DISSERTAÇÃO UsoAçoIntervenções
DISSERTAÇÃO UsoAçoIntervenções
DISSERTAÇÃO UsoAçoIntervenções
3
AGRADECIMENTOS
4
Agradeço a todos que contribuíram de alguma maneira, para realização desse
trabalho.
Ao meu orientador Ernani pelo apoio que recebi ao longo de todo o período.
À minha querida mãe, tão zelosa nos cuidados com minha filha, enquanto as
tarefas da pesquisa exigiam-me inclusão.
Por fim,
5
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS........................................................................................vii
LISTA DE TABELAS......................................................................................xvi
RESUMO..................................................................................................... xvii
ABSTRACT............................................................................................... xviii
1. INTRODUÇÃO........................................................................................ 1
1.1 OBJETIVOS................................................................................ 3
2.1 CONSIDERAÇÕES.................................................................... 7
6
3. O AÇO.......................................................................................................38
3.1 A PRODUÇÃO INDUSTRIAL DO AÇO.....................................39
3.2.3 Plasticidade........................................................................43
3.2.4 Ductibilidade...................................................................44
.................................................................................................................... 68
7
4.3.2 Metodologias de Intervenção na Estrutura de uma Edificação
Histórica ....................................................................................72
5. METODOLOGIA ................................................................................... 88
8
6.4.2 Parâmetros da Arquitetura ..................................................160
9
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1 – Edifício antigo e anexo construído.................................................20
Figura 2.2 – Entrada do Complexo....................................................................20
Figura 2.3 a e b – Interior de um dos galpões...................................................20
Figura 2.4 – Intervenção no Casarão do Café...................................................21
Figura 2.5 – Elevações.
a) Elevação frontal b) Elevação lateral direita (com acréscimos)................21
Figura 2.6 – Intervenção no Colégio Caraça.
a) Pano de vidro que se contrapõe com o antigo. b) Vista do conjunto.........22
Figura 2.7 – Planta primeiro e segundo pavimento-estrutura
independente...................................................................................................22
Figura 2.8 – Elevações
a) Elevação Externa – lateral esquerda (nova entrada) b) Elevação Interna –
passarelas metálicas no vazio central.......................................................23
10
a) Vista de cima b) Vista da praça..................................................................32
Figura 2.24 – Escada interna, hall principal.....................................................32
Figura 2.25 – Corte Longitudinal......................................................................33
Figura 2.26 – Edifício Administrativo, Kobe, Japan.........................................33
Figura 2.27 – Seções
a) Corte Transversal b) Planta Baixa.............................................................34
Figura 3.1 – Diagrama de Tensão – Deformação do aço................................42
Figura 3.2 – Plasticidade.................................................................................43
Figura 3.3 – Ductibilidade................................................................................44
11
Figura 3.18 – Composição de perfis laminados...............................................55
12
Figura 4.14 – Foto da estrutura antiga da capela e estrutura antiga...............82
13
Figura 6.8 – Galpão 2
a) Vista interna do volume com dois pavimentos b) Situação dos arcos.........98
Figura 6.22 – Planta térreo – o que restou das demolições sugeridas pelo
parecer técnico...............................................................................................110
14
Figura 6.25 – Vista do mezanino do primeiro pavimento...............................112
15
Figura 6.41 – Detalhe de vidro e madeira do mezanino................................125
16
Figura 6.56 – Antigo x novo. a) Fotografia de foto antiga do acervo da biblioteca
Cassiano Ricardo. b) Nova proposta de intervenção....................................140
17
Figura 6.71 – Foto externa – edifício restaurado...........................................149
18
Figura 6.87 a e b – Detalhe do acréscimo posterior da platibanda................161
19
Figura 6. 103 – Divisórias altas......................................................................172
LISTA DE TABELAS
20
RESUMO
21
ABSTRACT
The conscience of preserving the architectural patrimony made possible for the
contemporary intervention projects an increasing valuation of the preexisting.
These interventions seek establishing a dialogue between the present and the
past, allied to a search of adequate techniques that allow to differentiate these
times, exposing technological changes and making possible, at the same time,
harmony to the group. With that in mind, the work seeks analyzing the behavior
of the steel when used in the interventions in historical constructions, in
accordance with the relative theories to the preservation of the patrimony. Allied
to this concern with the valuation of the old, the work seeks analyzing the
adequacy of the steel in the interfaces of the architecture and structure,
considering aesthetics, functionality, comfort, technique, savings, strength.
22
1. INTRODUÇÃO
Apesar do Brasil apresentar um processo mais lento em relação a vários
países, nota-se que, cada vez mais as soluções de projeto têm mostrado uma
necessidade de se industrializar a construção. Apesar de ainda existir no país
uma predominância da construção artesanal, com técnicas de baixa
produtividade, que geram grandes desperdícios de materiais, as novas
concepções construtivas atuais têm gerado consideráveis crescimentos na
indústria da construção. Essas novas concepções construtivas,
industrializadas, possibilitam cronogramas bem rígidos de planejamento de
obra, com padronização, produção em série e mão de obra qualificada,
trazendo como conseqüência à redução de custo mediante a redução de
desperdício de materiais, além da racionalização de energia.
1
preocupam com o entorno, com o novo usuário, com a organização estrutural
inicial, com a autenticidade da obra, baseando-se nas teorias sobre o assunto,
e, também, projetos questionáveis, que não levam em conta todos esses itens
explicitados.
1.1 Objetivos
2
1.2 Estrutura do Trabalho
3
No capítulo 7 são formuladas as conclusões, baseando-se no confronto de
parâmetros estabelecidos para as análises.
4
2. SOBRE A PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO
5
2.1 CONSIDERAÇÕES
6
formas de exercer o respeito à obra arquitetônica, de acordo com cada
momento cultural. Cada época e cada localidade teve um entendimento
específico próprio e maneira diferenciada de se relacionar com o passado,
fosse considerando-o, renegando-o ou dando-o continuidade.
7
Viollet-le-Duc, que enunciou as normas do Restauro Estilístico definia em seu
primeiro princípio:
Restaurar um edifício é restituí-lo a um estado completo que pode nunca ter existido num
momento dado.(CHOAY, 2001:156)
Em relação aos princípios da preservação do patrimônio, existiam duas doutrinas contrárias: uma intervencionista,
representada pelos países da Europa, defendida por Viollet-le-Duc, e a outra, antiintervencionista, mais
especificamente representada pela Inglaterra, cujo defensor mais convicto era o John Ruskin. Este movimento
contrário a Viollet-le-Duc, na Inglaterra, na metade do Século XIX, defendia o Restauro Romântico, que valorizava as
marcas do tempo, considerando os acréscimos posteriores dignos de merecerem importância na preservação do
monumento. Respeitava-se, desta forma, em absoluto, o edifício, condenando a intervenção. John Ruskin, (1818-
1900), era crítico de arte, poeta e filósofo. Para ele:
O restauro é a pior maneira de destruir (...); significa a mais total destruição que uma
construção pode suportar: destruição da qual não permanece nenhum resto por recolher,
seguida por uma falsa descrição da coisa destruída. Não nos deixemos enganar sobre esta
importante matéria; é impossível ressuscita aquilo que é morto, reconstruir qualquer coisa que
foi grande ou bela na arquitetura (...) o espírito morto do artesão não pode ser ressuscitado
para dirigir outras mãos e outros pensamentos (CESCHI, 1970:71-86 apud ASKAR, 1980)
Entre estas duas correntes, surgem na Itália, no final do século XIX, duas
teorias associadas, resultando dois tipos de restauro. Um, defendido por Luca
Beltrami (1854-1933), chamado Restauro Histórico e outro, defendido por
8
Camilo Boito (1835-1914), chamado Restauro Moderno. No primeiro, o
monumento era considerado um documento, sendo que as suas intervenções
deveriam ser baseadas em livros, registros, gravuras, ou seja, uma série de
provas conseguidas através de uma pesquisa histórica, que acabaram
trazendo como conseqüência um alto grau de subjetividade. O segundo
enuncia o restauro, segundo ASKAR (1980), entendido no sentido moderno,
numa proposta mais madura em relação às outras. Camilo resgatou, segundo
CHOAY (2001), o que as duas correntes antagônicas tinham de melhor,
fazendo uma síntese, construindo sua própria doutrina e aplicando-a em suas
obras. Da teoria de Ruskin, Boito resgatou a noção da conservação de
monumentos baseada na autenticidade. Para ele devia-se preservar todos os
acréscimos devido ao tempo. A favor de Viollet-le-Duc e contra os princípios de
Ruskin, Boito priorizou o presente em relação ao passado. Entendia que a
restauração era uma ação indispensável para a conservação a partir do
momento em que a obra se encontrava impossibilitada de manutenção,
consertos e reparos. Desta forma, Boito estabelece diferentes tipos de
intervenção, dando diferentes tratamentos aos monumentos, estabelecendo,
assim, os fundamentos típicos da restauração como disciplina. Os monumentos
eram, portanto, considerados como documentos, mas além de serem
restaurados, deveriam ser principalmente conservados e submetidos a uma
manutenção. As intervenções deveriam ser sinais que se diferenciassem do
objeto original, distinguindo os estilos e os materiais, expondo as partes
removidas, com descrição e documentação das etapas do trabalho, fotos, etc.
Segundo ZEIN e DI MARCO (2001), eram as preliminares para a Escola
Italiana de Restauro.
9
Dois austríacos também tiveram considerável importância na época: O
primeiro, Camillo Sitte (1843-1903), contribuiu para uma preocupação com o
tecido urbano tradicional, evidenciando a relação do edifício com seu entorno.
O segundo, Alois Riegl (1858-1905), cuja posição frente à preservação de
monumentos foi extremamente importante, não foi um defensor extremo dos
monumentos históricos, mas um analista objetivo, examinando questões e a
pertinência de seus argumentos de acordo com cada caso. Segundo
TEOBALDO (2004), ele desenvolve uma oposição entre “rememoração, ligada
ao passado, e contemporaneidade, ligada ao presente.” Propõe, também,
confronto entre o respeito ao monumento, às marcas do tempo e o seu valor de
uso. Preocupando-se com o culto acrítico ao passado, Riegl alegava que
“renegar o novo por ser novo equivale a sacralizar o passado e negar à
contemporaneidade seu próprio direito à história.” 1
Apareceu, por volta dos anos 40, um tipo de restauro defendido por Roberto
Pane, Pietro Gazzola, Cesari Brandi e Renato Bonelli, o chamado Restauro
Crítico. Segundo ASKAR (1980), nessa teoria, a obra não era somente vista
como um documento, mas como uma forma de exprimir um mundo espiritual
de importância e significado, surgindo, assim, um novo princípio de restauro,
priorizando o valor artístico em relação aos demais valores da obra. Segundo o
autor, o restaurador tinha o papel de identificar ou não o objeto como obra de
arte, de acordo com suas qualidades artísticas e a partir de determinados
critérios, atuando como um crítico. Além disso, tinha também a tarefa de
recuperá-lo, conservando e reintegrando seu valor expressivo, despertando a
sua forma original, tendo completo controle dos resultados. Se a deteriorização
do original fosse muito grande, seria impossível recuperá-lo, pois não se podia
repetir o ato criador do artista.
