Projeto Integrador - Edificação Institucional
Projeto Integrador - Edificação Institucional
Projeto Integrador - Edificação Institucional
EDIFICAÇÃO INSTITUCIONAL
Marília Dorador Guimarães
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SUMÁRIO
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1 CONCEITO E DEFINIÇÕES
Apresentação
O termo HIS quer dizer que são habitações voltadas a um mercado específico e que
seguem regras muito bem definidas. No Município de São Paulo, o Decreto 56.759 de 7
de janeiro de 2016 estabelece normas específicas a serem seguidas por este tipo de
projeto, segundo as diretrizes do Plano Diretor, de 2014.
Com relação ao produto final, você desenvolverá o projeto da habitação social (HIS),
com base em um programa de necessidades pré-determinado, na metodologia e nas
referências de projetos residenciais. O objeto projetual deverá atender aos aspectos
técnico-construtivos formais e funcionais; norma de acessibilidade (NBR 9050) e
adequações de ergonomia e antropometria; desenho universal; e conceitos de
conforto ambiental.
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O produto final resultará nas seguintes peças gráficas: propostas de implantação com
definição de acessos; circulações horizontal e vertical; proposta paisagística (indicação
de espécies vegetais, massas arbóreas, caminhos e circulações permeáveis e
impermeáveis); plantas dos pavimentos; e cortes e elevações para melhor
entendimento do projeto final.
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Por volta do final do século XIX e na virada no século XX, evoluía o pensamento da
necessidade da produção de moradias para a população carente, tanto nos Estados
Unidos quanto na Europa. Surgem as políticas públicas no setor da habitação. Crescia o
pensamento da necessidade de produção de moradias, diretamente ligada às ações
de pôr um fim aos cortiços, bem como situações precárias de moradia, e propor a
qualidade de vida e bem-estar social das pessoas através da implementação de um
sistema de saneamento adequado.
A crise da cidade industrial era uma questão emergencial que atingia as diversas
classes. A condição das cidades industrias era insustentável. Não era mais possível
continuar mantendo as classes operarias sob conformações de habitabilidade tão
precárias, entretanto a economia liberal não favoreceu a construção habitacional
neste período.
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Após a Segunda Guerra Mundial, com a devastação das cidades, muitas pessoas foram
prejudicadas, ficaram sem suas moradias e precisavam se abrigar devido a esses
conflitos. Os projetos de habitação social ganharam força tanto na Europa quanto nos
Estados Unidos. As características desses projetos voltados ao Interesse social eram
que os materiais construtivos eram mais acessíveis e as técnicas construtivas
racionalizadas, ou seja, eram erguidas muito rapidamente. A Revolução Industrial
muito contribuiu para a racionalização das construções. As cidades também
precisavam se reestabelecer, pois encontravam-se destruídas pela Guerra.
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Tabela 1.1 - População na Cidade de São Paulo por distritos (1886 – 1990)
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Em 1923 a Lei Elói Chaves deu origem às Caixas de Aposentadoria e Pensões (CAPs).
A previdência social no Brasil deu seus primeiros passos em 1923. A Lei Eloi Chaves
criou as Caixas de Aposentadorias e pensões (CAPs), que eram organizadas por
empresas e empregados. As CAPs operavam em regime de capitalização, porém eram
estruturalmente frágeis, não haviam muitos contribuintes, outro fator de fragilidade
da CAPs era o grande número de fraudes na concessão de benefícios.
Nos anos de 1933 a 1938 houve a criação dos IAPs (IAPI – Industriários | IAPE –
Estivadores). O Instituto de Aposentadoria e Pensões tem o objetivo de criar um
regime próprio de Previdência Social, para atender os funcionários de cada município.
Os Institutos de Aposentadoria e Pensão (IAPS) foram as primeiras instituições públicas
que investiram na questão habitacional.
Com a criação do Estado Novo, período em que Getúlio Vargas está no poder, nos anos
de 1937 a 1945 (Ditadura do Estado Novo – governo populista), a questão da
habitação passou a receber maior atenção nesse período. Foi no cetro dessas ideias
que o modelo da casa própria ganhou força. Para aceitação desse novo modelo de
moradia proposta pelo atual presidente, o trabalhador pagador de alugueis teria que
ser reeducado para adquirir sua própria casa.
Foram construídas vilas operárias, assim como favelas e cortiços foram desocupados
em nome da salubridade, principalmente em Salvador e Rio de Janeiro.
