Apostila de Economia e Sociologia Do Trabalho
Apostila de Economia e Sociologia Do Trabalho
Apostila de Economia e Sociologia Do Trabalho
do Trabalho
Economia do Trabalho: Conceitos básicos e Definições.............................................02
Mercado de trabalho formal e informal...........................................................................08
O mercado de trabalho.....................................................................................................11
Demanda por trabalho: o modelo competitivo e modelos não competitivos.............12
as decisões de emprego das empresas.........................................................................18
custos não salariais..........................................................................................................22
elasticidades da demanda...............................................................................................23
Oferta de trabalho: a decisão de trabalhar e a opção renda x lazer............................24
a curva de oferta de trabalho...........................................................................................27
elasticidades da oferta.....................................................................................................28
O equilíbrio no mercado de trabalho..............................................................................29
Os diferenciais de salário................................................................................................30
Diferenciação compensatória.........................................................................................31
Capital Humano: educação e treinamento.....................................................................32
Segmentação no mercado de trabalho...........................................................................43
Desemprego. A taxa natural de desemprego. Tipos de desemprego e suas
causas................................................................................................................................46
Salário eficiência e modelos de procura de emprego...................................................48
Instituições e mercado de trabalho. A intervenção governamental: política salarial e
políticas de emprego........................................................................................................49
Assistência ao desemprego............................................................................................59
Sindicato: monopólio bilateral e monopsônio...............................................................59
O mercado de trabalho no Brasil....................................................................................61
Sociologia do Trabalho....................................................................................................70
O Conceito de Trabalho...................................................................................................70
Trabalho: ação, necessidade e coerção.........................................................................72
Exploração e alienação....................................................................................................71
Trabalho e remuneração. O sistema de assalariamento..............................................77
Valores e atitudes. Os valores do Trabalho...................................................................78
A divisão social do trabalho............................................................................................80
População e Emprego. População, população ativa e população ocupada...............83
Trabalho e Progresso Técnico........................................................................................85
Divisão do trabalho e distribuição de tarefas. Processo de trabalho e organização
de trabalho........................................................................................................................85
Trabalho parcial e integral...............................................................................................87
Trabalho artesanal, manufatura e grande indústria......................................................89
A crise da sociedade do trabalho...................................................................................92
O determinismo tecnológico...........................................................................................93
Trabalho e empresa. Poder e decisão na empresa.......................................................95
Estrutura e organização da empresa..............................................................................97
A classe dirigente...........................................................................................................100
A ação sindical e sua tipologia.....................................................................................100
Greves e conflitos trabalhistas.....................................................................................112
Economia do Trabalho
CONCEITOS BÁSICOS
Empregados
a) plenamente ocupados: - em tempo integral - em tempo parcial
b) subempregados: - visíveis - invisíveis
Desempregados
a) buscando trabalho: - já trabalharam - nunca trabalharam (1º emprego)
b) não estão procurando trabalho, mas dispostos a trabalhar em condições
específicas: - já trabalharam - nunca trabalharam
População não economicamente ativa (PNEA)
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adotada nos principais inquéritos, visando captar aspectos recativos à atividade
econômica dos indivíduos. A principal polêmica ocorre em como enquadrar
determinada categoria ocupacional com base numa situação observada. Como
exemplo, temos o subemprego que, para alguns (como o IBGE), é uma categoria
entre os empregados, enquanto para o Dieese é uma forma de desemprego.
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Indicadores
tP = PEA / PIA
tD = D / PEA => tD = D / (E + D)
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Do ponto de vista social, é inegavelmente o principal indicador da ocorrência de
recessão, pois incorpora tanto movimentos da força de trabalho quanto flutuações
no plano das atividades produtivas.
NOTA - A taxa de desemprego pode aumentar sem que tenha havido demissão.
Exemplos:
Desemprego involuntário
Ocorre quando o indivíduo deseja trabalhar à taxa de salários vigentes no sistema
econômico, mas não encontra colocação. É também denominado desemprego
cíclico ou desemprego conjuntural.
Ocorre devido à insuficiência de demanda agregada na economia (falaremos
desse assunto mais adiante). Desde que Keynes se destacou como formalizador
das idéias sobre o impacto da insuficiência de demanda sobre a economia e o
mercado de trabalho, esse tipo de desemprego é também conhecido como
Keynesiano.
