Peri e Insalu Bruna
Peri e Insalu Bruna
Peri e Insalu Bruna
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EIXO 4
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Conceitos de
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insalubridade e periculosidade:
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caracterização e controle
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CADERNO #7
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APROVA AFT
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@compliance.na.crise
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Prezado
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realmente LENDO todos os cadernos antes de assistir às videoaulas. E relendo para fixar o conteúdo, que foi extenso
e cheio de novidades até aqui.
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A boa notícia é que o item 7 do Eixo 4 do Edital não é tão estranho assim. Pelo contrário! Se você perguntar
ca
na rua o que as pessoas sabem sobre segurança e saúde no trabalho, a maioria vai citar a palavra “insalubridade” ou
va
“periculosidade’. E, dessas, boa parte vai citar os famosos adicionais que compõem a remuneração do trabalhador e
sil
que você vai aprender lá no item 12 do Eixo 5!
da
Confere aqui o que diz exatamente o item do edital:
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hia
7. Conceitos de insalubridade e periculosidade: caracterização e controle
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O conceito que uma pessoa faz sobre o que seja insalubridade e periculosidade vai depender de sua formação,
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experiência profissional e interesse por questões de saúde e segurança no trabalho. O concurseiro do Bloco 4 do CNU
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(você!) tem que sair do básico, do senso comum, missão que vamos cumprir juntos neste caderno!
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7.1 Conceito de insalubridade
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Insalubre é o trabalho que prejudica a saúde do trabalhador. Será caracterizado conforme a legislação de cada
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país, sendo, via de regra, fruto de alguma avaliação técnica realizada por um profissional competente.
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No Brasil, a avaliação acaba sendo feita em um documento chamado Laudo Técnico das Condições Ambientais
ca
do Trabalho – LTCAT. Mais um acrônimo para nossa sopa de letrinhas de SST, né? A elaboração do LTCAT é comandada
va
pela legislação previdenciária, mais especificamente pelo Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto
sil
nº 3.048, de 6 de maio de 1999. Este regulamento estabelece as diretrizes para a avaliação das condições de trabalho
da
para fins de concessão de APOSENTADORIA ESPECIAL aos trabalhadores que são expostos a agentes nocivos químicos,
go
físicos, biológicos ou associação desses agentes, que prejudiquem a saúde ou a integridade física ao longo do tempo.
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7.1.1 Caracterização
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O Decreto é claro ao estabelecer que o empregador ou seu preposto deve comprovar a efetiva exposição do
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segurado (a pessoa que irá se aposentar sob o regime especial no futuro) a agentes químicos, físicos, biológicos e/ou
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da associação de agentes considerados para fins de concessão de aposentadoria especial. E somente “contam” os
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agentes que foram relacionados no Anexo IV daquele decreto. E, detalhe!, nada exclusivamente ergonômico ou
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relacionado a acidente consta naquele anexo. Então fique esperto para não esperar que saia insalubridade da toca da
lho
A comprovação da exposição deve estar ancorada/baseada em um laudo técnico expedido por médico do
trabalho ou engenheiro de segurança. A LTCAT, então, só pode ser elaborada/assinada por um desses dois
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profissionais!
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od
Este laudo deve conter, ainda, informações sobre a existência de tecnologia de proteção coletiva ou individual
e sobre a sua eficácia. É isso que, em última análise, vai ser crucial para que se conclua se a exposição se efetiva ou
ag
não, se ela se concretiza no mundo real, no corpo daquela pessoa: se o trabalhador está exposto efetivamente àquele
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agente avaliado!
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Como todo laudo, deverá ser CONCLUSIVO. Deverá haver conclusão indicando se a insalubridade foi ou não
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neutralizada com a adoção efetiva dos controles previstos. Ou seja: se os controles implementados são
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suficientemente eficazes, terá sido neutralizada a insalubridade; se não forem, estará caracterizada.
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0
E, veja: percebeu que só vamos poder concluir sobre a caracterização da insalubridade quando examinarmos
lho
os CONTROLES? E, adivinha só?! Não é que o examinador pediu expressamente sobre controles neste nosso item 7
va
do edital? Vamos falar sobre eles loguinho, no item 7.1.1. Também abordaremos controles quando estudarmos o
ar
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de “Atividades e operações insalubres”.
lho
De acordo com a NR-15, temos três grupos distintos de atividades/operações insalubres:
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1º) Aquelas onde se identifica exposição acima dos limites de tolerância.
ca
va
Para essas, exige-se AVALIAÇÃO QUANTITATIVA, que deve respeitar as metodologias estabelecidas. De
sil
acordo com o disposto no Decreto 3.048, a metodologia e os procedimentos de avaliação a serem empregados são
da
aqueles estabelecidos pela Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho – FUNDACENTRO
ou, em sua ausência, os estabelecidos ministerialmente.
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Avaliação quantitativa não é uma mediçãozinha qualquer! A metodologia vai indicar diversas regrinhas, como
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quantas amostras devem ser avaliadas, durante quanto tempo se colhe cada amostra e qual instrumento é admitido
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nessa avaliação.
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Enquadram-se nesse rol os agentes físicos ruído (contínuo ou intermitente, no Anexo nº 1, e de impacto, no
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Anexo nº 2), Calor (Anexo nº 3) e radiação (Anexo nº 5), bem como os agentes químicos que constam nos Anexo nº
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11 e nº 12 da NR-15.
lho
É importante que você saiba que o RUÍDO costuma se distribuir na jornada de forma desigual. A menos, é
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claro, que o trabalhador fique a jornada toda junto a uma mesma máquina e todo o entorno se mantenha
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rigorosamente igual, o que é quase impossível. Assim, se durante a jornada de trabalho ocorrerem dois ou mais
va
períodos de exposição a ruído de diferentes níveis, devem ser considerados os seus efeitos combinados. Para chegar
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no valor que resulta dessa combinação, vamos somar as sucessivas doses para ver se, no fim do dia, a exposição ficou
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abaixo ou acima do tolerável. Se a soma das doses for superior a 1, foi excedido o limite de tolerância.
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⚠ ALERTA DE EXERCÍCIO! ⚠
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O examinador pode propor um exercício no qual ele te dá os tempos de cada exposição, juntamente com os
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Digamos que, em uma jornada, o trabalhador João ficou exposto a 85dB de ruído por 2 horas, a 90 decibéis
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por 1 hora e a 100 dB por meia hora e ficou em atividade administrativa, sem exposição a ruído, pelo restante da
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jornada. Considere que não houve tentativa de eliminação ou neutralização de insalubridade por qualquer meio. Nesse
caso apresentado, há insalubridade?
