Antropologia Filosófica Ii
Antropologia Filosófica Ii
Antropologia Filosófica Ii
ANTROPOLOGIA FILOSÓFICA II
Prof. Me. Luiz Carlos Berri
● 16/02/2023 – 4 créditos
● Plano de ensino;
o Avaliações:
+ 23/03: Atividade avaliativa de leitura e interpretação de texto
+ 27/04: Avaliação escrita
+ 18/05: Atividade avaliativa de leitura e interpretação de texto
+ 06/07: Avaliação oral
+ Atividade de extensão
o Bibliografia Básica: VAZ, Henrique C. de Lima. Antropologia filosófica
II. São Paulo: Loyola, 1992.
o Conteúdo programático: 3. A pessoa humana e sua realização
3.1 A realização humana
3.2 A pessoa
4. Considerações finais
(sujeito se relaciona com a natureza e a partir disso, forma conceitos/explicações) = natureza 🡪 sujeito =
forma (discurso)
2.1.1 Sentidos do termo objetividade
- Sentido lógico: razão formal segundo a qual um objeto é considerado em determinada
ciência.
- Sentido gnosiológico: oposição do sujeito e do objeto na ordem do conhecimento.
- Sentido epistemológico: alcance objetivo dos conceitos e teorias nas ciências.
- Sentido dialético (Hegel): momento dialético da Lógica subjetiva que opera a
passagem da subjetividade à Ideia.
- Sentido moral: a objetividade moral é atribuída às realidades que são normativas com
relação à ação moral, como o bem, o fim, a norma da reta razão, a lei moral.
- Sentido antropológico (nossa disciplina): designa a abertura do homem à realidade
com a qual ele estabelece uma relação não recíproca (unilateral, apenas o sujeito se relaciona
com o mundo): formas de relação do homem com o ser (ex.: presença mundana: sua
presença aos objetos e eventos cuja interconexão constitui o mundo). (Se fundamenta na
nossa abertura ao Ser, antes de me relacionar com o mundo, eu me relaciono com o Ser)
(por um lado estou ligado ao mundo e ao Ser 🡪 não somos puramente espirituais e nem
completamente materiais = constitui a nossa realidade)
o Pelo espírito, esta presença recebe uma elucidação definitiva em sua
abertura transcendental ao Ser.
o Delineada a possiblidade do conhecimento da infinidade real do Ser
absoluto e inclinação (amor) À sua bondade infinita.
o Negação da identidade entre o sujeito e o “para” da sua relação com o
mundo-natureza.
● 30/03/2023 – 4 créditos
INTERSUBJETIVIDADE
(relação entre sujeitos)
● Relação de intersubjetividade:
o Reciprocidade
o A infinitude intencional (o sujeito aos 90 anos ainda não foi capaz de compreender
toda sua realidade, está sempre aberto – o ser espiritual está sempre aberto à esta
infinitude – o indivíduo está intencionalmente voltado à alguma coisa) do sujeito tem
diante de si outra infinitude.
o A relação de intersubjetividade ocorre no médium da linguagem
(postura corporal, gestos, palavras, articulação do discurso) (É sempre
çelatravés da linguagem que o outro se revela/mostra).
o Abertura constitutiva do sujeito: síntese do ser-em-si (esse in) e do
ser-para (esse ad)
● Pré compreensão
○ Filosofia contemporânea
■ Retraimento das filosofias do sujeito da história;
■ Crescimento das formas de comunicação e sua extensão mundial
exigiu uma reflexão filosófica sobre a relação intersubjetiva.
■ Três camihas de convergência para o lugar central do Eu no
pensamento atual:
- Caminho fenomenológico: Husserl, Scheler, Jaspers, G.
Marcel e Sartre.
- Caminho lógico: investigações sobre a natureza e
estrutura lógica do diálogo.
- Caminho linguístico: análise da linguagem como medium
primeiro para o encontro com o outro.
■ Qual o fundamento que permite a esta relação transcender seus
simples acontecer natural e histórico e revelar a dignidade de um
outro Eu?
○ Aporética crítica
■ Passagem do Nós empírico (puro acontecer) ao Nós
transcendental (constitui algo permanente: vínculos de família de
amizade, sociais, políticos…)
■ Extensão analógica do Eu (analogado principal) ao Nós
(ser-em-comum que analogamente pensa, delibera, reflete,
decide…)
○ O homem é ser-no-mundo porque ser-com-o-outro (o mundo é mediação
para o encontro com o outro)
○ Ser-com-o-outro é constitutivo da estrutura relacional do sujeito.
