Art-Levianta Governaç-Baptista
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Autores:
Vinicius Ferreira Baptista - UFRRJ - viniciusferbap2007@hotmail.com
Resumo:
O objetivo do trabalho foi descrever a atuação da rede de Governança Pública de coleta seletiva na
cidade do Rio de Janeiro entendendo e teorizando seus elementos na dinâmica de atores,
metodologias e processos. Nos propusemos a analisar, a partir do conceito de Governança Pública
trazido por Kissler e Heidemann (2006), Bizerra, Alves e Ribeiro (2012) e Bresser-Pereira (2007) e
confrontá-lo com a argumentação levantada por Mancur Olson (2011) e Rua (2009) e com a pesquisa
de campo empreendida por Baptista (2016). Pela pesquisa de campo por meio da Análise de
Conteúdo em Bardin, defendemos que a Governança Pública funciona, por dois mecanismos – a
“Antigovernança” e a “Emancipação Condicionada”. Estes formam o Leviatã, um “projeto” de gestão
no âmbito público, elevado à máxima potência de credibilidade, como algo grandiosamente
institucional capaz de reunir, em potência e estabilidade, capaz de organizar o desenvolvimento
combinado de vários atores.
A GOVERNANÇA PÚBLICA DA COLETA
SELETIVA NO RIO DE JANEIRO
Um Leviatã em construção
INTRODUÇÃO
Este artigo procura abordar a questão conceitual e prática da Governança Pública.
Partimos do fato de que o papel do Estado nesta proposta perpassa a construção de redes
amplas, que abarcam atores e grupos públicos e privados, governamentais e não-
governamentais, em um processo de construção social.
O plano tem princípios que, em um sentido ideal, são considerados como positivos:
observam os RSU como problema, têm ações coordenadas a partir de aspectos locais e
O plano, tal como a PNRS tem as bases regulatória, econômica e social. E, em certa
medida, não se deve pensar os RSU fora dessas conjunturas, pelo fato de que são relações
intrínsecas. Os RSU possuem valor social, econômico e se estruturam em correlações de forças
e poder. A leitura do plano permite compreender esse fato, uma vez que reitera,
repetidamente, o valor dos RSU. No âmbito do Estado do Rio existem 18 consórcios/arranjos
que atendem 15.464.239 habitantes, que geram 16.970t/dia de RSU.
O PMGIRS aponta que no PCSS está prevista “extensa capacitação dos catadores para
a autogestão das Centrais de Triagem, incluindo a gestão financeira e contábil, segurança do
trabalho e patrimonial, saúde ocupacional e ambiental, mercado de materiais recicláveis e
comercialização em rede, dentre outras” (RIO DE JANEIRO, 2012, p. 37).
Este modelo de coleta seletiva é ainda experimental. O município do Rio não tem
expertise em coleta seletiva, além deste modelo ser realizado de forma concorrencial com as
cooperativas e não de forma organizada. Ressaltamos a questão concorrencial por o sistema
não trazer as cooperativas para a logística no âmbito das localidades.
Focando a realidade carioca, um sistema de coleta seletiva ideal não deveria ser
capitaneado pelo titular de limpeza pública, por já existir defasagem na qualidade dos serviços
A priori, é este o modelo oficial e “visível” da coleta seletiva na cidade do Rio de Janeiro.
Ele opera por duas frontes: a atuação da Comlurb para ajustar a logística e a atuação de
cooperativas nas CTRs, sendo um modelo organizado e coordenado exclusivamente pelo
município. Como indicado, trata-se de um modelo em que as cooperativas atuam de forma
indireta, não importa o quanto o discurso político empregado por gestores municipais
pressuponha o contrário.
