julguei mal Anastasia Pickett. Talvez não seja um monstro. Ou não puramente monstruosa, em todos os
sentidos.
— Você se importaria em ir encontrar suas irmãs? — pergunta Anastasia — E diga que não estão em
problemas pelo que seja que as três estavam murmurando? Quero que desfrutem da festa, não que se
preocupem de que vão perder privilégios.
— Isso significa que posso deixar que roubem um cupcake da mesa de sobremesas antes do almoço? —
pergunta Penny. — Sabe que ambas odeiam salmão.
A boca de sua mãe se franze para um lado, lhe dando um aspecto parecido ao de Penny quando está
relutante em ceder terreno.
— Está bem. Mas só um. E não deixe que manchem com cobertura seus vestidos. Ainda não tivemos a
oportunidade de fazer fotos familiares.
— Certo. — Penny olha para mim, sorrindo. — Quer que procure um cupcake para você enquanto estou
procurando para elas, bonito?
— É obvio que sim. — Ri antes de ficar nas pontas dos pés para me dar um beijo rápido – Volto logo,
amorzinho.
Vejo-a ir com um sorriso que não é puramente para o benefício de sua mãe. Os seus passos com salto
enquanto cruza a grama, em busca de suas irmãs, é bonitinho. E embora seja claramente alheia a isso, algumas
cabeças giram quando passa. É provável que sempre o façam, ela só esteve muito ocupada atuando como a feia
para a sua mãe egoísta para que se desse conta.
— Eu ainda vou rir por último. — Anastasia se move para estar a meu lado, olhando fixamente sua filha —
Todos os produtos assados são orgânicos, veganos e livres de glúten. Mas não vou dizer a Penny até que ela e
as garotas acabem com seus cupcakes.
— Diabólica — digo, seguindo com o jogo, mais aberto a dar a esta mulher uma oportunidade ao que
estava antes. Nada pode compensar o fato de que está casando-se com o ex-noivo de sua filha.
Mas o amor chega muito longe, e parece amar suas filhas, uma suspeita que confirma quando diz:
— Só para você saber, Penny não tem acesso a nada do meu dinheiro. Tem devolvido cada cheque que lhe
enviei por correio durante os últimos dois anos e insistiu em ser retirada de meu testamento. Não queria fazer
isso, mas depois da dor que lhe causei, senti que tinha que honrar seus desejos.
Assinto lentamente, dividido entre estar contente de ver Anastasia tratando de proteger sua filha de um
potencial caça fortuna e chateado de que assuma que é a única maneira em que Penny poderia terminar com
um homem apaixonado.
— Penny começou a trabalhar para mim como minha assistente pessoal. Sou muito consciente de sua
situação financeira.
— Sou consultor de negócios — digo, me apegando à mentira que Penny e eu decidimos — Mas estava
acostumado a trabalhar na Wall Street onde tive uma carreira bem-sucedida como um tubarão corporativo.
Não vou comprar uma casa em Hamptons imediatamente, mas tenho me saído bem. Não preciso sair com
mulheres por seu dinheiro.
— Então me desculpo — diz, inclinando a cabeça — Espero que não me recrimine por esta conversa.
— Não deveria me pedir desculpas. Deveria pedir desculpas a ela. – Me viro para ver quando Penny, Edna
e Francis caminham até a mesa de sobremesas, fazendo uma pausa para sussurrar entre si a cada poucos
passos, claramente transformando a busca de cupcakes em um jogo. Meus lábios de curvam inclusive quando
meu peito começa a doer.
É tão boa com elas, e elas claramente adoram a sua irmã mais velha. É realmente uma merda que
Anastasia ameaçasse mantê-las separadas se Penny não viesse para esta farsa de casamento. A lembrança faz
que minha voz soe mais fria quando adiciono:
— É uma das pessoas mais sinceras, mais doce e mais divertida que conheci. Mas quase quebrou. E isso
teria sido uma vergonha. O mundo precisa de gente como Penny.
Anastasia assente.
— Sei. E embora não acredite, conheço minha filha. Quando éramos mais jovens, éramos como irmãs. —
Sua voz se suaviza — Ou melhores amigas. Sei que me apoiei nela mais do que uma mãe deveria, mas era uma
adolescente quando fiquei grávida e não tive nenhum apoio do pai da Penny ou de minha família. — Ela suspira
— Devia ter sido a adulta, mas não estava preparada. E sem importar o tipo de apoio que precisava, Penny
sempre estava ali, oferecendo ajuda antes de que me ocorresse pedí-la. Às vezes penso que me criou tanto
como eu a ela. Por isso foi tão difícil, estar separada de sua vida nos últimos anos.
Ela encontra meu olhar acusatório no mesmo nível. – Erros foram cometidos e a situação foi mal
administrada, mas se não pode evitar a quem amar, senhor Prince. Sem dúvida, pode entender isso se estiver
tão apaixonado por minha filha como diz estar.
Antes que possa lhe assegurar que estou perdidamente apaixonado por Penny, que mataria por sua
felicidade e que morro por outra oportunidade para estar enterrado profundamente em sua vagina
incomparável, uma das gêmeas grita:
Viro para ver Edna saltando na grama, apontando para Penny, cujos dedos estão envoltos ao redor de sua
garganta no sinal universal de asfixia. Francis está detrás dela, com seus pequenos braços ao redor da cintura
de Penny, mas é muito pequena para estar na posição correta para a manobra de Heimlich e o rosto de Penny
já está vermelho brilhante, ficando azul.
O pânico dispara em meu pulso a toda velocidade, corro pela grama, chegando junto a Penny muito antes
que qualquer dos outros convidados possa se aproximar.
Um instante depois estou por trás de Penny com meu punho apoiado justo debaixo de seu diafragma,
empurrando rapidamente para cima com minha outra mão. Os lábios de Penny se abrem em um suspiro
quando o bloqueio (algo pequeno que brilha pelo sol enquanto cruza pelo céu) é expulso na grama.
Surgem gritos de surpresa entre a multidão que se reuniu para ver o drama e uma das crianças que está na
festa grita:
— Eca, nojento!
Mas me preocupo muito com Penny para perder tempo matando um garoto com o olhar.
— Estou bem. — Gira em meus braços, tremendo tanto como eu — Mas senti que ia morrer, Bash. Sério
eu senti. Não podia respirar.
— Sei. — Meu coração segue retumbando contra minhas costelas à medida que sustento seu rosto com
minhas mãos — Me assustou muito. O que aconteceu?
— Não sei. Um minuto estava com as garotas em uma competição comendo cupcakes e no instante
seguinte havia algo duro em minha garganta e não podia tirá-lo. A cupcake deveria ter algo dentro.
— É o cupcake da futura noiva. — Edna sustenta um anel coberto de migalhas ante nós — Significa que
será a próxima a se casar Penny! Você tem tanta sorte!
Penny lança um olhar de incredulidade ao anel dourado com um diamante falso enorme.
— Claro! Essa sou eu. A sortuda. – Me lança um olhar e é tudo o que precisamos para que percamos a
compostura.
Ambos explodimos em risadas, rindo tão forte que a cara de Penny fica vermelha de novo e meu estômago
começa a doer, mas embora estejamos sendo vistos por uma multidão de curiosos, não posso parar. Cada vez
que acredito que estou recuperando o controle, volto a olhá-la e o perco.
Rimos até que há lágrimas em nossos olhos, e estamos apoiados um no outro para não cair na grama, e
quando finalmente nos controlamos, sinto que corri uma maratona.
— Jesus, isso foi doloroso — suspiro, beijo sua testa. — Estou feliz que não morreu, lunática.
— Quando quiser, docinho. — Afasto gentilmente uma mecha de seu rosto, me negando a pensar em um
mundo sem Penny, e logo ela diz:
— Te Amo, Bash.
... E sem pensar nas intenções ou por que estou aqui ou qualquer outra coisa, só nesta mulher e em
quanto preciso dela para seguir vivendo e respirando, respondo:
E por um segundo o tempo se detém assim como também meu coração e me pergunto se talvez...
Apenas talvez...
Logo vejo o olhar de Penny se mover para minha esquerda. Giro a cabeça para ver bem a tempo uma parte
do cabelo loiro de Phillip dançando no vento, e com uma pontada desagradável lembro que tudo isto é falso.
Falso em benefício do maldito bode, que não se vê nada feliz quando abraço Penny em meio aos aplausos dos
espectadores.
E logo alguém em meio dessa multidão grita: — Ponha o anel em seu dedo, filho!
— Acabo de lavá-lo! — diz Edna, saltando com o enorme anel sobre sua cabeça — Já não tem migalhas!
Ponha o anel, Bash!
— Oh, Por Deus — murmura Penny contra meu peito, seus ombros novamente tremendo.
Assinto seriamente enquanto examino a sorridente multidão, evitando deliberadamente o olhar de Phillip.
— De acordo. Suponho que quando o momento perfeito se é dado, tem que aproveitá-lo.
— De maneira nenhuma. — Penny se libera de meu abraço, rindo à medida que me aponta o peito com
um dedo — Não te atreva, Bash. Não te atreva a me propor matrimônio com o anel que quase me sufoca até a
morte.
— Mas é tão romântico — zombo, tomando o anel de Edna — Provavelmente tem traços de seu DNA
entupido nas pontas por onde arranhou sua garganta tentando sair.
— Eca. Não! Isso é terrível! — Penny ri mais forte antes de tomar uma profunda respiração obrigando a
abrir ainda mais seus olhos — Falo sério, Bash. Não! Não é a história que quero contar para nossos netos. É
muito embaraçosa.
— Tem razão — diz Francis seriamente — Foi assustador e o som que fez quando saiu foi nojento.
— Penny não poderia ser nojenta ainda se tentasse — digo, mas continuo e coloco o anel no bolso
dianteiro de minha calça — Mas justo pois são dois contra um...
— Dois contra dois. — Edna toma minha mão, sorrindo quando acrescenta — E quase nunca voto contra
Francis.
— Bem, obrigado. — Meus dedos se enroscam ao redor de sua pequena palma enquanto assinto,
comovido por seu apoio — Aprecio isso, Edna.
— Está bem, Eddie. Mas acredito que é melhor escutar Penny. Sendo que eu quero que ela aceite.
— Aceitarei. — Penny entrelaça seus dedos em minha mão livre. A risada se desvaneceu de sua expressão
e está me olhando como se fosse a única coisa que precisa em todo mundo — Me ofereça qualquer anel que
não tenha estado em minha garganta e sou tua, bunda bonita. Para sempre.
Os lábios de Penny se curvam, mas o brilho em seus olhos não diminui. Ainda está me olhando como se
não pudesse esperar para ser minha, e Deus me ajude, neste momento acredito que eu gostaria disso. Gostaria
de saber que estes dedos vão permanecer entrelaçados com os meus e que minhas mãos não só serão as
primeiras a tocá-la desde que Phillip rompeu seu coração, mas também as últimas.
Mas antes que possa envolvê-la em meus braços e sussurrar algo louco que não possa retirar, sinos soam
das mesas detrás de nós e uma profunda voz de barítono anuncia no alto-falante:
— Damas e cavalheiros, tomem seus assentos, por favor, o almoço será servido.
E então, Penny e eu somos empurrados para as mesas por Edna e Francis, quem toma a liberdade de
trocar as placas com nossos nomes com dois meninos sentados junto a elas. Terminamos comendo na mesa,
rodeados por meninos, queixando-se sobre o salmão nojento, pré-adolescentes fazendo piadas de flatulências
e dois adolescentes de aspecto frágil lançando olhares incômodos entre eles, mas não me importa. Estou
agradecido pela distração. Claramente preciso de um aviso sobre a diferença entre a realidade e a fantasia.
A realidade é que Penny é minha empregada, minha amiga e uma mulher que não tem interesse em uma
relação além disso. Esse foi todo o ponto em envolver-se comigo. Não quer um montão de bagagem emocional,
só quer estar perto de alguém outra vez.
Proximidade física.
Isto é sexo, puro e simples. E de repente estou me sentindo mais como um gigolô real do que me senti
alguma vez antes.
— Você vai comer seu pãozinho? — pergunta Eddie, estirando-se para enterrar seu pequeno dedo na bola
dourada em meu prato.
— Não – digo — É todo seu, Ed. Aproveite. — Sinto uma mão em minha coxa e olho para ver Penny
sorrindo. Articulando um — Obrigada. — E passa seu pãozinho para o meu prato.
Mas não quero seu pãozinho. Não estou certo do que quero, mas não é esse pãozinho.
Infelizmente, provavelmente também é algo que Penny não está disposta a dar, o que significa que isto
tem que parar. Penny e eu podemos desfrutar do resto do fim de semana, vamos foder até que tenhamos
construído algumas boas lembranças para umas centenas de voos solitários, e logo as coisas retornarão à
normalidade. Retornaremos à cidade, de volta a nossas vidas separadas e finalmente esquecerei que, por um
dia ou dois, estive bastante certo que estava apaixonado por minha melhor amiga.
CAPÍTULO 30
Quando a festa está a ponto de acabar duas horas depois, nos despedimos de Edna e Francis,
agradecemos a Anastasia pela agradável acolhida e nos dirigimos para ao carro.
Logo que estamos seguros no carro, Penny lança seus braços ao redor de meu pescoço e grita:
— Nós fizemos! Oh meu Deus, foi tão perfeito, Bash, quase não posso acreditar nisso. Philip fisgou a isca
com o anzol e tudo. Viu a maneira que esteve zangado durante toda a refeição?
— Vi. — Abraço—a mais apertado, ignorando a triste e estranha sensação em meu estômago. Não tem
sentido contar a Penny minha decisão de acabar com a parte sexual de nossa relação logo que sairmos de Long
Island, não quando está contente e celebrando sua vitória merecida.
Estou aqui justo para oferecer isto: uma experiência positiva de vingança para uma mulher cujo antigo
amante a danificou. Deveria estar celebrando com ela e não me derrubando em minha atual angustia amorosa.
— Quer ir à cidade, comprar um litro de sorvete, e ficarmos loucos com um pouco de lascas de chocolate
com menta em honra à sua vitória?
— Não. — Retorna a seu assento, mas mantém seus braços ao redor de meu pescoço. Seu olhra é
puramente sensual. — Preferiria ficar louca contigo. Nunca antes estive nua com um herói.
— Não sou um herói. — Digo, inclusive enquanto giro a chave, preparado para voltar à cabana, nu com
Penny, dez minutos depois. Se só tiver uns poucos dias mais, vou aproveitar ao máximo cada minuto a sós com
ela. —Havia dois médicos ali. Se não tivesse chegado primeiro, um deles teria feito as honras.
— Bash, você salvou minha vida. — Entrelaça seus dedos com meus à medida que ponho o carro na
estrada pavimentada que nos leva longe da baía. — Possivelmente não é algo importante para você, mas é para
mim.
— É obvio que é algo importante. Não posso imaginar a vida sem você. — Aperto sua mão. Em realidade, é
uma mentira. Posso imaginá-la e eu não gosto. Não é permitido morrer. Vou acrescentar isso em seu contrato.
— Parece bom. — diz com um suspiro alegre—. Fazemos uma boa equipe.
— A melhor — concordo, ignorando a pontada de dor em meu peito quando acrescento: — Esteve
perfeita hoje. Se não a conhecesse melhor, pensaria que realmente íamos ser o próximo casal a se casar.
— Sei. — Seus pés batem com alegria no chão enquanto ri. — Jamais vou esquecer o olhar na cara do
Philip depois de dizer que te amava.
— E devo tudo isso a você. — Continua — Obrigada por me dar o melhor momento que tive em anos. —
Inclinando-se, pressiona um beijo em minha bochecha antes de sussurrar contra minha pele — Agora, nos leve
rápido para casa. Não posso esperar para estar contigo. Estive sonhando com seu pênis durante todo o dia.
Concentrando-me em suas palavras tão sensuais, e na ereção que me inspirou, estico a mão, deslizando
seu vestido o suficiente para cima para colocar minha mão em sua coxa nua.
Que se fodam os sentimentos. Haverá tempo para sentimentos e arrependimentos mais tarde, depois de
ter tido Penny contra a parede, no chão e também inclinada sobre a parte posterior do sofá com seu formoso
traseiro no ar.
Empurro o pedal até o limite de velocidade de volta à cabana e logo que desligo o motor, Penny e eu
estamos fora do carro, correndo pelas escadas.
No momento em que a porta se fecha atrás de nós, nos agarramos, nossas bocas encontrando-se com uma
urgência digna de duas vítimas de um naufrágio abandonadas em ilhas separadas. Minha língua passa entre
seus lábios e seus dedos se cravam em meus ombros, e em questão de segundos, tirei sua calcinha e suas
pernas estão envoltas na minha cintura enquanto pressiono suas costas contra a parede.
— Sim, agora — diz com uma voz rouca e sem fôlego. Sua mão se mete entre nós, alcançando o cós de
minha calça, roçando contra onde estou o suficientemente duro para romper vidro. — Preciso de você. Agora.
Depois lento.
— Não quero te machucar. — Rosno à medida que minha mão encontra o céu entre suas pernas e meus
dedos deslizam através de onde já está úmida para mim — Maldição, Penny. Está tão úmida. — Digo-lhe —
estive pensando nisto todo o dia. — Passa seus dedos por meu cabelo, suas unhas arranhando meu couro
cabeludo enquanto se move contra minha mão. —Sobre você e eu e como isso é perfeito. Como é incrível te ter
dentro de mim. — Sua respiração roça meus lábios, cheirando à morango e champanha que degustou de
sobremesa, me fazendo querer prová-la.
Suas palavras saem como um gemido quando cubro sua boca com a minha e deslizo minha língua de volta
entre seus lábios. É tão doce, a coisa mais doce que alguma vez provei e não tem nada que ver com o que
comeu de sobremesa. É tudo dela, toda Penny, e com cada beijo, estou ficando mais viciado em seu sabor, seu
toque e a maneira que se encaixa em mim, com fodida perfeição.
Mas só tenho um par de dias para ter minha dose e não tento acelerar nem um só minuto disso.
Vou foder ela contra a parede, mas primeiro, vou tê-la em minha boca, até que a evidência de quanto me
deseja esteja caindo por meu queixo e não possa pensar em nada mais que como é bom saber que estou a
ponto de afundar minhas bolas profundamente em sua apertada e pequena boceta.
— Braços para cima — ordeno enquanto solto-a sobre seus pés e alcanço a parte inferior de seu vestido —
Preciso ver o que é meu. — Obedece, provando que é minha ao menos por esta noite, e com uns poucos
movimentos tirei seu vestido e o sutiã branco sem alças que embalava seus seios. — Isso é melhor. Estes nunca
deveriam estar cobertos quando estamos juntos. — Meus dentes se afundam em meu lábio inferior à medida
que seguro seus seios em minhas mãos, provocando-a com meus polegares ao redor de seus já eretos mamilos,
meu pênis sacudindo-se quando seu fôlego sai trêmulo — Agora abra suas pernas e se incline para trás.
— Hoje não, docinho. — Levanto um polegar para cobrir seus lábios inclusive enquanto intensifico a
pressão no mamilo ainda seguro entre meus dedos — Hoje, tenho o controle e vai fazer o que eu te digo. Em
troca, vou te fazer gozar até que não possa recordar seu próprio nome. Está de acordo com isso?
Com seus olhos nublados pelo desejo, Penny assente à medida que sua língua sai para lamber a ponta de
meu polegar, fazendo que minha mandíbula se aperte. Deslizo meu polegar entre seus lábios e me chupa
profundamente, sua língua trabalhando contra minha pele, imitando a maneira em que se moveu ontem contra
meu pênis na ducha. Meu penis se torce em aprovação.
É tão incrivelmente sexy, tão perfeita e preparada para o prazer, e não posso esperar para lhe dar tudo o
que silenciosamente está pedindo.
— Então, bem, docinho. —Tiro meu polegar de entre seus lábios. —Agora incline para trás e abra essas
belas pernas.
Retrocedo, abrindo os botões de minha camisa enquanto ela apóia suas mãos na parede e troca de
posição, fazendo com que seus peitos se elevem para mim. Levando nada mais exceto esses saltos vermelhos e
uma expressão de “foda-me”, ela está impressionante.
E isto é exatamente o que necessito, recuperar o controle, recordar que não estou a mercê de ninguém
nem nada a não ser que me permita estar.
