Caroline Perez Camilo Versa Oc or Rigid A
Caroline Perez Camilo Versa Oc or Rigid A
Caroline Perez Camilo Versa Oc or Rigid A
Estudos epigenéticos em
dependentes de crack e cocaína:
investigação da metilação global do
genoma
Programa de Psiquiatria
Orientador: Prof. Dr. Homero Pinto Vallada
Filho
São Paulo
2015
Caroline Perez Camilo
Estudos epigenéticos em
dependentes de crack e cocaína:
investigação da metilação global do
genoma
Programa de Psiquiatria
Orientador: Prof. Dr. Homero Pinto Vallada
Filho
São Paulo
2015
Dedico essa dissertação a um anjo que Deus colocou na
Aos meus pais, Ana Maria e Izilmar, por sua história de sucesso na educação
dos filhos diante todas as adversidades. Agradeço pela educação que me deram, pela
confiança, pelas broncas e por tudo que fizeram por mim com o objetivo de me
Ao meu irmão, Ronaldo, meu melhor amigo, por seus conselhos, ensinamentos
familiares, por me incentivar nas horas mais difíceis e nas decisões tomadas, por
Aos amigos, aos que se foram e aos que permanecem em minha vida até hoje,
execução desse trabalho e por me receberem desde o início com carinho e atenção.
Carolina Tahira, Bianca Lisboa, Cecília Feio, Henrique Vieira e Viviane Neri.
concedida.
desta publicação:
(Vancouver).
Abreviaturas dos títulos dos periódicos de acordo com List of Journals Indexed in
IndexMedicus.
SUMÁRIO
Lista de figuras
Lista de tabelas
Resumo
Abstract
1. INTRODUÇÃO................................................................................................1
3. OBJETIVOS...................................................................................................23
4. MATERIAIS E MÉTODOS...........................................................................24
5. RESULTADOS...............................................................................................37
6. DISCUSSÃO..................................................................................................52
7. CONCLUSÃO................................................................................................61
8. ANEXOS........................................................................................................62
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................77
Lista de figuras
Pag.
Figura 18 - Gráfico MDS baseado nos valores de β das sondas com maior
variância........................................................................................ 42
Figura 19 - Agrupamento hierárquico representando o padrão de metilação
entre casos e controles utilizando os 250 sítios diferencialmente
metilados........................................................................................ 44
Figura 20 - Disposição dos sítios diferencialmente metilados......................... 45
Figura 21 - Rede PPI do modulo que apresentou hiper-representação dos
genes diferencialmente metilados.................................................. 46
Figura 22 - Boxplot - distância entre os dados de acordo com a sua função
genômica e ilha CpG..................................................................... 48
Figura 23 - Cumulative Quantile Plot - tamanho das janelas empregadas
48
para a busca de DMRs...................................................................
Figura 24 - Gráfico de pontos em escala de tamanho que ilustram o tamanho
das janelas utilizadas no Probe lasso............................................ 49
Figura 25 - Esquemas representativos das localizações das DMRs mapeadas
no UCSC Genome Browser .......................................................... 51
Lista de tabelas
Pag.
InfI Infinium I
InfII Infinium II
pb pares de base
Brasil vem se tornando um grave problema de saúde pública nos últimos vinte anos.
casos e controles, sendo que 49% destes estavam localizados nas regiões promotoras
dos genes, sugerindo que esses sítios podem estar relacionados com a expressão
controles foram observadas em 23 sítios CpG (p-valor ajustado <10-5 e |Δβ| = 0,1).
uma com pelo menos três sítios. Alterações estatisticamente significantes também
has become a progressive and serious public health problem during the last twenty
role of the genetic component, as well as its interaction with environmental factors.
individuals with crack and cocaine abuse/dependence and comparing it with the
and cocaine abusers/dependents and 24 healthy controls were selected and matched
by sex and age. Using DNA samples from peripheral blood of each participant, a
global methylation technique was performed using the Illumina Infinium Human
Methylation450 (450K) Bead Chip assay. The initial results were normalized for
that may represent biological/genetic risk factors for crack and cocaine
that these sites may be related to gene expression. Statistically significant changes in
the methylation patterns between cases and controls were observed in 23 CpG sites
(adjust p-value <10-5 and |Δβ| = 0.1). In addition, three differentially methylated
(adjust p-value <0.05), each one with at least three sites. Statistically significant
changes were also observe with six hiper-represented genes: CALCA, NCOA2,
peripheral blood. Results from gene expression studies using brain tissue can be
correlated with our results. In order to confirm the present findings, future studies
crack/cocaine dependence.
1. INTRODUÇÃO
1.1. Histórico
Bolívia, Colômbia e Peru (Mata, 2003; Rivera et al., 2005). Há relatos sobre o uso
dessas plantas desde 2500 a.C., época em que os Incas mascavam as folhas desses
arbustos, conhecidas como folhas de coca, para suportar a fadiga durante suas
atividades, como a caça, devido aos efeitos do ar rarefeito das montanhas em que
Dos meados do século XIX aos primeiros anos do século XX, o substrato da
e Norte Americana. Nesse mesmo período, seu uso abusivo e nocivo foi reconhecido,
2006).
Levine, 1997).
2
1.2. Epidemiologia
observados a partir de 1989 (Nappo et al., 1994; Dunn et al., 1996). Por ser uma
droga de baixo preço e efeitos bem mais intensos que as drogas comumente
englobam tanto avaliações regionais (Ferri et al., 1997; Ferri, Gossop, 1999; Silva et
al., 2006; Dias et al., 2011; Wagner et al., 2012) quanto nacionais. Os levantamentos
ensino médio e fundamental (Galduróz et al., 1997; Galduróz et al., 2004; Carlini et
Psicotrópicas no Brasil’ (Carlini et al., 2001a; Carlini et al., 2007). Esses dois
com destaque para aumento do consumo de crack principalmente nas regiões Sul e
al., 2007). Em 2012, foi realizado o ‘II Levantamento Nacional de Álcool e Drogas
(II LENAD)’. A comparação dos resultados entre esses dois levantamentos mostrou
formas de consumo, como o crack (2,1%) e o oxi (0,8%) (Laranjeira et al., 2014).
4
consumiu crack nos últimos 12 meses, o que equivale a aproximadamente 800 mil
brasileiros. Para o uso na vida, essa prevalência foi de 1,3%, representando 1,7
mercado de cocaína do mundo (2,8 milhões de pessoas) ficando abaixo apenas dos
EUA (4,1 milhões de pessoas). Em 2013, a United Nations Office on Drugs and
Crime (UNODC), apontou o Brasil como uma das nações emergentes onde o uso da
em 2012, titulado como ‘Pesquisa Nacional sobre o uso de crack: quem são os
usuários de crack e/ou similares do Brasil? Quantos são nas capitais brasileiras?’,
5
apontou dados sobre o ‘uso recente’ (últimos 6 meses) de drogas e trouxe resultados
relevantes a cerca do consumo de crack e seus similares (merla, oxi e pasta base de
de crack nessa população em geral foi de 0,54% (247.773 usuários) e de 0,81% para
longo das últimas duas décadas. Além do desafio de se apresentar políticas eficazes
organismo.