1
RIEGL, Alois, Le Culte moderne des monuments. Son essence et sa genèse, Paris: Seuil,
1984.
10
Após a Segunda Guerra Mundial, as discussões na área de restauro
aumentaram. Era preciso simplificar as operações de recuperação, face a
grande devastação devido à guerra. Segundo KUHL (1998), a partir dessa
época, outras formas de atuação no patrimônio histórico foram adotadas, como
a reutilização, a reabilitação e a recuperação. Conforme CARBONARA2 citado
por KUHL (1998), a reutilização3 era o meio mais eficaz para se preservar o
bem, evitando a sua deteriorização perante a falta de uso.
(...) nasce de uma concepção diversa, que coloca a reutilização como premissa e o ato de
conservação apenas como atual conseqüência. O restauro, ao contrário, é um ato histórico-
crítico (no sentido de que se vale de um juízo, como foi dito), conservativo (no sentido de que
sua finalidade primária é tutelar e mandar ao futuro um ‘bem’ no melhor estado possível,
utilizando com tal escopo, se necessária, a prática da reutilização) e também criativo (R
Bonelli), pela clara consciência de que todo ato, até mesmo o de simples manutenção, ‘muda’
de qualquer forma o objeto e que tal mutação, mesmo que guiada historicamente e
tecnicamente irrepreensível, implica em uma resposta que não poderá jamais resultar
figurativamente neutra e que, nesse sentido, é prefigurada e controlada através de projeto.
2
CARBONARA, Giovanni. Beni Culturali, Restauro, Recupero: Un contributo al Chiarimento dei
Termini.In: II Recupero Del Patrimonio Architettonico, Seminario Aosta, Chiesa di S. Loourenzo
S. S.1990, Aosta, s. e. , 1993, pp.40-41.
3
Segundo Diretrizes..., documento do IEPHA, a reutilização é indicada para aqueles bens em
processo de degradação e que, por seu significado, justifiquem intervenção que vise sua
requalificação e, principalmente, sua preservação.As obras de adaptação para novo uso devem
limitar ao mínimo indispensável à destinação, que deverá ser compatível com o bem.As
destinações compatíveis são as que implicam em ausência de qualquer modificação ou,
apenas modificação reversível em seu conjunto, ou, ainda, em modificação cujo impacto sobre
as partes da substância que apresentam significação cultural seja a menor possível.
4
CARBONARA, Giovanni. Beni Culturali, Restauro, Recupero: Un contributo al Chiarimento
dei Termini.In: II Recupero Del Patrimonio Architettonico, Seminario Aosta, Chiesa di S.
Loourenzo S. S.1990, Aosta, s. e. , 1993, pp.40-41.
(...) nasce da uma concezione diversa, che pone il riuso come premessa e l’atto di
conservazione solo come eventuale conseguenza.II restauro invece è um atto storico-critico
(nel senso che si avvale del giudizio, come si è detto), conservativo ( nel senso che il suo fine
primario è di tutelari e tramandare al futuro um ‘bene’ nel migliore stato possibile, utilizzando a
tale scopo, se necessaria, la pratica del riuso) ed anche creativo ( R. Bonelli), per la chiara
conscienza che ogni atto, anche quello di semplice manutenzione, ‘muta’ comunque l’oggetto e
che tale mutazzione, pur guidata storicamente ed tecnicamente ineccepibile, implica un esito
che non potrà mai risultare figurativamente neutro e che, in tal senso, va prefigurato e
controllato tramite un progetto.
11
2.2 SOBRE AS CARTAS PATRIMONIAIS
5
A reabilitação, segundo Diretrizes..., documento do IEPHA, é o processo de recomposição do
bem e de sua efetiva reutilização, seja para usos tradicionais ou para nova utilização.Segundo
TEOBALDO(2004), nesse caso as propriedades da edificação que se desenvolveram ao longo
do tempo podem alterar através de desenhos contemporâneos, compatibilizando com novos
usos.
6
RATO, Vasco Moreira. O projecto em intervenções de conservação do patrimônio histórico
edificado. Disponível em http://www.dec.fct.unl.pt/seccoes/smtc/pub13.pdf. Acessado em
23/06/2005.
7
Esta carta foi resultado de um encontro internacional para abordagem da preservação dos
monumentos históricos.Tinha objetivo de inventariar os monumentos históricos dos países e
intensificar os conceitos de respeito, salvaguarda e manutenção dos monumentos e da cidade.
Considerava a utilização da edificação como fator primordial para sua manutenção e
continuidade vital, porém, a nova destinação deveria respeitar o caráter histórico e artístico da
obra.
8
Segundo o site disponível em http://www.icomos.org.br/icomos.htm, acessado em 12/06/2006,
“ o ICOMOS é uma associação civil, não-governamental, com sede em Paris. É ligado à
UNESCO, onde propõe os bens que receberão classificação de Patrimônio Cultural da
Humanidade. O ICOMOS foi criado em 1964, durante o II Congresso Internacional de
Arquitetos, em Veneza, ocasião em que foi escrita a declaração internacional de princípios
norteadores de todas as ações de restauro - “Carta de Veneza”, da qual o Brasil é também
signatário.”
9
Sobre a substituição de partes faltantes da edificação, o artigo 12° dessa carta diz: “Os
elementos destinados a substituir as partes faltantes devem integrar-se harmoniosamente ao
conjunto, distinguindo-se, todavia, das partes originais a fim de que a restauração não falsifique
o documento de arte e de história.” Sobre os acréscimos, o artigo 13° da carta diz: “Os
acréscimos só poderão ser tolerados na medida em que respeitarem todas as partes
12
Outro importante documento foi a “Carta Italiana do Restauro”, de 1972,
elaborada por Cesare Brandi, um importante teórico em preservação e
restauração da Itália. Alguns princípios da restauração nesta carta ainda são
considerados vigentes. Segundo ZEIN e DI MARCO (2001), o restauro para
Brandi devia objetivar um “restabelecimento do potencial da obra”, sem,
contudo, eliminar traços da passagem do tempo além de ”cometer falsidade
histórica”, sendo, no entanto, aceitável a recuperação de partes componentes.
10
FITCH, James M. Preservação do patrimônio arquitetônico.São Paulo: FAUSP,1998.
13
preservação, a restauração, o refurbishment (conservação e consolidação), a
reconstituição, a conversão, a reconstrução e a replicação.11
11
Segundo BRASILEIRO (2001), a preservação é a manutenção do edifício com a sua
condição física atual, sem qualquer adição ou subtração do corpo físico; A restauração é o
resgate do estado físico em que a edificação esteve em algum estágio anterior; O
refurbishment (conservação e consolidação), é a intervenção no edifício garantindo sua
performance estrutural; A reconstituição, por sua vez, é o “reassentamento peça a peça do
edifício, seja no local ou em outro sítio;” A conversão é a adaptação do edifício para um novo
uso; a reconstrução é a “recriação de edifícios desaparecidos em seu sítio original;” A
replicação é a execução de uma cópia exata de um edifício existente.
14
Conselho Municipal do Patrimônio Cultural, que protege o patrimônio cultural
de um município.
Segundo RIBEIRO14:
12
INSTITUTO ESTADUAL DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO DE MINAS GERAIS
– IEPHA/MG.Diretrizes para proteção do patrimônio Cultural de Minas Gerais.Belo Horizonte,
M.G: IEPHA/MG, 2001.
13
Para informações mais detalhadas sobre os tipos de intervenção no Brasil, consultar o
INSTITUTO ESTADUAL DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO DE MINAS GERAIS –
IEPHA/MG. Diretrizes para proteção do patrimônio Cultural de Minas Gerais.Belo Horizonte,
M.G: IEPHA/MG, 2001.
14
RIBEIRO, Olympio Augusto. Arquitetura: restauração e reciclagem.Vitruvius, São Paulo,
Abril, 2005. Disponível em:
<http://www.vitruvius.com.br/minhacidade/mc128/mc128.asp>.Acessado em 19/06/2006.
15
com a preservação de conjuntos históricos e com adaptações de edifícios para
novos usos, notando-se a presença de alguns arquitetos com projetos
significativos de restauração. Mas, de maneira geral, percebe-se uma falta de
informação dos profissionais sobre a importância de se preservar. Em 1987
ocorreu o Primeiro Seminário Brasileiro para Preservação e Revitalização de
Centros Históricos, onde foi preparada a Carta de Petrópolis. Em 1995, surge a
Carta de Brasília, documento regional do Cone Sul, que tratou a questão da
autenticidade15.Um trecho desse documento diz:
A adoção de novos usos para aqueles edifícios de valor cultural é factível sempre que exista
reconhecimento apriorístico do edifício e diagnóstico preciso de quais as intervenções que ele
aceita e suporta.Em todos os casos, é fundamental a qualidade da intervenção, e que os novos
elementos a serem introduzidos sejam de caráter reversível e se harmonizem com o conjunto.
Em Edifícios de valor cultural, as fachadas, a mera cenografia, os fragmentos, as colagens, as
moldagens são desaconselhados porque levam à perda da autenticidade intrínseca do bem.
15
Segundo a Carta de Brasília, “o significado da palavra autenticidade, está intimamente ligado
à idéia de verdade, autêntico é o que é verdadeiro o que é dado como certo, sobre o qual não
há dúvidas. Os edifícios e lugares são objetos materiais, portadores de uma mensagem ou de
um argumento cuja validade, num quadro de contexto social e cultural determinado e de sua
compreensão e aceitação pela comunidade os converte em um patrimônio. Poderíamos dizer,
com base neste princípio, que nos encontramos diante de um bem autêntico quando existe
uma correspondência entre o objeto material e seu significado.”
16
que se diferem dos pré-existentes, separando claramente a construção original
da intervenção.
Projetar hoje, é atuar cada vez mais no lugar edificado. A utopia de construir grandes cidades
faz parte já do passado. Projetar, hoje, é lidar com grandes ou, principalmente, pequenos
problemas, sejam eles espaços, lugares, edifícios, equipamentos ou mesmo objetos urbanos
de uso público; é interpretar os desejos de uma comunidade. Assim, paradoxalmente, o
arquiteto contemporâneo se afasta da especialização excessiva e adquire o velho e saudável
status de um ofício ligado a solução de problemas, interpretando as necessidades ou a alma de
uma comunidade, de um lugar. Desta forma, a atuação no contexto histórico só terá algum
significado à medida que possa dialogar com o presente, e o projeto será mais ou menos eficaz
enquanto capaz, na sua concepção, de responder à sua contemporaneidade implícita a toda
intervenção arquitetônica.
