Aula 06 - Execução

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ESTRATÉGIA OAB

Direito Processual do Trabalho - Prof. Priscila Ferreira

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Sumário

Considerações Iniciais ........................................................................................................................................ 4

Execução no Processo do Trabalho e suas Peculiaridades ................................................................................ 5

1 - Teoria Geral da Execução Trabalhista....................................................................................................... 5

2 - Título Executivo......................................................................................................................................... 6

3 - Competência para Execução. .................................................................................................................... 8

4 - Execução Provisória e Definitiva. .............................................................................................................. 8

5 - Liquidação e Execução ............................................................................................................................ 10

5.1 - Penhora de bens .............................................................................................................................. 14

5.2 - Impenhorabilidade de bens ............................................................................................................. 15

5.3 - Fase de expropriação de bens (Artigo 888 da CLT e art.13 Lei nº 5584/1970) ............................... 17

Peças Processuais na Execução ....................................................................................................................... 18

Impugnação à Sentença de Liquidação ........................................................................................................... 18

Considerações Iniciais .................................................................................................................................. 18

Estrutura da Peça Prática ............................................................................................................................. 21

Embargos à Execução ...................................................................................................................................... 22

Considerações Iniciais .................................................................................................................................. 22

Principais Teses nos Embargos à Execução: ................................................................................................ 23

Estrutura da Peça Prática ............................................................................................................................. 26

Peça Prático Profissional: XIII Exame De Ordem ......................................................................................... 27

Embargos de Terceiro ...................................................................................................................................... 31

Considerações Iniciais .................................................................................................................................. 31

Estrutura da Peça Prática ............................................................................................................................. 32

Exceção de Pré-Executividade ......................................................................................................................... 33

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Considerações Iniciais .................................................................................................................................. 33

Estrutura da Peça Prática ............................................................................................................................. 34

Agravo de Petição ............................................................................................................................................ 35

Considerações Iniciais .................................................................................................................................. 35

Estrutura da Peça Prática ............................................................................................................................. 36

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TEORIA GERAL DA EXECUÇÃO E PEÇAS


PROCESSUAIS
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Olá, queridos alunos.

Nesta aula, iremos estudar os procedimentos da execução no processo do trabalho, analisando a execução
provisória, definitiva, liquidação de sentença e todas as peças processuais cabíveis nesta fase processual.

As peças prático-profissionais da fase executória já foram cobradas pela OAB, na modalidade de embargos
à execução e de terceiros.

Logo, tenham uma maior atenção a estas peças, especialmente, quanto aos temas que envolvem esta fase,
já que a estruturação destas segue a de uma inicial, então, acredito que neste sentido não terão maiores
problemas.

Inicialmente, quanto aos preceitos legais que regem esta fase, deveremos nos valer da Consolidação das Leis
do Trabalho (CLT) e leis esparsas e, de forma subsidiária da Lei de Execuções Fiscais, e por fim, aplicar o
Código de Processo Civil, seguindo esta ordem preferencial (art. 889 da CLT e Art. 3º, XVI, IN 39/2016), caso
a CLT seja omissa acerca de determinada matéria.

Nesse sentido:

CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO (CLT) E LEIS ESPARSAS

LEI DE EXECUÇÕES FISCAIS

CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL (CPC)

Por fim, na Justiça do Trabalho prevalece o entendimento de que a execução judicial é uma fase processual.

Ultrapassado este aspecto inicial, vamos nos aprofundar na execução trabalhista, nos tópicos que seguem.

Bom estudo a todos!

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EXECUÇÃO NO PROCESSO DO TRABALHO E SUAS


PECULIARIDADES

1 - Teoria Geral da Execução Trabalhista

A execução, regulamentada no artigo 876 e seguintes da CLT, tem a finalidade proporcionar a satisfação do
credor determinada por título executivo judicial, devendo ser útil ao credor e não onerosa ao devedor.
Assim, não haverá execução sem título, quer seja judicial ou extrajudicial.

Desta forma, antes de qualquer estudo, devemos observar as premissas da execução, ou seja, os princípios
balizares que regem a execução no processo do trabalho, quais sejam:

Princípio da Efetividade: A execução trabalhista deve ocorrer no menor tempo possível, pois estão
envolvidas verbas de caráter alimentar.

Princípio da Dignidade da pessoa do devedor: A execução não pode atingir bens indispensáveis ao sustento
do réu e sua família.

Ex.: Bens de família (Lei. 8.009/90 e Artigos 833 e 834 do CPC).

Neste ponto ressalto um aspecto relevante dentre a impenhorabilidade de bens: O artigo


3º, I, da Lei 8.009/90 determinava que a impenhorabilidade fosse oponível em qualquer
processo de execução civil, fiscal, previdenciária, trabalhista ou de outra natureza, exceto
em caso de ação proposta por empregado doméstico.

Assim, era possível a penhora do bem de família em caso de pagamento de dívida


trabalhista de empregado doméstico.

Contudo, a Lei Complementar nº 150/2015, artigo 46, revogou este dispositivo, motivo
pelo qual, atualmente, também é vedada a penhora do bem de família, mesmo para ações
propostas por empregado doméstico.

Princípio da Patrimonialidade: A execução gera efeitos no patrimônio do devedor, e não no seu corpo, logo,
ninguém pode ser preso por dívida. Exceção: Pensão alimentícia.

Princípio da execução menos gravosa: Quando a execução puder ser realizada de diversas formas, deverá
se dar preferência àquela que gerar menos prejuízo ao devedor.

Vale ressaltar que é válido o ato judicial que determina penhora em dinheiro do executado para garantir
crédito do exequendo, não sendo cabível mandado de segurança, já que obedece à gradação prevista no art.
835 do CPC.

Tome nota do artigo 805 do CPC:

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Art. 805. Quando por vários meios o exequente puder promover a execução, o juiz
mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o executado.
Parágrafo único. Ao executado que alegar ser a medida executiva mais gravosa incumbe
indicar outros meios mais eficazes e menos onerosos, sob pena de manutenção dos atos
executivos já determinados.

*Estudar artigos 805 (execução menos gravosa – Ex.: penhora online) e 835 do CPC (ordem
de preferência da penhora), bem como a Súmula n. 417 do TST.

Princípio da Iniciativa ex officio/de ofício: O magistrado poderá em determinadas hipóteses legais promover
a execução de ofício, salvo quando tratar-se de execução provisória, liquidação por artigos, a qual esta
envolve provas, e execução definitiva, quando as partes estiverem representadas por advogado (artigo 878
da CLT)

Ex.: O magistrado pode desconsiderar a personalidade jurídica da empresa; colocar empresas do mesmo
grupo econômico no polo passivo da demanda.

São legitimados a promover a execução:

- Qualquer interessado;

- Juiz (execução definitiva);

- MPT (nas ações de competência originária do TRT).

Neste sentido, a Reforma Trabalhista alterou o artigo 878 da CLT para determinar que: A execução será
promovida a requerimento das partes, ficando limitada a execução de ofício, ou seja, o impulso oficial
apenas nos casos em que as partes não estiverem representadas por advogados.

Princípio da mitigação do contraditório: Nos termos do artigo 884, §1º, CLT, na fase de execução, a defesa
é limitada, pois já se encerrou a fase de conhecimento.

Princípio da limitação expropriatória: A execução abrange apenas o que for necessário para pagar a dívida,
ou seja, apenas poderá atingir a quantidade de bens necessários para garantia da execução, não devendo se
operar de forma excessiva e nem tampouco gravosa ao executado.

Princípio da Responsabilidade das custas pelo executado: Nos termos do art. 789 – A, CLT, no processo de
execução são devidas custas, sempre de responsabilidade do executado e pagas ao final.

2 - Título Executivo

Os títulos executivos podem ser judiciais ou extrajudiciais. Desta forma, são considerados primordialmente
títulos executivos no processo do trabalho, entre outros:

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• Decisões transitadas em julgado (artigo 876 da CLT);


JUDICIAIS • Decisões com recurso sem efeito suspensivo e;
• Acordos não cumpridos (artigo 876 da CLT).

• TAC - Termo de Ajuste de Conduta firmados perante o


Ministério Público - MP (artigo 876 da CLT);
EXTRAJUDICIAIS
• Termo De Conciliação firmado perante a Comissão de
Conciliação Prévia (artigo 625-A a 625-H, CLT).

O rol acima é meramente exemplificativo, cabendo outros títulos, como por exemplo:

1) Artigo 114, VII, CF - Autoriza a competência da Justiça do Trabalho, para a execução fiscal,
permitindo, portanto, a execução das multas impostas pela fiscalização do trabalho inscritas na
Certidão da Dívida Ativa da União.

2) Artigo 13 da IN/39 do TST – Possibilita a aplicação do artigo 784, I do CPC, de forma a autorizar a
execução na Justiça do Trabalho de cheque e nota promissória, quando estes forem decorrentes da
relação de emprego/trabalho.

3) Artigo 507-A, CLT – Sentença Arbitral não cumprida poderá ser executada na Justiça do Trabalho (art.
31 da Lei 9.307/1996). Neste sentido, prevê a CLT:

“Nos contratos individuais de trabalho cuja remuneração seja superior a duas vezes o limite
máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral de Previdência Social, poderá ser
pactuada cláusula compromissória de arbitragem, desde que por iniciativa do empregado
ou mediante a sua concordância expressa, nos termos previstos na Lei no 9.307, de 23 de
setembro de 1996.”

