AMBIESTRALIDADE
AMBIESTRALIDADE
AMBIESTRALIDADE
AMBIDESTRALIDADE E R.B.V.
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Se precisamos de um produto melhor ou de um produto mais barato para
termos vantagem competitiva sobre os nossos concorrentes, precisamos pensar
em maneiras de: 1. ter custos menores para produzir ou prestar os serviços, e 2.
fazer produtos ou serviços que, mesmo sendo mais caros, sejam tão atrativos
para os consumidores que eles estejam dispostos a pagar mais.
Como gestores, também podemos escolher quem serão esses
consumidores. É claro, se nossa estratégia for uma de liderança em custo, por
exemplo, podemos ter como alvo um público de amplas características, que
estejam procurando o maior valor pelo menor preço. Quando estamos, por outro
lado, investindo na qualidade e na diferenciação do nosso produto ou serviço,
podemos ter como público-alvo um nicho que tenha dinheiro ou que tenha
interesse naquelas características que fazem o nosso produto ser superior.
Agora que você entendeu o que é uma estratégia competitiva, o que é
vantagem competitiva e quais são as principais variáveis que podemos manipular
nesse processo, vamos falar sobre as estratégias genéricas!
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porque a experiência possibilita a experimentação de novas maneiras de
fazer o trabalho, o que pode gerar economias por meio de novos desenhos
operacionais;
Investir no design do produto ou nos processos de prestação do serviço.
Como gestores, podemos planejar a eficiência, investindo, por exemplo, em
um produto que forneça exatamente aquilo que o consumidor deseja, sem
features, ou seja, partes adicionais que não serão valorizadas.
A empresa pode escolher por ter paridade com os seus concorrentes. Isso
significa que os benefícios dos produtos e serviços, e os seus atributos, são
os mesmos da concorrência. Entretanto, a sua estrutura interna de custos
é menor, permitindo que o produto seja vendido pelo mesmo preço
praticado pelo concorrente, mas com uma margem de lucro maior.
A empresa, por outro lado, pode escolher ter proximidade com os seus
concorrentes. Isso significa posicionar o produto ou serviço como apenas
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equivalente ao do concorrente, talvez com um atributo a menos, porém a
um menor preço.
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e o importante é que a sua estratégia de diferenciação seja planejada para
atendê-los sem remover atributos importantes para ambos.
Relacionamento com o cliente, que faz parte da experiência geral do cliente
com a sua organização. Quando somos muito bem atendidos em algum
restaurante, ou pela equipe de uma loja, tendemos a atribuir um valor maior
para o produto ou serviço prestado. Além disso, o relacionamento com o
cliente pode englobar também diversas funções da organização que sirvam
como “ponto de contato” com o cliente, como os canais de distribuição, as
formas de pagamento, os serviços pós-venda e as demais comodidades
que podem ser oferecidas para os clientes. Na mesma categoria do
relacionamento com o cliente, entra a customização de produtos e serviços,
isto é, a personalização dos seus atributos para agradar ao cliente, e
também o marketing e a reputação da marca, principalmente aqueles
aspectos psicológicos e emocionais. Uma famosa cafeteria americana
chamada Starbucks, por exemplo, pode cobrar mais pelo seu café porque
tem uma boa reputação, uma marca reconhecida no mundo inteiro e ainda
customiza seus copos na hora com o nome do cliente.
Complementos, ou upselling, é a prática de fazer o cliente consumir
diversos produtos da sua empresa com o benefício de serem conectados.
No Brasil, as empresas de telecomunicações tentam praticar esse tipo de
serviço formando os seus “combos” de telecomunicações. Juntar produtos
e serviços é uma excelente maneira de fazer o cliente ser mais fiel e
comprar produtos e serviços que sejam complementares entre si.
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TEMA 3 – ESTRATÉGIAS DELIBERADAS E EMERGENTES
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O planejamento estratégico pode ter diversas datas de validade. Em
empresas de tecnologia, por exemplo, nas quais o ambiente é muito volátil e muda
a todo tempo, essa estratégia deliberada geralmente compreende de 3 a 5 anos.
Já organizações com visões de longo prazo, como universidades, hospitais e até
cidades, os planejamentos geralmente ficam em vigor entre 15 e 20 anos.
Por outro lado, o desenvolvimento das estratégias emergentes dentro das
organizações acontece de modo mais sutil e inesperado. Mintzberg (2009) ensina
que a estratégia das empresas apenas pode ser conhecida depois que foi
realizada. Isto é, trata-se de um conceito ex-post-facto, ou seja, depois de o fato
acontecer.