Passei os últimos dois anos com meu coração resguardado em uma caixa à prova de balas sob minha
cama. Sou um profissional do Sexo Sem Sentimentos. Tenho um título em Sexo Casual, e de agora em diante
vou me assegurar que as coisas sejam casuais.
Meu olhar varre de cima abaixo, desde seus lábios inchados, de nossos beijos, até as unhas cereja dos
dedos de seus pés, enquanto faço meu melhor esforço por gravar este momento em minha memória. Quero
lembrar desse momento, com cada centímetro dela exposto só para mim.
— Agora quero que me faça uma promessa. — Chego mais perto, apoiando minhas mãos sobre a parede
de cada lado de seu rosto.
— O que quiser — sussurra as palavras enviando uma descarga de eletricidade direto até meu pênis,
confirmando que só com muito autocontrole conseguia estar ainda dentro de minha calça. Estiro-me, tomando
suas mãos nas minhas e as trazendo até seus seios.
— Quero que se toque. Brinque com estes maravilhosos seios enquanto te balanço contra meu rosto, mas
não irá gozar até que eu te dê permissão.
— Está bem. — Embala seus seios, a visão de seus dedos apertando ligeiramente seus mamilos é suficiente
para fazer que meu pênis estique meu zíper.
— Boa garota. — Corro minhas mãos pela curva de sua cintura para apertar seus quadris à medida que me
inclino por um último beijo. Fodendo sua boca com minha língua, me apropriando de cada centímetro de seu
doce calor, prometendo silenciosamente que vou fazer o mesmo com sua vagina.
Espero até que sua respiração sai rapidamente e um suave soluço vibre contra meus lábios antes de
abandonar sua boca e descer por sua garganta, mordendo e lambendo seu elegante pescoço. Beijo um rastro
entre seus peitos, pausando para passar minha língua por de seus mamilos, onde seus dedos ainda estão
rodando e devorando obedientemente, antes de me mover mais abaixo. Faço um círculo em seu umbigo com
minha língua, mordisco a suave curva debaixo de seu ventre, e logo detenho minha boca para flutuar por cima
do monte de escuros cachos entre suas pernas.
Abro minha boca, esquentando-a com meu fôlego enquanto inalo o aroma de sua excitação. Hoje tem um
ligeiro aroma doce e picante que me faz lembrar de uma fábrica de sake que visitei no Japão. Como
fermentação de frutas e maçãs ácidas e água fresca secando-se em colheres de madeira. Por um momento,
penso que eu gostaria de um livro de cabeceira cheio de nada mais que as descrições da forma que cheira a
boceta de Penny em um dia qualquer, mas coloco a ideia de lado antes que possa escapar de meus lábios. Este
não é o momento para brincadeiras ou piadas. As brincadeiras e piadas levam a risadas e a sentimentos, e
neste momento, só quero foder.
Virando minha cabeça, traço sua coxa com meu nariz, meus olhos fechados enquanto memorizo seu
aroma. Cheira como algo novo, embora antigo, algo tão misterioso que não estou seguro que alguma vez o
entenderei, mesmo assim, tão simples que sinto que o conheci toda minha vida.
Como se a conhecesse toda minha vida. Ou talvez só estive esperando para conhecê-la.
Minhas pálpebras se abrem com um suspiro, me deixando cara a cara com um par de olhos de peixe-boi
insuficientemente tatuados. O Senhor Bigodes. O fodido Senhor Bigodes.
É uma tatuagem horrível, mas não há razão para que esteja envergonhada ou para esconder seu bonito
corpo e seu coração mais bonito ainda. Isto é só pele e Penny é muito mais que pele.
Em um impulso pressiono um beijo no Senhor Bigodes, logo em cada uma de suas presas mal desenhadas,
me movendo de um lado a outro até que beijei cada centímetro da tatuagem. Quando acabo de correr minha
língua ao longo da torcida cauda do peixe-boi de aparência horripilante, Penny sussurra meu nome.
Levanto meu olhar, encontrando seus resplandecentes olhos, e fico sem respiração.
Está me olhando da forma em que me olhou esta tarde, mas agora não há ninguém mais aqui para
observar. Não há ex para deixar com ciúmes, nem mães para manipular, ninguém para enganar. Somos apenas
ela e eu e esses suaves olhos que prometem coisas que ninguém mais prometeu alguma vez.
Sua garganta se sacode quando respira forte. — Você faz parecer tão fácil.
— É fácil. É a verdade.
— Sinto como se fosse verdade — sussurra, tirando meu cabelo de minha testa com dedos amáveis —
Quando estou contigo.
— Então deveria ficar comigo. — As palavras saem de minha boca antes que possa detê-las. Mas merda.
Não quero deter isto. Quero mais que um fim de semana prolongado ou alguns meses de sexo casual e se
alcançar meu objetivo, quando voltarmos para casa no sábado, ela vai querer o mesmo.
Sustentando seu olhar, deslizo minha mão entre suas coxas, separando suas pernas à medida que embalo
seu traseiro.
— Também deveria pôr suas mãos de volta em seus seios — Lembro-a. — Quero te ver se tocar enquanto
devoro cada centímetro desta linda boceta.
— Eu gosto disso. — Pressiono um beijo em seus úmidos cachos à medida que seus dedos encontram seus
mamilos — Eu gosto muito.
Minha língua encontra seus clitóris, enviando um arrepio através dela enquanto lambo, beijo, chupo e
provoco. Faço amor sem vergonha com sua boceta, confessando todos meus segredos na cálida e úmida doçura
de seu corpo. E tudo se trata de muito mais do que fazê-la gozar, embora eu faça ... duas vezes.
Tudo isto vai derrubar as paredes e deixar nossos corações sair de suas caixas e abrir as cortinas e deixar
que o sol brilhe em todos os escuros e tristes cantos. E é desconcertante e devastador. Passou tanto tempo que
quase tinha esquecido o que é foder com sentimentos, tinha esquecido a maneira em que eles transformam
algo bom em algo que pode salvar ao mundo.
No momento em que fico de pé, abrindo minha calça, não estou pensando em nada, apenas no quanto
preciso estar mais perto dela, tão perto que esqueço que houve um tempo em que nem sequer era minha.
Estou tão desesperado por estar dentro dela, que todos os pensamentos de ir para o quarto desaparecem.
No segundo em que meu pênis está livre, levanto Penny e a prendo ao redor de sua cintura e me conduzo
dentro dela, grunhindo à medida que me empurro onde está quente, úmida e ainda pulsando da segunda vez
que a fiz gozar com minha boca. E é o paraíso, a perfeição, tudo o que sempre quis e tudo o que tenho sido
muito estúpido para querer.
Enquanto me aprofundo em seu corpo acolhedor, sinto que algo explode dentro de mim me dando a
certeza de que aqui é onde devo estar. Aqui com ela, porque nada mais importa.
Ela soluça contra meu pescoço, envolvendo seus braços e pernas ao redor de mim tão fortemente que
posso sentir o eco do batimento de seu coração em meu peito.
— Eu também. É tão incrível com você. Tão perfeito. — Entro entre suas pernas, fodendo forte e rápido,
incapaz de ir com calma, sem importar quanto quero que isto dure. Mas já estou quase lá, desesperado por
gozar, de me perder tão profundo dentro dela que ela me sentirá durante dias.
O melhor que posso esperar por agora é aguentar até fazer com que ela goze uma terceira vez.
— Vai gozar de novo para mim? — Arrasto meus dentes através da pele sensível onde seu ombro se
encontra com seu pescoço, mordendo quando sinto sua vagina apertar ao meu redor em resposta. — Vai gozar
no meu pau, docinho?
— Sim. — Suspira, balançando-se contra mim enquanto estou empurrando. — Estou tão perto. Deus, é tão
incrível.
Aperto minha mandíbula, lutando contra a onda de êxtase que percorre meu corpo, lutando contra a
vontade de explodir dentro dela até sentir ela gozar. Levanto um de seus joelhos e tomo um punhado de seu
traseiro, alavancando-a mais perto até que estou me esfregando contra seu clitóris ao final de cada investida e
o ar se enche com os sons de nossa união.
Sons quentes, escorregadios, urgentes e selvagens que fazem que a pressão em minhas bolas seja
insuportável. Estou a segundos de perder a briga contra meu próprio orgasmo quando seu corpo se aperta ao
redor de mim, apertando meu pênis tão forte que sou incapaz de fazer nada mais que sujeitar à parede com
meu último impulso e gozo como se o mundo estivesse acabando.
Grunho algo inteligível enquanto meu pênis começa a sacudir—se dentro de sua vagina, pulsando contra a
entrada de seu útero. Posso sentir o duro anel contra minha ponta e pela primeira vez em minha vida sou
profundamente consciente que, sem a interferência das pílulas que toma cada manhã, poderíamos estar
fazendo um bebê neste momento.
Nunca considerei a possibilidade de engravidar uma amante como algo mais que aterrorizante, inclusive
com Rachel, não estava preparado para um bebê e sermos três, mas a ideia de Penny imensa com meu bebê
leva meu orgasmo a um nível completamente novo. Imagino a forma que seus seios se inchariam junto com seu
ventre, todo seu corpo transformando-se devido ao que fizemos juntos. Ondas de profundo prazer devastador
surgem através de mim até que meus joelhos se debilitam e teria deslizado até o chão, levando Penny comigo,
se a parede não estivesse nos sustentando.
Finalmente, meu pênis começa a ficar imóvel, o último dos tremores me percorre e me agarro a Penny,
meus batimentos diminuindo gradualmente no rescaldo de nossa foda mais quente.
Embora talvez a melhor foda de todos os tempos, neste momento, não consigo discernir nada devido
intenso orgasmo.
— Uau — diz finalmente, sua respiração ainda vindo rapidamente contra minha bochecha.
Faço um grunhido de muito satisfeito para fazer algo mais que grunhir ao que Penny responde com um
murmúrio de aprovação. Geralmente, isso me faria sorrir. Mas não há nada divertido sobre os pensamentos em
minha cabeça neste momento, pensamentos de tomar Penny nua, desprotegida, sem pílulas, nada no caminho
para impedi-la de ficar grávida, de fazê-la minha da maneira mais primitiva e básica.
Só imaginar é suficiente para fazer que meu sangue bombeie mais rápido e meu pênis se engrosse de novo,
dois minutos depois de gozar intensamente.
Claramente, necessito uma intervenção. Ou, pelo menos, um pouco de tempo para pensar.
Ter sentimentos de mais-que-amigos por Penny é uma coisa. Querer transar até deixá-la grávida para que
assim todo mundo veja que me pertence é coisa de homem das cavernas para meu gosto. Isso não é o que sou
e não é quem quero ser. Considerar me tornar pai deveria ser discutido de maneira racional com a pessoa que
se ama, preferivelmente muito tempo depois de haver dito: "aceito".
Tenho que sair daqui me afastar de Penny e da loucura deste feitiço de luxúria que lançou contra meu
corpo e obter alguma perspectiva.
Com um último beijo em sua bochecha, saio e ponho seus pés de volta sobre o chão.
— Sei que disse não ao sorvete. — Luto para manter meu tom calmo à medida que visto novamente
minha calça, sem querer que Penny tenha alguma idéia que estou perto de uma crise. Não há necessidade de
perturbá-la com minha loucura — Mas o única coisa que poderia melhorar esta tarde é uma quantidade
obscena de sorvete. Vou pegar uns recipientes. Tem alguma solicitação especial?
— Não, mas vou me vestir e vou com você — diz, sorrindo de forma sonhadora. — Eu não gosto da idéia de
ficar longe de seu pênis por mais de alguns minutos.
— Tampouco eu gosto dessa ideia — digo, pensando rápido — Mas sim eu gosto da ideia de você
relaxando em um banheiro enquanto vou pegar a sobremesa. Acredito que merece um pouco de relaxamento
depois de um trabalho bem feito.
— Eu insisto. — Beijo sua testa antes de me afastar, agarrando minha camisa do chão enquando me dirijo
para a porta. — Tudo é parte da experiência de serviço ao cliente de Bastardos Magníficos .
Já tenho as chaves em uma mão e estou andando para alcançar a maçaneta da porta com a outra, a
segundos de escapar, quando Penny chama:
Viro-me de novo para ela com o que espero seja um sorriso convincente.
— É obvio. Por que não estaria? Só tive um grande dia e uma grande foda com uma de minhas pessoas
favoritas. As coisas não poderiam ser melhores.
Ela assente, mas não está convencida e os olhos que estavam tão claros e abertos minutos atrás estão
nublados agora. Uma parte de mim quer voltar, carregá-la de volta para o quarto e tirar essa expressão
vulnerável de seu rosto, mas a outra voz, a voz de "que diabos está acontecendo com você" fala mais alto.
Fechando a porta, desço os degraus rapidamente, tentando não pensar que minha velocidade ao caminhar
para o carro se parece com uma fuga.
CAPÍTULO 32
Dos arquivos de textos de Sebastian "Bash" Prince e Penny Pickett.
Mensagem de Bash: Olá, lembra a outra noite que você disse que eu não gostava de ficar sozinho? Bem,
acabo de terminar as coisas com o Christie e deixei-a no meio de nosso encontro porque estou muito bem
estando sozinho.
Toma isso, Pickett.
Solitário.
Bash: A própria. Christie com a coisa de bibliotecária sexy e o assombroso gosto para condimentos
de queijo na brasa. Mas terminei porque não estava funcionando e estou tão INCRIVELMENTE BEM com a
solidão.
Penny: É a mesma Christie com um irmão muito mais jovem, que adotou depois que seus pais morreram,
certo? O menino que supostamente foi conhecer este fim de semana?
Bash: É tão ruim mentindo na vida real como é por mensagens de texto?
Bash: Não deveria estar omitindo nada de seu chefe. Estou muito seguro que isso é ilegal em alguns
estados. Provavelmente em Nova Iorque.
Há muitas coisas que são ilegais em Nova Iorque que jamais pensaria que o são. Como lançar uma bola na
cabeça de alguém só por diversão ou caminhar com um cone de sorvete no bolso.
Penny: *emoticón de unicórnio com peido*
Bash: Não me distraio tão facilmente. Embora esse é lindo. Eu gosto de unicórnios, especialmente quando
soltam peidos. O que está omitindo?
Bash: Então, pensa que não deveria ter terminado as coisas com a Christie? Isso é o que está tentando
dizer com os animais soltando peidos?
Bash: Apenas diga, Penny. Seja o que for. Diga o que quer dizer.
Penny: *suspiro profundo* Bem, mas se ficar suscetível como ficou da última vez, nunca mais vou dizer
algo que não queira escutar. Combinado?
Bash: Nunca fiquei "suscetível" em toda minha vida. Experimento uma varonil cólera que surge de
causas justificadas. Mas sim. Está bem... Se tivesse planos de ser suscetível, estou cancelando-os neste
momento. Só quero escutar a honesta opinião de uma amiga.
Penny: Você não gosta de ficar sozinho. Mas tampouco gosta de estar muito perto de alguém. E talvez a
formosa Christie, com seu grande cérebro, suas habilidades para o queijo na brasa, o pequeno e doce irmão, e
sua complicada vida que só está clamando por um compromisso estava te dando vontade de baixar a guarda e
... acabar se aproximando. Mas aproximar-se não significa que seja mau, você sabe, Bash. Talvez, inclusive
poderia ser bom para você. Algum dia. Quando for o momento e a mulher certa aparecer. Simplesmente
odiaria ver alguém que me importo que sei que é um homem amável, maravilhoso, quem claramente também
necessita das pessoas, passar o resto de sua vida em uma série de relações superficiais e perguntar-se por que,
quando estiver em seu leito de morte, sua assistente seja a única a lhe enviar flores. Embora eu faça isso.
Enviar flores. E sustentar sua mão. E qualquer outra coisa que necessite. Porque merece esse tipo de lealdade e
muito mais. Só espero que saiba. Fim.
Bash: Essa foi a mensagem de texto mais longa que recebi. Mas obrigado. Se estiver em meu leito de
morte, não há outra mão que gostaria de segurar. E pelo menos, essa seria uma forma de te conhecer em
pessoa. :P
Penny: *emoticon de estrela do mar soltando um peido*
Bash: Esse é meu favorito até agora. Boa noite, Penny. E ... obrigado. De verdade.
Bash,
As garotas ligaram e queriam que me encontrasse com elas na praia para caminhar e pegar conchas.
Pareciam tão tristes que não pude dizer não.
Peguei uma das bicicletas do vinhedo e fui para Sandcastles Park. Retornarei de bicicleta em uma hora ou
duas.
Me chame se houver algo que queira que pegue no caminho. Estou muito excitada para ver que sabores
escolheu!
Beijos,
Penny.
As horas se arrastam e a hora da volta de Penny chega sem nenhum rastro dela. Saio para correr, trabalho
ao longo da mais exaustiva sessão de circuitos de meu treinador usando um par de tartarugas de ferro forjado
que roubo do jardim dianteiro da cabana para usar como pesos, logo desfaço todo meu bom trabalho ao comer
um segundo recipiente de chocolate coberto de doce de cereja como lanche da tarde.
Vestindo minha camiseta molhada de suor, arrumo meu jantar enquanto observo a luz desaparecer por
entre os ramos das árvores detrás da cabana, parecendo dedos de sombra estirando-se para o céu que nunca
tocará. Com cada hora que passa sem o sorriso de Penny, seu aroma e seu corpo quente a uma distância
potencial para foder, fico imensamente deprimido.
As seis e trinta, quando saio do banho encontro uma mensagem de texto que diz que ela aceitou dormir
em uma barraca no quintal de sua mãe, lhe envio um petulante texto de volta:
Bash:
Mas e o Phillip? Não está preocupada de que ele te veja aí e assuma que há problemas no paraíso? Por que
uma mulher tão "apaixonada" como você passaria a noite acampando com duas meninas de oito anos, em
lugar de estar em casa com seu sensual namorado?
Penny:
Philip e minha mãe estão fora em um jantar com amigos. Nem sequer sabem que estou aqui e vamos estar
dormindo quando eles voltarem. Nana Helms prometeu manter isto em segredo e me ajudar a tirar às
escondidas minha bicicleta da garagem de manhã. Acredito que é importante que fique. Não sei se é o
casamento ou o fato de que tenham me visto há algumas semanas, mas as meninas estão sendo um pouco
pegajosas. Acredito que necessitam uma noite onde as coloque em primeiro lugar. Um pouco de atenção de
sua irmã mais velha, Sabe? Mas lamento te deixar ai sozinho com todo esse sorvete. Me perdoa?
Bash:
É obvio. Não há nada que perdoar. Mande para as meninas saudações de minha parte. Espero que passem
um tempo maravilhoso.
Sem mim. Enquanto eu me sento aqui sozinho, pensando se Penny está fazendo isto realmente pelas
garotas ou porque fui como um fodido covarde no momento em que as coisas entre nós ficaram tensas.
Passo a noite girando e me retorcendo nos lençóis que cheiram a Penny e acordo determinado a deixar de
foder as coisas.
Ainda não sei por que estou sendo tão contraditório ou significa que estou morrendo de vontade de
engravidar uma mulher quando passei anos temendo esse resultado com o mesmo fervor que eu temia um
caso de clamídia ou o aumento inevitável do super-frio para voltar para a cidade New York em um terreno fértil
para a morte certa, mas sei que não quero ficar mais um momento sozinho no que poderia ser minhas últimas
noites com Penny.
Quando meu telefone toca às oito e quinze e uma mensagem de Penny chega me perguntando se quero
me encontrar com ela para tomar o café da manhã no Fiddling Crabs, não posso lhe responder o
suficientemente rápido:
Coloco o endereço em meu telefone, prometo a Penny que a verei ali às nove e corro para o banho. Trinta
minutos depois, estou limpo, usando um uniforme aprovado para Hamptons, shorts caqui e uma camisa de
designer pólo azul e corro para o Fiddling Crabs para encontrar Penny, e convidadas, já sentadas em uma mesa
para cinco perto das janelas.
Francis e Eddie me cumprimentam com entusiasmo quando cruzo o restaurante enquanto uma mulher
mais velha com cabelo grisalho com uma trança sentada junto a Penny (Nana Helms, presumo) me olha como
se eu tivesse acabado de peidar na igreja. Penny parecia feliz, mas cansada.