Por fim, ressalto aspecto já mencionado anteriormente, mas que, neste momento, considero de extrema
importância, acerca da possibilidade de a Justiça do Trabalho executar contribuições previdenciárias
decorrentes de sentença ou acordo, conforme Súmula n. 368, I do TST:

“A Justiça do Trabalho é competente para determinar o recolhimento das contribuições


fiscais. A competência da Justiça do Trabalho, quanto à execução das contribuições
previdenciárias, limita-se às sentenças condenatórias em pecúnia que proferir e aos
valores, objeto de acordo homologado, que integrem o salário de contribuição.”

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3 - Competência para Execução.

Art. 877 - É competente para a execução das decisões o Juiz ou Presidente do Tribunal que
tiver conciliado ou julgado originariamente o dissídio.
Art. 877-A - É competente para a execução de título executivo extrajudicial o juiz que teria
competência para o processo de conhecimento relativo à matéria.

O artigo 877, da CLT regulamenta a matéria e nos deixa claro que na hipótese de título judicial, a
competência para sua execução será a do juízo que proferiu a sentença ou que homologou o acordo.

Quando tratar-se de título extrajudicial o artigo 877-A, CLT prevê que a competência para execução deve
observar a regra da fase de conhecimento, qual seja, a do artigo 651, da CLT.

4 - Execução Provisória e Definitiva.

➢ EXECUÇÃO PROVISÓRIA

A execução provisória poderá se iniciar, quando houver sentença, não transitada em julgado, com recurso
pendente de julgamento, sendo esse sem efeito suspensivo. Assim, tendo o recurso apenas efeito
devolutivo, e sem suspensivo, possível torna-se o início da execução provisória, a qual segue até a penhora,
ou seja, sem que haja, como regra, atos de expropriação de bens, apenas constrição.

Assim, em se tratando de execução da sentença que ainda não tenha transitado em julgado e que possui as
seguintes peculiaridades:

✓ Depende da iniciativa do exequente (reclamante/credor) a execução provisória, ou seja, não se


admite o impulso oficial;
✓ Nos termos do artigo 899 da CLT, a execução provisória vai somente até a penhora, logo, não há atos
de expropriação de bens. Desta forma, não se aplica a previsão do artigo 520, IV do CPC:

SENTENÇA - V.T

R.O pendente - TRT

Execução Provisória

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Art. 520. O cumprimento provisório da sentença impugnada por recurso desprovido de


efeito suspensivo será realizado da mesma forma que o cumprimento definitivo,
sujeitando-se ao seguinte regime:
IV - o levantamento de depósito em dinheiro e a prática de atos que importem
transferência de posse ou alienação de propriedade ou de outro direito real, ou dos quais
possa resultar grave dano ao executado, dependem de caução suficiente e idônea,
arbitrada de plano pelo juiz e prestada nos próprios autos.
✓ Na hipótese de reforma da sentença em razão de recurso, o exequente será responsável pelo
pagamento de eventuais prejuízos do executado;
✓ A execução provisória se dá através de carta de sentença, tendo em vista que os autos principais
estarão no Tribunal para julgamento de recurso;
✓ A Súmula 417 do TST foi recentemente alterada permitindo, após a vigência do novo CPC, a penhora
de dinheiro em sede de execução provisória, ainda que o executado possua outros bens. Cabe
destacar, que antes da vigência do novo CPC, a penhora de dinheiro não era possível em execução
provisória, quando o executado possuía outros bens. Observe o preceito legal mencionado:

I - Não fere direito líquido e certo do impetrante o ato judicial que determina penhora em
dinheiro do executado para garantir crédito exequendo, pois é prioritária e obedece à
gradação prevista no art. 835 do CPC de 2015 (art. 655 do CPC de 1973).
II - Havendo discordância do credor, em execução definitiva, não tem o executado direito
líquido e certo a que os valores penhorados em dinheiro fiquem depositados no próprio
banco, ainda que atenda aos requisitos do art. 840, I, do CPC de 2015 (art. 666, I, do CPC
de 1973).
➢ EXECUÇÃO DEFINITIVA

A execução definitiva ocorre quando se estiver diante de uma sentença / acórdão já transitado em julgado,
podendo iniciar-se a requerimento da parte, ou ainda, de ofício pelo juiz, quando as partes não estiverem
representadas por advogados.

Ademais, a execução definitiva, diferentemente da provisória, não se limita a penhora, sendo nesta fase
praticados atos de constrição e expropriação do bem, haja vista que presente o trânsito em julgado.

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SENTENÇA / ACÓRDÃO

Transitado em Julgado

Execução Defintiva

Neste sentido, observe a régua processual na execução definitiva:

SENTENÇA - V.T Não há recurso pendente Transito em julgado

Liquidação da sentença MCPA - Mandado de


(*Manisfestação das partes e Sentença de Liquidação Citação, penhora e
União). avaliação.

*Executado: Embargos à
Pagamento; Garantia do execução (*Garantido do
Juízo) Sentença
Juízo; Inércia *Exequente: Impugnação
a sentença de liquidação.

Agravo de Petição

5 - Liquidação e Execução

Quando no processo se estiver diante de uma sentença ilíquida, necessário se fará a sua liquidação, a qual
poderá se dar por: Cálculos, Arbitramento, ou ainda, por Artigos / Procedimento Comum.

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Nesse sentido, observe:

✓ Cálculos: É quando a liquidação se dará através de simples cálculos aritméticos, já que a sentença
não exige maiores elementos para a sua apuração, conforme Súmula n. 200 e 211 do TST.

✓ Arbitramento: É a liquidação que depende de exame pericial, ou seja, conhecimentos técnicos


específicos.
Ex.: art. 460, CLT – salário equitativo – salário que não foi fixado pelo empregador e deverá ser fixado
pelo juiz.

✓ Por Artigos ou Procedimento Comum: Artigo 879 da CLT –Quando na liquidação há necessidade de
se alegar e provar fatos novos, deverá se valer deste procedimento para, assim, individualizar o
objeto da condenação.

Assim, quando proferida a sentença, e sendo esta ilíquida, iniciar-se-á a fase de liquidação. Nesse sentido,
vale ressaltar que na fase de execução não mais será possível discutir matéria referente à causa principal do
processo.

Na liquidação por cálculos, os cálculos poderão ser apresentados pelas partes, pelos órgãos auxiliares da
Justiça do Trabalho, ou ainda, pelo perito, segundo critério determinado pelo juiz.

Apresentados os cálculos, o magistrado deverá abrir às partes, reclamante e reclamada, prazo comum de 08
(oito) dias para impugnação fundamentada com a indicação dos itens e valores objeto da discordância, sob
pena de preclusão – Artigo 879, § 2º da CLT.

A União também será intimada a se manifestar acerca das contribuições previdenciária no prazo de dez dias,
conforme Artigo 879, § 3º da CLT.

Em sequência, o magistrado proferirá sentença de liquidação, a qual poderá ser impugnada, quando
garantido o juízo, por meio de embargos à execução (executado) e impugnação à decisão (ou sentença) de
liquidação (exequente).

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Liquidação de Apresentação de
Sentença
Sentença Cálculos

Sentença de Manifestação das


Liquidação - partes em 8 dias
Homologação dos (União - 10 dias) ou
Cálculos. não.

Uma vez proferida a sentença de liquidação pelo magistrado, em ato sequencial, se expedirá o Mandado de
Citação, Penhora e Avaliação - MCPA. Neste sentido, tome nota do art. 880, da CLT:

Requerida a execução, o juiz ou presidente do tribunal mandará expedir mandado de cita


ção do executado, a fim de que cumpra a decisão ou o acordo no prazo, pelo modo e sob
as cominações estabelecidas ou, quando se tratar de pagamento em dinheiro, inclusive
de contribuições sociais devidas à União, para que o faça em 48 (quarenta e oito) horas
ou garanta a execução, sob pena de penhora.

Assim, quando citado, o executado, no prazo de 48 horas, poderá adotar um dos três procedimentos:

I. Pagar a quantia devida e apurada na execução, e colocando, assim, fim ao processo, conforme
artigo 881, CLT;
II. Garantir a execução depositando o valor correspondente, nomeando bens a penhora (artigo
882 da CLT), ou ainda, através de seguro-garantia judicial. Tal procedimento não acaba com
a fase processual, prosseguindo-se com as ferramentas da execução, uma vez que garantido
o juízo.
III. Inércia do executado, o que em tal situação, gerará a penhora dos seus bens, nos termos do
artigo 883 da CLT.

Assim, caso o executado não tenha indicado bens e nem pago a dívida, terá penhorado tantos bens, quantos
sejam necessários para a garantia do juízo, observada a ordem de preferência da penhora, contida no artigo
835 do CPC. Observe:

Art. 835. A penhora observará, preferencialmente, a seguinte ordem:


I - dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em instituição financeira;
II - títulos da dívida pública da União, dos Estados e do Distrito Federal com cotação em
mercado;
III - títulos e valores mobiliários com cotação em mercado;

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IV - veículos de via terrestre;


V - bens imóveis;
VI - bens móveis em geral;
VII - semoventes;
VIII - navios e aeronaves;
IX - ações e quotas de sociedades simples e empresárias;
X - percentual do faturamento de empresa devedora;
XI - pedras e metais preciosos;
XII - direitos aquisitivos derivados de promessa de compra e venda e de alienação fiduciária
em garantia;
XIII - outros direitos.

