Meditacao Dor 1

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MEDITAÇÃO DA 1ª

Texto do seu parágrafo

DE NOSSA SENHORA
(Santo Afonso de Ligório)
INSTITUTO HESED

1º DOR: A PROFECIA DE SIMEÃO

Neste vale de lágrimas todo homem nasce


chorando e necessita passar pelos sofrimentos
que lhe ocorrem todos os dias.

Mas, a existência seria ainda mais dolorosa se


cada um soubesse os males que nos esperam
no futuro. Desgraçado seria aquele que se
encontrasse nessa terrível situação, disse
Sêneca. O Senhor que sempre nos sustenta,
nos oculta as cruzes do futuro.
Nos permite sofrer apenas uma vez no
momento oportuno. Mas, da mesma sorte não
partilhou a Virgem Maria. Porque a destinou
como rainha dos mártires fazendo com que em
tudo sofresse como seu Filho. Portanto, devia
sofrer continuamente e ter os olhos postos nas
penas futuras. Estas penas foram a
paixão e morte de vosso amado Filho.
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1. MARIA CONHECE SEUS
FUTUROS PADECIMENTOS
Eis que o santo velho Simeão no templo, tendo
recebido em vossos braços a criança divina,
revela à Maria que seu Filho seria o sinal de
todas as contradições e perseguições dos
homens: “Eis que este menino está destinado a
ser uma causa de queda e de soerguimento
para muitos homens em Israel, e a ser um sinal
que provocará contradições: e uma espada
transpassará a tua alma” (Lc 2, 34-35).
Disse Maria a Santa Matilde que ao ouvir as
palavras de Simeão, toda a sua alegria se
mudou em tristeza.

Como foi revelado a Santa Teresa, a Mãe


Santíssima, sabia desde o início do sacrifício
que seu Filho faria de sua vida para a salvação
do mundo. No entanto, desde que a profecia
lhe foi revelada, conheceu os pormenores das
penalidades e morte cruel que estava para
acontecer com seu Filho amado.
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Maria conheceu, então, que o havia de


contradizer seu filho Jesus, e contradizer em
tudo: em sua doutrina, pois em vez de
acreditarem nEle crerem, o condenariam como
blasfemador, por ter dado testemunho
da divindade. Como afirma o cruel Caifás
quando disse: “Acabastes de ouvir a blasfêmia!
(…) Merece a morte” (Mt 26, 65-66). Em sua
honra e estima, pois, mesmo com sua nobre e
real ascendência, foi desprezado como um
mísero plebeu. “Não é este o Filho do
carpinteiro? Não é Maria sua mãe? (Mt 13,55).
Ele é a própria Sabedoria, entretanto, foi
tratado como ignorante: “Este homem não fez
estudos. Donde lhe vem, pois, este
conhecimento das Escrituras.” (Jo 7,15).
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Sofreu escárnio como se fosse um falso profeta:


“Entretanto, os homens que guardavam
Jesus escarne ciam dele e davam-lhe
bofetadas. Cobriam-lhe o rosto e diziam:
‘Adivinha quem te bateu!’” (Lc 22, 63-64). Era
chamado de louco: “Ele delira. Por que o
escutais vós?” (Jo10,20). Ele foi julgado comilão
e beberrão e amigo de publicanos e pecadores
(Lc 7,34).

Espalharam que Jesus fazia feitiçarias: “É pelo


príncipe dos demônios que ele expulsa
demônios” (Mt 9, 34); o insultavam chamando
de herege e endemoninhado: Não dizemos com
razão que és samaritano, e que estás possesso
de um demônio?” (Jo 8, 48). Por fim, Jesus foi
acusado por crimes tão notórios que não foi
preciso sequer processo para a sua
condenação.
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Pois disseram os judeus a Pilatos:


“Se este não fosse malfeitor, não o teríamos
entregue a ti!” (Jo 18,30). A contradição foi
sofrida até na sua alma. Deus Pai para
satisfazer a justiça divina o contrariou, deixando
de atender a sua súplica: “Meu Pai, se é
possível, afasta de mim este cálice” (Mt 26,39).
Seu sofrimento foi tão intenso que chegou a
suar sangue.

A perseguição e a contradição foi sofrida, enfim,


no corpo e na alma. Basta dizer que foi
atormentado em todos os seus membros
sagrados: nas mãos e nos pés, o rosto e a
cabeça, todo o seu corpo, até
morrer, sangrar em um madeiro vil.
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2. MARIA VIVEU UMA
CONTÍNUA IMOLAÇÃO
Davi em meio a todos os seus prazeres e
grandeza real, quando ouviu do profeta Natã que
seu filho iria morrer (2 Reis 12, 14), não encontrou
mais descanso e se pôs a chorar, jejuar e dormir
no chão. Entretanto, Maria, ao contrário do rei
Davi, recebeu com grande paz a profecia de
Simeão sobre a morte de seu Filho, e permaneceu
a sofrer sempre em paz, no seu santo silêncio.
Mas, tendo sempre diante dos olhos aquele Filho
amado, que haveria de passar pelos mais terríveis
padecimentos!

