Avaliação Psicologica para Conceder Porte de Arma - Brasil

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PSICOLOGIA E SAÚDE EM DEBATE

ISSN (eletrônico) 2446-922X

ESTUDO TEÓRICO

AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA PARA CONCEDER


REGISTRO/PORTE DE ARMA DE FOGO NO BRASIL:
considerações
DOI: 10.22289/2446-922X.V7N2A17

Victoria Nuri Habedank Vallespin 1


Beatriz Fernandes Pipino
Edward Goulart Júnior

RESUMO

A lei 10.826, conhecida como “Estatuto do desarmamento”, estabeleceu a avaliação psicológica


como parte essencial do processo de solicitação de porte/posse de armas no Brasil. A Instrução
Normativa nº 78 da Polícia Federal, deixa clara a necessidade da comprovação da aptidão
psicológica nos procedimentos de aquisição, registro, renovação de registro, transferência, porte de
arma de fogo para o cidadão comum, bem como para o credenciamento de armeiros e instrutores
de armamento e tiro. Cabe então aos psicólogos credenciados junto a Polícia Federal realizar essa
avaliação, considerando as normativas e diretrizes vigentes. O texto apresentado busca tecer
considerações sobre a importância da avaliação psicológica na obtenção do porte ou posse de
armas, atentando para os cuidados técnicos e éticos envolvidos no processo. Visa também a 273
apresentar as diretrizes e normativas vigentes no Brasil, oriundas dos órgãos competentes, no
tocante a essa situação.

Palavras-chave: Avaliação Psicológica; Instrumentos Psicológicos; Características de


Personalidade.

CONTRIBUTIONS OF PSYCHOLOGY TO THE GUN REGISTRATION


IN BRAZIL: the relevance of psychological assessment
ABSTRACT
Law nº. 10.826, also known as the “Disarmament Statute”, establishes the psychological
assessment as an essential part of the process of the requirement to possessing/carrying guns in
Brazil. Normative Instruction n°. 78, of Brazilian Federal Police, makes clear the need to prove
psychological aptitude in procedures to the acquisition, register, register renewal, transfer and
possession of guns to citizens, as well as to accreditation of gunsmiths and weapon and shooting
instructors. Then, psychologists licensed by the Federal Police must perform this assessment
according to the current rules and guidelines. This text aims to make considerations about the
importance of the psychological assessment to obtain a gun carrying or possession, paying attention
to the ethical and technical cautions involved in that. The objective is also to show the rules and
guidelines in effect in Brazil, provided by proper institutions, related to this issue.

1
Endereço eletrônico de contato: vnhv17@gmail.com
Recebido em 20/07/2021. Aprovado pelo conselho editorial para publicação em 08/10/2021.

Rev. Psicol Saúde e Debate. Out., 2021:7(2): 273-285.


Keywords: Psychological Assessment; Concession of Gun License/Possession; Normative
Instructions.

CONTRIBUCIONES DE LA PSICOLOGÍA AL REGISTRO DE


ARMAS DE FUEGO EN BRASIL: la relevancia de la evaluación
psicológica

RESUMEN

La Ley n°. 10.826, también conocida como “Estatuto de Desarme”, establece a evaluación
psicológica como parte esencial de los requisitos para solicitar la posesión o porte de armas en
Brasil. La Instrucción Normativa nº. 78 de la Policía Federal del Brasil, deja clara la necesidad de
comprobarse la aptitud psicológica en los trámites de adquisición, registro, renovación de registro,
transferencia y posesión de armas a los ciudadanos, así como acreditación de armeros e
instructores de armas y tiro. Luego, los psicólogos acreditados por la Policía Federal deben realizar
esta evaluación, considerando la normativa y pautas vigentes. Este texto busca hacer
consideraciones sobre la importancia de la evaluación psicológica en la obtención de la posesión o
porte de armas, prestando atención a los cuidados técnicos y éticos que implica el proceso. El
objetivo es también presentar los lineamientos y normativas vigentes en Brasil, provenientes de los
órganos competentes, sobre esta situación.