Acerca do tema, ainda, observe o artigo 882, 883 e 883-A da CLT:

Art. 882. O executado que não pagar a importância reclamada poderá garantir a execução
mediante depósito da quantia correspondente, atualizada e acrescida das despesas
processuais, apresentação de seguro-garantia judicial ou nomeação de bens à penhora,
observada a ordem preferencial estabelecida no art. 835 da Lei no 13.105, de 16 de março
de 2015 - Código de Processo Civil.
Art. 883 - Não pagando o executado, nem garantindo a execução, seguir-se-á penhora dos
bens, tantos quantos bastem ao pagamento da importância da condenação, acrescida de
custas e juros de mora, sendo estes, em qualquer caso, devidos a partir da data em que for
ajuizada a reclamação inicial.
Art. 883-A. A decisão judicial transitada em julgado somente poderá ser levada a protesto,
gerar inscrição do nome do executado em órgãos de proteção ao crédito ou no Banco
Nacional de Devedores Trabalhistas (BNDT), nos termos da lei, depois de transcorrido o
prazo de quarenta e cinco dias a contar da citação do executado, se não houver garantia
do juízo.

Há alguns bens que são tidos como impenhoráveis, ou seja, se ainda assim realizado, estaremos diante de
uma ilegalidade. Nesse sentido, prevê o artigo 833 do CPC:

Art. 833. São impenhoráveis:


I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução;
II - os móveis, os pertences e as utilidades domésticas que guarnecem a residência do
executado, salvo os de elevado valor ou os que ultrapassem as necessidades comuns
correspondentes a um médio padrão de vida;
III - os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de elevado
valor;

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IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os proventos de


aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as quantias recebidas
por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de sua família, os
ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, ressalvado o § 2o;
V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens
móveis necessários ou úteis ao exercício da profissão do executado;
VI - o seguro de vida;
VII - os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas forem penhoradas;
VIII - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela
família;
IX - os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação compulsória em
educação, saúde ou assistência social;
X - a quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40 (quarenta) salários-
mínimos;
XI - os recursos públicos do fundo partidário recebidos por partido político, nos termos da
lei;
XII - os créditos oriundos de alienação de unidades imobiliárias, sob regime de
incorporação imobiliária, vinculados à execução da obra.
§ 1º A impenhorabilidade não é oponível à execução de dívida relativa ao próprio bem,
inclusive àquela contraída para sua aquisição.
§ 2º O disposto nos incisos IV e X do caput não se aplica à hipótese de penhora para
pagamento de prestação alimentícia, independentemente de sua origem, bem como às
importâncias excedentes a 50 (cinquenta) salários-mínimos mensais, devendo a constrição
observar o disposto no art. 528, § 8o, e no art. 529, § 3o.
§ 3º Incluem-se na impenhorabilidade prevista no inciso V do caput os equipamentos, os
implementos e as máquinas agrícolas pertencentes a pessoa física ou a empresa individual
produtora rural, exceto quando tais bens tenham sido objeto de financiamento e estejam
vinculados em garantia a negócio jurídico ou quando respondam por dívida de natureza
alimentar, trabalhista ou previdenciária.

5.1 - Penhora de bens

A nomeação de bens à penhora, ou ainda, a penhora de bens realizada pelo magistrado, deverá ocorrer em
conformidade com a ordem contida no artigo 835 do CPC e 882 da CLT. Nesse sentido, cumpre destacar que
a penhora em dinheiro possui preferência sobre outros bens.

No mais, a penhora sobre determinado percentual do faturamento da empresa nunca poderá ser total, de
forma que se isso ocorrer, o executado poderá questionar sua legalidade por meio das ferramentas próprias
da execução, já que tal penhora não pode comprometer o funcionamento da empresa, conforme OJ 93 SDI-
II TST:

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Nos termos do art. 866 do CPC de 2015, é admissível a penhora sobre a renda mensal ou
faturamento de empresa, limitada a percentual, que não comprometa o desenvolvimento
regular de suas atividades, desde que não haja outros bens penhoráveis ou, havendo
outros bens, eles sejam de difícil alienação ou insuficientes para satisfazer o crédito
executado.

5.2 - Impenhorabilidade de bens

São absolutamente impenhoráveis:

a) os bens descritos no artigo 833 do CPC;

b) o bem de família previsto na Lei nº 8.009/90; e

c) as contas do FGTS dos trabalhadores (art. 2º, §2º, da Lei nº 8.036/90).

Assim, além da ordem de preferência, a ser observada, sob os bens passíveis de penhora, deve-se também
atentar-se aos bens impenhoráveis, conforme artigo 833, CPC:

Acercado tema, ...

Ademais, também deve ser observada, a impenhorabilidade do bem de família previsto na Lei 8009/90, a
qual foi recentemente alterada com a revogação do inciso I, do artigo 3º, este que autorizava a penhora do
bem de família quando se tratava de dívidas de empregado doméstico. Agora, com tal revogação legislativa,
a impenhorabilidade do bem de família na Justiça do Trabalho trona-se absoluta, não se admitindo qualquer
exceção frente à proteção do bem de família, inclusive, para pessoa solteira, divorciada ou viúva (Súmula n.
364, STJ).

Na execução definitiva, o juiz poderá realizar a penhora on-line, inclusive afastando outro bem já nomeado
à penhora pelo executado, nos termos da Súmula n. 417, TST:

I - Não fere direito líquido e certo do impetrante o ato judicial que determina penhora em
dinheiro do executado para garantir crédito exequendo, pois é prioritária e obedece à
gradação prevista no art. 835 do CPC de 2015 (art. 655 do CPC de 1973).
II - Havendo discordância do credor, em execução definitiva, não tem o executado direito
líquido e certo a que os valores penhorados em dinheiro fiquem depositados no próprio
banco, ainda que atenda aos requisitos do art. 840, I, do CPC de 2015 (art. 666, I, do CPC
de 1973).

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No mais, o bloqueio de dinheiro e sua conversão em penhora deve observar o procedimento do artigo 854
do CPC:

Art. 854. Para possibilitar a penhora de dinheiro em depósito ou em aplicação financeira,


o juiz, a requerimento do exequente, sem dar ciência prévia do ato ao executado,
determinará às instituições financeiras, por meio de sistema eletrônico gerido pela
autoridade supervisora do sistema financeiro nacional, que torne indisponíveis ativos
financeiros existentes em nome do executado, limitando-se a indisponibilidade ao valor
indicado na execução.
§ 1o No prazo de 24 (vinte e quatro) horas a contar da resposta, de ofício, o juiz
determinará o cancelamento de eventual indisponibilidade excessiva, o que deverá ser
cumprido pela instituição financeira em igual prazo.
§ 2o Tornados indisponíveis os ativos financeiros do executado, este será intimado na
pessoa de seu advogado ou, não o tendo, pessoalmente.
§ 3o Incumbe ao executado, no prazo de 5 (cinco) dias, comprovar que:
I - as quantias tornadas indisponíveis são impenhoráveis;
II - ainda remanesce indisponibilidade excessiva de ativos financeiros.
§ 4o Acolhida qualquer das arguições dos incisos I e II do § 3o, o juiz determinará o
cancelamento de eventual indisponibilidade irregular ou excessiva, a ser cumprido pela
instituição financeira em 24 (vinte e quatro) horas.
§ 5o Rejeitada ou não apresentada a manifestação do executado, converter-se-á a
indisponibilidade em penhora, sem necessidade de lavratura de termo, devendo o juiz da
execução determinar à instituição financeira depositária que, no prazo de 24 (vinte e
quatro) horas, transfira o montante indisponível para conta vinculada ao juízo da execução.
§ 6o Realizado o pagamento da dívida por outro meio, o juiz determinará, imediatamente,
por sistema eletrônico gerido pela autoridade supervisora do sistema financeiro nacional,
a notificação da instituição financeira para que, em até 24 (vinte e quatro) horas, cancele
a indisponibilidade.
§ 7o As transmissões das ordens de indisponibilidade, de seu cancelamento e de
determinação de penhora previstas neste artigo far-se-ão por meio de sistema eletrônico
gerido pela autoridade supervisora do sistema financeiro nacional.
§ 8o A instituição financeira será responsável pelos prejuízos causados ao executado em
decorrência da indisponibilidade de ativos financeiros em valor superior ao indicado na
execução ou pelo juiz, bem como na hipótese de não cancelamento da indisponibilidade
no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, quando assim determinar o juiz.
§ 9o Quando se tratar de execução contra partido político, o juiz, a requerimento do
exequente, determinará às instituições financeiras, por meio de sistema eletrônico gerido
por autoridade supervisora do sistema bancário, que tornem indisponíveis ativos
financeiros somente em nome do órgão partidário que tenha contraído a dívida executada
ou que tenha dado causa à violação de direito ou ao dano, ao qual cabe exclusivamente a
responsabilidade pelos atos praticados, na forma da lei.

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Assim, depois de garantido o juízo, com a penhora, pagamento ou indicação de bens, no prazo de 05 dias, o
executado poderá apresentar embargos à execução, e o exequente impugnação a sentença de liquidação.

Diante de tais ferramentas processuais utilizadas pelas partes, o magistrado proferirá uma sentença, frente
a qual será cabível recurso de Agravo de Petição, no prazo de 8 (oito) dias, para o TRT correspondente, e
com fundamento no artigo 897 da CLT. O TRT se pronunciará acerca do Agravo de Petição, e frente a esta
decisão será oponível Recurso de Revista ao TST, por violação Constitucional (Súmula n. 266, TST), o qual
também proferirá um acórdão, e em havendo nova violação constitucional, será possível opor Embargos
de Divergência ao TST (Súmula n. 433 do TST).

Em última análise, caso a decisão do TST confronte preceitos constitucionais, cabível será a propositura
de Recurso Extraordinário, ao STF, em última análise jurisdicional.

