Conhecer A Sua Própria Mente
Conhecer A Sua Própria Mente
Conhecer A Sua Própria Mente
mente
Donald Davidson
Tradução de Luís M. S. Augusto
Notas
1. Graham Wallas, The Art of Thought. ↩︎
2. Donald Davidson, “First Person Authority”, Dialectica, 38 (1984),
pp. 101–111. ↩︎
3. Hilary Putnam, “The Meaning of ‘Meaning’”, reimpresso
em Philosophical Papers, Vol. II: Mind, Language, and Reality,
Cambridge University Press, 1975, p. 227. ↩︎
4. Não tenho aqui quaisquer pretensões a ser original: Steven Stich
usou um exemplo muito semelhante em “Autonomous Psychology
and the Belief-Desire Thesis”, The Monist, 61 (1978), p. 573 ss.
Devo frisar que não estou aqui a sugerir que um objecto criado
acidental ou artificialmente não possa pensar; o Homem dos
Pântanos precisa simplesmente de tempo para adquirir uma
história causal que possa dar sentido à pretensão de que ele está a
falar, a lembrar-se, a identificar ou a pensar acerca de coisas no
mundo. (Voltarei a este assunto.) ↩︎
5. Hilary Putnam, “The Meaning of Meaning”, p. 144. ↩︎
6. Ver John Searle, Intentionality, Cambridge University Press,
1983, e Tyler Burge, “Individualism and Psychology”, The
Philosophical Review, 95 (1986), pp. 3–45. ↩︎
7. Cf. Hilary Putnam, “The Meaning of Meaning”, pp. 164–5. ↩︎
8. Cf. Jerry Fodor, “Cognitive Science and the Twin Earth
Problem”, Notre Dame Journal of Formal Logic, 23 (1982), p.
103. Ver ainda do mesmo autor “Methodological Solipsism
Considered as a Research Strategy in Cognitive Psychology”, The
Behavioral and Brain Sciences, 3 (1980). ↩︎
9. John Searle, Intentionality, capítulo 8. ↩︎
10.Thought and Object, Andrew Woodfield, ed., Clarendon Press,
1982, p. viii. ↩︎
11. Cf. Daniel Dennett, “Beyond Belief”, in Thought and Object, p.
76. ↩︎
12. Tyler Burge, “Other Bodies”, in Thought and Object;
“Individualism and the Mental”, in Midwest Studies in
Philosophy, Vol. 4, Peter French, Theodor Uehling, Howard
Wettstein, eds., University of Minnesota Press, 1979; “Two
Thought Experiments Reviewed”, Notre Dame Journal of Formal
Logic, 23 (1982), pp. 284–93; “Individualism and Psychology”. ↩︎
13. Jerry Fodor, “Methodological Solipsism Considered as a Research
Strategy in Cognitive Psychology”. ↩︎
14. Steven Stich, From Folk Psychology to Cognitive Science, M.I.T.
Press, 1983. ↩︎
15. Ver por exemplo Gareth Evans, The Varieties of Reference,
Oxford University Press, 1982, pp. 45, 199, 201. ↩︎
16. Tyler Burge, “Individualism and the Mental”, p. 83. ↩︎
17. Ibidem, pp. 90, 102, 104. ↩︎
18. Burge sugere que a razão pela qual normalmente pensamos que
uma pessoa quer dizer com as suas palavras aquilo que outros na
sua comunidade linguística querem dizer, quer o falante saiba ou
não aquilo que os outros querem dizer, é que “as pessoas são
frequentemente julgadas, e julgam-se a si próprias, de acordo com
os padrões da comunidade quando se trata de uma má aplicação
ou de uma má compreensão”. Diz ele ainda que tais casos
“dependem de uma certa responsabilidade pela prática
comunitária” (Cf. “Individualism and the Mental”, p. 90). Não
ponho em dúvida o fenómeno mas simplesmente a sua
importância relativamente àquilo que quer mostrar. (a) é de um
modo geral correcto considerar as pessoas responsáveis por
saberem aquilo que as suas palavras querem dizer; nesses casos
podemos encará-las como defendendo posições que
desconheciam ou que não pensavam defender. Isto não tem nada
a ver (directamente) com aquilo que elas queriam dizer com as
suas palavras nem com aquilo que elas pensavam. (b) Como bons
cidadãos e bons pais procuramos encorajar práticas que
fomentem as oportunidades de comunicação; usar as palavras
como pensamos que os outros as usam pode fomentar a
comunicação. Esta ideia (justificada ou não) pode ajudar a
explicar porque é que algumas pessoas têm tendência a atribuir
significados e crenças de um modo normativo; pretendem
encorajar o conformismo. (c) Um falante que quer ser
compreendido tem que querer que as suas palavras sejam
interpretadas (e logo interpretáveis) de acordo com certas regras;
este desejo pode ser satisfeito usando as palavras do mesmo modo
que os outros as usam (embora frequentemente tal não aconteça).
De modo semelhante, um ouvinte que quer compreender um
falante tem que querer interpretar as suas palavras como o falante
queria que elas fossem interpretadas (quer a interpretação seja
“padrão” ou não). Estas intenções recíprocas adquirem
importância moral num número infinito de situações que não têm
nenhuma ligação necessária com a determinação daquilo que
alguém tinha na cabeça. ↩︎
19. Ver, por exemplo, “Two Thought Experiments Reviewed”, p.
289. ↩︎
20. Burge já deu exemplos de “experiências mentais” que nem
sequer envolvem a linguagem; uma destas experiências leva-o a
afirmar que alguém que tivesse crescido num ambiente sem
alumínio não poderia ter “pensamentos de alumínio”.
(“Individualism and Psychology”, p. 5.) Burge não nos diz porque
é que pensa deste modo, mas não é de modo nenhum evidente que
ele necessite de suposições contrafactuais para defender a sua
ideia. Seja como for, as novas experiências de pensamento
parecem basear-se em intuições bastante diferentes daquelas
invocadas em “Individualism and the Mental”; o papel das normas
sociais nas novas experiências não é claro e os hábitos linguísticos
da comunidade parecem ser irrelevantes. é possível que aqui a
posição de Burge esteja próxima da minha. ↩︎
21. “Two Thought Experiments Reviewed”, p. 288. ↩︎
22. “The Meaning of Meaning”, p. 227. ↩︎
23. Andrew Woodfield, in Thought and Object, p. viii. ↩︎
24. “Individualism and the Mental”, p. 111. ↩︎
25. Cf. “Individualism and Psychology”, p. 15, nota 7. Cf. ainda
“Individualism and the Mental”, p. 111. ↩︎
26. “Mental Events”, in Donald Davidson, Essays on Actions
and Events, Oxford University Press, 1982. ↩︎