Para a obtenção da cocaína e crack através das folhas de coca, são necessários
das drogas, pois quanto mais refinado, mais pura e maior a concentração de cocaína
em cada produto (Chasin et al., 2008; Oliveira, Nappo, 2008; Ribeiro et al., 2012).
da pasta de cocaína, possuem formato de ‘pedra’, assim como o crack, mas a merla
possui densidade menor que o oxi e crack, sendo comumente misturada com cigarro
sobre a produção do crack é que pode ser produzido em diversas etapas do processo,
‘cloridrato de cocaína’, tornando esse produto mais fácil de ser produzido e mais
7
disponível para o consumo (Chasin et al., 2008; Mejia, Posada, 2008; Oliveira,
(‘pó’) pode ser utilizado pela via intranasal (cheirada) e via intravenosa (injetável). A
potencial de dependência das drogas, como pode ser visto na Figura 5 (Lizasoain et
além de ser mais disponível pela facilidade de sua produção, destaca-se entre as
outras vias pelo conjunto de curto tempo para atingir sua concentração plasmática,
rápida e imediata duração do efeito e seu alto índice de concentração (40 - 85% de
A ‘pedra’ do crack é pouco solúvel em água e por ser uma substância volátil
passa da forma sólida para gasosa quando aquecida em temperatura por volta 95 °C,
9
elevado (197 °C) (Negrete, 1992; Carlini et al., 2001b; Oliveira, Nappo, 2008).
usuários que possam imitar o uso de um cachimbo. Quando o usuário fuma a pedra
Visto que o crack e os outros produtos similares são a cocaína sob formulação
organismo.
vez absorvida, a cocaína se liga a proteínas plasmáticas, com maior afinidade pela α-
pela saliva, suor, cabelo e, principalmente, pela urina. Cerca de apenas 10% da
pirólise da cocaína. Assim, indivíduos que usam o crack além da exposição à cocaína
também estão expostos a esse composto, pois ambos são inalados ao mesmo tempo
e vapores de cocaína, que atingem a extensa área de trocas gasosas dos alvéolos e
fenda sináptica, causando uma sensação de euforia e bem estar (Kreek et al., 2005) e
uma diminuição na sua liberação (Lizasoain et al., 2002; O’Brien, 2006). A quebra
11
(O’Brien, 2006).
Tais evidências apontam que a rápida e imediata duração do efeito dessa droga
uma droga com alto potencial de uso nocivo e dependência quando comparado às
exclusivamente pela genética, pois sempre será necessária a substância que gera
Como grande parte da agregação familiar para a dependência pode ser explicada
(Gynther et al., 1995; Kendler et al., 2000), indivíduos adotados, por exemplo,
herdam os genes de sua família biológica e sua experiência de vida ocorre em outra
os fatores ambientais.
para dependência, 50,5%, enquanto não adotados apresentam risco de 35,4%. Para a
gene, ou locus de risco, que pode fornecer localizações cromossômicas com base na
14
Outro tipo de estudo que busca genes responsáveis para determinada doença é o
(Stolf et al., 2014). A maioria desses genes está relacionado aos principais
Carrier Family 6, member 4) (Patkar et al., 2001; Patkar et al., 2002; Tristán-
dopamina DRD2 (dopamine receptor D2) (Noble et al., 1993; Gelernter et al., 1999;
Messas et al., 2005; Fernàndez-Castillo et al., 2010; Lohoff et al., 2010) e DRD3
(dopamine receptor D3) (Messas et al., 2005; Bloch et al., 2009), o gene do
Lohoff et al., 2010), assim como o gene responsável pelo metabolismo de dopamina
nível molecular, passando a ser chamado de “efeito epigenético” (Wong et al., 2011;
1.5.1. Epigenética
2012; Vassoler et al., 2014; Nestler, 2014). Essas alterações podem ser mantidas por
principais modificações nas histonas incluem a acetilação, que está relacionada com
2012). Há uma hipótese chamada de ‘Código de Histonas’, que propõe que a soma
ribosilação ainda são pouco compreendidos (Tsankova et al., 2007; Yuferov et al.,
comparada com as modificações das histonas, que são consideradas reversíveis, pois
regiões em que uma citosina (C) precede uma guanina (G) na sequência de DNA ('C-
fosfato de ligação G') (Figura 6) (Goldberg et al., 2007; Anier et al., 2010; Yuferov
et al., 2010; Robison, Nestler, 2011; Feng, Nestler, 2013; Fragou et al., 2013;
Nestler, 2014).
citosinas no DNA humano e cerca de 70% dos dinucleotídeos CpG estão metilados.
CpG, que contém pelo menos 200 pares de base e um conteúdo G+C maior que 50%.
associada ao silenciamento gênico e, quando essas ilhas CpG não estão metiladas,
são relacionadas à expressão gênica (Oliveira et al, 2010; Portela, Esteller, 2010;
com as ilhas em si (Tsankova et al., 2007; Robison, Nestler, 2011; Nielsen et al.,
gene (Doi et al., 2009; Irizarry et al., 2009; Portela, Esteller, 2010). Uma fração de
até o momento, é que pode ocorrer de forma ativa ou passiva. A desmetilação ativa
ocorre pela ação da enzima demetilase, que remove o grupo CH3 (Robison, Nestler,
2011; Fragou et al., 2013). A forma passiva é realizada pela ação das proteínas de
drogas de abuso, contribuem para o uso crônico de substâncias quando alteradas nas
exemplo, com a acetilação e fosforilação das histonas (Anier et al., 2010; LaPlant,
Nestler, 2011). A acetilação das histonas têm sido demonstrada em vários genes
2013).
histonas após a exposição à cocaína. Em geral, os genes ativados pelo uso de cocaína
são marcados pelo aumento da acetilação das histonas, enquanto genes que são
reprimidos são marcados pela metilação das histonas (McQuown, Wood, 2010).
altamente estável por meses após a interrupção (Tsankova et al., 2007; LaPlant,
Nestler, 2011); CREB (cAMP response element binding protein), que é induzido
após cada exposição à droga (McQuown, Wood, 2010; Feng, Nestler, 2013); e
recaída, pois seus níveis não diminuem após a retirada da droga (Tsankova et al.,
al., 2013).
2. JUSTIFICATIVA
tornado um crescente problema de saúde pública durante os últimos vinte anos. Não
3. OBJETIVOS
regiões gênicas e vias biológicas que possam estar diferencialmente metiladas entre
os dois grupos.