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Para resolver, você terá que fazer a soma de todas as exposições, considerando para casa parcela, a divisão
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entre o tempo de efetiva exposição e a máxima exposição diária permissível para aquele nível de ruído.
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Para 100dB – 0,5 hora de exposição efetiva – máxima de 1 hora – 0,5/1 = 0,5
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A soma deu 1! Redondo. E o que diz o Anexo? Que se a soma das frações exceder a unidade, a exposição estará
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acima do limite de tolerância. No caso, estamos exatamente no limite de tolerância. Qualquer tempinho a mais em
lho
quaisquer dos níveis de ruído e excederíamos a unidade!
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O examinador pode querer que você conheça essa fórmula, que a tenha decorado. Considero que seria um
desperdício de questão em um concurso tão concorrido e uma incoerência com o espírito do CNU. Mas uma coisa é
va
inegável: o examinador quer saber se você sabe interpretar dados e tabelas. Espero que ele seja mais criativo para
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descobrir se você é bom nisso ou não!
da
Para CALOR, vamos ter fórmulas também, sendo uma para ambientes internos ou para ambientes externos
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sem carga solar direta e outros para ambientes externos com carga solar direta.
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Para ambientes internos ou externos sem carga solar direta:
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IBUTG = 0,7 tbn + 0,3 tg
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Para ambientes externos com carga solar direta:
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IBUTG = 0,7 tbn + 0,2 tg + 0,1 tbs
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Sendo: tbn = temperatura de bulbo úmido natural em °C
ca
tg = temperatura de globo em °C
tbs = temperatura de bulbo seco (temperatura do ar) em °C
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Vale a pena decorar essa fórmula? Se o examinador não for coerente com a promessa do Governo para o CNU,
go
sim! Se o examinador se comportar da velha forma, vai destacar a informação se há ou não carga solar direta ou se o
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ambiente é externo. Isso que vai te fazer usar uma fórmula ou outra!
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Quer saber o que esta sua professora aqui considera muuuuito mais útil? Que você saiba que a
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temperatura de bulbo seco é super relevante para entender o estresse térmico, uma vez que é a medida de representa
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a temperatura do ar, sendo uma medida direta do calor sensível do ambiente. Em outras palavras: mede o calor que
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O termômetro de globo mede se o sol está de rachar ou não rs Sabe aquele dia em que você pisa na rua e
lho
parece que tem um sol para cada um? Ou dois sóis pra cada um, se você estiver em Cuiabá ou Teresina? Quando a
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temperatura à sombra é infinitamente mais tolerável do que ao sol? Quem mede esse desconforto é o termômetro
ca
de globo. Em ambientes internos e sem carga solar direta o TG tende a ser mais baixo, isso vai reduzir o IBUTG dos
ambientes internos e dos externos sem carga solar direta. Por isso que o principal controle para calor é ABRIGO. Você
a
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vai ver controles bem legais para calor na seção 7.1.2, ok?
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Em locais desérticos, caracterizados por baixíssima umidade e altas temperaturas, o tbs vai ser alto e o tbn vai
ser mais baixo, em função da umidade relativa no ar. Em um local extremamente úmido, como a Amazônia na época
ag
do “inverno” (estação chuvosa que se concentra entre novembro e abril, época das cheias, caracterizada por alta
thi
umidade do ar), o tbn vai ser mais alto, porque a alta umidade do ar impede a evaporação).
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Nas atividades ou operações onde trabalhadores possam ser expostos a RADIAÇÕES IONIZANTES, os limites
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de tolerância, os princípios, as obrigações e controles básicos para a proteção do homem e do seu meio ambiente
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contra possíveis efeitos indevidos causados pela radiação ionizante, são os constantes da Norma CNEN-NN-3.01:
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"Diretrizes Básicas de Proteção Radiológica", de março de 2014, aprovada pela Resolução CNEN n.º 164/2014, ou
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daquela que venha a substituí-la. Assim, vamos ter a exposição a raios-X e raios-gama, a material radioativo, como os
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quais são taxativamente expressos no Anexo nº 13 da NR-15, e a determinadas atividades com exposição a agentes
biológicos (anexo nº 14 da NR-15).
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O Anexo nº 13 traz a relação de péssimos agentes demoníacos (para associação/mnemônico = 13 é
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culturalmente considerado um número de azar, associado ao mal e às trevas) que eram super frequentes na indústria
ao tempo de publicação da NR-15 em 1978, como arsênico, cromo, chumbo, mercúrio, 4-4 - amino difenil (p-
va
sil
xenilamina), benzidina, betanaftilamina e 4 – nitrodifenil.
da
Essas substâncias são tão “do mal”, que são fortemente reguladas hoje em dia em todo o mundo, a ponto de
go
terem sido banidas em diversos países. No Mercosul, por exemplo, não se admite o uso de benzidina em produtos de
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higiene pessoal, cosméticos e perfumes (RDC mº 83 da Anvisa – não é necessário decorar isso, ok?). Moral da história:
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quem expõe seus trabalhadores aos agentes previstos no Anexo nº 13 está na idade da pedra (no tempo do Êpa!) ou
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produz algo muuuuuito específico que não pode prescindir daquela substância.
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De qualquer forma, vamos lembrar da hierarquia de controles que aprendemos lá no Caderno #2.
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E o que recomenda a boa técnica? Que a organização avalie o risco e,
identificando um agente desses relacionados no Anexo 13, avalie a
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possibilidade de eliminá-lo ou substituí-lo ANTES de propor controles
ca
coletivos ou individuais!
sil
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superfícies fiquem brilhosas e não oxidem, não “enferrujem). Nesse tipo de indústria, onde o cromo é realmente
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Mas isso ainda não seria suficiente, uma vez que estamos falando de um agente reconhecidamente carcinogênico.
ag
Então, o que a gente faz??? Instala um sistema de ventilação e propõe um equipamento de proteção respiratória
thi
adequado. A tabela acima ilustrou o pôster de um trabalho que remeti para o principal congresso internacional na
60
área de saúde do trabalhador, cujo resumo se encontra aqui: 911 Elimination, reduction, and control of hexavalent
3
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chromium respiratory exposure: a brazilian case | Occupational & Environmental Medicine (bmj.com)
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Mas continuemos!!!