Palabras clave: Evaluación Psicológica; Concesión de Posesión / Porte De Armas; Instrucciones


Normativas.
274

1 INTRODUÇÃO

A Avaliação Psicológica é uma das principais práticas do profissional de Psicologia e deve


ser executada considerando as Resoluções estabelecidas pelo Conselho Federal de Psicologia
(CFP), Resolução nº 9, de abril de 2018 (CFP, 2018). A Resolução objetiva orientar os profissionais
psicólogos no exercício qualificado da Avaliação Psicológica em diferentes contextos profissionais.
Sua principal finalidade é contribuir para o aprimoramento da qualidade técnico-científica dos
métodos e procedimentos psicológicos no exercício da avaliação psicológica (CFP, 2018). A
avaliação psicológica é uma especialidade da psicologia (CFP, 2019) que, de acordo com a
Resolução n° 09/2018, em seu Artigo 1º, pode ser definida como:

[...] um processo estruturado de investigação de fenômenos psicológicos, composto de


métodos, técnicas e instrumentos, com o objetivo de prover informações à tomada de
decisão, no âmbito individual, grupal ou institucional, com base em demandas, condições e
finalidades específicas (CFP, 2018).

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A lei 10.826, conhecida como “Estatuto do desarmamento”, estabeleceu a avaliação
psicológica como parte essencial do processo de solicitação de porte/posse1 de armas (Brasil,
2003). De acordo com o artigo 2°, parágrafo 1° da Instrução Normativa nº 78 da Polícia Federal, “a
comprovação da aptidão psicológica será exigida nos procedimentos de aquisição, registro,
renovação de registro, transferência, porte de arma de fogo, credenciamento de armeiros e
instrutores de armamento e tiro” (Polícia Federal, 2014). Segundo Faiad e Alves (2018, p. 56), “o
objetivo da avaliação psicológica para concessão do porte de arma de fogo é avaliar se a pessoa
possui perfil compatível àquele esperado para trabalhar com uma arma ou, no caso dos civis, ter
uma posse e manuseio da mesma”.
Observa-se, portanto, as contribuições da Psicologia e o papel fundamental do psicólogo no
que diz respeito à definição de quem terá autorização para o porte/posse de armas ou não. Uma
vez que se trata de uma concessão tão delicada – que pode incorrer em consequências sociais e
individuais drásticas –, faz-se necessária uma melhor compreensão acerca do processo de
avaliação psicológica nesse contexto.
O texto apresentado busca tecer considerações sobre a importância da avaliação
psicológica na obtenção do porte ou posse de armas, atentando para os cuidados técnicos e éticos
envolvidos no processo. Visa também a apresentar as diretrizes e normativas vigentes no Brasil,
oriundas dos órgãos competentes, no tocante a essa situação. Para atendimento dos objetivos 275
propostos, foi realizada uma revisão narrativa da literatura, pesquisando em importantes bases de
dados científicas (Scielo, Bvs-Psi e a Biblioteca Nacional Digital de Teses e Dissertações e em
Instruções Normativas da Polícia Federal e Resoluções e publicações do Conselho Federal de
Psicologia). A revisão foi realizada considerando artigos do cenário nacional, sem sua maioria do
período de 2010-2021. Para a pesquisa bibliográfica, utilizou-se o descritor “avaliação psicológica
para concessão do porte e/ou posse de armas”.

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 POSSE, PORTE DE ARMAS E A LEGISLAÇÃO

Segundo Wakin e Teixeira (2018), durante as décadas de 1930 e 1970, com o intuito de
gerar empregos e promover o crescimento econômico, o Brasil impulsionou a indústria
armamentista. O investimento promovido nesta área tinha como principal objetivo a comercialização

1 Atualmente, no Brasil, a posse de arma é entendida como um direito adquirido por meio do recebimento do
Certificado de Registro de Arma de Fogo, emitido pela Polícia Federal, e que está definido no Art. 5º do
Estatuto (Brasil, 2003). A posse consiste em manter a arma de fogo em casa ou no trabalho, enquanto o porte
diz respeito a poder transportar a arma de fogo para além desses ambientes (Colhado & Buzetti, 2018).