24
4. MATERIAIS E MÉTODOS
crack, dividimos esses indivíduos quanto ao modo de uso das drogas: “uso
aqueles que faziam uso somente de cocaína, somente de crack e usuários de ambas as
contínuo” de ambas as drogas (Figura 7), composto por 209 indivíduos, pois o uso
Figura 7 – Classificação dos indivíduos de acordo com a frequência de uso da droga para
crack e para cocaína, a partir de uma amostra inicial de 746 usuários/dependentes
2005). Os três critérios utilizados foram o sexo, o tempo de uso das drogas e a idade.
masculino e apenas oito são do sexo feminino. Para o segundo critério de seleção,
baseado no tempo de uso das drogas, dos 201 indivíduos, o tempo de uso de crack e
2012), o terceiro critério de seleção foi a idade, que entre o grupo selecionado até o
dentro da variabilidade mínima possível que foi de seis anos em relação à idade (23 a
pareados com os controles por sexo, etnia e idade. A amostra final foi composta por
Miller et al. (1988). Todas as amostras de DNA foram avaliadas quanto à sua
1,8. Uma medida secundária também foi utilizada para verificar a pureza do DNA,
nm, sendo a escala ideal de pureza compreendida entre 1,8 e 2,2 (Thermo Fisher
(EZ DNA methylation kit. Zymo Research. Cat. No. D5004, Irvine, California, USA),
28
Illumina Infinium HD. Doze amostras foram aplicadas em cada lâmina, quatro no
California, USA).
San Diego, California, USA) (Figura 9), que digitalizou o ‘BeadChip’, usando um
laser para excitar o fluoróforo do produto de extensão de uma base única nas sondas.
registrou imagens de alta resolução da luz emitida a partir dos fluoróforos. Todas os
(450K) BeadChip (Illumina Inc, San Diego, California, USA) analisa 485.577 sítios,
dos quais 482.421 são CpGs, 3.091 não-CpGs e 65 são sondas de controle. Essa
lâmina abrange a cobertura tanto de genes quanto de ilhas CpG. Em relação ao gene,
cobre 99% de todos os genes RefSeq, que são sequências de referência com múltiplas
sondas por gene (Bibikova et al., 2011). A distribuição genômica é dividida em sítios
de início da transcrição (TSS - transcription start site) TSS200 e TSS1500, que são
as regiões promotoras separadas em 200 e 1500 pares de base (pb), 5' e 3' UTR
dividido em ilhas e regiões localizadas nas margens nas ilhas, chamadas de ‘shore’
(até 2000 pb), ‘shelf’ (2000 a 4000 pb) e ‘open sea’ (mais de 4000 pb) (Figura 10)
locus 'metilado' e uma para o locus 'não-metilado'. Essas sondas são desenhadas para
vermelho para não metilado, que permite calcular a quantidade de sondas metiladas e
não metiladas (Figura 12) (Bibikova et al., 2011; Touleimat, Tost, 2012;
2012; Pidsley et al., 2013). Para a análise dos dados da nossa pesquisa optamos pelo
arquivos chamados IDAT, gerados para cada amostra pela quantificação dos sinais
corresponde ao sinal verde e Red corresponde ao sinal vermelho) (Smith et al. 2013).
pacote MINFI, convertendo os dados em valores Beta. Esses valores Beta (β), ou
seja, o nível de metilação de CpG, podem assumir valores contínuos entre o intervalo
intensidade da sonda metilada e a intensidade total (Figura 13) (Bibikova et al., 2006;
das amostras, é realizada a filtragem das sondas para evitar os viéses das variações
do estudo. São filtrados os sítios com menos de três beads em mais de duas amostras
(Morris et al., 2014; Morris, Beck, 2015) e sondas com detecção de p-valor <0,01,
‘cluster’ que também permite visualizar a similaridade das amostras por meio de um
tipos de células, cada uma com um perfil de metilação do DNA diferente, essa
casos e controles, sem o viés dessa metilação estar relacionada com a contagem de
TCD8, células B, monócitos, ‘natural killer’ e granulócitos para cada CpG e corrige
através da identificação de 600 sondas pré discriminadas para cada tipo, recalculando
o valor de β de acordo com essa porcentagem (Houseman et al., 2012; Jaffe, Irizarry,
2014).
normalização dos dados pelo método BMIQ (Beta mixture quantile), que reconhece
as diferenças entre as sondas Infinium I e II e aproxima as sondas InfII para ter uma
distribuição próxima das sondas InfI. Para cada amostra, as sondas individuais são
sonda do tipo InfI foi classificada como hemimetilada, foi ajustada para medir o
intervalo entre metilada e não metilada (Wu et al., 2014). São geradas três imagens
2014).
4.3.2.3. Análise
diferencial de metilação. Essa análise mostra também quantos MVPs são encontrados
incluindo para cada sonda, o valor médio de β para cada grupo e o valor beta delta
para os dois grupos usados (Δβ) na comparação (Rakyan et al., 2011; Morris et al.,
2014).
Differentially methylated regions), que podem variar até 1000 pb (Rakyan et al.,
2011). O Probe Lasso (Probe Lasso – DMR Hunter) é um método do pacote ChAMP
que tem como função reunir essas sondas diferencialmente metiladas em sítios CpG
genômicas e a densidade das sondas dos dados, um laço é lançado em torno de cada
associação genômica para cada MVP (Morris et al., 2014; Butcher, Beck, 2015). Um
p-valor é calculado para cada DMR e os resultados são convertidos em três gráficos:
um gráfico ‘Boxplot’ com a distância entre os dados de acordo com a sua função
genômica e ilha CpG, um gráfico ‘Cumulative Quantile Plot’ que ilustra o tamanho
de todas as janelas empregadas para cada DMR, e um gráfico de pontos, com pontos
5. RESULTADOS
dos pararâmetros estabelecidos. O DNA íntegro pode ser visto como uma grande e
Figura 14 – Géis de agarose a 1,5% de parte das amostras utilizadas no presente projeto
demonstrando uniformidade quanto à qualidade e integridade do DNA. Na primeira coluna
está representado o marcador de peso molecular que varia de 1000-100pb
lâmina), foram retiradas da amostra 1.272 sondas por apresentarem baixa qualidade
de fluorescência com p-valor de detecção >0,01 e 284 sítios representados por menos
al., 2015). Desta forma, restaram 446.662 sondas que foram analisadas nas 48
amostras.