17
transformada em complexo cultural, com várias atividades voltadas ao público,
como biblioteca, salas de exposição, ateliês de arte, teatros, além de acréscimo
de bloco anexo para atividades esportivas. Transformando seu uso e
significado, este projeto respeitou o entorno, integrando a arquitetura ao tecido
urbano, atraindo uma série de investimentos imobiliários para a região.
Preservando todo o edifício antigo, o projeto mantém toda sua estrutura
morfológica, reutilizando os módulos estruturais em concreto aparente e
deixando a planta mais livre, gerando espaços interativos. Esta obra
estabeleceu um novo parâmetro no Brasil, segundo FROTA (2004), para
operações de salvaguarda, tanto no edifício quanto em todo o bairro.
18
a) b)
19
a) b)
a) b)
20
Figura 2.7 – Planta Primeiro e Segundo pavimento-estrutura independente.
Fonte: NOBRE, Ana Luiza, 1992.p.48.
Projetado para o Liceu das Artes e Ofícios, este edifício, em São Paulo, foi
construído entre 1897 e 1900, e era uma instituição que formava técnicos e
artesãos para construir as cidades que se enriqueciam com o café. De estilo
neoclássico, foi projeto dos arquitetos Ramos de Azevedo e Domiciano Rossi,
e fica em uma região bem deteriorada, no bairro da Luz. Apesar disso é um dos
locais mais nobres de São Paulo, onde se podem encontrar importantes
edifícios da cidade. Segundo MULLER (2000), esta restauração participou de
um projeto de revitalização mais amplo, com o objetivo de devolver a vida ao
bairro, transformando-o em um espaço cultural para a cidade, em um museu
conhecido internacionalmente. A intervenção (1993-1998), projetada pelos
arquitetos Paulo Mendes da Rocha, Eduardo Argenton Colonelli e Weliton
Ricoy Torres devolve vida ao edifício ( Fig. 2.8). O edifício era dotado de um
pátio central descoberto, local onde foi previsto originalmente uma cúpula, não
executada. Os arquitetos propuseram para esse local uma cobertura clarabóias
em vidro estruturadas através de uma grelha com perfis de aço (Fig.
2.9).Passarelas metálicas cruzam o vazio, estabelecendo novas relações de
fluxo, dando maior dinamismo ao espaço. O vidro e o aço foram os materiais
contemporâneos escolhidos pelo arquiteto para dialogar com o preexistente.
21
a) b)
Figura 2.8.– Elevações.
a) Elevação Externa- lateral esquerda (nova entrada) b) Elevação Interna- passarelas metálicas no vazio central.
Fonte: MÜLLER, 2000.
A Sala São Paulo ocupa parte da área destinada a Estação Julio Prestes( Fig.
2.10), construída entre 1926 e 1938, com o projeto do arquiteto Cristiano
Stockler das Neves. O projeto (1997-1999), do arquiteto Nelson Dupré, deveria
transformar uma parte da Estação Ferroviária em Sala de Concertos. A
proposta partiu da necessidade de manter todas as características da
arquitetura antiga. A área destinada à sala São Paulo era um antigo pátio
central do edifício, que se encontrava inacabado, cujo projeto original fora
projetado para ser um grande hall de espera de passageiros, comportando um
22
fechamento zenital em vidro e estrutura metálica, que não foi executado. O
espaço, um antigo jardim, foi liberado, tendo seu piso rebaixado.( Fig. 2.11).
Esta sala foi o espaço onde se concentraram as maiores intervenções do
edifício, embora sejam mínimas. Os outros espaços da Estação foram
mantidos sem intervenção, sendo apenas restaurados para serem novamente
utilizados como Escola de Música. Além da sala propriamente dita, outro
ambiente que sofreu uma maior intervenção foi o acesso ao mezanino, onde foi
executada uma passarela em aço e madeira e conectada na estrutura existente
( Fig. 2.12).
23
Figura 2.12 - Escada e passarela em aço e madeira, de acesso ao mezanino.
Fonte: ZEIN, Ruth Verde; DI MARCO, Anita Regina, 2001.p.207.
a) b)
24
Para o forro acústico foi previsto uma estrutura metálica móvel, que sobe e
desce de acordo com o espetáculo, através de cabos de aço, de forma a
permitir uma melhor ambiência sonora em cada apresentação. Seus motores
ficaram no piso técnico, situados na cobertura. Nesse espaço foi previsto laje
em steel deck ( Fig.2.14).
25
Figura 2.15 - Ópera de Lyon.
Fonte: CASTRO, Maria Beatriz, 1995.p.55.
26
2.4.2.2 Tate Modern
27
A Queen Elizabeth II Great Court foi espaço de circulação e lazer criado,
resultado de uma intervenção no pátio central do Museu Britânico, em Londres,
na Inglaterra, um antigo edifício projetado por Robert Smirke, em 1823 (Fig.
2.19). A intervenção, projeto do escritório do arquiteto Norman Foster, valorizou
uma área importante do museu, a praça central, que foi fechada por uma
cobertura translúcida, executada em aço e vidro ( Fig 2.20).
28
através da edificação que a envolve, se direcionando ao anel central, no bloco
da biblioteca (Fig. 2.21). Esta estrutura descarregou as cargas em vinte pilares
metálicos, projetados em perfis tubulares, bem delgados, que faceavam o
perímetro da biblioteca, e ficavam embutidos em alvenaria executada
posteriormente, envolvendo o bloco. Esta solução atendeu às exigências
arquitetônicas e estruturais, evitando o descarregamento de cargas no edifício
existente.
29
século seguinte, o espaço foi transformado em um palácio, tendo seu subsolo
utilizado, podendo-se ver as fundações da torre original da fortaleza, na “sala
das cariátides”, agora transformado em museu. A intervenção nesse espaço, o
Grand Louvre (1983-7), foi uma proposta paradigmática dos anos 80, resultado
de um concurso para um museu, onde venceu o arquiteto chinês, IM Pei. O
arquiteto conseguiu, de maneira prática e funcional, articular dois espaços, o
subterrâneo (interno) e a praça ( externo), criando através de um elemento de
articulação, uma pirâmide de aço e vidro, a entrada principal para o museu, que
contém galerias subterrâneas (Fig. 2.23 a e b). Essa solução também
proporciona iluminação natural para o hall principal que permite acesso direto
às galerias do museu (Fig. 2.24). Além da pirâmide central, podem-se notar
outras duas pirâmides menores, que fornecem luz e ventilação nos espaços
subterrâneos (Fig. 2.25).
a) b)
Figura 2.23 – Detalhe da pirâmide de vidro no centro da Praça do Louvre.
a) Vista de Cima b) Vista da praça.
Fonte: BERMAN, Jay. Le grand Louvre, Paris. [S.l] : 1999.Disponível em:
<http://www.galinsky.com/buildings/louvre/index.htm>. Acessado em: 02 de julho de 2006.
30
Figura 2.25 – Corte Longitudinal.
Fonte: [s.n.t.]. Disponível em: <http://www.arq.ufsc.br/arq5661/trabalhos_2005-1/arq_enterrada/louvre.htm>.Acessado
em: 02 de julho de 2006.
31
a) b)
Figura 2.27 – Seções
a) Corte Transversal b) Planta Baixa
Fonte : INTERNATIONAL IRON AND STEEL INSTITUTE, 1993, p.24-25.
32
preocupação com a preservação do comportamento estrutural pré-existente.
Esta preocupação pode-se perceber também na intervenção do Colégio
Caraça, onde a estrutura em concreto aparente se mostra totalmente
independente das paredes em pedra existentes. Essa intervenção, executada
em estrutura em concreto, apresentou uma clara distinção entre o novo e o
antigo, ressaltada ainda mais pelo pano de vidro que se contrapôs às ruínas
existentes. A intervenção no Museu de Londres também apresentou a
preocupação em preservar a originalidade do esquema estrutural, propondo
pilares metálicos que suportavam novas cargas, sem interferir no existente,
evitando também, interferências na arquitetura do edifício.
A adoção de novos usos naqueles edifícios de valor cultural é factível sempre que exista um
reconhecimento apriorístico do edifício e um diagnóstico preciso de quais as intervenções que
aceita e suporta. Em todos os casos, é fundamental a qualidade da intervenção, e que os
novos elementos a serem introduzidos tenham um caráter reversível e se harmonizem com o
conjunto.
33
Os dois edifícios citados foram totalmente demolidos internamente, restando-se
somente suas fachadas. O dito “Fachadismo ”16 está se tornando um ato
freqüente, e, segundo a Carta de Campinas, não levam em consideração as
normas das declarações internacionais de patrimônio edificado.
16
Segundo AGUIAR (1999), fachadismo se define como ” demolição sistemática do interior de
antigos edifícios e sua substituição por nova construção, com profundas mudanças tipológicas,
volumétricas, estruturais e construtivas, onde a antiga fachada sobre a rua principal é
preservada de forma acrítica, ou é reconstruída numa imitação forçada da antiga.“ Segundo
esse autor, uma primeira proposta de definição teórica do termo foi expressa por J. Richards,
Facadism, Routledge, Londres, 1994.
34
No espaço interior da sala, no entanto, esse material apresentou-se escondido
por revestimentos de madeira, apresentando contrastes sutis e elegantes.
35
3. O AÇO
36
3.1 A PRODUÇÃO INDUSTRIAL DO AÇO
17
O primeiro contato do homem com este metal foi por meio de meteoritos caídos do espaço, o
que explica a etimologia da palavra siderurgia, derivada de Sidus, que significa estrela ou astro
em latim.
37
siderurgia experimentasse um rápido desenvolvimento. O crescente aumento
da produção do carvão e do ferro, decorrentes de avanços no processo de
produção, potencializados pelo desenvolvimento dos meios de transporte –
advento das estradas de ferro – contribuiu significativamente para a
consolidação e expansão da indústria do aço.
38
desenvolvimento da industrial do aço, uma nova alternativa para engenheiros e
arquitetos que trabalhavam na busca de novos materiais e técnicas
construtivas com o uso do aço. Diante deste panorama, a arquitetura adquiriu
papel fundamental, impondo novas alternativas de utilização das soluções
técnicas-construtivas, abrindo caminho para novas investigações que definirão
o uso crescente do aço como elemento estrutural que, além atuar como indutor
do processo de racionalização da construção, permitirá especulações teóricas
conceituais cuja aplicação prática contribuirá significativamente para o avanço
da engenharia.
39
3.2.1 Diagrama de Tensão-Deformação
3.2.2 Elasticidade
40
metais irá determinar se a deformação decorrente da aplicação das tensões de
tração ou de compressão será elástica, ou seja, reversível, ou plástica.
3.2.3 Plasticidade
3.2.4 Ductibilidade
A Ductibilidade corresponde à capacidade dos metais de se deformar plasticamente sem se romper. Esta propriedade
exerce grande importância no comportamento estrutural das peças, cuja deformação em vigas de aço acusa a
presença de tensões locais elevadas (Fig. 3.3).