Isso porque a estratégia é um padrão de decisões da organização, e não o
resultado de um grande plano. Mintzberg (2009) argumenta que o plano apenas
existe como ele é devido ao padrão de decisões que a organização apresentou
ao longo do tempo.
Existem visões diferentes quanto às estratégias emergentes. As principais
são:
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que é preciso investir nas pessoas, é possível que isso facilite uma
estratégia de diferenciação, uma vez que o capital humano da organização
será alto, e as pessoas, muito competentes.
Estratégia é uma área mais difícil do que parece, não é mesmo? Mas
calma, neste tema, vamos ver como que você, como executivo, gestor, pode
entender mais sobre as decisões estratégicas que vai tomar durante a sua
carreira!
O papel do gestor é tomar decisões, e, à frente de empresas e equipes,
geralmente nem percebemos que estamos decidindo coisas que podem mudar o
rumo das organizações.
Daniel Kahneman (2012) ganhou o prêmio Nobel de economia falando
sobre os vieses comportamentais e os atalhos mentais que usamos todo dia, o
dia inteiro, para tomarmos decisões. Sua obra ficou famosa porque revelou o quão
ingênuos somos quando acreditamos que nossas decisões são totalmente
racionais.
Em outras palavras, o trabalho de Kahneman (2012) mostra diversos
atalhos que diariamente tomamos para decidirmos. Isso tem graves implicações
na área da gestão estratégica organizacional. Vamos nos aprofundar nesses
vieses mais importantes:
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no passado. Em outras palavras, nós, como humanos, usamos uma âncora
passada, como o número de vendas, como um indicador para o presente e
para o futuro, negligenciando o fato de que isso pode não se repetir.
O viés da saliência: acontece quando algo que deu certo em um domínio é
percebido como garantia de certeza em outro. Por exemplo, um funcionário
é transferido de um setor para outro porque teve muito sucesso nos seus
projetos anteriores, então esperam que ele também tenha sucesso em
outro departamento.
O viés do afeto: às vezes, gestores ficam emocionalmente conectados às
suas ideias e aos seus projetos e tendem a defendê-los demais,
negligenciando a possibilidade de estarem errados.
O viés do risco: neste caso, os gestores tendem a ter medidas erradas da
probabilidade de risco em um determinado projeto, principalmente
negligenciando a probabilidade de uma empreitada dar errado.
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Decisões estratégicas: todas as decisões que tomamos nas organizações
são estratégicas. Entretanto, esta leva este nome porque é a que mais se
assemelha ao nosso mercado competitivo. Muitas vezes, precisamos
pensar nas decisões que nossos concorrentes vão tomar. Decisões
estratégicas são aquelas em que pensamos em como outras pessoas vão
agir antes de tomar a nossa decisão, por exemplo se um concorrente vai
seguir uma estratégia de liderança em custo ou de diferenciação.
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A estrutura multidivisional facilita a estratégia, uma vez que cada um dos
produtos pode ter uma estratégia diferente. Veja que grandes montadoras de
carros têm uma estratégia para cada um de seus modelos: um é popular, outro é
de luxo. Essa estrutura também é mais flexível, e podemos adicionar mais divisões
quando tivermos mais produtos. Entretanto, ela divide a nossa empresa, e há o
risco de não conseguirmos controlar muito bem o que acontece em cada uma das
divisões.
Finalmente, temos a estrutura baseada em projetos, cada vez mais
difundida pelo mundo. Nesse tipo de estrutura, temos os nossos funcionários, e a
cada novo projeto que precisamos completar, formamos uma equipe
multidisciplinar, que pode se solidificar em uma divisão da empresa. Essa é uma
boa ideia ao querer diversificar seu portfólio de produtos e serviços, por exemplo.
Para formular um novo produto, você pode selecionar funcionários da sua equipe
para que eles ajam como empreendedores e desenvolvam um novo produto para
a empresa. Eles trabalharão com um prazo determinado, de um ano, por exemplo,
para desenvolver e levar o produto ao mercado. Assim que o produto for criado,
esses funcionários farão parte de uma nova divisão, se a estrutura da sua
organização for multidivisional, ou ainda voltarão aos seus departamentos, caso
sua estrutura original seja funcional.
Cada uma dessas estruturas funciona melhor com uma estratégia. Em caso
de uma estratégia de diversificação de produtos e serviços ou de diferenciação,
as estruturas multidivisionais e de projeto são ideais. Isso porque para
diferenciarmos nossos produtos precisamos de autonomia para o
desenvolvimento do produto. A estrutura funcional não permitiria essa autonomia.
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REFERÊNCIAS
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