Aula 05 - Topicos 5 - 2 7
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7 - Contrato individual de
trabalho; conceito, classificação, espécies, características e efeitos; alteração do contrato de
trabalho; alteração unilateral e bilateral; o jus variandi; suspensão e interrupção do contrato de
trabalho; caracterização e distinção.
1 - CONTRATO DE TRABALHO
- Definição de contrato de trabalho:
CLT, art. 442: Contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso,
correspondente à relação de emprego.
Exemplo de exceção: Aprendizagem:
CLT, art. 428: Contrato de aprendizagem é o contrato de trabalho especial, ajustado por
escrito e por prazo determinado, em que o empregador se compromete a assegurar ao
maior de 14 anos e menor de 24 anos (...).
- Características do contrato de trabalho:
a) De direito privado:
É de natureza privada porque a prestação de serviços é regida pelo direito privado.
Estado como empregador: no caso dos empregados públicos regidos pela CLT,
permanece a condição privada dos contratos de trabalho, visto que ele figura como
empregador sem que haja prerrogativas especiais.
A imperatividade das normas trabalhistas não significa dizer que o contrato de trabalho
tenha natureza pública.
b) Sinalagmático:
A natureza sinalagmática do contrato de trabalho deriva do fato de que existem
obrigações recíprocas e contrapostas: o empregado oferece sua energia (prestação
laboral) com a contrapartida remuneratória, a cargo do empregador.
c) Consensual:
Em regra, não se exige forma solene para este tipo de acordo (ou seja: contrato de
trabalho, em regra, não exige formalidade imperativa).
d) Intuitu personae:
Vincula-se à pessoalidade que atinge o empregado, sendo, inclusive, um dos elementos
fático-jurídicos da relação empregatícia. Lembrem-se que a pessoalidade atinge o
empregado, mas não o empregador (a figura do empregado é infungível; a do empregador,
fungível).
e) Trato permanente:
Porque as obrigações das partes (realização das atividades laborais com a correspondente
contraprestação remuneratória) ocorrem de forma continuada no tempo, havendo, em
regra, a indeterminação do prazo dos contratos de trabalho.
Este conceito está associado ao princípio da continuidade da relação de emprego.
f) De atividade:
Porque é uma prestação de fazer (o labor). A obrigação do empregado é dispor de sua
energia nas tarefas designadas pelo empregador, não sendo possível se falar em contrato
de resultado.
g) Oneroso:
Pois caso não haja a contraprestação pecuniária, não há relação de emprego (seria o
caso do trabalho voluntário).
Se há intenção de receber salário (animus contrahendi) estará configurada a onerosidade,
não sendo afastada esta característica quando o empregador não cumpre sua parte do
acordo.
- Tipos de relações contratuais de trabalho:
CLT, art. 444: As relações contratuais de trabalho podem ser objeto de livre estipulação
das partes interessadas em tudo quanto não contravenha às disposições de proteção ao
trabalho, aos contratos coletivos que lhes sejam aplicáveis e às decisões das
autoridades competentes.
CLT, art. 439: É lícito ao menor firmar recibo pelo pagamento dos salários. Tratando-se,
porém, de rescisão do contrato de trabalho, é vedado ao menor de 18 anos dar, sem
assistência dos seus responsáveis legais, quitação ao empregador pelo recebimento
da indenização que lhe for devida.
- Trabalho ilícito X Trabalho proibido:
Envolve tipo legal penal ou concorre para ele, e retira do trabalhador a proteção trabalhista.
II - Trabalho proibido:
Envolve atividade que é irregular, mas não se constitui em tipo legal penal. Apesar da
irregularidade do labor, o empregado recebe a proteção trabalhista.
b) Elementos naturais:
c) Elementos acidentais:
O contrato será acordado (firmado) expressamente quando houver tal pactuação entre
empregado e empregador (os sujeitos manifestaram-se no sentido de que existe a relação
de emprego).
O contrato expresso pode ser por escrito ou apenas verbal.
b) Contrato tácito:
CLT, art. 443: O contrato individual de trabalho poderá ser acordado tácita ou
expressamente, verbalmente ou por escrito, por prazo determinado ou indeterminado,
ou para prestação de trabalho intermitente.
- Resumo das formas contratuais:
a) Ajuste expresso escrito:
Quando entre empregado e empregador há simples troca oral de palavras sobre alguns
aspectos e que, por se tratar de acordo de vontades, produzirá efeitos jurídicos, obrigando
reciprocamente os interlocutores.
c) Ajuste tácito:
- - - - -> relações de trabalho lato sensu, conceito que abarca relações de trabalho que não
configuram relação de emprego:
1.2.2 - CONTRATOS POR PRAZO INDETERMINADO E DETERMINADO:
A regra no direito do trabalho é que tais ajustes tenham prazo indeterminado, somente
havendo possibilidade de determinação de prazo nas hipóteses previstas legalmente.