41
Figura 3.3 – Ductibilidade.
Fonte: DIAS, Luis Andrade, 2002.p.28.
3.2.5 Tenacidade
A tenacidade corresponde à capacidade dos materiais de absorver energia quando submetidos à carga de impacto.
Quanto mais dúctil o material, maior a necessidade de energia para provocar o rompimento e, portanto, maior a
tenacidade.
42
cantoneiras, chapas de gusset, etc. Os meios de ligação são componentes que
fazem a união entre as partes da estrutura para conformar a ligação, como
soldas, parafusos e chumbadores. O tipo de conexão deve ser escohido
levando-se em conta o comportamento da conexão (rígida ou flexível, por
contato ou por atrito, etc.), limitações construtivas, facilidade de fabricação
(acesso para soldagem, uso de equipamentos automáticos, repetição de
detalhes padronizados, etc.) e montagem (acesso para parafusamento,
suportes provisórios, simplicidade, repetição, etc.).
Nas ligações parafusadas, devido ao elevado custo dos parafusos, bem como
de furação das peças, o seu emprego praticamente se limita às ligações de
campo ou quando não há confiança no processo de soldagem. Além disso,
caracteriza-se por ser um processo de montagem mais rápido. Podem ser por
atrito ou por cisalhamento. Para ligações entre peças com aços de alta
resistência à corrosão atmosférica, aços patináveis, deve-se utilizar parafusos
com as mesmas características de resistência à corrosão. Para ligação por
atrito, o torque a ser dado no parafuso irá garantir que o comportamento da
ligação seja o definido em projeto. Neste tipo de ligação, os parafusos
utilizados são classificados, conforme a resistência, em: parafusos comuns,
usinados e de alta resistência (Fig.3.4 eTabela 3.1).
43
a) Parafusos comuns ou pretos, aconselháveis para ligações de peças sujeitas
a cargas dinâmicas, utilizadas geralmente em estruturas leves ou peças de
menor importância estrutural, como ligações de terças e travessas de
tapamento;
TABELA 3.1
44
Figura 3.4 – Equipamentos usados para ligações parafusadas.
Fonte: ABCEM. Manual de projetos e construção. [s.d].
45
Figura 3.5 – Esquema de arco elétrico para solda.
Fonte: AÇOMINAS SIDERBRÁS, 1980, p. 21.
46
Figura 3.7 – Posições de soldagem.
Fonte: AÇOMINAS SIDERBRÁS, 1980, p.22.
Por fim, a solda com proteção de gases em que o arco é protegido por
atmosfera de gases, ficando o material fundido isolado do contato com o ar
atmosférico (Fig.3.8). Este processo apresenta grande capacidade para
amperagem elevada, solda sem poros, possibilidade de grande penetração e
de soldagem para todos os tipos de aços estruturais. Por outro lado, para o
caso das peças sujeitas a fadiga, reduz acentuadamente as tensões
admissíveis.
47
Figura 3.8 – Solda com proteção de gases.
Fonte: AÇOMINAS SIDERBRÁS, 1980, p.24.
48
a) b)
Figura 3.9 a e 3.9 b – Conexões flexíveis.
Fonte: DIAS, Luis Andrade, 2002, p.103.
49
Figura 3.12 – Conexão rígida viga-pilar, utilizando chapa de extremidade parafusada.
Fonte: DIAS, Luis Andrade, 2002.p.107.
50
No mercado brasileiro podem ser encontrados perfis até a altura de 6
polegadas (perfis leves), restringindo sua aplicação basicamente a estruturas
de pequeno porte tais como terças, travessas de tapamento, barras de treliças
e na composição de perfis. Os principais tipos são: L (cantoneiras de abas
iguais), perfis I e U ( Fig. 3.14 a 3.18).
51
Figura 3.16 – Perfis “I”.
Fonte: DIAS, Luis Andrade, 2002, p.66.
52
Figura 3.18 – Composição de perfis laminados.
Fonte: DIAS, Luis Andrade, 2002, p.66.
Sua aplicação vai desde edifícios, casas, galpões, estacas, pontes até
estruturas mais pesadas como plataformas e galpões industriais.
53
Figura 3.19 – Perfis formados a frio.
Fonte: DIAS, Luis Andrade, 2002, p.80.
Existem ainda os perfis do tipo tubulares, cujas seções mais utilizadas são as
de tipo redonda, quadrada e retangular. Geralmente os perfis tubulares de
médio e grande diâmetro são empregados como pilares. A geometria destas
seções resulta em perfis com maior resistência a flambagem. Para os tubos de
menos diâmetro, a utilização mais freqüente está nas treliças planas e nas
espaciais.
54
Como qualquer outro material, o aço, quando utilizado em projeto concebido
pelo sistema modulado, também possibilita uma racionalização do processo de
fabricação, permitida através da repetitividade de peças (que são produzidas
em série) e da maior facilidade de produção. Além disso, a modulação ainda
possibilita da simplificação de montagem e maior qualidade de produção.
55
• A aplicação do aço permite também redução de desperdícios de materiais e
organização do canteiro de obras, na medida em que se trabalha com
construção a seco.
56
4. A EDIFICAÇÃO E SUA ESTRUTURA
57
4.1 SOBRE O CONCEITO E FUNCIONAMENTO DE UMA ESTRUTURA
58
4.1.1.1 Fundações
As fundações são partes da estrutura que mantêm contato direto com o solo e
têm a função de transferir ao mesmo todo o esforço que receberam da
estrutura do edifício. Assim, esses elementos estruturais têm um papel
fundamental para uma boa funcionalidade da estrutura como um todo, e
quando se trata de reforço ou reabilitação de edifícios antigos, deve-se ser
bastante criterioso. Desta forma, elas devem ser calculadas para suportar todo
o carregamento do edifício, e a escolha do seu tipo específico depende de
vários condicionantes, como tipo de solo existente no local, topografia,
tamanho da edificação, carregamento direcionado ao solo, relação com a
vizinhança, material empregado, etc.
59
atento a toda e qualquer alteração no sistema estrutural existente, bem como
na variação de sua utilização e acréscimo de pavimentos. Os critérios de
concepção e execução de fundações originais na edificação a sofrer
intervenção como também nas edificações vizinhas devem também ser
interpretados. Segundo KLEIN e SILVA FILHO (2003), muitas das falhas
encontradas em edificações históricas provêem de um estado precário das
fundações, que eram executadas com diversos tipos de material. Segundo os
autores, a falta de impermeabilização entre as fundações e as alvenarias
possibilita que a umidade suba, causando danos nas paredes. Outro fator que
pode afetar o funcionamento da fundação é uma falta de drenagem adequada.
18,
Nas edificações antigas, segundo o Manual Técnico de Alvenaria (1990) a
estabilização da construção era conseguida pela força gravitacional e pelo
18
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CONSTRUÇÃO INDUSTRIALIZADA - ABCI. Manual
técnico de alvenaria. São Paulo, 1990.
60
peso das paredes de apoio. Foram nessas edificações é que nasceram as
primeiras preocupações com os sistemas de contraventamentos. Nesse grupo
encontram-se as paredes de pedra, paredes maciças de taipa de pilão, as
paredes de tijolos e de adobe.
4.1.1.3 Fechamentos
61
adobes, pedras, de paredes de pau-a-pique, estuque e tabiques.19 As paredes
exteriores, além de proteger o interior do edifício dos agentes atmosféricos,
atuam como isolantes acústicos e térmicos. As paredes interiores dividem os
espaços, permitindo uma compartimentação do edifício. Segundo OLIVEIRA
(2001), as paredes de alvenaria apresentam boa resistência à compressão,
mas, o mesmo não ocorre quando se tratam de esforços de tração, flexão e
cisalhamento. Assim, quando existem fissuras nas paredes, os maiores
causadores são os esforços de tração e cisalhamento.
19
Para mais informações sobre os fechamentos aplicados na arquitetura brasileira, ler
VASCONCELLOS, Silvio de. Arquitetura no Brasil: Sistemas Construtivos. Belo Horizonte:
UFMG, 1979, pg. 45-72.
62
4.1.2 A estrutura como elemento gerador de Espaços
63
quesitos para isso, que são hierarquizados conforme cada caso específico. São
eles: economia, estética, resistência. Para ele, não é aconselhável o privilégio
de um quesito em detrimento dos demais, sendo que a melhor solução é
aquela em que a distância entre eles seja bem pequena. É difícil apontar qual a
melhor solução, mas, com certeza, a pior é aquela em que há uma distância
entre os objetivos do projeto de arquitetura dos objetivos da estrutura.
Desta forma, para uma boa concepção arquitetônica é desejável por parte dos
arquitetos, pequeno conhecimento de estruturas, além de boa capacidade
intuitiva. Assim, para garantir qualidade final satisfatória, é fundamental a
sintonia da arquitetura com a estrutura. Esta relação poderia ser perfeita se
houvesse um entendimento maior de estrutura por parte do arquiteto e de
arquitetura por parte do engenheiro, fato que infelizmente não é muito comum.
64
Segundo FREITAS [200 -], as ações que ocorrem na estrutura podem ser
classificadas como ações permanentes, que são constituídas pelo peso próprio
da estrutura e todos os elementos construtivos permanentes. Existem também
as ações variáveis, que são as cargas acidentais que atuam em uma
edificação, assim como seus efeitos, como forças do vento, de impacto, das
variações de temperatura, do atrito nos aparelhos de apoio, e, em geral, as
pressões hidrostáticas e hidrodinâmicas. Além disso, ainda existem as ações
excepcionais, que são ações transitórias, com pequena probabilidade de
ocorrência, decorrentes de explosões, choques de veículos, enchentes,
incêndios, enchentes, bem como ações sísmicas excepcionais.
Assim, dessas ações apresentadas, as que mais atuam nas estruturas são
decorrentes do peso próprio, das sobrecargas e da ação do vento. Os pesos
próprios dos materiais são fornecidos pela norma NBR 6120 /1980, e no caso
de elementos pré-fabricados, como chapas, perfis laminados, soldados ou
conformados a frio, os mesmos são fornecidos pelo fabricante. Pode-se
também calcular o peso próprio de um elemento multiplicando-se o volume do
mesmo pelo peso específico do material ao qual o elemento é constituído.
Quanto às sobrecargas, a NBR 6120 /1980 também estabelece valores em
função da destinação da estrutura.
65
A ação do vento, segundo FREITAS [200-], depende de aspectos
metereológicos e aerodinâmicos. Os metereológicos são relacionados com a
velocidade do vento, influenciada diretamente pela localização geográfica da
obra, tipo de terreno, altura da edificação, rugosidade do terreno e tipo de
ocupação. Os aspectos aerodinâmicos são definidos através de uma análise da
edificação no que se refere à dimensão e forma. Além disso, outros fatores
importantes são a direções do vento bem como a quantidade e posição das
aberturas na edificação.