Representa, sem dúvida, aquele tipo de desocupação dos indivíduos que deve
merecer maior atenção das autoridades governamentais.
Desemprego estrutural
Acontece quando o padrão de desenvolvimento econômico exclui uma parcela dos
trabalhadores do mercado de trabalho. Denomina-se também
desemprego tecnológico e ocorre devido ao desequilíbrio entre a oferta e a
demanda por mão-de-obra de determinada qualificação.
Desemprego friccional
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Surge em decorrência do processo dinâmico que caracteriza o mercado de
trabalho, no qual o sistema de informações sobre a oferta de vagas disponíveis no
sistema produtivo é imperfeito. Existe um lapso de tempo entre a saída do
indivíduo de um emprego e a obtenção de uma nova ocupação de acordo com
suas características. Nesse ínterim, ele é classificado como desempregado.
Desemprego sazonal
Ocorre devido à sazonalidade de determinados tipos de atividade econômica.
Como é possível prever esse tipo de flutuações, pode-se atribuir uma dose de
voluntariedade dos indivíduos engajados em ocupações dessa natureza.
Subemprego
É a própria subutilização da mão-de-obra. As causas e os efeitos do subemprego
são múltiplos, mas invariavelmente ele está relacionado com o desenvolvimento
econômico insuficiente ou atrasado. De modo geral, tal conceito é associado à
questão de emprego na América Latina, Ásia e África. Historicamente, o
subemprego tende a representar a parcela da população subutilizada em
decorrência do padrão de crescimento adotado, o qual exclui inúmeros segmentos
da população de desempenho de atividades econômicas produtivas.
Além disso, o subemprego tem grande aceitação como conceito referente ao
problema ocupacional no meio rural, onde reflete a porcentagem de ocupados em
atividades de baixa produtividade agrícola. Igual conceito também se aplica ao
meio urbano, mas recentemente a definição de subemprego ganhou nova
roupagem, sob o título de mercado ou setor informal de trabalho. Neste setor
informal de trabalho, muito mais um problema conceitual ou de mensuração, se
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discute a importância do núcleo capitalista de produção no surgimento e no
desenvolvimento de atividades econômicas marginais e/ou informais.
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empregado por parte da firma ou seu pedido de rescisão do contrato de trabalho,
sem que ocorra reposição, caracteriza um desemprego na forma tradicional do
termo.
O princípio da substituição de mão-de-obra é de fácil compreensão, mas a
mensuração da rotatividade é algo complexo.A medida mais usual que preserva a
idéia de substituição é a seguinte:
tr = min (A, D) x 100 / 0,5(Fi + (Fi +A –D))
Mercado Formal
Neste tipo de mercado de trabalho as empresas cumprem a legislação vigente
nos âmbitos fiscal, sanitário, de segurança, trabalhista, ambiental etc. Produz-se
mercadorias tendo como objeto o lucro.
Mercado Informal
Existem empresas que não cumprem os itens citados no caso do mercado
formal. Outras cumprem parcialmente os aspectos legais, seja por não ter
condições de manter a empresa com o cumprimento da própria lei, seja porque
são atividades condenadas, como por exemplo, a venda de CDs piratas ou tráfico
de drogas. Nestes casos, não cumprem a legislação porque a própria
continuidade da empresa seria colocada em xeque. São empresas do setor
informal da economia e seus trabalhadores, por conseqüência, fazem parte do
mercado de trabalho informal. Não há registro em carteira, e, logo, não há direitos
sociais garantidos em lei. Observe que muitos trabalhadores podem estar, em
dado momento, no setor informal e, num momento posterior, podem retornar ao
setor formal de trabalho.
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Observe que muitos trabalhadores podem estar, em dado momento, no setor
informal e, num momento posterior, podem retornar ao setor formal de trabalho.
Atualmente, o setor informal funciona na linha limítrofe da economia formal. Eis
algumas características do setor informal:
- facilidades à entrada de novas empresas;
- recursos de origem doméstica;
- a propriedade é individual ou familiar;
- operam em escala reduzida;
- o processo produtivo é intensivo em trabalho e a eventual tecnologia é adaptada;
- os mercados em que atuam são competitivos.
