Boas Práticas de Fabricação
Boas Práticas de Fabricação
Boas Práticas de Fabricação
Nicolas Mello
Conteúdos
2.1 - SIF
2.2 - DIPOA
2.3 - DCPAA
2.4 - DCPOA
3 - Fontes de Contaminação
5 - Abastecimento de Água
5.5 - Dureza
7 - Qualidade do Ar e Ventilação
10.1 - Roedores
10.2 - Baratas
14.2 - Princípio 1
14.3 - Princípio 2
14.4 - Princípio 3
14.5 - Princípio 4
14.6 - Princípio 5
14.7 - Princípio 6
14.8 - Princípio 7
15 - Validações da APPCC
Boas Práticas de Fabricação
BPF
PPHO
Os PPHO podem ser admitidos como parte integrante do BPF e têm procedimentos
de monitorização, ação corretiva, registros e verificação, para uniformizar as ações
e minimizar os riscos associados à falta de higiene.
POP
SIF
DIPOA
DCPAA
O DCPAA (Declaração de Produtos para Alimentação Animal) é um documento
utilizado no contexto de trânsito e certificação sanitária com finalidade de
exportação. Ele se aplica tanto à Declaração de Produtos de Origem Animal
(DCPOA) quanto à DCPAA. Essas declarações são importantes para garantir a
conformidade dos produtos de origem animal que serão exportados, atestando que
eles atendem aos requisitos sanitários, técnicos e legais do país importador
DCPOA
Mares, rios, lagos etc. têm sido utilizados como destino final de esgotos domésticos
e/ou industriais. Por isso, a contaminação das águas se torna um problema grave.
Ainda agravando a situação, muitos peixes e mariscos que crescem nessas águas
contaminadas fazem parte da nossa alimentação.
Algumas doenças como a hepatite, a febre tifoide e muitas gastroenterites têm sido
atribuídas ao consumo desses produtos, mesmo se apresentado ao consumidor
como normais em termos de sabor e aspecto geral. A água se apresenta como um
elemento importante na produção de alimentos, como componente de muitos
produtos ou como agente de limpeza necessitando, portanto, ser de boa qualidade.
Contaminação Pelo Ar
Um dos ambientes mais hostis para muitos microrganismos é a atmosfera. No ar, não
existem umidade e nutrientes suficientes para o desenvolvimento dos
microrganismos. Apesar de muitos deles morrerem e de nenhum conseguir
multiplicar-se na atmosfera, um número significativo tem capacidade para sobreviver
e utilizar a turbulência do ar como meio de dispersão e subsequente contaminação
de alimentos.
Os microrganismos presentes no ar são provenientes do solo, das matérias em
decomposição ou da vegetação. Eles são levados pelo vento e fixados às poeiras
que existem no ar ou encontram-se nas gotas de líquidos de pulverizações, por
exemplo, estrume (esterco) líquido, e da irrigação associada às atividades agrícolas.
Edificações e Instalações
As janelas e outras aberturas que deem acesso à unidade devem estar providas de
telas (abertura igual ou inferior a 2 milímetros) de proteção contra o acesso de insetos,
enquanto que para as portas é recomendado que sejam constituídas em material
não absorvente, de fácil limpeza e com fechamento automático (mola ou sistema
eletrônico) e com distância máxima de um centímetro do piso. As cortinas de ar nas
portas de acesso à área de produção, também, é uma alternativa para se evitar a
entrada de insetos.
Na manipulação dos alimentos deve ser utilizada somente água potável, exceto nos
seguintes casos:
Sabor e Odor
Sabor e odor são sensações que se manifestam em conjunto, o que torna difícil sua
separação. O odor e o sabor da água dependem dos sais e gases dissolvidos. Como
o paladar humano tem sensibilidade distinta para os diversos sais, poucos miligramas
por litro de alguns sais são detectáveis, enquanto que várias centenas de miligramas
de cloreto de sódio não é detectável. Em geral, as águas subterrâneas são
desprovidas de odor. Algumas fontes termais podem exalar cheiro de ovo podre
devido ao seu conteúdo de H2S (gás sulfídrico). Da mesma maneira, águas que
percolam matérias orgânicas em decomposição (turfa, por exemplo) podem
apresentar H2S.
Aspectos Químicos
Dureza
A água que chega até nossas casas, ou às indústrias, e até a água captada
diretamente de uma nascente é uma solução de vários minerais que se dissolvem na
água pela sua passagem pelo solo e encanamentos. Esses minerais, quase que em
sua totalidade sais, não comprometem o uso doméstico da água, mas, em algumas
situações, podem formar alguns sais insolúveis e provocar incrustações e
entupimentos das tubulações. Os sais de cálcio e de magnésio lixiviados pela água,
em seu caminho através do solo, conferem o que chamam de “dureza da água”.