A característica do contrato de trabalho (em regra é indeterminado) se relaciona ao
princípio da continuidade da relação de emprego.
- Conceito de contrato por prazo determinado:
CLT, art. 443, §1º: Considera-se como de prazo determinado o contrato de trabalho cuja
vigência dependa de termo prefixado ou da execução de serviços especificados ou
ainda da realização de certo acontecimento suscetível de previsão aproximada.
- Hipóteses para contrato de prazo determinado:
CLT, art. 443, §2º: O contrato por prazo determinado só será válido em se tratando:
a) de serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do prazo;
b) de atividades empresariais de caráter transitório;
c) de contrato de experiência.
CLT, art. 445: O contrato de trabalho por prazo determinado não poderá ser estipulado
por mais de 2 anos, observada a regra do art. 451.
1.2.3 - CONTRATO DE EXPERIÊNCIA:
Conforme disposto na CLT (art. 445, § único), o contrato de experiência não poderá
exceder de 90 dias.
- Prorrogação de contrato de experiência:
Pode ser feito por exemplo 45+45, 30+60, 30+30 etc., com limite máximo de 90 dias.
Se desrespeitada, dá causa à indeterminação do prazo: se permite 1 prorrogação.
CLT, art. 451: O contrato de trabalho por prazo determinado que, tácita ou expressamente,
for prorrogado mais de uma vez passará a vigorar sem determinação de prazo.
- Formalização da prorrogação de contrato de experiência (conforme entendimento TST):
a) prorrogação expressa:
CLT, art. 442-A: Para fins de contratação, o empregador não exigirá do candidato a
emprego comprovação de experiência prévia por tempo superior a 6 meses no mesmo
tipo de atividade.
- Término do contrato de experiência:
CLT, art. 452: Considera-se por prazo indeterminado todo contrato que suceder, dentro
de 6 meses, a outro contrato por prazo determinado, salvo se a expiração deste
dependeu da execução de serviços especializados ou da realização de certos
acontecimentos.
1.2.4 - CONTRATOS A TERMO NO MEIO RURAL
1.2.4.1 - CONTRATO DE SAFRA:
- Conceito de contrato de safra:
Lei 5.889/73, art. 14, parágrafo único: Considera-se contrato de safra o que tenha sua
duração dependente de variações estacionais da atividade agrária.
Lei 5.889/73, art. 14-A: O produtor rural pessoa física poderá realizar contratação de
trabalhador rural por pequeno prazo para o exercício de atividades de natureza
temporária.
O contrato rural por pequeno prazo se destina somente ao empregador pessoa física em
situações transitórias que não se relacionem à safra.
- Prazo do contrato de pequeno prazo:
Lei 5.889/73, art. 14-A, §1º: A contratação de trabalhador rural por pequeno prazo que,
dentro do período de 1 ano, superar 2 meses fica convertida em contrato de trabalho por
prazo indeterminado, observando-se os termos da legislação aplicável.
*** mais informações no resumo aula 02 pg 12
Modalidade criada pela Reforma Trabalhista, é o contrato de trabalho por escrito no qual
a prestação de serviços não é contínua. Nesta modalidade, há alternância de períodos
de trabalho e de inatividade, independentemente do tipo de atividade do empregador ou da
função do empregado.
- Remuneração:
O empregador pactua com o empregado uma remuneração, todavia ela será devida
apenas nas situações em que o empregado for convocado a trabalhar.
- Caraterísticas:
O empregado deve ser convocado com antecedência de, no mínimo, 3 dias (corridos) e
ser informado acerca da jornada de trabalho.
O obreiro tem o prazo de 1 dia útil para responder ao chamado, presumindo-se como
recusa o silêncio.
- Período de inatividade:
CLT, art. 443: O contrato individual de trabalho poderá ser acordado tácita ou
expressamente, verbalmente ou por escrito, por prazo determinado ou indeterminado, ou
para prestação de trabalho intermitente.
§ 3º Considera-se como intermitente o contrato de trabalho no qual a prestação de
serviços, com subordinação, não é contínua, ocorrendo com alternância de períodos
de prestação de serviços e de inatividade, determinados em horas, dias ou meses,
independentemente do tipo de atividade do empregado e do empregador, exceto para os
aeronautas, regidos por legislação própria.