O PEGIRS situa que o Estado do Rio de Janeiro apresenta taxa de cobertura de coleta de
Resíduos Domiciliares (RDO) igual ou superior a 90%, sendo coletados 17 mil t/dia de RSU, das
quais aproximadamente 5 mil t/dia são consideradas como Resíduos de Limpeza Urbana (RLU)
e 13 mil t/dia RDO (RIO DE JANEIRO, 2013). O município do Rio faz apenas 1% de coleta seletiva
na cidade. A Coleta Seletiva é coordenada pela Comlurb e pela Secretaria Municipal do Meio
Ambiente (SMAC), e parte do Plano Estratégico do município (2012-2014). No âmbito
Estadual, a Coleta Seletiva é coordenada pela SEA e INEA.
O PEGIRS destaca que que os sistemas de coleta seletiva em operação no Estado do Rio
de Janeiro conseguem recuperar aproximadamente 62 mil toneladas por ano de materiais
recicláveis, ou seja, apenas 3% do valor total da fração seca presente nos RSU (vidro,
papel/papelão, metais e plásticos).
A coleta seletiva tem seu início a partir da separação prévia, na fonte geradora de
resíduos, de materiais passíveis a serem recuperados ou não, geralmente separados em
materiais recicláveis ou materiais orgânicos. Quando separados, os materiais orgânicos são
recolhidos pela Comlurb, que os deposita nos CTRs de Gericinó e Seropédica.
Quando aos materiais recicláveis, estes, separados na fonte geradora, podem ser
coletados em quatro possibilidades:
Seguindo para o fluxo da coleta seletiva, a Comlurb, ao coletar resíduos recicláveis (seja
pela coleta porta a porta ou por PEV), os disponibiliza às Cooperativas de Catadores
registradas pela instituição. Alguns catadores individuais vendem seus resíduos para as
Cooperativas, assim como para Sucateiros de pequeno e médio porte. As empresas
especializadas vendem os materiais recicláveis para sucateiros de médio e grande porte
também.
Existem casos em que os materiais não passam por tratamento e são destinados
diretamente para disposição final, o que contraria a legislação. Alguns materiais podem não
ser aproveitados pela cadeia recicladora e serem vendidos às empresas que controlam os
lixões e aterros. Existem três possibilidades de destinação final: Lixão, Aterro Controlado e
Aterro Sanitário (pela lei somente poderia a disposição neste último. Veja na figura a seguir.
COOPERA-
ÓR- RESÍ-DUOS TIVAS DE EMPRESAS
GÃOS COOPERATI-VAS RECICLADO-RAS
RECI- CATADO-RES
PÚBLI- DE CATADORES (RETORNAM AO
CLÁVEIS
COS PROCESSO
(leis PRODUTIVO DAS
CATADOR
SEGREGAÇÃO PRÉVIA NA FONTE GERADORA
que EMPRESAS)
obri- INDIVI-DUAL
SUCATEI-
gam a ROS DE
separa- PEQUE-NO
ção E MÉDIO
prévia) COLETA PORTE
REGULAR
(TITULAR DE
LIMPEZA
PÚBLICA)
SUCA-
TEIROS DE
GRANDE
PORTE
PONTOS DE
ENTREGA
VOLUNTÁ-
EMPRE-SAS LIXÕES
RIA
PRIVA-DAS MATÉRIA
(que devem ORGÂNICA
possuir (depositada em
planos de Aterros
controlados ou COLETA PARTICULAR
gerencia- ATERROS
sanitários) (EMPRESAS)
mento de CONTRO-
resíduos) LADOS
ATERROS
CONSU-MIDOR SANITÁ-RIOS
(por lei deve
realizar a
separação
prévia)
A questão basilar passa a ser não mais quem(quais) seria(m) protagonista(s). Mas em
saber quais os papeis dos atores frente às estruturas de governança pública como um todo.
Não se pode deixar de lado as estruturas em nível regional e local, nem somente pensá-las em
termos macro (BRESSER-PEREIRA, 2007; BIZERRA, ALVES, RIBEIRO, 2012).