Nesse sentido:

Sentença Agravo de Rec. de Embargos ao


Rext. - STF
(Execução) Petição - TRT Revista - TST TST

5.3 - Fase de expropriação de bens (Artigo 888 da CLT e art.13 Lei nº


5584/1970)

Depois de solucionado os embargos / impugnação, proferindo-se a sentença, se iniciará paralelamente à


possibilidade de recurso, a expropriação do bem penhorado, ou seja, a sua venda, a qual poderá se
concretizar através de três figuras jurídicas, quais sejam:

✓ ADJUDICAÇÃO - O exequente fica com o bem penhorado, abatendo do seu crédito;

✓ ARREMATAÇÃO - Um terceiro arremata o bem penhorado, adquirindo-o em hasta pública através


do maior lance, o que não se admitirá a aquisição por preço vil (artigo 891, § único, CPC).

Em tal situação, nos termos do artigo 888, CLT, o arrematante deve pagar de imediato 20% do valor devido
e, o saldo restante em 24 horas.

Observe que a IN n. 39 do TST, autoriza a aplicação do artigo 895, CPC, o qual prevê a possibilidade de
parcelamento do lance.

✓ REMIÇÃO – Em tal hipótese, o executado paga o valor integral da execução, evitando a alienação do
seu bem já penhorado.

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Não confunda RemiÇão com RemiSSão, esta que consiste no perdão da dívida, e não se
aplica na Justiça do Trabalho, em razão da irrenunciabilidade dos Direitos Trabalhistas.

Por fim, ainda é possível alegar eventuais irregularidades na fase de expropriação por meio dos Embargos à
Arrematação, ou seja, este meio de defesa será utilizado pelo executado para se alegar vício na alienação
do bem (OJ 66 da SDI-II/TST), no prazo de cinco dias, contados a partir da adjudicação ou arrematação do
bem. Ou seja, os embargos à execução é gênero do qual os embargos à penhora, à arrematação e
adjudicação são espécies.

Tal peça processual é endereçada para o juízo da execução, devendo o adquirente do bem ser intimado
sobre os Embargos para manifestação. Após análise, o magistrado proferirá decisão, e desta caberá Agravo
de Petição.

PEÇAS PROCESSUAIS NA EXECUÇÃO


Vamos iniciar o estudo das Peças Processuais na Execução?

IMPUGNAÇÃO À SENTENÇA DE LIQUIDAÇÃO

Considerações Iniciais

O artigo 879 da CLT preceitua acerca do tema, no seguinte sentido:

Art. 879 - Sendo ilíquida a sentença exequenda, ordenar-se-á, previamente, a sua


liquidação, que poderá ser feita por cálculo, por arbitramento ou por artigos.
§ 1º - Na liquidação, não se poderá modificar, ou inovar, a sentença liquidanda nem discutir
matéria pertinente à causa principal.
(...)
§ 2º Elaborada a conta e tornada líquida, o juízo deverá abrir às partes prazo comum de
oito dias para impugnação fundamentada com a indicação dos itens e valores objeto da
discordância, sob pena de preclusão.

Nesta toada, diante da sentença de liquidação, o executado poderá se valer de embargos à execução no
prazo de cinco dias para impugnar a referida decisão, enquanto o exequente também poderá, no prazo de
cinco dias, proceder a impugnação à sentença de liquidação.

Julgar-se-ão na mesma sentença os embargos e as impugnações à liquidação apresentadas pelos credores


trabalhista e previdenciário.

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Por fim, da decisão definitiva em sede de execução frente à Impugnação à sentença de liquidação
(exequente) e aos embargos à execução (executado), caberão às partes a possibilidade de interpor Agravo
de Petição.

Antes de mais nada, assista:

Em resumo, temos:

Fundamentação: A impugnação à sentença de liquidação está prevista no artigo 884, caput, e § 3º, da CLT;

Conceito: Quando tornada líquida a sentença e garantido o juízo terão as partes prazo de cinco dias para
opor embargos à execução (executado) e impugnação à sentença de liquidação (exequente).

Na mesma oportunidade serão julgados os embargos e a impugnação a sentença, conforme artigo 884, §4º
da CLT.

Observe a seguinte ordem dos atos processuais:

• Início da liquidação (art 879, CLT): As partes serão intimadas para apresentação dos cálculos,
inclusive das contribuições previdenciárias;

• Prazo para impugnação: Elaborada a conta e tornada líquida, o juízo deverá abrir às partes prazo
comum de oito dias para impugnação fundamentada com a indicação dos itens e valores objeto da
discordância, sob pena de preclusão (Art. 879 §2º e § 3º da CLT). Nesta situação, a União também
será intimada para se manifestar acerca das contribuições previdenciárias no prazo de 10 dias.

• Homologação dos cálculos: A homologação é realizada por meio da chamada, sentença de liquidação.
Ou seja, o juiz homologa os cálculos, sem a oportunidade imediata e sequencial das partes impugná-
los, em especial, por tratar-se de uma decisão com natureza de interlocutória. Veja:

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Liquidação de Apresentação de
Sentença
Sentença Cálculos

Sentença de
Liquidação - Manifestação das
Homologação dos partes
Cálculos.
• Início da execução: A execução, de fato, inicia-se através do MCPA - mandado de citação, penhora e
avaliação (art 880, CLT);

• Há prazo de 48 horas para o executado garantir o juízo;

• Garantida a execução ou penhorado os bens: o executado poderá opor embargos à execução, com
fulcro no artigo 884, CLT;

• Obs. Dentro dos embargos à execução poderá ser explicitada a tese sobre impugnação à sentença de
liquidação.

• Exequente será notificado para apresentar DEFESA aos embargos a execução. No mesmo
momento, terá prazo para apresentar IMPUGNAÇÃO À SENTENÇA DE LIQUIDAÇÃO.
Veja a esquematização para melhor compreensão:

Sentença de Liquidação Execução

MCPA - Mandado de Citação, - Pagamento; Garantia do Juízo;


penhora e avaliação. Inércia.

*Executado: Embargos à
execução
Sentença
*Exequente: Impugnação a
sentença de liquidação.

• Ainda que o executado não apresente embargos à execução, ao exequente será concedido direito ao
contraditório e ampla defesa frente à sentença de liquidação, podendo, desta forma, apresentar
impugnação à sentença de liquidação.

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Competência: Juízo da execução;

Prazo: Haverá prazo de 5 dias para impugnação da sentença de liquidação. Neste sentido, observe o artigo
884 da CLT:

Art. 884 - Garantida a execução ou penhorados os bens, terá o executado 5 (cinco) dias
para apresentar embargos, cabendo igual prazo ao exequente para impugnação.
§ 1º - A matéria de defesa será restrita às alegações de cumprimento da decisão ou do
acordo, quitação ou prescrição da divida.
§ 2º - Se na defesa tiverem sido arroladas testemunhas, poderá o Juiz ou o Presidente do
Tribunal, caso julgue necessários seus depoimentos, marcar audiência para a produção das
provas, a qual deverá realizar-se dentro de 5 (cinco) dias.
§ 3º - Somente nos embargos à penhora poderá o executado impugnar a sentença de
liquidação, cabendo ao exequente igual direito e no mesmo prazo.

Recurso frente à Impugnação: Diante da sentença que julga a Impugnação à sentença de liquidação, caberá
às partes a possibilidade de interpor Agravo de Petição. Veja:

- Embargos à Execução;
- Impugnação à Sentença Sentença Agravo de Petição - TRT
de Liquidação

Estrutura da Peça Prática

Agora, vamos ao estudo da estrutura da nossa Peça Prático Profissional, Impugnação à Sentença de
Liquidação:

✓ ENDEREÇAMENTO (Vara do Trabalho que tramita a Execução)

✓ PROCESSO Nº ...

✓ Preâmbulo
o Menção ao Impugnante e Impugnado (já qualificados), bem como ao advogado;
o Verbo: Apresentar - IMPUGNAÇÃO À SENTENÇA DE LIQUIDAÇÃO (ART. 884, §3º DA CLT);

✓ RESUMO DA DEMANDA;

✓ DO DIREITO;

✓ DOS PEDIDOS;
a) Procedência da Impugnação à Sentença de Liquidação;

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b) Notificação / intimação do impugnado (executado) para manifestar-se (apresentar


resposta) no prazo de 5 dias;
c) As custas processuais serão recolhidas ao final, e pelo executado, nos termos do artigo
789-A, VII da CLT.
d) Protesto por provas;

✓ ENCERRAMENTO
Nestes termos, pede deferimento. Local e data. Advogado e OAB n. ...

EMBARGOS À EXECUÇÃO

Considerações Iniciais

Trata-se de uma ação incidental na execução, quando o executado terá a oportunidade de se manifestar em
sede de execução, mais precisamente acerca dos vícios ocorridos nesta fase.

E, neste ponto, você poderia me questionar:

Prof.ª, então, quais são as matérias arguíveis nesta fase, em sede de Embargos à
Execução?

Segundo o art. 884, § 1º, da CLT, tornam-se arguíveis as seguintes matérias:

o Cumprimento da Decisão;
o Cumprimento do Acordo;
o Quitação; e
o Prescrição.

Prazo: 05 dias, a partir da garantia do juízo.

o Atenção: Quando tratar-se de Fazenda Pública, o prazo será de trinta dias (art. 884 da CLT c/c Lei
9494/97).

Competência: Juízo da Execução - Como regra, a Vara do Trabalho.

Ainda, é válido esclarecer que, para a utilização dos embargos à execução, necessária se faz a garantia prévia
do juízo, esta que pode se caracterizar pelo depósito do valor, nomeação de bens à penhora, apresentação
de seguro-garantia judicial, ou, ainda, pela penhora de bens propriamente dita.

Logo, não há como embargar sem que o juízo esteja totalmente garantido.

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A única hipótese de se questionar aspectos da execução sem que haja a garantia do juízo é por meio de
Exceção de Pré-Executividade. Por tratar-se de mecanismo processual de criação doutrinária e
jurisprudencial, não há prazo estipulado, sendo sempre cabível quando se violar matéria de ordem pública.

