Aula 4 - Vegetacao de Mocambique

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As grandes unidades biogeográficas

MARÇO, 2021
:Biodiversidade
a.Factores Ecológicos da biodiversidade
b.Regionalização biogeográfica
c.Áreas de conservação: Parques nacionais e reservas
Factores Ecológicos da biodiversidade
Chama-se factor ecológico todo elemento do meio susceptível de agir
directamente sobre os seres vivos, ao menos durante uma fase de seu ciclo
vital.
 
Os factores ecológicos actuam sobre os organismos vivos de diversas
formas: eliminando espécies, modificando as taxas das populações,
favorecendo adaptações.

Factores abióticos
Os diferentes factores abióticos podem agrupar-se em dois tipos principais:
Os factores climáticos (a luz, a temperatura e a humidade); e,
Os factores edáficos (composição química e a estrutura do solo).
Factores abióticos
O clima de Moçambique favorece a realização permanente da fotossíntese
e a abundância de alimentos e energia para a diversidade de organismos
que compõem os níveis tróficos dos ecossistemas terrestres , aquáticos e
marinhos, a radiação solar e a temperatura não são factores limitantes. A
precipitação influencia o desenvolvimento dos seres vivos a sua escassez
nalgumas regiões do pais provoca modificações adaptativas aos
organismos vivos densidade, forma das plantas tamanho das folhas etc
(acácias, espinhosas, brenhas costeiras, etc).

Factores bióticos
A sua influência na biodiversidade e notória nos diferentes ecossistemas
provocando o surgimento de modificações adaptativas como resposta por
exemplo a competição. Os diferentes ecossistemas são ricos e nichos
ecológicos ou seja especializações dos organismos no que diz respeito a
moradia, alimento, período de descanso etc (ex. predadores nocturnos e
diurnos, variedade de antílopes etc.).
Regionalização biogeográfica
Floristicamente a República de Moçambique situa-se na região sudano
-zambezíaca que inclui também a Tanzânia, o Malawi, a Zâmbia, o
Zimbabwe, o Botswana e Swazilândia.
 
Em função do meio geográfico em que se desenvolve e do grau de
intervenção humana a flora moçambicana pode subdividir-se em: terrestre,
aquática e cultural.

As diferenças na distribuição, composição, densidade e variedades de


espécies resultam de factores tais como a latitude, a alternância entre as
terras altas e as depressões, a continentalidade, a natureza pedológica, as
condições de água, do solo e o grau de intervenção humana. Estes
factores provocam diferenças espaciais na distribuição da vegetação, o que
releva a adaptação directa da vegetação às condições ecológicas
dominantes.
Cont.
Desta forma, Moçambique apresenta a seguinte regionalização
biogeográfica:
Florestas sempre verde
Floresta semi – decídua ou semi – caduca
Floresta de folha caduca
Floresta de galeria
Floresta dunar
Vegetação arbórea ou arbustiva
Flora aquática de Moçambique
Florestas sempre verde – ocorre sobretudo nas principais montanhas do
país e a densidade em espécies é maior nas encostas voltadas a este em
altitudes compreendidas entre 1200 e 1600 m e onde a pluviosidade é
superior a 150 mm.

Predominam nesta área, espécies dos géneros Pittosporum, Llex,


Rapenea, Widdriontonia, Podocarpus e várias espécies de ervas tais como
Panicum monticola, podendo ou não possuir coniferas, em áreas
localizadas.

Podem ser localizadas na província do Niassa, numa faixa de montanhas


desde Maniamba até proximidades de Mandimba; na Zambézia abrange
grande parte das terras altas de Milange, Namúli, Gúrue, Namarroi e
Morrumbala; em Manica ocorrem em áreas montanhosas de Espungabera,
Chimanimani, Vengo, Vumba, Tsetserra, Mavita, Garuzo, Zuira,
Penhalonga e Choa.
Floresta semi – decídua ou semi – caduca – cujas árvores dominantes
atingem cerca de 20 m de altura, ocorrem nos planaltos de Chimoio e de
Mossorize, sobretudo em Espungabera, Mabongo, Marongo, Sitatonga e
Amatongas, onde a pluviosidade é da ordem dos 1200 mm; nas terras
planálticas de Cabo Delgado entre Mueda e Mocímbua do Rovuma, em
altitudes compreendidadas entre 750 e 850 m e onde os valores da
pluviosidade são superiores a 1000 mm.

As espécies mais comuns e mais utilizadas como madeira são dos géneros
Erythropleum, Suaveolens, Khaya e a Newtonia. Alguns géneros de plantas
herbáceas tais como Setaria, Panicum e Aframomum, complementam o
estrato arbóreo.
Floresta de folha caduca – ocorre em Moçambique nas zonas
subplanálticas, próximas do litoral sujeitas a acção dos ventos húmidos
oceânicos. São notáveis nas regiões planálticas de Cheringoma, Madanda-
Machaze e do Baixo Búzi, e bem representando ao Norte do rio Save em
terrenos calcários terciários e onde os valores de pluviosidade variam entre
800 a 1200 mm.

