Equipeparticipacao, Artigo 5 - Alimentação Alternativa
Equipeparticipacao, Artigo 5 - Alimentação Alternativa
Equipeparticipacao, Artigo 5 - Alimentação Alternativa
sustentabilidade e economia
Mariza Fordellone Rosa Cruz
Lorena Fernandes
Natanne Miasaki
João Paulo Pirolla
Aline Garcia da Silva
Leia de Souza Alcântara
André Marchi
Luiz Henrique Moreira Soares
Bruna Fermino Pinto
Bruna Busetti
ABSTRACT: Although daily food production is sufficient to feed the world’s pop-
ulation, there are still thousands of people suffering from quantitative deprivation of
food. The total use of vegetables and fruits, is an alternative feeding, its possible pro-
viding to humans a better nutritional intake, both in quantity and quality, as well
contribute to the domestic economy and a positive relationship between the environ-
ment and man. The use of fruit and vegetables peels, leads to the reduction of house-
hold waste. In this way, to use food in its entirety means to take advantage of available
Introdução
De acordo com o que foi afirmado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e
pela Organização para a Agricultura e Alimentos (FAO) na Conferência Internacional
de Nutrição, realizada em Roma, no ano de 1993, cerca de 1/3 da população mundial
de baixa renda sofre com a carência nutricional. Dentre os indivíduos afetados,
as mais prejudicadas são as crianças, uma vez que podem apresentar crescimento
e desenvolvimento insatisfatório, além de desordens imunológicas e fisiológicas,
resultantes dos baixos teores de vitaminas e sais minerais ingeridos na dieta (LAU-
RINDO; RIBEIRO, 2014).
Ainda que estejamos em pleno século XXI e que os índices de fome tenham di-
minuído, existem ainda 10,3 milhões de pessoas convivendo com limitação de acesso
quantitativo aos alimentos (IBGE,2013 ).
Embora a produção diária de alimentos seja suficiente para alimentar a popula-
ção mundial, grande parte é perdida devido às falhas no sistema de colheita, armaze-
nagem, processamento ou comercialização. Somente no Brasil, cerca de 70 mil tone-
ladas são jogadas no lixo diariamente, o que torna o nosso lixo o mais rico do mundo,
colocando o Brasil no status de “País do Desperdício” (LAURINDO; RIBEIRO, 2014).
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o desperdí-
cio doméstico de alimentos chega a 20%, sendo a distorção no uso do alimento a forma
mais comum do desperdício caseiro (BADAWI, 2009).
Segundo Badawi, 2009, pouca gente sabe, mas as partes consideradas “menos no-
bres” dos alimentos, como talos, cascas, folhas e sementes, são as que mais armazenam
nutrientes, sendo ricas em vitaminas, além de ferro e potássio.
Dessa forma, utilizar o alimento em sua totalidade significa aproveitar os recur-
sos disponíveis sem desperdício, respeitando a natureza, com a sustentabilidade sem-
pre em mente e alimentando-se com prazer e dignidade.
Desenvolvimento
Sobre a Oficina
A oficina em questão foi realizada por duas vezes, uma na comunidade quilombo-
la conhecida como “Malhadinha”, contendo um público de aproximadamente 20 pes-
soas, dentre homens, mulheres e crianças e a outra no próprio munícipio, mas espe-
cificamente na cozinha da Escola Municipal Wanda Ferreira da Cunha. Esta segunda,
apresentando um público de 22 pessoas, sendo todas mulheres.
Além do espaço, a escola supracitada disponibilizou os utensílios e equipamentos
necessários para a realização da oficina, como panelas, fogão e talheres.
Os ingredientes utilizadas foram provenientes de doação da prefeitura, da popu-
lação ou obtidos por recursos próprios no comércio local.
As receitas foram executadas durante a oficina e contou com a ajuda e colaboração
de alguns participantes. O cardápio selecionado foi: Carne de Jaca, Casca de Banana à
Milanesa, Cocada do Caule do Mamoeiro, Refogado de Casca de Melancia e Refogado
de Palma Forrageira.
As receitas completas e as características nutricionais são apresentadas abaixo:
A jaca é uma fruta originária da Ásia e pode ser encontrada em todas as regiões
tropicais. Apresenta elevada produtividade, entretanto ainda é pouco explorada tecno-
logicamente e comercialmente. A jaqueira produz frutos grandes, com peso variando
de 2 a 20 kg. É uma fruta rica em fibras, sendo indicada para pessoas com problemas
intestinais. É rica também em carboidratos, proteína, potássio, cálcio, fósforo, ferro e
vitaminas A, C e do complexo B, principalmente niacina (B5) e riboflavina (B2) (LE-
MOS et al, 2012).