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O Benzeno é um capítulo tão a parte na NR-15, que recebeu um “puxadinho” exclusivo no Anexo 13 em 1995.
lho
Antes desse ano, o benzeno requeria avaliação quantitativa, usando valores quase pré-históricos, que constavam já
va
no Anexo nº 11 da NR-15 de 1978. E por que resolveram regular o benzeno a parte? O benzeno foi regulado
ar
separadamente na Norma Regulamentadora nº 15 (NR-15) em 1995 devido à sua alta toxicidade (dê uma revisada lá
ac
no Caderno #4 – Toxicologia para relembrar esse assunto!) e ao amplo reconhecimento dos riscos graves que essa
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substância representa para a saúde dos trabalhadores. O benzeno é um hidrocarboneto aromático conhecido por ser
as
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saúde, incluindo leucemia (especialmente leucemia mieloide aguda), anemia aplástica, trombocitopenia, e outras
desordens sanguíneas.
lho
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O Anexo nº 13-A da NR-15, que trata sobre benzeno, é cheio de detalhes, o que me impõe recomendar que
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você dedique um tempo para lê-lo. Observe que o item 2 contém o campo de aplicação, que são “todas as empresas
que produzem, transportam, armazenam, utilizam ou manipulam benzeno e suas misturas líquidas contendo 1% (um
va
sil
por cento) ou mais de volume e aquelas por elas contratadas”. O item 2.1 excetua as atividades relacionadas às
da
atividades de armazenamento, transporte, distribuição, venda e uso de combustíveis derivados de petróleo. Então
não aplicamos esse anexo a frentistas de postos revendedores de combustível. O que, do ponto de vista
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remuneratório, não chega a ser um grande problema, já que esses trabalhadores fazem jus a outro adicional, o de
hia
periculosidade. Vamos falar sobre ele ainda neste caderno. Segura esse forninho, Giovana!
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Os Anexo nº 14 vai trazer a relação das atividades que envolvem agentes biológicos, cuja insalubridade é
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caracterizada pela avaliação qualitativa. Cada tipo de atividade vai gerar um enquadramento de grau de insalubridade:
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máximo ou médio. O grande inconveniente deste anexo é a intensa discussão doutrinária (o que os autores
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bambambãs dizem sobre o tema) e jurisprudencial (o que os magistrados decidem, o conteúdo de súmulas e
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Orientações Jurisprudenciais) em torno de termos, como “lixo urbano (coleta e industrialização)”. Para você ter uma
lho
ideia, foi necessário editar uma súmula para pacificar que tipo de coleta de lixo está sendo reconhecida como “coleta
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de lixo urbano”! A Súmula 448, II, do TST, dispõe que:
ca
II - A higienização de instalações sanitárias de uso público ou coletivo de grande circulação,
va
e a respectiva coleta de lixo, por não se equiparar à limpeza em residências e escritórios,
sil
urbano.
hia
Quanto ao adicional em grau máximo para “trabalho ou operações em contato permanente com pacientes em
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isolamento por doenças infecto-contagiosas, bem como objetos de seu uso, não previamente esterilizados”, a
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jurisprudência também suaviza o rigor semântico, isto é, os tribunais não levam tão ao pé da letra o que está escrito
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na NR-15. Assim, admitem que o contato seja habitual e intermitente, inclusive caso os pacientes não estejam em
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isolamento.
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Vamos exercitar a aplicação desse raciocínio num cenário relativamente recente? Em uma unidade de
lho
atendimento COVID-19 durante a pandemia, por exemplo, mesmo os profissionais da triagem e testagem faziam jus
rva
ao respectivo adicional, uma vez caracterizada a insalubridade pelo fato de que, na execução do seu trabalho, havia o
ca
Aqui entram as atividades previstas nos Anexos n.º 7, 8, 9 e 10 da NR-15. Aqui estão incluídos os agentes físicos
od
São as radiações do tipo microondas, ultravioletas e laser. Mas não é qualquer microonda, viu?! Operar
3
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aparelhos como esse doméstico, onde a gente aquece e descongela coisas, não dá direito a adicional! É necessário um
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laudo para avaliar se há, de fato, uma condição insalubre no caso concreto. E essa caracterização necessariamente vai
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passar pela avaliação da suficiência (ou não) da proteção implementada. Se a proteção não for adequada e completa,
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danou-se!
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lho
Pessoas que trabalham com lasers de alta potência, como em procedimentos médicos, manufatura e pesquisa,
va
podem estar em risco se a exposição não for adequadamente controlada. A exposição direta ou indireta a feixes de
ar
ac
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estações de rádio e TV, telecomunicações e fornos industriais de micro-ondas, podem estar sujeitos a níveis de
exposição que, se não forem devidamente controlados, podem levar a efeitos térmicos e não térmicos prejudiciais à
lho
saúde.
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ca
Anexo nº 8 - Vibrações
va
Vibrações podem ser de corpo inteiro ou de mãos e braços. Essas são as vibrações mais relevantes para a
sil
saúde ocupacional e o enquadramento como insalubre vai depender de QUANTIFICAÇÃO! Vou te explicar de uma
da
forma que você nunca mais vai esquecer!
go
Imagine que você está em um carro em uma estrada esburacada. Cada vez que o carro passa por um buraco,
hia
você sente um solavanco. Esses solavancos são basicamente o que chamamos de "vibração". A "aceleração resultante"
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é uma medida que indica a força desses solavancos. Quando falamos em "exposição normalizada", estamos ajustando
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essa medida para considerar quanto tempo você foi exposto a ela. Você concorda que aguentar solavancos fortes por
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1 minuto a gente até aguenta, mas conforme o tempo vai passando, a coisa muda de figura. Já pensou ficar pulando
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mais que pipoca dentro do carro por uma hora?
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O valor de 1,1 m/s² para vibração de corpo inteiro, como essa que recebemos no carro, é como se tivéssemos
lho
um limite para dizer: "Ok, até esse ponto, consideramos que a vibração não é prejudicial para uma exposição típica de
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trabalho". Se a vibração for mais forte que isso, pode começar a ser considerada prejudicial ou insalubre! Esse limite
ca
de tolerância de 1,1m/s² corresponde ao aumento de velocidade de cerca de 4km/h a cada 1 segundo.
va
Para vibração, vamos considerar dois valores: o da aceleração resultante de exposição normalizada e valor de
sil
dose de vibração resultante. A principal diferença entre aren e VDVR reside no que cada medida representa e como é
da
calculada:
go
hia
• aren foca na intensidade da vibração ajustada pela duração da exposição, fornecendo uma medida
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instantânea da exposição.