Atenção: A Fazenda Pública não necessita garantir o juízo porque seus bens são impenhoráveis. Neste
ponto, vale mencionar que o prazo que a Fazenda possui para apresentar Embargos à Execução é de 30
dias (art. 884 da CLT c/c Lei nº 9.494/97).

Como os Embargos à Execução possuem natureza de ação, o seu contraditório é exercido por meio de
contestação, no prazo de cinco dias. Nesta fase, é possível a oitiva de testemunhas, desde que haja
necessidade, de fato, conforme art. 884, parágrafo segundo da CLT.

Por fim, tome nota:

Da decisão dos embargos à execução caberá à interposição do recurso de agravo de petição (art. 897, “a” da
CLT). Sendo importante ressaltar que é cabível agravo de petição em decisão que acolhe ou não embargos
à execução, bem como da decisão que julga procedente ou improcedente os embargos.

Para melhor ilustração do tema, veja:

MCPA - Mandado de Citação, - Pagamento; Garantia do


Execução
penhora e avaliação. Juízo; Inércia.

*Executado: Embargos à
execução
Sentença
*Exequente: Impugnação a
sentença de liquidação.

Principais Teses nos Embargos à Execução:

▪ Tese: Da Prescrição Intercorrente


Explicação Jurídica:
Trata-se da prescrição que ocorre dentro do processo já em curso.

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A Súmula 327 do STF afirmava o seu cabimento já anteriormente a reforma trabalhista, o que veio a ser
reforçado pelo artigo 11-A da CLT, o qual determina o cabimento da prescrição intercorrente no prazo de
dois anos, diante da inercia do exequente em cumprir o ato.

A prescrição trata-se de matéria dos Embargos à Execução, nos termos do art. 884, §1º da CLT, bem como a
do art. 40 da Lei de Execução Fiscal - LEF, Lei 6830/80, aplicada subsidiariamente por força do art. 889 da
CLT.

▪ Tese: Do Incidente de Desconsideração da Personalidade Jurídica

Explicação Jurídica:

A desconsideração da personalidade jurídica ocorre quando houver a responsabilização do patrimônio dos


sócios.
Se o incidente se der no processo de conhecimento, dessa decisão não cabe recurso; já em sede do processo
de execução, diante da decisão do incidente cabível seráo agravo de petição. Neste sentido, o incidente de
desconsideração da personalidade jurídica está previsto no artigo 855-A da CLT e arts. 133 a 137 do CPC.
Neste sentido, tome nota:

Art. 855-A. Aplica-se ao processo do trabalho o incidente de desconsideração da personalidade


jurídica previsto nos arts. 133 a 137 da Lei no 13.105, de 16 de março de 2015 - Código de Processo
Civil.
§ 1o Da decisão interlocutória que acolher ou rejeitar o incidente:
I - na fase de cognição, não cabe recurso de imediato, na forma do § 1 o do art. 893 desta
Consolidação;
II - na fase de execução, cabe agravo de petição, independentemente de garantia do juízo;
III - cabe agravo interno se proferida pelo relator em incidente instaurado originariamente no
tribunal.
§ 2o A instauração do incidente suspenderá o processo, sem prejuízo de concessão da tutela de
urgência de natureza cautelar de que trata o art. 301 da Lei no 13.105, de 16 de março de 2015
(Código de Processo Civil)
Desta forma, desconsiderada a personalidade jurídica, em razão da insuficiência de bens da pessoa jurídica,
o sócio torna-se parte, e cabível serão os embargos à execução, como meio de impugnação.
▪ Tese: Dos Juros e Correção Monetária

Explicação Jurídica:

✓ Art. 883, CLT - Os juros incidem a partir da propositura da Reclamação Trabalhista;


✓ Súmula nº 381, TST – A atualização monetária é devida a partir do vencimento da obrigação (mês
seguinte à prestação de serviços);
Atenção: Segundo a jurisprudência, a incidência de juros da mora, assim como
da correção monetária, sobre o crédito trabalhista é regulada integralmente pela Lei Nº 8.177

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/1991. Somente o adimplemento integral da dívida, assim considerado o depósito que propicia o
imediato levantamento, fará cessar a contagem de juros moratórios.
✓ Súmula nº 439, TST – Em caso de dano moral, os juros incidem a partir da data do ajuizamento
da Reclamação Trabalhista; já a correção monetária incide a partir da data da decisão que
arbitrou/fixou os danos morais ou da decisão que alterou o valor dos danos morais;
Em resumo: Nas condenações relativas à indenização por dano moral, a correção monetária é
devida a partir da data da decisão de arbitramento ou da data de alteração do valor. Os juros de
mora incidem desde o ajuizamento da ação, nos termos do art. 883 da CLT.
✓ Súmula nº 200, TST – Em um primeiro momento incide a atualização monetária e,
posteriormente, incidirá os juros;
✓ Súmula nº 211, TST – Os juros e correção monetária são pedidos implícitos, ou seja, não há
necessidade de pedir os juros e correção para que o juiz determine / conceda.
▪ Tese: Da Ilegitimidade Passiva

Explicação Jurídica:

Nos termos do artigo 10-A da CLT, o sócio retirante responde por dois anos de forma subsidiária pelas
obrigações trabalhistas da sociedade, observada a ordem de preferência. Neste sentido:

Art. 10-A. O sócio retirante responde subsidiariamente pelas obrigações trabalhistas da sociedade
relativas ao período em que figurou como sócio, somente em ações ajuizadas até dois anos depois
de averbada a modificação do contrato, observada a seguinte ordem de preferência:
I - a empresa devedora;
II - os sócios atuais; e
III - os sócios retirantes.
Parágrafo único. O sócio retirante responderá solidariamente com os demais quando ficar
comprovada fraude na alteração societária decorrente da modificação do contrato.

No mesmo sentido, o Art. 1003, parágrafo único e 1032 do Código Civil, conforme preconizado pela
jurisprudência do TST, estabelece que:

“Os ex-sócios respondem pelas dívidas da sociedade por até dois anos após sua retirada ou
averbação da alteração contratual, nos termos dos artigos 1003 e 1032 do CC. Não se pode
eternizar a responsabilidade dos ex-sócios ou de seus herdeiros, porque uma vez afastados da
sociedade não possuem mecanismos de controle sobre os negócios e a saúde financeira da
empresa.”

▪ Tese: Da Ilegitimidade Passiva

Explicação Jurídica:

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O artigo 833, IV do CPC impede, como regra, a penhora de vencimento dos salários, vencimentos,
remunerações etc. Mas, há exceção a este regramento, aplicável após a vigência do CPC/2015, conforme
OJ 153 da SDI-II do TST e artigo 833, §2º do CPC, como se verifica: O devedor que perceber mais de 50
salários-mínimos mensais poderá ter penhorado o que exceder a este montante, de forma que também não
ultrapasse 50% dos seus ganhos líquidos, conforme §2º do artigo 833 e §3º do artigo 529, todos do CPC.
▪ Tese: Da Impenhorabilidade do bem de família

Explicação Jurídica:

A impenhorabilidade do bem de família alcança os imóveis de pessoas solteiras, viúvas e separadas,


conforme Súmula n. 364 do STJ. Neste sentido, a Lei n.º 8.009 /90 dispõe que é impenhorável o bem
utilizado pela família como residência, independentemente de possuir outros imóveis em seu patrimônio,
caso em que havendo mais de um imóvel usado como residência, a impenhorabilidade recai naquele de
menor valor

E quando se tratar de imóvel rural, a impenhorabilidade se restringe à sede de moradia, com os respectivos
bens móveis.

▪ Tese: Da Inaplicabilidade da Multa do Art. 523, §1º, CPC.

Explicação Jurídica:

A aplicação subsidiária do Código de Processo Civil ao Direito Processual do Trabalho, de acordo com a
doutrina e com a jurisprudência unânimes, exige dois requisitos: a ausência de disposição na CLT e a
compatibilidade da norma supletiva com os princípios do Processo do Trabalho. Observa-se que o fato
preconizado pelo Art. 523, §1º, CPC possui disciplina própria no âmbito do Processo do Trabalho, pelos arts.
880, 882 e 883 da CLT, que preveem o prazo e a garantia da dívida, por depósito, ou a penhora de bens
quantos bastem ao pagamento da importância da condenação, acrescido das despesas processuais, custas
e juros de mora.

Estrutura da Peça Prática

Vamos ao estudo da nossa Peça Prático Profissional, Embargos à Execução:

1. Endereçamento Ao Juízo (Execução)

2. Processo n. ...

XXX, já qualificado, vem à presença de Vossa Excelência, por seu advogado que esta subscreve
(endereço profissional completo com CEP), nos autos da ação em epígrafe, movida por ZZZ, já
qualificada, vêm, perante Vossa Excelência, opor EMBARGOS À EXECUÇÃO, com fulcro no artigo 884
da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), combinado com o artigo 319 do Código de Processo Civil
(CPC), aplicado ao Processo do Trabalho por força do artigo 769 e 889 da CLT e artigo 15 do CPC, pelos
motivos de fato e de direito a seguir explanados:
Atenção: Observe que se este for o primeiro momento processual de manifestação do executado no
processo, ele deverá, então, ser qualificado, já que não o foi antes.

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3. DOS FATOS

Resumo da demanda.

*Interessante revela-se abrir um tópico, posterior, aos fatos, denominado como “Requisitos
Específicos”, com intuito de demonstrar que o juízo está totalmente garantido, nos termos do Artigo
880 da CLT.

4. DO DIREITO

Apontamento das teses jurídicas trazidas pelo enunciado, em sede de execução.

