Este documento discute a arquitetura dos mosteiros franciscanos na Idade Média em Portugal, especificamente o Mosteiro de São Francisco do Porto. Detalha a implantação inicial dos franciscanos na cidade do Porto em 1241 e a construção de sua igreja no estilo gótico. Também descreve características arquitetônicas típicas das igrejas franciscanas e dominicanas em Portugal, como o uso de três naves.
Este documento discute a arquitetura dos mosteiros franciscanos na Idade Média em Portugal, especificamente o Mosteiro de São Francisco do Porto. Detalha a implantação inicial dos franciscanos na cidade do Porto em 1241 e a construção de sua igreja no estilo gótico. Também descreve características arquitetônicas típicas das igrejas franciscanas e dominicanas em Portugal, como o uso de três naves.
Este documento discute a arquitetura dos mosteiros franciscanos na Idade Média em Portugal, especificamente o Mosteiro de São Francisco do Porto. Detalha a implantação inicial dos franciscanos na cidade do Porto em 1241 e a construção de sua igreja no estilo gótico. Também descreve características arquitetônicas típicas das igrejas franciscanas e dominicanas em Portugal, como o uso de três naves.
Este documento discute a arquitetura dos mosteiros franciscanos na Idade Média em Portugal, especificamente o Mosteiro de São Francisco do Porto. Detalha a implantação inicial dos franciscanos na cidade do Porto em 1241 e a construção de sua igreja no estilo gótico. Também descreve características arquitetônicas típicas das igrejas franciscanas e dominicanas em Portugal, como o uso de três naves.
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O Convento de São Francisco do Porto na Idade Média: arquitectura,
liturgia e devoção
Lúcia Maria Cardoso ROSAS
A história das Ordens Mendicantes em Portugal teve inícios muito
conturbados no que diz respeito à sua implantação em núcleos urbanos de média ou grande dimensão. O patrocínio régio e a intervenção da Santa Sé foram decisivos para a crescente influência destas Ordens na sociedade medieval, bem como para a construção de amplos conjuntos conventuais. Esta conjugação de vontades entre o papado e a coroa é aliás comum ao processo de implantação dos franciscanos nos domínios da Coroa de Castela. É de realçar contudo que, como notou José Mattoso, as dificuldades na implantação conventual de franciscanos e dominicanos registaram-se, principalmente, em cidades com um denominador comum: os centros urbanos que pertenciam ou que estavam sob a forte influência de senhorios ou instituições ecleseásticas que detinham todo o monopólio, ou quase, das estruturas civis e religiosas dos aglomerados. As áreas ocupadas pelas cidades de Braga e do Porto correspondiam aos coutos dos respectivos bispos, Leiria estava integrada na jurisdição de Santa Cruz de Coimbra, Guimarães sob a forte influência da Colegiada de Santa Maria e Estremoz pertencia, ainda que parcialmente, à Ordem de Avis 2.
Data de 1241 a fixação dos franciscanos no Porto depois de um acordo
realizado entre a Santa Sé, o bispo e o cabido, segundo Baquero Moreno. A bula de Inocêncio IV de 1244 Dolentes accepimus et referimus cum rubore permitiu a construção do convento em localização já previamente acordada, ordenando ao bispo de Santiago de Compostela que se deslocasse ao Porto para benzer a primeira pedra e defender os franciscanos do clima hostil que lhes era movido pela igreja do Porto. A igreja de São Francisco do Porto corresponde a um exemplar típico das igrejas das ordens mendicantes do gótico médio português que, ainda no século XV, como aconteceu em Guimarães, se mantem desde o século XIII 6. Estas duas igrejas apre- sentam construções renovadas já nos séculos XIV ou XV.
A igreja do convento de São Francisco de Guimarães corresponde a uma
construção do século XV que substituiu a primeira edificação franciscana, iniciada em 1290. Este primeiro templo terá sido destruído em 1325 por estar demasiado próximo da muralha, colocando em risco a segurança da vila. Em 1400 o rei D. João I autorizou a nova construção. Igualmente em Guimarães, o convento de São Domingos apresenta um templo iniciado no último quartel do século XIV cujo estaleiro se prolongou no século XV. A cabeceira foi alterada no século XVIII (1774) bem como o portal (1770).
Chegados a Portugal por volta de 1220 os dominicanos e, logo depois os
franciscanos, irão exercer uma grande influência nas cidades portuguesas, tanto ao nível do ensino e da pregação como ao nível dos programas construtivos de igrejas e conventos. Só depois de 1312, quando o papa lhes concedeu a regalia de poderem pregar nas suas próprias igrejas, é que a sua arquitectura se consolidará. É durante o reinado de D. Afonso III que as igrejas portuguesas começam a ser integralmente programadas segundo as técnicas e a espacialidade góticas, apesar de o estilo ter entrado em Portugal mais precocemente, como atestam a abadia cisterciense de Santa Maria de Alcobaça – iniciada em 1178 – e o Claustro da Sé-Velha de Coimbra (1218). No entanto, os seus programas claramente góticos, constituem excepção no panorama das grandes construções realizadas ao longo da primeira metade do século XIII, já que a maioria continua a ser marcada pelas formas, as soluções construtivas e a espacialidade tipificadas pela arte românica.
O gótico português raras vezes se reporta ao modelo originado na Île-de-
France em meados do século XII. Não temos, em Portugal, as grandes catedrais ao modo de Chartes ou de Amiens, nas quais facilmente identificamos o estilo gótico de matriz francesa. Na Galiza há vários exemplares de igrejas conventuais que permitem o estabe- lecimento de paralelismos tipológicos com a arquitectura mendicante portuguesa, sobretudo no que diz respeito ao Norte de Portugal. É de referir contudo, que há diferenças consideráveis entre as arquitecturas mendicantes galega e portuguesa. A maioria das primeiras apresenta uma nave única enquanto em Portugal as igrejas mendicantes adoptam sistematicamente três naves, exceptuando as igrejas das clarissas. No entanto alguns destes exemplares mostram igrejas de três naves como é o caso de Santa Clara de Santarém. A semelhança de algumas soluções entre os exemplares galegos e portugueses é um tema que necessita de um maior aprofundamento. A igreja de São Francisco do Porto é composta por três naves e transepto alto e saliente. No interior, a altura a que sobem os arcos formeiros e a dimensão dos tramos criam um espaço comunicante ao qual a modelação da luz, através dos vãos da cabeceira, das janelas altas da nave central, das janelas do topo do transepto e da rosácea da fachada principal, confere um sentido de unidade.