36
• VDVR acumula a exposição à vibração ao longo do tempo, considerando tanto a magnitude quanto a
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duração da exposição, e é usada para avaliar o risco total de exposição durante um período específico (como um dia
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de trabalho)
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02
A aren é uma “foto” daquele instante, é como a medida instantânea de decibéis em um dado momento. A
lho
VDVR é o resumo daquele dia. Se você toma 3 comprimidos de paracetamol 500g no dia, sua dose diária naquele dia
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é de 1,5g de paracetamol. A VDVR é soma que indica quanto solavanco aquele corpo tomou em um dia. A VRVR vai
usar uma unidade de medida esquisita, uma vez que o expoente usado reflete a sensibilidade do corpo humano à
ca
vibração e foi determinado com base em estudos epidemiológicos e experimentais que mostraram uma relação não
a
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como consequências uma coluna detonada, redução do nível de vigília (dá um soninhoooo!) e até problemas visuais
as
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manter a própria segurança, a da carga e a da via, né?
lho
Para mãos e braços, o limite de tolerância é de 5m/s². E veja! Marteletes
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pneumáticos (como este da foto ao lado) podem facilmente produzir aceleração
ca
normalizada de 10 a 20m/s²!
va
Daí a necessidade de serem adotadas tecnologias mais modernas que
sil
não transfiram vibração para mãos e braços de operadores ou a importância de
da
reduzir o tempo de jornada em atividades de exposição excessiva à vibração.
go
Você percebe que pagar um adicionalzinho mequetrefe não vai reduzir em nada
hia
a chance de adoecimento osteomuscular do trabalhador? Luvas antivibração
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podem ajudar o ciclista de final de semana, mas não vão “segurar”/conter o
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adoecimento de um operador de martelete que trabalha só com isso 6 dias por
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semana na Construção Civil!
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Anexo nº 9 – Frio
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Diferentemente do calor, que é tratado no Anexo nº 3 e é avaliado quantitativamente por meio de aferições
lho
que demandam múltiplos equipamentos, o frio é avaliado qualitativamente! Basta que as atividades ou operações
rva
sejam executadas no interior de câmaras frigoríficas, ou em locais que apresentem condições similares, que exponham
ca
os trabalhadores ao frio, sem a proteção adequada, serão consideradas insalubres em decorrência de laudo de
inspeção realizada no local de trabalho. va
sil
O responsável pelo LTCAT (a propósito, você ainda lembra quem são os dois profissionais que podem fazer
da
esse laudo, né? Corre no segundo parágrafo do 7.1.1, caso você tenha esquecido! Aliás, enquanto estuda, você está
go
“autorizado” a esquecer, ok? Lumena autorizou! Não use seu tempo para se cobrar, se punir, se amaldiçoar, ficar se
hia
achando o verme do coc* do cavalo do bandido. Use sua energia para estudar com atenção e interesse e revisar o
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material para aumentar o sucesso da fixação dos conteúdos na sua cabeça, ok? Vai por mim!) tem a obrigação de
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avaliar os controles implementados na organização, para verificar se são realmente suficientes e adequados.
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Eu gosto de acampar, por exemplo. Tem saco de dormir para 20°C, 10°C, 0°C, -10°C... Se eu for para o Monte
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Roraima (e eu fui, tá? ) com um saco de 10°C, vou passar frio à noite! Exceto em túneis de congelamento de
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frigorífico, a maior parte das organizações fornece apenas vestimenta para o tronco, a famosa japona ou jaqueta
lho
térmica. Uma jaqueta, sozinha, às vezes não fornece o conforto térmico e a segurança sequer para o tronco, quanto
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comprovada, uma vez que apenas a vestimenta para proteção do tronco contra agentes térmicos, com Certificado de
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Ainda quanto ao frio, é importante destacar que a CLT estabelece um regime de trabalho e descanso
ag
diferenciado para quem trabalha no interior de câmaras frigoríficas ou movimentando mercadorias em ambientes
thi
frios. A NR-36, que trata de segurança e saúde no trabalho em estabelecimento de abate e processamento de carnes
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Anexo nº 10 - Umidade
0
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Lembra que lá no Caderno #2 abordei umidade e destaquei que, no passado, a Cesgranrio a considerava um
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agente físico? Embora tecnicamente não seja, é possível que apareça assim na sua prova. Então, não seja mais realista
0
E, vamos combinar: não importa a natureza da umidade, importa que deve ser avaliada! E o anexo nº 10 da
ar
NR-15 determina que a avaliação seja qualitativa. Assim, atividades e operações em locais alagados ou encharcados,
ac
com umidade excessiva, capazes de produzir danos à saúde dos trabalhadores serão consideradas insalubres!
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atividades de construção civil com elevada umidade do solo, lavanderias industriais, processamento de alimentos e
bebidas com formação de vapor excessivo.
lho
De novo: é necessário um laudo para dizer que é insalubre, ok?
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Para as atividades que impliquem condições hiperbáricas (Anexo nº 6), exposição a determinados agentes
biológicos (Anexo nº 14) e agentes químicos que constam no Anexo n º 13 (aqueles demoníacos do tempo do êpa
va
sil
sobre os quais conversamos!), basta o reconhecimento da exposição, o enquadramento da atividade ao disposto nos
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anexos.
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No final do caderno vou colocar três esqueminhas para você lembrar dos anexos que são qualitativos e os que
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são quantitativos, ok?
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7.1.2 Controles
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Ora, a EFETIVA exposição vai depender se há ou não uma barreira suficientemente competente e confiável
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para reduzir a exposição a níveis toleráveis (quando falamos em avaliação quantitativa de agentes) ou eliminá-la (o
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que seria o caso de agentes cuja insalubridade é determinada de forma qualitativa).
