A Condição Jurídica Do Nascituro No Brasil
A Condição Jurídica Do Nascituro No Brasil
A Condição Jurídica Do Nascituro No Brasil
CURSO DE DIREITO
A CONDIÇÃO JURÍDICA DO NASCITURO NO BRASIL
TATIANE CURTINAZ CRUZ ANTUNES
WESLEY EDUARDO GOMES DA ROSA
RESUMO
A ideia deste trabalho é divulgar os debates recentes e atuais relacionados ao tema,
analisando-os à luz doutrinária e de nosso ordenamento jurídico pátrio. Para isso,
pretende-se delinear à proteção jurídica conferida ao nascituro desde sua concepção até
o nascimento com vida, passando a exercer seus direitos de personalidade conferidos pelo
Código Civil. Traça uma análise a respeito das três principais teorias referentes a situação
jurídica do nascituro, desde a concepção intrauterina até o nascimento.
1 INTRODUÇÃO
O Direito Civil é o ramo do direito que lida com as relações de ordem privada, os
vínculos formados entre as pessoas, físicas e jurídicas, designando os bens suscetíveis à
proteção jurídica e as relações obrigacionais.
No Brasil, embora, o Código Civil de 2002, no art. 2.º do Estatuto legal que se
refere à normatização da situação do nascituro, existe uma vasta discussão teórica sobre
as consequências relacionadas a legitimação dos direitos concedidos. Assim, faz-se
necessário descrever a atual condição jurídica do nascituro tendo em vista as teorias
doutrinárias existentes na jurisprudência brasileira.
Neste sentido, este estudo apresenta a seguinte questão: Como ocorre a proteção
jurídica do nascituro no Brasil, desde a sua concepção até o nascimento com vida
passando a exercer seus direitos de personalidade conferidos pelo Código Civil?
Este artigo está estruturado em duas seções, além desta introdução. Na seção 2
concerne à tutela jurídica do nascituro, analisando os fundamentos e direitos conferidos
a este, segue-se com o estudo das escolas doutrinárias quanto ao início da personalidade
civil do nascituro, na perspectiva da teoria natalista, condicional e concepcionista.
Nascituro é “o que está por nascer”, ente já concebido, momento em que ocorre a
fusão dos gametas, a junção do óvulo ao espermatozoide formando o zigoto ou embrião,
implementado nas paredes do útero materno, ainda não nascido (PAMPLONA FILHO;
ARAÚJO, 2007, p. 4).
para se constatar que nasceu com vida, utiliza-se da docimasia respiratória, que
é quando se colocam os pulmões do recém-nascido em água em uma certa
temperatura e através disto verificando que os pulmões flutuaram o diagnóstico
é de que houve vida, mesmo que por alguns segundos apenas, ou seja, o recém-
nascido chegou a respirar, viveu.
Não sem razão, o art. 2º do Código Civil declara que todos os direitos do nascituro
estão assegurados desde a concepção. “Art. 2º A personalidade civil da pessoa começa
do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do
nascituro” (BRASIL, 2002).
Ao nascituro é conferido o direito de filiação ao qual há a possibilidade do
reconhecimento pelos pais anterior ao nascimento do filho. Com força no artigo 1. 609,
parágrafo único do Código Civil sobre o reconhecimento de filho antes de seu nascimento
ou após seu óbito, discorre:
Caso nascer morto a sucessão será ineficaz, pois o feto será dado como se nunca
tivesse existido. Mas, nascendo com vida, ou seja, respirando, terá este a plena
capacidade para suceder (RIBEIRO, 2016).
Bem como o direito de receber doações conforme o art. 542 do Código Civil de
2002 “A doação feita ao nascituro valerá, sendo aceita pelo seu representante legal.” Entre
outros consagrados em nosso Ordenamento Jurídico Pátrio.
Portanto, podemos constatar, por meio de alguns exemplos, que o Código Civil
Brasileiro dispendeu alguns direitos ao nascituro.
Para Claudia Regina Magalhães Loureiro, no que diz respeito à referida teoria,
inicia-se a personalidade a partir da concepção desde que nasça com vida, contudo, coloca
em xeque o fato de os direitos de personalidade serem irrenunciáveis, absolutos,
independentemente do nascimento com vida” (LOUREIRO, 2006.).
Vejamos:
Neste sentido, verifica-se que tal corrente doutrinária é a que tem prevalecido na
jurisprudência da Corte Superior.
2.3 METODOLOGIA
A técnica de pesquisa utilizada foi qualitativa, exploratória e bibliográfica,
extraída das leis, doutrinas, jurisprudência e artigos científicos, possibilitando explorar e
descrever fenômenos, bem como identificar relações de causa e efeito do tema exposto.
3 CONCLUSÃO
Após breve verificação do tema, verifica-se que o direito brasileiro tutela, ainda
que de forma incipiente, os direitos do nascituro e do embrião. Por obvio, os direitos
garantidos não são exatamente àqueles dados à pessoa nascida com vida, malgrado, ainda
lhe são garantidos certos direitos que estão previstos pelo nosso ordenamento, e inclusive,
reconhecidos na prática, no cotidiano, nos diversos âmbitos do direito.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AGUIAR. Direito do nascituro. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano
21, n. 4858, 19 out. 2016. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/48678. Acesso em:
01/4/2023.
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça, REsp 399.028/SP, 4.ª Turma, Rel. Min. Sálvio
de Figueiredo Teixeira, j. 26.02.2002. DJ 15.04.2002. Disponível em
https://www.stj.jus.br/websecstj/cgi/revista/REJ.cgi/IMG?seq=18388&nreg=200101473
190&dt=20020415&formato=PDF. Acesso em 01/04/2023.
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro/ parte geral. 4 ed. 1v. São Paulo:
Saraiva, 2007.
TARTUCE, Flavio. Manual do direito civil. 10ª ed. Vol. Único. Rio de Janeiro: Método,
2020.