Seu olhar, quando levanta uma mão em saudação, é quente, mas não tão quente, e minha intuição de que
ela estava usando às gêmeas como uma desculpa para evitar passar a noite comigo se confirma. Estou na casa
do cachorro e provavelmente vou ficar lá até que faça alguma coisa para compensar o fato de ter feito amor e,
em seguida, fugido do local.
Com tantas testemunhas, não haverá tempo para me desculpar no café da manhã, mas ao menos, estão
me oferecendo um pé na porta das boas graças de Penny.
Determinado a fazer o máximo com isso, forço um grande sorriso para a mesa.
— Olá, senhoritas. — Inclino—me para beijar Penny gentilmente na bochecha, esperando que ela sinta a
vibração de "fazer as pazes" nesse beijo — Não estou seguro do que fiz para ganhar quatro formosas
companhias para o café da manhã, mas aceitarei com gosto.
Os lábios de Nana Helms se levantam em resposta, Francis põe seus olhos em branco e Eddie ri e diz:
— Oh, calem-se — diz Penny quando sento ao lado dela —Papai Frank é o homem mais doce no mundo.
— Sei. —Francis assente, fazendo que seu rabo de cavalo castanho balance. — Mas é brega. Deveria vê-lo
com Kate. Tudo o que fazem é olhar com esses melosos olhinhos de cordeirinhos um para o outro todo o dia.
— O pai das garotas casou novamente o ano passado — diz Penny. — Kate é sua nova madrasta, que
também é muito doce. Elas passam as festividades com eles em Los Angeles. Agora deixem disso! — estica-se
para arrumar o cabelo de Eddie até que sua pequena irmã deixa de revirar os olhos. — Seu rosto vai ficar dessa
forma e logo se arrependerá de ter caçoado das pessoas que estão apaixonadas.
— Asqueroso. — Francis enruga seu nariz. — Jamais vou me apaixonar. Vou ser botânica e estudarei a
Selva Amazônica.
— Se não estiver desmatada até que você cresça — diz Nana Helms em uma voz austera como seu rosto
sombrio. — As projeções atuais não são boas. Os esforços por conservação não são tão agressivos como
deveriam ser.
— É por isso que não como carne — disse Francis, pegando o menu. — A criação de gado é a causa
número um do desmatamento.
— Eu gosto da carne, mas quase não a comemos. Quase sempre comemos pescado. Ou quinoa.
— Ou omeletes com claras de ovo — diz Francis com um suspiro pesado. — Vou virar uma clara de ovo se
continuar comendo. Não podemos pedir panquecas, Nana? Só por uma vez?
— Sua mãe disse que nada de açúcar hoje. Não se quiserem bolo no casamento. — Nana Helms diz
criticamente, mas não estou seguro se lhe incomoda a política de Anastasia de zero-açúcar ou é pelos gemidos
em resposta das meninas ao anúncio.
Provavelmente ambos. Parece que é uma pessoa que incomoda muitas pessoas.
A partir dali a discussão volta ao que as meninas são permitidas comer no café da manhã, já que são
grandes demais para pedir o menu infantil, e o que fazer com o resto do dia.
No momento em que meu café e meu suco de laranja são entregues, ficou claro que Penny prometeu às
gêmeas a festa de despedida esta noite. O que significa que as probabilidades de uma reconciliação entre
Penny e eu, do tipo na qual ela vem sobre meu pênis várias vezes e eu lhe asseguro que nunca vou fodê-la e
desaparecer de novo, são menos promissoras.
Então quando Penny se levanta para ir ao banheiro no meio da refeição, espero alguns segundos antes de
seguí-la, esperando escondido atrás da estátua de madeira de dois caranguejos no corredor fora do banheiro
feminino até que saia.
— Olá. — Saindo de trás de meu esconderijo, assusto Penny o suficiente para fazê-la saltar.
— Oh, Meu deus. — Sua mão voa ao seu peito com uma risada sem fôlego — Me assustou. O que estava
fazendo ali atrás?
— Te esperando — digo, com um sorriso. — Esperava um momento privado para dizer que o sinto.
Sua testa franze enquanto ela pisca para mim. — Por quê?
— Por ontem. — Inclino meu corpo para estar mais perto da parede quando um grupo de garotas
adolescentes risonhas que cheiram a bloqueador solar e goma de mascar sabor morango passa por nós para
irem ao banheiro.
Penny também se afasta do caminho, dando uma olhada por cima de meu ombro para nossa mesa quando
nos movemos.
— Ontem? Ontem foi genial. — Sua atenção retorna para mim com um sorriso desconcertado. — Não foi?
— Bom, sim. Sim. Foi. — Pressiono meus lábios e os esfrego de um lado a outro enquanto estudo o rosto
de Penny, em busca de sinais que pudessem manifestar que ela está escondendo seus sentimentos. Mas seu
sorriso é quente e transparente.
— Se alguém deve desculpar-se, sou eu — fala, tirando o elástico de seu cabelo e acomodando-o para trás
em um fresco coque solto.
Dou-me conta que me tornei fissurado nesse coque. Eu adoro seu cabelo comprido solto, mas há algo
ingenuamente elegante em todo esse cabelo em um ninho sedoso em cima de sua cabeça. E seu pescoço nu.
Seu formoso pescoço de aroma doce que poderia estar beijando agora mesmo se tivesse ficado depois de
tomá-la contra a parede.
— Sinto-me muito mal por te deixar sozinho — continua. — Se te faz sentir melhor, meu colchão de ar
desinflou em algum momento durante a noite e despertei congelada com as costas dolorida assim mal podia
me mover. Eddie teve que me ajudar a sentar e Francis decidiu que sou velha e preciso tomar fazer Tai Chi ou
Ioga ou algum tipo de "exercício de pessoas velhas". Em suas palavras.
— É todo um personagem — digo. — Mas não, isso não me faz sentir melhor. — Coloco uma mecha de
cabelo que escapou detrás de sua orelha, agradecido pela desculpa para tocá-la. — Posso te dar uma
massagem depois, se escapulirmos do resto do grupo. Sou muito bom com as mãos.
— Sei que é — responde, seus olhos brilhantes. — E é doce. Mas prometi às garotas que podiam me ter
até que tenha que voltar correndo à cabana para me vestir. — Sua testa se enruga. — Sei que podem ser um
pouco desagradáveis, mas são minhas irmãs e em algumas semanas, não as verei muito. Estarão na casa de seu
pai durante todo o verão este ano.
— Claro. É obvio. Parece genial. — Assinto com mais entusiasmo do que sinto. — Então é o dia de diversão
em grupo.
Inclina-se para um rápido abraço e um beijo na bochecha. O beijo é doce, mas não é o tipo de beijo que
quero e termina muito rápido. Antes que possa pôr meus braços completamente ao redor dela, já se
distanciou.
— Basta você abraçar a loucura e irá se divertir. — dá a volta para ir, mas se detém e se vira de novo para
mim, acrescentando entre dentes: — E não dê muita atenção para Nana Helms. Sempre é assim quando
conhece alguém novo. Não é pessoal. Vai se afeiçoar. Ao final do dia, estará se oferecendo para remendar
suas meias e te contar todas suas piadas sujas favoritas.
— Bom, já sabe o quanto amo meias. — Os olhos de Penny se estreitam enquanto nega com a cabeça.
— Oh, nem sequer tente. Nem sequer tente ser legal comigo, príncipe. Te conheço. Minha coleção de
emoticon era a quinta parte da sua antes de te conhecer.
Sorrio.
Minha garganta se aperta. Quero dizer que há uma diferença entre ser uma má influência do tipo divertida
e o tipo de homem que foge de seus sentimentos. Inclusive se ela estiver bem com a forma que foram as coisas
ontem, quero que saiba que sei que estraguei tudo.
Mas antes que possa encontrar as palavras, ela estende a mão e serpenteia seu braço com o meu.
— Vamos. — Ela avança pelo corredor, nos levando de volta à nossa mesa. — Deveríamos terminar e
pagar a conta. Temos um horário com uma costureira para medir as bonecas das meninas para roupas
personalizadas. Depois, vamos a uma festa de princesas na nova loja de brinquedos e terminamos o festival de
garotas fazendo as unhas.
— Parece genial.
— Não tem que vir. — Penny ri alegremente. — Se teme tanta exposição à cor rosa, entendo por
completo.
— Não temo nada — digo, — à exceção de passar o dia sem você.
Penny tropeça, agarro em seu braço, apanhando-a antes que caia. Uma vez que se equilibrou, ela levanta
seu olhar no meu, me estudando através de seus olhos semicerrados.
— Nada. É só ... — Sua língua desliza em seus lábios quando sacode de novo a cabeça. — Só espero não
terminar tropeçando na festa esta noite. Sou tão desajeitada quando estou cansada.
— Posso ir contigo. Abandonar a despedida de solteiro. Não tenho nenhum desejo de passar um momento
com Phillip e depois de toda a exposição aos estrogênios hoje, serei em sua maioria uma garota de todos os
modos.
Ela sorri.
— Penny! — Eddie aparece a seu lado. — Apresse-se e termine seu bagel ou vamos chegar tarde.
— Mas vou estar bem — termina Penny antes de deixar que Eddie a reboque.
O resto do dia transcorre em um borrão de atividades centradas em meninas pequenas que são
inesperadamente... agradáveis.
Francis e Eddie são meninas divertidas e a festa de princesas conta com uma caça ao tesouro de
fotografias de celular bastante competitiva. Depois de anos durante os jogos da graduação, caça ao tesouro
através da cidade, tenho os conhecimentos necessários para levar a nossa equipe a uma fácil vitória sobre a
concorrência, ganhando para as gêmeas um vale presente de vinte dólares em sua livraria favorita e a mim o
status de tio honorário. Depois disso, sento entre elas no salão de manicure e deixo que cada uma escolha uma
cor para mim: Eddie na mão esquerda, Francis na direita. Elas escolheram rosa com flores de hibisco brancas e
preto com crânios vermelhos e soltaram risadinhas quase constantemente enquanto estou recebendo a
manicure e Nana Helms olhando com uma boa dose de julgamento.
Apesar das promessas de Penny, a mulher mais velha não se afeiçoou a mim, mas não me importa. O
sorriso de Penny à medida que se senta na estação de pedicure, vendo Francis, Eddie e a mim fofocar enquanto
fazem nossas unhas vale a pena cada minuto que levará para tirar o esmalte antes da despedida de solteiro.
E quando deixamos o salão, ela envolve seu braço ao redor de minha cintura e diz: — Obrigada, tio Bash.
Passamos um momento incrível. — Dou-me conta que também passei um momento incrível.
Compartilhar Penny é quase tão divertido como ter Penny toda para mim. É como ver uma partida de
beisebol no estádio ao invés de ver sozinho em casa. Às vezes é bom compartilhar sua paixão e entusiasmo por
algo que ama com as pessoas que entendem de onde vem.
À medida que Penny e eu nos despedimos e começamos a voltar para a cabana, as palavras me
perseguem. Estamos calados no caminho. Não sei o que Penny pensa, mas eu estou pensando nessa sensação
de eternidade que quase me fez cair de joelhos enquanto estava enterrado dentro dela ontem.
Não é o que senti quando Rachel e eu estávamos juntos, mas Penny não é Rachel. Ela é mais doce, mais
profunda e simplesmente ... me entende. Com Penny, não tenho que explicar por que acho algo engraçado ou
esconder meu ponto fraco. Rachel queria ao macho alfa todo o tempo, mas Penny me aceita como sou, seja
tomando o controle no quarto, fazendo piadas bobas ou pintando as unhas com suas irmãs pequenas.
Isso significa algo. Significa muito e tenho a intenção de prestar muita atenção à forma em que me sinto a
próxima vez que esteja fazendo amor com esta mulher.
Logo que fechamos a porta da cabana, e me aproximo. Ela vem para mim, mas em lugar de envolver seus
braços ao redor de meu pescoço, pressiona sua palmas contra meu peito, me mantendo a distância.
— Sou consciente de que te impressionei com minha capacidade de resistência, senhorita Pickett, mas sou
capaz de ter uma rapidinha. —Pressiono um beijo em sua garganta, onde seu pulso já está acelerando. — E
não se preocupe. Mesmo assim irá gozar pelo menos duas vezes.
— Não me preocupa — diz, soando preocupada. — Mas prometi a minha mãe que não ia chegar tarde.
Vou ajudar a preparar os jogos da festa.
Me afasto, estudando seu rosto. Seu olhar está no relógio em cima da estufa e seus pensamentos
aparentemente longe de mim, mas ainda pergunto:
— Tudo está bem — responde, seus lábios curvando—se em um sorriso que não chega a seus olhos. — Só
tenho muito em mente.
— Como o quê? Deveria me dizer. — Embalo sua bochecha em minha mão, meus dedos afundando—se
em seu cabelo suave. — Desse modo posso ter em minha mente e liberar mais espaço na tua.
— Acredito que não funciona dessa maneira, Sebastian. — É a primeira vez que diz meu nome completo
em um tempo e eu não gosto como soa em seus lábios. Parece formal, distante, como se me afastasse com
uma palavra. — Mas deveríamos falar mais tarde — continua. — Depois da festa. Quer ir tomar banho ou posso
me adiantar e entrar?
— Pode ir. Provavelmente só vou me trocar. Tomei uma ducha esta manhã.
— Está bem, serei rápida. — Sai de meus braços, cruzando o espaço sem olhar para trás por cima do
ombro. Quando chega ao banheiro, fecha a porta firmemente atrás dela, deixando claro que não estou
convidado a conversar enquanto se prepara como ontem.
Fico no meio do pitoresco quarto onde pela primeira vez fiz amor com Penny, me sentindo sozinho
embora esteja no cômodo ao lado, lutando contra a sensação desagradável de que a menos que faça algo logo,
minha nova amante pode converter-se em minha ex-amante antes que a noite termine.
CAPÍTULO 34
Mensagem do Bash: Meu cliente hoje me perguntou qual era sua flor favorita e me dei conta que não
sabia. Isto me fez pensar que provavelmente tenho que conseguir alguma informação básica de minha noiva
falsa.
Então, qual é sua flor favorita, docinho?
Bash: Trágico.
Penny: Como se tivesse que perguntar. Sorvete. Sempre e para sempre sorvete.
Penny: Difícil escolher favoritos nesse tipo de coisas, mas eu adoro algo dramático com um final feliz. Eu
gosto de ter meu coração quebrado um pouco antes de que seja curado de novo.
Bash: Hmmm... Eu também, suponho. Embora realmente nunca tenha pensado nisso dessa forma antes.
Também gosto dos filmes que mesclam comédia e que fazem explodir coisas.
20
Star-gazing: jogo de palavras com "o Stargazer" que significa observar as estrelas.
Penny: Claro que sim. É a testosterona.
Penny: O ukelele21. Não posso ter o suficiente. Sobre tudo se houver uma influência de punk rock.
Bash: Sério, eu gosto do punk rock com ukelele. Tenho cada álbum que UkeAttack lançou.
Penny: Talvez. Mas se somos, provavelmente também deveria saber alguns de meus segredos mais
desagradáveis.
Penny: Tenho medo de aves. Agora não é mais uma fobia, mas quando eu era pequena, costumava ter
ataques de pânico sempre que as gaivotas voavam sobre minha cabeça na praia.
Bash: Posso ver como as aves poderiam ser aterrorizantes. Quero dizer, com todas aquelas penas e
aqueles estranhos olhos malvados de alien.
Penny: Não muitos. Embora me custa manter meus pensamentos para mim mesma às vezes.
21
É um instrumento de corda utilizado principal na música das ilhas Havaí, Tahití e a ilha de Páscoa.
Bash: Não. De maneira nenhuma. Você?
Penny: Você é muito bom com o sarcasmo. Como, um profissional realmente. Deveria fazer seminários.
Bash: Obrigado. Mas sabe o que dizem: Os capazes criam, os incapazes ensinam.22
Bash: Sim.
22
Frase de George Bernard Shaw's do livro Man and Superman (1905)
CAPÍTULO 35
A única coisa pior do que ser forçado a ir para uma despedida de solteiro onde você não conhece ninguém
que não seja o ex-namorado de sua, talvez em breve, ex-amante, é estar suficientemente perto para ouvir o ex-
namorado e seus amigos rindo enquanto você tenta ser gentil com essas pessoas falsas típicas de Hollywood e
uma dúzia de meninos grandes de fraternidade.
A festa de despedida de solteira está ocorrendo no jardim da casa de infância de Penny, enquanto a festa
de despedida de solteiro está confinada à um grande porão, também conhecida como "caverna do macho" de
Phillip.
Após da breve troca: "Obrigado por me convidar, felicitações por seu casamento"; desapareço para o canto
mais distante da sala para jogar bilhar, o mais longe possível de Phillip e do grupo de homens que estão vendo
a abertura de temporada dos Yankees em uma grande tela.
Acabo de vencer o terceiro imbecil chamado Mathew junto com um Kip e um Baxter Sloan (dois nomes,
não use apenas um ou ele irá lembra-lo que são dois) e estou considerando abandonar a próxima partida dando
uma desculpa para escapulir e espiar Penny quando Phillip se materializa das sombras, um pesadelo loiro em
uma pólo cor salmão.
— Ouvi que Francis e Edna tiveram um dia agradável com você hoje —diz, pegando um taco de bilhar do
suporte na parede.
— É fácil estar com elas. — Xingo-me mentalmente por esperar minutos demais para escapar. — São boas
meninas.
— São — diz Phillip. — Não as vejo tanto como gostaria, com a filmagem na cidade e voando à costa oeste
para audições. Mas somos próximos. As conheço desde que eram bebês. Penny e eu costumávamos nos
alternar para lhes fazer arrotar quando eram recém-nascidas.
— Aposto que não tinha nem ideia de que seria seu padrasto na época, não é? — pergunto com um
sorriso sarcástico. Depois do desempenho de Penny ontem, sinto-me livre para foder Phillip um pouco mais,
agora que está claro que ele não tem poder sobre sua ex-noiva.
— Não, não tinha nem ideia. Mas o amor é sempre surpreendente. Não foi assim com você e Penny?
Quero dizer, ela é esse tipo de garota.
— Que tipo? — Tomo meu tempo arrumando as bolas, esperando que ele fique entediado e saia antes
que eu seja obrigado a jogar com ele.
— Do tipo que fica sob sua pele sem você perceber. — Ele diz. — É tão amigável e tão fácil estar ao seu
lado, que você baixa a guarda. E então de repente se dá conta que aquela garota, a doce e graciosa amiga que
você usava como um pretexto para sentar-se à mesa com Tawny Regis, é com a qual realmente quer estar. —
Ele sorri, seu olhar vai se suavizando e distanciando como se lembranças coloridas sobre Penny na escola
secundária revoassem em sua mente.
— Na realidade, não — digo, decidido a desviar esta viajem ao passado o mais rápido possível. Maldição,
não vou rememorar nada com ele, e estou seguro para cacete que não vou admitir que Penny também se
enfiou sob minha pele dessa forma. A única coisa que quero compartilhar com este imbecil é um aperto de
esmagar as mãos quando lhe disser adeus. — Mas não acredito que seja apropriado discutir contigo de como
me apaixonei por Penny. Sem ofenças.
— Não me ofende. — Seus olhos verdes se centram de novo em meu rosto, como uma serpente sob a
tênue luz acima da mesa de bilhar — Mas você tem que admitir que ela é uma pessoa singular. Quero dizer, a
forma em que ela simplesmente diz o que ela está pensando. É como se não tivesse filtro.
— Acho refrescante — replico. — Estou bastante farto de todas essas tolices no mundo. É fantástico estar
com alguém que não se reprime dessa forma.
— Essa é outra forma de olhar para isso. Embora quando você analisa o medo de aves é fácil pensar que
há algo mais grave do que a excentricidade. — Seu sorriso se endurece. — Mas isso você já deve saber.
Aceno com a cabeça, ainda sorrindo.
Agora percebo o que ele está tentando fazer. Pensa que pode me assustar e provar que conhece Penny
melhor do que eu, tudo em um só golpe. Mas se houver um concurso de mijadas de "quem conhece melhor
Penny", vou ganhar.
— Na realidade, o medo de aves é bastante comum. Me preocupo mais por seus pés constantemente
gelados. Não é normal usar dois pares de meias na cama durante o verão.
— E tem o vício em sorvete, mas considerando que sofro da mesma fraqueza, considero uma das coisas
mais adoráveis nela. Assim como a forma que ela nomeia as coisas que a deixam nervosa, como carrega sempre
barras de granola em sua bolsa para dar aos pobres, e como fica animada por acampar na sala com suas irmãs.