- Formalização do contrato de trabalho intermitente:
CLT, art. 452-A: O contrato de trabalho intermitente deve ser celebrado por escrito e
deve conter especificamente o valor da hora de trabalho, que não pode ser inferior ao
valor horário do salário-mínimo ou àquele devido aos demais empregados do
estabelecimento que exerçam a mesma função em contrato intermitente ou não.
Se o contrato intermitente é celebrado de modo verbal ou tácito, não irá se amoldar às
regras do art. 452-A, não se admitindo a alternância de períodos de inatividade.
- Direitos do trabalhador intermitente:
b) Elementos facultativos:
Portaria 349, art. 3º: É facultado às partes convencionar por meio do contrato de
trabalho intermitente:
I - Locais de prestação de serviços;
II - Turnos para os quais o empregado será convocado para prestar serviços;
III - Formas e instrumentos de convocação e de resposta para a prestação de serviços;
Portaria 349, art. 5º: As verbas rescisórias e o aviso prévio serão calculados com base
na média dos valores recebidos pelo empregado no curso do contrato de trabalho
intermitente.
Parágrafo único: No cálculo da média a que se refere o caput, serão considerados
apenas os meses durante os quais o empregado tenha recebido parcelas
remuneratórias no intervalo dos últimos 12 meses ou o período de vigência do
contrato de trabalho intermitente, se este for inferior.
1.2.7 – TELETRABALHADOR:
- Definição de teletrabalho:
CLT, art. 75-B, §6º: Fica permitida a adoção do regime de teletrabalho ou trabalho remoto para estagiários e
aprendizes.
CLT, art. 75-B, §4º: O regime de teletrabalho ou trabalho remoto não se confunde nem se equipara à
ocupação de operador de telemarketing ou de teleatendimento.
CLT, art. 75-C, §3º: O empregador não será responsável pelas despesas resultantes
do retorno ao trabalho presencial, na hipótese de o empregado optar pela realização do
teletrabalho ou trabalho remoto fora da localidade prevista no contrato, salvo
disposição em contrário estipulada entre as partes.
CLT, art. 75-F: Os empregadores deverão dar prioridade aos empregados com
deficiência e aos empregados com filhos ou criança sob guarda judicial até 4 anos de
idade na alocação em vagas para atividades que possam ser efetuadas por meio do
teletrabalho ou trabalho remoto.
CLT, art. 75-B, §7º: Aos empregados em regime de teletrabalho aplicam-se as disposições
previstas na legislação local e nas convenções e nos acordos coletivos de trabalho
relativas à base territorial do estabelecimento de lotação do empregado.
Ou seja, não da base em que se desenvolve o trabalho.
Exemplo: Gilmar, residente no município de Cabedelo/PB, é empregado da empresa
Corujinha, com sede em São Paulo/SP, prestando serviços sob regime de teletrabalho, na
função de auxiliar de contabilidade. Neste caso, deverão ser aplicadas as regras de
acordos coletivos ou convenções coletivas de trabalho de São Paulo/SP, para aquela
categoria.
- Pessoas trabalhando fora do Brasil:
CLT, art. 75-B, §8º: Ao contrato de trabalho do empregado admitido no Brasil que optar
pela realização de teletrabalho fora do território nacional aplica-se a legislação
brasileira, excetuadas as disposições constantes da Lei nº 7.064, de 6.12.1982 (que
dispõe sobre a situação de trabalhadores contratados ou transferidos para prestar serviços
no exterior), salvo disposição em contrário estipulada entre as partes.
- Disposições sobre horário e meios de comunicação no contrato individual:
CLT, art. 75-B, §9º: Acordo individual poderá dispor sobre os horários e os meios de
comunicação entre empregado e empregador, desde que assegurados os repousos
legais.
b) Efeitos conexos:
Podem ser definidos, por exclusão, como efeitos acessórios, que não se constituem em
efeitos inerentes ao contrato.
- Exemplos de efeitos conexos:
I - Direito intelectual:
Este efeito pode derivar de dano moral e, também, em resultado de lesões acidentárias,
que podem causar dano material, moral e estético.
O dano moral: ocorrerá quando o empregado for submetido a situação indignante, que fira
sua honra ou imagem.
As lesões acidentárias: derivam de acidentes de trabalho ou doenças ocupacionais
causadas em face da prestação laboral, onde o empregado pode ser submetido a
condições indevidas de segurança e saúde que afetem seu bem-estar físico e/ou psíquico.