(Tabela 1), de acordo com o valor de β para cada sítio e para cada amostra após a
intensidade das 600 sondas selecionadas pelo estudo original (Houseman et al.,
(Figura 15).
gerados para avaliar se as sondas InfII obtiveram uma distribuição idêntica às sondas
InfI (Figura 16), para que ambos tipos de sondas tenham características estatísticas
valores das 446.662 sondas (Figura 17). Os agrupamentos indicam que, levando em
Figura 17 – Agrupamento hierárquico das amostras baseado nos valores de β das 446.662
sondas, demonstrando a similaridade entre as amostras. A: pré normalização e; B: pós
normalização; A cor laranja representa os usuários (casos) e a cor verde os controles
Para confirmar que não há viés entre os grupos amostrais, as 1000 sondas que
padrão, foram usadas para plotar o gráfico MDS possibilitando avaliar o nível de
Figura 18 – Gráfico MDS baseado nos mil valores de β das sondas com maior variância. A:
MDS pré normalização; B: MDS pós normalização
controles
sítios diferencialmente metilados p-valor ajustado (adjP) <10-5 que estão associados
controles saudáveis.
43
Tabela 2: Relação entre os sítios diferencialmente metilados (adjP <10-5) e os vinte e três genes que se apresentaram com |Δβ| maior ou
igual a 0,1 na comparação entre casos e controles
ProbeID adj.P.Val CHR Gene Nome do gene Relação ao β Β Δβ
gene_ilha CpG Casos Controles
cg10633981 2,50E-018 11 C11orf58 chromosome 11 open reading frame 58 3'UTR - open sea 0,647 0,482 0,17
cg01775802 8,34E-015 14 RGS6 regulator of G-protein signaling 6 Corpo do gene - open sea 0,416 0,268 0,15
cg19933985 1,50E-017 5 SPRY4 sprouty homolog 4 (Drosophila) IGR - shelf 0,667 0,524 0,14
cg23797200 7,57E-018 17 NKIRAS2 NFKB inhibitor interacting Ras-like 2 Corpo do gene - shelf 0,518 0,392 0,13
cg01287788 1,58E-017 2 SNORD94 small nucleolar RNA, C/D box 94 TSS200 - open sea 0,630 0,507 0,12
cg05590156 3,15E-012 5 TRIO trio Rho guanine nucleotide exchange factor Corpo do gene - open sea 0,769 0,647 0,12
cg03150409 1,38E-010 4 WHSC1 Wolf-Hirschhorn syndrome candidate 1 5'UTR - open sea 0,553 0,440 0,11
cg03726791 2,90E-016 2 THAP4 THAP domain containing 4 Corpo do gene - open sea 0,711 0,601 0,11
cg15897635 2,78E-014 1 MARK1 MAP/microtubule affinity-regulating kinase 1 IGR - shelf 0,418 0,309 0,11
cg05648964 5,20E-010 12 RIMKLB ribosomal modification protein rimK-like family IGR - open sea 0,724 0,616 0,11
member B
cg02308712 2,07E-018 12 C12orf80 chromosome 12 open reading frame 80 IGR - open sea 0,616 0,508 0,11
cg01736133 1,80E-013 4 LOC645513 uncharacterized LOC645513 IGR - open sea 0,699 0,594 0,11
cg27379715 5,83E-017 2 SNTG2 syntrophin, gamma 2 IGR - open sea 0,650 0,545 0,10
cg14387505 7,36E-008 16 AHSP alpha hemoglobin stabilizing protein TSS1500 - open sea 0,507 0,404 0,10
cg04623165 1,23E-011 2 MIR4261 microRNA 4261 IGR - open sea 0,724 0,621 0,10
cg14497545 7,46E-020 4 MAML3 mastermind-like 3 (Drosophila) Corpo do gene - open sea 0,482 0,379 0,10
cg01994308 4,01E-012 8 PLAG1 pleiomorphic adenoma gene 1 5'UTR - shore 0,536 0,642 -0,11
cg04981696 2,48E-009 16 ABCC1 ATP-binding cassette, sub-family C (CFTR/MRP), Corpo do gene - shore 0,337 0,452 -0,12
member 1
cg07920855 4,74E-008 1 IVNS1ABP influenza virus NS1A binding protein TSS200 - Ilha 0,236 0,354 -0,12
cg12065531 3,21E-013 6 RING1 ring finger protein 1 1º Éxon - Ilha 0,214 0,334 -0,12
cg03252499 2,06E-010 11 OR8B8 olfactory receptor, family 8, subfamily B, member 8 IGR - open sea 0,502 0,638 -0,14
cg11878675 1,58E-017 2 DGUOK deoxyguanosine kinase IGR - Ilha 0,203 0,342 -0,14
cg17479131 7,30E-014 7 ATP6V0E2-AS1 ATP6V0E2 antisense RNA 1 Corpo do gene - shelf 0,484 0,625 -0,14
Legenda: Probe ID - Identificação da sonda; adj.P.Val - p-valor ajustado; CHR - Cromossomo; β - Beta; Δβ - Delta Beta.
44
gene quanto em relação a ilha CpG (Figura 20). Em ambos os casos, é possível
observar que a maior parte dos sítios está localizado próximo ou nas regiões
teste mútiplo BH (FDR - False discovery rate) para ajustar os p-valores e com pelo
adjP 2.24e-02) e o corpo celular neuronal estava hiper-representado (10 genes; adjP
dados KEGG (Kyoto Encyclopedia of Genes and Genomes). Para essa análise
utilizamos p-valor < 0,05 e no mínimo cinco genes por categoria. Para os 246 genes
adjP 3.65e-05), vias de câncer (9 genes; adjP 3e-04), câncer de prostata (5 genes;
adjP 3e-04), via de sinalização de insulina (6 genes; adjP 3e-04), via de sinalização
de ErbB (5 genes; adjP 3e-04), Gap junctions (5 genes; adjP 3e-04), via de
acordo com a sua função genômica e ilha CpG (Figura 22), o segundo um
cada DMR (Figura 23) e um gráfico de pontos, ilustrando o tamanho das janelas de
Figura 22 – Boxplot mostrando a distância entre os dados de acordo com a sua função
genômica e ilha CpG. As cores variam de acordo com a disposição genômica. No eixo Y
está representada a distância entre as sondas
Figura 23 – Cumulative Quantile Plot - tamanho das janelas empregadas para a busca de
DMRs. No eixo Y está a distância (pares de bases) do lasso
49
Figura 24 – Gráfico de pontos - pontos em escala de tamanho que ilustram o tamanho das
janelas utilizadas no probe lasso. As cores variam de acordo com a disposição genômica. O
eixo Y está demonstrado a distância (pares de bases) do lasso
Foram identificadas três DMRs que estão relacionadas a três genes: BMP8A
tamanho de 104 pb, GPR88 (G protein-coupled receptor 88), com três sítios
diferencialmente metilados em 159 pb e RNF166 (ring finger protein 166), com três
Tabela 3 – Descrição das regiões diferencialmente metiladas (DMRs) entre casos e controles
et al., 2010). E um segundo estudo, Brain Histone H3K4me3 ChIP-Seq, que mostra o
51
A B
6. DISCUSSÃO
sítios podem estar relacionados com a expressão gênica devido sua localização em
regiões promotoras (49%) e no corpo do gene (27%). Cerca de 37% desses sítios,
encontrados nas margens das ilhas CpGs, ‘shore’ e ‘shelve’, podem ser relacionados
transcricional, tanto para a inativação, com 10% dos sítios localizados em regiões
facilitada, com 44% dos sítios no corpo do gene (Portela, Esteller, 2010).
