Revista v20 n3 13
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I. COLOCAÇÃO DO PROBLEMA
2. O nosso Código Civil de 1916 (para não irmos muito longe nos
antecedentes legislativos), no seu artigo 159 (cláusula geral da responsabi-
lidade civil), já se referia expressamente à omissão: “Aquele que por ação
ou omissão voluntária, negligência, ou imprudência, violar direito ou cau-
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milenar direito, que já vinha da Roma antiga, a omissão estava ali inserida
como elemento da conduta humana. E como não poderia deixar de ser, o
Código Civil de 2002, no seu artigo 186, repetiu a mesma regra.
10. Essa questão agitou a doutrina por muito tempo, e, para resolvê-
-la, sucederam primeiramente as teorias que podem ser chamadas de natu-
ralísticas, minuciosamente examinadas por PAULO JOSÉ DA COSTA JR
em seus “Comentários ao Código Penal”. A teoria da ação contemporânea foi
uma das primeiras a serem elaboradas:
16. O dever jurídico de agir tem por fonte a lei, a condição do ga-
rante (negocial ou não) e, ainda, a conduta anterior do próprio omitente
criando uma situação de perigo.
21. A segunda situação de que pode advir o dever de agir para im-
pedir o resultado surge da posição de garantidor: “de outra forma, assumiu a
responsabilidade de impedir o resultado”. O dever do garantidor vai além do
contrato ou do negócio jurídico, para o qual são indiferentes as limitações
que possam surgir da relação contratual, inclusive a validade jurídica desta.
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de garantidor, mesmo que a isto não obrigue o contrato. Bastará qualquer
situação de fato que coloca o omitente em estreita relação com o bem ju-
25. CAIO MÁRIO nos legou lição precisa sobre o tema desde a
primeira edição de sua consagrada obra:
“Nesta análise cabe toda espécie de ilícito, seja civil, seja criminal. Não
se aponta, em verdade, uma diferença ontológica entre um e outro. Há
em ambos o mesmo fundamento ético: a infração de um dever preexisten-
te, e a imputação do resultado à consciência do agente. Assinala-se, po-
rém, uma diversiÀcação que se reÁete no tratamento deste, quer em fun-
ção da natureza do bem jurídico ofendido, quer em razão dos efeitos do
ato. Para o direito penal, o delito é um fator de desequilíbrio social, que
justiÀca a repressão como meio de restabelecimento; para o direito civil o
ilícito é um atentado contra o interesse de outrem, e a reparação do dano
sofrido é a forma indireta de restruturação do equilíbrio rompido”7.
VI. CONCLUSÃO
30. É o que se extrai do próprio texto legal. No inciso III do art. 6º,
o Código fala em informação adequada e clara; no art. 8º, fala em informações
necessárias e adequadas; no art. 9º, fala em informação ostensiva e adequada quando
se tratar de produtos e serviços potencialmente nocivos e perigosos à saúde
ou à segurança.
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juristas e a demonstrar a necessidade de uma mitigação da causalidade por
omissão, de modo a abranger também o dano indireto.