Cíntia de Camargo Vilanova Jairo Roberto Jimenéz-Rueda

CARACTERIZAÇÃO GEOAMBIENTAL DA PAISAGEM DO
ASSENTAMENTO RURAL CONQUISTA E ARREDORES ATRAVÉS

DE ANÁLISE FISIOGRÁFICA
Cíntia de Camargo Vilanova1; Jairo Roberto Jimenéz-Rueda2.
1.Graduanda em Ecologia, bolsista Fapesp, nº: 05/58070-8, cintiavilanova@hotmail.com; e 2.Depto de Petrologia e

Metalogenia; Universidade Estadual Paulista, Rio Claro/SP; Projeto financiado pela Fundunesp.
São Paulo/SP; estereoscópio Tokio Optical Co.LTD.

INTRODUÇÃO Método: interpertação estereoscópica das
aerofotos, que proporcionou a caracterização
Como início da caracterização e, avaliação da fotogeológica do assentamento e seus arredores.
sensibilidade do meio, foi traçada a rede de
drenagem, do assentamento e arredores, pois para RESULTADOS E DISCUSSÕES
Vergara (1971) a drenagem é um importante guia
usado em fotogeologia na identificação litológica, A drenagem apresentou-se heterogênea, com
sendo que pois cada rocha dará lugar a uma série diferentes padrões: dendrítico, subparalelo, bacinal
de modificações na rede. Também, o padrão de e meandrante. O padrão dendrítico apresenta
distribuição, densidade, uniformidade, orientação homogeneidade em textura e resistência à erosão,
permite inferir, com a geologia e fisiografia, sobre influenciado pela litologia, comum em áreas planas
as propriedades do meio, como capacidade de de material argiloso e aluvião. O padrão
infiltração, permeabilidade, e outras (WEG, 1972). subparalelo mostra evidência de falhas. Os canais
Para Villota (2005), fisiografia, num sentido abandonados e a evidência de outro sistema fluvial
pedológico, considera os mesmos objetivos da caracterizam o padrão bacinal, além de indicar o
geomorfologia, quanto ao estudo das geoformas, soerguimento dá área, gerando as denominadas
sendo a diferença, a classificação delas, pois, a lagoas abandonadas. O meandrante deixa também
fisiografia as classifica num sentido prático, levando os complexos de diques marginais e algumas praias
em conta sua morfologia, origem, idade, o clima de material mais grosso, típico da planície de
passado e atual, geologia, hidrologia, e a biota inundação. Deste modo, os diferentes padrões
(inclusive a atividade humana), numa escala evidenciam áreas fortemente sujeitas ao processo
possam influenciar na pedogênese ou no uso e natural de erosão de cada padrão. A interpretação
manejo dos solos. Botero (1978) ressalta que com dos elementos fisiográficos é importante no
os fatores formadores dos solos: material parental, entendimento dos processos de gênese da região,
relevo, clima, tempo e organismos, tem-se um e daqueles que ainda estão atuando. Assim, a área
conjunto de fatores que induz os processos mostra três planícies de inundação atuais: Rio
pedogênicos. Tornando a interpretação destes Paraíba do Sul (PIA1); Rio Una (PIA2), e Ribeirão
elementos essencial no entendimento dos processos das Pedras (PIA3). E as planícies de inundação sub-
geopedogênicos, para um uso mais racional e uma atuais, a partir da textura fotográfica, apresentam
ocupação mais organizada. o abandono de parte da atual planície pela tectônica
moderna vão surgindo os protoplanaltos, que
OBJETIVOS mostram sucessivas reorganizações do meio físico
e induzindo assim a modificações das unidades da
Análise fisiográfica do assentamento Conquista e paisagem fluvial e de seus registros no perfil do
arredores, para orientar melhor o uso e ocupação. solo. Apresentama as unidades típicas de uma
paisagem fluvial: canais abandonados, complexos
MATERIAL E MÉTODOS de diques, várzeas, os canais e lagos abandonados,
e até tênue terraçamento. No geral, os planaltos
O Assentamento Conquista, no leste do município atuais mais altos estão ocupados pela zona urbana,
de Tremembé/SP, criado em 1995, atualmente é a qual vem sofrendo constante e agressiva
constituído por 96 famílias de produtores expansão. Sendo que os médios e baixos
agropecuários em 986 hectares. Material: apresentarão algum tipo de agricultura, ou
fotografias aéreas, 1:25.000, de 1962, do Laboratório ocupação econômica, localizados principalmente na
de Fotogeologia da Faculdade de Geografia, USP, zona rural.
Anais do VIII Congresso de Ecologia do Brasil, 23 a 28 de Setembro de 2007, Caxambu - MG 1

CONCLUSÃO
Ressalta-se o valor da interpretação dos sensores
remotos para a susceptibilidade e sensibilidade do
ambiente a partir de características que permitam
obter os aspectos geoambientais, fatores
importantes na delimitação dos locais de alta
susceptibilidade ambiental, relacionados
intimamente com o uso atual e futuro pela
população, além de servirem como base importante
para propostas de reorganização do espaço. E,
promover a caracterização do meio a partir de
feições fisiográficas, levando em conta a evolução
da paisagem e os processos de formação de seus
elementos. Assim como, delimitar as áreas
fortemente fraturadas, isto é, apontar locais com
maiores riscos de erosão, principalmente natural,
para evitar naqueles já ocupados, impactos
ambientais e minimizar tais impactos indicando
manejos mais adequados ou de preservação.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
- BOTERO, P.J. Fisiografia y Estudios de
Suelos. Centro Interamericano de
Fotointerpretación - CIAF. Bogotá, Colombia.
1978;
- VERGARA, M.L.L. Manual de Fotogeologia.
Publicaciones Cientificas de La Junta de Energia
Nuclear. Madrid, Espanha, 1971;
- VILLOTA, H. Geomorfologia Aplicada a
Levantamientos Edafológicos y
Zonificación Física de Tierras. Instituto
Geográfico Agustín Codazzi - IGAC. Bogotá,
Colombia. 2005;
- WEG. F. Patrones de Denaje. Centro
Interamericano de Fotointerpretação - CIAF.
Bogotá, Colômbia. 1972;
Anais do VIII Congresso de Ecologia do Brasil, 23 a 28 de Setembro de 2007, Caxambu - MG 2

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