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O governo não recebe o LTCAT elaborado pelo engenheiro de segurança ou médico do trabalho, o LTCAT fica
arquivado na empresa, ok? Como, então, o governo fica sabendo se há (ou não) efetiva exposição a um ou mais
rva
agentes do Anexo IV do Decreto 3.048? Por meio da declaração que consta no PPP! E o que diabos é PPP, professora?
ca
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PPP é o acrônimo/sigla para Perfil Profissiográfico Previdenciário. Ele é um quadro-resumo da vida laboral do
sil
trabalhador. A empresa deve fazer a primeira “carga” desse PPP no e-Social e ir atualizando sempre que houver
da
Confere abaixo:
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Se eu não tiver tudo “SIM” no 15.6, 15.7 e 15.9, o PPP se torna questionável. Vamos avaliar juntos. Se tem EPC
hia
eficaz, por que foram adotados EPIs? Ou o EPC não é suficientemente eficaz, o que exige o EPI como medida residual,
ou essa empresa gosta de gastar dinheiro e de gerar desconforto ao empregado, ou o profissional responsável pelo
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LTCAT não foi lá muito técnico ou rigoroso na produção dessas respostas. Que você acha mais provável? Faça sua
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aposta!!!
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A Instrução Normativa ainda contém uma tabela com instruções de preenchimento do PPP. A IN está aqui na
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íntegra, caso você queira fazer uma leitura diagonal ou consultar. Vou colar aqui o trecho que se refere ao campo 15,
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adequação da proteção fornecida e vai ter o condão de afastar a caracterização da insalubridade. É necessário
evidências de que a insalubridade foi neutralizada, que não há condição insalubre graças aos competentes e suficientes
go
Lembre que a legislação do Brasil determina que a gestão dos riscos ocupacionais se oriente para a melhoria
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contínua, para a redução dos níveis de risco. Se uma organização “paga” insalubridade há 20/30 anos, ou ela realmente
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faz uso de uma substância excepcional, como o cromo, em uma atividade em que o cromo é imprescindível, como a
20
galvanoplastia, ou ela está parada no tempo! Alguma melhoria a gente tem que identificar, nem que seja no nível mais
16
inferior da pirâmide de controles, que é o EPI. E a gente cansa de ver organização que fornece EPI mal selecionado e
02
inservível à exposição. Isso é mais comum dos que você imagina para proteção das mãos e proteção respiratória! Vou
lho
O CA é o Certificado de Aprovação de um EPI. Ele vai dizer para quais agentes esse EPI foi testado e aprovado.
va
ar
Se tenho um cenário de exposição a acetona, não posso fornecer luva de látex, porque o material da luva se
ac
degrada/estraga, e ela rompe/rasga, expondo a pele do trabalhador. Acetona demanda luvas com outros materiais,
ilv
como nitrilo, Neoprene ou PVC. Quem vai dizer o tipo de luva correta? A FISPQ/FDS da acetona. E o programa de
as
16
02
material da luva naquele tipo de exposição. Lembre que a luva grossa atrapalha movimentos de pega fina e pinça, por
isso é imprescindível selecionar os EPIs sempre em consideração ao caso concreto. Quando isso não é feito pelo
lho
profissional com conhecimento técnico, adivinha quem vai decidir que luva usar e quando usar na hora do vamos ver?
rva
O peão! E ele não tem acesso às informações para formar um julgamento adequado e tomar esse tipo de decisão,
ca
concorda?
va
sil
Prometi que ia te falar sobre controles para calor, né?
da
Um dos principais controles ao nível individual é a hidratação. E é necessária uma medida administrativa para
go
isso: a disponibilização de água fresca e potável (ou líquidos isotônicos) e o incentivo à sua ingestão.
hia
Outra medida administrativa é a programação de trabalhos fisicamente mais pesados e extenuantes (que
0t
implicam um gasto energético maior) em períodos com condições térmicas mais amenas (geralmente quando o
36
termômetro de globo vai reduzir o IBUTG). Veja que o limite de tolerância em IBUTG é inversamente proporcional à
11
20
taxa metabólica de cada tipo de atividade. Um trabalho sentado pode ser executado a temperaturas mais elevadas do
16
que as que seriam intoleráveis a alguém que estivesse subindo uma rampa de 25° de inclinação com uma carga de
02
20kg nas costas. Concorda?
lho
O Anexo nº 3 da NR-09 contém estes três itens, que falam por si. Confere aí:
rva
4.2.1 As medidas corretivas visam reduzir a exposição ocupacional ao calor a valores abaixo do limite
ca
de exposição.
va
sil
4.2.2 Quando ultrapassados os limites de exposição estabelecidos no Quadro 2, devem ser adotadas
pela organização uma ou mais das seguintes medidas corretivas:
da
go
b) alternar operações que gerem exposições a níveis mais elevados de calor com outras que não
0t
exposição; e
11
20
c) disponibilizar acesso a locais, inclusive naturais, termicamente mais amenos, que possibilitem
16
4.2.2.1 Para os ambientes fechados ou com fontes artificiais de calor, além do subitem 4.2.2, a
rva
organização deve:
ca
Para radiação, o controle mais tradicional é o chumbo. O avental de chumbo (EPI do tipo vestimenta para
3
11
proteção do tronco contra radiação ionizante) talvez você, como paciente, já tenha visto em uma sala de raio-x. Além
0
62
dele, temos luvas para proteção das mãos contra radiação ionizante (EPI), as golas de chumbo (protetores de tireoide)
21
e óculos de proteção com chumbo (não é EPI, é radioproteção aprovada pela ANVISA!). Em revestimentos, aplica-se
0
em blindagem contra radiação em paredes, pisos, tetos, janelas e portas com em salas de raios X, salas de tomografia
lho
computadorizada e áreas de radiação industrial. Além de revestimentos e vestimentas com chumbo, outros controles
va
incluem dosímetros de extremidade (usados para medir a dose de radiação em mãos, pulsos, dedos e pés) e de corpo
ar
inteiro, que permitem a adoção de medidas administrativas, como limitação da dose e otimização de outras medidas
ac
de proteção.
ilv
as
16
02
Lembre que discutimos controles também no Caderno #2, Higiene Ocupacional.
lho
Já estamos na metade deste caderno. Vamos aprender agora sobre periculosidade?
rva
Segue o fluxo!
ca
va
7.2 Conceito de periculosidade
sil
Embora o conceito de risco e perigo possa ser associado a diversas atividades e operações, a lei de cada país
da
vai definir atividades e operações especialmente perigosas à vida e à segurança, como as que implicam acentuado
go
risco de morte e acidentes com grandes repercussões à saúde.
