Crimes Contra As Pessoas
Crimes Contra As Pessoas
Crimes Contra As Pessoas
Relação entre valores constitucionais e bens jurídico-penais - sendo o dto penal a arma mais
forte do estado, este procura responder e proteger os bens constitucionais. São valores que
têm como base o art.18 da CRP, tendo em conta as restrições que o direito penal pode trazer.
Os crimes contra as pessoas são os bens que devem ter maior proteção dado bens
constitucionais.
Nos crimes contra as pessoas, temos os crimes contra a vida humana que assumem
particular relevância. Nem sempre as molduras legais acompanham esta perspetiva,
nomeadamente em alguns crimes patrimoniais em que a pena é superior ou representam uma
diferença mínima.
Tutela da vida humana: em termos criminais, a tutela começa com o inicio do processo de
nascimento. Se considerarmos que os tipos legais de homicídio e ofensas apenas se aplicam
depois do nascimento, existe uma restrição grande quando já existe um momento que
merece proteção e o aborto apenas abrange o dolo.
A nível constitucional, o conceito de vida humana no art 24.º da CRP, alguns autores
entendem toda a vida humana desde a concepção ou da implementação no útero, que parece
ser o critério mais correto. A nível penal, haverá esta gradação, a vida intra-uterina é ºrptegida
pelos tipos legais de aborto e os restantes em processo de nascimento.
A morte fixa-se com a morte cerebral.
Homicídios: simples (131º, quem matar outrem, doloso); qualificado (132, culpa agravada);
133 (culpa atenuada); 134, a pedido da vítima (menor culpa); 135, suicidio a incentivo de
outrem, 136 - infanticidio, atenuado por ser praticado pela mãe após o parto; 137 negligente,
138 e 139 - apologia
Temos a mesma moldura para incitamento ao suicídio e auxílio.
Aula 21-03-22
Porque a vida intrauterina é menos tutelada? - existem valores diferentes tutelados, a vida
depende da mãe.
Os bens jurídicos protegidos no 140, n.º1 - vida no nascituro, autodeterminação e a
integridade física da mulher, o seu direito a ser mãe.
Diferença entre a moldura do nº1 e do nº2 - neste nº2 já está apenas em causa a vida intra-
uterina. Aqui faz o aborto, um terceiro, com o consentimento da mulher. Se for nos casos
proibidos de aborto, o consentimento da mulher também não seria válido. No n.º3, temos o
caso em que é a mulher a abortar por si própria.
Faz sentido moldura igual entre o nº2 e o nº3. No nº1 faz sentido ser maior, uma vez que é
uma invasão. Pode-se discutir se devia ser tanto, mas nnos nº2 e 3, aqui já é mais discutível.
A prof. Considera que são moldura baixos, comprando aos crimes patrimoniais, mas que
também estão associados a traumas e situações psicólogicos fortes que pode justificar.
Agravação pelo resultado: ofensas ou morte da mulher - crimes preterintencionais - resultados
cometidos por negligência. Senão, haverá concurso efetivo em caso de dolo.
No 141º, 2 - temos agravação por intenção lucrativa ou prática habitual, sendo que basta um ou
outro, sendo que na lucrativa basta-se com uma e habitualmente, não bastará duas vezes.
A tentativa só será punível no caso do nº1 ou nas qualificações.
Interrupção não punível - não poderia ser encarado como causa de justificação uma vez que os
hospitais não poderiam praticar factos ilícitos mas desculpáveis e forçava a realizar em lugares
não adequados.
Uma lei muito livre, podia ser um incentivo ao mesmo para quem não tem um bom planeamento.
Uma lei restritiva, leva a questões se façam na mesma mas em condições muitos precárias e
colocando problemas de saúde publica.
Aula 28-03-22
143 - ofensa à integridade física simples - protege também a saude fisica ou psíquica? Pode
afetar a saúde e o corpo. Saúde física e psicológica, distinguido pelo bem jurídico da honra. O
cuspe, não será uma ofensa. Seria mais uma injuria, a menos que passe uma doença.
Quem liga de madrugada para acordar - pode prejudicar a saúde e já deve integrar a ofensa à
integridade física.
A vida intra-uterina - o causar lesões ao feto não leva a punição. Se tudo se passar no útero, não
haverá, mas se os seus efeitos só se sentirem depois do nascimento, já se pode punir.