Phillip sorri.
— E depois há seu gosto quanto ao entretenimento — continuo com um feliz suspiro. — Nunca acreditei
que conheceria outra pessoa que gostasse de punk rock de ukelele tanto quanto eu. Sem falar de outro adulto
abaixo dos 60 anos que ache a programação do Earth Channel fascinante. Não posso expressar quão cansado
estava de ver merdas de reality show com minha ex-noiva.
— Bom, Penny é uma antropóloga cultural — diz Phillip secamente, apertando o taco.
— Ela é! — concordo de forma entusiasmada. — Eu amo isso nela. Amo que seja tão interessada no que
faz a humanidade funcionar e que passou anos estudando isso. Amo o quão inteligente, compassiva e
entusiasta é por aprender coisas novas. — Detenho-me, sustentando seu olhar, sentindo como se estivéssemos
segurando algo mais perigoso que tacos de bilhar. Embora se chegasse a isso, confiava na minha habilidade
para ganhar em uma briga taco-a-taco. — Mas minha coisa favorita dela é sua risada.
— É mais que isso — digo, negando com a cabeça. — Não é o som ou como ela fica linda quando ri, é a
maneira como ela vê o mundo. — Aproximo-me mais, forçando ele a inclinar ainda mais a cabeça para manter
o contato visual. — Não importa o quão para baixo eu esteja, ela sempre sabe a coisa perfeita a dizer para me
fazer rir. Me dá perspectiva e nunca me deixa esquecer como sou sortudo de ter todas as coisas que tenho. De
tê-la.
De tê-la.
É tão certo que de repente tenho que vê-la. Tenho que vê-la e lhe dizer que podemos conversar quando
retornarmos à cabana, mas não vamos falar sobre um fim, menos ainda sobre o fim de nosso status de amigos
com benefícios. Vamos falar sobre avançar. Juntos. Não quero que Penny dê nem um só passo longe de mim.
Quero-a ao meu lado, fazê-la feliz e memorizar outras cem coisas maravilhosas dela.
Não estou certo, mas sei que não posso desperdiçar mais nenhum segundo na companhia de Phillip.
— Bom, se me desculpar, vou procurar essa pessoa maravilhosa e única, que você foi estúpido em não
segurar e vou mostrar a ela como sou grato por ser o homem de sua vida.
Deixo meu taco na mesa, muito ansioso em estar com Penny para me deleitar com a estupefata e furiosa
expressão no rosto de Phillip.
Foda-se, Phillip. Eu não ligo a mínima por me vingar deste bastardo. Tudo o que me interessa é me
certificar de não ser o seguinte nome na lista de homens insensatos o suficiente para deixar Penny ir.
CAPÍTULO 36
Acabei de pisar no pátio e começo a subir as escadas para a piscina e o frente jardim mais a frente, quando
meu telefone começa a tocar. Tiro-o do meu bolso traseiro, esperando que seja Penny, dizendo-me que estava
pronta para ir, mas é um número que não reconheço. Local.
— Bash falando.
— Estava esperando que respondesse de maneira diferente — diz uma voz familiar feminina. — Queria ver
se podia dizer Magnificent Bastard Consulting sem rir. — A mulher ri. — Não posso acreditar que Penny teve a
coragem de contratar um acompanhante, mas bom pra ela.
Merda. Anastasia. Virtualmente a última pessoa que quero que saiba minha identidade secreta. Isto
poderia arruinar tudo, absolutamente foder tudo.
— Estou pedindo ajuda para sua cliente — ela continua antes que eu possa responder. — Ela não pode
lidar com álcool aos vinte e cinco melhor do que podia aos quinze. Encontre-nos na biblioteca, por favor? Penny
poderia necessitar de ajuda para chegar ao carro e não serei capaz de carregá-la por muito tempo.
Não sei como Anastasia ficou sabendo da MB Consulting, mas isto não é bom. Se disser a Phillip, a vitória
de Penny estará arruinada. Já está meio fodida: demonstrar à sua mãe que seguiu adiante era quase tão
importante para Penny como demonstrar a seu ex. A julgar pelo comportamento de Phillip esta noite, duvido
que Anastasia tenha aberto a boca, mas se seu padrão de arruinar as coisas para sua filha é verdade, é só
questão de tempo.
Tenho que fazer algo, tenho que encontrar uma maneira de impedir isto.
Estou tão ocupado planejando o que dizer à mãe de Penny que passei pela biblioteca e tenho que voltar
alguns passos. No momento em atravesso a pesada porta de madeira para um cômodo que parece ser grande e
acolhedor ao mesmo tempo, Anastasia está folheando um livro em uma poltrona de couro e Penny não está em
lugar algum.
— Onde ela está? — Giro, olhando as estantes do piso ao teto e a parede de cheia de fotografias
elegantemente emolduradas.
— Foi ao banheiro — diz Anastasia, sorrindo enquanto aponta para o teto. — Lá em cima porque ao que
parece eu causo ansiedade ao desempenho da sua bexiga. — Sua risada é quente e rica, como um abraço de
um velho amigo. — Essa garota. Preocupo-me com sua incapacidade de tolerar álcool, mas ela é divertida
quando está bêbada.
— Você não tem que se preocupar com ela esta noite — digo. — Eu vou levá-la para casa em segurança e
terei certeza de que ela esteja hidratada.
— Esse é um dos muitos serviços que você oferece? — Ela põe seu livro de lado e fica de pé, cruzando o
cômodo com seu vestido lavanda que forma redemoinhos ao redor de seus tornozelos. — Vingança contra as
pessoas que ofenderam Penny, água e ibuprofeno junto à cama quando despertar com ressaca?
— No geral não, mas Penny é especial. — Anastasia arqueia uma sobrancelha loira.
— É? — Estuda minha cara atentamente. — Isso significa que está dormindo com minha filha?
Minha mandíbula se aperta. Estive preocupado por ficar exposto, essa é uma das razões pelas quais estou
procurando contratar novos consultores como Aidan; sei que não posso continuar com esse jogo para sempre,
mas isto é pior do que eu imaginava. Se ao menos tivesse acontecido com qualquer outra mulher.
Cheyenne. Maldita seja. Vítima da ansiedade social ou não, faço uma nota mental para processá-la por
descumprimento de nosso contrato de confidencialidade.
— Mas está aqui em sua função de Magnificent Bastard, não é? — Ela diz cruzando os braços sobre seu
peito. — Não perguntei a Penny. Ela não sabe que descobri o que está fazendo. Pareceu-me melhor conseguir
mais informação da fonte antes de confrontá-la com tudo isto.
— Não há nada para ser confrontado — insisto. — Estou aqui como seu par. Isso é tudo.
— Claro. — Os lábios de Anastasia se retorcem. — Honestamente, não sei se devo me divertir ou ficar
perturbada. Com uma empresa com este nome, no primeiro momento me senti inclinada a rir, mas Cheyenne
me assegurou que você é muito bom em seu trabalho.
— Cheyenne deveria ter mantido a boca fechada. E se meu advogado tiver algo a dizer sobre isto, ela vai
lamentar não ter ficada quieta.
— Entendo que tem um acordo de confidencialidade. Cheyenne sabia que estava se arriscando ao me dizer
quem era na realidade, mas foi minha decoradora de interiores por quase um ano. Preocupa-se com as
meninas e comigo. Quando viu as fotos do almoço na página do meu perfil, sentiu que não tinha outra coisa a
fazer, senão me avisar que você poderia estar aqui para causar problemas.
—Não estou — asseguro-lhe. — Como disse, estou aqui por Penny. Nada mais.
Ela inclina seu queixo, considerando em silêncio.
— Então, não está planejando arruinar Phillip? Não tem nenhum esqueleto para tirar de seu armário antes
do casamento no sábado? Ou talvez algo de mim, algum castigo por roubar o noivo da minha filha?
— Ela me pediu para não fazer isso — digo-lhe, com um sabor amargo enchendo minha boca. Amaldiçoo-
me por ter escutado Penny. Devia ter me assegurado de ter algo contra Anastasia e Phillip, somente no caso de
ser necessário. Seria bom ter algum poder em um momento como este.
— Ela é tão amável. É uma das melhores e piores coisas sobre ela.
— Faz dela uma fraca — diz Anastasia com calma. — Tenta tanto fazer todo mundo feliz que acaba
voltando sua ira sobre si mesma. Se não aprender a defender-se logo, vai passar o resto de sua vida recebendo
patadas de todo mundo.
— Incluindo as pessoas que deveriam apoiá-la — replico, incapaz de conter minha língua. — Sabe quem
nos ensina que vale a pena nos defender, Anastasia? Nossos pais. Amando-nos e lutando por nós antes que
sejamos capazes de lutar sozinhos.
Ela ri, um som mais feio que a risada de alguns momentos atrás.
—Você acha que tive pais assim? Meu pai era um bêbado, minha mãe uma covarde, e ambos não podiam
esperar para se livrar de mim. No segundo em que comecei a mostrar Penny, puseram minha mala para fora de
casa e trocaram a fechadura. — Ela tamborila dois dedos elegantes no centro de seu peito. — Eu estava com 17
anos e não tinha ninguém. Nada. Tive que lutar por tudo o que tenho. Ninguém me deu felicidade, segurança,
uma carreira ou qualquer outra coisa. Tive que lutar por tudo, tudo por mim mesma.
— Mas estou assumindo que sua mãe não dormiu com seu noivo. Não é? — Esta mulher necessita uma
chamada de despertar e parece que sou o único ao redor disposto a lhe dar uma. — Mas você fez isso. Fez isso
com Penny, e depois insistiu que ela estivesse em seu casamento ou afastaria suas irmãs dela: duas garotinhas
que ela ama mais que tudo no mundo.
Anastasia sacode sua cabeça.
— Você não...
— Que tipo de mãe faz isso? — Insisto, interrompendo-a. — Inferno, jamais faria a metade das coisas que
você tem feito nem a meu pior inimigo, muito menos a alguém que deveria me importar. Você não é a vítima,
Anastasia, sua filha é. E você é quem mais lhe faz mal.
Cruzando os braços, ela pisca rápido enquanto seus olhos começam a brilhar.
— Sei que tenho lhe feito mal. Nunca disse que ia ganhar o prêmio de mãe do ano.
—Não, ninguém cometeria esse engano. — Dou um passo mais perto, acrescentando em voz mais baixa:
— Mas pode demonstrar que você se importa com ela. Não abra a boca sobre o que sabe do meu negócio nem
do que faço por minhas clientes. E não diga ao Phillip. Deixe que isto se desenrole da maneira que deveria.
Deixe Penny ter sua vitória e afastar-se com a cabeça erguida. Phillip e você ainda terão seu casamento dos
sonhos, Penny conseguirá deixar este pesadelo no passado, todos ganham e ninguém sai ferido mais do que já
estão.
— Por favor — digo, preparado para rogar se for a única forma de que não arruíne isto para Penny. — Só
faça o correto. Por ela. Penny merece tanto. Ela não é fraca; é uma boa pessoa. Uma das melhores que conheci
em minha vida.
Por um segundo, a máscara da Anastasia desaparece e vejo a mulher por trás dela, a mãe assustada que
sabe que já perdeu sua filha de todas as formas que importa.
— Mas ela não pode me perdoar, certo? — Pergunta com voz baixa —Não de verdade. Nem mesmo Penny
pode perdoar as coisas que tenho feito.
Aperto os lábios.
— Não sei. Mas se alguém... — antes que eu possa terminar, a porta se abre e Nana Helms coloca a cabeça
na porta.
— Senhora Ana, eu ... — interrompe quando me vê, seu olhar esfriando à medida que seus olhos vão de
um lado a outro entre nós dois — sinto muito. Não me dei conta que tinha um convidado.
— Oh, Bash não é um convidado, é praticamente da família. — Anastasia ri, a mesma risada quente e
amigável de quando entrei na biblioteca, como se não tivéssemos passado os últimos vinte minutos em um
combate verbal. — O que acontece, Helms?
— É a senhorita Penny — diz Helms, seu tom ainda cauteloso e controlado. — A encontrei dormindo no
chão do banheiro de cima.
— Está bem. Ajudei-a a entrar em seu quarto e a coloquei na cama. — Nana Helms eleva uma mão
tranquilizadora, mas não me sinto tranquilo. Em algum lugar lá em cima Penny está deprimida sem ninguém
cuidando dela.
— Vou vê-la. — Dou uns passos para a porta, mas me detenho quando me dou conta que não sei para
onde ir. Não fui aos quartos de cima. Olho para Anastasia e Nana Helms. — Ela não deveria estar sozinha. Vai
precisar que alguém a cuide enquanto dorme e se assegure que não passe mal.
— Irei ficar com ela — diz Nana Helms. — Só queria informar à senhora Ana que Penny irá passar a noite e
que estarei em seu quarto ao invés do meu. Deixei uma nota para as gêmeas se por acaso acordarem e precisar
de mim.
— Isso parece perfeito. Obrigada, Helms — diz Anastasia antes que eu possa lhe dizer "obrigado, mas não
obrigado", pois preferiria carregar Penny até o carro e levá-la de volta à cabana comigo. Sei que ela não quer
ficar aqui, mas não posso simplesmente dizer isso a Anastasia, não quando estou tentando fazê-la jogar limpo
pelo bem de Penny. — Não se preocupe, cuidaremos bem dela. — Anastasia se move para a porta enquanto
Nana Helms desaparece de volta ao corredor. — Estou certa que ela ligará para você logo que acorde.
— Eu gostaria de vê-la agora — digo, curvando as mãos em punhos nos meus quadris, sem gostar desta
sensação, como se Penny estivesse escapando por entre os dedos. — Quero me assegurar que ela está bem.
— Penny está bem, Bash. Está dormindo. — Anastasia se detém com a mão na maçaneta da porta e se vira
para mim. — Mas obrigado por preocupar-se tanto com ela. E pelas coisas que disse. Acho que tem razão. É
melhor deixar assim, deixar que as coisas tomem seu curso natural e seguir em frente. Assinarei um acordo de
confidencialidade se desejar, mas te dou minha palavra de que manterei seu segredo e aconselharei a
Cheyenne que faça o mesmo.
— Não faço isso por você. Faço pela Penny — ela diz, endireitando-se. — Assumo que você está de saída. A
não ser que te interesse voltar para a despedida de solteiro?
— Nem um pouquinho. Mas se despeça por mim do imbecil com quem se casará.
Ela sorri, um sorriso cansado e triste que me faz pensar que sua vida não é tão perfeita como gostaria que
todos acreditássemos.
— Dê uma olhada nas fotos na parede inferior esquerda antes de ir. Quando era pequena, Penny foi a Miss
Julho em um calendário de bebês. Eu mostro suas fotos a todos seus amigos quando vêm aqui. Ela achará que
algo está errado se descobrir que estivemos na biblioteca e não fiz meu melhor esforço para envergonhá-la.
— Eu olharei. — Eu digo. — E, por favor, me chame se ela acordar e precisar de algo esta noite. Soda,
aspirinas ou algo para seu estômago. O que seja.
Quando ela sai, viro-me, perambulando pelas fotografias emolduradas, procurando-as até que encontro as
que Ana falou. Sorrio ao ver.
Ali, vestida com uma fantasia de lagosta, está um bebê de rosto angelical com cachos escuros e um sorriso
banguela que só pode ser Penny. Em uma, está estendida na areia, rindo enquanto uma onda a golpeia. Em
outra, está sentada em uma panela, seus olhos castanhos largos, como se contemplasse sua própria vida. E na
última, está escapando da panela, engatinhando para a liberdade enquanto a fantasia cai ao redor de suas
pernas, revelando seu pequeno traseiro nu.
— Penny da sua panela de lagosta — sussurro em voz alta, finalmente compreendendo seu e-mail. É outra
peça do quebra-cabeças que é Penny.
Não é como eu queria que esta noite terminasse, com Penny deprimida e eu voltando sozinho para casa,
não dizendo nada do que precisava dizer. Mas já deveria saber a esta altura que a vida raramente segue
conforme o planejado. Se assim fosse, não haveria necessidade de que existisse a Magnificent Bastard
Consulting .
Fico de pé olhando as fotos do lindo bebê que minha linda garota costumava ser, esperando inutilmente
que Penny desperte e desça as escadas me procurando. Mas a casa continua em silêncio, e finalmente, devo
admitir a derrota.
Saio pela enorme porta da entrada e caminho pelo atalho que leva ao estacionamento circular onde Penny
e eu estacionamos a algumas horas.
Faço uma pausa, olhando meu relógio. Não são sequer três horas. De fato, só um pouco mais de duas.
Viro-me, olhando de novo a casa, observando as janelas do segundo andar. Mas não há luzes acesas nem
movimento atrás das cortinas. Finalmente, depois de um momento de tensão em que meu instinto tenta me
convencer que estão me observando, sacudo a cabeça e me apresso para o carro.
Estou me tornando paranóico. Penny não está me evitando. Não tivemos tempo para jantar antes da festa
e agora isso está cobrando o preço por beber muito champanhe com o estômago vazio. Isso é tudo.
Mas quando ligo o carro e vou para casa, não posso evitar a sensação de que não deveria ir. Deveria estar
invadindo o castelo e lutando pela princesa que está dormindo em sua torre, em lugar de levar meu lamentável
traseiro de volta a nossa romântica cabana sozinho.
— O Príncipe Enacantado nada mais é do que um monte de merda — sussurro. — Ela não existe.
Observo ele se afastar, admirando quão bonito ele é e a forma que caminha como se nunca tivesse o
conhecimento de como não se sentir perfeitamente cômodo em sua própria pele, quando ele se vira e levanta
o olhar, escaneando as janelas do segundo andar.
Congelo, aterrorizada de que ele me enxergue escondida atrás das cortinas e aterrorizada que não me
veja.
Não quero passar a noite sozinha no meu quarto de infância, perseguida pelo fantasma da garota que eu
era quando acreditava que as pessoas que eu amava jamais me machucariam... ao menos, não de propósito. Ao
menos, não de propósito e logo depois fazer novamente, ao me chantagear para ser a dama de honra deste
infernal casamento quando provei que poderia levar esse socoo "você está dormindo com meu noivo" sem cair
de bunda.
Quero voltar para a cabana com Bash e fingir que pertencemos à ela. Fingir que ele é meu e eu sou dele e
que ele nunca vai fugir de mim outra vez.
Por favor, me olhe, rogo silenciosamente. Me olhe, volte e faça com que eu não te afaste. Não vá. Por
favor não vá.
Mas depois de um segundo, Bash abaixa a cabeça, escondendo seus olhos nas sombras, e começa a
caminhar para o carro.
Ele caminha mais rápido que antes, como se não pudesse esperar para afastar-se desta casa e toda a
loucura dentro dela. A louca estrela de cinema deteriorada, o louco ex-noivo imbecil, e a louca
cliente/assistente/amiga que ele cometeu o engano de deixar se aproximar muito.
Aperto os lábios, lutando contra as lágrimas que enchem meus olhos, observando o carro alugado do Bash
enquanto se afasta.
Perto demais. Eu devia saber que não tinha que me aproximar muito. Ele sempre foge quando começa a
sentir algo real. Sempre.
Mas não pude evitar. Não pude evitar me apaixonar por ele.
Em retrospectiva, dou-me conta que estive me apaixonando por ele um pouquinho a cada dia por anos.
Que não foi ao vê-lo beijar minha horrível, pavorosa tatuagem ou a forma com que me olhou depois que
fizemos amor ontem que começou isto; foi o que selou o acordo. Selou meu destino. Selou a lenta e dolorosa
morte de nossa amizade porque não há forma que possamos voltar para como éramos antes, agora que sei o
que sinto ao fazer amor com ele.
Despertar a seu lado. Compartilhar comidas, conversas, brincadeiras tolas e vê-lo deixando que pintem
suas unhas porque sabe que está fazendo felizes duas meninas que amo.
Hoje quase me matou, fingir que não estava ferida, que não estava sentindo saudades. Lutar contra a
urgência de agarrar seus grandes, estúpidos e formosos ombros e sacudi-lo até que ele se desse conta que
quando encontra algo como isto deve segurar, não se afastar.
