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Resumo de Aulas
BIOGEOGRAFIA DE MOÇAMBIQUE
Vegetação
Em Moçambique, a vegetação natural é constituída por diferentes tipos de formações
vegetais, que resultam de grandes diferenças de latitude, longitude, geologia, clima e de
outros fatores que caracterizam o aspecto físico do território nacional. A localização
geográfica de Moçambique no continente africano confere-lhe 3 das 20 principais regiões
fitogeográficas sendo as seguintes:
I. Centro Regional do Endemismo Zambeziano.
II. Mosaico Regional Zanzibar - Inhambane
III. Mosaico Regional Tongoland – Pondoland
I. Centro regional do endemismo zambeziano
Região Zambeziana
Na região Norte, ela ocupa toda a parte planáltica e montanhosa, particularmente nas
províncias do Niassa e Nampula.
Na região Central, para além de atingir o litoral entre Angoche e o rio Raraga (na província
da Zambézia), ocupa uma boa parte das províncias de Sofala e Manica e a totalidade da
província de Tete.
Na região Sul, ocupa cerca de dois terços da região, com particular destaque para as áreas
localizadas no interior das províncias de Inhambane e Gaza. Conhecem-se nesta região cerca
de 8.500 espécies de flora das quais 54% são endémicas.
As formações típicas desta região compreendem: Floresta Aberta de Miombo, onde ocorrem
os seguintes subtipos: miombo semi-decíduo, miombo semi-decíduo de alta pluviosidade,
miombo decíduo tardio, miombo decíduo, miombo decíduo seco e floresta aberta de folha
larga do Sul. Encontram-se normalmente associadas a solos bem drenados, ácidos bem
lavados. A maior parte desta formação vegetal é do tipo semi-decíduo, havendo, todavia,
ocorrência de miombo totalmente decíduo nas regiões mais áridas.
Savanas de Mopane
Savanas arbóreas e arbustivas onde dominam savanas da acácias, savanas de embondeiros,
savanas de Mopane, savanas de palmeiras em terras pantanosas e savanas dos Libombos.
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em zonas sujeitas a inundações. Assim, este estrato graminoso pode ocorrer associado a
depressões suaves no terreno, pouco profundas e temporariamente alagáveis, nas planícies de
inundação dos rios ou outros tipos de vegetação, em particular, savanas, em que o estrato
graminoso cobre uma vasta área associada a espécies lenhosas.
As espécies mamíferas mais abundantes no nosso país são: búfalo, cocone, chango,
elefante, facocero, hipopótamo, impala, macaco - cão, nhacoso, oribi, zebra, cabrito cinzento,
civeta, elande, gondonga, kudu, leão, mangul, nyala, palapala, porco do mato, simango,
girafa, cabrito chengane, chacal, serval, sitatunga, chita, etc.
Outras espécies não mamíferas abundantes são: crocodilo, avestruz, dungongo, tartaruga
marinha, para além de uma enorme variedade de aves. Neste momento estão em exploração
no mosso nosso país 5 parques nacionais, 6 reservas e 12 coutadas:
A conservação das florestas pressupõe o uso regrado e sustentável deste recurso de maneira a
evitar desastres ecológicos como aqueles que grassam hoje o mundo.
HIDROGRAFIA DE MOÇAMBIQUE
Na hidrografia de Moçambique incluem-se as águas continentais (rios, lagos, lagoas), águas
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de 6.400 Km2; o lago Chiúta é partilhado com Malawi e a Moçambique cabe-lhe cerca de 7
Km2.
Existem também outros lagos, como o Chirua e Amaramba localizados na Província de
Niassa.
Na planície ao sul do rio Save, os lagos e as lagoas são frequentes e apresentam pouca
profundidade e extensão variável.
Águas subterrâneas
O território moçambicano possui 3 Unidades Aquíferas constituídos na sua maioria por águas
minerais e termais:
a) Aquíferos relacionados com a formação do Karroo
b) Aquíferos relacionados com a formação de sedimentares de pós-Karro
c) Aquíferos relacionados com a formação com o complexo Cristalino
► Aquíferos – são formações geológicas, porosas, permeáveis e saturadas, através das quais
a água pode filtrar-se e ser recolhido em grandes quantidades natural e/ou artificialmente A
maioria dos aquíferos em Moçambique localizam-se nas zonas com falhas e na zona sul do
país.
► As águas termais ocorrem com frequência em Lugenda e Metangula na Província de
Niassa, Pebane e Namacurra na Província da Zambézia e Zumbo na Província de Tete.
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► As águas minerais mais significativas ocorrem nas regiões vulcânicas da cadeia dos
Libombos e nos Granitos de Manica.
POPULAÇÃO
A população (humana) é o conjunto de pessoas que habitam numa área, território, ou país,
num determinado tempo. O estudo da População e suas actividades económicas é de extrema
importância para cada um de nós porque satisfaz questões tais como quem somos nós? de
onde viemos? Onde vivemos? Quantos somos? O que fazemos? Comoazemos? As riquezas
que temos são suficientes? Que fazemos para que as mesma durem para sempre?