Uma coisa é atacar o corpo, outra é próteses, por exemplo - uma dentadura não será possível -
apenas um crime de dano -se for um implante - já é ofensa à integridade física
Abrange um encontrão, um arranhão? A nivel negligente entende-se que existe alguma
adequação social e não deveria ser punido. A nível doloso, já existem algumas dúvidas, a prof.
Tende a concordar que se devem integrar.
144 - ofensa à integridade física grave - a) - o problema de saber quando o órgão é importante
ou não. Não faz muito sentido. Membro - arrancar o dedo -
Aula 04-04-22
O art.144 é bastante exigente para se poder qualificar como grave, o que pode resultar em que
uma ofensa grave não se enquadre neste tipo legal. A solução é criar um tipo legal intermedio ou
este tipo não ser tão exigente.
A) - haverá um órgão que não seja importante? A questão do baço num acórdão, que foi
considerado importante. A única hipótese que se pode considerar não tão grave a um órgão,
seria uma pequena lesão da pele. Se ficar privado de órgão será uma lesão grave. A questão de
se puder ser reposto - depene de muitos fatores, da pessoa, saúde, ciência e não do agente. A
prof. Considera que a agravar~çao não pode estar dependente de outros fatores e avaliações
posteriores, mas à conduta do agente.
Desfigurar - grave- pode ser a extensão, profundidade da lesão. Uma navalhada pequena no
braço, em princípio não será grave. Se for profunda e mais extensa, será uma desfiguração
grave. Faz sentido atender ao local da lesão?
A doutrina divide-se, mas não parece que se possa atender a esta questão. E ao nível das
profissão, será grave nos casos de modelo e não numa dona de casa, por exemplo? Também
não faz muito sentido. Pode ser valorada ao nível de indemnização civil, por exemplo.
Permanente - se puder ser removido por cirurgia esta desfiguração? Mais uma vez, está
dependente de outros fatores e devia ser averiguado pelo desvalor de resultado e de conduta
no momento da conduta e não depender de outros fatores. A prof. Entende que é permanente
se for necessária uma intervenção, quando o corpo não regenere por si, mesmo uma umaleve
intervenção, como pomada
B) provocar gaguez, afeta de maneira grave a linguagem, a menos que seja mínimo. Ficar sem
palavra ou muito reduzido, por exemplo
c) - aqui, temos a alternativa - já podem ser integradas mais facilmente condutas nesta alínea
D) - crime de crime concreto - distinção de tentativa de homicídio - se houver dolo de
homicídio, mesmo com dolo eventual (alguma doutrina) - se quer matar e não conseguiu -
devera ser condenado pela tentativa de homicídio.
Nesta alínea, é alguém não tem dolo de homicídio, mas tem dolo em provocar perigo para a
vida, mesmo que se tenha conformado com ela. SIDA - alguém que mantém relações sem
avisar - não haverá muitos casos em que a intenção é causar morte - nestes casos, a pessoa
confia que não acontecerá a transmissão, não haveria dolo para o perigo da vida. Pode ser é
uma atitude negligente nos casos em que não se conforma sequer. Teria de ir para a negligencia
e aqui não há tentativa, podendo ser ofensas o morte dependendo do caso. Neste casos, é
difícil provar e que aconteça
Se souber que a pessoa é alérgica e der anestesia, por exemplo, conformando-se com esse
resultado, comete este crime. Necessita sempre que haja dolo e e perigo concreto.
Art.145 - qualificada - remissão para o 132º - tem de caber no nº2, mas passar tambem pelo
nº1.
art.146 - privilegiadas - remissão para o 133º - culpa atenuada
Art.147 - crime agravado - art.18º - crime preterintencional
art.151 - participação em rixa - podia ser visto como uma legítima defesa de terceiro, no n.º2.