Sabia que esta era a forma com que Bash dirigia os assuntos. Sabia que isto passaria. Tinha lido as
mensagens de "não é você, sou eu" em sua conta do LetsGoLove, nas quais oferecia uma gentil despedida a
qualquer mulher que não tivesse mantido seu coração fora do jogo. Eu tinha sido a amiga que escrevia
mensagens de texto enquanto ele se afastava de outro intento por algo mais, a mão que o sustentava até que
ele estivesse fora da zona de tiro.
Mas não deixarei que as coisas cheguem tão longe entre nós. Agora não.
Pela primeira vez em anos, estou livre. Quando me deparei com Phillip enquanto ia ao banheiro esta noite,
não senti absolutamente nada. Nem ódio, nem vergonha, nem desejo, nem arrependimento, só uma leve
irritação por ser obrigada a conversar com ele por uns minutos enquanto minha bexiga estava me
incomodando de tão cheia. O feitiço horrivel que ele usava para me encantar tinha perdido poder. Finalmente
estou livre da escura sombra de um homem que não me queria e de maneira nenhuma vou me arrastar para
outra sombra.
Acabei com a pessoas que pensam que sou um degrau no caminho para algo melhor ou um pequeno
camundongo tão desesperado por amor que o perseguirá de joelhos. Não vou perseguir a ninguém, nem me
encolher, nem me conformar sendo a segunda melhor de alguém nunca mais.
Pode ser que Bash não me ame da forma que eu o amo, mas me deu prova suficiente do que posso sentir
ao se ter tudo e me nego a me conformar com menos.
Não quero o suficientemente bom nem o quase maravilhoso. Quero amor, felicidade, segurança, paixão e
um lar nos braços de alguém. Quero me sentir como a mulher mais linda do mundo porque um homem me
ama tanto que é cego a meus defeitos. E quero fazê-lo sentir-se da mesma forma.
Se Bash me deixasse, sei que poderia lhe dar um amor assim. Como um rei, como o centro de um mundo
construído por nós dois.
O amaria até que não lhe restasse uma dúvida, até que soubesse que pode confiar em mim com cada
mandona, doce, absurda, assustada, apaixonada e perfeitamente danificada parte dele. Até que ele se desse
conta que as partes de si mesmo que tenta ocultar fazem com que eu o ame muito mais, as partes que fazem
deste homem forte e aparentemente sem defeitos meu companheiro perfeito. Vejo, seu eu verdadeiro, atrás
do brilhante personagem sedutor do Magnificent Bastard .
E o amo.
Mas também me amo. Amo-me muito para prender meu coração a um homem que foge quando as coisas
ficam intensas. Depois de anos de esconder meus sentimentos e a mim mesma do mundo, não quero fugir.
Quero viver. Completamente. De verdade. Sem me conter.
Eu deveria ter dito a ele tinha acabado antes de vir para a festa esta noite, que a situação de amigos com
benefícios tinha terminado e que ia entregar minha demissão, mas não estava segura de poder me manter
assim. É melhor esperar até que estejamos de volta à cidade, longe de minha mãe e Phillip. E de minhas irmãs,
que sei que ficarão decepcionadas ao saber que o "tio Bash" não voltará para visitá-las.
Então direi a Bash que continuarei com ele até que treine uma assistente que cumpra ou supere todas
suas expectativas, vou agradecer por tudo o que tem feito por mim (pelo trabalho, amizade, a intervenção, e
esses momentos em que me mostrou como é sentir-se completa e belamente amada) e seguirei com minha
vida. Não estou segura como será "minha vida" depois de Phillip, depois de Bash ou depois do Ano da
Vergonha, mas será minha e será real.
E talvez algum dia, quando conhecer o homem certo, ele terá amor nele.
Amor suficiente para compensar o quão difícil será dizer adeus a Bash.
Com um suspiro final, afasto-me da janela, subo na minha cama, e fecho os olhos, me preparando para
dormir e não sonhar com coisas que nunca terei.
CAPÍTULO 38
Querida Penny,
Estou escrevendo esta carta porque não está aqui para que possa ouvir, e os e-mails e mensagens de texto
não servirão para algo assim.
Não tenho escrito uma carta real há anos, mas quando cheguei à cabana e vi o papel de carta sobre a
mesa no quarto, parecia a coisa mais inteligente a fazer.
Escrever todas as coisas o que estou pensando e sentindo antes de ficar louco.
Assim aqui estou eu escrevendo o que estou pensando neste momento, quando penso em você, minha
amiga.
Redijo a carta durante horas, escrevendo como um homem possuído, falando sem parar da história do
concurso de mijadas com Phillip e como me dei conta que a amava. Amava-a mais que à Rachel, mais do que
qualquer uma das garotas com quem tentei me relacionar no início de meus vinte anos quando ainda era muito
inocente para amar alguém mais do que a mim mesmo. Mais do que amei alguém em toda minha vida.
Escrevo todas as coisas das quais normalmente seria muito machista (ou muito covarde) para dizer em voz
alta. Confesso que tenho medo, que não tenho certeza de amar da forma que quero ser capaz de fazer por ela,
mas que me comprometo a trabalhar nisso como nunca trabalhei por algo. Prometo tentar ser o Príncipe
Encantado, matar seus dragões e estar ali para colocá-la sobre meu cavalo branco e cavalgar pelo entardecer
nos dias em que ela precise correr para o pôr de sol ou simplesmente queira ir dar um passeio.
Eu também coloco algumas coisas sujas, porque tudo isso é parte do que sinto por Penny.
Digo-lhe que sou um escravo de seu corpo, que vou sonhar em tê-la esta noite, que me dirijo à cama com
o desejo intenso de saborear sua boceta em minha boca, e que espero acordar completamente duro e
miserável porque ela não está junto a mim, cálida, doce e pronta para mim, para fodê-la dar-lhe muitos
orgasmos de bom dia.
Depois de cinco páginas, minha mão começa a ter cãibras, mas sigo adiante, tirando tudo enquanto ainda
borbulha dentro de mim, como relâmpagos em uma garrafa, exigindo a liberdade.
No momento em que por fim termino, é quase meia-noite e o vento de mais cedo se foi. Não se escuta o
chiado das árvores da parte traseira ou a agitação fora das janelas. Os pássaros noturnos nesta parte do mundo
são bons em ficar em silêncio (a melhor forma de se aproximar sigilosamente de coisas que precisam matar e
comer) e os pássaros matutinos ainda estão dormindo.
Recosto-me na escuridão pelo que parece uma eternidade, olhando fixamente as sombras no teto, me
sentindo como a última pessoa viva na terra.
Há pessoas às quais eu poderia chamar: Aidan, que nunca dorme antes das duas, e minha mãe uma coruja
noturna; mas sei que nenhuma conversa com um amigo ou membro da família poderia aliviar minha dor. Este é
o tipo de solidão de quem está separado da pessoa que ama. Não senti isso desde Rachel.
Suponho que isso deveria me assustar, mas não. Faz-me inclusive mais determinado a não foder tudo isto.
Amanhã à primeira hora, vou para lá e direi a Penny tudo o que escrevi.
O pensamento faz a minha garganta fechar-se um pouco, mas se for confiar em alguém com meus
emocionais e sentimentais desvarios de meia-noite, vai ser Penny.
Fecho os olhos, disposto a deixar o sono chegar de modo que a noite passe mais rápido e esteja muito mais
perto de voltar para ela. Mas meu cérebro segue girando em rápidos círculos. Finalmente, ele gira em torno de
uma memória muito detalhada quando Penny chupou meu pau no chuveiro e decido parar este trem louco do
pensamento.
Deslizando minha mão sob a cintura de minhas calças de pijama, visualizo a forma com que seus peitos
emolduraram meu pau quando se ajoelhou no piso do banheiro.
Vejo seus lábios cor de rosa separando-se enquanto toma minha cabeça inchada em sua boca, a forma que
seus olhos se elevam até encontrar-se com os meus, enviando uma descarga elétrica através de todo meu
corpo. Sua técnica é estelar (ela podia estar há muito tempo sem fazer sexo, mas sabia claramente o que estava
fazendo) mas não é quão profundo me toma ou a sucção perfeita que faz tão difícil me segurar.
É o quanto me sinto perto dela, o muito que claramente quer me agradar, a forma em que geme de prazer
à medida que embalo sua cabeça em minhas mãos e empurro entre seus formosos lábios.
Não estou só fodendo sua boca, estou fodendo toda ela, minha amiga, minha garota, esta mulher que me
faz rir, pensar e sentir coisas. Sentir tanto. Sinto tanto que minha imaginação interrompe a lembrança,
trocando o curso dos acontecimentos passados.
Desta vez, não encho sua boca ou a vejo engolir, sua garganta trabalhando com uma crua sensualidade
que me mata. Desta vez, me estico e a pego, atraindo-a ao meu corpo, enganchando suas pernas ao redor de
minha cintura de modo que posso deslizar em seu interior.
E então a tomo com toda a paixão, luxúria e sentimentos. Empurro-me dentro e fora de seu doce e
apertado calor, murmurando coisas que não havia dito a nenhuma mulher... dentro ou fora da cama. Digo que
a amo, que preciso dela e que é o melhor que me aconteceu alguma vez. Digo-lhe que nunca vou deixá-la ir ou
decepcioná-la, e quando ela goza juro que posso sentir seu prazer como se fosse o meu próprio.
Mantenho os olhos bem fechados, me segurando ao sonho com Penny enquanto consigo alivio em minha
própria mão, fingindo que estou com ela.
E por último, finalmente, sou capaz de dormir. Dormir e deslizar quase à perfeição em um sonho onde
Penny está descansando em meus braços.
CAPÍTULO 39
Chego à mansão Pickett logo depois das oito da manhã seguinte, minhas mãos suando e minha boca enche
com o sabor agridoce da esperança mesclada com o medo, para saber que Penny já se foi para o spa com sua
mãe e irmãs.
Pelo menos de acordo com Nana Helms, que abre a porta apenas o suficiente para enfiar sua cabeça pelo
buraco e me comunicar as más notícias antes de bater a porta na minha cara.
— Mas e sobre ontem à noite? — Pergunto, elevando a voz para que ela possa me escutar através da
grossa madeira — Como está Penny? Ela está bem?
— Ela está bem — exclama Helms do interior — Volte as quatro e traga seu vestido para o jantar de ensaio
e sua mala. Estou certa que ela vai querer ter sua própria maquiagem e suas coisas para se arrumar.
— Por que ela não pode voltar para a cabana para vestir-se? — Exijo, com medo de que Penny esteja
tentando me evitar, atacando-me como aranhas rastejando sobre mim. — Senhora Helms? Olá? Senhora
Helms?
Espero, mas não há resposta do outro lado da porta e quando tento abri-la, descubro que está fechada
com chave.
Deixaram-me para fora. Como se fosse um vendedor de aspiradores, uma Testemunha de Jeová ou algum
horrível entregador de pizza que ninguém quer dentro de sua casa.
— Bem, merda, foda-se — murmuro entre dentes à medida que giro me afastando da porta com o cenho
franzido. Caminhando em direção ao carro, escrevendo uma mensagem à Penny.
Por que não me disse sobre o dia de spa? Acabo de vir à casa de sua mãe para ver como você está e você
não está. Aconteceu algo? Você está bem?
Quase escrevo: Estamos bem? Mas penso melhor sobre isso.
Isso não é algo com o qual quero falar por mensagens de texto, especialmente se Francis e Eddie
estiverem com o telefone de Penny passando por sua seleção de emoticons como o fizeram ontem várias
vezes.
Parado junto ao carro alugado em uma sombra (o sol se eleva em um céu azul sem nuvens esta manhã e
está começando a parecer verão) espero por uma resposta que não vem. Não vem e não vem e não vem, e
perto do meio-dia, estou caminhando de um lado para o outro na cabana, rangendo os dentes, lutando contra
a urgência de enviar outra meia dúzia de mensagens a Penny em diversos graus de preocupação, confusão e
absoluta irritação.
Como ela se atreve a me ignorar quando tudo o que quero fazer é dizer o quanto a amo?
Talvez visse as palavras escritas em sua testa e decidiu fugir antes de que a golpeasse com tudo isso.
— Maldição. — Resmungo, apontando um dedo acusador a meu reflexo no espelho do banheiro — Isso
não é o que está acontecendo. Não desta vez. Ninguém está fugindo.
Segue te dizendo isso, falava a voz em minha cabeça, e quando tirar sua cabeça de seu traseiro ela vai
estar tão longe que nunca poderá alcançá-la.
— Vou alcançá-la. – Giro afastando-me do espelho, decidindo que é mais louco falar comigo mesmo
enquanto observo meus próprios olhos que caminhando de um lado a outro pela cabana — E quando o fizer,
vou convencê-la a me dar uma oportunidade — digo ao sofá — Me atirarei sobre ela na areia e me sentarei em
cima dela até que me escute.
Isso é algo bom sobre um ensaio de casamento na praia. Há um montão de cálida e agradável areia para
derrubar à mulher que ama ao chão e sentar-se sobre ela.
Está perdendo o controle, Prince. E uma vez que o perder, tudo o que será, é um perdedor.
Ignorando a voz do mal, amarro os cordões do meu tênis de correr e saio para bater um pouco na calçada,
decidindo que esse é um melhor uso de meu tempo do que golpear a cabeça contra a parede. Faltam só quatro
horas até que consiga ver Penny. Ninguém fica completamente louco em quatro horas.
Mas quando são quatro e chego novamente à casa, onde Nana Helms confisca todos os artigos que trouxe
para Penny e desaparece depois de me incentivar a "me unir ao resto da festa do casamento no terraço", é
tudo o que posso fazer para não a empurrar e subir pelas escadas.
Estou a ponto de fazê-lo, de fato, mas quando vejo Francis e Eddie correrem pela grama em seus vestidos
rosa suaves com cachos no cabelo é que me obrigo a girar e caminhar até a parte traseira da casa. Saio na
quente tarde ensolarada para ver os garçons dando os toques finais nas mesas ao ar livre e a equipe de
audiovisual estendendo uma tela gigante no lugar para a apresentação que as garotas ajudaram a preparar
para sua mãe. O pátio já está cheio de gente, um excelente aviso que a vida não acontece em um vácuo.
Por mais que gostasse que o mundo consistisse apenas em Penny e eu, ao menos pelas próximas horas,
enquanto a convenço de que seria estúpido não se apaixonar por mim, também, há outras peças em jogo.
Incluindo duas meninas pequenas que não precisam de mais drama em suas vidas e a festa de um casamento
que tem que seguir pensando que Penny e eu estamos felizmente apaixonados.
Aconteça o que acontecer entre nós, não vou arruinar isto para Penny. Ela merece esta volta da vitória, a
oportunidade de deixar toda a feiura atrás e sair de Hamptons como um cisne completamente florescido.
— Os cisnes não florescem, idiota — murmuro enquanto agarro um mojito de um garçom que passava.
— O que é isso? — As palavras são duras e tensas, nada como o tom presunçoso cadenciado de quando
nos encontramos na estação de trem ou ontem à noite na despedida de solteiro, mas imediatamente
reconheço a voz de Phillip.
— Só me perguntava sobre as flores. As flores são minha parte favorita em um casamento. Com exceção
do bolo. Com certeza prefiro com sorvete. Você come seu bolo com sorvete? Ou também está fazendo a coisa
do sem açúcar, sem glúten, sem alegria como sua prometida?
Phillip franze o cenho, me lançando um olhar que deixa claro que ele pensa que estou louco, fodendo com
ele, ou ambas as coisas, mas não me incomodo em me explicar. Deixei meus olhos rolarem sobre ele,
observando a transformação do futuro noivo.
Pela primeira vez, o cabelo de Phillip é menos que perfeito (esmagado em um lado e alvoroçado do outro)
e a pele debaixo de seus olhos é de um doentio tom amarelo e azul. Parece que está de ressaca, ou
possivelmente ainda está bêbado de ontem à noite e quando sorri seus lábios parecem murchos, como um
pedaço de frango frito jogado no meio da sua cara.
Se eu não estivesse me sentindo um pouco amargurado, me alegraria completamente por seu aparente
sofrimento. Tal e como estão as coisas, só posso dirigir uma ligeira gratificação e um desejo de que vomite em
algum momento durante as festividades desta noite.
A julgar pela forma em que está absorvendo seu mojito, é um desejo que tem uma boa possibilidade de
virar realidade.
— Estive pensando no que disse ontem à noite. — Ele toma outro grande gole de sua bebida quase vazia,
seus olhos avermelhados me observando por cima do copo — E talvez não seja tão estúpido como pensa que
sou.
Inclino minha cabeça para um lado e logo para o outro como se estivesse considerando seu ponto antes de
franzir meus lábios.
— Não, não acredito. Todos os sinais apontam à estupidez. Mas não se preocupe por isso. — Dou-lhe um
tapa no ombro, desfrutando do modo que estremece e sua já apertada mandíbula se flexiona sob sua pálida
pele. — Você está se casando com uma formosa e rica mulher poderosa, e todos seus sonhos estão virando
realidade. Estou seguro que é o bastardo mais feliz da mansão. Ou da rua, já que sua esposa é proprietária da
mansão, não é? — Rio, fingindo que não vejo aparecer o assassinato nos olhos de Phillip.
— Veremos — diz, enrugando seus lábios carnudos curvados — Veremos quem está certo quando tudo
estiver terminado. Está fazendo um bom espetáculo, mas não me engana, Prince. Não tem o que é preciso para
isto.
Cerro meus olhos, me perguntando se Anastasia decidiu lhe dizer o que faço para viver, depois de tudo,
mas rapidamente digo que isso mão me importa.
A quem importa se ele souber da Magnificent Bastard Consulting ? Minha presença aqui hoje já não tem
nada a ver com o trabalho, um fato que se tornará aparente uma vez que tenha a oportunidade de falar com
Penny. Vou convencer que nossa mentira é a coisa mais real neste ensaio de casamento e então farei amor com
ela em todos os cantos escuros do pátio traseiro até que não haja uma quina que não tenhamos batizado, e
que não haja nenhuma dúvida na mente de ninguém que estou completamente apaixonado por Penny
Elizabeth Pickett.
— Então, muito bem, Phillip — digo com um encolhimento de ombros — Acredito que teremos que
concordar em discordar.
— Certo. Isso funciona. Até que admita que fracassou. — Antes que possa responder, Phillip gira, quase
nocauteando um garçom à medida que troca seu copo vazio por um cheio e desparece na casa.
Ao meu redor, os outros membros da festa (quase uma dúzia de lindas mulheres, muitas das quais
reconheço de vários filmes e revistas de fofocas, e suas entrevistas, junto com a tripulação de fanfarrões de
Hollywood e tipos com aspectos de irmãos de fraternidade) rapidamente desviam seus olhos, fingindo que não
viram o tenso intercâmbio entre o noivo e eu. Por sorte, o quarteto de corda tocando na grama debaixo do
terraço enche o silêncio incômodo e logo a conversa volta a acontecer.
Depois de pegar um prato de aperitivos do bufê perto da entrada da casa, vago para longe da festa
principal, me unindo aos pais dos portadores de anéis no terraço com vista à praia, onde a atormentada
organizadora de casamento está finalizando a disposição das cadeiras e o altar para o ensaio. Encontro-me com
George, Yvette e seu filho, Eli, no almoço. Eles têm um salão de beleza local, e são refrescantemente normais,
comparados com os jogadores de poder de Hollywood, e os bebês com recursos fiduciários que compõem o
resto da festa de casamento.
Passamos facilmente uma meia hora consumindo pequenos sanduíches, conversando ao sol, vendo Eli
rolar pela duna coberta de grama e areia uma e outra vez, até que os bolsos da calça do menino de quatro anos
transbordam de areia cada vez que fica de pé, e esperamos que a noiva, as damas de honra e as meninas das
flores apareçam. Esperamos e esperamos enquanto o sol se afunda mais no chão e o ar esfria, justo depois das
cinco, Yvette se desculpa para levar Eli ao banheiro antes que comece a ensaiar a andar pelo corredor, e George
e eu vamos em busca de novos mojitos.
Estou rodeando a mesa de comida, em direção a uma aborrecida garota loira com uma bandeja cheia de
taças geladas, quando uma sonora buzina sai dos alto-falantes perto da tela de apresentação.
Um grito de assombro rodeia através da multidão, seguido da risada nervosa do técnico audiovisual
lutando com os cabos, perto de seu equipamento portátil.