4.3.1 Considerações
66
Para se realizar uma intervenção em edificação histórica, é importante um bom
entendimento das teorias da restauração por parte tanto do arquiteto como do
engenheiro calculista. Nestas teorias, as diretrizes relacionadas objetivam
evitar que novas intervenções venham abalar a estrutura ou interferir na
originalidade da obra. Segundo BORGES (2001), de acordo com a carta de
Veneza de 1964, a preservação da autenticidade de um edifício deve ser
extensiva à preservação estrutural, e, sendo assim, é necessário o máximo de
cuidado na introdução de novos materiais. Dependendo do estado da
edificação, a aplicação de novas tecnologias deve permitir, ao mesmo tempo, o
respeito ao caráter original da obra.
67
sobre a edificação. Segundo AZEVEDO e MARAGNO (2003), essas
informações se resumem em um levantamento histórico documental e
iconográfico20 do imóvel, permitindo um panorama dos aspectos tecnológicos,
arquitetônicos e construtivos. Além disso, verifica-se as intervenções e
alterações ocorridas no passado, descobre-se a que usos a obra se destinou,
bem como a relação desse objeto com o entorno. Desta forma, as autoras
destacam que se deve conservar o máximo, restaurar o que for preciso e
substituir quando for inevitável.
20
Por iconografia entende-se, segundo BUENO (1965), como “descrição e conhecimento de
imagens, retratos, quadros ou monumentos, particularmente dos antigos; estudo em que se
acham reproduzidas obras dessa natureza.”
68
deformabilidade, etc...), físicas (porosidade, etc...) e químicas (composição,
etc.) dos materiais, as tensões e deformações da estrutura, a presença de
descontinuidades na estrutura, etc.”
21
O princípio da Intervenção Mínima, segundo HENRIQUES (2003), entende que qualquer
intervenção, por mais cuidadosa e sofisticada que seja, causará danos nos materiais originais,
ocorrendo certa perda de sua autenticidade.Assim, deve-se ter bem definido os objetivos da
intervenção, identificando as reais necessidades para tal, sendo que as operações devam se
limitar ao mínimo possível para atender os objetivos propostos.
22 O conceito
da reversibilidade, segundo HENRIQUES (2003), parte do pressuposto que todos
os materiais ou soluções construtivas a serem utilizados numa intervenção devam poder ser
removidos no término de sua vida útil, sem contudo, ocorrer danos nos materiais originais,e, no
caso de não poderem ser removidos, não devam comprometer a possibilidade de novas
aplicações (re-aplicabilidade).
69
4.3.2 Metodologias de Intervenção na Estrutura de uma
Edificação Histórica.
23
Segundo BUENO (1965), entende-se consolidar como “tornar seguro, estável”.
70
b) Reparação: Intervenção que visa restituir a eficiência estática à estrutura
original do edifício. É geralmente indicada após efeitos que causam danos
estruturais e comprometam a segurança, como abalos sísmicos, agentes
atmosféricos, etc. De caráter definitivo, essa intervenção é executada quando
os danos causados ao edifício produzem efeitos a longo prazo. Um exemplo de
reparação é a substituição da estrutura do telhado por outra de menor peso
(Fig. 4.1).
71
estrutura para resistir a estas ações, imposição esta não exigida pela legislação
naquela época. Outro exemplo, é utilizar-se de estruturas provisórias para se
evitar maiores problemas, após a ocorrência de um abalo sísmico (Fig. 4.2 e
4.3).
72
Outra possibilidade na intervenção estrutural é a mudança de comportamento
da estrutura, devido às novas cargas, exigindo dos engenheiros um diagnóstico
desse comportamento na edificação antiga, além de um cálculo minucioso,
considerando as novas situações de distribuição de cargas. Este caso,
geralmente ocorre quando se tem uma reestruturação.
73
b) Esvaziamento: É a substituição de toda a estrutura interna do edifício ou de
parte dela. Essa intervenção é realizada quando há necessidade de mudança
na distribuição interna da obra, seja por razões de ordem estáticas ou
funcionais (no caso de reutilização). Desta forma, segundo TEOBALDO (2004),
a estrutura a ser inserida pode ser autônoma, com fundações independentes,
de forma a possibilitar a sustentação da fachada e das alvenarias internas, de
maneira que os elementos deixam de ter função estática, passando a ser
elementos somente de fechamento. Assim, tem-se o esvaziamento estrutural
do interior da edificação, inserindo nova estrutura.
Figura 4.4- Demolição de estrutura interna e instalação parcial de nova estrutura de aço.
Fonte: KATHOOLIEKE UNIVERSITET LEUVEN. [200-?].
24
http://www.kuleuven.ac.be/bwk/materials/Teaching/master/wg16/l0300.htm
74
Figura 4.5 - Conexão da estrutura nova na fachada antiga.
Fonte: KATHOOLIEKE UNIVERSITET LEUVEN, [200-?].
Figura 4.6 - Instalação de estrutura antes da demolição dos pisos e parede internas.
Fonte: KATHOOLIEKE UNIVERSITET LEUVEN, [200-?].
75
c) Extensão: Conforme TEOBALDO (2004), a extensão ocorre quando há
necessidade de construção de edificação anexa, podendo a mesma estar
localizada acima da edificação existente ou ao seu lado. Assim, nota-se, nesse
caso um acréscimo de volume da edificação antiga. Geralmente é aplicado
quando a edificação não comporta o programa estabelecido para o novo uso,
necessitando de ampliação. No caso de extensão lateral, pode-se considerar
como nova edificação, e os problemas estruturais não são relevantes. No caso
de aumento vertical de volume, há toda uma alteração na estrutura original,
devendo ser criteriosamente calculada, considerando o comportamento
estrutural da edificação antiga. Um exemplo de intervenção executada em
estrutura metálica que utiliza a “Extensão Vertical” é a intervenção em um
antigo galpão industrial, transformando-se na Tate Modern, Museu de arte
contemporânea (Fig. 4.8).
76
externamente foram preservadas as fachadas. Além disso, foram
acrescentados mais dois pavimentos na edificação (Fig. 4.9 a 4.11).
77
Outro exemplo de Extensão Vertical é o edifício de escritórios, em Amsterdã,
na Holanda.(Fig. 4.12). Essa obra, relativamente recente (1974), já se
encontrava pequeno para a demanda em 1980, e, assim, foram construídos
mais três níveis acima do edifício construído. Como as fundações existentes
não suportariam mais cargas, a extensão do edifício foi erguida com estrutura e
fundações independentes (Fig. 4.13).
78
elementos estruturais por elementos mais leves. Quando a edificação se
encontra em estado muito deteriorado ou em ruínas, pode ocorrer a
substituição total dos elementos estruturais. Um exemplo recorrente é a
substituição de telhados com estrutura em madeira a serem substituídos por
estrutura metálica, que ocorrem em com freqüência em coberturas de igrejas.
Um exemplo no Brasil a se destacar, nesse caso, é a capela Nossa Senhora do
Carmo, na cidade de Janirú, São Paulo, em que ocorreu mudança na estrutura
do telhado, que anteriormente apresentava-se em madeira e foi substituído por
perfis leves de aço galvanizado (Fig. 4.14 e 4.15).
a) b) c)
Figura 4.15 – Estrutura nova. a) Detalhe 01. b) Detalhe 02. c) Detalhe 03.
Fonte: ACBM, 2006.
Este fato ocorre com freqüência nas capelas dos países do sul da Europa, que,
na maioria dos casos, a estrutura do telhado, além de funcionar como tal,
trabalha também como diafragma rígido, auxiliando na estabilidade da
79
edificação, principalmente quando se trata de zonas sísmicas. (KATHOOLIEKE
UNIVERSITET LEUVEN, [200-?]).
a) b)
Figura 4.17– Estabilização das paredes com estrutura metálica e construção da nova edificação com estrutura
metálica. a) Vista Interna b) Vista Externa
Fonte: INTERNATIONAL IRON AND STEEL INSTITUTE, 1993, p.25.
80
Figura 4.18 – Detalhe: encontro estrutura nova e alvenaria antiga.
Fonte: INTERNATIONAL IRON AND STEEL INSTITUTE, 1993, p.25.
25
A Carta de Washington, Carta Internacional para a Salvaguarda das cidades Históricas
(ICOMOS, 1987), diz: “No caso de ser necessário efetuar transformações nos edifícios ou
construir edifícios novos, qualquer operação deverá respeitar a organização espacial existente,
nomeadamente a sua rede viária e escala, como o impõem a qualidade e o caráter geral
decorrente da qualidade e do valor do conjunto das construções existentes. A introdução de
elementos de caráter contemporâneo, desde que não perturbem a harmonia do conjunto, pode
contribuir para o seu enriquecimento.”
81
de caráter provisório são caras, além de provocar fortes implicações nos
tráfegos de rua.26
26
Esses argumentos, segundo AGUIAR (1999), “têm suportado outras formas de actuação, ou
seja proceder à demolição de todo o edifício, inclusive da antiga fachada, que depois é
reconstruída (dupla falsidade) e assim reintegrada na nova edificação.” Um exemplo é o antigo
casarão incendiado do Hotel Pilão, na Praça Tiradentes, em Ouro Preto, MG, transformado em
Centro de Informações Turísticas. O incêndio demoliu quase todo o edifício, deixando
pequenas ruínas. A obra foi reconstruída quase exatamente como era na fachada, e
internamente, foi executada em estrutura metálica, propondo novo projeto. Assim, esse projeto
gerou várias discussões, existindo duas vertentes, uma a favor e outra contrária à
reconstrução.Ver anexo 1.
82
a) b)
Figura 4.21 – Encontro da fachada antiga e a nova edificação.
a) Vista interna b) Corte transversal
Fonte: INTERNATIONAL IRON AND STEEL INSTITUTE, 1993, P.37.
83
5. METODOLOGIA
84
5.1 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
85
5.2 PARÂMETROS DA ARQUITETURA:
86
● Entendimento Estrutural do Arquiteto: Se refere à interpretação do projeto
de arquitetura, analisando como foi o entendimento do arquiteto das questões
estruturais, seja da edificação antiga, seja da intervenção proposta.
87
caráter original do edifício e ao princípio da intervenção mínima, além de
verificar a existência ou não de intervenção na lógica estrutural do edifício.
Para análise das obras, além de terem sido colhidas informações no local,
através de fotografias ou depoimentos, documentos históricos, bem como
fotografias e projetos foram resgatados através de alguns arquitetos autores
dos projetos, bem como prefeituras municipais, departamentos de patrimônio
históricos ou as próprias edificações que sofreram intervenções. As demais
informações foram colhidas através de bibliografias encontradas das referidas
obras ou através de sites.
