O documento discute a falta de unidade na psicologia e propõe que seja chamada de "ciências psicológicas" ao invés de psicologia. Ele argumenta que a psicologia não tem um objeto ou método único e que diferentes abordagens especificam domínios de pesquisa, estilos metodológicos ou escolas de pensamento. Além disso, afirma que os psicólogos estão comprometidos com posições filosóficas ou ideológicas que influenciam os problemas estudados.
O documento discute a falta de unidade na psicologia e propõe que seja chamada de "ciências psicológicas" ao invés de psicologia. Ele argumenta que a psicologia não tem um objeto ou método único e que diferentes abordagens especificam domínios de pesquisa, estilos metodológicos ou escolas de pensamento. Além disso, afirma que os psicólogos estão comprometidos com posições filosóficas ou ideológicas que influenciam os problemas estudados.
Título original
1 - Texto Complementar_A Psicologia Dos Psicólogos
O documento discute a falta de unidade na psicologia e propõe que seja chamada de "ciências psicológicas" ao invés de psicologia. Ele argumenta que a psicologia não tem um objeto ou método único e que diferentes abordagens especificam domínios de pesquisa, estilos metodológicos ou escolas de pensamento. Além disso, afirma que os psicólogos estão comprometidos com posições filosóficas ou ideológicas que influenciam os problemas estudados.
O documento discute a falta de unidade na psicologia e propõe que seja chamada de "ciências psicológicas" ao invés de psicologia. Ele argumenta que a psicologia não tem um objeto ou método único e que diferentes abordagens especificam domínios de pesquisa, estilos metodológicos ou escolas de pensamento. Além disso, afirma que os psicólogos estão comprometidos com posições filosóficas ou ideológicas que influenciam os problemas estudados.
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A psicologia dos psicólogos
(...) somos obrigados a renunciar à pretensão de determinar para as múltiplas investigações
psicológicas um objeto (um campo de fatos) unitário e coerente. Consequentemente, e por sólidas razões, não somente históricas, mas dou-trinárias, torna-se impossível à Psicologia assegurar-se uma unidade metodológica. (...) Por isso, talvez fosse preferível falarmos, ao invés de “psicologia”, em “ciências psicológicas”. Porque os adjetivos que acompanham o termo “psicologia” podem especificar, ao mesmo tempo, tanto um domínio de pesquisa (psicologia diferencial), um estilo metodológico (psicologia clínica), um campo de práticas sociais (orientação, reeducação, terapia de distúrbios comportamentais etc.), quanto determinada escola de pensamento que chega a definir, para seu próprio uso, tanto sua problemática quanto seus conceitos e instrumentos de pesquisa. (...) Não devemos estranhar que a unidade da Psicologia, hoje, nada mais seja que uma expressão cômoda, a expressão de um pacifismo ao mesmo tempo prático e enganador. Donde não haver nenhum inconveniente em falarmos de “psicologias” no plural. Numa época de mutação acelerada como a nossa, a Psicologia se situa no imenso domínio das ciências “exatas”, biológicas, naturais e humanas. Há diversidade de domínio e diversidade de métodos. Uma coisa, porém, precisa ficar clara: os problemas psicológicos não são feitos para os métodos; os métodos é que são feitos para os problemas. (...) Interessa-nos indicar uma razão central pela qual a Psicologia se reparte em tantas tendências ou escolas: a tendência organicista, a tendência fisicalista, a tendência psicossociológica, a tendência psicanalítica etc. Qual o obstáculo supremo impedindo que todas essas tendências continuem a constituir “escolas” cada vez mais fechadas, a ponto de desagregarem a outrora chamada “ciência psicológica”? A meu ver, esse obstáculo é devido ao fato de nenhum cientista, consequentemente, nenhum psicólogo, poder considerar-se um cientista “puro”. Como qualquer cientista, todo psicólogo está comprometido com uma posição filosófica ou ideológica. Este fato tem uma importância fundamental nos problemas estudados pela Psicologia. Esta não é a mesma em todos os países. Depende dos meios culturais. Suas variações dependem da diversidade das escolas e das ideologias. Os problemas psicológicos se diversificam segundo as correntes ideológicas ou filosóficas venham reforçar esta ou aquela orientação na pesquisa, consigam ocultar ou impedir este ou aquele aspecto dos domínios a serem explorados ou consigam esterilizar esta ou aquela pesquisa, opondo-se implícita ou explicitamente a seu desenvolvimento. (...)
JAPIASSU, Hilton. A psicologia dos psicólogos. 2. ed. Rio de Janeiro: Imago, 1983.