Os acidentes de trabalho: podem resultar em afastamentos, invalidez (total ou parcial),
amputações, traumas psicológicos, e por isto suas consequências se estendem às esferas
patrimonial, moral e estética.
- Reparação de prejuízos ao empregador:
CLT, art. 456-A: Cabe ao empregador definir o padrão de vestimenta no meio ambiente
laboral, sendo lícita a inclusão no uniforme de logomarcas da própria empresa ou de
empresas parceiras e de outros itens de identificação relacionados à atividade
desempenhada.
CLT, art. 468: Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas
condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou
indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente
desta garantia.
Este dispositivo legal está relacionado ao princípio da inalterabilidade contratual lesiva.
- O jus variandi:
I - Cargos de confiança:
Situação na qual o empregado, durante o curso de seu contrato de trabalho, sofre limitação
de sua capacidade física e/ou mental:
CLT, art. 461, §4º: O trabalhador readaptado em nova função por motivo de deficiência
física ou mental atestada pelo órgão competente da Previdência Social não servirá de
paradigma para fins de equiparação salarial.
IV - Substituição temporária:
pode ser exemplificada nos casos em que um empregado é designado pelo empregador a
exercer de forma temporária tarefas estranhas às suas atribuições.
CLT, art. 450: Ao empregado chamado a ocupar, em comissão, interinamente, ou em
substituição eventual ou temporária, cargo diverso do que exercer na empresa, serão
garantidas a contagem do tempo naquele serviço, bem como volta ao cargo anterior.
- Alteração de função ilícita (exemplos):
- Alterações ampliativas: são exemplos prorrogação por motivo força maior, prorrogação para
realização de serviços inadiáveis e outros, podem ser lícita ou ilícita.
- Redução da duração do trabalho: também pode ser tida como lícita ou ilícita.
- Interesse extracontratual do empregado: admite que haja redução de jornada com o
correspondente efeito redutor no salário, a pedido do empregado.
- Supressão das horas extras: O empregador pode suprimir a hora extra habitual do
empregado, mas deverá indenizar ao empregado na forma determinada na SUM-291:
Súmula 291 TST: A supressão total ou parcial, pelo empregador, de serviço suplementar
prestado com habitualidade, durante pelo menos 1 ano, assegura ao empregado o direito
à indenização correspondente ao valor de 1 mês das horas suprimidas, total ou
parcialmente, para cada ano ou fração igual ou superior a 6 meses de prestação de
serviço acima da jornada normal. O cálculo observará a média das horas suplementares
nos últimos 12 meses anteriores à mudança, multiplicada pelo valor da hora extra do
dia da supressão.
- Alterações de turno: demandam uma análise mais aprofundada, visto que se amplia a
possibilidade de prejuízo ao empregado.
- A alteração do horário noturno para o diurno: em princípio, pode ser considerada válida (pois
o labor em período noturno é mais prejudicial à saúde).
- A alteração do horário diurno para o noturno: tende a ser considerada ilícita em face do
desgaste causado pelo labor noturno, além de acarretar percepção de adicional noturno
(acréscimo salarial).
Se refere ao valor nominal do salário. Já o valor real, que é influenciado por fatores
econômicos como a inflação, não é garantido pela legislação trabalhista.
- Redução lícita de salário:
CF/88, art. 7º, VI: irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo
coletivo;
- Salário-condição:
Súmula 265 TST: A transferência para o período diurno de trabalho implica a perda do
direito ao adicional noturno.
Em regra, o empregador tem até o 5º dia útil para realizar o pagamento dos salários a seus
empregados. Dentro deste prazo máximo, ele tem liberdade para alterar a data de
pagamento, consoante entende o TST:
OJ-SDI1-159 TST: Diante da inexistência de previsão expressa em contrato ou em
instrumento normativo, a alteração de data de pagamento pelo empregador não viola o
art. 468, desde que observado o parágrafo único, do art. 459, ambos da CLT.
Súmula 29 TST: Empregado transferido, por ato unilateral do empregador, para local mais
distante de sua residência, tem direito a suplemento salarial correspondente ao
acréscimo da despesa de transporte.
- Exceções a transferência de local com mudança de domicílio, sem anuência do
empregado:
CLT, art. 469, §1º: Não estão compreendidos na proibição deste artigo: os empregados
que exerçam cargo de confiança e aqueles cujos contratos tenham como condição,
implícita ou explícita, a transferência, quando esta decorra de real necessidade de
serviço.
CLT, art. 611-A: A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência
sobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre: (..)