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internacional e a produção de armas de fogo. Já o registro de porte e posse de armas, por sua vez,
ficava a cargo do exército brasileiro. Os autores explicam, ainda, que o Decreto 24.602, de 06 de
julho de 1934, instaurou - paralelamente à responsabilização penal - o controle administrativo da
fabricação e comercialização de armas, munições e explosivos pelo Exército Brasileiro.
Em 1997, a Lei n° 9.437 instituiu o Sistema Nacional de Armas (SINARM) – vinculado ao
Ministério da Justiça – que estipulou condições necessárias para a concessão de porte e posse de
armas, além de estabelecer consequências no âmbito judicial àqueles cujo acesso às armas se dá
de forma irregular (Brasil, 1997). Em 2003, foi sancionada a Lei n° 10.826, ou “Estatuto do
desarmamento”, criada com objetivo de restringir o porte de armas pela população e, com isso,
minimizar crimes violentos (Brasil, 2003). Ela foi responsável por revogar a Lei 9.437/97 (Brasil,
1997), proibindo o porte de armas em todo o país, exceto para casos específicos e com legislação
própria: integrantes das forças armadas; integrantes das guardas municipais de cidades com mais
de 500 mil habitantes; guardas municipais de cidades entre 50 mil e 500 mil quando estão em
serviço; policiais; promotores e juízes; agentes penitenciários; funcionários de empresas de
segurança privada e de transporte de valor (Brasil, 2003).
Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), responsável pela elaboração
do Atlas da Violência, ocorreram 41.179 homicídios por arma de fogo em 2018. Embora seja um
número alto, que demanda a atenção das autoridades e da população, poderia ser muito maior se, 276
desde 2003, não vigorasse o Estatuto do Desarmamento. De acordo com o Atlas da Violência, antes
de a lei ser sancionada, a velocidade de crescimento de mortes por arma de fogo era
aproximadamente 6,5 vezes maior do que no período que se seguiu (IPEA, 2020).
O Estatuto do desarmamento, então, configura-se como um fator dificultador para o porte de
armas no Brasil, restringindo sua concessão. É dentro dessas exigências restritivas que está a
avaliação psicológica. Uma vez sancionada esta lei, o indivíduo interessado em obter o registro de
porte e posse de armas deve ser maior de 25 anos, possuir ocupação lícita e residência, ter
frequentado cursos para manejo da arma, não estar respondendo a inquérito policial ou processo
criminal; não ter antecedentes criminais nas justiças Federal, Estadual (incluindo juizados), Militar
e Eleitoral (Brasil, 2003). Além disso, deve existir uma efetiva necessidade de possuir a arma (Brasil,
2003).
Essas exigências evidenciam, a importância da função exercida pelo(a) psicólogo(a) no
âmbito da sociedade, no que diz respeito à promoção de uma realidade menos violenta. Pensando
também na relação específica da Psicologia com o contexto de porte de armas, Primi (2007) aponta
para a contradição existente nessa questão, uma vez que a Psicologia e as armas possuem
propósitos opostos; a primeira visa o bem-estar das pessoas, enquanto a segunda está relacionada
à destruição, tendo, frequentemente, resultados irreversíveis.

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A partir das leis, é possível observar uma busca, promovida por sucessivos governantes, em
defesa da diminuição do acesso às armas por parte da população, tendo em vista uma sociedade
menos violenta. Com a ascensão do governo atual, contudo, ganhou força política no país o
discurso a favor da revogação do Estatuto do Desarmamento e, consequentemente, do fim de
restrições rígidas para o porte e registro de armas de fogo. O IPEA 2020 (p. 74) chama a atenção:
Desde 2019 até os dias atuais, já foram editados, pelo menos, onze decretos, uma lei e
quinze portarias do Exército que poderão trazer como consequência a fragilização dos instrumentos
de controle e fiscalização de armas de fogo e munições, o aumento do número de armas em
circulação no país, a obstacularização do combate ao tráfico ilegal dessas armas e a facilitação de
sua obtenção por criminosos, como traficantes e milicianos.
A eficácia e a constitucionalidade dos decretos presidenciais foram altamente questionadas
pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que buscaram modos de frear as tentativas de facilitar o
acesso a armas (Falcão & Vivas, 2021). Para possibilitar a flexibilização para obtenção de armas
de fogo – através de uma via constitucional –, está em tramitação no Senado um projeto de Lei (n°
3713, de 2019) que visa alterar o Estatuto do Desarmamento (Brasil, 2019).
Para além das medidas promovidas especificamente pelo governo atual, encontra-se
também em pronta pauta no plenário a PL 3.722, de 2012, chamada de novo Estatuto de Controle
de Armas de Fogo, que não apenas visa alterar a Lei 10.826/03, mas revogá-la (Brasil, 2012). Esse 277
Projeto de Lei busca alterar a idade mínima para aquisição de armas – que passaria de 25 para 21
anos –, além de permitir o acesso a armas para autoridades como deputados, senadores e agentes
de segurança. Ela também retira o impedimento de porte e posse de armas àqueles que respondem
a inquéritos policiais ou processos criminais (Brasil, 2012).