Evolução da população
Quais são os principais factores da evolução da população moçambicana?
A evolução da população moçambicana foi influenciada por um conjunto de factores
demográficos, a saber:
− imigração bantu no Século II da N.E.;
− invasão Karanga no Século XIV;
− chegada dos Portugueses no Século XV;
− invasão Ngoni entre 1830 e 1880;
− As calamidades naturais;
− As guerras, entre outros.
a) Imigração bantu no Século II da N.E - Esta imigração afectou numericamente a
população
Moçambicana. A sua chegada no Século II N.E. alterou o modo de vida nómada da
população que vivia em Moçambique, senão vejamos: eles conheciam o uso de ferro, a
pratica de agricultura e da pastorícia, introduziram essas actividades no seio desta população
que veio a melhorar as suas condições de vida e proporcionar a maior reprodução humana,
aumentando o número da população em Moçambique.
b) Invasão Karanga no Século XIV - Os Karanga originários do grande Zimbabué
chegaram a Moçambique no Século XIV e introduziram a exploração do ouro e o comércio a
longa distância. Estas actividades permitiram melhorar as condições de vida e aumentar o
número da população em Moçambique.
c) Chegada dos Portugueses no Século XV - A presença Portuguesa em Moçambique teve
repercussões importantes na movimentação da população quer pela sua forte intervenção no
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Moçambique possui uma elevada taxa de natalidade estimada em cerca de 38,6 %. Isto deve
se aos seguintes factores:
− elevado índice de analfabetismo;
− casamentos prematuro;
− gravidezes precoces;
− estruturas sociais tradicionais baseados em tradições e costumes religiosos;
− prática de poligamia
− rejeição ao controlo da natalidade, entre outros
Mortalidade
Apesar de a taxa de mortalidade no nosso país ter uma tendência decrescente como resultado
dos avanços tecnológicos e generalização da medicina, ela continua muito elevada, calculada
em cerca de 15,2 % e tem como principais razões as seguintes:
− baixo nível de vida (escolaridade, emprego, habitação, alimentação, etc.);
− falta de assistência médica e medicamentosa adequada;
− casamentos prematuros;
− gravidezes precoces;
− oposição a tratamento hospitalar, etc
ACTIVIDADES DA POPULAÇÃO
Agricultura em Moçambique
Quais são os principais factores que influenciam a produção agrícola em Moçambique?
O Clima
O factor climático é dos mais importantes condicionantes da actividade agrícola no país, uma
vez que a disponibilidade de água, proveniente de chuva, de rios ou de lagos não estar
distribuída de forma equilibrada no país e ainda a sua abundância sujeita a determinados
períodos do ano.
Topografia (Relevo)
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As terras baixas (planícies) são intensamente trabalhadas por serem de fácil cultivo, por isso
há grande concentração da população nestas zonas. Ex: as planícies costeiras, vales dos rios,
as bacias hidrográficas são próprias para o cultivo de grandes variedades de cereais e feijões,
enquanto que o chá é cultivado nas terras altas (planaltos) da Zambézia, a batata Reno e
feijão
são cultivadas nas terras altas do Niassa, Tete e Manica. A topografia deve ser considerada
em estreita relação com a temperatura.
Os solos
Os solos são compostos por uma variedade de minerais e substâncias orgânicas. Estas
características estão estreitamente ligadas ao clima, a cobertura vegetal e a sua aptidão para o
cultivo de diferentes tipos de culturas. Ex: os solos mais adequados à produção de culturas
alimentares e de rendimento localizam-se nas zonas centro e norte do país devido à existência
de solos férteis para o desenvolvimento de culturas.
Factores sócio-culturais
Afectam de alguma forma o tipo de culturas considerando os hábitos de consumo de um
determinado tipo de cereais, tubérculos ou hortícolas. Eh: Nas zonas centro e norte do país
consome-se mais cereais e variedades de feijão, enquanto que na zona sul se consome mais
tubérculos, hortícolas e amendoim.
Factores económicos
Os factores económicos são instáveis e que ultrapassam o controlo dos produtores de culturas
de subsistência e sobretudo de mercado. É o caso das cíclicas recensões económicas que
afectam
o mundo ou ainda o nível de preços no mercado internacional determinadas pela lei de oferta
e
procura. As culturas mais vulneráveis a essas situações são o algodão, o cajú, a cana-de-
açúcar, a copra, o girassol, etc. Os desastres naturais como as cheias, ciclones, secas ou
pragas, se por um lado afectam as colheitas nos dois tipos de agricultura (subsistência e de
mercado), por outro, têm maior influência nas culturas de subsistência do que propriamente a
questão da flutuação dos preços no mercado nacional ou internacional.
