Ricardo Roque Santos
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RESUMO
O objetivo deste trabalho é trazer uma análise acerca dos direitos do nascituro. Buscando
entender o que vem a ser nascituro, já que não é um termo vastamente utilizado. Além disso,
se deve lembrar que há a necessidade de saber quando a começa a vida do ser humano. Em
contrapartida, se deve atentar não só para o início da vida, mas também para o início da
aquisição de direitos. Para tanto, é necessário estudar e investigar os preceitos que envolvem
as teorias que buscam explicar os direitos do nascituro, quais sejam, teoria natalista, teoria da
personalidade condicionada e teoria concepcionista. Seguindo às teorias, é necessário também
a análise de qual teoria é adotada pelo Código Civil e ainda qual teoria tem sido utilizada
pelos tribunais superiores. Para alcançar essas respostas, foi utilizada uma metodologia de
cunho bibliográfico, com abordagem qualitativa, com analises em materiais já publicados
como livros, revista, artigos científicos, internet e monografias.
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Acadêmico(a) do nono período de Direito, pela Universidade de Rio Verde, Campus Caiapônia, GO.
2
Orientador, Especialista em Direito. Professor da Universidade de Rio Verde Campus Caiapônia.
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1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho trata sobre o direito do nascituro buscando entender sua aplicação,
visando ver eficácia das normas, a importância do tema, não é só por causa de sua polêmica,
mas pela sua grande relevância no ramo do direito civil, apesar de ser um tema atrelado ao
Código Civil de 2002, o mesmo encontra-se em constante atualização e ainda uma grande
aplicação, aproveitando tudo isso, será tratado levantado suas implicações jurídicas.
Além disso, tomando por base que nascituro é o ser que já foi concebido, porém ainda
está sendo gerado no útero da sua mãe. Sendo isto de grande relevância para o direito, pois é
um ser que já goza de direitos, isto muito preocupa, pois mesmo sendo um ser não nascido
este tem os seus direitos resguardados pela lei, e muitos destes direitos estão sendo violado,
um deles é o direito à vida.
O termo nascituro vem do latim "nascituru" que significa "aquele que há de nascer".
Na época dos direitos romanos já existiam leis que regiam sobre os nascituros, direito que
eram protegidos desde a sua concepção. Por outro lado, o direito civil trata de forma
específica sobre os direitos do nascituro, resguardando direitos a um ser que ainda não nasceu,
mas que se encontram no ventre de sua mão em constante evolução.
Outrossim, a doutrina e jurisprudência deve tratar o tema com cautela, pois estamos
falando de uma gestação, a qual o bebê pode nascer com vida ou não, sendo assim, temos que
entender a partir de qual momento os seus direitos se concretizam. Levando isso em
consideração, se faz necessário delimitar o tema, em direito do nascituro, tentando entender
como tem sido a aplicabilidade da norma.
Quando falamos do nascituro, devemos ter uma preocupação, pois estamos tratando de
um ser que tem capacidade postulatória para defender seus direitos, portanto surge a seguinte
indagação acerca do tema: quais são os direitos assegurados ao nascituro?
Enfim se faz necessário uma maior explanação detalhada a respeito dos direitos do
nascituro, para assim se buscar uma melhor compreensão. O presente projeto procura mostrar
a importância tanto social, como jurídica dos direitos resguardados ao nascituro.
2 REVISÃO DE LITERATURA
Nascituro, é o sujeito que já foi gerado e está passando por um processo para nascer,
mas ainda se encontra no ventre materno, ou seja, ainda não nasceu. O entendimento acerca
do mesmo, é que biologicamente ele já possui vida, mas juridicamente deve cumprir alguns
requisitos, para ser detentor de direitos e obrigações.
Este termo originou-se do latim nascituru, que tem o significado daquele que ainda há
de nascer. Neste mesmo sentido, Diniz (1998, p.334), afirma que o nascituro é aquele que "há
de nascer, cujos direitos à lei põe a salvo. Aquele que estando concebido, ainda não nasceu e
que, na vida intra-uterina, tem personalidade jurídica formal [...]".
Seguindo este raciocínio, "nascituro é um ser que já foi concebido, mas ainda não
nasceu"(TARTUCE, 2013, p.117). Neste diapasão, é uma expectativa de vida, pois pode ou
não nascer vivo. Assim pode-se entender, que o nascituro depende de um direito futuro, que
será seu nascimento com vida ou não.