(ATP6V0E2 antisense RNA 1), C11orf58 (chromosome 11 open reading frame 58),
family 8, subfamily B, member 8), PLAG1 (pleiomorphic adenoma gene 1), RGS6
like family member B), RING1 (ring finger protein 1), SNORD94 (small nucleolar
RNA, C/D box 94), SNTG2 (syntrophin, gamma 2), SPRY4 (sprouty homolog 4
(Drosophila)), THAP4 (THAP domain containing 4), TRIO (trio Rho guanine
funcionalmente com o parâmetro ’Top 10’ (Wang et al., 2013) do WebGestalt, três
psiquiátricas na literatura como, por exemplo, esquizofrenia (Lencz et al., 2015; Yao
54
et al., 2015), depressão (Savitz et al., 2013; Pearson-Fuhrhop et al., 2014); jogo
nicotina (Ahrens et al., 2015; Ma et al., 2015), opiáceos (Nelson et al., 2014; Levran
et al., 2015), maconha (Colizzi et al., 2015; DiNieri et al., 2015) e cocaína (Noble et
al., 1993). A relação entre o gene DRD2 e o abuso/dependência de cocaína têm sido
al., 2008; Lawhorn et al., 2013) e humanos. Os estudos de associação vem sendo
demonstrando associação positiva (Noble et al., 1993), assim como estudos que não
reportaram esse achado (Gelernter et al., 1999; Messas et al., 2005; Lohoff et al.,
acúmulo deste neurotransmissor, que não pode ser recapturado. Esse acúmulo é
WebGestalt. A glutationa tem ação antioxidante e atua como protetor celular contra
nos casos em nossos resultados (Uys et al., 2011). Esse gene protege o DNA desses
NAc, estriado ventral e dorsal, onde forma unidades funcionais com o receptor de
por aumentar o efeito da dopamina nesses receptores (Lopes et al., 2011; Lane et al.,
regulação da hiperlocomoção.
na rede PPI, são histonas metiltransferases cujas proteínas as quais codificam estão
cérebro de camundongos (NAc), por estar sendo influenciada pelo uso desta droga
estudo caso/ controle recente que avaliou a interação do gene DRD2 em casos de
gene DRD2 que os casos tinham risco aumentado para esquizotipia quando
comparados com os controles que não carregavam esse alelo (Colizzi et al., 2015).
(Brami-Cherrier et al., 2009). Esses dados corroboram com nossos achados, uma vez
que esse gene encontra-se hipometilado na região promotora, fazendo com que haja
de MAPK3 e MAP2K1, sendo este último também hiper expresso em pacientes que
com pelo menos três sítios díferencialmente metilados. As DMRs se encontram nos
genes BMP8A (bone morphogenetic protein 8A), membro de uma grande família de
coupled receptor 88), que tem expressão elevada no SNC em paralelo com a
expressão desse gene está relacionada também com uma variedade de distúrbios
al., 2015). E, representando a terceira DMR, o gene RNF166 (ring finger protein
apresentou uma baixa intensidade de sinal das três sondas para o experimento de
está relacionado com regiões promotoras ativas (Shlyueva et al., 2014), e a expressão
somente o sinal para H3K4me3 é encontrado, sugerindo que a região está ativa para a
transcrição, o que está de acordo com o baixo sinal de regiões de DNA metilado
(MRE-seq e MeDIP), entretanto não foi possível detectar o transcrito por RNA-seq. É
trabalho. São eles: AEBP2 (AE binding protein 2), CDHR5 (cadherin-related family
member 5), HIPK3 (homeodomain interacting protein kinase 3), KLF13 (Kruppel-
like factor 13), LMTK2 (lemur tyrosine kinase 2), STMN1 (stathmin 1), MAP2K1 e
do DNA em tecidos cerebral e como essas correspondem aos padrões observados nos
60
idade sobre os perfis de metilação do DNA podem ser avaliados pelo sangue,
considerando que o sangue pode ser um substituto promissor para o tecido cerebral
(Horvath et al., 2012). Um estudo mais recente, avaliando essas diferenças para a
sangue periférico que evidenciam uma alta correlação com marcadores de metilação
pela esquizofrenia que podem ser identificadas por meio de tecidos periféricos
o presente estudo segue a regra. Algumas das limitações deste estudo se referem a
cocaína e crack, assim como essa população no geral, não segue um padrão definido
com outras drogas. A definição da amostra também pode ser considerada como
7. CONCLUSÃO
a regulação transcricional.
8. ANEXOS
primeiro desses estudos relata o papel do polimorfismo Bal I no gene que codifica o
Guindalini et al., 2006(b); Guindalini et al., 2007; Guindalini et al., 2008). Em 2006,
Cunha apresentou a sua dissertação sobre o papel dos genes que codificam a MAO-A,
cidade de São Paulo (Dunn, Laranjeira, 1999), aprovado pelo Comitê de Ética
Médica da Escola Paulista de Medicina – UNIFESP. Esse estudo foi realizado pelo
Laranjeira, 2000). Este questionário foi respondido por cada paciente a partir de uma
masculino (95%) e solteiros (60%), tendo cursado o primeiro grau ou menos (62%) e
criminalidade, 53% do total da amostra relata ter sido detida pelo menos uma vez
durante a vida.
65
recente com qualquer droga de potencial abuso são impedidos de realizar a doação.
Durante o ato de coleta de sangue, uma breve entrevista complementar com cada
a extração de DNA. O DNA genômico foi extraído a partir do sangue total utilizando
ANEXO C.
ANEXO D.
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Agrawal A, Lynskey MT. Are there genetic influences on addiction: evidence from
family, adoption and twin studies. Addiction. 2008;103(7):1069-81.
Bastos FI, Bertoni N. Pesquisa Nacional sobre o uso de crack: quem são os usuários
de crack e/ou similares do Brasil? Quantos são nas capitais brasileiras?. Rio de
Janeiro: Editora ICICT/FIOCRUZ. 2014. 228 p.
Bloch PJ, Nall AH, Weller AE, Ferraro TN, Berrettini WH, Kampman KM, Pettinati
HM, Dackis CA, O'Brien CP, Oslin DW, Lohoff FW. Association analysis between
polymorphisms in the dopamine D3 receptor (DRD3) gene and cocaine dependence.
