SCHOLLHAMMER RESENHA Ficção Brasileira Contemporânea
SCHOLLHAMMER RESENHA Ficção Brasileira Contemporânea
SCHOLLHAMMER RESENHA Ficção Brasileira Contemporânea
Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 2011.1
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Resenha apresentada como requisito parcial na disciplina “O romance brasileiro no século XX “
(LBV) ministrada pela Profª: Dra. Regina Célia dos Santos Alves.
como biografias e outros semelhantes, também se tornaram característicos do
pós-modernismo. Também se tornou caraterístico desse período a narrativa em
que os personagens “se encontram em processo de esvaziamento de projetos e
de personalidade, em crise de identidade nacional, social e sexual, mas sempre à
deriva e à procura de pequenas e perversas realizações do desejo” (pag.32).
Sobre a produção literária no pós-modernismo, nos anos 2000,
Schollhammer aponta que houve uma continuação dos elementos que já vinham
sendo utilizados e a retomada inovadora de alguns temas da década de 70, assim
como a sobrevivência do realismo regionalista.
Sobre o mercado editorial desse período, foi percebido um conflito entre o
mercado e o reconhecimento crítico em relação a carreira e a profissionalização
do escritor, pois o escritor era o que menos tinha retorno financeiro. Embora tenha
acontecido a modernização do mercado editorial, o mercado do livro sofreu
enormes, só após um período de dificuldades, houve uma pequena retomada no
crescimento.
No segundo capítulo, intitulado “O realismo de novo”, Schollhammer
aborda e faz esclarecimentos sobre o “novo realismo”, sendo que os novos
escritores demonstram a vontade de retratar a realidade brasileira nos dias atuais,
pelos ângulos marginais ou periféricos, ou seja “o novo realismo se expressa
pela vontade de relacionar a literatura e a arte com a realidade social e cultural da
qual emerge, incorporando essa realidade esteticamente dentro da obra e
situando a própria produção artística como força transformadora”(pag.54). Em
relação à superexposição da realidade que há nos dias de hoje , por meio dos
“reality shows”, e programas diversos, o autor aponta que a literatura é o meio em
eu é possível fazer a diferença ao aborda a realidade atual, sendo que esse é um
desafio devido ao esvaziamento provocado pela indústria do realismo midiático.
O Hiper-realismo também é tratado neste capítulo, como é o caso da escrita de
André Sant’Anna com as obras Amor (1998) e Sexo (1999),com uma linguagem
semelhante a da cultura de massass, com frase de efeito, lugares-comuns e
clichês discursivos. Também nota-se na escrita de Sant’Anna pelo ritmo oral , e
pelo universo da paródia.
O Miniconto, segundo Schollhammer, também aparece como opção nas
narrativas contemporâneas: “a preferência pelos minicontos e outras formas
mínimas de escrita que se valem do instantâneo e da visualização repentina, num
tipo de revelação cuja realidade tenha um impacto maior” (pag.93). Desse modo,
as formas curtas de narrar ganham a preferência e popularidade. A Literatura
Marginal também surge no mercado como um fenômeno, se mostrando em
diálogo com novas formas de realismo e que propõe reflexões sobre a realidade
brasileira. São biografias, relatos de crimes, prisões e episódios nas periferias.
São as chamadas não ficções documentárias, e que possuem um forte apelo
mercadológico.
Schollhammer termina o capítulo apontando que não se deve confundir a
exploração do mercado com tais narrativos com a literatura testemunhal feita por
pessoas engajadas, ou excluídas do meio social. Nessas literaturas pode-se
encontrar o realismo indicial, feita por pessoas que desejam se beneficiar da
popularidade e o realismo performativo, onde se encontra situações de produção
e recepção comunitárias.