Abraão foi atormentado por 3 dias ao saber que


seu amado filho Isaac lhe seria tirado. Entretanto,
Maria sofreu da mesma dor não por 3 dias, mas
por 33 anos. A própria Virgem Santíssima revelou
a Santa Brígida: “Toda vez que eu olhei para o
meu filho, toda vez que eu observava suas mãos e
pés, tantas vezes em minha alma como uma nova
dor me assolava pensando no momento da
crucificação.”
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O abade Roberto contempla a Santa Mãe de


Deus, amamentando seu Filho divino e dizendo-
lhe: “O meu bem-amado é para mim como um
saquitel de mirra (Ct 1,12). “Ah! Filho meu,
aperto-te em meus braços porque és muito
amado. Porém, quanto mais te amo, mais te
tornas para mim um ramalhete de mirra e de
dores, ao lembrar-me de tuas penas.”
São Bernardino diz que: “Maria considerava
que, como seu Filho, a fortaleza dos santos,
seria reduzido à agonia; sendo a beleza do
paraíso, ficaria desfigurado; sendo Senhor do
mundo, seria preso como réu; sendo Criador
do universo, estaria coberto de chagas; sendo
Juiz dos juízes, sofreria condenação; sendo
glória do céu, ouviria desprezos; sendo Rei dos
reis, levaria uma coroa de espinhos
e um irrisório manto de rei de comédia?”
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Segundo o padre Engelgrave, foi revelado a


Santa Brígida que Maria, estava ciente de todos
os detalhes das penas a serem suportadas no
seu Filho. Ao alimentá-lo, ela pensava no fel e
vinagre que lhe haviam de oferecer.
Ao envolvê-lo em panos, já conseguia ver as
cordas que tiveram que algemá-lo. Quando o
carregava em seus braços, ela o imaginava
pregado na cruz. Ao vê-lo dormindo
lembrou que um dia seria morto. “Cada vez que
vestia a túnica ao meu Filho, disse a Virgem a S.
Brígida, pensava que um dia esta lhe seria
arrancada violentamente para crucificá-lo.
Quando contemplava as suas mãos e os pés,
parecia-me ver os cravos, que os haviam de
transpassar. E isso contemplando, brotavam
lágrimas em meus olhos e uma amarga dor
invadia-me a alma.”
3. MARIA ACEITA COM FORTALEZA
O SOFRIMENTO CONTÍNUO

Diz o evangelista que Jesus, à medida que


crescia em idade, assim também crescia em
sabedoria e graça diante
de Deus e dos homens (Lc 2, 52). Isso significa
que crescia em sabedoria e em graça ante os
homens quanto ao seu ponto de vista, e diante
de Deus, como explica Santo
Tomás: “na medida em que todas as suas obras
foram meritórias e teriam servido para
aumentar cada vez mais a graça se, desde o
início, não tivesse sido a plenitude absoluta da
graça através da união hipostática”. Se Jesus
crescia em grande estima e amor do povo,
quanto mais iria crescer na estima e no amor
de sua Mãe. Mas, quanto mais esse amor
crescia, mais aumentava a dor de ter que
perder seu Filho por uma morte tão cruel, e
quanto mais próximo o momento da paixão de
Jesus, tanto mais e com maior dor a espada
profetizada por Simeão atravessava o coração
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de Maria. Isto é o que o anjo disse a Santa Brígida,


dizendo: “conforme o Filho se aproximava da
paixão, aquela espada da Virgem, cada hora se
fazia mais dolorosa”.
Porque, se o nosso rei Jesus e a sua Mãe
Santíssima não recusaram sofrer por nosso amor,
ao longo da vida, uma pena tão cruel, não temos o
direito de nos lamentarmos pelos nossos
sofrimentos, certamente menores. Jesus Cristo
apareceu a irmã Madalena Orsini, dominicana,
enquanto sofria há muito tempo uma grande
tribulação, e encorajou-a a permanecer na cruz
com Ele, suportando aquela dor. Irmã Madalena,
lamentando-se, respondeu-lhe: “Senhor, tu só
sofreste na cruz três horas, mas eu levo anos com
esta tortura”. E então o Redentor lhe replicou:
“Que diz? Eu desde o primeiro instante de minha
concepção sofri no coração o que depois na cruz
padeci no corpo”. Por isso, quando nós
padecemos de qualquer aflição e lamentamos,
imaginemos que Jesus e sua santa Mãe dizem-nos
a mesma coisa.
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EXEMPLO
Uma oitava espada no
coração de Maria

Narra o P. Reviglione, jesuíta, que um jovem


tinha adevoção de visitar cada dia uma imagem
da Virgem dolorosa que tinha sete espadas no
coração. Uma noite oinfeliz caiu em um pecado
mortal; ao ir de manhã paravisitar a imagem,
viu no coração da Virgem não sete espadas,
mas oito; enquanto as contemplava espantado,
pareceu-lhe entender que por seu pecado
estava aquela nova espada no coração de
Maria. Enternecido e arrependido foi logo a se
confessar, e pela intercessão de sua advogada
recuperou a graça de Deus.
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ORAÇÃO DA DOR
DOS PECADOS

Mãe Santíssima, Maria, não só com uma


espada, mas com tantas quantas são os meus
pecados transpassei o teu coração. Não a vós,
que sois inocentes, minha Senhora, mas a mim,
culpado de muitos delitos, que deve sofrer as
penas. Mas já que vós quisestes sofrer tanto
para mim, me consiga por seus méritos uma
grande dor de minhas culpas e paciência para
suportar os trabalhos desta vida.
Sempre serão muito leves para mim, que tantas
vezes me reci a conenação.
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Oração retirada do nosso


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