— Sinto muito, amigos. Tivemos um pequeno problema com a equipe. Acredito que encontrei o sinal
agora.
Os grupos de pessoas estão retornando às suas conversas quando a voz de Phillip soa suplicante dos alto-
falantes:
— Por favor. Me escute. Só me dê cinco minutos. Por favor! — Viro, me perguntando que demônios está
acontecendo, até que vejo uma imagem imprecisa piscando na tela.
— Ou talvez esse não seja meu sinal. — Pisca o técnico franzindo o cenho.
Ali, com três metros de altura, em cores vivas, estão Phillip e Penny. Estão de pé no meio de um quarto
isolado, e Phillip está segurando uma das mãos de Penny entre as suas. Ela usa um vestido de chiffon branco,
que a faz parecer como uma estrela do cinema dos anos cinquenta, glamourosa e curvilínea, e Phillip está
vestido com a mesma roupa que usava quando me encurralou no pátio.
Se isto for algo que as gêmeas gravaram para sua apresentação, elas devem ter feito isso só faz uns
minutos.
Mas quando Penny sacode a cabeça e começa a falar, tenho uma sensação de que isto não tem nada a ver
com a celebração do casamento.
— Não, Phillip — diz, sua voz tensa — Isto é uma loucura! Você está a menos de vinte e quatro horas de te
casar. Com minha mãe!
— Mas não tenho que fazer isso — diz Phillip, disparando um murmúrio incômodo através da multidão à
medida que muitos mais convidados começam a dar-se conta que algo não está bem, e o menino do
audiovisual dá golpes frenéticos em seu equipamento, tentando pôr fim à representação não planejada.
— Por favor, Penny, eu sei que errei — continua Phillip, segurando sua mão — Nunca devia ter seguido a
sua mãe à casa da piscina, e muito menos deixado as coisas chegarem tão longe. Nunca deveria ter feito nada
para arruinar o que tínhamos.
Penny nega com a cabeça muito rápido, claramente em pânico. —Está louco? É algum tipo de brincadeira
doentia, porque não...?
— Não é uma brincadeira. Mas sim, talvez esteja louco. — Sua voz se quebra e respira com visível esforço
antes de acrescentar — Todo mundo pensa que já tenho tudo, mas não tenho nada. Ao te ver de novo, me dei
conta que sem você, minha vida está vazia. Você é a única mulher que amei de verdade, Penny. A única pessoa
que me conhece, por dentro e por fora. E não posso suportar a ideia de passar outro dia, e muito menos o resto
de minha vida, com ninguém mais além de você.
Ele cai sobre um joelho, provocando ofegos e profundas queixas de desaprovação de parte dos convidados
pegos no desenrolar do drama, enquanto Penny retrocede em óbvio estado de choque, sua expressão marcada
de horror.
Por desgraça, Phillip está muito bêbado ou é muito arrogante para ler seus sinais. Continua com voz
apaixonada, digna de um ator nomeado ao Emmy.
— Penny Pickett, quer casar comigo? Por favor. Fuja comigo, Peeps. Agora mesmo. Esta noite. E juro que
vou passar o resto de minha vida me assegurando que não se arrependa de ter me escolhido para sempre.
A mandíbula de Penny cai aberta, mas antes de que possa falar, o menino do audiovisual finalmente tira da
tomada sua defeituosa máquina. Desta vez, a multidão se queixa em decepção, a audiência sendo despojada do
momento culminante em um drama televisivo especialmente fascinante.
Mas isto não é televisão. Esta é a vida real e sem importar como se desenvolva o resto da cena, gente real
vai ser machucada.
O pensamento logo flutua através de minha mente quando um borrão de chiffon listrado de amarelo
passa através da minha visão periférica. Mudei meu olhar para ver Anastasia correndo para fora da porta da
cozinha no outro extremo da casa e lançar-se através das cerejeiras sombreadas daquele lado da mansão.
Tropeça, caindo sobre a grama em meio às pétalas de rosa jogadas, mas recupera seu equilíbrio rapidamente,
deslizando seu braço através do seu rosto enquanto foge entre as casas de hóspedes em direção à praia.
Está claramente devastada e não precisa de muita imaginação para adivinhar por que. Ela deve ter visto o
vídeo e escutado seu noivo implorando a outra mulher, sua filha, para fugir com ele.
Sem importar o que Anastasia fez a Penny, ou a egoísta que claramente é, sinto-me mal por ela. Apesar de
ser uma merda, parece amar Phillip e ele acaba de fazer com que isso ficasse da pior maneira possível, frente a
cinquenta de seus mais próximos e queridos amigos, uma manada de garçons e uma das organizadoras de
casamentos mais caras desta área.
Com um último olhar à casa, onde espero que Penny esteja dizendo a Phillip "merda, não" sem me
incomodar com seus costumes dominicais, giro e sigo sua mãe até a praia.
Penny agora está mais forte agora. Está livre de Phillip e se decidir pegar leve com ele ou não, nunca o
deixará feri-la de novo.
Não estou tão seguro sobre o estado mental de Anastasia e não vou deixar que ninguém saia machucado
na minha presença.
Desinteressadamente, meu coração está com as pessoas que foram espetacularmente deixadas, inclusive
gente como a mãe de Penny. Egoisticamente, sei que quanto mais rápido eu consega que Anastasia se acalme,
mais cedo posso sair daqui com Penny e passar nossa última noite em nossa cabana da maneira que
deveríamos ter passado todas as noites: enredados um no outro sem planos de nos separar.
CAPÍTULO 40
Eu passo por um conjunto de dunas altas, vejo um par de sandálias douradas. Não muito longe, braceletes
de ouro estão jogados entre duas montanhas de areia como o tesouro perdido de um pirata. E enquanto saio
do meio das dunas, vejo o vestido de Anastasia quando o vento o leva e toma vôo.
Congelo perto de onde as dunas se convertem em um tapete branco plano até o oceano e vejo o chiffon
amarelo voar para o céu, retorcendo-se como um dragão chinês na brisa.
— Merda — murmuro, fazendo uma careta à medida que dou uma olhada de volta para o oceano, já
tendo uma ideia bastante boa do que vou ver.
Como era de se esperar, Anastasia está entrando no frio oceano em seu sutiã sem alças e tanga branca,
andando contra as ondas como uma sereia determinada a retornar ao oceano. Quando corro para a água,
vagamente recordo parte desse filme em que ela estava em uma cena similar onde uma Anastasia mais jovem
estava sendo forçada a renunciar seu amante humano pelo oceano.
Mas isto não é um filme. Se ela ficar muito tempo aí vai ter hipotermia ou pior, a água logo estará a uns
quinze graus nesta época do ano, e por Phillip não vale a pena perder um dedo, muito menos sua vida.
— Anastasia, espera! — Detenho-me à beira das ondas, tirando meus sapatos com a ponta do pé e rezando
para que ela recupere sua razão. Assumi o compromisso de interpretar o Príncipe Encantado por Penny, mas na
realidade não quero ter que nadar no congelado oceano para resgatar a rainha malvada — Anastasia! Está
muito frio para entrar na água!
— Vá embora! – Ela olha por cima de seu ombro, me dando um vislumbre de seu rímel manchando seu
rosto – Apenas vá embora!
— Não posso! — Levanto minha voz para ser ouvido por cima das ondas — Não até que saia da água. Está
muito fria. Não é seguro.
— Esse é todo o ponto. — Toma uma respiração irregular — Vou entrar e nunca vou sair. Nunca! E não me
importa se os peixes comerem meu corpo.
— Vamos — insisto, no momento me recordando quando Penny estava de bruços no sofá. Honestamente
parece que ela herdou essa veia dramática. — Ele não vale a pena, Ana. Você sabe que não.
— Adeus, Sebastian. — Ela cruza seus braços em seu peito, seus dentes batendo enquanto aponta com um
dedo para a casa — Vá dizer a Penny que espero que ela e Phillip sejam muito felizes juntos. Não os
incomodarei, nem a ninguém, nunca mais. — Seu rosto se enruga na última palavra à medida que passa um
tremente braço sobre seus olhos.
— Isso é ridículo, Anastasia. — Tiro minhas meias três quartos e me movo mais perto da água, o
suficientemente perto para sentir quão fria está a areia molhada sob meus pés descalços.
Merda. De verdade não quero ter que realizar um ousado resgate, mas está começando a parecer que não
terei outra opção. Não há ninguém mais na praia e uma olhada para a casa mostra que ambos os atalhos que
conduzem para a areia ainda estão desertos.
— Penny não quer ao Phillip — Continuo, disposto a que Anastasia recupere a razão — Ele é um grande
filho da puta e ela sabe. Agora saia da água e vamos encontrar seu vestido antes que voe para o oceano e
estrangule um bebê golfinho ou algo assim.
Anastasia sacode sua cabeça de um lado a outro, retrocedendo até que as ondas sobem até o centro de
seu peito.
— É obvio que pode. Phillip é que é o fodido. — Faço um gesto para a casa — Ele é quem acaba de
demonstrar a todos que não é digno de você, Ana. Nem de seu amor ou sua confiança, e com toda certeza não
vale a pena que congele até morrer por ele.
— Na realidade você não acha isso. Pensa que sou uma p—pessoa t—terrível.
— Não, não penso isso — digo, decidindo que vale a pena empurrar a verdade um pouco a fim de tirá-la
das ondas — Eu acho que você se apaixonou por uma pessoa terrível e isso te fez menos do que realmente é.
Mas agora Phillip está acabado. Pode jogá-lo na calçada e retornar ao que é importante. Sua família, suas filhas,
e os amigos que a amam e apreciam.
Faço um círculo com minha mão, usando minha voz mais cálida para selar o trato e conseguir que venha
para a praia.
— Mulher, volte aqui. Você é uma sobrevivente. Pode passar por isso. Não há forma de que um despojo
humano como Phillip vá derrotar Anastasia Pickett.
Seus lábios tremem e eu respondo com um sorriso. — Agora sai da água e vá tratar de seus assuntos.
— Você me ajudará? — pergunta, arrastando-se para frente — Sério? Embora tenha machucado a Penny?
Tudo por nada, por um homem que na realidade não me ama?
— Qualquer inimigo de Phillip é meu amigo — asseguro-lhe, respirando muito mais fácil quando ela
continua lutando com a água — Inclusive me encarregarei de mandá-lo embora a pontapés. Será um prazer
empurrar um sapato em seu traseiro.
— Posso ver? Eu gostaria de vê-lo ser chutado no traseiro. Normalmente não sou uma pessoa violenta,
mas acredito que pelo menos mereço isso.
— Pelo menos — coincido, trabalhando nos botões de minha camisa quando se faz óbvio que, graças a seu
mergulho, seu sutiã e calcinha brancos agora estão transparentes.
Ela claramente, não tem problemas em desfilar sua nudez em frente ao namorado de sua filha ou qualquer
outro que esteja por aí, mas eu gostaria que estivesse coberta quando retornarmos à casa. Enquanto dá os
últimos passos dentro do mar, tremendo com a brisa fria precipitando-se fora da água, tiro minha camisa e a
seguro para ela. Ela desliza seus braços pelas mangas e a coloco sobre seus ombros.
Mas quando se vira, vejo que não está fazendo nenhum esforço em manter a camisa fechada na frente.
De fato, de algum jeito no tempo que levei para baixar minhas mãos ao lado do meu corpo ela conseguiu
desfazer-se de seu sutiã. Ele cai na areia com um suave som enquanto permite que minha camisa se abra
inclusive mais, mostrando uma quantidade escandalosa do lado interno de seus seios.
No momento em que faço contato visual com o lado interior de seus seios, imediatamente viro o rosto,
limpando minha garganta incomodamente.
Antes que possa terminar, Anastasia lança seus braços ao redor de meu pescoço e pressiona seu peito
quase nu contra o meu.
— Obrigado, Bash. — Arqueia-se para um contato mais próximo, esfregando-se contra mim de uma forma
que faz que minhas bolas se apertem e que meu pau encolha-se entre minhas pernas porque...
Estou ganhando um novo nível de apreciação por quão desagradável foi Phillip ao ir diretamente da filha à
mãe e estou tratando de me desenredar com graça de Anastasia sem ferir seus sentimentos e enviá-la de volta
para o oceano quando de repente seus lábios estão nos meus.
Não vi isso vindo; não tinha ideia de que estava a ponto de ser atacado, até que aconteceu.
Estremeço de surpresa e abro a boca para lhe dizer que isto não vai acontecer, mas antes que possa falar,
sua língua está em minha boca e vai em direção a minha surpresa língua rígida como se estivesse tentando me
devolver à vida. O beijo dura uns dez, quinze segundos antes de pôr minhas mãos firmemente em seus ombros
e afastá-la, mas sei que esses quinze segundos vão me atormentar pelo resto de minha vida.
— Merda, Anastasia. — Passo minha mão através de minha boca, tentado cuspir seu sabor na areia — Que
diabos acontece com você?
— Sinto muito. — Seu lábio inferior treme enquanto sustenta com firmeza a camisa em sua parte — Não
sei o que aconteceu comigo. Não era minha intenção fazer isso. Estava tão agradecida por sua ajuda e tirou a
camisa e pensei...
—Tirei a camisa porque você estava nua, e queria te ajudar a se cobrir. —Assinalo com o polegar para a
casa — Sou o par de sua filha, pelo amor de Deus.
— Sinto muito. — As lágrimas enchem seus olhos – Sério, lamento, Bash. Sinto muito e me envergonho.
Tenho alguns padrões de comportamento pouco saudáveis quando se trata dos homens, especialmente
quando me sinto vulnerável. — Ela aperta mais minha camisa. — Acho que provavelmente tenho que voltar
para terapia.
— Você acha? — Passo uma mão furiosa por meu cabelo — Ou talvez só pudesse dedicar menos esforço
em evitar o glúten e um pouco mais em evitar beijar os noivos de sua filha. Acredito que seria um bom lugar
para começar.
— Farei. Prometo. Por favor, não diga a Penny. Não quero incomodá-la e te juro que não voltará a
acontecer.
— Não posso fazer essa promessa. — Agacho-me para recuperar meus sapatos e meias três quartos antes
que a maré possa molhá-los — Não acredito em mentir às pessoas que me importam.
— Inclusive se a mentira tornar as coisas mais fáceis para todo mundo? — insiste, me seguindo quando
começo a avançar de novo para a casa — Por favor, já arruinei tanto minha relação com Penny. Só quero fazer
as coisas certas com minha filha. E agora que Phillip e eu terminamos, talvez possamos ter essa oportunidade.
— Ela agarra meu cotovelo e me detém, sobre seus braceletes ainda na areia — Por favor — roga-me, com
medo em seus olhos — Permita que algo bom saia de tudo isto. Não condene minha relação com minha filha
por um estúpido beijo enquanto estava ficando congelada e me sentindo triste e patética. Se me der uma
oportunidade, juro que não a arruinarei de novo.
Suspiro.
— Não te conheço há muito tempo, Ana, mas eu não acredito nisso. – Digo franzido o cenho.
— Está bem. Tem razão. Vou errar outra vez. Mas não vou errar da mesma maneira. Não assim. Te dou
minha palavra, Sebastian, e isso significa algo. Pergunte a Penny. Erro muito, mas quando faço uma promessa,
cumpro-a.
Estudo sua expressão séria, sem ter ideia se está dizendo a verdade ou simplesmente mostrando suas
habilidades de atuação, mas no final, não importa. Esta família precisa de um descanso do drama constante e
se isso significa manter o que aconteceu na praia em segredo, ao menos até que todo o resto da angústia
passe, posso fazer isso.
— Está bem, vou manter o beijo entre nós — digo, continuando quando ela tenta me agradecer — Mas em
troca, se comprometerá a não utilizar às irmãs de Penny para manipulá-la. Não ameace mais impedir as visitas
ou te interpor entre elas de maneira nenhuma.
— Feito — diz com um gesto firme — De qualquer maneira, eu me sentia muito mal por isso. Estava me
sentido muito mal por muitas coisas nos últimos anos, mas tudo isso vai mudar. Neste momento. Estou pronta
para perder oitenta quilos de problemas e recuperar minha vida.
— Depois de você.
Sigo Anastasia pelas dunas e no caminho para a casa. Acabamos de virar a esquina e nos movemos entre
as duas pequenas casas de hóspedes, quando Ana para de repente no meio do atalho com um suave ofego.
Não tenho que perguntar o que aconteceu. Já os vi e sem importar o muito que quero, parece-me que não
posso olhar para outro lado.
Não posso afastar os olhos da visão da Penny, minha Penny, beijando Phillip sob o toldo da casa de
hóspedes, com o vestido de chiffon branco que tinha posto quando nos beijamos pela primeira vez. Seus braços
estão ao redor de seu pescoço, as mãos dele estão em seu traseiro, e seus lábios se separam enquanto ela o
beija da forma em que só deve beijar a um homem. Eu. Mas esse não sou eu e claramente Penny não havia dito
a Phillip que fosse para o inferno e apodrecesse lá e levasse sua proposta de matrimônio com ele.
Ela voltou para homem que detonou uma asquerosa bomba na sua vida, o maldito idiota que a tratou
como uma merda até o momento que se fez evidente que alguém mais estava apaixonado pela garota que ele
desprezou.
Igual a Rachel. Ela é exatamente como Rachel, mas dói mais, maldita seja, muito mais.
Por um momento, tenho a estranha necessidade de me sentar e pôr meus sapatos, assim posso fugir dela
mais rápido, mas Penny nem sequer me olha. Ela não tem ideia de que vi isso ou que ela tenha quebrado meu
puto coração.
Assim não corro. Giro e me afasto, volto para a praia, ao lado da mansão, onde Penny e Phillip podem
viver felizes para sempre se Anastasia decidir suicidar-se no oceano depois de tudo, e caminho para meu carro.
E então me afasto e não olho para trás.
Tenho quebrado quase todas minhas regras com Penny. Mas não vou quabrar esta.
Terminou. Uma intervenção do Magnificent Bastard é uma oportunidade de uma vez na vida. Sem
exceções.
Nem sequer por ela, a garota que sei que nunca vou ser capaz de esquecer.
CAPÍTULO 41
Querido Sebastian,
Disse que algumas coisas são melhores deixar em paz e que provavelmente desejaria nunca ter vindo ao
casamento ou escutar o sobrenome Pickett. Mas dado que somos metade Baxter, esse é o sobrenome do nosso
papai, resolvemos que escreveríamos de todo o modo.
(E Francis gosta de fazer coisas que lhe são ditas que não faça. Nosso psiquiatra diz que ela tem transtorno
de oposição desafiante, mas acredito que simplesmente não gosta que lhe digam o que fazer. Não me importa
tanto que me digam o que fazer porque não tenho muitas opiniões fortes como ela. Por certo, é Edna a que
escreve esta parte. Eddie, para você, porque somos amigos. Ao menos, espero que ainda sejamos).
Retornando ao ponto! É Francis escrevendo a carta principal, porque tenho melhor escrita, mas as palavras
são de nós duas.
E ambas queremos dizer que sentimos muito, muito, muito. Jamais deveríamos ter posto nossa câmara de
babá no terraço. Só o fizemos porque Penny disse que mamãe vomitou em um vaso de barro justo antes de
caminhar pelo corredor em dois de seus ensaios de casamento e pensamos que seria algo muito divertido para
ter em vídeo. Poderíamos enviá-lo aos Vídeos Caseiros Mais Estranhos da América ou simplesmente ter deixado
arquivado e utilizado como chantagem para convencer mamãe que nos deixasse comer açúcar sempre que
quiséssemos.
Sabemos que muito açúcar não é bom para nós e não importa que mamãe diga que não somos animais
para correr como loucas sem regras.
(Pelo menos, eu não o sou. Às vezes Francis é como um lobo quando está zangada. Tem um grande
temperamento. Deixou-me escrever isto porque está orgulhosa disso. Também está orgulhosa de quão mau
cheiram seus peidos. Segue sendo Eddie, com certeza. Pode ter certeza porque minha caneta é azul).
ASSIM!
O ponto é que, sentimos muito. Nós gostaríamos de desfazer o que fizemos se pudéssemos. Nunca foi nossa
intensão causar problemas ou fazer alguém se zangar e ficar triste. Mamãe diz que não é nossa culpa e que
nada foi arruinado que não deveria ter sido, mas não estamos seguras que isso seja certo.
Mamãe diz que isso tampouco vai acontecer, mas ela se equivocou antes com algumas coisas.