Rodrigues explica muito bem a história por trás do direito dos nascituros, conforme a
seguir:
Em Roma, encontra-se variados textos contraditórios, com adoções de duas teorias que
são a natalista e a concepcionista, na primeira, o nascituro é analisado como algo que só sai
das entranhas da mãe, sendo algo que não detém direitos, segundo sua legislação. Os
defensores da segunda teoria, dizem que "aquele que se encontra no ventre materno, deve ser
tratado como humano e, portanto, com direitos" (FIÚZA, 2004, p. 118 -119).
A Constituição Brasileira de 1988 foi omissa ao tratar dos direitos do nascituro, pois o
artigo 5° da Constituição deve ser lido em concordância com o artigo 2° do Código Civil,
atendendo os direitos essências ao nascituro.
Ao lermos o código civil, no artigo 2°, se percebe que o mesmo não e específico em
determinar quais são os direitos do nascituro, portanto, existem três teorias, que tentam
explicar os direitos do nascituro, quais sejam, natalista, condicionada e concepcionista, as
quais iremos abordar a seguir.
Seguindo o que ensina esta corrente, nascituro não é considerado pessoa, ou seja, já
tem vidas, mas não é detentor de direitos, já que o próprio Código Civil exige que para obter a
personalidade civil é imprescindível o nascimento com vida, sendo assim o nascituro tem
somente mera expectativa de direitos, em simples interpretação da literalidade da lei.
No útero, a criança não é uma pessoa, se não nasce viva, nunca adquiriu
direitos, nunca foi sujeito de direitos, (...). Todavia, entre a concepção e o
nascimento, o ser vivo pode achar-se em situação tal que se tem de esperar o
nascimento para se saber se tem algum direito, pretensão, ação, ou exceção
lhe deveria ter tido. Quando o nascimento se consuma, a personalidade
começa. (SEMIÃO, 2000, p.89.)
Críticas surgem a respeito desta, pois para a corrente doutrinária o nascituro não é
pessoa, seria ele uma coisa, uma vez que este não possui direitos. Os adeptos a está teoria
entendem que o nascituro não possui direitos, e que a personalidade jurídica se dar início a
partir do nascimento com vida, seguindo àquilo que está estabelecido no Código Civil. Sendo
assim, "[...] a personalidade jurídica começa com o nascimento com vida, o que traz a
conclusão que o nascituro não é pessoa, e ponto final” (TARTUCE, 2013, p.118)
Sendo assim, para esta teoria o nascituro não é considerado pessoa juridicamente, e
sim uma expectativa de vida, podendo exercer todos os seus direitos após o nascimento com
vida. Esta teoria traz inúmeros entendimentos contrários e até superados em diversos pontos,
enfim ainda adotada por diversos doutrinadores.
Nesta corrente o entendimento acerca do nascituro é que ele é uma pessoa virtual, ou
seja, sua personalidade está condicionada ao nascimento com vida do embrião. Seus direitos
são dependentes de uma determinada condição, ou seja, direito eventuais que poderão ou não
acontecer, que neste caso depende do nascimento com vida, do embrião. Conforme descreve
Flávio Tartuce:
2010, p. 32). Portanto, o que fica perpetrado por esta teoria vai de encontro com atual
legislação, pois para eles os direitos à personalidade só passariam a existir, após o nascimento
com vida, mas o Código Civil (art. 2º) deixa claro que o mesmo existe desde a concepção.
Neste sentido Teixeira de Freitas afirma que: “as pessoas consideram-se como
nascidas as pessoas formadas no ventre materno; a lei lhes conserva seus direitos de sucessão
ao tempo de nascimento". É de grande valia ressaltar que hoje esta é a teoria adotada por
grandes doutrinadores como: Renan Lotufo, Silmara Juny A. Chinellato, Maria Helena Diniz,
Pontes de Miranda, Flavio Tartuce e Rubens Limongi França entre outros renomados
doutrinadores.
Segundo Maria Helena Diniz, uma das maiores defensoras desta teoria, afirma que o
nascituro tem seus direitos resguardados, conforme expõe:
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Como reafirmado por Diniz, o nascituro tem seus direitos resguardados desde a sua
concepção, pois a partir de então esta passa a ter sua vida orgânica própria, ou seja,
independentemente de sua mãe.
Por fim com base no exposto acima observa-se que a teoria concepcionista se mostra
mais eficiente, em relação as demais, levando assim a maior adoção desta pelos grandes
doutrinadores, defendidos e aplicados em todo o ordenamento jurídico brasileiro.
Àquilo que está positivado no artigo 2º do Código Civil, qual seja, “A personalidade
civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção os
direitos do nascituro”, deixa claro que a intenção direta do legislador, é que a pessoa adquiriu
a personalidade, a partir do nascimento com vida.