Para o preparo da carne de jaca, utiliza-se o fruto verde. Dessa forma, vale salien-
tar que a jaca verde apresenta valores nutricionais inferiores ao fruto maduro, entre-
tanto esta forma de apresentação representa uma opção de consumo para as pessoas
que possuem a disponibilidade do fruto, mas que não se agradam pelo sabor peculiar
da fruta madura. Outro fato que merece devida importância é em relação ao seu teor
de proteína, o qual encontra-se em valores inferiores ao presente em alimentos de ori-
gem animal. Assim sendo, a carne de jaca não deve ser consumida em substituição a
proteína da carne de origem animal e sim somente como um complemento de vitami-
nas e minerais da dieta.
Ingredientes:
Preparo:
Cozinhe a jaca em panela de pressão por aproximadamente 45 minutos. Se a jaca
não couber inteira dentro da panela, pode-se cortá-la em pedaços menores, entretanto
recomenda-se que as mãos e utensílios utilizados para o corte sejam untados com um
pouco de óleo vegetal, afim de facilitar a retirada da nódia.
Após cozida, a jaca apresentará um coloração escura. Deve-se então, com o auxílio
de um garfo, separa a polpa dos talos, caroços e casca. A casca e o talo podem ser então
descartados e os caroços armazenados para a preparação de outros pratos, como riso-
tos e farinha, a qual é rica em amido e pode ser utilizada no preparo de pães, bolos e
biscoitos.
Em uma panela aqueça o azeite e doure o alho e a cebola picados. Acrescente o
Ingredientes:
Preparo:
Corte as cascas de banana em tiras e com o auxílio de uma faca faça suaves riscos
no sentido vertical e horizontal, de modo que a casca não se parta, mas que permita
uma melhor absorção do tempero.
Coloque as cascas em uma vasilha, adicione os temperos e o suco dos limões. Dei-
xe marinando por aproximadamente 30 minutos. Em seguida passe as cascas, uma
a uma, na farinha de trigo, posteriormente no ovo e por último na farinha de rosca.
Frite em óleo bem quente e deixe secar em papel toalha.
As plantas dos mamoeiros podem ser classificadas como fêmeas, machos e her-
mafroditas. As plantas machos e fêmeas, devido ao formato e fisiologia de suas flores,
raramente produzem frutos ou apresentam frutos de péssima qualidade e portanto,
sem valor comercial. Assim sendo, apenas as plantas hermafroditas são destinadas a
produção de frutos.
Dessa forma, as plantas machos e fêmeas caracterizam-se como produtos de des-
Ingredientes:
Preparo:
Descasque e rale aproximadamente 1 kg do caule de mamão, coloque-o em uma
panela, cubra com água e leve ao fogo até ferver. Após fervura, troque a água e leve ao
fogo novamente. Repita o mesmo procedimento por mais três vezes. Na última troca de
água acrescente o açúcar e o coco ralado e deixe apurar em fogo brando. Para servir,
acrescente os cravos da índia.
Fonte: http://mesabrasil.sescsp.org.br/cozinhar/receitas/refogado-de-melancia.aspx
Ingredientes:
Preparo:
Em uma panela, aqueça o azeite e doure o alho e a cebola. Em seguida adicione a
casca de melancia picada e tempere à gosto. Abaixe o fogo e deixe refogar por aproxi-
madamente 10 minutos.
Dica: Para enriquecer ainda mais o prato, pode-se adicionar ovos batidos ou carne
moída.
A casca de melancia pode também ser utilizada para a fabricação de doces arte-
sanais.
Ingredientes:
Preparo:
Em uma panela aqueça o azeite e doure o alho e a cebola. Adicione a palma pica-
da, o sal, a pimenta do reino e a água. Deixe refogar por 20 minutos ou até a água secar.
Dica: Pode-se ainda adicionar toucinho ou bacon.
Conclusão
Referências
RIBEIRO, R. D.; FINZER, J.R.D. Desenvolvimento de Biscoito Tipo Cookie com Aprovei-
tamento de Farinha de Sabugo de Milho e Casca de Banana. Fazu em Revista, Ubera-
ba, v. 7, n. 7, p.120-124, jan. 2010. Disponível em: <http://www.fazu.br/ojs/index.php/
fazuemrevista/article/view/197/186>. Acesso em: 17 jul. 2017.