Psychiatr Genet. 2009;19(5):275-6.
Bock C. Analysing and interpreting DNA methylation data. Nat Rev Genet.
2012;13(10):705-19.
Carlini EA, Galduróz JC, Noto AR, Carlini CM, Oliveira LG, Nappo SA, Moura
YG, Sanchez ZVDM. II levantamento domiciliar sobre o uso de drogas
psicotrópicas no Brasil: estudo envolvendo as 108 maiores cidades do país - 2005.
São Paulo: Centro Brasileiro sobre Drogas Psicotrópicas (CEBRID), Escola Paulista
de Medicina. 2007.
79
Carlini EA, Galduróz JC, Noto AR, Nappo SA. I Levantamento Domiciliar sobre o
Uso de Drogas Psicotrópicas no Brasil: Estudo Envolvendo as 107 Maiores Cidades
do País – 2001. São Paulo: Centro Brasileiro sobre Drogas Psicotrópicas (CEBRID),
Escola Paulista de Medicina. 2001a.
Carlini EA, Nappo SA, Galduróz JCF, Noto AR. Drogas Psicotrópicas: o que são e
como agem. Revista IMESC. 2001b;(3):9-35.
Carlini EA, Noto AR, Sanchez ZVDM, Carlini CM, Locatelli DP, Abeid LR, Amato
TC, Opaleye ES, Tondowski CS, Moura YC. VI Levantamento Nacional sobre o
Consumo de Drogas Psicotrópicas entre Estudantes do Ensino Fundamental e
Médio das Redes Pública e Privada de Ensino nas 27 Capitais Brasileiras - 2010.
São Paulo: Centro Brasileiro sobre Drogas Psicotrópicas (CEBRID), Escola Paulista
de Medicina. 2010.
Chasin AAM, Silva ES, Carvalho VM. Estimulantes do Sistema Nervoso Central. In:
Oga S, Camargo MMA, Batistuzzo JA. Fundamentos de Toxicologia. 3a ed. São
Paulo: Atheneu; 2008:353-74.
Chen AC, LaForge KS, Ho A, McHugh PF, Kellogg S, Bell K, Schluger RP, Leal
SM, Kreek MJ. Potentially functional polymorphism in the promoter region of
prodynorphin gene may be associated with protection against cocaine dependence or
abuse. Am J Med Genet. 2002;114(4):429-35.
Chung D, Gao F, Jegga AG, Das SK. Estrogen mediated epithelial proliferation in
the uterus is directed by stromal Fgf10 and Bmp8a. Mol Cell
Endocrinol. 2015;400:48-60.
Covington HE 3rd, Maze I, Sun H, Bomze HM, DeMaio KD, Wu EY, Dietz DM,
Lobo MK, Ghose S, Mouzon E, Neve RL, Tamminga CA, Nestler E. A role for
repressive histone methylation in cocaine-induced vulnerability to stress. Neuron.
2011;71(4):656-70.
Dahl JP, Weller AE, Kampman KM, Oslin DW, Lohoff FW, Ferraro TN, O'Brien
CP, Berrettini WH. Confirmation of the association between a polymorphism in the
promoter region of the prodynorphin gene and cocaine dependence. Am J Med Genet
B Neuropsychiatr Genet. 2005;139B(1):106-8.
Delis F, Rombola C, Bellezza R, Rosko L, Grandy DK, Volkow ND, Thanos PK.
Regulation of ethanol intake under chronic mild stress: roles of dopamine receptors
and transporters. Front Behav Neurosci. 2015;9:118.
Doi A, Park IH, Wen B, Murakami P, Aryee MJ, Irizarry R, Herb B, Ladd-Acosta
C, Rho J, Loewer S, Miller J, Schlaeger T, Daley GQ, Feinberg AP. Differential
methylation of tissue- and cancer-specific CpG island shores distinguishes human
induced pluripotent stem cells, embryonic stem cells and fibroblasts. Nat
Genet. 2009;41(12):1350-3.
Du P, Zhang X, Huang CC, Jafari N, Kibbe WA, Hou L, Lin SM. Comparison of
Beta-value and M-value methods for quantifying methylation levels by microarray
analysis. BMC Bioinformatics. 2010;11:587.
Duaux E, Krebs MO, Loo H, Poirier MF. Genetic vulnerability to drug abuse. Eur
Psychiatry. 2000;15(2):109-14.
Duncan LE, Keller MC. A critical review of the first 10 years of candidate gene-by-
environment interaction research in psychiatry. Am. J. Psychiatry, 2011;168:1041-
49.
Dunn J, Laranjeira RR, Silveira DX, Formigoni MLOS, Ferri CP. Crack cocaine: an
increase in use among patients attending clinics in São Paulo: 1990-1993. Subst Use
Misuse. 1996;31(4):519-27.
Feng J, Nestler EJ. Epigenetic mechanisms of drug addiction. Curr Opin Neurobiol.
2013;23(4):521-8.
Ferri CP, Gossop M. Route of cocaine administration: patterns of use and problems
among a Brazilian sample. Addict Behav. 1999;24:815–821.
83
Ferri CP, Laranjeira RR, da Silveira DA, Dunn J, Formigoni ML. Increase in the
search for treatment by crack users in 2 outpatient clinics at the city of Sao Paulo
from 1990 to 1993. Rev Assoc Med Bras. 1997;43:25–28.
Fortin JP. Illumina 450k: A microarray for the study of DNA methylation. 2013.
Disponível em: <http://www.biostat.jhsph.edu/~lcollado/misc/genomics/GWG_JPF>
Acesso em 23 jan. 2015
Galduróz JC, Noto AR, Carlini EA. IV Levantamento sobre o uso de drogas entre
estudantes de 1º e 2º graus em 10 capitais brasileiras - 1997. São Paulo: Centro
Brasileiro sobre Drogas Psicotrópicas (CEBRID), Escola Paulista de Medicina. 1997.
Galduróz JC, Noto AR, Fonseca AM, Carlini EA. V levantamento nacional sobre o
consumo de drogas psicotrópicas entre estudantes do ensino fundamental e médio da
rede pública de ensino nas 27 capitais brasileiras - 2004. São Paulo: Centro
Brasileiro sobre Drogas Psicotrópicas (CEBRID), Escola Paulista de Medicina. 2004.
Goldberg AD, Allis CD, Bernstein E. Epigenetics: a landscape takes shape. Cell.
2007;128(4):635-8.
Gynther LM, Carey G, Gottesman II, Vogler GP. A twin study of non-alcohol
substance abuse. Psychiatry Res. 1995;56(3):213-20.
85
Horvath S, Zhang Y, Langfelder P, Kahn RS, Boks MP, van Eijk K, van den Berg
LH, Ophoff RA. Aging effects on DNA methylation modules in human brain and
blood tissue. Genome Biol. 2012;13(10):R97.