No nº1, temos o problema de não se conseguir provar quem causou morte ou grave lesão, dai
ter como objetivo impedir estes comportamentos
Aula 09-05-22
Crimes contra a liberdade: 27 cru; 18/2 proteção de bens jurídicos - dignidade e necessidade
distinção entre crimes contra a liberdade e contra a liberdade e autodeterminação sexual -
apesar destes últimos ser tutelada a liberdade, esta é mais intima
154.º - coação - geralmente a pessoa não diz apenas “vou fazer isto”. Normalmente diz com o
objetivo de constranger a algo. Nem sempre a coação consome a ameaça uma vez que o
conceito de mal importante é mais abrangente o que já se pode integrar os conceitos da honra
que não estão abrangidos. Se não conseguir atingir a pessoa ou não surtir efeito, temos uma
tentativa de crime de coação e não de ameaça. A ameaça pode ser dirigida a outra pessoa, que
deve haver uma proximidade. Mas pode ser algo que afete outras pessoas, mas ser muito grave
como bombas, pode caber na coação, na opinião da Profª.
É um crime doloso e pode ser tambem por meio de violencia. No roubo, no constranger a que
entregue, tambem temos uma violência ou ameaça. Aqui será punido pelo roubo ou uma
extorsão.
Os dois são crimes pessoais, temos tantos crimes quantas vitimas. Caso alguém queira roubar
duas pessoas, dois crimes de roubo. Quer ameaçar uma pessoa e roubar outra. Concurso efetivo
entre roubo e coação.
Se for por meio de violencia, a coação abrange as ofensas corporais simples.
154/3 - uma certa força física para evitar que cometa crime ou se suicide, é aceitável. O mesmo
com ameaça. A prof.a entende que se trata de uma exclusão da ilicitude
Coações legitimas - ou pagas ou intento ação em tribunal
Coação de impor uma religião ou impor que não pratique - são meios legítimos e como tal, uma
coação.
154 A - perseguição - é necessária repetição - a prof acha que se pode punir por concurso
efetivo quando seja possível destacar alguns momentos. A punição da tentativa - prof acha que
basta um meio suscetível a ser punido. É difícil pensar numa tentativa quando o crime não é de
resultado. Em relação ao crime de violência domestica, situações de proximidade, será punido
por este. A prof acha que mesmo nessas situações, pode ser possível integrar a perseguição nos
casos em que apesar de existir esta proximidade, os atos são muito leves.
154 B - casamento forçado - forçar alguém a casar é crime, em especial pela relação com o
crime de tráfico de pessoas.
155 - agravação - a) - no 153 só ha ameaça com crime contra a vida, integridade física, sexuais.
Poucos são os crimes que têm abaixo desta moldura. Taipa de carvalho entende que não faz
sentido. Entende-se que não deve haver agravação nestes casos por haver dupla valorarão
B)- pessoa indefesa - faz sentido
nº2 - nas outras, são mais qualificações. Neste, é mais uma agravação pelo resultado, apesar de
o suicido não ser punível. Deve ser pelo menos a titulo de negligencia, ou seja, o agente deve
pelo menos prever que o agente podia prever, tem de haver certa gravidade e tem de estar
relacionada com a coação
Tráfico de pessoas - 160 - quando a pessoa é tratada como meros objeto, temos escravidão.
Quando não existem as condições legais, mas ainda existem algumas temos tráfico e
exploração laboral.
d) - pode ser economica
n.º2 - tráfico de menores - se for adulto, só há tráfico se for através daqueles meios. No menor,
já não é preciso. Se os usar, já é um tráfico qualificado.
Agravações no nº4
no nº5 - é uma comercialização de menor para adoção
Bem jurídico - liberdade da pessoa e fere-se a dignidade da pessoa humana
relação com o 144A - concurso efetivo - bens jurídicos diferentes (liberdade e integridade
física)
O tráfico pode ser um ato preparatório da mutilação - concurso aparante
trafico e casamento forçado - concurso efetivo
Tráfico e escravidão - se for o mesmo agente- pode-se ir para o aparente pela teoria de
Figueiredo dias de o trafico ser um crime meio
em relação ao lenocínio - já se entende ser mais concurso efetivo
Aula 16-05-22
Art.163 e 164 - núcleo de proteção da liberdade sexual. Não se distinguem quanto aos meios,
mas sim quanto aos atos. Podem ser vitimas aqui quer menores, quer adultos. Se forem
menores, as gravações do 177/6/7.
embriagar alguém com intenção de praticar, 163 ou 164. Aproveitar essa incapacidade, 165
o ser cognoscível parece remeter para uma negligencia. E se o agente conhece a vitima e sabe
que esta não quer, mas não fosse cognoscível a outra pessoa?
O constrangimento abrange pressões, mas pode não abranger erros ou enganos