V – (..) identificação dos cargos que se enquadram como funções de confiança;
Exemplo: quando empregado trabalha na filial e esta fecha, é transferido para a matriz.
CLT, art. 469, §2º: É lícita a transferência quando ocorrer extinção do estabelecimento
em que trabalhar o empregado.
- Transferência provisória (unilateral):
CLT, art. 469, §3º: Em caso de necessidade de serviço o empregador poderá transferir
o empregado para localidade diversa da que resultar do contrato, não obstante as
restrições do artigo anterior, mas, nesse caso, ficará obrigado a um pagamento
suplementar, nunca inferior a 25% dos salários que o empregado percebia naquela
localidade, enquanto durar essa situação.
O adicional de transferência também é salário-condição, que cessará após o fim da
transferência provisória.
- Aplicação do adicional de transferência para outras situações:
A OJ-SDI1-113 estende tal direito às situações elencadas no art. 469, §2º (ocupantes de
cargo de confiança e aqueles cujos contratos tenham como condição, implícita ou explícita,
a transferência):
OJ-SDI1-113 TST: O fato de o empregado exercer cargo de confiança ou a existência
de previsão de transferência no contrato de trabalho não exclui o direito ao adicional.
O pressuposto legal apto a legitimar a percepção do mencionado adicional é a
transferência provisória.
- Transferência do Brasil para o exterior:
É a indenização devida ao empregado para fazer face às despesas ocorridas com a sua
mudança.
CLT, art. 470: As despesas resultantes da transferência correrão por conta do
empregador.
- Intransferibilidade de dirigente sindical:
CLT, art. 543: O empregado eleito para cargo de administração sindical ou
representação profissional, inclusive junto a órgão de deliberação coletiva, não
poderá ser impedido do exercício de suas funções, nem transferido para lugar ou mister
que lhe dificulte ou torne impossível o desempenho das suas atribuições sindicais.
CLT, art. 471: Ao empregado afastado do emprego, são asseguradas, por ocasião de
sua volta, todas as vantagens que, em sua ausência, tenham sido atribuídas à
categoria a que pertencia na empresa.
CLT, art. 129: Todo empregado terá direito anualmente ao gozo de um período de férias,
sem prejuízo da remuneração.
c) Feriados:
De forma geral, não é prestado serviço, mas o empregado continua a ter direito ao salário
correspondente.
- Remuneração do dia (DSR e nos dias feriados civis e religiosos):
Lei 605/49, art. 6º: Não será devida a remuneração quando, sem motivo justificado, o
empregado não tiver trabalhado durante toda a semana anterior, cumprindo
integralmente o seu horário de trabalho.
d) Intervalos remunerados:
CLT, art. 253: Para os empregados que trabalham no interior das câmaras frigoríficas e
para os que movimentam mercadorias do ambiente quente ou normal para o frio e
vice-versa, depois de 1 hora e 40 minutos de trabalho contínuo, será assegurado um
período de 20 minutos de repouso, computado esse intervalo como de trabalho efetivo.
CLT, art. 131: Não será considerada falta ao serviço, para os efeitos do artigo anterior, a
ausência do empregado:
I - Nos casos referidos no art. 473 [casamento, doação de sangue, etc.];
IV - Justificada pela empresa, entendendo-se como tal a que não tiver determinado o
desconto do correspondente salário;
Lei 9.504/97, art. 98: Os eleitores nomeados para compor as Mesas Receptoras ou
Juntas Eleitorais e os requisitados para auxiliar seus trabalhos serão dispensados do
serviço, mediante declaração expedida pela Justiça Eleitoral, sem prejuízo do salário,
vencimento ou qualquer outra vantagem, pelo dobro dos dias de convocação.
h) Lockout (locaute):
k) Licença-maternidade:
CLT, art. 392-A, §5º: A adoção ou guarda judicial conjunta ensejará a concessão de
licença-maternidade a apenas um dos adotantes ou guardiães (válido para relação
homoafetiva), empregado ou empregada.
- Caso de morte da genitora:
Lei 11.770/2008, art. 1º: É instituído o Programa Empresa Cidadã, destinado a prorrogar:
I - Por 60 dias a duração da licença-maternidade prevista no inciso XVIII do caput do art.