Estamos esperando MUITO porque gostamos de você e achamos que é um grande tio.
Suas amigas?
Mensagem de Aidan: Vou sair para um almoço em aproximadamente uma hora, quer vir?
Aidan: Vamos, é naquele restaurante novo. Supõe-se que têm os melhores Bloody Mary no Brooklyn.
Bash: Sempre. Essa cidade está morta para mim. Jamais vou voltar ali de novo, nem sequer por um
sorvete.
Aidan: Tolice. Sabe exatamente do que estou falando. Isto é ainda pior que depois da Rachel, e Penny
nem sequer era sua noiva.
Aidan: Mas sabe que ela não se casou com aquele cara, certo? Na verdade, de acordo com os tabloides,
parece que ela e sua mãe não muito tempo depois mandaram ele sair de Hamptons.
Bash: E?
Aidan: E talvez esteja entendendo tudo errado. Talvez houve um mal entendido. Talvez esteja
desperdiçando sua vida guardando rancor por algo que nem sequer ocorreu. Talvez ambos estejam fazendo
isso.
Bash: Amigo, não leve a mal, mas por que não fecha a maldita boca e deixa de dizer coisas que você não
entende?
Aidan: Por que não levanta seu traseiro, vem comigo ao almoço, e me ajuda a entender?
Aidan: Sou seu amigo, Bash. Para isto é que servem os amigos, para ajudar a superar a dor por romper
com sua assistente de modo que possa seguir adiante com sua vida.
Bash: Talvez não queira seguir adiante. Talvez não veja o maldito ponto.
Aidan: Está bem. Então talvez eu não seja capaz de me encontrar amanhã com a mulher para a orientação.
Bash: Merda, claro que não. Não se atreva a deixar essa merda! IRÁ a essa orientação, Aidan, ou vou
despedir seu puto traseiro.
Aidan: Então me despedirá. Não quero trabalhar assim de todo o modo. Quando assinei o contrato, esta
equipe era dirigida por um Magnificent Bastard que deixava a casa de vez em quando e sabia desfrutar de sua
vida. Não um Irritável Fodido Bastardo que teria morrido em sua cama se não fosse pela comida tailandesa a
domicílio.
Bash: Assinamos os documentos com esta mulher! Uns putos documentos legais! E ele é uma maldita
ADVOGADA! Se não te apresentar amanhã, ela poderia processar meu traseiro, Aidan.
Aidan: Então suponho que será melhor que se encontre comigo para o almoço e me deixe ser seu amigo.
Aidan: Vamos, amigo. Deixe disso. Sabe que quer ir ao almoço. E quer que passemos um tempo entre
amigos.
Bash: Isto é chantagem, não amizade.
Bash: Merda...
Aidan: O almoço hoje é por minha conta e terei um picante Bloody Mary esperando por você quando
chegar...
Bash: Bem, me envie o endereço. Mas se for ao almoço contigo, então você se encontrará com esta
mulher amanhã. Deixe de merda. Se quiser renunciar ao trabalho, vai ter que esperar até depois desta
atribuição. Não posso me encarregar da Beth. Ela necessita de um Espetacular Canalha, não um Magnificent
Bastard .
Aidan: Ponha algo bonito. Eu gosto quando vem bonito para mim.
Bash: Isso me recorda... Uma vez disse a Penny que esfregava seus pés quando estavam frios, mas que era
muito macho para admiti-lo.
Aidan: Não sou machista. Sou um homem de verdade, desses que nunca esfregaram seus pés em toda sua
vida. Mas se esfregar meus pés vai te trazer de volta à terra dos vivos, podemos resolver isso. Em segredo, é
obvio.
Aidan: Sim?
Aidan: Eu sei.
CAPÍTULO 43
O sol parece mais brilhante do que me lembrava. E está quente como o maldito inferno.
À medida que saio do metro perto do Prospect Park, desejo muitíssimo ter colocado bermuda ao invés de
jeans. Mas esse é um dos riscos de não sair de casa em várias semanas exceto para as tortuosas corridas
matutinas ao romper da alvorada e as saídas por álcool e sorvete tarde da noite; a gente esquece que o verão
na cidade é tudo sobre miséria e suor escorrendo por suas bolas.
Estou considerando comprar uma bermuda para evitar um caso de bolas inchadas e esperando que Aidan
tenha uma mesa dentro deste estúpido lugar para almoçar ao invés do lado de fora sobre a calçada olhando o
parque quando uma voz tirada diretamente de meus sonhos grita o nome de meu melhor amigo.
Ele está de pé na calçada, de costas para o parque de modo que não pode me ver chegando. Aidan sorri
enquanto levanta a mão para a mulher à cavalo, guiando sua montaria junto com outros cavaleiros no domingo
de manhã, por um dos muitos caminhos que cortam o parque.
Minha Penny, luzindo inclusive mais bonita do que eu me lembrava em uma camiseta branca e uma
pequena saia vermelha que é completamente inapropriada para montar a cavalo (passei verões cavalgando na
fazenda da minha vó ao norte e sei uma ou duas coisas sobre queimaduras pela sela) e dando um grande
sorriso para meu melhor amigo.
Algo já me cheira mal quando ela se agacha e levanta essa inapropriada pequena saia de um lado,
enviando uma surpreendente rajada de consciência através de meu corpo quando deixa descoberta uma
brilhantemente colorida e sexy nova tatuagem na coxa onde o Senhor Bigodes costumava estar.
— Olhe — diz ela, levantando a voz para fazer-se ouvir por cima do ruído de um táxi acelerando pela
anteriormente calma rua em um domingo de manhã — Todo o inchaço baixou! E não dá para ver nada da velha
tatuagem. Estou tão apaixonada por essa!
— Parece ótimo — responde Aidan, sorrindo como um fodido idiota mentiroso que tatuou o coração
quebrado de seu amigo em sua ex—assistente pelas suas costas. — Tenho uma mesa para nós no jardim.
Venha quando tiver terminado.
— Irei – diz — Só preciso... — ela para, suas costas ficando rígidas à medida que inclina sua cabeça,
levantando seu adorável nariz no ar. Então, como se tivesse farejado "Magnificent Bastard " no vento, gira,
movendo-se em sua sela para ver por cima do ombro, me olhando diretamente.
E por um segundo, o mundo se detém e só estamos ela e eu, duas pessoas que têm uma conexão que
incendeia através do tempo, do espaço e do ar carregado de umidade do verão. Duas pessoas que
compartilham um segredo que ninguém mais sabe porque ninguém mais entende a maneira que é entre nós
quando estamos sem nossas roupas, seu fôlego é meu fôlego e não há mais perguntas, só respostas, e cada
uma delas é seu nome.
Penny. Minha Penny, que arrancou meu coração fora do peito, destroçou-o em pedaços com um facão, e o
jogou no Mar Morto, o qual tem nove vezes mais concentração de sal que um mar normal, razão pela qual é
obvio que o escolheu já que ela me queria fazer mal nove vezes mais.
E rapidamente, o feitiço se rompe e o tempo volta a vida de novo quando recordo que seus segredos eram
mentiras.
A amistosa luz em seus olhos se apaga, sua boca se curva para baixo nos extremos, e seus lábios se
separam para dizer algo que estou seguro que não vou gostar de ouvir. Estou trabalhando em meu olhar de
não-me-importa-quão-linda-seja-ou-o-quanto-sinto-saudades-mas-você-está-completamente-morta-para-mim
e algumas outras palavras que vem à minha mente quando o policial do outro lado da rua grita:
— Hei, você! Use a porra da calçada! – grita a um hípster que salta da calçada sem olhar.
Mas o hípster não troca de direção e o policial, no meio do calor em seu traje de poliéster da cabeça aos
pés, muito estúpido para usar em uma cavalgada, está claramente no limite de sua paciência.
Com sua cara num vermelho furioso, o oficial levanta a buzina de ar em sua mão por cima da cabeça e a faz
soar o suficientemente forte para despertar aos mortos.
Um segundo depois, a manhã pacífica está destroçada pelos chiados dos cavalos assustados e os gritos de
surpresa dos cavaleiros do outro lado da rua tentando manter-se sentados enquanto suas montarias se
retorcem, sacodem-se fora do atalho, e retrocedem sobre suas torpes patas traseiras. Mas o cavalo de Penny
não faz nenhuma dessas coisas. O cavalo de Penny relincha como se o tivessem jogado em uma tina cheia de
azeite fervendo e escapa através do parque como um maldito lunático descontrolado.
Observo, meu coração disparando em minha garganta, quando ela quase é jogada ao chão. Ela desliza para
a direita da sela, mas no último minuto, se ajeita e trava suas pernas ao redor do cavalo, agarrando-se o mais
que pode enquanto o aterrorizado animal desaparece entre as árvores com ela meio pendurada.
Antes de me dar conta do que estou fazendo, saio correndo pela rua, ganhando outro grito do oficial que
esta tomando conta da cavalgada.
Mas não paro para lhe dizer que ele é um maldito idiota ou que vou voltar para lhe dar uma surra se algo
acontecer com Penny por cauda da sua estúpida buzina. Estou muito ocupado saltando a cerca perto da pista,
correndo através da grama, e arrebatando as rédeas de um homem maior que simplesmente deslizou ao chão
junto a seu cavalo, feliz por estar vivo.
— Eu o trarei de volta — Asseguro ao homem antes de me lançar sobre a sela e afundar meus calcanhares
nos flancos do cavalo, esporeando a bem alimentada besta atrás de Penny.
Inclinando-me do vento, incito o animal com minhas pernas, aplicando pressão em sua barriga até que
estamos voando sob as árvores, seguindo os rastros deixados na grama pelo cavalo de Penny. Leva somente
poucos segundos para alcançar e ver o cavalo de Penny, e ela, que ainda está agarrada ao flanco do cavalo.
Mas esses poucos segundos são suficientes para me fazer sentir como se estivesse tendo um ataque do
coração. Meu peito está apertado, minhas costelas se espremem, e estalo em um suor frio generalizado à
medida que a realidade de Penny sendo chutada até ficar em pedaços por um cavalo assustado a qualquer
momento me penetra com força suficiente para me impregnar até o osso.
Ela poderia morrer e eu jamais conseguiria ver seu sorriso de novo, jamais poderia olhar dentro de seus
olhos e sentir essa conexão que nunca havia sentido com ninguém mais, jamais poderia lhe dizer o muito que
me machucou vê-la com Phillip, mas que a amo de todo o jeito. Que sempre vou amá-la, a partir de agora até o
dia em que me enterrem porque ela é tudo para mim. Minha única, a única que me arruinou para todas as
outras mulheres.
— Por favor. — Rogo, minha respiração acelerando à medida que meu cavalo ganha terreno. — Por favor,
me deixe chegar a ela a tempo. Por favor, me deixe tirá-la daquele cavalo. Por favor, me deixe conseguir tê-la a
salvo em meus braços e encontrar uma maneira de mantê-la assim porque sei que uma vez que a toque, nunca
vou querer deixá-la ir.
Meus pensamentos se convertem em uma constante prece, um mantra febril incessante pedindo ao
cavalo, ao universo e a qualquer Deus por ali que tenha piedade dos pobres bastardos apaixonados, para que
permitam que isto termine bem. Deixe-me fazer terminar bem. De algum jeito. Porque com a cabeça de Penny
a centímetros desses repugnantes cascos e sua vida por um fio, minhas regras já não parecem tão importantes.
À merda com as regras. À merda a não mais segundas oportunidades. À merda toda essa história de não
estar preparado.
Só quero Penny. Quero encontrar a maneira de perdoá-la e ser perdoado, e fazer isto funcionar porque
nada funciona sem ela.
— Por favor, por favor, por favor — murmuro enquanto me empurro junto a seu cavalo e me inclino sobre
a sela, alcançando suas rédeas soltas à medida que luto por me manter em meu próprio assento.
Não sou um vaqueiro, um cavaleiro ou um membro do Cirque de Soleil. Não sou um cavalheiro em uma
brilhante armadura ou um príncipe que vive para salvar donzelas cujos cavalos se tornaram loucos e saem
correndo para o bosque. Mas nesse momento, sintonizo todos. Converto-me em algo mais valente e melhor
porque preciso que Penny esteja a salvo mais do que preciso de qualquer outra coisa.
E quando agarro as rédeas e puxo até deter nossos cavalos brandamente a beira do Lago do Prospect Park,
dou-me conta que isto é o que significa para alguém ser o Príncipe Encantado. Significa pôr a outra pessoa
diante de si, seu ego e todas as outras merdas. Significa dar tudo o que tem para proteger aquele a quem ama.
Mas infelizmente, nem sequer o Príncipe Encantado pode te proteger das leis da física. Um objeto em
movimento tende a permanecer em movimento e aparentemente os braços de Penny devem ter esgotado seu
poder de agarre.
Enquanto o cavalo chia até parar, Penny segue movendo-se, perdendo seu agarre na sela e voando através
do lago para aterrissar com um grande tombo.
Em um segundo tenho uma escandalosa vista de sua saia elevada quando voa através do ar; e no seguinte,
está sob a água, afundando fora de vista.
CAPÍTULO 44
Saltando fora da sela, corro para dentro do lago sem me incomodar em tirar meus sapatos, morto de medo
que Penny tenha batido a cabeça em algo debaixo da superfície e esteja se afogando.
Mas quando chego perto do local em que ela caiu (a água alcança a parte inferior de minhas costelas) ela
está subindo à superfície, cuspindo, tossindo e maravilhosamente, perfeitamente viva.
— Que diabos você está fazendo aqui? — Cospe, tossindo enquanto limpa a água de seu rosto e luta para
manter-se em pé.
— Salvando sua vida. O que parece? — Agarro sua cintura e a arrasto para a parte rasa até que a agua
esteja batendo em nossos joelhos e algo profundo em meus ossos se derrete com alivio ao ver que ela está
bem.
E ainda zangada comigo por alguma razão, a julgar o olhar furioso que dispara em minha direção e as mãos
que agarram meus braços com força suficiente para romper os tendões de um homem mais fraco.
— Oh, sério? – A seguro mais firme, algo primitivo dentro de mim se nega a deixá-la ir — Porque parecia
que estava em um cavalo descontrolado.
— E agora estou em um lago – grita — com o maior idiota do mundo. Prefiro estar no cavalo!
— Sou o maior idiota do mundo? Eu? — Minhas sobrancelhas franzem na mais profunda carranca — Você
é a maior idiota do mundo. Te vi beijando Phillip. Vi sua fodida língua em sua boca e foi tão desagradável que
ainda tenho fodidos pesadelos por isso. Mas mesmo assim, tratei de salvar sua vida porque não posso...
— E eu vi sua língua na boca da minha mãe — dispara em resposta, enviando uma onda inesperada de
choque através de minha raiva — Te vi abraçando-a enquanto ela vestia sua camisa e nada mais! Te vi
beijando-a justamente como Phillip a beijou e embora ela tenha jurado que te beijou e que você não tinha nada
que ver com isso, não acredito! –Respira violentamente e seus olhos começam a brilhar — Porque o vi, Bash. Vi
e é absolutamente seguro dizer que não parecia como se estivesse se opondo muito.
— Eu estava em choque! — Meus pensamentos encaixam enlouquecidos à medida que meu cérebro
começa a armar uma hipótese, uma hipótese maravilhosa que poderia significar que nem tudo está perdido,
depois de tudo o que aconteceu.
— Em choque por cinco minutos? — ela contra ataca, franzindo o cenho com uma ferocidade que seria
lindo se não estivesse claramente tão chateada.
— Não sou um mentiroso. Talvez pareceram cinco minutos, mas não foi assim, Penny. Penny me escute —
rogo, sustentando firmemente sua cintura enquanto ela luta para liberar-se e eu batalho para chegar a ela —
Juro, que foram menos de trinta segundos e sua mãe está dizendo a verdade. Gritei com ela depois disso.
Estava totalmente enojado e traumatizado, e se pudesse apagar a lembrança de minha mente, apagaria em um
segundo. Não quis ser parte disso.
— É verdade — asseguro-lhe, antes de acrescentar em uma voz mais suave — Mas está claro que pensou
de outra maneira. Por isso fez... Essa coisa com o Phillip?
— Não foi uma coisa — disse, passando a mão na água que escorria por seu cabelo — Foi um beijo. Um
beijo, para te mostrar como é sentir quando lhe arrancam o coração do peito e que a pessoa em quem confia, a
pessoa que te importa, seu melhor amigo, te trai da pior maneira possível.
— Mas eu...
— Sério — ela diz, suas bochechas ficando mais vermelhas — A pior maneira possível, Bash! Não posso
imaginar algo mais horrível que correr até a praia para salvar minha mãe antes que se afogue só para te ver
beijando-a. Você! O único a quem... o único... — interrompe-se com um bufo e antes de pressionar os lábios
em uma linha magra e tensa — Você sabe. Sabe que o aconteceu.
— Não, não sei — digo, segurando suavemente sua cintura — Porque me assustei e corri como um
covarde e logo você me afastou e então... — Nego com a cabeça — Então esta loucura aconteceu e nunca
consegui descobrir o que eu era para você. — Puxo-a mais perto, meu coração saltando um batimento quando
ela me deixa — Tampouco cheguei a te dizer o que você significa para mim. E por isso, não há nada no tempo
passado sobre o que sinto por você.
Seu pescoço se estica à medida que levanta seus olhos cheios de dúvidas para mim.
— Não acredito.
— Ainda não disse nada — Argumento, continuando antes que ela possa replicar — E não tem que
acreditar. Pode acreditar no Bash da noite da despedida de solteiro, aquele que retornou à cabana e passou
horas te escrevendo uma carta te dizendo o muito que lamentava fugir, o muito que quer ser digno de você, e
como te ama, te quer e precisa de você como nenhuma outra coisa no mundo.
Penny pisca mais rápido, sua linda boca tremendo. — Não, você não fez isso.
— Sim, eu fiz — digo, com um nó na garganta — Ainda tenho essa carta em meu escritório. Podemos ir à
minha casa neste momento e a porei diretamente em suas mãos e verá que estou te dizendo a verdade.
— Você... — Seu queixo treme e seus olhos piscam mais rápidos — Me ama? De verdade?
— Sim, amo. — Tomo seu rosto entre minhas mãos, sabendo que não há nada mais precioso ou
substituível que esta mulher ensopada parada diante de mim — Te amo. Te amo tanto que sou um fodido e
miserável desastre sem você.
— Eu também — diz, as lágrimas deslizando por suas bochechas — Estive tentando duramente ficar bem,
viver minha vida, não me sentir ferida, aprender a montar a cavalo, estar com outras pessoas, mas não posso.
Simplesmente, dói tanto.
— Eu sei. – Apoio minha cabeça mais perto da sua — Mas não tem porque fazer isso. Agora não.
— A única coisa que me irrita é não te ter em minha vida — insisto, sustentando seu olhar preocupado,
disposto a que ela acredite em mim — Sério, Penny. Jamais vou esquecer estes últimos dois meses sem você. É
como se não existisse ar, como se o sol tivesse deixado o mundo. Não havia nenhuma razão para levantar da
cama pela manhã, nada que esperar. Minha vida era um zoológico sem um belo animal dentro.
— Mas isso era quando você achava que eu não te queria — diz ela, sem dar atenção a minha tentativa de
brincar – O que acontecerá quando eu for só a velha e aborrecida Penny a quem estava acostumado a ver
todos os dias?
— Você sabe por que eu corri aquele dia da cabana? — digo, sabendo que agora é o momento de
confessar tudo e rezar que seja suficiente para recuperá-la. Espero até que ela negue com a cabeça, antes de
continuar com uma voz rouca — Corri porque seguia pensando em quão ardente seria te engravidar. Te ver
imensa com meu bebê, seu ventre como um sinal para o mundo inteiro que me pertence. Permanentemente.
— De maneira nenhuma.
— Sim, absolutamente. — Deslizo meus braços ao redor de sua cintura, atraindo-a de novo contra mim —
Estava possuído por este desejo embriagador de que ficasse grávida e isso me assustou por completo.
— Isso é bastante assustador — Comenta, ofegando sem fôlego quando tomo seu traseiro em minhas
mãos. Mas esta vez, ela não se afasta — Por que acha que isso aconteceu?