2.2 AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA: DETERMINAÇÕES DA POLÍCIA FEDERAL

A avaliação psicológica é uma atividade exclusiva do psicólogo (CFP, 2010), e, para fins de
concessão de porte de arma de fogo, só poderá ser realizada por profissionais credenciados pela
Polícia Federal. Uma vez que, para obtenção do porte de armas, a avaliação psicológica possui
caráter de obrigatoriedade legal, ela é denominada de compulsória (Faiad & Alves, 2018). A
Instrução Normativa (IN) nº 78 de 10.02.2014 determina os critérios para o credenciamento,
fiscalização, realização da avaliação psicológica e correção dos testes utilizados (Polícia Federal,
2014). Dentre as exigências para o credenciamento do profissional, o qual vale por quatro anos,
estão: inscrição regular e ativa no Conselho Regional de Psicologia (CRP), com comprovante que
ateste a ausência de infrações éticas; dispor de pelo menos dois anos de exercício efetivo como
psicólogo; deter aptidão para a aplicação dos instrumentos psicológicos previstos pela IN nº 78; e
não possuir antecedentes criminais (Polícia Federal, 2014).

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No que diz respeito a algumas especificidades do processo, a avaliação psicológica deve
contar no mínimo, um teste projetivo, um teste expressivo, um teste de memória, um teste de
atenção difusa e concentrada e uma entrevista semiestruturada (Polícia Federal, 2014). Ao final do
processo de avaliação psicológica, o psicólogo deve laudar de acordo com o modelo de laudo
presente na IN nº 78, determinando se o interessado está APTO ou INAPTO para o manuseio da
arma de fogo; caso seja considerado INAPTO, deverá ser encaminhada uma cópia do laudo
psicológico para a Polícia Federal. A IN nº 78. Há ainda normas para o ambiente de condução da
avaliação psicológica, condições para o descredenciamento, detalhes do processo administrativo
para o credenciamento, contendo anexos modelos para diversos documentos, como o laudo que
determina a aptidão ou inaptidão (Polícia Federal, 2014).
Os critérios estabelecidos pela Polícia Federal, que deverão guiar a avaliação psicológica,
são:
3.1 Atenção necessária: concentrada e difusa.
3.2 Memória necessária: auditiva e visual.
3.3 Indicadores psicológicos necessários: adaptação, autocrítica, autoestima, autoimagem,
controle, decisão, empatia, equilíbrio, estabilidade, flexibilidade, maturidade, prudência, segurança
e senso crítico.
3.4 Indicadores psicológicos restritivos: conflito, depressão, dissimulação, distúrbio, 278
exibicionismo, explosividade, frustração, hostilidade, imaturidade, imprevisibilidade, indecisão,
influenciabilidade, insegurança, instabilidade, irritabilidade, negativismo, obsessividade, oposição,
perturbação, pessimismo, transtorno e vulnerabilidade (Polícia Federal, 2014, p. 12).
Como se pode observar, os critérios exigidos que devem nortear a avaliação psicológica
pelo profissional de Psicologia são amplos e complexos, o que vai exigir deste profissional uma
sólida formação teórica-técnica-ética e o domínio de instrumentos de avaliação, desde sua escolha
até nas análises e conclusões.

2.3 ORIENTAÇÕES DO CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA: IMPLICAÇÕES TÉCNICAS E


ÉTICAS

O Conselho Federal de Psicologia - CFP, a partir, principalmente, da Resolução N° 18/2008


(CFP, 2008), em sete artigos, dá instruções e estabelece parâmetros de atuação para dos
profissionais psicólogos no tocante a avaliação psicológica para concessão de registro e/ou porte
de armas. A referida Resolução explicita que a avaliação psicológica é competência exclusiva dos
psicólogos e esses precisam estar inscritos nos Conselhos Regionais de Psicologia e ter
credenciamento na Polícia Federal. Explicita também que os profissionais de psicologia exerçam