hia
Historicamente, o Brasil sempre reconheceu como perigosas as atividades e operações com contato
0t
36
permanente com inflamáveis e explosivos em condições de risco acentuado. Abaixo, o artigo atual da CLT que trata
11
de operações perigosas:
20
Art. 193. São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada
16
pelo Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho,
02
impliquem risco acentuado em virtude de exposição permanente do trabalhador a: (Redação dada
lho
pela Lei nº 12.740, de 2012)
I - inflamáveis, explosivos ou energia elétrica; (Incluído pela Lei nº 12.740, de 2012)
rva
II - roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de segurança pessoal ou
ca
patrimonial. (Incluído pela Lei nº 12.740, de 2012)
va
III – colisões, atropelamentos ou outras espécies de acidentes ou violências nas atividades
sil
profissionais dos agentes das autoridades de trânsito. (Incluído pela Lei nº 14.684, de 2023)
(...)
da
Anexos da NR-16
11
20
julgado)
3 60
radioativas
0
62
21
Anexo * foi incluído na norma por conta da publicação da Portaria GM n.518, de 04 de abril de 2003. Observe que as atividades
com radiações ionizantes não constam na CLT como perigosas!
0
lho
Ora, a NR-16 serve, portanto, para regular as circunstâncias em que tais atividades e operações serão
va
regulamento expedido pelo Ministério do Trabalho foi considerado nulo, em decisão judicial irrecorrível com efeitos
ac
ex tunc, isto é, retroagindo à data de expedição do ato. Dessa forma, é como se a Portaria MTE nº 1.565, de 13 de
ilv
as
16
02
adicional, que deixou de ser concedido na maior parte das organizações.
lho
O corpo da NR-16 determina que a periculosidade seja caracterizada pelo empregador, desde que aferida e
rva
determinada mediante laudo. E adivinha quem são os dois profissionais que podem elaborar esse laudo? Acertou, se
ca
apostou no médico do trabalho ou no engenheiro de segurança do trabalho!
va
Pense num motorista de veículo de passeio, com tanque de cerca de 55 litros, ou mesmo de um caminhão,
sil
cujo tanque tem de 300 a 500 litros de combustível. Esse motorista trabalha em um veículo que contém um tanque
da
de consumo, estando expressamente fora do escopo da NR-16. Agora pense em um motorista de carga perigosa que
go
faz o transporte de cerca de 50 mil litros de combustível da refinaria para o posto revendedor de combustíveis. A essa
hia
atividade vai se aplicar a NR-16! Fica bem clara a diferença entre um cenário e outro, né?
0t
Também não se aplica a NR-16 às operações de transporte de inflamáveis líquidos ou gasosos liquefeitos, em
36
quaisquer vasilhames e a granel em pequenas quantidades, até o limite de 200 (duzentos) litros para os inflamáveis
11
20
líquidos e 135 (cento e trinta e cinco) quilos para os inflamáveis gasosos liquefeitos. A norma afirma, ainda, que as
16
quantidades de inflamáveis, contidas nos tanques de consumo próprio dos veículos, não serão consideradas para
02
efeito desta Norma. Mesmo que o tanque seja bem grandão, não há que se falar em periculosidade.
lho
Ah, e isso se aplica não apenas aos tanques de combustíveis originais de fábrica, como também aos tanques
rva
suplementares, desde que certificados por órgão competente. Atualmente, a Resolução nº 181 do CONTRAN disciplina
ca
a instalação de múltiplos tanques e tanques suplementares. Se tiver gambiarra ou não tiver certificado/vistoria, esses
va
tanques adicionais não beneficiam o empregador, irregular, da caracterização da periculosidade, ok? Seria se
sil
aproveitar da própria torpeza!
da
da periculosidade.
20
16
Controles!
ca
Para nós, dados os altos índices de criminalidade, seria esperada uma questão de prova que abordasse “roubos
thi
ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial”. Isso é
60
disciplinado no Anexo nº 3 da NR-16, que qualifica quem são os profissionais abrangidos pela regulamentação. Diz a
3
11
NR-16:
0
62
a) empregados das empresas prestadoras de serviço nas atividades de segurança privada ou que
integrem serviço orgânico de segurança privada, devidamente registradas e autorizadas pelo
va
16
metroviárias, ferroviárias, portuárias, rodoviárias, aeroportuárias e de bens públicos, contratados
02
diretamente pela administração pública direta ou indireta
lho
Os empregadores que podem caracterizar a periculosidade são somente as empresas devidamente registradas
rva
no Ministério da Justiça, autorizadas a desempenhar atividades de segurança privada, seja em área fim, seja em área
ca
meio (serviço orgânico de segurança privada como um “setor” de uma organização cujas atividades econômicas
va
principal e secundárias sejam outras), obedecendo ao disposto na Lei 7.102/1983. Uma empresa que executa serviços
sil
de portaria e recepção, por exemplo, não poderia, a rigor, caracterizar periculosidade quanto a seus trabalhadores em
da
área fim, porque sua atividade, embora tenha diversos pontos de aproximação, não é de vigilância privada!
go
hia
Além das empresas que exercem atividades de vigilância privada, os empregados que exercem a atividade de
0t
segurança patrimonial ou pessoal em instalações metroviárias, ferroviárias, portuárias, rodoviárias, aeroportuárias e
36
de bens públicos, contratados diretamente pela administração pública direta ou indireta. Aqui no Rio Grande do Sul,
11
por exemplo, os seguranças da Trensurb, empresa pública federal de trens de superfície, e os seguranças orgânicos de
20
um museu municipal também estariam abrangidos por este texto.