Com isso, teores elevados de cálcio e magnésio contidos em suspensão podem
interagir com a água e, consequentemente, sofrer reações químicas em
temperaturas elevadas, se transformando em substâncias corrosivas. Em
temperaturas elevadas, os sais de cálcio e magnésio tendem a formar incrustações
que promovem a deterioração de equipamentos. Além disso, os sais de cálcio e
magnésio reagem com componentes de alguns detergentes e sanitizantes, não
permitindo a formação de espuma e assim, reduzindo a eficiência do procedimento
de higienização.
Quando a indústria tiver como fonte de captação a água classificada como do tipo
dura, esta poderá ser tratada através dos seguintes processos: abrandamento,
desmineralização ou evaporação.
Acidez e Alcalinidade
Aspectos Microbiológicos
As mãos dos manipuladores devem ser mantidas limpas, sem fissuras ou quaisquer
problemas onde os microrganismos possam se alojar e desenvolver-se. A lavagem
das mãos deve ser frequente e de forma correta, deve ainda ser realizada em locais
(pias) apropriadas para esse fim, preferencialmente com acionamento automático
(quando não existir após a etapa do enxágue, fechar a torneira com papel toalha
descartável). Junto ao local, deverão estar disponíveis sabonete líquido bactericida
ou um sabonete líquido neutro mais um desinfetante, assim como papel toalhas
descartáveis ou secador elétrico automático. As unhas deverão apresentar-se
sempre curtas, limpas e sem esmaltes.
É necessário também que haja ventilação suficiente nesse espaço para que seja
garantida a renovação periódica do ar interno das salas, deixando-as livres de
maiores impurezas possível. Outro fator de destaque para a ventilação de ambientes
é assegurar que ela promova o conforto térmico.
Outro ponto que pode ajudar no conforto térmico é a utilização de roupas de cor
clara. Na unidade sobre aspectos de higiene, vimos a importância de escolher uma
roupa para ser usada como uniforme de trabalho e cujo tecido seja de cor clara
tanto para diminuir a sensação de calor quanto para diminuir a chance de
contaminação do alimento.
Tipos de Ventilação
• Ventilação natural;
• Ventilação geral;
• Ventilação local exaustora.
A importância para esta higienização de utensílios, é para que não ocorra nenhum
tipo de contaminação entre o equipamento e o alimento, assim como ocorre na
contaminação cruzada. Recomenda-se que os equipamentos, utensílios e
instrumentos de controle tenha acabamento sanitário e fabricados a partir de
materiais que não liberem substâncias tóxicas, odores nem sabores para os alimentos.
Não absorventes e resistentes à corrosão.
Prevenção da Contaminação Cruzada
Estima-se que 85% dos casos de intoxicação alimentar poderiam ser evitados
tomando-se os devidos cuidados com a higiene, beneficiamento e armazenamento
dos alimentos. Os equipamentos e utensílios da indústria precisam estar muito bem
limpos, de modo que não se tornem possíveis agentes de contaminação, como nos
casos de contaminação cruzada. Iremos destacar o papel das Boas Práticas de
Fabricação (BPF) para prevenir as contaminações cruzadas e consequentemente as
DTA.
Os recipientes devem ser tratados com o devido cuidado para evitar toda a
possibilidade de contaminação do produto fabricado.
Durante o armazenamento deve ser exercida uma inspeção periódica dos produtos
acabados, a fim de que somente sejam expedidos alimentos aptos para o consumo
humano e sejam cumpridas as especificações de rótulo quanto às condições e
transporte, quando existam. Outro risco no armazenamento ocorre pela ação das
pragas.
(CIP)
Roedores
(MIP)
Uma regra básica: as caixas de papelão das matérias-primas devem ser descartadas,
entrando na área de produção apenas o conteúdo. No caso de sacos constituídos
de várias capas de papel, retirar a capa mais externa com o objetivo de se evitar
contaminação cruzada.
(BPF)
O MBPF deve conter uma descrição real dos procedimentos técnicos e de higiene
para cada estabelecimento processador de alimentos, de modo que envolva os pré-
requisitos básicos para uma produção de alimentos impecável.
Roteiro Para Elaboração de um Manual de Boas Práticas de
Fabricação
1. Apresentação
2. Objetivo: Descrever de maneira objetiva e clara a finalidade do MBPF e em quais
áreas e setores do estabelecimento será aplicado.
3. Documentos e legislação referenciados: Indicar os documentos e legislação que
referenciam e legitimam o MBPF (leis, portarias, resoluções, normas técnicas,
bibliografia técnica etc.), tais como, a legislação sanitária federal em vigor a Portaria
MS nº 1428/93, Port. MS nº 326/ 97 – (MBPF) – e RDC ANVISA nº 275/02 – (POP) e “Os
elementos de apoio para o sistema APPCC”.