Houseman EA, Accomando WP, Koestler DC, Christensen BC, Marsit CJ, Nelson
HH, Wiencke JK, Kelsey KT. DNA methylation arrays as surrogate measures of cell
mixture distribution. BMC Bioinformatics. 2012;13:86.
Jaffe AE, Irizarry RA. Accounting for cellular heterogeneity is critical in epigenome-
wide association studies. Genome Biol. 2014;15(2):R31.
Karch SB. A brief history of cocaine: from inca monarchs to Cali cartels: 500 years
of cocaine dealing. Boca Raton: Taylor & Francis; 2006.
86
Kendler KS, Karkowski LM, Neale MC, Prescott CA. Illicit psychoactive substance
use, heavy use, abuse, and dependence in a US population-based sample of male
twins. Arch Gen Psychiatry. 2000;57(3):261-9.
Kreek MJ, Bart G, Lilly C, LaForge KS, Nielsen DA. Pharmacogenetics and human
molecular genetics of opiate and cocaine addictions and their treatments. Pharmacol
Rev. 2005;57(1):1-26.
Langbehn DR, Cadoret RJ, Caspers K, Troughton EP, Yucuis R. Genetic and
environmental risk factors for the onset of drug use and problems in adoptees. Drug
Alcohol Depend. 2003;69(2):151-67.
LaPlant Q, Nestler EJ. CRACKing the histone code: cocaine's effects on chromatin
structure and function. Horm Behav. 2011;59(3):321-30.
Lee KW, Kim Y, Kim AM, Helmin K, Nairn AC, Greengard P. Cocaine-induced
dendritic spine formation in D1 and D2 dopamine receptor-containing medium spiny
neurons in nucleus accumbens. Proc Natl Acad Sci U S A. 2006;103(9):3399-404.
Lehrmann E, Oyler J, Vawter MP, Hyde TM, Kolachana B, Kleinman JE, Huestis
MA, Becker KG, Freed WJ. Transcriptional profiling in the human prefrontal cortex:
evidence for two activational states associated withcocaine abuse.
Pharmacogenomics J. 2003;3(1):27-40.
Lencz T, Malhotra AK. Targeting the schizophrenia genome: a fast track strategy
from GWAS to clinic. Mol Psychiatry. 2015.
Leonard L, DeRubeis E, Pelude L, Medd E, Birkett N, J Seto . "I inject less as I have
easier access to pipes": injecting, and sharing of crack-smoking materials, decline as
safer crack-smoking resources are distributed. Int J Drug Policy., 2008;19(3):255-
64.
Lohoff FW, Bloch PJ, Hodge R, Nall AH, Ferraro TN, Kampman KM, Dackis
CA, O'Brien CP, Pettinati HM,Oslin DW. Association analysis between
88
Lohoff FW, Weller AE, Bloch PJ, Nall AH, Ferraro TN, Kampman KM, Pettinati
HM, Oslin DW, Dackis CA,O'Brien CP, Berrettini WH. Association between
the catechol-O- methyltransferase Val158Met polymorphism and cocaine
dependence. Neuropsychopharmacology. 2008;33(13):3078-84.
Lopes LV, Sebastião AM, Ribeiro JA. Adenosine and related drugs in brain diseases:
present and future in clinical trials. Curr Top Med Chem. 2011;11(8):1087-101.
Ma Y, Yuan W, Jiang X, Cui WY, Li MD. Updated findings of the association and
functional studies of DRD2/ANKK1 variants with addictions. Mol Neurobiol. 2015
Feb;51(1):281-99.
Maze I, Covington HE 3rd, Dietz DM, LaPlant Q, Renthal W, Russo SJ, Mechanic
M, Mouzon E, Neve RL, Haggarty SJ, Ren Y, Sampath SC, Hurd YL,Greengard
P, Tarakhovsky A, Schaefer A, Nestler EJ. Essential role of the histone
methyltransferase G9a in cocaine-induced plasticity. Science. 2010;327(5962):213-6.
McLean CY, Bristor D, Hiller M, Clarke SL, Schaar BT, Lowe CB, Wenger
AM, Bejerano G. GREAT improves functional interpretation of cis-regulatory
regions. Nat Biotechnol. 2010;28(5):495-501.
McQuown SC, Wood MA. Epigenetic Regulation in Substance Use Disorders. Curr
Psychiatry Rep. 2010;12(2):145–153.
Menon S, Buteri J, Roy B, Murrell M, Quinlan S, Macmillan JC, Lea RA, Haupt
LM, Griffiths LR. Association study of calcitonin gene-related polypeptide-alpha
(CALCA) gene polymorphism with migraine. Brain Res. 2011;1378:119-24.
Merikangas KR, Stolar M, Stevens DE, Goulet J, Preisig MA, Fenton B, Zhang
H, O'Malley SS, Rounsaville BJ. Familial transmission of substance use disorders.
Arch Gen Psychiatry. 1998;55(11):973-9.
Miller SA, Dykes DD, Polesky HF. A simple salting out procedure for extracting
DNA from human nucleated cells. Nucleic Acids Res., 1988;16(3):1215.
Morris TJ, Beck S. Analysis pipelines and packages for Infinium HumanMethylation
450 BeadChip (450k) data. Methods. 2015;72:3-8.
Morris TJ, Butcher LM, Feber A, Teschendorff AE, Chakravarthy AR, Wojdacz
TK, Beck S. ChAMP: 450k Chip Analysis Methylation Pipeline. Bioinform.
2014;30(3):428-30.
Nappo SA, Galduróz JC, Noto AR. Uso do “crack” em São Paulo: fenômeno
emergente?. Rev ABP-APAL 1994;16 (2):75-83.
Negrão AB, Pereira AC, Guindalini C, Santos HC, Messas GP, Laranjeira R, Vallada
H. Butyrylcholinesterase genetic variants: association with cocaine dependence and
related phenotypes. PLoS One. 2013;8(11):e80505.
Negrete JC. Cocaine problems in the coca-growing countries of South America. Ciba
Found Symp. 1992;166:40-56.
Nelson EC, Heath AC, Lynskey MT, Agrawal A, Henders AK, Bowdler
LM, Todorov AA, Madden PA, Moore E, Degenhardt L, Martin NG, Montgomery
GW. PTSD risk associated with a functional DRD2 polymorphism in heroin-
dependent cases and controls is limited toamphetamine-dependent individuals.
Addict Biol. 2014;19(4):700-7.
Nielsen DA, Utrankar A, Reyes JA, Simons DD, Kosten TR. Epigenetics of drug
abuse: predisposition or response. Pharmacogenomics. 2012;13(10):1149-60.