16
O quadro abaixo descreve as atividades que esses trabalhadores devem desempenhar a fim de ser
02
caracterizada a periculosidade:
lho
rva
ca
va
sil
da
go
hia
0t
36
11
20
16
02
lho
rva
ca
a
ilv
as
od
ag
thi
60
O examinador também pode cobrar algo sobre explosivos, incluindo informações extraídas no Anexo nº 1 da
3
11
NR-16. E seria legal se incluísse um texto de apoio sobre as 64 mortes ocorridas no Recôncavo Baiano em 1998, em
0
62
um acidente ampliado previsível onde a maior parte das vítimas eram mulheres e crianças negras. Em razão desse
21
incidente, em Santo Antônio de Jesus, o Brasil foi condenado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos por
0
discriminação estrutural de raça, gênero e condições sociais, todas compreendidas como violações de direitos
lho
exploração.
ar
ac
Aquela Corte considerou que o Estado brasileiro tinha conhecimento de que eram realizadas atividades
ilv
perigosas na fábrica e não inspecionava nem fiscalizava o local, que apresentava graves irregularidades e alto risco e
as
16
02
a fábrica era exploradora de trabalho infantil, o que violava os direitos ao trabalho e ao princípio da igualdade e não
discriminação. A fabricação de fogos de artifício era a principal e, na maioria dos casos, a única opção de trabalho para
lho
os habitantes do município, que não tinham outra alternativa a não ser aceitar um trabalho de alto risco, com baixo
rva
salário e sem medidas de segurança adequadas.
ca
Um exemplo clássico de enquadramento como perigoso é o trabalho executado dentro de área de risco, a qual
va
sil
é definida em razão da qualidade e da quantidade de explosivo armazenado no local. Segue o extrato de um julgado
da
nesta linha:
go
“Restou constatado que laborava em área de risco por todo o pacto laboral. Foi registrado
hia
que as salas e laboratórios onde a reclamante trabalhava se situavam a menos de 45 metros
0t
do local de carregamento e descarregamento de materiais explosivos, bem como do
36
almoxarifado e do depósito onde eram guardados (...) em sintonia com a Súmula nº 364 do
11
TST, bem como com o Anexo nº 1 da NR-16, fazendo jus a reclamante ao adicional de
20
periculosidade”
16
02
Também temos áreas de risco em atividades envolvendo inflamáveis, que estão descritas no item 3 do Anexo
lho
nº 2 da NR-16. Essas áreas são consideradas a partir de um raio com centro indicado ou em faixas, geralmente com
rva
distâncias de 3m, 7,5m, 15m e 30m. O Anexo também especifica as atividades, que contemplam desde operação em
ca
postos de serviço e bombas de abastecimento de inflamáveis líquidos, reabastecimento de aeronaves até transporte
e armazenagem de inflamáveis líquidos e gasosos liquefeitos e de vasilhamentes vazios não desgaseificados ou
va
sil
decantados. Assim, consideramos exposto em atividade perigosa o rapaz do caminhão do botijão de gás, o frentista
da
Embora o Anexo traga a definição do que seria cada uma das atividades nela mencionadas, há bastante
hia
empilhadeira que realizam a troca de cilindros de GLP! As decisões mais recentes estão alinhadas à caracterização da
36
periculosidade e concessão do respectivo adicional, por considerar que há o ingresso em área de armazenamento, o
11
vasilhames”, assim compreendida, nos termos da norma, como “arrumação de vasilhames ou quaisquer outras
16
atividades executadas dentro do prédio de armazenamento de inflamáveis ou em recintos abertos e com vasilhames
02
O Anexo nº 4 vai se dedicar às atividades e operações perigosas com energia elétrica. O legal do Anexo é que
rva
ele “pune” as organizações que não adotam as medidas de controle previstas na NR-10, em especial as contidas no
ca
título 10.2.8 Medidas de proteção coletivas. Vamos vê-las na seção 7.2.2 deste caderno!
a
ilv
O item 2 do Anexo nº 4 vai tratar de situações em que não se caracteriza a periculosidade. Veja:
as
od
tensão;
11
c) nas atividades ou operações elementares realizadas em baixa tensão, tais como o uso de
0
62
cabíveis.
va
Talvez você já tenha assistido, lá nas Aulas Bônus do Eixo 5, o vídeo em que abordo a NR-12 – Segurança em
ar
ac
Máquinas e Equipamentos. Aliás, em breve vou fazer uma aula mais curtinha, de reta final, abordando aquela NR, viu?
Mas aqui vai um resumo que considero importante neste momento. Geralmente controles remotos operam em extra-
ilv
as
16
02
Sistemas de iluminação de segurança e sistemas de iluminação LED são bons exemplos para a alínea “b” do item 2!
lho
A NR-12 determina, também, que os “botões” de acionamento das máquinas e equipamentos façam parte de
rva
um circuito de extra-baixa tensão, para evitar choques nos operadores e demais trabalhadores que interagem com a
ca
máquina. Assim, esses botões não fazem parte do circuito de elétrico que alimenta o motor da máquina, que pode ter
uma diferença de potencial de 120 a 480 V! Se a rede elétrica e a máquina estiverem aderentes às NR-10, 12 e às
va
sil
normas técnicas que regulam os temas eletricidade e máquinas, realmente não incide esse anexo da NR-16. Se não
da
houver conformidade, haverá caracterização.
go
O Anexo vai trazer toda a descrição das atividades no Sistema Elétrico de Potência - SEP que serão enquadradas
hia
como construção, operação e manutenção de redes de linhas aéreas ou subterrâneas de alta e baixa tensão
0t
integrantes do SEP, e também para usinas, unidades geradoras, subestações, cabinas de distribuição em operações
36
integrantes do SEP.
11
20
Durante muito tempo, houve discussão acerca da caracterização como perigosa das atividades exercidas por
16
cabistas, instaladores e reparadores de linhas e aparelhos de empresas de telecomunicações que, em suas atividades,
02
se expõem em condições de risco equivalente ao do trabalho exercido em contato ou proximidade com o sistema
elétrico de potência. Essa caracterização consta na Orientação Jurisprudencial nº 347 da Seção de Dissídios Individuais
lho
do TST.
rva
ca
OJ SDI 1 nº 347.
va
ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA. LEI Nº 7.369, DE 20.09.1985,
sil
REGULAMENTADA PELO DECRETO Nº 93.412, DE 14.10.1986. EXTENSÃO DO DIREITO AOS CABISTAS,
da
§ 1º(DJ 09.12.2003)
ca
elétrico de potência em condições de risco, ou que o façam com equipamentos e instalações elétricas
ilv
similares, que ofereçam risco equivalente, ainda que em unidade consumidora de energia elétrica
as
od
ag
Já que estamos falando em OJ, confira esta última, que trata do tema periculosidade e substâncias radioativas:
thi
16
02
conteudista sacana? Considerando que a NR-16 sequer foi citada no Eixo 4 do Edital, meu palpite é que não cobrará
detalhes, se concentrando na questão dos controles, que vamos ver agora! Mas eu sou apenas sua professora, não
lho
uma futuróloga renomada! La garantia não soy yo! Você é o candidato, adulto e responsável por suas escolhas
rva
estratégicas.