Por tanto podemos perceber que para o início da personalidade jurídica, podem
acontecer de duas formas possíveis, nos quais são: o nascimento com vida, no qual a criança
ao ser separado do corpo da mãe recebe ar nos pulmões ou pelo método artificial,
procedimento chamado de docimasia hidrostática de Galeno ou docimasia pulmonar, ou seja,
ao nascer basta apenas um suspiro para que seja considerado o seu nascimento com vida.
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O Código Civil Brasileiro tem adotado a teoria Natalista, pois em seu artigo 2°, é bem
claro ao dizer "A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei
põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro". O legislador entende que o nascituro
tem direitos mais alguns deles só estão disponíveis, após o nascimento com vida, ou seja, só a
quem já existe fisicamente. O nascituro tem seus direitos resguardados, porém, para
ordenamento Jurídico é somente uma expectativa de vida. Vejamos o que Silvio de Salvo
Venosa diz:
O fato de o nascituro ter proteção legal não deve levar a imaginar que tenha
ele personalidade tal como a concebe o ordenamento. Ou, sob outros termos,
o fato de ter ele capacidade para alguns atos não significa que o ordenamento
lhe atribuiu personalidade. (VENOSA, 2005, p. 153.)
"O próprio Supremo Tribunal Federal, não tem uma opinião definida a respeito, sendo
que o mesmo tem aplicado as duas teorias, ora seguindo a teoria natalista, ora seguindo a
teoria concepcionista". (GONÇALVES, 2017, p.106). "Já o Superior Tribunal de Justiça tem
adotado a teoria concepcionista, conhecendo assim o nascituro como de direito a reparação do
dano moral". (GONÇALVES, 2017, p.107). Vejamos o julgado que reforça a tese da teoria
adotada pelo Superior Tribunal de Justiça conforme observa-se a seguir:
Enfim podemos perceber que o código civil brasileiro adota a teoria natalista, porém
podemos perceber que decorre do texto, que o Supremo Tribunal Federal (STF), não tem uma
opinião certa, pois o mesmo já fez uso das teorias natalista e da concepcionista, já o Superior
Tribunal de Justiça (STJ), tem adotado a teoria concepcionista, que acredita que o nascituro é
considerado ser humano.
Partindo das premissas estabelecidas, pelo Código Civil e ainda pela doutrina, vários
direitos são conferidos ao nascituro, dentre eles os mais importantes, o direito à vida, e ainda
o direito de receber doação ou ainda parte legitima em testamento e por fim o de ser
alimentado, através dos institutos da pensão alimentícia.
Entre os Direitos assegurados ao nascituro, com toda certeza este é o principal deles o
direito à vida. Conforme a Constituição Federal no seu artigo 5° que fica estabelecido que
“todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, liberdade,
à igualdade, à segurança e à propriedade [...]”. Como vimos o direito à vida é garantido pela
constituição, sendo assim cabe ao Estado assegura esse direito à todos para que possam
prosseguir com suas vidas.
Mas conforme Alexandre de Moraes esta condição não está imposta somente a nós
que já nascemos vivos, mas também aos nascituros, ensinando que “A Constituição, é
importante ressaltar, protege a vida de forma geral, inclusive a uterina.” (MORAES, 2004, p.
66).
Mais uma vez afirma que o nascituro também é detentor deste direito. Não cabe
somente ao Estado assegurar ao nascituro o direito à vida, mas também a própria genitora,
deve proteger o nascituro. Cabe à genitora não atentar contra o nascituro, de maneira que
venha acabar com a vida, que se desenvolve em seu útero.
O código Penal visando proteger a vida do nascituro, prevê nos artigos 121 à 127 os
crimes contra à vida, dentre eles, inserido o aborto nos artigo 124 à 127. Neste caso, o
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legislador visou punir àqueles que atentam contra a vida do feto, visando punir desde àquele
que pratica o verbo (aborto), até àquele que auxilia.
Nestes termos, o direito à vida é de suma importância, seja este nascido ou concebido
não importa nem mesmo a teoria adotada, mas que esse direito cabe ao nascituro.
Portanto, firma ainda sua decisão no art. 4° da lei n° 6.197/1974, nos quais assegura
a reparação do dano no caso de morte, no sentido do art. 2° do código civil que coloca a salvo
os direitos do nascituro. Com decisão da 4° turma para o pagamento do seguro obrigatório
(DPVAT), podemos observar e entende que os direitos dos nascituros têm sidos resguardados.