88
6.ANÁLISE DE OBRAS
89
6.1 CENTRO EDUCACIONAL RIBEIRÃO PIRES
90
O complexo configurou-se como patrimônio ambiental urbano, efetivo, e
componente vivo da memória coletiva da cidade. Localizado às margens do
Conjunto Ferroviário, essa edificação estava inserida em área de 12000m2,
totalmente fechada por muros, e colada em uma das divisas que margeiam a
Linha Férrea. Esta proximidade da linha trouxe ao complexo considerável
importância como referencial urbano, pois era por onde chegava matéria prima,
fazendo inclusive, um desvio ferroviário próprio. Esta obra esteve em
funcionamento até 1980 (Fig. 6.3).
91
capítulo), sendo o corpo principal do complexo industrial e apresentando-se
bastante deteriorado. Em uma justaposição de galpões (Fig. 6.4), a edificação
apresenta fachadas que ainda restaram, algumas em frontão triangular e outras
com frontão em arco, e ainda uma alta chaminé. Esses galpões sofreram várias
modificações e acréscimos ao longo do tempo (Fig. 6.5 a 6.7).
92
Figura 6.5 – Antigo galpão 3.
Fonte: Arquivo particular do arquiteto Rafael Perrone.
a) b)
a) b)
93
Desse conjunto, somente o que foi aproveitado no projeto de intervenção foi o
galpão 2 (Fig. 6.4), além de algumas paredes do galpão 1 e a chaminé. O
restante estava grande parte sem condições de aproveitamento, seja por
desaprumo de paredes, seja por sinais de ruptura, seja por instabilidade, ou por
completo estado de ruínas. O galpão 2 apresentava-se em dois volumes: um,
com dimensões de 15x 9,5 metros, possivelmente de dois pavimentos, com
frontão a 11 metros de altura. Esta parede de alvenaria apresentava algumas
aberturas, dentre elas um óculo27 circular que estava escondido por
revestimentos. Volumes de concreto também impossibilitavam transpor os
acessos antigos a partir da cota térrea. A cobertura estava arruinada. O
segundo volume, posterior, com dimensões de 10 x 20 metros, apresentava-se
em três pavimentos, com caixa dágua. Os restos de pisos mostravam, segundo
o levantamento técnico da prefeitura, uma composição em vigas e tábuas de
madeiras, que encaixavam-se em nichos nas alvenarias. A maioria das
paredes tinham espessura de 70 cm, com nichos na alvenaria e arcos de
descarga28. Os técnicos identificaram que esse foi o bloco inicial do conjunto, e
que o mesmo teria recebido acréscimos posteriores (Fig. 6.8 e 6.9).
a) b)
27
Segundo ALBERNAZ e LIMA, entende-se por óculo uma “abertura ou pequena janela,
geralmente de forma circular, oval ou arredondada, disposta nas paredes externas ou em
frontões, para ventilar e às vezes iluminar principalmente os desvãos dos telhados. Muitas
vezes tem a função decorativa.”.
28
Segundo ALBERNAZ e LIMA, entende-se por arco de descarga um “ arco cheio construído
sobre os rasgos das paredes a fim de melhor distribuir a carga concentrada nos pontos de
apoio. Era usado principalmente nos vãos de portas e janelas.”
94
Figura 6.9 – Galpão 2- original do conjunto.
Fonte: Fotografiia de painéis expostos em Exposição no Centro Educacional. Arquivo particular do autor, Julho, 2006.
29
ROBERT, P. Reconvertions. Paris: Le Moniteur, 1989.
95
6.1.2.3 O projeto arquitetônico de intervenção
96
Figura 6.11 –Projeto do Centro Educacional.
Fonte: Imagem cedida pelo arquiteto Rafael Perrone.
97
a) b)
98
Figura 6.14 – Planta do pavimento térreo.
Fonte: Desenho cedido pelo arquiteto Rafael Perrone.
99
Figura 6.15 – Planta do primeiro pavimento.
Fonte: Desenho cedido pelo arquiteto Rafael Perrone.
100
Figura 6.17– Corte BB.
Fonte: Desenho cedido pelo arquiteto Rafael Perrone.
101
O antigo galpão 1 (Fig. 5.4), foi transformado em refeitório, e ainda abrigou um
auditório. Foram aproveitadas as paredes da divisa e dos fundos.
A cobertura, que não existia mais na edificação antiga original, foi totalmente
construída em estrutura metálica e telhas onduladas metálicas. Quanto ao
tratamento de pintura, a cor vermelha foi utilizada na estrutura nova para
contrastar-se com o antigo. Para as aberturas, foram previstos quadros em aço
pintados na cor verde. Os pisos apresentaram-se ora em concreto, para
passarelas, ora em madeira, para o restante. A chaminé de tijolos da antiga
indústria também foi mantida, entendendo-se que esse era um marco na
cidade, tendo uma função referencial para a mesma (Fig. 6.20).
102
preocupações por parte dos arquitetos em como enquadrar as novas
edificações e intervenções na memória do edifício e da cidade. Foi efetuado um
estudo aprofundado da história da cidade e do edifício, além de pesquisas de
algumas obras que resgataram de alguma forma a memória de seus edifícios e
entornos, vistas como referenciais no Brasil e no exterior. Outra preocupação
dos arquitetos foi de como inserir em um lote privado a destinação de uso
público, notando-se um cuidado com o usuário desse novo espaço, além de
possibilitar a relação desse objeto com a cidade. Para isso, as áreas do terreno
não edificadas foram ocupadas com grandes espaços públicos, abertos, de
forma a integrar-se na trama urbana.
103
6.1.2.7 Entendimento Estrutural do Arquiteto
30
Ver parecer técnico no anexo 02.
104
cargas de vento, devido a sua pequena espessura, dada a sua extensão e
altura.
105
Figura 6.22 – Planta térreo – o que restou das demolições sugeridas pelo parecer técnico.
Fonte: PREFEITURA MUNICIPAL DA ESTÂNCIA TURÍSTICA DE RIBEIRÃO PIRES. Planta Térreo (demolição),
2003.
106
6.1.3.2 O projeto estrutural de intervenção
107
Figura 6.24- Pilares – marcação da entrada.
Fonte: SERAPIÃO, Fernando, abril de 2005.
108
Figura 6.26 - Vista do vazio do primeiro e segundo pavimento.
Fonte: SERAPIÃO, Fernando, abril de 2005.
Nesse mesmo bloco, pode-se notar que a escada metálica não se apóia na
109
Figura 6..28 - Vista lateral da escada.
Fonte: SERAPIÃO, Fernando, abril de 2005.
110
as cargas provenientes do mezanino bem como da cobertura foram
transferidas para as paredes internas, supostamente de concreto, não
interferindo nas alvenarias de tijolos existentes. Esta solução de projeto
provavelmente se deve pelo fato do mesmo ter considerado que as paredes de
concreto teriam condições de resistir às novas cargas sem interferências
maiores na estrutura e fundações, o que não aconteceria com as paredes de
tijolos (Fig. 6.30 a 6.32).
111
Figura 6.32 - Detalhe estrutura do mezanino e cobertura.
Fonte: SERAPIÃO, Fernando, abril de 2005.
Figura 6.33 – Chaminé recomposta- anéis metálicos para reforço dispostos ao longo de sua altura.
Fonte: SERAPIÃO, Fernando, abril de 2005.
112
Quanto ao galpão 1 (Fig. 6.4), destinado ao auditório e ao refeitório, foram
aproveitadas as três paredes: a que faz divisa com o galpão 2, a da fachada
posterior e a da divisa do terreno. O parecer técnico apontou que a parede da
divisa do terreno apresentava-se de pequena espessura, dada a sua extensão
e altura, e assim, não teria condições de resistir, com segurança, aos esforços
de vento. Foi aconselhado, portanto, que a mesma fosse reforçada com uma
nova estrutura metálica a ser erguida, e que esta estrutura funcionaria como
elemento de apoio da cobertura. Não se sabe exatamente como foi resolvida
tecnicamente esta questão, pois a parede apresenta-se rebocada e sem
nenhum sinal de estrutura metálica e de reforço, impossibilitando qualquer
interpretação.
Esta obra interferiu na lógica estrutural original do edifício, contudo, não se tem
informações como foi essa repercussão na estrutura. Não se sabe exatamente
se a estrutura existente já estava superdimensionada e suportaria tal carga, ou
se a mesma necessitou de reforço. Sabe-se que, segundo o parecer técnico
sobre as condições de alvenaria , quando fosse necessário apoio de elementos
estruturais nas alvenarias, deveria-se analisar em particular cada situação.
Além disso existiu também um profissional que se encarregou de estudar as
fundações existentes, mas não foi conseguido nenhum documento na
prefeitura sobre tal estudo e nem contato com o profissional.
113
em que o edifício exigiu que fossem estabilizadas as paredes e reforçadas
algumas das alvenarias.
114
6.1.3.6 Uso do aço na intervenção
115
Além do superdimensionamento das vigas dos mezaninos, nota-se também um
exagero no número de vigas internas, acreditando-se que havia proposição que
pudesse trazer mais economia sem contudo interferir esteticamente no local
(Fig. 6.35).
a) b)
De acordo com a figura 6.35b acima, percebe-se que pelo vão apresentado
(9,5m) houve necessidade de emenda nos perfis, que foram executadas
através de soldas. Pode-se dizer, portanto, que as dimensões pré-
estabelecidas de fábrica não influenciaram a concepção de projeto, e nem
estabeleceram diretrizes para o mesmo. Esteticamente este fato não
comprometeu o espaço, mas economicamente, houveram perdas de material,
ocorridas na ocasião dos cortes necessários.
116
6.2 MERCADO MUNICIPAL DE SÃO PAULO
117
6.2.2 Parâmetros da Arquitetura
a) b)
Figura 6.37 – Vistas do mezanino do Mercado Municipal.
a) Vista 1. b) Vista 2.
Fonte: SERAPIÃO, 2004.
118
6.2.2.3 O projeto arquitetônico de intervenção
Esse projeto fez parte do Programa “Ação Centro” para requalificação das
áreas centrais da cidade de São Paulo, promovido pela prefeitura da cidade, e
contribuiu para a reurbanização de toda a área do Parque São Pedro. A obra,
inaugurada em 2004, se deu, basicamente, com a criação de dois pavimentos:
um subsolo, que atendia aos serviços gerais, e um mezanino, acessado por
escadas fixas e também rolantes, onde foram reservados os bares e cafés,
além de instalações sanitárias (Fig. 6.38 e 6.39).
119
Figura 6.39 – Planta Subsolo.
Fonte: SERAPIÃO, 2004.
Figura 6.40 – Intervenção realizada no Mercado Municipal, a estrutura metálica x ambiente antigo.
Fonte: FIGUEROLA, 2004, p.45.
120
O piso da plataforma é em sua maior parte em tábua corrida, e, sobre as
circulações do pavimento inferior, ele se apresenta em vidro, com objetivo de
iluminar os espaços de passagem (Fig. 6.41).
121
a) b)
Figura 6.43 – Dutos de água pluvial.
a) Vista geral dos dutos. b) Detalhe de um duto.