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Em 1946, Eurico Gaspar Dutra criou a Fundação da Casa Popular (FCP), com o objetivo
de centralizar a política pública de habitação, destinando-se, principalmente, ao
financiamento da construção das habitações e que previa estudos e publicações de
catálogos com informações sobre barateamento de imóveis a fim de criar padrões de
construção acessíveis.
Tanto os IAPs quanto o FCP se caracterizaram por uma política pública fraca e
incompleta, com relação ao intento da moradia popular. Pois somente os
trabalhadores associados tinham o direito de financiar um imóvel ou um terreno,
ficando a população de mais baixa renda sem direito à aquisição desse processo.
Somente eram merecedores desse programa, os trabalhadores vinculados, associados
aos sindicatos, que tinham carteira assinada.
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Outro exemplo é o Edifício Japurá, localizado em São Paulo. O projeto foi elaborado
em 1940 pelo arquiteto Eduardo Knesse de Mello. Em um local antes ocupado pelo
maior conjunto de cortiços da região central de São Paulo. Foram empregados de
forma pioneira os princípios da “unité d’habitation” de Le Corbusier, como modelo
para a habitação vertical de interesse social.
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Segundo Bonduki (2014), no início dos anos 2000 o direito a habitação é ampliado
constitucionalmente como direito social. Conseguinte, no ano de 2001 surge o
Estatuto da cidade, norma que regula a ordem pública, assim como uso de
propriedade urbana em beneficio comum.
Neste âmbito, surge o “Projeto moradia”, nos anos 2000, proposto pelo Instituto Lula,
com o fim de ampliar o acesso ao credito e baratear a produção habitacional.
Além do PAC, surgiram o Programa Minha Casa Minha Vida em 2009, e o Fundo
Nacional de Habitação de interesse Social em 2006.
Conclusão
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REFERÊNCIAS
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O ato de projetar pode parecer uma tarefa árdua e complicada, mas é possível
alcançar essa síntese criativa aprendendo a percorrer o caminho, do começo ao fim, a
partir da coleta e análise de informações até a fase criadora, quando as condições
adequadas à explosão da síntese de ideias criativas surgem.
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Mas a temática arquitetônica é muito variada. Ela deve ser tão ampla quanto a
variedade das atividades humanas na sociedade. Nesta disciplina, abordaremos o tema
da habitação, voltada à habitação de interesse social.
Projetar um edifício é, em sua essência, o ato de criação que nasce da mente de uma
determinada pessoa, o projetista. É fruto da imaginação criadora, da sensibilidade do
autor, de sua percepção e intuição própria. Projetar é resultado do pensamento.
Sendo assim, é algo de difícil controle, interferência e ordenamento.
O conceito criativo deve estar na veia do processo projetual do arquiteto, assim como
dos vários segmentos de profissões que trabalham com a expressão artística criativa.
Dizemos que criatividade é a ação de criar, de dar vida, inventar, descobrir algo. A
criatividade está associada à liberdade, para criarmos precisamos de um ambiente
conservador, repressor, pois nada contribui para a ação criativa.
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A primeira etapa visa dotar o arquiteto dos dados teóricos necessários à adoção do
partido. É o estabelecimento das regras do jogo, do uso dos parâmetros, da
manipulação das variáveis. As informações dessa etapa são as de natureza conceitual,
referentes às variáveis teóricas, de conceito.
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Neste bloco utilizaremos um pouco dos conceitos dos diagramas para a análise de um
estudo de caso pertinente ao nosso tema projetual, trata-se de habitação social. Segue
a Apresentação do estudo de caso: Edifício de Habitação Jardim Edite, localizado em
São Paulo/SP.
Áreas:
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O conjunto Habitacional do Jardim Edite foi projetado para ocupar o lugar da favela
que tinha o mesmo nome, localizado na Zona Sul de São Paulo. Próximo a uma área
nobre, Avenida Berrine, é um dos pontos mais significativos para o recente
crescimento do setor financeiro e de serviços de São Paulo (VADA, S.D.)
Saiba mais
Para ver mais detalhes da obra como fotos, detalhes da planta e uma descrição mais
aprofundada do projeto acesse a página a seguir:
<https://bit.ly/37N5qau>
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Saiba mais
Para ver mais detalhes da obra como fotos, detalhes da planta e uma descrição mais
aprofundada do projeto acesse as páginas a seguir:
<https://bit.ly/33UPK3V>
<https://bit.ly/3lYS6Vs>
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Conclusão
Neste bloco foi possível analisarmos dois estudos de caso. O conjunto habitacional
Jardim Edite e o conjunto habitacional Heliópolis Gleba. O estudo de ambos deve atuar
de maneira significativa como referência projetual arquitetônica. No âmbito da
concepção habitacional coletiva. Através das análises dos estudos de caso, constatou-
se os principais componentes que poderão servir de referência ao se projetar a
habitação de interesse social.