7º da Constituição Federal;
- Licença-maternidade para empregadas com filhos nascidos com doenças neurológicas
transmitidas pelo Aedes Aegypti:
Lei 13.985/2020, art. 5º: No caso de mães de crianças nascidas até 31.12.2019
acometidas por sequelas neurológicas decorrentes da Síndrome Congênita do Zika
Vírus, será observado o seguinte:
I - A licença-maternidade de que trata o art. 392 da CLT, será de 180 dias;
CLT, art. 395: Em caso de aborto não criminoso, comprovado por atestado médico
oficial, a mulher terá um repouso remunerado de 2 semanas, ficando-lhe assegurado o
direito de retornar à função que ocupava antes de seu afastamento.
q) licença-paternidade:
ADCT, art. 10, §1º: Até que a lei venha a disciplinar o disposto no art. 7º, XIX, da
Constituição, o prazo da licença-paternidade a que se refere o inciso é de 5 dias.
Contado a partir da data de nascimento do filho (art. 473, p.u.).
Lei 11.770/08: prorrogação de 15 dias da licença-paternidade de seus empregados.
V - Até 2 dias consecutivos ou não, para o fim de se alistar eleitor, nos termos da lei
respectiva.
VII - Nos dias em que estiver comprovadamente realizando provas de exame vestibular
para ingresso em estabelecimento de ensino superior.
VIII - Pelo tempo que se fizer necessário, quando tiver que comparecer a juízo.
Súmula 155 TST: As horas em que o empregado falta ao serviço para comparecimento
necessário, como parte, à Justiça do Trabalho não serão descontadas de seus salários.
w) Representação de entidade sindical no exterior (art. 473 CLT):
XI - por 1 dia por ano para acompanhar filho de até 6 anos em consulta médica.
Aqui teremos a sustação ampla e bilateral do contrato de trabalho, de modo que não há
nem prestação de serviços nem pagamento de salário.
- Exceções na suspensão com obrigação de recolhimento de FGTS:
Lei do FGTS 8.036/1990, art. 15, §5º: O depósito de que trata o caput deste artigo é
obrigatório nos casos de afastamento para prestação do serviço militar obrigatório e
licença por acidente do trabalho.
a) Faltas não justificadas:
As faltas não justificadas implicam no desconto do salário, e por isto se enquadram como
suspensão do contrato de trabalho.
c) Greve:
Lei de Greve 7.783/89, art. 7º: Observadas as condições previstas nesta Lei, a
participação em greve suspende o contrato de trabalho, devendo as relações
obrigacionais, durante o período, ser regidas pelo acordo, convenção, laudo arbitral ou
decisão da Justiça do Trabalho.
Caso haja negociação abonando (pagando) os dias parados estaremos diante de
interrupção do contrato de trabalho, pois houve o pagamento de salário.
Art. 60: O auxílio-doença será devido ao segurado empregado a contar do 16º dia do
afastamento da atividade, e, no caso dos demais segurados, a contar da data do início
da incapacidade e enquanto ele permanecer incapaz.
CLT, art. 475: O empregado que for aposentado por invalidez terá suspenso o seu
contrato de trabalho durante o prazo fixado pelas leis de previdência social para a
efetivação do benefício.
Súmula 160 TST: Cancelada a aposentadoria por invalidez, mesmo após 5 anos, o
trabalhador terá direito de retornar ao emprego, facultado, porém, ao empregador,
indenizá-lo na forma da lei.
Existe corrente doutrinária minoritária que defende a aplicação da SUM-217 do STF, no
sentido de que o prazo máximo desta suspensão contratual é de 5 anos.
- Pagamento de plano de saúde pelo empregador:
f) Suspensão disciplinar:
CLT, art. 474: A suspensão do empregado por mais de 30 dias consecutivos importa na
rescisão injusta do contrato de trabalho.
Caso a penalidade aplicada supere este limite, não poderemos falar de suspensão, e sim
de extinção do contrato de trabalho.
g) Prisão provisória:
O empregado que cometeu crime, mas ainda não teve condenação criminal transitada
em julgado não pode ser demitido por justa causa. Entretanto, por estar preso
provisoriamente também não pode continuar a prestar os serviços, e, portanto, esta é
uma hipótese de suspensão contratual.
h) Afastamento para inquérito de apuração de falta grave:
CLT, art. 494: O empregado [estável] acusado de falta grave poderá ser suspenso de
suas funções, mas a sua despedida só se tornará efetiva após o inquérito e que se
verifique a procedência da acusação.
- Inquérito improcedente de culpa:
CLT, art. 495: Reconhecida a inexistência de falta grave praticada pelo empregado, fica
o empregador obrigado a readmiti-lo no serviço e a pagar-lhe os salários a que teria
direito no período da suspensão.