ca
Ah, a resposta à questão dos combustíveis na embarcação: Sim, é uma atividade perigosa, que escapa da
va
sil
exceção do transporte de pequenas quantidades de inflamáveis líquidos, assim considerados quando não excedam
da
200 Litros, conforme previsto no item 16.6 da NR-16. A CESPE, atual CEBRASPE, já utilizou esse item em prova há
alguns anos.
go
hia
0t
7.2.2 Controles
36
11
Os principais controles adotados que impedem a caracterização da periculosidade quanto a atividades
20
envolvendo explosivos, inflamáveis e eletricidade dizem respeito a controles administrativos: garantir a observância
16
da segregação de função (controle dos trabalhadores que se engajam em atividades que caracterizam a
02
periculosidade), da classificação de área, prioritariamente com a segregação e sinalização de áreas de risco, as quais
lho
são estabelecidas especialmente em razão da natureza e quantidade do agente perigoso e as distâncias normativas
rva
para classificação como área de risco, e a observância dos limites quanto às quantidades do agente perigoso!
ca
Assim, todos os trabalhadores que atuam na atividade de transporte de explosivos terão suas atividades
va
caracterizadas como insalubres. Assim todos que laboram ou permanecem em área de risco. Se um local armazena
sil
até 4500 kg de pólvoras químicas, artifícios pirotécnicos e produtos químicos, em uma faixa de terreno de 45 metros
da
teremos uma área classificada como “área de risco”, a qual deve ser sinalizada e ter controle de acesso. A NR-19, que
go
eletrônico dos depósitos de explosivos (item 19.5.2). O item 18.5 do Anexo I da NR-19 determina que as organizações
0t
não permitam “a entrada de menores de 18 (dezoito) anos nos estabelecimentos de fabricação de fogos de artifício
36
ou outros artifícios pirotécnicos, exceto no setor de cartonagem, em que não haja contato com explosivos ou
11
inflamáveis e nos setores administrativos, desde que localizados fora da área de risco.”
20
16
Trabalhadores que transportem em qualquer vasilhame e a granel até 200 L de inflamáveis ou até 135 de
inflamáveis gasosos liquefeitos.
ca
a
Aqueles que não executam atividades caracterizadas como perigosas e que estejam fora da área de risco
od
Trabalhadores que atuem exclusivamente em zona livre, nos termos do Anexo II da NR-10 (que não está
thi
prevista em nosso edital, nem no Eixo 4, nem no Eixo 5), sem autorização para ingresso em zona controlada e zona de
60
risco.
3
11
Aqueles cujas atividades constam das exceções indicadas nos anexos da NR-16.
0
lho
Aqueles cujas atividades não estejam compreendidas nas atividades descritas nos Anexos da NR-16, como
profissionais expostos a roubos e outras espécies de violência física que não estejam engajados em atividades de
va
16
02
baixa tensão no sistema elétrico de consumo - SEC, onde haja pleno e efetivo cumprimento do item 10.2.8 e seus
subitens da NR10 - Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade (ver item 1, alínea “c” do Anexo 4 da NR-16)
lho
rva
E agora me permito um parêntese: A-D-O-R-O esseitem do Anexo de Atividades e Operações Perigosas com
ca
Energia Elétrica! E o que a tripartite quis com essa alínea? Que o empregador fosse extra cauteloso quanto às medidas
de controle previstas na NR-10 para que não houvesse exposição descontrolada de seus empregados. Genial demais!!!
va
sil
É um senhor bafinho na nuca do empregador: ou ele faz tudo certinho, rastreável, impecável, como manda o figurino,
da
também conhecido como os itens 10.2.8 – Medidas Coletivas e seguintes da NR-10, ou arrisca tomar um tufo:
reclamatória, ACP ou autuação!
go
hia
Em resumo: os controles que afastam a caracterização da periculosidade são todos de ordem
0t
administrativa. Para elétrica em baixa tensão, englobam ainda os controles coletivos previstos na NR-10.
36
Diferentemente dos controles que afastam a insalubridade, que podem ser das três esferas, desde que realmente
11
neutralizem a insalubridade.
20
16
Confira agora os mapas deste caderno de aula!
02
Este é pra você ter o panorama geral (big picture) sobre insalubridade no Brasil:
lho
rva
ca
va
sil
da
go
hia
0t
36
11
20
16
02
lho
rva
ca
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ilv
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od
ag
thi
3 60
11
0
62
21
0
lho
va
ar
ac
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as
Figura 1 - Periculosidade no Brasil (resolvi te dar – literalmente - essa mãozinha, memorável que 5 caixinhas)
hia
0t
Assim encerramos o item 7 do Eixo temático 4! Lembre que vamos falar mais sobre controles no próximo
36
Tenho visto muitos outros materiais por aí que muito fora da proposta do CNU, que nasceu com a promessa
20
de não valorizar decoreba, de priorizar o candidato que consegue articular diversos saberes e que será um servidor
16
que dará seu melhor para atender às necessidades do Estado, do administrado e do cidadão. No caso do Bloco 4, para
02
atender à política pública de garantia de trabalho digno, decente, seguro e saudável, honrando os trabalhadores e
lho
trabalhadoras e compreendendo que o país precisa de empresas sérias que adotem práticas sustentáveis e
rva
Toda essa lenga-lenga atual de Environmental, Social, & Governance - ESG precisa se materializar e deixar de
a
ilv
ser mera lenga-lenga! Para isso, conto contigo nas fileiras da Auditoria-Fiscal do Trabalho. Mais do que tudo, meu
as
sonho é converter alunos e alunas em amigos e amigas para quem meus atuais colegas olhem e digam: lá vai um
od
aluno/aluna da Bruna, dá gosto de ver essa turma nova que veio para somar!!!
ag
E que tenha percebido que a adoção de controles competentes, sérios e bem planejados poderia reduzir MUITO o
60
adoecimento relacionado ao trabalho e os acidentes de trabalho. Só vamos evoluir como nação quando tratarmos o
3
11
trabalhador como ser humano, e não como mera massa para obtenção de lucro. Para que isso aconteça, dependemos
0
de homens e mulheres (e pessoas não binárias também!) que consigam implementar SST em nossas organizações,
62
precisamos de mais profissionalismo e produtividade. E precisamos de mais AFT. Em breve, teremos novos 900. Você
21
0
será um deles?
lho