O documento descreve a jornada do autor através de vários relacionamentos amorosos ao longo de sua vida, desde seu primeiro amor até perceber que seu grande amor era seu ex, com quem ele retomou o relacionamento.
O documento descreve a jornada do autor através de vários relacionamentos amorosos ao longo de sua vida, desde seu primeiro amor até perceber que seu grande amor era seu ex, com quem ele retomou o relacionamento.
Descrição original:
Uma crônica lírica que aborda sobre o passado e o presente amoroso
O documento descreve a jornada do autor através de vários relacionamentos amorosos ao longo de sua vida, desde seu primeiro amor até perceber que seu grande amor era seu ex, com quem ele retomou o relacionamento.
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Voltei com a Minha Ex
Adilson Júlio Kwijikwenyi
Por longos 5 anos, eu era um mocinho loucamente apaixonado. Eu fui assaltado subitamente por um sentimento estranho a mim, meu coração estava em conflito com minha mente, e finalmente meus joelhos se dobraram ao mistério oculto em mim, minha massa inerte ganhou fôlego, então, eu passei a respirar amor, a descansar na sombra da ternura e do afecto das filhas dos homens, meu paraíso desabrochou diante dos meus olhos. Meu nome, meus dotes e estatutos fizeram para mim um palanquim de glória: eu vivia regaladamente. Esse capítulo da minha vida, começou como uma traição de mim para mim mesmo. Eu acreditava que meu destino era viver uma “vida solitária”, não que eu desejasse eliminar o amor da minha vida, mas que pelo menos não tocasse esse lado da esquina. Eu não sonhava ser amor de ninguém, nem ter dentre as mil estrelas uma que olhasse de modo único e singular para mim. Minha sensação é que eu tinha sido nascido fora do tempo, haviam restado apenas pedaços dessa coisa chamada amor. A descoberta do amor, foi de longe um medo absurdo, era um mundo totalmente desconhecido para mim. Enchergar que todo o resto da minha vida se entrelaçaria com o resto de um desconhecido, que meu “eu” sofreria uma invasão de privacidade, que eu seria tatuado no coração e desenhado na mente de uma deusa, que nessa aventura passional encontraria significado, foi simplesmente um terrível milagre. Meu romance tornou-se qual “Cântico dos Cânticos”, cada drama no meu romance parecia com os da Sulamita e do Pastor amado, nossos diálogos eram a pedra angular do nosso relacionamento. Foi assim que eu aprendi a escrever cartas. Nessa aventura, acabei me distanciando da minha namorada, por causa da minha formação. Nosso amor passou por lutas, tentações e fracassos, mas embora o inverno fosse tão insistente, a primavera chegava tão encantadora com o canto dos pássaros, com o fruto dos campos, o perfume das flores, todas as coisas se faziam novas. Submergido nesse mar de amor, tendo “o melhor da terra”, eu disse adeus ao meu Primeiro Amor. Quanto mais me aproximava do amor, mais meus demônios se tornavam reais, meus pecados mais avultavam em número e terror. O melhor em tudo isso, é que eu percebi, na letra da Sofia Carson que, “Eu não sabia, o que o amor poderia ser até você amar meu tudo, o bom, o ruim, o meio-termo”, foi quando vi minhas transgressões ocultadas e meus piores defeitos trabalhados até chegar perto das virtudes. Foi amando que eu me descobri, foi amando que me potencializei em carácter e talento, eu devo tudo ao amor. Foi assim que eu compus as minhas melhores canções, “Dá-me teu coração” e “Mil Vidas”; meus célebres poemas “Pensando em você” e “Espere por mim”; minha primeira crônica “Entre o Amor e a Crônica” e minhas polidas cartas “Um Breve Parágrafo da nossa História” e “Era uma vez”. O amor foi a parte substancial e fundamental da minha vida em todos os seus desdobramentos. Mas eu descobri que o amor por ser tão poderoso, sua controvérsia se estendia entre dois extremos de uma balança, que se ele fosse bem administrado redundaria em alegria, bem e vida, mas se fosse mal usado geraria tristeza, mal e morte. Foi então, que li em C. S. Lewis que “se você amar profundamente, você vai se magoar muito. Mas ainda assim, vale a pena amar”, o que era por sinal meu pior defeito. Confortante ou revoltante, tudo que tem começo, também tem fim. Ainda que todo esse amor com as melhores pessoas com quem vivi, tenha sido construído com pedras de ouro e, tenha me amarrado com cada realidade vivida, foi o amor destruído pedra por pedra. Hoje percebo que aquilo que é maravilhoso duplica em monstruosidade. Ao acabar o amor, como diz Paulo Mendes Campos, não importa quando, como, onde e por que, você perde uma parte de ti e acabas contigo mesmo. Eu tinha começado o amor para acabar, e acabei para começar. Essa verdade me encontrou destroçado, mas tinha de tomar coragem como o Filho Pródigo para retornar à casa. Diz-se que arrependimento é uma coisa que custa muito ao Homem, e é verdade. Ele pode estar disposto a dar todo o seu dinheiro, todas as suas posses para compensar a falta, mas nunca está disposto a tocar na menina dos olhos dos seus sentimentos para reconhecer a falta, confessá- la e mudar de direcção: dinheiro e orgulho não têm o mesmo preço. Então, foi arrastando os meus pés, ao lar de onde eu saí nunca pensando retornar, que eu voltei. No meio do caminho, eu percebi minha assombrosa maldade e traição à pessoa que mais amei, ou melhor, que já me amou nessa vida. Mas minha surpresa foi enchergar ao longe que ela estava esperando por mim, e quando nossos olhos cruzaram ainda longe, minha Ex com um sorriso escaldante e amor ardente, saiu correndo perdidamente ao meu encontro. Assim, comecei o amor outra vez com a Solidão. À vitória do amor, uma “Continência ao Amor”!