Este documento discute a transdisciplinaridade e seus limites em relação à ciência moderna. O autor argumenta que a transdisciplinaridade questiona a concepção hegemônica da ciência ao buscar uma intersecção entre a ciência e outros saberes. Ele também critica o parcelamento da produção do conhecimento em territórios disciplinares separados e defende que as fronteiras entre os campos devem ser pulverizadas para um processo de produção do conhecimento mais rico.
Este documento discute a transdisciplinaridade e seus limites em relação à ciência moderna. O autor argumenta que a transdisciplinaridade questiona a concepção hegemônica da ciência ao buscar uma intersecção entre a ciência e outros saberes. Ele também critica o parcelamento da produção do conhecimento em territórios disciplinares separados e defende que as fronteiras entre os campos devem ser pulverizadas para um processo de produção do conhecimento mais rico.
Este documento discute a transdisciplinaridade e seus limites em relação à ciência moderna. O autor argumenta que a transdisciplinaridade questiona a concepção hegemônica da ciência ao buscar uma intersecção entre a ciência e outros saberes. Ele também critica o parcelamento da produção do conhecimento em territórios disciplinares separados e defende que as fronteiras entre os campos devem ser pulverizadas para um processo de produção do conhecimento mais rico.
Este documento discute a transdisciplinaridade e seus limites em relação à ciência moderna. O autor argumenta que a transdisciplinaridade questiona a concepção hegemônica da ciência ao buscar uma intersecção entre a ciência e outros saberes. Ele também critica o parcelamento da produção do conhecimento em territórios disciplinares separados e defende que as fronteiras entre os campos devem ser pulverizadas para um processo de produção do conhecimento mais rico.
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RESENHA 2
Transdisciplinaridade: Breves notas acerca de limites e fronteiras da ciência
moderna Cássio Hissa
Hissa define o início de sua argumentação por apresentar
gradativamente os conceitos de multidisciplinaridade, interdisciplinaridade, até chegar, enfim, na transdisciplinaridade, objeto de estudo do trabalho. O autor a todo tempo se refere à Ciência moderna de maneira pejorativa, seja pela hipocrisia em negar pluralismos existentes em seu interior ou ser construtora de subalternidades em oposição ao discurso da Universidade (território da Ciência) como lócus político. A transdisciplinaridade viria para questionar a concepção hegemônica de ciência. Esse questionamento da Ciência fica mais evidente à medida que o autor argumenta que as concepções quanto à transdisciplinaridade são identificáveis em dois grupos: o primeiro, representativo de abordagens convencionais ("mais alinhado à Ciência) e classificado como hegemônico, trata a matéria como circunscrita ao universo científico. Já o segundo grupo trata a transdisciplinaridade extrapolando aquele, alcançando uma intersecção da Ciência com os saberes diversos. Apesar disso, o autor ressalta que convergem na busca de processos que podem mobilizar a ciência e a disciplina. O incômodo do autor está claramente atrelado ao apego dos que advogam pela transdisciplinaridade, ao modus operandi tradicional de fazer Ciência, sendo que essa preocupação em a extrapolar a ela mesma, não nasce com a metodologia científica. Destaca-se a consideração de Hissa a respeito do esvaziamento e comprometimento da produção do conhecimento, em virtude do parcelamento científico em territórios particulares. Ele atrela esse percurso à pobreza de leituras de mundo, limitada ao respeito por uma hierarquia inventada e corporativista. Assim é que o autor elabora de maneira muito interessante a busca pelo real sentido da interdisciplinaridade ao, de maneira recorrente, referir-se a ele por "encaminhar-se a espaços de fronteira", "ocupar espaços fronteiriços interdisciplinares". Neste, inclusive, retomando a concepção de Piaget sobre uma subsequência da transdisciplinaridade, à interdisciplinaridade, retomando a ideia de gradação do início do artigo. Sobre as fronteiras, tamanha é a relevância de se pulverizarem, que classifica a postura de Nicolescau Basarab ao relativizar a oposição entre transdisciplinaridade e disciplinaridade, como conciliatória. Advoga ser impossível ignorar que a mera sobreposição de disciplinas implica as limitações no processo de produção do conhecimento disciplinar, e o fato de a transdisciplinaridade ser, em verdade, um movimento que transforma a disciplina por meio do próprio movimento (sendo que dá especial atenção ao conceito de "transformação" mais cedo no texto). Fugir ao convencional, ao circuito da ciência moderna seria, finalmente, trabalhar para que se referenciassem sujeitos, saberes e práticas do mundo, ou como melhor elabora o autor: mistura entre o conhecimento científico e os saberes que circulam nas sociedades. Ao mesmo tempo que considera que "talvez nos falte sabedoria para pensar a força da mistura e a fronteira como território fértil da ciência" o que, apesar da visão pouco otimista, representa adequadamente o lugar-comum a que chegou não só a Ciência, como ele defende, mas de maneira geral a produção humana nas mais diversas situações: transformar vale de quê? O esforço, a fuga do percurso ditado, das regras arcaicas. O texto, por fim, nitidamente não tece somente (e não é útil somente por tecer) considerações a respeito da transdisciplinaridade mas, no percurso de compreendê-la, "suas fragilidades e contradições", oferece um valioso conjunto de reflexões sobre fazer Ciência, da constituição da Ciência moderna, e converge na fuga de fragmentações que a perspectiva etnográfica de Magnani apresenta. É o que fica evidente ao se aproximar das considerações finais e elaborar "A expectativa é a de que o conhecimento disciplinar, especializado, possa fornecer a análise que se aproxima da verdade acerca das coisas e o mundo fora do eu: a denominada realidade." E, mais adiante, o que evidencia ao dizer que acima de qualquer discussão conceitual, a transdisciplinaridade deve buscar o trânsito interdisciplinar dos sujeitos do conhecimento, o que o autor leva a compreender que é, inclusive, uma tendência "natural" dos sujeitos ao transitar entre diversos campos disciplinares, apesar da "orientação disciplinar que recebem na universidade das especialidades".