— Naquele momento, não tinha nem ideia. — Meu pênis se engrossa em minhas calças ensopadas quando
roça seus quadris contra os meus — Mas depois de ter um pouco de tempo para pensar nisso, acredito que
meu corpo simplesmente estava a uns poucos passos diante do meu cérebro. Meu pênis se deu conta que você
é a única mulher com a qual vou querer fazer um bebê, e bom... ele nunca foi conhecido por sua precaução ou
previsão. Ele está mais orientado à ação.
Ela morde o lábio inferior. — Por isso é que lhe chama de Incrível Bulk.
— Agora não. Decidi que só os idiotas põem nomes nos seus pênis.
— Eu gosto — diz, levando seus braços ao redor de meu pescoço — É ridículo, mas eu gosto.
— Ah, sim? — Cravo meus dedos em seu traseiro, lutando contra um gemido enquanto ela balança seus
quadris para frente, empurrando contra onde estou duro e dolorido, o Incrível Bulk desesperado por estar de
volta entre suas pernas, onde pertence.
— Sim. — Seus olhos se escurecem à medida que passa sua mão meigamente por minha bochecha — Eu
gosto de quase tudo em você. Muito mais do que só gostar na realidade.
— Sim, Sebastian Prince — sussurra, parando nas pontas dos pés, aproximando seu rosto do meu — Aqui é
onde te digo que também te amo.
E então a beijo. Meus lábios cobrem os dela e minha língua desliza na doçura de sua boca, a abraço
fortemente contra mim e só assim tudo está bem com o mundo.
É tudo tão fodido e correto. A única forma em que poderia estar melhor é se ela estivesse nua e debaixo
de mim, seu corpo apertando meu pênis enquanto lhe mostro o quanto senti saudades. O muito que preciso
dela.
— Eu te desejo tanto. — Embalo seu seio através de sua roupa molhada, gemendo quando seu mamilo
endurece sob meu toque e sua respiração sai em um pequeno e sensual gemido.
— Então me tome — responde, seus dedos trabalhando no zíper do meus jeans — Não há ninguém mais
aqui que possa nos ver exceto os cavalos.
Piscando com surpresa, olho ao nosso redor para ver que ela tem razão. Onde quer que estejamos, esta
seção do parque e do lago estão desertos. Sem mencionar rodeados de árvores enorme ao longo da área, seus
ramos estendendo-se amplamente por todos os lados, como se tivessem sido colocados ali de propósito, para
esconder as pessoas que estão desesperadas para transar na água.
— Não deveríamos — digo, enquanto a ajudo a dar um puxão no zíper e empurro meus jeans junto com
minha boxer ao redor de minhas coxas, liberando meu pênis febril — Ou talvez, pelo menos, devêssemos nos
mover para a parte mais profunda no caso de que alguém aparecer?
Levanto-a, e suas pernas vão ao redor de minha cintura, e em questão de segundos estou dentro dela,
deslizando em seu escorregadio calor à medida que nossos lábios se encontram em um beijo que é ainda mais
quente, mais profundo, e melhor. Porque estou em casa outra vez, estou com Penny, sentindo os batimentos
de seu coração contra meu peito, trabalhando juntos, nos aproximando mais e mais, subindo mais e mais, até
que ela goza, falando coisas sujas, sensuais e doces contra meus lábios.
E não importa o quanto quero aguentar para fazê-la gozar outra vez, não posso. Gozo com um gemido,
meu pênis latejando dentro dela, celebrando a volta ao melhor lugar que estive enquanto luto para que meus
joelhos não cedam.
Estou fazendo um trabalho muito bom e decidi que é muito provável que não deixe Penny cair na água
outra vez quando uma voz enfurecida grita:
— Abaixe essa garota e saiam com as mãos para cima. Seus pervertidos, vocês estão presos!
Penny se afasta de nosso beijo, seu grande e assustado olhar se choca com o meu.
— É isso mesmo — diz ele, seu rosto se tornando púrpura enquanto sacode um dedo em nossa direção —
Vocês dois. Fora da água. Estou farto desta merda. Isto é um parque, não uma fábrica para transar.
— Como quiser — digo, provocando uma risada nervosa de Penny enquanto a solto no chão e nós dois nos
apressamos em arrumar nossa roupa.
— Há crianças neste parque — continua o policial — Crianças que não necessitam de um espetáculo ou
saber de onde vêm os bebês.
— Merda, merda, merda. — Penny treme enquanto tomo sua mão — Estamos a ponto de ser presos?
Nunca me prenderam.
— Você só tem que parecer arrependida e triste, me deixe falar — sussurro à medida que nos
aproximamos da margem — É por culpa deste idiota que você quase foi assassinada. Se ele não tivesse
assustado até a morte o cavalo com aquela buzina, ele não teria disparado, e eu não teria tido que te
perseguir, e não teríamos terminado transando no lago. Então, isto basicamente culpa dele.
— Sim, não estou segura que o jogo da culpa seja a melhor ideia, Bash. Ele parece bastante irritado. Seu
rosto não está com uma cor saudável.
— Bem. Então talvez possamos falar com ele até que sofra um ataque do coração e assim podemos correr.
Antes que Penny possa terminar sua ideia ou que nos aproximemos o suficiente da margem para que o
Oficial Cara de Berinjela nos prenda, a tranquilidade de nosso isolado lado no parque se rompe de novo.
— Ele está correndo nu! — grita uma profunda voz do vale onde nossos cavalos ficaram pastando. — Um
homem adulto correndo nu no parque! Exposição indecente! Quebrando a lei!
Quando Aidan corre pelo lago bem atrás de nosso oficial, usando nada mais que suas botas Timberland e
um sorriso.
Na realidade, um sorriso de merda. Está cobrindo seu pênis com uma mão; a outra se mantém levantada
em nossa direção, nos dando um polegar ao alto enquanto passa como um raio junto ao Oficial de Olhar
Assassino.
— Vocês dois, fiquem aqui — grita o oficial — Voltarei em breve. — No momento em que se vira para
perseguir Aidan, Penny e eu trocamos um olhar, assentimos e andamos rápido para a margem. Subo em terra
firme antes dela e voltamos até a colina para pegar as rédeas dos cavalos. Viro, me perguntando se ela está
bem para montar, ou se devemos apostar que Aidan consiga levar o oficial para uma feliz perseguição e
caminhamos de volta com os cavalos, para encontrá-la olhando para os dois homens com uma expressão
pensativa.
— Estava pensando que Aidan poderia ser melhor no assunto da consultoria do que eu achava — diz, ainda
olhando à distância – Sua intervenção conosco sem dúvida funcionou. E ele tem inesperadas... Bolas grandes.
— Não, acredito que ele tinha suas bolas cobertas. — Ela ri e eu sorrio, pegando sua mão.
— Vamos sair daqui, devemos nos assegurar que seu valente sacrifício não seja em vão.
Ela caminha a meu lado enquanto eu guio os cavalos até a colina. — Ele vai escapar, não é? Ele é bastante
rápido.
— Enquanto o Oficial Maníaco estiver suficientemente sem fôlego para pedir reforços, ele deve ficar bem.
Mas se não... — Encolho os ombros — Bom, uma pequena prisão é menos do que ele merece por encontrar-se
com você às minhas costas e manter isso em segredo.
— Oh, Bash, por favor – ela diz — Claramente ele estava tentando ajudar. E arrumou o Senhor Bigodes.
— O que é isso, a propósito? Vi cores, mas não pude ver o que era do outro lado da rua e depois, estava
muito ocupado fodendo você para prestar atenção.
Ela levanta o tecido úmido de sua saia com um sorriso, deixando descoberta sua atrativa coxa.
— Só um punhado de flores flutuando na água. Ele converteu o corpo do Senhor Bigodes em um brilhante
lago e pôs flores em todas as partes.
— É limdo — digo sinceramente, sabendo que devo a Aidan um agradecimento por isso, assim como por
sacrificar a si mesmo com o Oficial de Merda de forma que Penny e eu pudéssemos escapar.
— Eu adoro — diz, arrumando sua saia — Mas fiz que ele deixasse um dos olhos do Senhor Bigodes,
escondido em meio às flores. Queria que uma parte dele ficasse. Parecia o correto. — Ela se aproxima — Tão
louco como soa, nem tudo dele são más lembranças.
— Isso não é uma loucura. Acredito que estava beijando o Senhor Bigodes quando terminei de me
apaixonar por você.
— Totalmente — concordo com um sorriso, sustentando com força a mão de Penny à medida que
cruzamos o parque, com a certeza de que nada vai dar errado outra vez.
De: FrancisAndEddie2Gether
Para: MagnificentBastard1
Assunto: O plano ultra secreto
Esse é o plano mais perfeito jamais visto!!! Perfeitamente perfeito!!! Divertido, impressionante e muito
ROMÂNTICO, mas não de uma forma asquerosa.
Francis e Eddie
O evento de degustação de sorvetes da temporada na Sorveteria Ample Valley está cheio, o que é uma
loucura porque faz três graus centígrados lá fora, com uma probabilidade de cinquenta por cento de neve pela
manhã. Estava pensando que Penny e eu seríamos os únicos o suficientemente loucos para querer provar o
sorvete em pleno inverno, mas ao que parece estava equivocado.
Muito, muito quente, e me perguntando se meu plano pode ir adiante enquanto estou cotovelo a cotovelo
com outros sessenta viciados em sorvete.
Fora da janela frontal da sorveteria, pessoas correm envoltas em casacos e chapéus, seu fôlego cristalizado
em baforadas à medida que vão de loja em loja, terminando as compras natalinas de última hora. Mas no
interior, está sufocante, o calor corporal combinado aumenta a temperatura até que estamos correndo com
nossas amostras antes que se derretam. Penny tirou seu casaco, pulôver e ficou só com sua blusa preta justa
com gola rolê, que faz com que seja difícil manter meus olhos nos pratos expostos no bar diante de nós, mas
me concentro para manter meu foco.
Tenho que estar preparado. Verifiquei o menu de degustação semanas atrás e só há um sabor que servirá
para meu único propósito.
— Esta foi uma má ideia — diz Penny, retorcendo seu cabelo e prendendo-o na parte superior de sua
cabeça com uma mão.
— Muito cheio? — pergunto, a dúvida atravessa minhas vísceras. Talvez esta não seja a noite. Passei
semanas planejando, mas se o ambiente está ruim, é simplesmente um erro, preferiria esperar ao invés de
foder com isso.
As segundas oportunidades são boas e tudo isso, mas algumas coisas você quer fazer bem na primeira vez.
— Não, não absolutamente! Nós vamos ficar — diz ela, abrindo muito os olhos — Simplesmente, não vejo
como vamos ser capazes de voltar para casa com apenas quatro potes. Sei que fizemos uma promessa um ao
outro antes de vir e que a moderação é importante quando se trata de certas coisas, mas todos os sabores são
tão, tão bons, e... Oh, não sei... — Desliza uma unha vermelha atrativa por meu peito enquanto seus lábios
formam uma linha — Talvez pudéssemos quebrar essa pequena e tola promessa só desta vez?
Nego com a cabeça fingindo julgá-la enquanto envolvo meu braço ao redor de sua cintura, aproximando-a
mais.
Ela bate seus cílios, num movimento lento de acima para baixo que começa a elevar o calor do local.
— Não sei, está funcionando? Se for assim, estava pensando que o de hortelã teria um sabor incrível se for
usado em certas partes do corpo.
— Ah, é? — Pergunto com meus dentes cravando-se em meu lábio inferior – Possivelmente... no pé?
— Não comece com isso aqui, Pickett — sussurro, meus dedos cravando na curva de seu quadril — Sabe
como fico excitado quando fala de lamber qualquer merda de meus cotovelos.
— Está bem. Vou parar. Está fazendo calor aqui. Não quero que fique pior. — Sussurra à medida que pega
uma colher de um frasco para que pudéssemos degustar — Mas sério, os favores sexuais estão sobre a mesa se
puder levar para casa um pote de todos os sabores. Não acredito que dez potes sejam muito se tivermos em
conta que se trata da temporada de natal e é uma época de amor e bom humor. E te pergunto, que melhor
coisa diz amor e bom humor que sorvete no congelador?
— Talvez as barrigas que teremos igual à do Papai Noel e Mamãe Noel depois de comer todo esse sorvete?
— Brinco, rindo entre dentes quando ela rola os olhos e mostra a língua em resposta — Tome cuidado. Uma
garota inteligente que conheço me disse uma vez que sua cara pode ficar torta dessa maneira.
— Não era uma garota; era uma mulher — diz Penny, levantando o nariz para o ar quando o entregador de
amostras chega a nossa seção — Uma mulher que sabe o que quer e não tem medo de pedir.
Antes que possa lhe dizer o muito que amo quando ela pede o que quer, o homem de barba com
suspensórios coloca duas tigelas pequenas de nata batida à mão em nossa frente.
— Muito bem, amigos. Obrigado por sua paciência. Aqui temos uma meia colherada para cada um de
outro sabor sazonal: Despojos de Renas.
Despojos de Renas.
É este. O sabor que estive esperando, o único com pedaços de doces nele, caramelos que poderiam fazer
que uma pessoa se afogasse se não forem cuidadosos.
Com o pulso acelerado, deslizo minha mão livre casualmente no bolso dianteiro de minha calça,
encontrando o anel, deslizando-o na ponta de meu dedo. Pratiquei o suficiente para saber que serei capaz de
deslizar sem problemas o anel em minha boca enquanto pretendo tomar um bocado de sorvete, mas mesmo
assim estou nervoso. Não quero que Penny veja o que estou fazendo.
Recriar o momento em que me engasguei com um anel de compromisso falso com um de verdade não vai
ser tão divertido se ela me apanhar e perguntar por que estou colocando a joia na boca.
— Sorvete de chocolate quente — continua o Homem Barbudo brandamente, sem ter ideia que estou a
ponto de fazer a grande pergunta — com um redemoinho de doce e partes de caramelo de leite e cascas de
café dispersas por todo o sorvete. Tudo feito para o momento. Todo pecaminosamente delicioso. — Ele sorri
enquanto passa suas mãos pelo bar — Desfrutem.
— Oh, faremos. — A língua de Penny varre através de seus lábios em antecipação à medida que nosso
entregador vai servir outros clientes. Ela desliza a colher entre seus lábios, fechando seus olhos enquanto
saboreia o primeiro bocado, fazendo um gemido sexy que me distrai momentaneamente do meu propósito.
Mas me recuperei e estou a ponto de lançar a Operação Proposta Manobra de Heimlich quando Penny
franze o cenho e seus olhos se abrem. Tosse, tampando a boca com a mão, e logo volta a tossir, mais forte que
antes.
— Você está bem? — pergunto, deslizando minha mão de seu quadril a suas costas.
— Não sei. Só... — Rompe com outra tosse — Minha garganta está tão apertada e minha língua está em
chamas.
— Vou pedir mais água. — Mas antes que possa chamar a um dos servidores, a colher bate no balcão.
Viro para ela para ver suas mãos agarrando a base de sua garganta e os olhos quase fechados. Um
segundo mais tarde seus joelhos cedem e se afunda contra mim.
Amaldiçoo, o terror me afogando à medida que a elevo por debaixo de seus braços e a recosto sobre o
chão. Nos poucos segundos que demoro para me dar conta que está inconsciente e em problemas, minha boca
se enche com o sabor do pânico e de metal, meu coração faz o possível para não perfurar um buraco em
minhas costelas, e meu estômago se contorce. Minha garganta se aperta e a parte posterior de minha língua
fica rígida e quando viro para gritar para que alguém chame o 911, sinto que me afogo nas palavras.
Ninguém me ouve a primeira vez por cima do ruído da conversa, risadas e o tinido das colheres.
— Ouçam! Minha noiva está inconsciente. Você do suéter vermelho. — O homem em questão crava um
polegar no peito, sem parecer nem sequer tão assustado como esperava que estivesse depois de ver uma
mulher inconsciente no chão — Sim, você! – grito — Chame o 911! Diga que há uma mulher aqui, que perdeu
os sentidos depois de um pouco de sorvete. Não conheço suas alergias e está respirando, mas não...
O homem do suéter ri e seu encontro, uma mulher de bochechas rosadas com cachos, levanta uma mão
para cobrir sua boca em um esforço pela metade para ocultar seu sorriso.
Estou a ponto de perder todo o puto controle, Penny está com problemas e malditos sejam, vou matar os
dois se o tempo que estão perdendo acabar prejudicando-a, quando Penny se move em meus braços.
— Relaxe, Bash — diz, acariciando meu ombro enquanto se senta — Estou bem. Ninguém tem que chamar
o 911. — Minha testa se franze com suficiente força para provocar uma dor intermitente em minhas têmporas,
mas antes que possa perguntar a Penny o que está acontecendo, ela põe uma mão em meus lábios — Antes
que fique louco, quero que pense em como se sentiu quando pensava que eu estava com problemas, embora
só tenha sido por um minuto. — Ela sustenta meu olhar antes que seus olhos se inundem deliberadamente
para minha mão esquerda — E depois pense que se afogar com esse anel de compromisso em seu dedo
mindinho é realmente uma boa ideia.
— Certo. Um, bem... sim. Talvez. — Desvio meu olhar, dando uma olhada de novo às pessoas reunidas ao
nosso redor, sentindo que isto provavelmente vai terminar sendo um dos momentos mais embaraçosos de
minha vida — Mas pensei que terminaria antes de ter a oportunidade de ficarem preocupados.
— Não estamos preocupados — diz o Homem do Suéter Vermelho — Sua noiva escreveu a todos uma
nota de advertência do que ia acontecer. Recebemos com nossos menus de degustação.
— Agora só falta saber se ela vai dizer sim — acrescenta seu encontro, sorrindo enquanto se inclina para
apertar o braço do homem.
Pisco, mas antes que possa reunir e recordar todas essas coisas românticas que pensava dizer depois de
me afogar falsamente com o anel de compromisso, Penny está de joelhos diante de mim, tirando uma simples
aliança de prata de seu bolso traseiro.
— Está claro que precisa de mim a sua volta para evitar que siga fazendo coisas tolas — diz, com uma
tentativa de sorriso estendendo-se por seu rosto enquanto sustenta o anel entre nós — E eu preciso de você
para montões e montões de coisas. Para me fazer rir, me fazer feliz, me emocionar ao despertar todos os dias e
ver que tipo de diversão vamos ter juntos. Porque nunca tenho mais diversão do que quando estou contigo.
Você mudou tanto minha vida. E tudo para melhor.
Ela exala um trêmulo suspiro à medida que seus olhos começam a brilhar.
— Por que não é somente sobre os bons tempos. Você está lá quando estou triste, quando estou
envergonhada e quando esqueci, só por um momento, quão afortunada eu sou. Mas você sempre me faz
recordar. Estou muito agradecida por você, por nós, e por todos os dias que posso passar com meu melhor
amigo. E realmente espero que esta noite você me faça a garota mais feliz do Brooklyn.
Respiro fundo, lutando contra a ardência inesperada na parte posterior de meus olhos.
— Ao deixar que leve para casa dez potes de sorvete? — Sua respiração sai entrecortada, mas sorri quando
assente.
— Sim, ao deixar que leve para casa dez potes de sorvete. E ao dizer que será meu. Para sempre.
— Para sempre soa bastante bom — digo, antes de acrescentar com voz mais suave — Sim, Penny Pickett,
vou me casar com você e passarei o resto da minha vida me sentindo como o bastardo mais afortunado do
mundo.
Eu a puxo e dou-lhe um grande abraço e um longo beijo, à medida que a sala de degustação explode em
aplausos.
Penny e eu finalmente conseguimos deixar de nos beijar o tempo suficiente para pôr nossos respectivos
anéis de compromisso em nossos dedos. O meu encaixa perfeitamente. O dela fica um pouco frouxo, mas ela
diz que vai arrumar isso ao comer mais sorvetes. E rimos e fingimos que não estamos chorando um pouco, e
quando terminamos de comer nossos Despojos de Renas, em sua maior parte derretido, e mais três fantásticos
sabores que não são nem sequer tão fantásticos como minha garota.
Minha prometida.
Esta incrível mulher que algum dia não muito longe será minha esposa.
No momento em que dirigimos para casa, com dez potes em uma sacola entre nós, já estou acostumado
ao novo peso ao redor de meu dedo e ansiando todas as coisas maravilhosas que virão. Como a degustação do
bolo de casamento, a degustação do sorvete de casamento e estar casado com minha melhor amiga.
Meu amor.
Minha Penny.
FIM