O nascituro também tem o direito de receber bens por testamento e de ser adoção. O
Código Civil retrata em seu artigo 1.798 que podem adquirir por meio de testamento as
pessoas nascidas ou já concebidas. Portanto, tomando por base que o nascituro é aquele que já
foi concebido, o ordenamento jurídico garante a possibilidade de em seu favor ser
resguardado tal direito. Afirma também que o nascituro tem capacidade sucessória, pois já
está em desenvolvimento o seu nascimento e meramente um requisito para o demais direitos
disponíveis aos nascidos.
Se tratando da doação do nascituro, esta poderá ser feita por meio de escritura
pública ou instrumento particular, à letra do artigo 541 do Código Civil. O nascituro tem a
faculdade de receber doações segundo o artigo 542 do Código Civil, in verbis:
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Entende-se que o nascituro poderá receber doações desde que seus pais aceitem,
tendo e vista que a doação só se concretizará a partir do seu nascimento. Enquanto o seu
nascimento não ocorrer os pais são os cuidadores do bem ate o seu nascimento ocorrer.
Vale ressaltar que mesmo que o nascituro tenha respirado por um instante, e venha a
falecer logo em seguida, cumpriu-se o requisito da personalidade ao nascituro sendo assim os
bens doados a ele passarão aos seus acedentes. Conclui-se que o nascituro tem o direito a
doações, porém, deve se observar os requisitos para que a doação de efetive, o nascimento
com vida, pois não possuindo personalidade, não há como se transferir o bem imóvel.
Conforme a lei nº 11.804, lei de alimentos gravídicos trata sobre alimentos para a
mãe gestantes. Esta lei foi sancionada para que haja um auxílio material prestado por uma
pessoa à outra, para garantir suas necessidades essenciais. Garantindo assim uma dignidade da
pessoa humana. Conforme o art. 2° parágrafo único desta lei este alimentos devem ser
prestados pelo pai. Senão vejamos:
Como visto a os alimentos gravídicos são uma garantia de que a gestante tem para
requerer do suposto pai. O direito está disposto à gestante, porém é um benefício conferido ao
nascituro, pois a falta de alimentos em favor da gestante pode causar grandes danos
irreparáveis ao nascituro.
A prestação econômica tem como objetivo, promover uma gestação mais tranquila a
gestante, no que se refere à saúde do nascituro. O alimento gravídico cessa após o nascimento,
mas logo após será convertido em pesão alimentícia.
3 OBJETIVOS
4 METODOLOGIA
Está pesquisa é de cunho bibliográfico, sendo que seu referencial teórico está
constituído em livros, códigos, projetos, jurisprudências e sites, englobando o maior números
de informações para que permita um projeto com qualidade, sobre o tema proposto. Conforme
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Gil (2007, p.44) " A pesquisa bibliográfica é desenvolvida, com base em material já
elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos".
5 ANALISES E DISCUSSÕES
Embora o artigo 2º do Código Civil diga que "a personalidade civil começa do
nascimento com vida", a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça tem reconhecido
direitos aos ainda não nascidos. Em diversas decisões, o tribunal tem afirmado que o direito à
vida e à assistência pré-natal, por exemplo, são tanto da mãe quanto do nascituro. Mas não há
delimitação expressa de quais são esses direitos. Assim, o tribunal costuma aplicar as três
correntes doutrinarias, quais sejam, a teoria natalista adotada pelo nosso Código Civil, a teoria
concepcionista que se mostra a mais eficiente em determinados casos e a teoria da
personalidade condicional, a qual não é muito utilizada (Revista Consultor Jurídico, 2019).
Outrossim, é que a partir do seu nascimento o feto é tratado como um ser humano, o
nascituro é a pessoa que esperamos em um futuro que ainda há de ocorrer. Este é um futuro
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certo, contudo isto só acontecera por força alheia a sua vontade como no caso do natimorto ou
o aborto.
Aquele que há de nascer, cujos direitos a lei põe a salvo. Aquele que,
estendo concebido, ainda não nasceu e que, na vida intrauterina, tem
personalidade jurídica formal, no que atina aos direitos de personalidade,
passando a ter personalidade jurídica material, alcançando os direitos
patrimoniais, que permaneciam em estado potencial, somente com o
nascimento com vida. (DINIZ, 2008, p. 334).
Diante do exposto acima, discute-se sobre de que momento de fato se inicia a vida,
sendo que existem cinco teorias que tentam responder esse questionamento. A primeira linha
de pensamento defende que a vida começa a partir da fecundação, ou seja, no momento em
que o óvulo é fertilizado pelo espermatozoide. É uma das teses que possui o maior número de
adeptos.