REFERÊNCIAS
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Apresentação
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Santo Amaro foi declarado bairro da cidade de São Paulo apenas em 1935, até então
era município. O município abrangia todo o território que ficava ao sul do Córrego da
Traição, hoje em dia canalizado e parte da Avenida dos Bandeirantes, estendendo-se
até a Serra do mar (ESCUDEIRO, 2016).
O terminal Santo Amaro (ônibus) possui uma área total de 51 mil metros quadrados e
capacidade para atender 175 mil passageiros por dia. No mesmo complexo está
localizada a estação Metro ferroviária atendida pelas linhas 5–Lilás e 9–Esmeralda,
localizada no distrito do Jardim São Luís (na Linha 5–Lilás) e no distrito de Santo
Amaro (na Linha 9–Esmeralda), na Marginal Pinheiros.
Saiba Mais
Explore a região do projeto no Google Maps e Google Street View. Apenas digite o
endereço “Av. Padre José Maria, 545 - Santo Amaro, São Paulo - SP, 04753-060"
nocampo de pesquisa que pode ser acessado pelo link a seguir:
<https://www.google.com.br/maps/@-23.6699129,-46.7381877,15z>
3.3 Setorização
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Este setor está amplamente atrelado aos outros. É responsável pela conexão das áreas
de permanência, passeio urbano e demais usos específicos destinados à área que
integra a questão da consciência ambiental (por meio do paisagismo) que se faz
necessária a todo o território.
Programa Global
Setor habitacional:
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• Comércio – pequenas lojas para suprir os moradores do HIS como por exemplo
padaria, minimercado, lojas de pequeno porte, papelaria, etc.
No Município de São Paulo, que é o local da área projetual escolhida, o Decreto 56.759
de 7 de janeiro de 2016 estabelece normas específicas a serem seguidas por este tipo
de projeto, segundo as diretrizes do Plano Diretor de 2014.
O número de unidades habitacionais por lote possui um limite de 300 (podendo chegar
a 500 se for atender o Programa “Minha Casa Minha Vida” e devidamente justificado
em projeto.
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Figura 3.2 - Mapa de Zoneamento da região de Santo Amaro - Destaque para ZEIS-3,
parte do terreno escolhido
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b. TO = 0,70;
c. GABARITO = NA.
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Conclusão
REFERÊNCIAS
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4 SETORIZAÇÃO DE AMBIENTES
Apresentação
Até então, não se discutia a questão da setorização em uma habitação, conforme nos
moldes atuais (sala de estar, sala de jantar, cozinha, dormitórios, banheiros, etc.). Com
a evolução das civilizações e culturas, nota-se, por exemplo, na sociedade greco-
romana, as pessoas mais abastadas financeiramente residiam em casas com diversos
cômodos, enquanto a maioria da população mais pobre vivia amontoada em barracos
insalubres nos arredores das cidades.
Com a Revolução Industrial que surgiu na Europa, em meados do século XVIII, mais
especificamente na Inglaterra, e o aumento populacional considerável, cerca de um
acréscimo de 50% no período de 1750 a 1801; alcançando, em 1901, mais de 40
milhões; observa-se a verticalização das moradias e começam a ocorrer
transformações significativas tanto na arquitetura quanto nos modos de construir,
com técnicas modernas e tecnológicas. Todos esses fatores influenciaram o desenho
arquitetônico das casas, as pessoas mais ricas, tinham suas moradias mais luxuosas e
os pobres viviam de forma desigual em cortiços, nas famílias mais simples, as casas não
tinham divisões precisas entre os cômodos.
Cada vez mais, as pessoas passaram a viver nas áreas urbanas, o modo de produzir e
viver se tornou mais acelerado, com isso, o aumento populacional nas cidades
explodiu. Muitas mudanças surgiram na vida das pessoas, a jornada de trabalho era
exaustiva, longas, as pessoas pouco ficavam em casas e as cidades não tinham espaço
suficiente para tantas moradias, o que ocasionou na redução do tamanho das
residências.
Foi nesse período que surgiram os primeiros prédios, com o avanço das técnicas
construtivas, ou seja, novos materiais como o aço foi incorporado no cimento,
surgindo o concreto armado.
Outro fator importante que marcou a evolução da moradia foi a invenção do elevador
de passageiros, em 1852. A invenção permitiu a verticalização das moradias.