As espécies arbóreas mais comuns são: Adansonia digitata, Sterculia


appendiculata, Cordyla africana e Combretum spp.

Floresta de galeria – predominam nas margens aluvinais dos principais


rios, em especial na parte Norte do país. É uma floresta adaptada as
condições edáficos locais, cujas árvores podem ser dominadas por um
estrato herbáceo de caniço e bambu e outras ervas espontâneas e semi –
espontâneas. No seu estrato arbóreo predominam espécies de Adasonia,
Brachystegia e Julbernardia.
Floresta dunar – ocorre ao longo da faixa dunar costeira e subcosteira,
sendo mais vistosa onde os valores de pluviosidade são superiores a 900
mm. Esta floresta tem sua maior representação ao Sul do Save. A densidade
e a variedade de espécies depende das condições locais de humidade e da
natureza dos solos.
 
Vegetação arbórea ou arbustiva – ocorre em regiões de fraca
pluviosidade, normalmente afastadas da costa e de solos secos, com um
estrato herbáceo sempre presente. Em muitas áreas, a vegetação arbórea
adensa-se e toma o aspecto de uma floresta de baixa com plantas de altura
até 10 m, sendo por vezes de difícil penetração.

As espécies são de porte médio que variam de 10 a 15 m, onde é comum a


Adansonia, Setaria, entre outras e distribuem-se a Norte da província de
Manica, em Gaza, Inhambane e de uma forma geral nas margens dos
principais cursos de água, onde a pluviosidade não ultrapassa os 600 mm e
dada a natureza geológica dos solos.
Flora aquática de Moçambique
Distribui-se segundo as características de temperatura, salinidade,
dinâmica e limpidez das massas aquáticas.
 
A floresta típica das regiões costeiras tropicais e subtropicais é o mangal.
Constitui um mundo indeterminado entre a terra e o mar, onde uma
miscelânea junta árvores engolidas pelas marés, raízes aéreas, plantas
flutuantes a superfície da água, sementes germinadas na planta – mãe.

Os mangais são predominantes no Banco de Sofala e na Baía de Maputo.


As principais espécies são: Rizophora mucronata, Bruguiera gymnorrhiza,
Avicennia marina, Ceriops tagal, Sonneratia alba e a Xilocarpus granatul.
Tipos faunísticos e sua distribuição em Moçambique
Moçambique possui uma grande variedade de espécies de fauna, cuja
repartição geográfica depende de vários factores dentre eles os latitudinais,
altitudinais, climáticos e biológicos.
 
Consoante o meio geográfico da sua repartição e o grau de intervenção
humana, a fauna pode subdividir-se em terrestre, aquática e cultural.

Faunisticamente, o território moçambicano pertence à chamada região


Etiópia ou Africano – Malgache. Esta região faunística abrange as zonas da
áfrica ao Sul do Sahara e ao Sul do equador com climas subequatorial e
tropical.
a) Fauna aquática
Quanto a fauna aquática, Moçambique dispõe de cerca de 13000 km2 de
águas interiores de uma enorme variedade de espécies. A sua distribuição
depende dos factores como a salinidade, temperatura, profundidade,
limpidez e dinâmica das águas.
 
Ela é particularmente diversificada no Canal de Moçambique, onde existe
um numerosas espécies de mamíferos, répteis, peixes, moluscos,
artópodes e protozoários.
 
Dos principais mamíferos marinhos destacam-se o dugondo e a toninha. O
dugondo pelas características do seu ecossistema e pela ameaça que sobre
ela paira, encontra-se sob protecção
Exemplo de fauna marrinha
b) Fauna terrestre
Os mamíferos distribuem-se por todo o território Moçambicano,
especialmente em regiões ricas em vegetação herbácea onde encontram as
suas melhores condições ecológicas.
 
É nas zonas do país com estrato herbáceo abundante, que se registam
maiores concentração de mamíferos dos quais se salientam os Boi – cavalo,
Leão, Palapala, Chita, Cabrito do mato, Búfalo, elefante, Gato selvagem,
Girafa, Ngondonga, Inhacoso, Impala, Javali, Leopardo, Lebre, Macaco,
Pangolim, Manguço, Porco do mato, Porco espinho, Rato, Rinoceronte e a
Zebra. A Inhala é o antílope mais típico do país, sendo considerada uma
espécie rara ao nível do continente africano.
Cont.
No vale tectónico do Urema-Zangue e nas regiões de savana com estrato
herbáceo abundante e com água próxima, concentram-se numerosos
mamíferos existentes em Moçambique, dentre os quais, grandes herbívoros
como a Zebra, o Búfalo, a Girafa, a Impala e o Rinoceronte.

Nas áreas de fraca cobertura vegetal, vive o Pangolim que se alimenta de


insectos, sobretudo formigas.
 