CLT, art. 476-A: O contrato de trabalho poderá ser suspenso, por um período de 2 a 5
meses, para participação do empregado em curso ou programa de qualificação
profissional oferecido pelo empregador, com duração equivalente à suspensão contratual,
mediante previsão em convenção ou acordo coletivo de trabalho e aquiescência
formal do empregado, observado o disposto no art. 471 desta Consolidação.
Súmula 269 TST: O empregado eleito para ocupar cargo de diretor tem o respectivo
contrato de trabalho suspenso, não se computando o tempo de serviço desse período,
salvo se permanecer a subordinação jurídica inerente à relação de emprego.
Lei 4.375/64, art. 6º: O Serviço Militar inicial dos incorporados terá a duração normal de 12
meses.
- Serviço militar não pode motivar rescisão contratual:
Lei Maria da Penha 11.340/2006, art. 9º, §2º: O juiz assegurará à mulher em situação de
violência doméstica e familiar, para preservar sua integridade física e psicológica:
II - Manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o afastamento do local de
trabalho, por até 6 meses.
- Considerações:
2 – READMISSÃO:
Se o empregado pede demissão e não é readmitido dentro de 60 dias, não terá o tempo
anterior contado para fins de férias (neste caso, perde o chamado acessio temporis).
b) Prescrição:
Súmula 156 TST: Da extinção do último contrato começa a fluir o prazo prescricional do
direito de ação em que se objetiva a soma de períodos descontínuos de trabalho (ex-
Prejulgado nº 31).
- Considerações:
Como regra geral, não há proibição a que a empresa rescinda o vínculo com o
empregado e, passado algum tempo, o recontrate.
Entretanto, tal procedimento não pode ser utilizado como artifício para se fraudar a
legislação, pois, caso comprovada a fraude, a dispensa poderá ser considerada nula
(CLT, art. 9º).
Portaria 384/1992 MT: indicava como fraudulenta a recontratação dentro de 90 dias após
a rescisão sem justa causa do contrato de trabalho.
Como regra geral, a contratação de servidor ou empregado público sem prévia aprovação
em concurso encontra óbice no art. 37, II, da CF/88.
a) contratação por tempo determinado:
CF, art. 37, IX: a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para
atender a necessidade temporária de excepcional interesse público;
- Hipóteses de cabimento, prazos e condições gerais:
Lei 8.745/1993, art. 3º: O recrutamento do pessoal a ser contratado, nos termos desta Lei,
(..), prescindindo de concurso público.
- Hipóteses de cabimento com possibilidade de processo seletivo simplificado (a depender
da modalidade):
Lei 8.745/1993, art. 4º: As contratações serão feitas por tempo determinado, observados
os seguintes prazos máximos:
I - 6 meses, nos casos dos incisos I, II e IX do caput do art. 2º desta Lei;
II - 1 ano, nos casos dos incisos III e IV, das alíneas d e f do inciso VI e do inciso X do
caput do art. 2º;
III - 2 anos, nos casos das alíneas b, e e m do inciso VI do art. 2º;
IV - 3 anos, nos casos das alíneas “h” e “l” do inciso VI e dos incisos VII, VIII e XI do caput
do art. 2º desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 12.871, de 2013)
V - 4 anos, nos casos do inciso V e das alíneas “a”, “g”, “i”, “j”, “m” e “n” do inciso VI do
caput do art. 2º desta Lei.
- Prorrogação dos prazos:
Lei 8.745/1993, art. 4º, parágrafo único: É admitida a prorrogação dos contratos:
I - no caso do inciso IV, das alíneas b, d e f do inciso VI e do inciso X do caput do art. 2º,
desde que o prazo total não exceda a 2 anos;
II - no caso do inciso III e da alínea e do inciso VI do caput do art. 2o, desde que o prazo
total não exceda a 3 anos;
III - nos casos do inciso V, das alíneas “a”, “h”, “l” e “n” do inciso VI e do inciso VIII
do caput do art. 2º desta Lei, desde que o prazo total não exceda a 4 anos;
IV - nos casos das alíneas “g”, “i”, “j” e “m” do inciso VI do caput do art. 2º desta Lei, desde
que o prazo total não exceda a 5 anos;
V - no caso dos incisos VII e XI do caput do art. 2º, desde que o prazo total não exceda 6
anos; e
VI - nos casos dos incisos I e II do caput do art. 2º desta Lei, pelo prazo necessário à
superação da situação de calamidade pública ou das situações de emergências em saúde
pública, desde que não exceda a 2 anos.
Lei 13.874 Art. 14: A CTPS será emitida pelo Ministério da Economia
preferencialmente em meio eletrônico.