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As casas sofrem mudanças radicais. Por exemplo, nas obras de habitação do arquiteto
Villanova Artigas, observamos uma setorização dos ambientes onde a área privativa
fica “isolada” dos demais setores da casa, diferentemente da planta do período
colonial que posicionava este espaço em uma região central da casa, trocando de lugar
com o setor de serviço.
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O arquiteto emprega o uso dos grandes vãos abertos, utilizando a técnica construtiva
do concreto armado e aparente como material de edificação, o que resulta na
integração dos ambientes da casa, diferentemente da tradição da casa colonial
brasileira.
O segundo CIAM, que ocorreu em 1929 em Frankfurt, teve como tema à “La Vivienda
para el Mínimo Nivel de Vida”, levantando os fatores pertinentes à concentração em
massa da população, e questões da qualidade de vida e bem-estar social, necessário
para o homem viver bem, com qualidade e dignidade. As temáticas discutidas neste
período na Europa acabaram influenciando a produção de conjuntos habitacionais no
Brasil, sendo alguns princípios incorporados, mas com algumas ressalvas sendo que a
realidade brasileira é diferente da realidade Europeia.
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Durante o II CIAM, foi discutido que, para resolver o problema da habitação mínima,
seria preciso aplicar métodos novos e simples, que permitissem elaborar os projetos
necessários e se prestassem à industrialização. As funções da vida doméstica exigem
espaços compactos, a indústria pode produzir as primeiras máquinas
(eletrodomésticos) em série a baixo custo.
A Unite d´habitation foi construída em concreto armado aparente, que era o material
mais acessível na Europa pós-guerra. Construída em 1946, abrigava cerca de 1.600
habitantes divididos entre dezoito pavimentos, cada andar possui 58 apartamentos
duplex acessíveis a partir de um grande corredor interno de três andares. Um dos
aspectos mais interessantes e importantes do projeto é a organização espacial das
unidades residenciais. Le Corbusier projetou as unidades para abranger toda a largura
do edifício, bem como ter um espaço de estar com pé-direito duplo, reduzindo o
número de corredores necessários para um a cada três pavimentos.
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4.3 Acessos
A planta deve ter a indicação bem definida dos acessos à edificação. Os acessos podem
ser setorizados por acesso social e acesso de serviços.
Saiba Mais
Acesse, por meio do link abaixo, um artigo sobre o conjunto habitacional Pedregulho
no Rio de Janeiro, projetado por Affonso Eduardo Reidy.
<https://bit.ly/3gwNGnD>
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São elas:
Conclusão
Neste bloco foi possível observar questões pertinentes ao projeto arquitetônico, como
a setorização, que é muito é importante ao se pensar na habitação. O projeto de
habitação deve compreender as questões funcionais e formais da arquitetura, como
atender corretamente as normas construtivas e do desenho arquitetônico. Foi possível
analisarmos projetos de habitação em que há setorização das áreas, deixando o
projeto funcional, sem deixar de lado as questões formais.
REFERÊNCIAS
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Apresentação
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Apesar da cozinha/copa se encaixar como área de serviço, o seu uso, pode estar
integrado à sala de jantar, o que a torna também área social ou coletiva.
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Figura 5.2 - Tipologias de unidades habitacionais do HIS Jardim Edite - Áreas sociais
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A escolha pela forma laminar pelos urbanistas modernos basicamente é a mesma que
aproximou os arquitetos, a ausência de hierarquia entre as partes, capacidade de
crescimento ilimitado, equivalência de condições para os distintos elementos, relação
de proximidade entre o espaço interior e o espaço exterior. Em Frankfurt, Ernst May,
coordena entre 1925 e 1930 a construção de 15.000 unidades em distintos conjuntos
chamados de “siedlungen” que, apesar de intervenções pulverizadas no tecido urbano,
apresentam uma grande coerência.
A forma adotada por Lucio Costa é um quadrado de 280x280 metros onde as pessoas
podem circular livremente sem bloqueios ou obstáculos, sendo o térreo público,
densamente arborizada.
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As Superquadras possuem uma faixa verde, que promove uma identidade a cada
superquadra e um passeio sombreado ao pedestre. De acordo com Lucio Costa apud
Campos (2014), “A disposição dos edifícios é de forma livre e variada, tomando o
cuidado de respeitar apenas dois princípios; o gabarito máximo, talvez seis pavimentos
e pilotis, e a separação do tráfego de pedestres e veículos”.
Conclusão
Neste bloco foi possível observar questões pertinentes ao projeto arquitetônico, como
a setorização é importante ao se pensar na habitação. Vimos que a funcionalidade é
um princípio muito importante na concepção do projeto arquitetônico. Em uma
residência não é diferente, pois cada ambiente é responsável por atender uma função
diferente, por isso estudamos a setorização conforme as áreas social e coletiva; área
intima; e área de serviços.