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essa atividade em observância com toda a legislação profissional em vigor e, especialmente, com
o Código de Ética da profissão.
A partir do relatório do “Avaliação Psicológica para o registro e o porte de arma: questões
legais, técnicas e éticas”, de junho de 2007, membros do órgão responsável por regulamentar a
Psicologia no Brasil ressaltaram a importância da atividade exercida pelo psicólogo no que diz
respeito a declarar se um indivíduo está apto ou não para portar/registrar uma arma. Para além do
cuidado científico, é imprescindível que o profissional credenciado para a realização da avaliação
psicológica, nesses casos, entenda também sua responsabilidade ética e política diante da tarefa
que realiza (CRP-SP, 2007).
Para que o cidadão seja considerado apto para portar/registrar uma arma é necessário que
seja aprovado em basicamente três etapas, quais sejam: a apresentação das comprovações
necessárias, avaliação psicológica e prova prática/escrita de tiro. O indivíduo só poderá realizar a
prova prática/escrita de tiro uma vez que for aprovado na avaliação psicológica – o que mostra como
o papel do avaliador, nesse contexto, é de extrema responsabilidade e relevância (CRP-SP, 2007).
O CFP mediante a Resolução 08/2018 declara que para que um psicólogo possa exercer
a função de avaliador psicológico no campo de concessão de porte/registro de armas é necessário,
além de estar devidamente registrado no Conselho Regional de sua localidade e credenciado na
Polícia Federal, é preciso que ele atue em uma clínica cuja documentação esteja regularizada (esse 279
espaço físico deve respeitar determinadas exigências, que incluem detalhes como o tamanho das
mesas em que ocorrerá a aplicação dos testes psicológicos). Outra exigência feita ao profissional é
que ele leve em consideração possíveis conflitos de interesse. Não é permitido, por exemplo, que
um psicólogo que atue em um sistema prisional seja o responsável por fazer a avaliação psicológica
de um agente prisional que trabalhe no mesmo lugar. O psicólogo que está imerso em um contexto
tão importante precisa sempre levar em consideração as implicações éticas das suas ações (CRP-
SP, 2007).
Quanto aos moldes da avaliação psicológica para concessão de registro e/ou porte de armas
que será feita, o CFP descreve elementos importantes, tais como: uso de testes projetivos; uso de
inventário de personalidade; entrevistas e coleta de informações complementares. O laudo que será
elaborado ao fim da avaliação deverá ser sucinto e conclusivo, e constar somente o resultado APTO
ou INAPTO, sem qualquer descrição que possa comprometer o sigilo imposto à situação. Caso o
candidato não seja considerado apto para obter a posse/registro de arma, ele poderá passar por
uma nova avaliação psicológica em um prazo não inferior a um período de 30 dias (DPF nº 78,
2014).
Ao fazer a avaliação psicológica para a concessão do porte e registro de armas, o psicólogo
deve se atentar para certas características do avaliando, tais como: determinados aspectos
cognitivos de raciocínio; capacidade de lidar com situações de estresse; possível presença de