Dos mamíferos domésticos mais importantes em Moçambique, encontram-
se o Boi, o Burro, o Cavalo, o Cão, o Gato, o Cabrito, a Ovelha, o Porco e o
Coelho.
Exemplo de fauna terrestre
Áreas de conservação:
Parques nacionais e reservas
Área de Conservação é o conjunto de zonas de protecção (Parques
nacionais, reservas nacionais, reservas florestais) e as áreas que de certo
modo são utilizadas para fins de conservação da natureza (coutadas de
caça e fazendas do bravio privadas e comunitárias).

Em África, vários Parques e Reservas para a defesa e conservação da


fauna, em especial, foram criadas antes e depois da Conferência de
Londres, realizada em 1933, com vista à protecção da Natureza (Ombe e
Fungulane, 1996).

Em Moçambique, o sistema de parques e reservas biológicas, iniciou-se em


1960 com a criação da Reserva do Gilé pelo Diploma Legislativo n° 1996 de
23 de Julgo de 1960. Desde então, forma criados quatro parques nacionais
e seis reservas biológicas ocupando actualmente uma área equivalente a
12,6% da superfície total do território moçambicano (Muchangos, 1999).
Áreas Protegidas em Moçambique
As Zonas de Protecção são áreas territoriais delimitadas, representativas do
património natural nacional, destinadas à conservação da biodiversidade e
de ecossistemas frágeis ou de espécies de animais ou vegetais (Lei de
Florestas e Fauna Bravia N°. 10/99 de 07 de Julho).

A Lei de Florestas e Fauna Bravia define para Moçambique as seguintes


Zonas de Protecção:
a) Parques Nacionais;
b) Reservas Nacionais;
c) Zonas de Uso e de Valor Histórico-Cultural.
a) Parques Nacionais
Os Parques Nacionais são zonas de protecção total delimitadas,
destinadas à propagação, protecção, conservação e maneio da vegetação
e de animais bravios, bem como à protecção de locais, paisagens ou
formações geológicas de particular valor científico, cultural ou estético e
para recreação pública, representativos do património nacional (Lei de
Florestas e Fauna Bravia No. 10/99 de 07 de Julho).

Em Moçambique, durante o período colonial foram criados os Parques


Nacionais da Gorongosa, Banhine, Bazaruro e Zinave. Igualmente, foram
criadas Reservas do Pomane e Reserva Especial de Maputo. Porém, este
número de zonas de protecção foi crescendo com o andar do tempo.
Tabela . Parques Nacionais de Moçambique
Localização (Província) Nome Área (km2) Espécies protegidas

Sofala Parque Nacional de 5.370 Boi – cavalo, Inhacoso,


Gorongosa Impala, Búfalo, Elefante,
hipopotamo

Inhambane Parque Nacional do Zinave 6000 Avestruz, Girafa e zebra. 

Parque Nacional do 1.600 Tartarugas gigantes e


Bazaruto Dugongo
Gaza Parque Nacional de 7000 Antílopes e Rinocerontes-
Banhine pretos
Parque Nacional do 10.000 Elefantes, Rinocerontes,
Limpopo várias espécies de cabritos,
búfalos. 

Cabo Delgado Parque Nacional das 7.500 Mamíferos terrestres e


Quirimbas marinhos tais como Elefante
e Dugongo

Fonte: MITUR, 2004


Exemplo de espécies protegidas no PNG
b) Reservas Nacionais
As Reservas Nacionais são zonas de protecção total destinadas à protecção
de certas espécies de flora e fauna raras, endémicas, em vias de extinção
ou que denunciem declínio, e os ecossistemas frágeis, tais como zonas
húmidas, dunas, mangais e corais, bem como a conservação da flora e
fauna presentes no mesmo ecossistema (Lei de Florestas e Fauna Bravia
N° 10/99 de 07 de Julho).

c) Zonas de Uso e de Valor Histórico-Cultural


As Zonas de Uso e de Valor Histórico-Cultural são áreas destinadas à
protecção de florestas de interesse religioso e outros sítios de importância
histórica e de uso cultural, de acordo com as normas e práticas costumeiras
das respectivas comunidades locais (Lei de Florestas e Fauna Bravia N°
10/99 de 07 de Julho).
Tabela . Reservas Nacionais de Moçambique

Localização Nome Área (km2) Espécies protegidas


(Província)
Maputo Reserva Especial de Maputo 700 Elefante
Inhambane Reserva de Pomene 200 Boi-cavalo;
Javali;
Macaco;
Cão;
Sofala Reserva de Marromeu 1.500 Búfalos, Hipopotamos, Pivas,
Leões, Leopardos e pequenos
Antílopes

Zambezia Reserva de Gile 2.100 Elefante, Búfalos, Palapalas,


Leões, Leopardo, Chita, et.

Niassa Reserva do Niassa 42.200 Elefante, Rinoceronte preto,


Búfalo, Leões, Chita, porco
bravo etc.

Fonte: MITUR, 2004.

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