5. PEDIDOS E REQUERIMENTOS FINAIS:

Diante do exposto, requer-se a procedência dos embargos à execução, de forma que sejam acolhidos
todos os argumentos supracitados, em especial, no que se refere a ...

Requer, ainda, a notificação/citação do embargado, para que, querendo, apresente a sua defesa.

O Embargante informa, por fim, que nos termos do artigo 789-A, V, da CLT, no processo de execução são
devidas custas processuais, as quais são de responsabilidade do executado, mas pagas tão somente ao
final.

Ainda, protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos.

Atribui-se à causa o valor de R$ ... .


***Facultativa a menção ao valor da causa, nesta hipótese. Na última prova em que
foi exigida tal peça prático profissional, a banca não exigiu tal critério.

Nesses termos,

pede deferimento.

Local e data.

Advogado

OAB Nº...

Peça Prático Profissional: XIII Exame De Ordem

Agora, vamos ao treino exigido pela banca na Prova do XIII Exame de Ordem.

Vejamos:

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Rômulo Delgado Silva, brasileiro, viúvo, empresário, portador da identidade 113, CPF 114, residente e
domiciliado na Avenida Brás Montes, casa 72 – Boa Vista – Roraima – CEP 222, em entrevista com seu
advogado, declara que foi sócio da pessoa jurídica Delgado Jornais e Revistas Ltda., tendo se retirado há 2
anos e 8 meses da empresa; que foi surpreendido com a visita de um Oficial de Justiça em sua residência,
que da primeira vez o citou para pagamento de uma dívida trabalhista de R$ 150.000,00, oriunda da 50ª
Vara do Trabalho de Roraima, no Processo XXX e, em seguida, 48 horas depois, retornou e penhorou o imóvel
em que reside, avaliando-o, pelo valor de mercado, em R$ 180.000,00; que tem apenas esse imóvel, no qual
reside com sua filha, já que viúvo; que o Oficial de Justiça informou que há uma execução movida pela ex-
empregada Sônia Cristina de Almeida contra a empresa que, por não ter adimplido a dívida, gerou o
direcionamento da execução contra os sócios; que foi ao Fórum e fotocopiou todo o processo, agora
entregue ao advogado; que nas contas homologadas, sem que a parte contrária tivesse vista, foi verificado
que a correção monetária foi calculada considerando o mês da prestação dos serviços, ainda que a sentença
fosse omissa a respeito; que, ao retornar para penhorar o imóvel, o oficial informou que a dívida havia
aumentado em 10%, porque o juiz aplicou a multa do artigo 523, §1º, NCPC.
Diante do que foi exposto, elabore a medida judicial adequada para a defesa dos interesses do entrevistado,
considerando a vigência da reforma trabalhista, e sem criar dados ou fatos não informados.

Queridos, antes de transcrever a peça com vocês, quero a sua atenção, neste ponto: Quando
esta peça prática foi exigida pela OAB, na época, houve grandes discussões acerca do tema, já
que alguns entendiam ser cabíveis Embargos à Execução, e outros, Embargos de Terceiro, já
que o enunciado deixa claro que a pessoa executada, Rômulo, já havia se retirado da sociedade
há 2 anos e oito meses, o que tecnicamente eximiria a sua responsabilidade.

No entanto, observem que o que torna uma pessoa parte no processo é a citação / notificação, conforme
entendimento doutrinário e jurisprudencial. No entanto, quando você tem o seu bem penhorado sem ter
sido citado, claramente estaríamos diante de um Embargos de Terceiro, já que nem parte do processo você
era.

No caso apresentado, foi informado que Rômulo “foi surpreendido com a visita de um Oficial de Justiça em
sua residência, que da primeira vez o citou”, logo, uma vez que citado, Rômulo se torna parte do processo,
ainda que parte ilegítima, a ser alegável em Embargos à Execução, e não, Embargos de Terceiro.

Vamos, agora, estruturar a peça prático profissional:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA 50ª VARA DO TRABALHO DE RORAIMA.

Processo nº XXX

Rômulo Delgado Silva, brasileiro, viúvo, empresário, filiação, data de nascimento, portador da identidade
113, CPF 114, residente e domiciliado na Avenida Brás Montes, casa 72 – Boa Vista – Roraima – CEP 222,
vem, à presença de Vossa Excelência, por seu advogado que esta subscreve (endereço profissional
completo com CEP), nos autos da ação em epígrafe, movida por Sônica Cristina de Almeida, já qualificada,
opor EMBARGOS À EXECUÇÃO, com fulcro no artigo 884 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT),

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combinado com o artigo 319 do Código de Processo Civil (CPC), aplicado ao Processo do Trabalho por força
do artigo 769 e 889 da CLT e artigo 15 do CPC, pelos motivos de fato e de direito a seguir explanados:

I – DO RESUMO DA DEMANDA

Em sede de execução movida pela ex-empregada Sônia Cristina de Almeida contra a empresa, Delgado
Jornais e Revistas Ltda., e pelo seu não adimplemento, observou-se o direcionamento da execução contra
os sócios, em especial, Rômulo Delgado Silva, condenando-o ao pagamento de diversos haveres
trabalhistas, quando já havia se retirado da empresa há 2 anos e 8 meses.

O sócio foi citado pelo oficial de justiça, e na sequencia teve penhorou o imóvel em que reside com sua
filha, além de outras consequências, como a multa do artigo 523, §1º, CPC e correção monetária.

II. DO DIREITO

II.I – DA ILEGITIMIDADE DE PARTE

Conforme observado nos autos do processo, o embargante teve direcionado contra si a execução
trabalhista movida contra a empresa, Delgado Jornais e Revistas Ltda., e não adimplida.

No entanto, observa-se que o embargante não pode ter a execução direcionada contra si, pois se retirou
da sociedade há mais de 2 anos, conforme artigo 1.003, parágrafo único do CCB e artigo 10-A da CLT, o
que confirma a não existência de responsabilidade perpétua dos sócios.

Desta forma, requer-se a exclusão do embargante frente a presente execução.

II.II – DA IMPENHORABILIDADE DO BEM DE FAMÍLIA

O embargante, após ser incluído no polo passivo da presente demanda, em decorrência da


desconsideração da personalidade jurídica da empresa reclamada, sofreu penhora sobre o seu único
imóvel, no qual reside com sua filha.

Isso porque, o artigo 832 do CPC estabelece que são impenhoráveis os bens que a lei assim dispuser. Neste
sentido, cabe destacar que o legislador conferiu a qualidade de impenhorabilidade ao bem de família,
sendo o caso do imóvel onde o executado resida, se este for seu único bem, a teor do disposto no artigo
1º da Lei 8.009/90.

Desta forma, necessária se faz a ordem de desbloqueio do bem indevidamente penhorado, por se tratar
de bem de família do embargante.

II.III – DA CORREÇÃO MONETÁRIA

Além dos argumentos acima expostos, nos autos da presente execução, observa-se que a correção
monetária foi calculada considerando o mês da prestação dos serviços, sendo a sentença, ainda, omissa,
quanto a estes termos.

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No entanto, conforme Súmula n. 381 do TST, a correção monetária deve ser calculada pelo índice do mês
seguinte ao da prestação dos serviços, e não considerando o próprio mês, como observado no presente
caso.

Desta forma, requer-se uma reanalise da aplicação da correção monetária, adequando-a ao índice do mês
seguinte ao da prestação dos serviços.

II.IV – DA MULTA ARTIGO ART. 523, §1º, CPC

Na presente execução, o embargante foi surpreendido com a decisão do magistrado em aumentar o seu
débito em 10%, em razão da aplicação da multa do artigo Art. 523, §1º, CPC.

No entanto, a decisão do magistrado revela-se equivocada, haja vista que a multa do artigo Art. 523, §1º,
CPC, é indevida no Processo do Trabalho, o qual possui regramento próprio, ou seja, não se revela omisso,
ao prever prazo para pagamento de 48 horas, sob pena de penhora, conforme artigo 880, da CLT.

Nestes termos, requer-se a inaplicabilidade da multa do art. Art. 523, §1º, CPC, com a consequente análise
dos presentes cálculos em sede de execução.

III – DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS FINAIS

Por todo o exposto, requer o recebimento e a procedência dos presentes embargos, de forma que sejam
acolhidos os argumentos supramencionados para:

a) Determinar a liberação do bem de família penhorado indevidamente;

b) Excluir o embargante da presente execução;

c) Ser alterada a forma de cálculo da correção, adequando-a ao índice do mês seguinte ao da prestação
dos serviços.

d) inaplicabilidade da multa do art. 523, § 1º, do CPC, com a consequente análise dos presentes cálculos
em sede de execução.

Requer-se a citação do Embargado para que, querendo, apresente defesa no prazo legal.

O Embargante informa, por fim, que nos termos do artigo 789-A, V, da CLT, no processo de execução são
devidas custas, as quais são de responsabilidade do executado, mas pagas ao final.

Ainda, protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos.

Atribui-se à causa o valor de R$ ... .

Nesses termos,

pede deferimento.

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Local e data.

Advogado

OAB Nº...

EMBARGOS DE TERCEIRO

Considerações Iniciais

Os embargos de terceiro deverão ser utilizados como uma medida defensiva daquele que, mesmo sendo
estranho à relação jurídica formada no processo de execução, sofre constrição ou ameaça de constrição, de
algum modo, na sua posse ou no seu direito, por força de penhora, arresto, sequestro, venda judicial,
arrecadação, partilha ou outro ato de apreensão judicial (artigo 674 do CPC).

Logo, o Embargos será oposto por um terceiro que não é parte e nem executado.