A segunda consideração que os autores fazem recai sobre como criar arranjos
permanentes de governança pública, seja aproveitando trabalhos pontuais de cooperação,
seja criando alianças, redes sociais e outras formas estáveis e duradouras de cooperação
(KISSLER; HEIDEMANN, 2006:493). Se as redes “protegem os atores” e “evitam a queda”
(2006, p. 495), a continuidade dessa rede, que asseguraria a estabilidade da governança
O termo Governança, para Kissler e Heindemann (2006) sempre traz uma confusão
semântica na maioria das situações em que é empregada ou discutida. As bases que a
envolvem – participação, deliberação, cooperação, transparência, organização, redes,
sinergia, entre tantos outros possíveis de serem agregados – são atravessados, no sentido dos
discursos e das práticas discursivas e não discursivas, e altamente disputadas por amplos
atores e grupos sociais, que procuram fazer valer suas visões de mundo, representações e
racionalidades (de ver, pensar, conceituar, agir, manipular etc.). A Governança, como indicam
Bizerra, Alves e Ribeiro (2012) e Bresser-Pereira, (2007) é um processo construído socialmente
e, portanto, não é neutro, menos ainda descontextualizado das intenções e propósitos da
realidade em que se insere e influencia.
Já Matos e Dias (2013) entendem a Governança Pública como uma nova forma de
governo, especificamente, quanto à institucionalização de novos arranjos políticos e sociais
que envolve uma pluralidade de atores de diversos campos, pautando novas relações entre
Estado e Sociedade Civil. Compreendemos que estes autores situam a governança como uma
articulação do poder em que se enfatizam os processos, sobretudo os de desenvolvimento de
políticas públicas.
Para Rhodes (1996), temos seis usos distintos de governança: 1) como estado mínimo;
2) gestão corporativa; 3) boa governança (noção do Banco Mundial); 4) new public
management; 5) sistemas sociocibernéticos; 6) redes auto-organizadas. Não convém
entrarmos, separadamente, em cada item, para apreender a ideia-chave que existe em
Rhodes: a de governança como uma proposta de governar sem governo, ou seja, a
estruturação de processos desisórios mais diluíduos, horozintais e desestruturados por
intermédio de autoridade. Isso implica, em certa medida, o reflexo da agenda neoliberal
capitaneada por organismos internacionais, como o Banco Mundial.
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A pretensa Governança Pública, na forma acima sustentada, não existiria, pelo fato de
que a mesma é naturalmente caótica, concorrencial e fadada à entropia – e quanto maior a
desordem, maior é a capacidade de que atores com capacidade de influência possam
reorientar processos, práticas, políticas e de, sobremaneira, reorientar a própria estrutura de
Governança em si, porque os custos da perda dos benefícios para determinados atores é alto
e se necessita agir para manter a estrutura em atividade.
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Ainda em Olson (2011): o autor levanta uma interessante argumentação, a de que não
existiria uma lógica de que um ponto em comum envolveria convergência de ações e
entendimentos, uma vez que o que são postos na “mesa” de negociações são os interesses
públicos, ou seja, formais, aqueles que os atores deixam claros para outros atores no processo
de negociação. Geralmente em redes de governança pública os atores são diluídos em várias
vertentes e campos de atuação, todavia, as redes, necessariamente, precisam apresentar
atores do mesmo ramo de atividade ou cadeia produtiva. Como então convergir interesses
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Por outro lado, ponderamos que a exclusão não é total nesse processo, já que os
benefícios coletivos oriundos pelo grupo ainda existem; o que muda nessa subversão é a
qualidade e satisfação prevista inicialmente. Os benefícios ainda existem pela Governança
Pública estar de pé, pela mudança conjuntural que traz; mas o que não quer dizer que exista
uma Governança em si, mas uma estrutura com disputa latente que reorienta processos. E,
com a subversão, aonde atores vão percebendo a desordem nitidamente, eles procuram
reorientar as estruturas via ações coordenadas com outros atores ou até mesmo de forma
independente, dependendo de recursos e oportunidades.