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Conclusão
Moçambique possui óptimas condições para a pratica e desenvolvimento da agricultura. Isso
deve-se fundamentalmente à sua localização geográfica na costa Oriental da África , a sua
proximidade em relação ao oceano Indico, a extensão territorial, as suas características
topográficas distintas, a grande variedade de solos férteis, os climas tropicais, a existência de
uma ampla rede hidrográfica.
A agricultura em Moçambique é muito importante pelo facto de constituir a base para o
desenvolvimento da economia nacional, através da exportação de culturas de mercado, é a
principal fonte de alimentação da população para além de ser o sector de actividades
económicas que emprega o maior número da população activa no nosso país.
No entanto, este processo resultou em algumas dificuldades, tais como a redução dos índices
de produção para o abastecimento do mercado interno, a redução das plantações
vocacionadas para culturas de exportação e a redução nos excedentes agrícolas dos
camponeses, apontando se como principais causa:
− a falta de reposição da rede de comercialização e de assistência técnica à produção de
culturas de mercado;
− a inexperiência de trabalho em moldes colectivos;
− a inexperiência e incompetência técnica de gestão das comissões nas machambas estatais;
− o capital estrangeiro reduziu o investimento de manutenção e produção das explorações
agrícolas. Estas dificuldades foram agravadas pelos efeitos da última guerra que assolou
principalmente as zonas rurais do país.
A partir de 1987, com a introdução da economia de mercado no nosso País e o
restabelecimento
da paz (1992), a agricultura começou a conhecer uma outra dinâmica e com um grande
impulso
de investimento privado e estrangeiro.
Neste âmbito surgem novos projectos de desenvolvimento agrário no País, tais como a
Mozágrius, Proágrio, companhias de diferentes proprietários que introduziram vários
investimentos e o relançamento da produção agrícola no País.
Algodão: cultivado em quase todas as províncias do norte e centro do país e na zona central
de Gaza.
Chá: praticado em terras altas da Província da Zambézia.
Cana-de-açúcar: cultivado nas Províncias da Zambézia e Sofala no vale do rio Zambeze
mais
exactamente em Luabo e Marromeu respectivamente, ainda em Sofala em Mafambisse no
vale do rio Púngue, em Búzi junto ao rio do mesmo nome, e na Província de Maputo no vale
do rio
Incomatí em Xinavane e Maragra.
Copra: praticada com particular destaque na Província da Zambézia, seguindo-se as
Províncias
de Nampula e Inhambane, em áreas localizadas no litoral.
Caju: produzido nas Províncias de Nampula, Cabo Delgado, Zambézia, Sofala, Inhambane,
Gaza e Maputo.
A PECUÁRIA EM MOÇAMBIQUE
Pecuária: é uma actividade económica que se dedica à criação e cuidado de espécies de
animais. A criação de gado consiste na domesticarão, reprodução , apuramento de raças,
assistência veterinária, que o homem necessita para satisfazer as suas necessidades. A
pecuária em Moçambique desempenha um papel muito importante na economia nacional,
porque para além de ser uma fonte de acumulação de capital, ela proporciona emprego nas
zonas rurais e sobretudo, é através dela que a população se abastece de proteínas.
As particularidades físico-geográficas de Moçambique, confere-lhe condições favoráveis para
o desenvolvimento desta actividade. Entretanto, o seu crescimento tem sido afectado quer por
condições naturais como o clima, as pastagens, as migrações campo-cidade, pela política de
desenvolvimento pecuário e outros aspectos que directa ou indirectamente condicionam o seu
fraco desenvolvimento.
A PESCA EM MOÇAMBIQUE
Moçambique possui excelentes condições naturais para o desenvolvimento da actividade
pesqueira, como por exemplo: a grande extensão das águas marinhas (cerca de 2500 km de
costa);
Tipos de pesca
Tomando como critérios as técnicas e métodos usadas, em Moçambique distinguem-se os
seguintes tipos de pesca:
a) Pesca artesanal
– praticada tanto no litoral como nas águas interiores pela grande maioria da população,
sendo pescadores individuais, cooperativas de pesca, associações de pescadores;
– utilizam instrumentos simples, como o anzol, redes, canoa, e pequenos barcos a motor;
– a produção é de pequena escala;
– o rendimento é muito baixo;
– a produção destina-se a venda no mercado local e consumo dos pescadores.
b) Pesca industrial e semi-industrial
– geralmente praticada no alto mar por grandes empresas pesqueiras;
– a produção é de grande escala;
– utiliza técnicas e métodos modernos especializando-se em uma ou em algumas espécies;
– o rendimento é muito elevado;
– é uma pesca virada para o mercado interno e internacional.
A SILVICULTURA
Silvicultura – é um ramo da agricultura que se dedica à cultura e conservação das florestas,
com o objectivo de extrair delas a riqueza necessária para a vida do homem.
A educação ambiental;
− A protecção das áreas florestais;
− A criação de parques e reservas de vegetação e de animais;
− O espírito de plantio de árvores;
− Combate às queimadas descontroladas;
− Combate ao abate indiscriminado das espécies naturais, entre várias medidas