Neste sentido, veja o disposto no artigo 674, do CPC:

Art. 674. Quem, não sendo parte no processo, sofrer constrição ou ameaça de constrição
sobre bens que possua ou sobre os quais tenha direito incompatível com o ato constritivo,
poderá requerer seu desfazimento ou sua inibição por meio de embargos de terceiro.
§ 1º Os embargos podem ser de terceiro proprietário, inclusive fiduciário, ou possuidor.

Tais alegações no processo de conhecimento poderão ser realizadas enquanto não houver trânsito em
julgado; já em sede de execução, os embargos de terceiro poderão ser ajuizados em até cinco dias a contar
da adjudicação/alienação/arrematação – Artigo 675 do CPC.

Fundamentação: Artigo 674 a 681, CPC (aplicação subsidiária pelo art. 769 da CLT e supletiva segundo o art.
15 do CPC) - A CLT é omissa sobre os embargos de terceiro, motivo pelo qual se aplica o CPC.

Natureza Jurídica: Tem natureza de ação, sendo incidental ao processo de conhecimento ou execução,
objetivando o desbloqueio de bens de terceiro. Contudo, os Embargos de terceiro possuem natureza de
ação, por isso, o contraditório se exerce por meio de contestação no prazo de 15 dias. Nesse sentido,
querendo, o magistrado poderá instruir para, então, proferir sentença.

Veja o disposto no art. 679, do CPC:

Art. 679. Os embargos poderão ser contestados no prazo de 15 (quinze) dias, findo o qual
se seguirá o procedimento comum.

Competência: Juízo da execução.

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o Atenção: Os embargos serão distribuídos por dependência ao juízo que ordenou a constrição
e autuados em apartado.

Prazo: No processo de conhecimento poderá se alegar, enquanto não houver trânsito em julgado; já em
sede de execução, poderá ser ajuizada em até 05 dias a contar da adjudicação / alienação / arrematação,
sempre antes da assinatura da carta. Tome nota do Artigo 675 do CPC:

Art. 675. Os embargos podem ser opostos a qualquer tempo no processo de conhecimento
enquanto não transitada em julgado a sentença e, no cumprimento de sentença ou no
processo de execução, até 5 (cinco) dias depois da adjudicação, da alienação por iniciativa
particular ou da arrematação, mas sempre antes da assinatura da respectiva carta.
Parágrafo único. Caso identifique a existência de terceiro titular de interesse em embargar
o ato, o juiz mandará intimá-lo pessoalmente

Recurso frente aos Embargos: Da decisão dos Embargos de Terceiro caberá a interposição do recurso de
agravo de petição (art. 897, “a” da CLT).

Assim, vamos a explicação em nossa videoaula para fins de melhor fixação da Teoria de Embargos de
Terceiro:

Estrutura da Peça Prática

Neste momento, vamos nos atentar a estrutura da nossa Peça Prático Profissional, tome nota:

1. ENDEREÇAMENTO

Endereçamento ao juízo que determinou a constrição (penhora)

2. Processo n. ...

3. PREÂMBULO

EMBARGANTE, qualificação completa, por intermédio de seu advogado, procuração anexa, vem à
presença de Vossa Excelência, com fundamento nos artigos 674 a 680 do CPC, opor EMBARGOS DE
TERCEIRO em face de EMBARGADO, qualificação completa, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

4. DOS FATOS

Resumo da demanda.

5. DO DIREITO

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Apontamento das teses jurídicas trazidas pelo enunciado, em sede de execução.

6. PEDIDOS E REQUERIMENTOS FINAIS:

Diante do exposto, requer-se:

a) A distribuição por dependência da presente ação e, apensamento aos autos de nº ...;

b) Deferimento liminar dos embargos, com a consequente expedição do mandado de reintegração, nos
termos do artigo 678 do CPC;

c) A procedência dos embargos visando a restituição do bem, em caráter definitivo.;

d) Condenação em Honorários Advocatícios, com base no art. 791-A da CLT

No mais, requer a notificação/citação do embargado, para que, querendo, apresente a sua defesa no prazo
de quinze dias, sob pena de revelia.

O Embargante informa, por fim, que nos termos do artigo 789-A, V, da CLT, no processo de execução são
devidas custas processuais, as quais são de responsabilidade do executado, mas pagas tão somente ao
final.

Ainda, protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos.

Dá-se à causa o valor de R$...

Nesses termos,

pede deferimento.

Local e data.

Advogado

OAB n. ...

EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE

Considerações Iniciais

Fundamentação: Artigo 5º, XXXV da CF.

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o O NCPC traz amparo legal no art. 518 e 803, § único.

A Exceção de Pré-Executividade não possui nenhum fundamento legal específico por ter origem doutrinária.
Entretanto, torna-se possível utilizar como fundamento o artigo 5º, XXXV, da CF.

Assim, podemos afirmar que se trata de uma espécie de defesa em execução utilizada pelo executado para
alegar matéria de ordem pública, ou seja, vícios que poderão estar envolvendo as condições da ação,
pressupostos processuais, prescrição, prescrição intercorrente e outras matérias relevantes.

Natureza Jurídica: Ação

Neste sentido, observa-se o seu cabimento independente da garantia do juízo pelo executado, ou seja, é
apresentada antes da garantia, inclusive, como forma de evitar que o executado tenha que garantir a
execução para se defender.

No entanto, após a garantia do juízo, o executado deve se utilizar dos embargos à execução, mas nada
impede de, no transcorrer do processo, a parte se valer da exceção de pré-executividade, quando necessário,
já que esta não possui prazo.

Por fim, vale mencionar que não há prazo específico, podendo ser apresentado ao longo do processo, mas
quando estiver no “lugar” dos embargos à execução, deve ser apresentado no prazo de cinco dias.

Estrutura da Peça Prática

Agora, tome nota da estrutura desta Peça Prático Profissional:

▪ Endereçamento completo (juízo da execução);


▪ Processo nº ...
▪ Menção ao excipiente (é o executado já qualificado nos autos);
▪ Verbo: Apresentar;
▪ Identificação da peça: Exceção de Pré-Executividade;
▪ Fundamentação Legal: artigo 5º, XXXV da CF;
▪ Resumo da demanda;
▪ Fundamentação jurídica (em regra, matéria de ordem pública na execução);
▪ Pedido (Recebimento e Procedência da exceção);
▪ Requerimento final (intimação do exequente, para manifestação sobre a exceção);
▪ Encerramento.

*OBS.: Não colocar valor da causa.

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AGRAVO DE PETIÇÃO

Considerações Iniciais

Fundamento legal: Art. 897, “a” da CLT.

O Agravo de Petição torna-se cabível em face da decisão definitiva proferida em sede de execução, como,
por exemplo, decisão de embargos de terceiro, decisão de impugnação à sentença de liquidação, decisão de
exceção de pré-executividade, decisão de embargos à execução.

Em resumo, o agravo de petição é cabível frente as decisões em sede de execução.

Quanto ao prazo para interposição do agravo de petição, este é de 8 dias úteis. E, neste ponto, vale ainda
mencionar que o recurso possui efeito meramente devolutivo, de forma que o suspensivo deverá ser
requerido por simples petição, nos termos do artigo 1029, § 5º, CPC.

Ademais o agravo de petição tem pressuposto de admissibilidade específico, qual seja, a delimitação de
matéria e os valores impugnados, sob pena de não ser recebido, conforme art. 897, § 1º, da CLT:

§ 1º O agravo de petição só será recebido quando o agravante delimitar, justificadamente,


as matérias e os valores impugnados, permitida a execução imediata da parte
remanescente até o final, nos próprios autos ou por carta de sentença.

Atenção: Para a prova da OAB, em sede de delimitação dos valores, quando o enunciado não trouxer a
informação, devemos colocar a expressão: “R$ (...)”.

O art. 897, § 1º, da CLT permite a execução imediata da parte não impugnada por meio de agravo de petição,
ou seja, da parte incontroversa, até o final, nos próprios autos. Seguindo essa diretriz,
a Súmula 416 do TST orienta que, "devendo o agravo de petição delimitar justificadamente a matéria e os
valores objeto da discordância, não fere direito líquido e certo o prosseguimento da execução quanto aos
tópicos e valores não especificados no agravo".

Assim, não fere direito líquido e certo, para fins de cabimento de MS, o prosseguimento da execução
quanto aos tópicos e valores não especificados no agravo.

Hipótese de cabimento: Inicialmente, destaca-se que o agravo de petição equivale ao recurso ordinário da
fase de conhecimento, mas aplicado em sede de execução.

Neste sentido, torna-se cabível o Agravo de Petição, quando estivermos diante de:

i. Sentença de embargos à execução e impugnação à sentença de liquidação;

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ii. Sentença de embargos de terceiro;


MCPA - Mandado de
- Pagamento; Garantia do
Execução Citação, penhora e
Juízo; Inércia.
avaliação.

*Executado: Embargos à
execução
Sentença Agravo de Petição
*Exequente: Impugnação
a sentença de liquidação.

iii. Decisão interlocutória que acolhe ou rejeita o incidente de desconsideração da personalidade


jurídica (art. 885, § 1º, II, da CLT).

Atenção: Inexigível o recolhimento das custas como pressuposto de admissibilidade recursal


do agravo de petição. As custas serão suportadas pelo executado e recolhidas a final, não havendo que se
falar em preparo.

Por fim, quanto a competência para julgar:

- Juízo “a quo”: Juiz ou TRT (quando houver decisão de ação de competência originário do TRT)

- Juízo “ad quem”: TRT, independente se de ação originário do TRT, pois o TST não tem competência
para julgar agravo de petição.

Estrutura da Peça Prática

Quanto a estrutura específica do Agravo de Petição, tome nota de suas peculiaridades:

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz do Trabalho da ... Vara do Trabalho de ...

Processo n ...