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transtornos mentais; responsabilidade e capacidade de seguir regras. Caso não tenha certeza
quanto à aptidão de um determinado candidato, o CRP aconselha de forma enfática que o
profissional opte pela reprovação do avaliando (CRP-SP, 2007)
No que diz respeito à ética que deve ser seguida pelo avaliador nesse contexto, ela tem
como base o Código de Ética Profissional do Psicólogo (2005) – assim como ocorre com qualquer
outro tipo de avaliação psicológica. Isso posto, o psicólogo deve sempre se certificar de que as
técnicas que irá utilizar são completamente dominadas por ele, uma vez que é de sua
responsabilidade prezar por uma avaliação feita de forma excelente e cuidadosa. O profissional
deve utilizar somente testes que tenham o parecer favorável do CFP, além do que, deve estar
sempre atento a possíveis alterações na legislação e em instrumentos utilizados pela Psicologia
enquanto ciência e profissão.
Outro fator ético de relevância para a atuação do psicólogo diz respeito ao armazenamento
dos resultados da avaliação psicológica. Todo o material que resultar do processo avaliativo deve
ser guardado em um local seguro e sigiloso por pelo menos cinco anos – tal como estabelece o
item VI do Manual de Elaboração de Documentos, Resolução CFP 06/2019 –, em vista de uma
possível contestação dos resultados por parte do avaliando. Ao entregar o laudo e os resultados da
avaliação feita, é importante que o psicólogo forneça somente informações imprescindíveis acerca
do candidato, uma vez que os profissionais que entrarão em contato com os documentos não são 280
da área da Psicologia.
Pode-se notar, a partir das principais diretrizes colocadas pelo CFP, a preocupação da
Psicologia quanto ao seu papel social e político em meio à liberação ou não do porte e registro de
armas para candidatos em potencial. É indispensável que o profissional leve em consideração, ao
tomar sua decisão, as implicações da sua atuação no que diz respeito a um mundo que preze pela
diminuição da violência e pelos direitos humanos. Essa preocupação, que está para além de um
mero uso de técnicas e instrumentos, se torna evidente uma vez que se observa alguns dos
princípios fundamentais do Código de Ética Profissional do Psicólogo (2005, p.7):
I. O psicólogo baseará o seu trabalho no respeito e na promoção da liberdade, da dignidade,
da igualdade e da integridade do ser humano, apoiado nos valores que embasam a Declaração
Universal dos Direitos Humanos.
II. O psicólogo trabalhará visando promover a saúde e a qualidade de vida das pessoas e
das coletividades e contribuirá para a eliminação de quaisquer formas de negligência,
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.

2.4 O PROCESSO AVALIATIVO

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Embora a Polícia Federal, na IN nº 78, determine algumas características que o interessado
em obter o porte/registro de arma de fogo deve apresentar, os critérios para aptidão e inaptidão
ainda não estão devidamente estabelecidos pela ciência psicológica (Faiad & Alves, 2018), não
existindo testes psicológicos específicos para esta área (Pellini, 2006). Caneda & Teodoro (2012)
explicam que o avaliando deve possuir controle emocional adequado, hostilidades e tendências
oposicionistas moderadas, percepção adequada da realidade, percepções positivas de
relacionamentos interpessoais e recursos internos que possibilitem lidar com estressores externos
e com tensões internas, além de ter clareza quanto ao fato de que o uso indevido da arma de fogo
pode gerar sua própria morte e/ou a de terceiros. Durante a avaliação psicológica, o profissional
também deve investigar a velocidade de reação do sujeito, suas habilidades psicomotoras,
presença de transtornos psicóticos ou de transtorno de personalidade antissocial, vulnerabilidade,
neuroticismo e labilidade (Primi, 2007).
Pellini (2006) destaca que o uso de técnicas projetivas é fundamental para o estudo de certos
fenômenos sociais como a violência, permitindo uma avaliação indireta da personalidade do
indivíduo e a verificação da presença de traços violentos. O teste de Rorschach é um dos
instrumentos projetivos mais utilizados, e é considerado um dos mais importantes para um
psicodiagnóstico completo. Estudos também apontam que o teste de Rorschach possui indicadores
que possibilitam alcançar as funções psíquicas, podendo orientar a avaliação psicológica para 281
concessão do porte de armas (Caneda & Teodoro, 2012). São eles:

índices de impulsividade; adaptação à realidade; dinamismos envolvidos no ajustamento


pessoal e social; grau de maturidade psicológica e autoafirmação; expressão amadurecida
dos afetos; e, coordenação motora e manutenção da atenção. [...] A presença de pelo menos
três dos cinco indicadores seria suficiente para impossibilitar o candidato de portar uma arma
(Caneda & Teodoro, 2012, p. 164).

Outros testes projetivos muito utilizadas que permitem acessar características da


personalidade do requerente, são: Teste de Apercepção Temática (TAT), Pfister, Zulliger e HTP
(Caneda & Teodoro, 2012). Segundo Jung (2014), o uso de testes psicológicos em avaliações
psicológicas é relevante pois proporciona uma observação padronizada do comportamento,
aproximando-se de características que poderiam não ser captadas apenas através de entrevistas e
observações.
É possível verificar que as dificuldades presentes no processo avaliativo específico para a
concessão de porte de armas não estão limitadas a esse contexto, mas aparecem na área da
avaliação psicológica como um todo. Desde seu estabelecimento no Brasil, a área da avaliação
psicológica carece de um alargamento horizontal (Gouveia, 2009), no que diz respeito à difusão de
sua importância.

