O documento discute a importância da habilidade em conduzir entrevistas para profissionais de saúde mental. Uma boa entrevista requer escuta ativa, perguntas abertas e adaptação individual, considerando aspectos como transferência e contratransferência. A anamnese deve coletar informações sobre o histórico do paciente de forma a apoiar o diagnóstico e planejamento do tratamento.
O documento discute a importância da habilidade em conduzir entrevistas para profissionais de saúde mental. Uma boa entrevista requer escuta ativa, perguntas abertas e adaptação individual, considerando aspectos como transferência e contratransferência. A anamnese deve coletar informações sobre o histórico do paciente de forma a apoiar o diagnóstico e planejamento do tratamento.
O documento discute a importância da habilidade em conduzir entrevistas para profissionais de saúde mental. Uma boa entrevista requer escuta ativa, perguntas abertas e adaptação individual, considerando aspectos como transferência e contratransferência. A anamnese deve coletar informações sobre o histórico do paciente de forma a apoiar o diagnóstico e planejamento do tratamento.
O documento discute a importância da habilidade em conduzir entrevistas para profissionais de saúde mental. Uma boa entrevista requer escuta ativa, perguntas abertas e adaptação individual, considerando aspectos como transferência e contratransferência. A anamnese deve coletar informações sobre o histórico do paciente de forma a apoiar o diagnóstico e planejamento do tratamento.
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Entrevista
• A importância da habilidade em conduzir entrevistas no contexto da saúde mental, sendo uma
competência é crucial e distintiva para profissionais eficazes na área. Harry Stack Sullivan, psiquiatra norte-americano, é citado enfatizando o valor da técnica de entrevista para o profissional habilidoso, considerando-o um "perito do campo das relações interpessoais". • A habilidade em realizar entrevistas é parte aprendida e parte intuitiva, relacionada à personalidade do entrevistador e sua sensibilidade nas relações pessoais. • Destaca-se que a habilidade do entrevistador se manifesta na formulação de perguntas, na capacidade de estabelecer uma relação empática e tecnicamente útil, e na adaptabilidade ao contexto e às necessidades do paciente. São enfatizadas a importância de acolher o paciente, ouvi-lo com atenção, estabelecer limites apropriados e adaptar a abordagem conforme o paciente, o contexto da entrevista, os objetivos e a personalidade do entrevistador. • O texto também aponta comportamentos e atitudes que os profissionais devem evitar, como posturas rígidas, atitudes excessivamente neutras ou emotivas, julgamentos, reações emocionais intensas, hostilidade, entrevistas prolixas e fazer anotações excessivas durante a entrevista. Problemas comuns em serviços públicos, como falta de tempo e condições precárias, são reconhecidos, mas a paciência e a qualidade da atenção são destacadas como cruciais, independentemente das limitações de tempo. • Por fim, o texto reitera que a paciência e a abordagem curiosa, atenta e receptiva do profissional são essenciais para o conhecimento aprofundado do paciente, sem estabelecer um número fixo de entrevistas ou tempo necessário para alcançar um entendimento adequado do paciente. • A entrevista inicial é um momento crucial no contexto do diagnóstico e tratamento em saúde mental. Este primeiro contato, se bem conduzido, deve gerar confiança e esperança no paciente quanto ao alívio do seu sofrimento. Entrevistas iniciais mal conduzidas podem levar ao abandono do tratamento. A comunicação não verbal, incluindo gestos, posturas e expressões, é essencial desde o início. É importante que o profissional se apresente claramente e garanta a confidencialidade, a privacidade e o sigilo das informações partilhadas. • Durante a primeira entrevista, o profissional deve coletar dados sociodemográficos básicos e solicitar que o paciente expresse livremente sua queixa principal. O profissional deve, principalmente, ouvir, observando não apenas o conteúdo, mas o modo como o paciente se expressa. A interação não deve ser totalmente passiva; é preciso participação ativa para entender verdadeiramente o paciente. • Enfatiza-se a importância de o entrevistador fazer perguntas clarificadoras para assegurar a compreensão das informações. Estratégias defensivas do paciente, como risos ou perguntas desviadas, devem ser manejadas com o foco de retornar ao objetivo da entrevista. Pausas e silêncios prolongados devem ser evitados para não aumentar a ansiedade do paciente. • Para facilitar a entrevista, o profissional deve fazer perguntas breves e abertas, evitando questões fechadas ou complexas, e deve buscar intervenções que encorajem o paciente a continuar falando. Mesmo permitindo que o paciente fale livremente, o profissional deve manter uma estrutura de entrevista em mente, identificando lacunas que precisem ser preenchidas com perguntas adicionais para esclarecer a história do paciente. • A quantidade e a duração das entrevistas iniciais variam conforme o contexto, a complexidade do caso e a habilidade do entrevistador, mas todas visam ao diagnóstico preciso e ao planejamento terapêutico adequado. • O conceito de transferência, introduzido por Freud, é essencial para profissionais da saúde entenderem