- Anotações da CTPS:
CLT, art. 29: O empregador terá o prazo de 5 dias úteis para anotar na CTPS, em
relação aos trabalhadores que admitir, a data de admissão, a remuneração e as
condições especiais, se houver, facultada a adoção de sistema manual, mecânico ou
eletrônico, conforme instruções a serem expedidas pelo Ministério da Economia.
- Acesso às informações da sua CTPS:
48 horas é o prazo para o empregado ter acesso às informações da sua CTPS após a
anotação (art. 29, §8º)
- Considerações:
CLT, art. 456: A prova do contrato individual do trabalho será feita pelas anotações
constantes da carteira profissional ou por instrumento escrito e suprida por todos os
meios permitidos em direito.
- Informações que devem (ou não) ser anotadas na CTPS:
CLT, art. 29, §1º: As anotações concernentes à remuneração devem especificar o salário,
qualquer que seja sua forma de pagamento, seja ele em dinheiro ou em utilidades, bem
como a estimativa da gorjeta.
- Apresentação da CPTS para gozo de férias:
CLT, art. 135, §1º: O empregado não poderá entrar no gozo das férias sem que
apresente ao empregador sua CTPS, para que nela seja anotada a respectiva
concessão.
CLT, art. 29, §4º: É vedado ao empregador efetuar anotações desabonadoras à conduta
do empregado em sua CTPS.
- Consequência da falta de anotação:
CLT, art. 29, §3º: A falta de cumprimento pelo empregador do disposto neste artigo
acarretará a lavratura do auto de infração, pelo Fiscal do Trabalho, que deverá, de
ofício, comunicar a falta de anotação ao órgão competente, para o fim de instaurar o
processo de anotação.
Para tal infração não se aplica o benefício da dupla visita, de modo que a fiscalização não
terá apenas caráter de orientação.
- Outras situações de multa:
Foi um período em que não houve recolhimento previdenciário, não houve depósito de
FGTS, não contou tempo de serviço, tempo para férias, 13º, etc.
- Em casos de disputas judiciais:
As anotações da CTPS constituem presunção relativa (juris tantum), e, portanto, suas
anotações auxiliam a apurar a veracidade das alegações feitas em juízo.
CLT, art. 40: As CTPS regularmente emitidas e anotadas servirão de prova nos atos em
que sejam exigidas carteiras de identidade e especialmente:
I - Nos casos de dissídio na Justiça do Trabalho entre a empresa e o empregado por
motivo de salário, férias ou tempo de serviço;
III - Para cálculo de indenização por acidente do trabalho ou moléstia profissional.
CLT, art. 41: Em todas as atividades será obrigatório para o empregador o registro dos
respectivos trabalhadores, podendo ser adotados livros, fichas ou sistema eletrônico,
conforme instruções a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho.
Parágrafo único: Além da qualificação civil ou profissional de cada trabalhador, deverão
ser anotados todos os dados relativos à sua admissão no emprego, duração e
efetividade do trabalho, a férias, acidentes e demais circunstâncias que interessem à
proteção do trabalhador.
- Ônus de prova na justiça:
CLT, art. 47-A: Na hipótese de não serem informados os dados a que se refere o
parágrafo único do art. 41 desta Consolidação [livro de registro de empregados com dados
sobre admissão, duração do trabalho, férias e acidentes], o empregador ficará sujeito à
multa de R$ 600,00 por empregado prejudicado.
- Ônus de prova por término de contrato:
Súmula 212 TST: O ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a
prestação de serviço e o despedimento, é do empregador, pois o princípio da
continuidade da relação de emprego constitui presunção favorável ao empregado.
5 - RESPONSABILIDADE PRÉ-CONTRATUAL:
Consentimento às negociações;
Dano patrimonial;
Nexo de causalidade;
Inobservância ao princípio da boa-fé;
Confiança na seriedade das tratativas; e
Enganosidade da informação (trata-se do dever de uma parte informar à outra acerca de
algum risco que ameace o sucesso do negócio).
- Dever do ressarcimento:
Como a negociação é de curta duração, são poucas as situações capazes de ensejar tal
responsabilização.
Exemplo: a ocorrência de perdas e danos decorrentes de gastos por parte do
trabalhador, alusivos à viagens, estada e permanência em local distante da sua residência
durante as tratativas que precedem à sua contratação.
Há, ainda, a possibilidade de se verificar a perda de oportunidade de o trabalhador obter
outra atividade, em virtude de ter interrompido negociações preliminares com uma primeira
empresa, após a segunda empresa ter criado expectativas sobre a conclusão do negócio.
*** resumo da aula 05 pg 81 - original