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Importante considerar que o processo avaliativo para concessão de registro e/ou porte de
armas no Brasil, pode ficar suscetível às oscilações políticas de cada período histórico e
considerando a conjuntura nacional atual, na qual o governo federal busca formas de facilitar o
acesso às armas por parte de um escopo maior da população1, ter produções científicas que
atestem a importância de uma avaliação psicológica conduzida de forma excelente e cuidadosa faz-
se essencial.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A avaliação psicológica é uma área de atuação da psicologia de significativa importância e


desde 2019, ela é reconhecida pela Resolução 18/2019 do CFP como uma especialidade exclusiva
do profissional psicólogo (CFP, 2019). A partir dos dados que são coletados por ela, tendo em vista
técnicas cientificamente embasadas, decisões podem ser tomadas com um maior grau de
segurança, seja em um contexto de busca por um diagnóstico clínico, seja na seleção de
profissionais para uma vaga de emprego ou na concessão da Carteira Nacional de Habilitação
(CNH); portanto, essa área de atuação profissional não se limita à aplicação de testes, mas
contribui, também, para o aprimoramento geral da ciência psicológica.
No tocante ao processo de concessão do porte de armas, o psicólogo possui um papel ainda 282

mais relevante, uma vez que os resultados de sua avaliação poderão ter consequências individuais
e sociais irreversíveis. Tendo em vista estas preocupações, ressalta-se a importância de
futuramente serem desenvolvidos novos instrumentos para a avaliação psicológica, no que diz
respeito à concessão de porte e posse de armas, notadamente. Também se fazem necessários
estudos que levem em consideração um monitoramento dos candidatos que foram considerados
aptos após a realização do processo avaliativo. A partir de novas técnicas e do acompanhamento
dos indivíduos ao longo do tempo, será possível buscar formas de aperfeiçoar a avaliação
psicológica nesse contexto, bem como verificar possíveis efeitos do acesso a armas por parte da
população.
O fato de o contexto de porte de armas ser marcado por embates políticos, históricos e éticos
pode gerar empecilhos ao trabalho psicológico. Apesar de todas as dificuldades presentes no
processo de avaliação psicológica como um todo, e também no contexto específico para a
concessão de porte e posse de armas, é possível observar que o papel do psicólogo nessa área é
fundamental, uma vez que, se executado de maneira indevida, pode ter consequências graves.

1 Na semana em que o presente trabalho foi finalizado, entraram em vigor quatro decretos presidenciais
assinados em fevereiro de 2021, que têm como objetivo facilitar o registro e porte de armas no país (Pauluze,
2021).

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Desde a promulgação da Resolução 018/2019 pelo CFP, que reconheceu a avaliação
psicológica como uma especialidade da Psicologia, espera-se que essa importante área de atuação
profissional do psicólogo (a) receba por parte das instituições formadoras uma atenção ainda mais
especial, capacitando e instrumentalizando o futuro profissional para atuar eficientemente em todas
as frentes possíveis.
O texto aqui apresentado, buscou apresentar as normativas existentes no país para se obter
e portar armas de fogo e elucidar a importância da realização de avaliação psicológica nesse
contexto, sempre pautada nos pressupostos teóricos que devem nortear essa prática. Decerto que
o profissional de Psicologia responsável por realizar avaliações psicológicas, em qualquer âmbito,
precisa ter sólida formação teórica, técnica e ética para, assim sendo, poder realizar um trabalho
confiável e que cumpra seu papel humano e social de forma adequada.

4 REFERÊNCIAS

Brasil (2012). Câmara dos deputados. Projeto de Lei nº 3722, de 19 de abril de 2012. Disciplina as
normas sobre aquisição, posse, porte e circulação de armas de fogo e munições, cominando
penalidades e dando providências correlatas. Recuperado de
https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=541857.

Brasil (1997). Lei nº 9.437, de 20 de fevereiro de 1997. Institui o Sistema Nacional de Armas – 283
SINARM, estabelece condições para o registro e para o porte de arma de fogo, define crimes
e dá outras providências. Recuperado de
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.826.htm.

Brasil (2003). Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003. Dispõe sobre registro, posse e
comercialização de armas de fogo e munição, sobre o Sistema Nacional de Armas – Sinarm,
define crimes e dá outras providências. Recuperado de
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9437.htm.

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