Agravante, já qualificado nos autos em epígrafe, em que litiga com AGRAVADO, também qualificado,
inconformado com a respeitável sentença, vem, tempestivamente, perante Vossa Excelência, por
intermédio de seu advogado, com fulcro no art. 897, “a”, da CLT, interpor AGRAVO DE PETIÇÃO, pelas
razões anexas.

Neste sentido, requer o recebimento do presente recurso e a intimação do agravado para apresentar
contraminuta, determinando-se, ainda, a remessa dos autos ao Egrégio Tribunal Regional do Trabalho.

Ainda, deixa de recolher custas processuais, neste momento, pois as custas são devidas e sempre de
responsabilidade do executado, mas pagas ao final, conforme art. 789-A, da CLT.

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Nesses termos, pede deferimento.

Local e data.

Advogado

OAB Nº...

---------------------------------------
DA MINUTA DO AGRAVO DE PETIÇÃO

Agravante: ....

Agravado: ....

Origem: ....

Processo nº: ...

Egrégio Tribunal,

Colenda Turma,

Nobres Julgadores.

I. DOS PRESSUPOSTOS RECURSAIS

O presente agravo de instrumento preenche todos os pressupostos recursais extrínsecos


e intrínsecos, bem realiza-se a delimitação de matéria e valores, conforme exigido pelo
artigo 897, §1º da CLT e Súmula n. 416 do TST.

II. Resumo da demanda

Resumo da demanda.

III. Do Direito

Apontamento das teses jurídicas trazidas pelo enunciado, em sede de execução.

IV. Da Conclusão

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“Diante do exposto, requer-se o conhecimento e provimento do presente agravo de


petição para que sejam ...”

V. Encerramento

Nesses termos, pede deferimento.

Local e data.

Advogado

OAB Nº...

Assim, após a visualização do esqueleto da Peça Prática, vamos ao treino.

Proponho para o seu treino, um exercício do Livro ao qual tenho coautoria, Livro de Revisão e Treino 1,
para que vocês possam observar mais uma peça prática, com o seu correlato gabarito para fins de análise.

Observem:

A Churrascaria Movida a Lenha Ltda. foi condenada em Reclamação Trabalhista proposta em 08 de janeiro
de 2013, por Alfredo de Oliveira, em trâmite perante a 60.ª Vara do Trabalho de Aracaju/SE. Na parte
dispositiva da sentença, constam os seguintes termos: “Posto isso, julgo procedente o pedido, para condenar
a Reclamada a pagar ao Reclamante o que se apurar em regular liquidação de sentença a título de adicional
noturno e de 1 hora extra diária, com respectivos reflexos”. Iniciado o cumprimento da sentença, as partes
foram intimadas para apresentar cálculos. Ambos apresentaram suas contas, tendo o juiz homologado os
cálculos apresentados pelo exequente no importe de R$ 36.000,00 (trinta e seis mil reais). A Executada foi
devidamente citada para pagamento, porém se manteve inerte. O Reclamante não localizou bens da
empresa para satisfazer a execução e, assim, requereu a desconsideração da personalidade jurídica, o que
restou deferido pelo juiz após a conclusão do respectivo incidente, sendo válido ressaltar que as tentativas
de localização de bens ou valores em dinheiro em nome dos sócios também restaram infrutíferas. Todavia,
o Exequente logrou êxito em localizar um imóvel de propriedade da ex-esposa de um dos sócios da
Churrascaria, a Senhora Mariquinha Franco, cujo divórcio e partilha de bens ocorreu em 06 de fevereiro de

1
PEREIRA, Leone; CONDE, Maria Eugênia; FERREIRA, Priscila; DE JESUS, Vinicius Mota. Revisão e Treino - Caderno de 2ª Fase OAB
- Direito do Trabalho. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2017.

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2001, razão pela qual o Reclamante requereu ao juízo que a penhora recaísse sobre tal bem, o que restou
deferido pelo Magistrado.
QUESTÃO: Considerando que a Senhora Mariquinha Franco lhe procura como advogado, apresentando
documento que comprova a data da partilha dos bens, apresente medida a fim de defender os interesses de
sua cliente, considerando a vigência da reforma trabalhista.

Agora, disponibilizo o gabarito para fins de sua conferência e aperfeiçoamento nos estudos:

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz do Trabalho da 60.ª Vara do Trabalho de Aracaju/SE

PROCESSO nº ...
(Distribuição por dependência)

▪ Preâmbulo:
✓ Qualificação Completa Do Embargante.
✓ Verbo: Propor Ou Ajuizar - EMBARGOS DE TERCEIRO.
✓ Identificação E Previsão Legal Da Peça Processual.
“Arts. 674 a 681 do CPC, aplicados supletiva e subsidiariamente ao Processo do Trabalho
por força dos arts. 889 e 769 da CLT e do art. 15 do CPC.”
o Qualificação Completa Do Embargado.

DO RESUMO DA DEMANDA

DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS


DA EXCLUSÃO DO POLO PASSIVO
Conforme exposto acima, a Embargante teve penhorado um bem para satisfação de dívida da Reclamada
na Reclamação Trabalhista em tela.
Todavia, a Embargante, por ser tão somente ex-esposa de um dos sócios, não guarda a posição de sujeito
passivo na execução, que se restringe ao devedor, ao espólio, aos herdeiros ou sucessores do devedor, ao
novo devedor, ao fiador judicial, ao responsável titular de garantia real e o responsável tributário,
conforme art. 779 do CPC, aplicado por força dos arts. 889 e 769 da CLT e do artigo 15 do CPC.
Além disso, a sentença faz coisa julgada entre as partes, não podendo se estender em prejuízo de
terceiros, conforme determina o art. 506 do CPC, aplicado por conta dos arts. 889 e 769 da CLT e do artigo
15 do CPC.
Ademais, não ocorreu nenhuma das hipóteses que caracterizam a fraude à execução, previstas no art. 792
do CPC, aplicado subsidiariamente à seara trabalhista por conta dos art. 889 e 769 da CLT e do artigo 15
do CPC.

DOS PEDIDOS
Por todo o exposto, requer o recebimento e regular processamento dos presentes embargos, em caráter
incidental, com distribuição por dependência ao processo nº ...
Requer, também, a procedência dos presentes embargos a fim de que seja determinada a exclusão da
embargante do polo passivo da demanda e a condenação do Embargado em honorários advocatícios, com
base no art. 791-A da CLT.
Requer a citação/notificação do Embargado para que, querendo, apresente sua defesa no prazo legal.
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos.

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Nos termos do art. 789-A, V, da CLT, no processo de execução são devidas custas, sempre de
responsabilidade do executado, mas pagas ao final.

Dá-se a causa o valor de R$ ...

Nestes termos, pede deferimento.


Local e data.
Advogado e OAB n...

Por fim, vamos treinar um pouco de questões discursivas da banca FGV?

Então, seguem mais algumas questões para o seu treino:

Questão 01 – OAB – FGV – Em uma reclamação trabalhista que se encontra na fase de execução, o
exequente apresentou seus cálculos de liquidação, que foram analisados pelo magistrado e homologados,
no importe de R$ 10.000,00. Em seguida, o executado foi citado para pagar o valor, mas quedou-se inerte.
O juiz, em razão disso, acionou o sistema Bacen-Jud e conseguiu reter R$ 8.000,00. Dez dias após essa
retenção, o executado ajuizou embargos do devedor, afirmando que as contas apresentadas estariam
incorretas e que o valor da dívida seria bastante inferior àquele homologado.
Diante da situação apresentada e dos dispositivos da CLT, responda às indagações a seguir.
A) Na condição de advogado(a) do exequente, se você fosse instado(a) a se manifestar sobre os embargos,
que matéria preliminar sustentaria? Justifique.
B) Caso os embargos de devedor fossem julgados procedentes, que medida judicial poderia ser adotada pelo
embargado para reverter a situação? Justifique

Questão 02 – OAB – FGV – Um estudante de Direito, irresignado pelo fato de sua mãe haver perdido uma
causa trabalhista, estuda com afinco todos os contornos da lide, a doutrina e a jurisprudência correlatas
durante um ano, findo o qual prepara uma ação rescisória, colhe a assinatura de sua mãe na peça e
distribui a ação no prazo legal.
Considerando a situação retratada e o entendimento consolidado do TST, responda aos itens a seguir.
A) Analise a viabilidade da demanda proposta, justificando em qualquer hipótese.
B) Se a mãe do estudante contratasse um(a) advogado(a) para ajuizar a ação rescisória, como se daria a
concessão dos honorários advocatícios sucumbenciais?

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Questão 03 – OAB – FGV – José de Souza ajuizou reclamação trabalhista em face da empresa Alfa Vigilância
Ltda., postulando o pagamento dos valores correspondentes aos intervalos intrajornada não gozados em
sua integralidade, acrescidos de adicional de 50% (cinquenta por cento), bem como das diferenças
decorrentes da integração dessas quantias nas verbas contratuais e resilitórias. Na peça de defesa, a
reclamada alegou que a supressão dos intervalos para repouso e alimentação foi autorizada em acordo
coletivo firmado com o sindicato representante da categoria profissional do reclamante, colacionando
cópia do referido instrumento normativo cuja vigência alcançava todo o período contratual do autor.
Aduziu, ainda, que a parcela acima prevista possui natureza indenizatória, sendo descabidas as
repercussões postuladas na inicial.
Com base na situação hipotética, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos
apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso.
A) Procede o pedido de pagamento dos valores correspondentes aos intervalos intrajornada não gozados
pelo reclamante?
B) A indenização referente ao intervalo intrajornada deve integrar ou não a base de cálculo das verbas
contratuais e resilitórias do empregado que não tenha gozado dos intervalos intrajornada?

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