Fonte: Arquivo particular do autor, jul. 2006.
122
6.2.2.4 Compreensão do arquiteto do significado histórico cultural do
edifício e seu entorno
123
O mercado e seu entorno estão sob influxo de mudanças; a intervenção irá apenas acelerar a
melhoria das condições ambientais.
Define-se, com clareza, o que é novo e o que não é. Tanto a nível de conceituação quanto
estético, é umas das maneiras de relacionar arquitetura de intervenção com a de preservação.
E ainda:
124
Essa obra foi acompanhada pelo Conselho Municipal de Patrimônio Histórico,
Cultural e ambiental/Compresp, do Departamento de patrimônio Histtórico da
Prefeitura Minicipal de São Paulo e pelo Conselho de Defesa do Patrimônio
Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado/Condephaat, da
Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo.
125
6.2.2.7 Entendimento Estrutural do arquiteto
126
Figura 6.49 - Corte AA.
Fonte: FIGUEROLA, 2004, p.43.
127
Próximo à área central do galpão, foi notado a existência de duas fileiras de
pilares duplos, não se sabendo exatamente o motivo desse fato sob o âmbito
estrutural.
128
Figura 6.51 – Lançamento de pilares e vigas da plataforma metálica.
Fonte: Desenho- Juliana de Souza, 2006.
a) b)
Figura 6.52 – Ligação da estrutura metálica e da edificação já existente.
a) Vista geral b) Detalhe ligação.
Fonte: Arquivo particular do autor, julho de 2006.
129
consolidação, anteriormente citado31, a reestruturação. Dentro da
reestruturação, a obra se caracteriza por uma inserção, pois ocorre acréscimo
de estrutura nova que se apresenta independente da antiga, sem, contudo,
interferir nas características da estrutura existente.
31
Ver capítulo quatro, ítem 4.3.
130
se que os perfis estão superdimensionados, entendendo que esta pode ter sido
uma exigência do projeto de arquitetura. Esta solução onera bastante a obra na
medida em que aumenta o peso próprio da estrutura e conseqüentemente, das
fundações. Por outro lado, essa solução trouxe proporção ao conjunto, que
apresentava-se com pé-direito muito alto, e atendeu perfeitamente sob o
âmbito estético, trazendo certa harmonia ao ambiente.
Os perfis utilizados para a intervenção foram, tanto para os pilares quanto para
as vigas, do tipo I, soldados, apresentando seções com melhor desempenho
para cada caso. Sendo assim, as vigas apresentaram com almas maiores do
que as mesas, e os pilares com as mesas e almas nas mesmas dimensões. A
conexão entre as vigas foi parafusada. Este fato contribui para montagem mais
rápida da estrutura e também para uma possível desmontagem, caso se faça
necessário. Porém, o custo elevado dos parafusos e também a perfuração dos
perfis em fábrica oneram o custo total (Fig. 6.53).
a) b)
131
ou flexível) e montagem e além disso, existem muitas exigências a serem
atendidas no projeto e dimensionamento das ligações.
Devem ser usados enrijecedores transversais em apoios de vigas que não tenham qualquer
tipo de restrição à rotação em torno do eixo longitudinal e nos quais as almas não sejam
ligadas a outras vigas ou pilares. Tais enrijecedores deverão ser soldados às mesas e à alma
da seção transversal, estendendo-se por toda a altura da alma.
O uso do aço na intervenção foi muito bem empregado. Uma das razões foi a
possibilidade que o material proporcionou da obra ter sido executada com o
pleno funcionamento do Mercado. Outro fator importante, que é própria do
sistema industrial, é a possibilidade que esse projeto permitiu de uma
modulação, permitindo mais rapidez e maior economia para a obra. Porém, as
modulações utilizadas, que foram de aproximadamente de 5 metros e 2,5
metros, trouxeram perdas de material, considerando que houve necessidade
de corte dos perfis. Esse fato se deu pela preocupação do arquiteto em
permanecer com a mesma modulação dos pilares existentes, estabelecendo
132
um ritmo. Desta forma pode-se concluir que as dimensões dos perfis pré-
estabelecidas na fábrica não influenciaram o arquiteto na concepção do
projeto.
Em 1934 esse edifício foi adquirido pela Prefeitura, sendo desapropriado por
não mais atender às condições básicas de higiene, detectado pela presença de
ratos no local, além de muita poeira e pouca ventilação, aumentando a
133
probabilidade de propagação de tuberculose. A partir de 1948, tornou-se sede
da Câmara Municipal, e, do final da década de setenta até os dias de hoje,
abriga a Biblioteca Pública Cassiano Ricardo. Em 1986, com a criação
Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural
(Comphac) e da legislação de patrimônio da cidade, o edifício foi o primeiro
imóvel preservado por lei pelo município, e, de acordo com a classificação
estabelecida pelo imóvel (EP-1), esta legislação impedia qualquer proposta de
adaptação do mesmo, preservando o bem em sua totalidade. Para que a
proposta de restauração fosse implementada, foi necessário haver mudança na
classificação do bem (EP-2), que se consolidou através de lei municipal em
1994.
32
Segundo ALBERNAZ e LIMA, entende-se por óculo uma “abertura ou pequena janela,
geralmente de forma circular, oval ou arredondada, disposta nas paredes externas ou em
frontões, para ventilar e às vezes iluminar principalmente os desvãos dos telhados. Muitas
vezes tem a função decorativa.”
134
pública, o edifício sofreu várias modificações em seu interior, e, o pé direito alto
do antigo teatro foi dividido em dois pavimentos, através de uma pesada laje de
concreto, além de pilares e vigas, apresentando várias divisões nos espaços
internos e desaparecendo com os espaços que foram destinados ao antigo
palco, camarote e platéia. Alem disso, inúmeros componentes originais foram
também destruídos e foi introduzida ao espaço uma caixa de escada para
acesso ao segundo pavimento. Segundo o Departamento de Patrimônio
Histórico de São José dos Campos (DPH), os anexos do edifício também
interferiram negativamente na imagem do mesmo. Na década de setenta,
quando finalmente instalou-se a Biblioteca naquele espaço, o edifício
apresentava divisões inadequadas, instalações precárias, infiltrações,
problemas estruturais e de circulação. Existiram pequenas reformas, iniciativas
improvisadas, que dispensaram propostas criteriosas e adequadas, e por isso
não foram capazes de criar espaços que atendessem a demanda necessária
de uma biblioteca.
135
Genevieve e Nacional, ambas na cidade de Paris. Buscou-se, portanto, uma
interpretação do antigo teatro, reconstituindo a amplitude do espaço interno,
através da demolição da laje em concreto, executada posteriormente.
Retomando o espaço antigo, o projeto fez referência às antigas galerias
estruturadas em madeira, na medida em que propôs a mesma conformação de
galerias sobrepostas em três pavimentos, porém, estruturadas em aço (Fig.
6.56).
a) b)
136
Figura 6.57 – Planta Térreo.
Fonte: PROJETO, 1998, p.49.
137
telhados teve objetivo de resgatar iluminação e ventilação natural pelas laterais
(Fig. 6.59 a e b).
Para o piso das galerias, foram propostas grelhas metálicas, com finalidade de
diminuir o bloqueio à passagem de iluminação natural, vindas de cima. Esse
138
piso foi, em 2003, recoberto, e as grelhas receberam em sua parte superior
algum fechamento em chapa metálica galvanizada revestida com piso
emborrachado preto (Fig. 6.61 e 6.62).
a) b)
139
Figura 6.63 – Interior da Biblioteca após a restauração – 1997.
Fonte: FUNDAÇÃO CULTURAL CASSIANO RICARDO, [s.d.], p.02.
140
O antigo foyer foi mantido e destinado à entrada do edifício, porém seu pé
direito foi dividido, destinando o piso superior, executado em estrutura e tábuas
de madeira, para salas de coordenação da biblioteca e restauração de livros (
Fig. 6.65).
141
Figura 6.67– Vista interna do anexo.
Fonte: PROJETO, 1998, p.49.
a) b)
Esse bloco foi proposto afastado da edificação antiga, sendo que esse
afastamento é preenchido com vidro nas laterais e policarbonato no teto,
intensificando as diferentes épocas, e o acesso entre as duas edificações se dá
através de passarela (Fig. 6.69 a 6.70).
142
a) b)
a) b)
Pelo que foi notado o programa estabelecido para o anexo sofreu algumas
transformações no decorrer do tempo, e vários de seus espaços abrigam hoje
setores administrativos e internos da biblioteca.
Percebe-se que foi feito um estudo das diversas fases da obra com seus
diferentes usos, resgatando valores históricos e culturais que o edifício
143
representava para a cidade. O resgate na história foi buscado na medida em
que os arquitetos propuseram a reconstituição da proporção interna do antigo
teatro, bem a restauração do edifício, trazendo novamente a vida para o
ambiente e devolvendo-lhe à sociedade. Sabe-se que esse projeto deu início a
um processo de requalificação da área central da cidade, mas não se tem
informações se esse fato realmente ocorreu.
33
A decapagem é, segundo OLIVEIRA, ASSIS e MOTTA “a retirada manual com bisturi das
diversas camadas de tinta sobrepostas pelas várias pinturas realizadas ao longo do tempo.”
34
Modenatura é, segundo ALBERNAZ e LIMA (1998), “tratamento plástico dado ao conjunto
dos elementos que compõem o edifício, principalmente referente à sua fachada. Interferem na
modenatura do edifício a forma e dimensão dos elementos ornamentais, como molduras,
cunhais e cornijas. Esses fatores conferem efeitos estéticos específicos na edificação, por criar
pontos, linhas, planos e volumes diferenciados, por gerar uma relação entre cheios e vazios e
claro e escuros diversificada.”
144
Figura 6.71 – Foto externa - edifício restaurado.
Fonte: FUNDAÇÃO CULTURAL CASSIANO RICARDO. Biblioteca. Disponível em:
<www.fccr.org.br/biblioteca/historia.html>.Acessado em: 31 de julho de 2006.
145
6.3.2.5 Aplicação de técnicas contemporâneas - confronto antigo x novo
146
totalmente modificado, e as estruturas antiga e nova pasceram a trabalhar
como um conjunto único.
O novo projeto estrutural propôs, como já foi dito, estrutura metálica totalmente
independente da antiga estrutura composta de alvenaria autoportante. Assim, o
projeto sugere proposta semelhante a uma caixa metálica com grande vazio
central, inserida no interior da caixa de alvenaria existente. Galerias metálicas
rodeiam todo o perímetro da grande caixa, que são estruturadas por quatro
fileiras compostas de quatro pilares, duas de cada lado. Essas duas fileiras de
pilares transformam-se em somente uma quando se chega ao pavimento
térreo, notando-se uma transição (Fig. 6.73 a 6.76).
147
Figura 6.74 - Detalhe estrutura- transição de pilares no pavimento térreo.
