A Criminalização Da Cannabis
A Criminalização Da Cannabis
A Criminalização Da Cannabis
DOI: 10.55906/rcdhv7n1-020
263-270, 2022
ISSN: 2526-3943
ABSTRACT: Inflamed discussions on the subject make cannabis a subject widely discussed
in the stages of political, social and economic debates around the world. Present in humanity
for a long time with its use ranging from religious rituals, textile production and recreationally,
this research aimed to show how its prohibitionism is based on specific interests. Analyzing
historical reports, books and scientific articles, it was possible to see that cannabis, something
that was common and present in different cultures, started to be criminalized and demonized
by those who had purely financial and prejudiced reasons. Today, some countries can already
see the advantages that the end of criminalization can bring, given the promising heating of the
legal marijuana market. Several sectors are opening the doors to the use of cannabis and reaping
its rewards.
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1. INTRODUÇÃO
Durante milhões de anos de evolução o ser humano aprendeu a conviver com diversos
tipos de recursos presentes na natureza e usufruir de seus proventos. Existem animais que nos
fornecem carne e leite, e aqueles os quais usamos sua força para nos ajudar no trabalho. Já no
reino vegetal, inúmeras plantas nos auxiliam com seus potenciais medicinais e fornecendo
madeira para nossos barcos, ferramentas e casas. É difícil imaginar um cenário onde o homem
não utilize de recursos da natureza para se beneficiar e evoluir.
Contudo, existem uma planta que, além de seu rico potencial medicinal, também é uma
opção eficiente na indústria têxtil, podendo ser usada até mesmo na produção de couro e papel.
E, não menos importante, um fator que a torna especial, é seu poder psicoativo.
O cânhamo, que é um parente direto da cannabis, foi um grande recurso do ser humano
nos avanços históricos importantes que fizeram a sociedade ser o que é hoje. Do oriente ao
ocidente, a cannabis esteve presente nas diversas e distintas culturas da história, sendo utilizado
em rituais religiosos, medicinais, afrodisíacos etc. Seria correto da nossa parte hoje, com todo
o avanço científico e conhecimento acumulado, não usufruir dos benefícios que essa planta
pode oferecer?
Quanto mais acelerado estão os avanços tecnológicos, e mais questionadora a sociedade
se mostra, países no mundo todo estão se libertando das amarras da ignorância e do preconceito
que restringiam o uso da cannabis pela população, alterando os regulamentos acerca do tema,
incentivando o mercado e mudando a forma como cannabis é valorada na sociedade.
2. A CANNABIS NA HISTÓRIA
Fácil de ser cultivada em diversos locais e climas do mundo, com inúmeros benefícios
à saúde, a cannabis é um tabu na sociedade que, cada vez mais é palco em estudos, notícias e
posts. Inflamadas acusações por quem é contra e apaixonadas defesas por aqueles que acreditam
no seu potencial fazem desse assunto um palco para debates médicos, sociais e jurídicos. Os
seres humanos conhecem o poder da cannabis a milhares de anos, desde sementes e roupas
encontradas em túmulos antigos a velas de embarcações que cruzaram os mares a fio.
Quando Gutemberg, em 1445, inventou suas prensas, foi no papel de cânhamo que
foram impressas as primeiras versões da bíblia. Quando os navegadores traçaram o curso para
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o descobrimento do novo mundo, foi com velas feitas a partir das fibras de cânhamo que suas
caravelas cruzaram os mares.
A primeira citação da planta em registros históricos foi por volta de 2.700 a.C. no livro
chinês Pen Tsao, considerado como “a primeira farmacopeia do mundo”, onde trazia o uso da
cannabis para o tratamento de dores articulares. (ROBINSON, 1996)
Carl Edward Sagan, físico, biólogo, astrônomo, escritor e ativista norte-americano, com
mais de 600 publicações científicas foi um dos grandes estudiosos que defendem que o
potencial psicoativo da planta é algo que teria influenciado no desenvolvimento da sociedade.
Pesquisas antropológicas e arqueológicas associam o cânhamo como um dos primeiros
produtos agrícolas, porém de acordo com Sagan, o uso para alteração do estado de consciência
da cannabis e outro alucinógenos da natureza é ainda mais antigo, sendo base para o senso de
religio.
Mesmo havendo inúmeros relatos históricos, artigos científicos e declarações de
estudiosos alegando sua versatilidade e benefícios, a luta pela legalização ainda está longe de
acabar. Não é difícil ver que criminalização da cannabis está associada a manobras políticas e
econômicas. A primeira proibição que a planta sofreu foi em 1764 durante a invasão de
Napoleão ao Egito. Os soldados franceses, ao terem contato com os efeitos psicoativos da
maconha ficaram menos agressivos, o que fez com que o imperador automaticamente proibisse
o uso por suas tropas. (BALLOTA; SOUZA, 2005)
3. O INÍCIO DO CONFLITO
5. UM MERCADO AQUECIDO
6. CONCLUSÃO
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REFERÊNCIAS
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e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da república, 1971.
DIAS, Paulo Thiago Fernandes; ZAGHLOUT, Sara Alacoque Guerra. POR UM OLHAR
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