Noble EP, Blum K, Khalsa ME, Ritchie T, Montgomery A, Wood RC, Fitch
RJ, Ozkaragoz T, Sheridan PJ,Anglin MD, Paredes A, Treiman LJ, Sparkes RS.
Allelic association of the D2 dopamine receptor gene with cocaine dependence. Drug
Alcohol Depend. 1993;33(3):271-85.
91
Noto AR, Galduróz JC, Nappo SA, Carlini EA. Levantamento nacional sobre o uso
de drogas entre crianças e adolescentes em situação de rua nas 27 capitais
brasileiras - 2003. São Paulo: Centro Brasileiro sobre Drogas Psicotrópicas
(CEBRID), Escola Paulista de Medicina. 2003.
Noto AR, Nappo S, Galduróz JCF, Mattei R, Carlini EA. IV Levantamento sobre o
uso de drogas entre crianças e adolescentes em situação de rua de seis capitais
brasileiras - 1997. São Paulo: Centro Brasileiro sobre Drogas Psicotrópicas
(CEBRID), Escola Paulista de Medicina. 1997.
Nurnberger JI Jr, Koller DL, Jung J, Edenberg HJ, Foroud T, Guella I, Vawter
MP, Kelsoe JR; Psychiatric Genomics Consortium Bipolar Group. Identification of
pathways for bipolar disorder: a meta-analysis. JAMA Psychiatry. 2014;71(6):657-
64.
O’Brien CP. Drogação e Uso Abusivo de Drogas. In: Brunton LL, Lazo JS, Parker
KL. As Bases Farmacológicas da Terapêutica: Goodman & Gilman. 11a ed. Rio de
Janeiro: McGraw-Hill Interamericana do Brasil; 2006. p.543–62.
Oliveira LG, Nappo SA. Crack na cidade de São Paulo: acessibilidade, estratégias de
mercado e formas de uso. Rev psiquiatr clín. 2008;35(6): 212-18.
Oliveira LG, Alberghini DG, Santos Bd, Andrade AG. Polydrug use among college
students in Brazil: a nationwide survey. Rev Bras Psiquiatr. 2013;35(3):221-30.
Oliveira NFP, Planello ACP, Andia DC, Pardo APS. Metilação de DNA e Câncer.
Revista Brasileira de Cancerologia, 2010;56(4):493-499.
92
Patkar AA, Berrettini WH, Hoehe M, Hill KP, Sterling RC, Gottheil E, Weinstein
SP. No association between polymorphisms in the serotonin transporter gene and
susceptibility to cocaine dependence among African-American individuals. Psychiatr
Genet. 2002;12(3):161-4.
Paul BD, Lalani S, Bosy T, Jacobs AJ, Huestis MA. Concentration profiles of
cocaine, pyrolytic methyl ecgonidine and thirteen metabolites in human blood and
urine: determination by gas chromatography-mass spectrometry. Biomed
Chromatogr. 2005;19(9):677-88.
Pearson-Fuhrhop KM, Dunn EC, Mortero S, Devan WJ, Falcone GJ, Lee P, Holmes
AJ, Hollinshead MO, Roffman JL, Smoller JW, Rosand J,Cramer SC. Dopamine
genetic risk score predicts depressive symptoms in healthy adults and adults
with depression. PLoS One. 2014;9(5):e93772.
Rakyan VK, Beyan H, Down TA, Hawa MI, Maslau S, Aden D, Daunay A, Busato
F, Mein CA, Manfras B, Dias KR, Bell CG, Tost J, Boehm BO, Beck S, Leslie RD.
Identification of type 1 diabetes-associated DNA methylation variablepositions that
precede disease diagnosis. PLoS Genet. 2011;7(9):e1002300.
Reinarman C, Levine HG. The crack attack: politics and media in the crack scare. In:
Reinarman C, Levine HG. Crack in America: demons drugs and social justice.
Berkeley: University of California Press; 1997. p.18-52.
93
Rivera MA, Aufderheide AC, Cartmell LW, Torres CM, Langsjoen O. Antiquity of
coca – leaf chewing in the south central Andes: a 3000 year archaeological record of
coca – leaf chewing from northern Chile. J. Psychoactive Drugs. 2005;37(4):455-8.
Robison AJ, Nestler EJ. Transcriptional and epigenetic mechanisms of addiction. Nat
Rev Neurosci. 2011;12(11):623-37.
Sarter B, Long TI, Tsong WH, Koh WP, Yu MC, Laird PW. Sex differential
in methylation patterns of selected genes in Singapore Chinese. Hum
Genet., 2005;117(4):402-3.
Smith ML, Baggerly KA, Bengtsson H, Ritchie ME, Hansen KD. Illuminaio:
An open source IDAT parsing tool for Illumina microarrays. F1000Res. 2013;2:264.
94
Tsuang MT, Lyons MJ, Eisen SA, Goldberg J, True W, Lin N, Meyer JM, Toomey
R, Faraone SV, Eaves L. Genetic influences on DSM-III-R drug abuse and
dependence: a study of 3,372 twin pairs. Am J Med Genet. 1996;67(5):473-7.
UNODC – United Nations Office on Drugs and Crime. Coca cultivation in the
andean region: a survey of Bolivia, Colombia and Peru. Bogotá: ONU; 2009.
UNODC – United Nations Office on Drugs and Crime. Colombia coca cultivation
survey. Bogotá: ONU; 2008.
95
Vassoler FM, Byrnes EM, Pierce RC. The impact of exposure to addictive drugs on
future generations: Physiological and behavioral effects. Neuropharmacology.
2014;76:269-75.
Wagner GA, Oliveira LG, Barroso LP, Nishimura R, Ishihara LM, Stempliuk VA,
Duarte PCAV, Andrade AG . Drug use in college students: a 13-year trend. Rev.
Saúde Pública. 2012; 46(3):497-504.
Waltrick-Zambuzzi MR, Vieira TCS, Romanos HF, Macedo EE, Granjeiro JM,
Kuchler EC. Evaluation of yield, purity and integrity of genomic dna in different
protocols buccal cell collection. Int J Dent., 2012;11(1):12-18.
Wu MC, Joubert BR, Kuan PF, Håberg SE, Nystad W, Peddada SD, London SJ. A
systematic assessment of normalization approaches for the Infinium 450K
methylation platform. Epigenetics. 2014;9(2):318-29.
Yao J, Pan YQ, Ding M, Pang H, Wang BJ. Association between DRD2 (rs1799732
and rs1801028) and ANKK1 (rs1800497) polymorphisms and schizophrenia: a meta-
analysis. Am J Med Genet B Neuropsychiatr Genet. 2015;168B(1):1-13
Yuferov V, Levran O, Proudnikov D, Nielsen DA, Kreek MJ. Search for genetic
markers and functional variants involved in the development of opiate and cocaine
addiction and treatment. Ann N Y Acad Sci. 2010;1187:184-207.