REFERÊNCIAS
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As definições que a Norma 6492 traz com relação aos seguintes itens, são:
• Planta de situação;
• Planta de edificação;
• Corte;
• Detalhes ou ampliações;
• Escala;
• Programa de necessidades;
• Memorial justificativo;
• Especificação.
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Planta de Situação
É uma vista geral externa à edificação, apresentando como base um plano horizontal
situado acima da edificação. Em geral, as plantas são desenhadas na escala de 1:500,
1:1000 ou 1:2000, segue abaixo um modelo de planta de situação.
Planta de Locação
De acordo com a norma NBR 6492:1994, a planta de situação ou locação deve indicar:
• Indicação do Norte;
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• Escalas;
A Planta é uma vista interna da edificação. Tem como referência um plano horizontal
que corta a construção a uma altura de aproximadamente de 1,50m acima do piso.
• Indicação do Norte;
• Cotas gerais;
• Escalas;
• Sistema estrutural;
• Eixos do Projeto;
• Cotas complementares.
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Figura 6.1 - Plantas das tipologias do Conjunto habitacional Anayde Beiriz em João
Pessoa - PB
6.3 Cortes
Assim como a planta, o corte apresenta objetos cortados que deverão ter sua
espessura destacada. A escala adotada deverá ser a mesma aplicada à Planta.
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• Cotas gerais.
• Escalas.
• Sistema estrutural.
• Eixos do Projeto.
• Cotas complementares.
Os elementos cortados pelo plano são feitos com traço grosso. Nas partes restantes
usa-se o traço fino.
6.4 Fachadas/Elevações
As fachadas são planos verticais que devem ser elaboradas após os cortes. Nelas se
deve mostrar os materiais de revestimentos que são escolhidos pelo arquiteto.
Não se deve mostrar as linhas de cotas e cotas nas fachadas. Evidenciar a hierarquia
dos volumes do corpo da edificação. A hierarquia dos volumes sempre se dará pela
utilização de linhas mais grossas, para os volumes que acontecem em um primeiro
plano, e à medida que se afastam do campo de visão, o traço vai ficando mais fino. Ou
seja, a fachada é a planificação das vistas, é exatamente o visual externo das
edificações.
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Não existe uma norma que afirme a quantidade de fachadas a desenhar. O importante
de se levar em conta é o nível de detalhamento dos elementos constituintes do
projeto.
Sempre devemos nos atentar para a representação correta e idêntica ao seu formato.
Representar todas as linhas que identificam as molduras, caixilhos, venezianas,
peitoris, bem como suas subdivisões.
Com relação às portas, precisamos nos atentar para os detalhes do tipo de porta,
detalhes nas folhas, almofadas, etc. Outro detalhe importante é a representação das
guarnições, soleiras e a correta posição das fechaduras a uma altura de 1,00 m.
Materiais de Revestimentos
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Detalhes compositivos
Croquis
Pode ocorrer, algumas vezes, que o trabalho final não tenha muita relação com o
croqui, já que esta passa por diversas alterações em seu andamento. Mas, não deixa
de ser uma importante etapa de criação do processo projetual.
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Geometria tridimensional
Basicamente, são três tipos de perspectivas. Elas são axonométrica, obliqua e cônica.
Existem diversos modos de sistemas de representação gráfica de perspectivas, com um
ponto de fuga, com dois pontos de fuga, com três pontos de fuga.
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Perspectiva Oblíqua
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Perspectiva Cônica
A perspectiva cônica também possui três variações. Elas são um ponto de fuga, dois
pontos de fuga e três pontos de fuga. No entanto, este tipo de perspectiva é a única
que representa com exatidão como o olho humano vê o mundo, por isso, ela é a mais
utilizada na arquitetura.
A principal característica desse tipo de perspectiva é que as linhas que antes eram
paralelas agora são desenhadas de forma oblíqua, tendo origem em um PF (ponto de
fuga). No entanto, as linhas referentes à altura e largura permanecem sem alteração.
Conclusão
Cada etapa do projeto arquitetônico tem uma especificidade. Com relação as etapas
do desenho, vimos que, na planta e no corte, são mostrados alguns elementos, já nas
fachadas são mostrados outros. Devemos ter bem claro o entendimento com relação a
normas técnicas de desenho para não cometermos futuros enganos ao projetar.
REFERÊNCIAS
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NEUFERT. E. Arte de projetar em arquitetura. 18 ed. São Paulo: Editora Gustavo Gili,
2013.
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