4. Definições: Citar definições que sejam necessárias para o entendimento do manual,
tais como:
• Razão Social
• Endereço
• Responsável técnico (Nome/ formação) e número do registro no conselho profissional
ou número do documento de identificação (CI ou CPF)
• Licença de Localização (órgão emissor, nº e período de validade)
• Alvará sanitário (órgão emissor, nº e período de validade/ anexar cópia)
• Lista de produtos manipulados
• Equipe de Boas Práticas: (nome / cargo na empresa / função na equipe)
8. Recursos humanos
• Admissão de Funcionário: Relatar o procedimento adotado na admissão dos
funcionários, o número total de funcionários (por sexo), número de funcionários de
cada área de produção e o número de funcionários qualificados. Que tipo de
treinamento é oferecido na admissão. Existência de treinamentos para os
funcionários no que se refere às boas práticas no manuseio de alimentos, higiene
pessoal, armazenagem, controle de pragas e outros relativos às boas práticas? E
sobre os procedimentos relativos à segurança do trabalho? Quem é responsável
pelos treinamentos e a frequência; Onde os registros de treinamento estão
arquivados.
1. Uniformes / EPI: tipo de uniforme e EPI para cada área específica. Número de mudas
(trocas) de uniformes para cada funcionário. Como é feita a higienização dos
uniformes (o próprio funcionário? a empresa? lavanderia terceirizada?) e qual a
frequência da troca?
2. Mãos: onde e como é feita a higienização das mãos, frequência, existência de
instruções normativas/ cartazes educativos de como lavar as mãos?
3. Hábitos Comportamentais: usam adornos, fumam, usam perfume, tomam banho
antes de iniciar as atividades? Como fazem o monitoramento (check list /planilhas)?
Onde estão arquivados esses registros?
Princípios da APPCC
Princípio 1
• Ponto de Controle (PC) - São pontos ou etapas que afetam a segurança, mas
controlados prioritariamente por programas de pré-requisitos (BPF e PPHO);
• Ponto de Crítico de Controle (PCC) - Qualquer ponto, etapa ou procedimento no qual
se aplicam medidas de controle (preventivas) e se estabelecem limites críticos para
manter um perigo significativo sob controle, com objetivo de eliminar, prevenir ou
reduzir os riscos à saúde do consumidor.
O critério para inclusão de perigos na lista dos PCC exige que os mesmos sejam de
tal natureza que sua prevenção, eliminação ou redução em níveis aceitáveis seja
essencial para a produção de alimentos seguros.
Na avaliação de um perigo deve-se considerar também o risco, que, no contexto da
segurança de alimentos significa a probabilidade de ocorrência de um efeito
adverso à saúde (por exemplo, ficar doente) e a severidade desse efeito (morte,
hospitalização, ausência no trabalho etc.) quando há exposição ao perigo
específico (GAVA, 2008).
Princípio 2
Identificar um Ponto Crítico de Controle demanda uma análise completa que tem
seu início na elaboração do fluxograma de produção. Para auxiliar essa análise, deve
ser empregada a Árvore Decisória (A árvore decisória deve ser usada como
orientação para determinar os PCC e sua aplicação deve ser flexível, considerando
se a operação está relacionada à produção, ao abate, ao processamento, ao
armazenamento, à distribuição ou outro fim) para Identificação Lógica do PCC.
Trata-se de uma sequência lógica de questões que auxiliam na identificação de um
PCC.
Princípio 3
Cada medida preventiva deve estar associada a limites críticos de controle. Limites
críticos podem ser considerados fronteiras de segurança para que cada PCC possa
variar sem ser perdido o controle sob a segurança do alimento. Quando se fala em
variação, entende-se uma faixa com a qual o processo está em conformidade. A
pesquisa científica é que determina e valida essa faixa de segurança, ou seja, os
limites críticos. Através desses limites determinam-se os chamados limites críticos
superiores e os limites críticos inferiores.
Princípio 4
Quando identificada uma não conformidade, é necessário que se saiba qual a ação
corretiva a ser tomada para garantir a segurança do produto final. As ações
corretivas passam pelo reprocesso ou mesmo a exclusão do lote em que foi
verificada a falha.
As ações corretivas específicas devem ser desenvolvidas para cada PCC de forma a
controlar um desvio observado nos limites críticos, garantindo novamente a
segurança do processo. As medidas a serem adotadas dependerão do método de
monitoração, podendo incluir: ajustes de temperatura e/ou de tempo; aferição dos
termostatos; diminuição de Aa (atividade de água) ou de pH; alteração das
formulações ou das recomendações sobre preparo e condições de conservação;
recolhimento e destruição de lote de produto.
Princípio 6
• descrição da equipe;
• responsabilidades individuais;
• tipo de produto;
• fluxograma de processo;
• análise de perigos;
• limites críticos;
• procedimentos de monitoração;
• ações corretivas nos PCC;
• registros e procedimentos de verificação;
• treinamento de funcionários.
Validação do APPCC