Existe também quem afirme, numa segunda corrente, que a vida se inicia quando o
óvulo fecundado se fixa à parede do útero, quando este se preara para alimenta-se. Sendo
assim a partir desse momento o embrião a teria chances para-se desenvolver. Isso acontece lá
pela segunda semana após a fecundação. Já terceira corrente assegura que a vida humana dar-
se a partir da terceira semana de gestação, isto quando o embrião não pode mais se dividir. Já
a quarta teoria diz que vida se dar início na 24ª semana de gestação, quando os pulmões do
feto já estão formados e o feto tem condições de sobreviver fora da barriga da mãe. Já a quinta
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teoria preserva que a vida humana dar-se início a partir das primeiras terminações nervosas
isto na segunda semana de gestação.
Apesar de tantas opiniões a cerca das teorias, não existe um ponto certo para quando
surgi à vida, a mais conveniente dar-se inicio partir da fecundação do espermatozoide com o
óvulo assim considerado o inicio à vida.
Com base nos ensinamentos de Verônica, o direito a ser representado é conferido para
os filhos já nascidos com vida, mas também aos nascituros. A dimensão do artigo 1779 do
Código Civil de 2002, se dirige as tratativas de que haverá o direito de curatela ao nascituro
nos casos que falecer o pai, e ainda a genitora não estiver em possibilidade de exercer o
direito de família (LOPOMO, 2018).
Adiante, Verônica ainda confere quanto ao direito do nascituro figurar em meio a lide,
todavia, se dando pela figura de seu representante legal, pleiteando assim, os direitos a
alimentos, afirmação para reconhecer o filho nascituro, vez em que a lei confere ao pai a
possibilidade de reconhecimento do filho anteriormente ao seu nascimento. Ainda, vemos que
o nascituro também goza do direito de recebimento de doação, vez que a ele é conferida a
capacidade sucessória, tendo em vista sua vida já está em desenvolvimento, ou seja, o
nascimento seria somente um pré-requisito para receber os direitos de pessoas nascidas com
vida. (LOPOMO, 2018).
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através da presente pesquisa, foi possível compreender que nascituro, é aquele que já
foi concebido, porém ainda irá nascer, onde muitos doutrinadores entendem que este, ainda é
uma mera expectativa de vida.
Não menos importante, a teoria concepcionista, que não é adotada pelo Código Civil,
mas pela doutrina e se pode perceber em algumas situações a jurisprudência vem externando
sua tendência a aplica-la, pois esta, apesar de entender que os direitos só podem ser exercidos
após o nascimento com vida, entende ainda que pode ser resguardado, para que seja exercido
após o nascimento.
Ante todo o exposto evidente que o nascituro tem direitos e cada vez mais vem
ganhado o seu espaço, e com isso seus direitos cada vez mais resguardados como direito de
ser sujeito de direito em testamento e doação e o direito à alimentos para o nascituro.
Inclusive, a Lei Penal protege o nascituro intitulando com crime contra a pessoa o aborto.
Foi possível analisar através de jurisprudência do STJ, onde foi conferido o pagamento
de indenização do valor devido àquele que morreu em acidente automobilístico, mostrando
assim, que o nascituro tem vida, por mais que ainda esteja no feto, neste caso, se percebe que
tal norma tem eficácia, deixando claro o seu direito de nascer.
Por fim, é possível perceber que os direitos do nascituro, que estão mencionados no
nosso ordenamento jurídico, estão sendo reconhecidos e aplicados na prática em nosso
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cotidiano. Por óbvio, não são garantidos os mesmos direitos conferidos à uma pessoa após o
nascimento com vida, mas ainda que pouco os seus direitos previstos em nosso ordenamento,
sua aplicabilidade tem sido real em nosso meio.
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ABSTRACT
The objective of this work is to bring an analysis about the rights of the unborn child. Seeking
to understand what comes to be unborn, since it is not a term widely used. In addition, it must
be remembered that there is a need to know when human life begins. On the other hand,
attention should be paid not only to the beginning of life, but also to the beginning of the
acquisition of rights. Therefore, it is necessary to study and investigate the precepts that
involve the theories that seek to explain the rights of the unborn child, namely, natalist theory,
conditioned personality theory and conceptionist theory. Following the theories, it is also
necessary to analyze which theory is adopted by the Civil Code and which theory has been
used by the higher courts. To achieve these answers, a bibliographic methodology was used,
with a qualitative approach, with analyzes on materials already published such as books,
magazines, scientific articles, internet and monographs.
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