○ Oposição fundamental inerente á intersubjetividade entre o eu que só
pode ser pensado ser-com-o-outro em sua irredutível singularidade e o
Nós que se constitui na saída do Eu ao encontro do outro (unidade na
pluralidade).
(Nossa primeira relação é com o ser, e através dela com os outros e depois a relação objetiva)
○ Identidade na diferença: o ser-em-comum é constituído pela identidade
dialética entre o ser-em-si dos sujeitos e o seu ser-para-o-outro.
○ Primazia do ser (abertura do espírito) torna possível a passagem da
intersubjetividade à transcendência.
○ Quatro níveis fundamentais:
■ Relação interpessoal (eu-tu): caráter oblativo, mais ou menos
profundidade, tende à gratuidade do dom-de-si. Amor:
tri-unidade de pulsão, amizade e dom. Virtude própria: felicidade
■ Relação Eu-nós: existir intracomunitário. Caráter de
convivialidade e colaboração espontânea nas tarefas da
comunidade. Virtude própria: amizade.
■ Relação intrasocietária: consenso reflexivo: direitos e deveres
(obrigação cívica). Passagem da sociedade convivial à sociedade
política. Virtude própria: justiça
■ Comunicação intracultural (eu-humanidade): existir histórico. A
história é o englobante último do homem.
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> 18/05/2023
● Experiência da transcendência presente em todas as culturas, com especial
relevo no período de 800 a.C a 200 a.C (do extremo oriente ao mediterrâneo):
○ Consciência da participação no ser como todo leva às noções de essência
(ser-parte) e existência (todo).
○ Ser-parte no todo constitui o problema do qual emerge a ideia de ordem e
experiência da transcendência, expressando-se na ideia de Revelação e
de Filosofia (Grécia).
REALIZAÇÃO
(Aqui refere-se a unidade do ser humano, a partir de duas vertentes: pessoa [em torno
do próprio eu] e realização [processo de unificação, vamos construindo essa unidade])
(realização = ação de tornar algo real – segundo minhas escolhas –, algo que não era
real)
● O homem torna-se ele mesmo na sua abertura constitutiva ao outro (dialética do
mesmo e do outro)
● Não podemos realizar-nos a nós mesmos senão como seres abertos à infinitude
do Ser.
● Através de seus atos o homem se exprime com plasmador da própria unidade
(síntese de estrutura e relação).
● Os atos descrevem a linha de realização do homem no sentido etimológico do
termo: o que existe na plenitude do seu poder-existir (quod actum est) ou o que
completou o movimento do seu vir-à-existência (quod perfectum est)
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APORÉTICA HISTÓRICA
APORÉTICA CRÍTICA
PESSOA
COMPREENSÃO FILOSÓFICA
● Aporética histórica:
○ Tradição platônica-aristotélica: transposição da noção de psyché em uma
metafísica do espírito (Nous): situa a ideia de homem na perspectiva da
“participação do ser”.
○ Desenvolvimento da metafísica do espírito: no neoplatonismo e no
estoicismo antigo (minuciosas análises psicológicas, relação do homem
com o lógos universal e a lei natural).
○ O pensamento antigo não chegou ao conceito de pessoa porque não
chegou à inteligibilidade intrínseca da existência.
○ Pessoa e natureza no pensamento cristão-medieval
■ Aparecimento da noção de pessoa no momento da transposição
da fé em teologia.
■ Profunda transformação do substrato semântico da terminologia
filosófica grega:
● Prósopon < Persona: em lugar de máscara (teatro grego)
passou a significar o sujeito na sua radical originalidade,
incomunicabilidade e irrepresentabilidade.
● Ousía (essência) e hypóstatis (substantia) enraizam-se no
terreno da inteligibilidade da existência.
■ Analogicidade do conceito de pessoa: predicado em primeiro
lugar de Deus enquanto absoluto de existência.
■ Predicado secundariamente da pessoa humana: a universalidade
da ousía (essência) se singulariza na incomunicabilidade da
hypóstasis (existência).
○ Pessoa e subjetividade no pensamento moderno
■ A ideia moderna de sujeito: novo perfil da nossa dominado pela
primazia do sujeito.
■ Reação à aparente retirada do predicado da autárkeia do homem
(vontade criadora e salvífica de Deus como Existente absoluto)
■ A Modernidade é dominada pela distinção entre o homem “ser da
natureza” e o homem “ser racional” (contraposição
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