e tratarem seus pacientes de forma mais profunda e sensível durante as entrevistas. A transferência envolve atitudes, percepções, pensamentos e sentimentos majoritariamente inconscientes, que podem ser tanto positivos (como confiança e carinho) quanto negativos (como raiva e inveja). • Esses sentimentos são, inconscientemente, repetições de experiências passadas, com o profissional assumindo o papel de figuras parentais significativas na vida do paciente. Freud destacou que os pacientes desenvolvem relações emocionais com seus médicos que não refletem a realidade atual, mas sim, derivam das relações com os pais, evidenciando uma persistente dependência infantil. • De acordo com Dewald, a transferência é um deslocamento de impulsos e sentimentos, desenvolvidos nas relações com os primeiros objetos de afeto da vida do indivíduo, para objetos presentes. Jung também interpretou a transferência como um processo de projeção comum, onde a paciente projeta no profissional da saúde os sentimentos primordiais nutridos pelas figuras significativas de sua infância, configurando a transferência como um fenômeno geral, observável em qualquer relação íntima. • A contratransferência, por outro lado, refere-se à transferência que o clínico estabelece com seus pacientes, projetando inconscientemente sentimentos passados por pessoas significativas de sua própria vida no paciente. Reconhecer e entender essas reações contratransferenciais permite ao profissional lidar de maneira mais objetiva e racional com a relação terapêutica. • Na entrevista inicial, realiza-se a anamnese, ou seja, o recolhimento de todos os dados necessários para um diagnóstico pluridimensional do paciente, o que inclui os dados sociodemográficos, a queixa ou o problema principal e a história dessa queixa, os antecedentes mórbidos somáticos e psíquicos pessoais, da pessoa. A anamnese contém, ainda, os hábitos e o uso de substâncias químicas, os antecedentes mórbidos familiares, a história de vida do indivíduo, englobando as várias etapas do desenvolvimento somático, neurológico, psicológico e psicossocial, e, por fim, a avaliação das interações familiares e sociais do paciente. O exame psíquico é o exame do estado mental atual, realizado com cuidado e minúcia pelo entrevistador desde o início da entrevista até a fase final, quando são feitas outras perguntas. • Buscando estabelecer um contato empático com o indivíduo, iniciar com as perguntas gerais sobre quem é ele: como se chama? Quantos anos tem? Qual seu estado civil? Tem filhos? Com quem mora? Até que ano foi à escola? Qual sua profissão? Em que trabalha? Qual sua religião? Pratica? Qual o seu problema? (Alternativa: O que o traz aqui? Como tem-se sentido? Tem alguma dificuldade? Sente que algo não vai bem? Está se sentindo doente?) 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. Como começaram seus problemas? Como tem passado nos últimos anos (meses ou semanas)? Quais os tratamentos que fez até hoje? Quais foram os resultados desses tratamentos? De onde vêm seus problemas? (Alternativa: A que atribui os seus problemas?) • O exame físico geral e neurológico do paciente deve ser adaptado com base nas hipóteses diagnósticas geradas a partir da anamnese e do exame do estado mental. Se há suspeita de uma condição física, é necessário um exame somático detalhado; se a suspeita recai sobre um transtorno neurológico ou neuropsiquiátrico, o exame neurológico deve ser completo. No entanto, todos os pacientes deveriam passar por uma avaliação somática e neurológica básica, porém minuciosa. Avaliações psicológica/psicodiagnóstica e neuropsicológica envolvem testes de personalidade, inteligência, atenção, memória, etc. Exames complementares incluem análises laboratoriais, neuroimagem e exames neurofisiológicos. • Durante a anamnese, é importante capturar tanto os sintomas objetivos quanto as experiências subjetivas do paciente, além de estar atento às suas reações. Alguns pacientes podem expressar claramente sua queixa principal, auxiliando na delimitação da investigação. Outros podem não reconhecer ou negar problemas psicológicos, comportamentais ou emocionais. A contribuição de familiares ou conhecidos pode ser crucial para uma avaliação adequada, apesar de suas perspectivas também serem subjetivas. • A confiabilidade dos dados obtidos durante a entrevista pode variar, com pacientes possivelmente omitindo ou exagerando sintomas. Distinguir informações verdadeiras das falsas é essencial, com dissimulação referindo-se à ocultação de sintomas e simulação ao relato de sintomas inexistentes. • O insight do paciente sobre seus sintomas e transtornos é variável, abrangendo desde a consciência de ter um problema até a adesão ao tratamento proposto. A avaliação deve considerar tantos aspectos longitudinais (históricos) quanto transversais (atuais) do paciente. O relato escrito do caso deve ser claro, preciso e evitar interpretações prematuras. • Entrevistas diagnósticas padronizadas, como o M.I.N.I. Plus, podem oferecer confiabilidade, mas na prática clínica é preferível uma abordagem mais flexível. Outros instrumentos incluem o CIDI, SCAN, SCID e SCIP, cada um com suas características e propósitos específicos. A avaliação clínica deve ser compreensiva, considerando não apenas o diagnóstico clínico, mas também a personalidade do paciente, dinâmica familiar e contexto sociocultural.