Fonte: Arquivo particular do autor, julho de 2006.
Figura 6.75 a e b Detalhe afastamento da nova estrutura em aço das paredes antigas.
Fonte: Arquivo particular do autor, julho de 2006.
a) b)
Figura 6.76 a e b – Detalhe afastamento da nova estrutura em aço das paredes antigas.
Fonte: Arquivo particular do autor, julho de 2006.
148
A cobertura, como já foi dito, foi também em estrutura metálica, em dois níveis.
Notou-se necessidade de contraventamento da mesma, para estabilização da
estrutura e resistência aos ventos (Fig. 6.77).
35
Segundo OLIVEIRA, ASSIS e MOTTA, “o tratamento matemático dado ao corpo principal do
edifício foi adotá-lo como uma caixa vazada com base engastada. Foram considerados os
efeitos dos esforços estáticos e dinâmicos. As freqüências naturais de vibração da caixa foram
obtidas através da análise linear pelo método dos elementos finitos, utilizando o programa
NASTRAN. Foram simulados modelos considerando o efeito da vibração induzida pelo tráfego,
vento e chuva isoladamente e por efeitos combinados. (...)“ Para os resultados apresentados
em tabela, efeitos de ressonância na estrutura de concreto armado não foram produzidos pelas
vibrações induzidas pelo vento e tráfego, e, portanto, a sua estabilidade estava garantida.
149
não foi encontrada nenhuma informação sobre como se deram esses reforços,
sabendo-se somente que foram executados em concreto armado.
Figura 6.78 – Estrutura antiga do telhado a ser modificada e estrutura em aço sendo erguida.
Fonte: FUNDAÇÃO CULTURAL CASSIANO RICARDO, [s.d.]. p.03.
150
6.3.3.3 Entendimento do engenheiro da concepção arquitetônica bem
como das teorias e documentos relativos à Preservação do Patrimônio
Não foi possível o contato com o engenheiro calculista e nem com o arquiteto,
mas, notou-se um comprometimento do engenheiro com o projeto, na medida
em que o mesmo propôs resolver tecnicamente a concepção arquitetônica,
sem interferência de qualquer elemento, seja viga ou pilar, que comprometesse
o espaço. Nota-se que a concepção de arquitetura apresentou-se muito
madura, apresentando um lançamento inicial da estrutura, e pré-definindo
claramente a concepção estrutural desejada. Esse fato colaborou com o
entendimento e o comprometimento do engenheiro com o projeto de
arquitetura.
36
Ver OLIVEIRA, ASSIS e MOTTA.
151
6.3.3.5 Repercussão da arquitetura no projeto estrutural
152
Figura 6.80 – Vista interna.
Fonte: Arquivo particular do autor, julho de 2006.
a) b)
Figura 6.81 a e b – Vigas de mesma seção nos vigamentos principais transversais e internos nos pisos (tetos) das
galerias.
Fonte: Arquivo particular do autor, julho de 2006.
153
a) b)
a) b)
154
As modulações encontradas na intervenção são de aproximadamente 8
metros, para perfis de borda longitudinais, aproximadamente 5 metros, para
perfis de borda transversais e 3,5 metros para os perfis internos. Desta forma,
pode-se considerar que não houve por parte dos arquitetos uma preocupação
com a dimensão dos perfis encontrados em fábrica, havendo um desperdício
de materiais em função dos cortes. Acredita-se que a extrema preocupação
com a modulação oferecida em fábrica, para o caso em questão poderia
prejudicar a concepção do projeto, já que a edificação apresentava-se com
espaço relativamente pequeno.
155
6.4.2 Parâmetros da Arquitetura
37
Segundo ALBERNAZ e Lima, denomina-se ciclópico o “elemento construtivo que tenha
predominantemente pedra maciça como material de construção. A arquitetura ciclópica
caracteriza-se pelo aspecto compacto e pesado.”
156
a) b)
Figura 6.86
a) Detalhe do acréscimo posterior da platibanda. b) Detalhe do acréscimo lateral da platibanda.
Fonte: ESPAÇO TEMPO ARQUITETURA/URBANISMO/RESTAURAÇÃO DE BENS CULTURAIS,
a) b)
[1995].foto12, 13.
157
a) b)
[1995].foto12, 13.
158
6.4.2.2 O projeto arquitetônico de intervenção
159
Figura 6.91 – Fotografia da Planta Subsolo ( Arquivo do IEPHA-MG).
Fonte: Arquivo particular do autor, julho de 2006.
160
Figura 6.92– Fotografia da Planta Primeiro Pavimento ( Arquivo do IEPHA-MG).
Fonte: Arquivo particular do autor, julho de 2006.
161
a) b)
Foi proposto um vazio entre os dois reservatórios, que permitiam uma leitura do
maciço que os dividiam, além de uma circulação de ar nos almoxarifados que
ficaram situados no subsolo (Fig. 6.96).
162
Figura 6.96 – Vazia do primeiro pavimento (detalhe do maciço central).
Fonte: Arquivo particular do autor, julho de 2006.
Uma das colunas existentes foi mantida com suas características originais em
toda sua extensão. Nascendo no maciço central, a coluna perpassava o
segundo pavimento através de um vazio, que evidenciava suas características
originais, estendendo-se até a mísula de sustentação das tesouras (Fig. 6.97 a
6.99).
[1995].foto 19.
163
a) b)
Figura 6.98 a e b - Vazio do primeiro pavimento (onde nascem as colunas) e vazio do segundo pavimento.
Fonte: Arquivo particular do autor, julho de 2006.
164
detalhes foram buscados em edificações similares da época, existentes em
Belo Horizonte.
a) b)
165
a) b)
Como o projeto foi orientado pelo IEPHA/MG, nota-se que houve uma pesquisa
histórica do edifício e seu entorno com auxílio desse órgão. Nota-se uma
preocupação da empresa de arquitetura em uma avaliação e reordenamento
global dos edifícios que foram construídos de forma desordenada e tinham
funcionalidade questionável, e em relatório técnico foi colocada a importância
de serem atendidas suas necessidades momentâneas, para maior valorização
do edifício do SERVAS e do Palácio da Liberdade. A empresa considerou
também oportuna a substituição do anexo do SERVAS por outro que não
prejudicasse seu valor histórico. Assim, o projeto de intervenção cujo edifício
166
não tinha função cultural para a cidade, já que se tratava de um reservatório de
água, foi elaborado de acordo com os dados colhidos, notando-se preocupação
com o resgate da história da arquitetura do edifício, que se apresentava de
grande importância no entorno.
167
6.4.2.6 Aplicação de técnicas contemporâneas - confronto antigo x novo
a) b)
a) b)
168
6.4.2.7 Entendimento Estrutural do Arquiteto
de tijolos cerâmicos cuja cota mais baixa, abaixo do nível do solo, era local
A cobertura, que era formada por dois telhados de duas águas cada,
169
nas colunas centrais, que apresentavam mísulas de madeira funcionando como
170
6.4.3.2 O projeto estrutural de intervenção
a) b)
171
a) b)
172
Figura 6.110 – Corte ( Arquivo do IEPHA-MG)
Fonte: Arquivo particular do autor, julho de 2006.
173
não estavam previstos no projeto, mas não interferiram e nem comprometeram
174
a) b)
a)
b)
Nota-se que houve necessidade de console para facilitar a conexão entre vigas
e pilares, quando se tratava de vigas tipo I e pilares tubulares redondos (Fig.
6.113).
175
a)
b)
176
7.CONCLUSÃO
177
Um projeto de intervenção em edificação histórica deve ter como premissa a
potencialização de um contato com o passado. Porém, essa atitude deve ser
feita com devido critério. Não há dúvidas sobre a importância do entendimento
das teorias que regem a preservação do patrimônio por parte dos profissionais
envolvidos no projeto, mas a supervalorização do pré-existente em uma
intervenção pode também comprometer sua condição de contemporaneidade.
178
Nota-se, assim, um deslocamento entre os que escrevem sobre o tema
preservação do patrimônio e aqueles que projetam. Esse fato é também
recorrente no Brasil, já que o processo desse país no que se refere à
preservação apresenta-se bem lento quando comparado aos países da
Europa. Desta forma, a maior dificuldade da pesquisa se deu na seleção de
obras, já que a mesma considerou importante analisar casos brasileiros, a fim
de situar o país no campo da preservação do patrimônio. Não se baseando
somente nos estudos de caso, notou-se nesse país, de maneira geral, uma
falta de experiência e aprofundamento no tema, já que grande parte das
propostas de arquitetura encontradas restringia-se ao edifício em si, não se
atendo ao contexto em que o objeto estava inserido.
179
sua expressividade e clareza formal, possibilitou deixar vestígios de
contemporaneidade na obra através de contrastes.
180
estruturais bem coerentes, notando-se que a estrutura esteve sempre presente
nas concepções de projeto de arquitetura. Esse fato permitiu uma
compatibilidade do projeto estrutural com o projeto de arquitetura, verificando-
se grande interação entre as duas áreas.
181
O Centro Educacional de Ribeirão Pires e a Biblioteca Cassiano Ricardo, que
também apresentaram dimensões reduzidas, a modulação ficou em segundo
plano, a favor de uma possibilidade de aberturas entre os pavimentos, com
mezaninos metálicos, para resgate de luz e ventilação naturais, além de
ambientação de espaço.
182
Educacional, em Ribeirão Pires, os arquitetos adotaram estratégia diferente
das anteriores e a intervenção proposta para o edifício modificou o
comportamento do sistema estrutural original. Esse é um caso típico de
intervenção contemporânea que não se prendeu exclusivamente às questões
de supervalorização de patrimônio. Não deixando de preocupar-se com o
passado, os arquitetos apresentaram soluções estruturais que fugiam de
alguns conceitos da restauração (interferência na estrutura antiga), mas não
contribuíram para depreciar ou desvalorizar a história do edifício, e, ao
contrário, ressaltaram e potencializaram a arquitetura da pré-existência.
183
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ANEXO 1- ANTIGO HOTEL PILÃO/ CENTRO DE INFORMAÇÕES
TURÍSTICAS
193
Figura 1.1- Hotel Pilão incendiado
Fonte: http://www.vitruvius.com.br/minhacidade/mc067/mc067.asp, acessado em 09/06/2006
Figura 1.3- Construção do Novo Centro de Informações Turísticas- Estrutura em aço por trás da fachada.
Fonte: Foto do autor
194
Figura 1.4- Antigo Hotel Pilão – Construção do Novo Centro de Informações Turísticas.
Fonte: Foto do autor
195
ANEXO2- PARECER TÉCNICO SOBRE AS CONDIÇÕES DA
CHAMINÉ E DAS PAREDES DE ALVENARIA DA FÁBRICA DE
SAL.
196
197
198
199
200
201
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ANEXO 3: ESTADO DE CONSERVAÇÃO DO MOINHO DE SAL
COTELESSA.
205
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