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Como toda política pública é um processo social e que possui materialidade histórica,
a análise da estrutura de governança pública foi realizada com base na Análise do Conteúdo
dos entrevistados. A análise de conteúdo é “um conjunto de técnicas de análise das
comunicações”, conforme Bardin (1977, p. 31), que busca analisar o que foi dito nas
entrevistas, materiais obtidos ou o que foi observado pelo pesquisador. O objetivo é classificar
diversas fontes (verbais ou não verbais) em temas ou categorias para a compreensão do que
estaria por trás dos discursos.
Optamos, desta forma, seguir a metodologia proposta por Bardin (1977). A partir deste
processo, procuramos analisar os resultados a partir da inferência das categorias levantadas.
A análise categorial, segundo Bardin (1977), vem respaldar-se como a melhor alternativa, no
que se refere ao estudo de atitudes, crenças, valores e opiniões, por meio de dados
qualitativos.
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A Categoria Intermediária III – Aspecto Social é o conjunto que aborda o potencial para
atingir público com imagem positiva e que traga apoio. Esta “imagem” é construída
socialmente e disputada plenamente por todos os atores do sistema que envolve a rede de
governança pública. Ela não é única, no sentido de derivação de cada ator, ela é dinâmica e
depende de uma série de processos, sobretudo, de apoio institucional, legal e da população.
O sucesso de políticas públicas e ações estatais, ou iniciativas privadas com o apoio do Poder
Público demanda, impreterivelmente, uma comunicação plena, de curto alcance cognitivo, ou
seja, de fácil interpretação e que seja clara o suficiente para demonstrar que algo está sendo
feito, ou em vias de solução e que traga, de fato, quais são os que estão “resolvendo” as coisas.
Ainda neste aspecto, tem-se a valoração de valorização do trabalho das cooperativas de
catadores e a forma como as diversas ações públicas são direcionadas às mesmas a partir da
interpretação social dada.
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Por fim, o próximo quadro sintetiza a progressão das categorias criadas, de forma a
sistematizar a construção da interpretação permitida pela Análise de Conteúdo.
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Como situado pela Categoria Analítica Intermediária II – Aspecto Gerencial, uma das
formas de se achatar ainda mais o ambiente da rede de governança pública é pela
desqualificação. Se a base produtiva entende por achatar o trabalho e explorar, ao máximo,
esse trabalho, é a base gerencial que procura internalizar mecanismos paralelos de opressão
que vão consolidando a Estrutura Tecnológica. Existe, no Aspecto Gerencial, o antagonismo
entre o “Amador” e o “Profissional”, subscrevendo assim, uma série de orientações,
procedimentos, técnicas e metodologias a serem empregadas dentro da rede de Governança
Pública.
Como vemos, a rede de governança pública vem, pelo demonstrado, orientando ações
que articulam contrariamente os preceitos teorizados pelas teorias da governança pública, no
que se refere à construção de convergência de interesses e base horizontal, pela
“Antigovernança”. Ao mesmo tempo, para não aprisionar sistematicamente, desafoga atores
com menor capacidade de influência, no empreendimento de ações de desenvolvmento, em
uma especíe controlada, ajuizada e consentida por meio de uma “Emancipação
Condicionada”.
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A Governança Pública traz resultados no âmbito coletivo por atuar com o apoio do
Estado e organizações sociais; assim como por ter, como finalidade, a atuação sobre uma
problemática, seja em questões de problemas públicos ou desenvolvimento social. A questão
quer devemos analisar é, além do produto ou resultado da Governança, a(s) forma(s)
predominante(s) e lógicas associativas que construíram bases, medidas de intervenção e
projeções que as ações estruturantes da rede permitiram alcançar. E, se isso é capaz de
produzir mudanças sociais, positivas na sociedade de forma robusta, tendo em vista os fins,
meios, custos, benefícios e transações realizadas para tal.
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Para entender a noção do contrato, devemos partir da primeira lei natural do homem
– a autopreservação, que o induz a impor-se sobre os demais. Cada homem é autogvernante
de suas sensações e modos de agir a partir da razão. E como não há algo que balize – uma vez
que a razão é processo individual, todos têm direito a tudo, inclusive o corpo alheio. Nas
palavras de Hobbes, “assim, perdurando esse direito de cada um sobre todas as coisas,
ninguém poderá estar seguro (por mais forte e sábio que seja)” (HOBBES, 2009, p. 98),
portanto, tal processo emerge a segunda lei geral – a autopreservação por todos os meios. E
esta busca levará a guerra entre todos homens. Para evitar tal guerra, e aqui se encontra a
derivação da segunda lei, o homem deve concordar com a renúncia de todos os seus direitos
sobre todas as coisas, contendando-se com a liberdade que se permite aos demais
objetivando a busca da paz. Contudo, com a recusa de um, não há razão para que alguém se
prive daquilo a que tem direito (a liberdade).
Tal como na ótica de Hobbes, onde a disputa entre indivíduos pela riqueza, segurança
e a glória é infinita e caótica por essência – dado que é inevitável a luta na natureza humana,
já que está no ínterim dela a de prover autointeresses primeiramente, em detrimento dos
coletivos. A Governança Pública também segue tal processo, em um claro sentido de
organização de um contrato social. A figura do Leviatã – o soberano – traz o entendimento de
que este asseguraria que cada membro exerça seu poder pautado pela razão e que acordos
sejam devidamente cumpridos, garantindo assim, a ordem, a paz e a justiça e, desta forma,
dando um sentido de existência ao soberano e aos membros constituintes do Contrato e ao
próprio contrato em si. Observe na figura a seguir.
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Assim, a Governança Pública vem, de forma muito peculiar, porém bem clara, agir
conforme um Leviatã, no sentido proposto por Hobbes. Ela também procura, no plano teórico,
organizar interesses e objetivos individuais de seus membros na construção de uma
perspectiva coletiva de materialização estatal na solução de problemas coletivos ou de criação
de soluções também coletivas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste artigo procuramos analisar a Governança Pública na Coleta Seletiva do município
do Rio de Janeiro. As categorias iniciais e intermediárias apresentadas amparam a construção
das categorias finais, que situamos agora. A “Antigovernança” é estruturada a partir das
categorias intermediárias “Aspecto Produtivo” e “Aspecto Gerencial” e a categoria final
“Emancipação Condicionada” é constituída pelas categorias intermediárias “Aspecto Social” e
“Aspecto Mercadológico”.
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A lógica da Governança Pública não é orientada para o “público” por ser uma estrutura
fragmentada sob bases erguidas desconexamente e não participativa em uma conjuntura que
espera a competição e não a cooperação. Daí a rede de Governança Pública precisa ajustar
uma relativa autonomia para que os membros não se sintam afogados e vejam perspectivas
na permanência na rede – assim surge a “Emancipação Condicionada”, onde atores com
menor capacidade de influência e poder alcançam perspectivas de melhora estrutural, que
permitem mudanças relativamente profícuas e capazes de inverter quadros altamente
negativos.
Entretanto, para se manter, a rede de Governança Pública não pode forçar tanto a
miserabilidade e elevar o grau de caos instituído. Ela deve equilibrar, de forma racional e
consentida, as ações de exploração dentro da rede. Uma vez que os atores de maior potencial
dependem dos menores, não faz sentido explorar ao máximo, uma vez que a permanência na
rede perde o sentido. Nessa perspectiva, existe um “fôlego”, uma espécie de “permissão”
orientada para que estes membros com menor potencial empreendam ações almejando
desenvolvimento. Mas um desenvolvimento nivelado por baixo, já previsto pelos atores de
maior potencial, que não modifique a estrutura de exploração. Desta forma, trata-se de uma
“Emancipação Condicionada”, pensada racionalmente.
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BARDIN, Laurence. Análise de Conteúdo (Trad. Luís Antero Reto e Augusto Pinheiro). Lisboa:
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