Vejamos algumas:
- Num período de retração econômica (recessão), acreditavam os clássicos que os
empresários, em vez de demitir, abaixariam os salários nominais dos
trabalhadores, de forma que não fosse necessário demitir os empregados. E isso
era um motivo para não haver demissões;
- Era válida a chamada “Lei de Say”, economista de renome francês, que
afirmava, em palavras resumidas, que: “A OFERTA CRIA A SUA PRÓPRIA
DEMANDA”. Isto é, para os clássicos, os empresários ofertariam os diversos bens
e estes seriam consumidos pelos empregados. Primeiro haveria a oferta dos bens
e depois, acreditavam eles, os bens seriam consumidos.
- Uma outra concepção clássica era a de que o governo não deveria interferir na
economia. As forças do mercado seriam suficientes para tornar o mercado
eficiente. Aos governos caberia a função de fornecer os bens públicos.
Isto é, o governo forneceria para a sociedade os serviços de segurança, defesa
nacional, justiça, saúde pública etc. E faria isso com recursos advindos da
tributação. Em 1929 houve a quebra da bolsa de Nova York e a crise econômica
nos EUA causou uma alta taxa de desemprego. A Inglaterra, e o mundo como um
todo, passaram por um período de forte recessão.
As teorias clássicas da economia não conseguiam explicar, a contento, o que
estava realmente acontecendo. Neste período (de 1929 até 1936), John
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M.Keynes, economista inglês, colocou o pensamento clássico em xeque. Aqueles
três pilares do pensamento clássico foram reformulados por Keynes, que criou ,
com a edição de seu livro “A teoria do Emprego, dos Juros e da Moeda”, de 1936,
as bases da moderna macroeconomia. Seu pensamento se chocava diretamente
com os pensamentos clássicos no tocante ao papel do governo, da “Lei de Say” e
da flexibilidade dos salários nominais. Basicamente, Keynes enunciou:
- Ao contrário do que afirmavam os clássicos, para Keynes os salários eram
rígidos, inflexíveis. Ou seja, o trabalhador não aceita corte no seu salário nominal
(aquele que consta do nosso contra-cheque). Isso seria um dos motivos do
desemprego.
- Keynes inverteu os termos da “Lei de Say”, dizendo, em resumo, que “A
DEMANDA AGREGADA CRIA A SUA OFERTA”
. Esse é o princípio da demanda efetiva
. Isto é, ao contrário do que acreditavam os clássicos, os empresários só
ofertariam os bens se houvesse procura pelos mesmos. Demanda agregada é um
termo que se usa para expressar a riqueza ou renda de um país. É a soma de
todas as demandas da sociedade. Eis sua equação:
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acarretar numa queda do desemprego. Finalmente, a taxa de juros básica de uma
economia é estabelecida pelo governo. Daí a importância do mesmo na economia.
- o termo G (gastos do governo) é uma variável que depende somente do próprio
governo. É política econômica do governo.
- os termos exportações (X) e importações (M) são variáveis que dependem,
dentre outros fatores, da taxa de câmbio. Desta forma, se um país, em
determinado momento, deseja estimular as exportações, ele deveria desvalorizar
a taxa de câmbio. Assim, o preço da moeda estrangeira ficaria mais caro e
exportar seria mais fácil do que importar.
Exemplo:
Dia 10/ 03/ 2006 – taxa de câmbio => 1 US$ = R$ 2,24
. Isso significa que, se um exportador brasileiro exportar uma mercadoria de
100.000 dólares, ele receberá o montante, em reais, de R$224.000,00. Supondo
que no dia 10/04/2006, a taxa de câmbio seja: 1US$ = R$ 2,35;
se o mesmo exportador exportasse a mesma mercadoria acima, ele receberia,
em reais, R$235.000,00.
2. O mercado de trabalho
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Demanda por trabalho: o modelo competitivo e modelos não competitivos
No primeiro caso, há passageiros entrando para pegar o vôo para algum destino.
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No mesmo sentido, o tipo de desemprego característico deste caso é o
involuntário, pois não há intenção dos trabalhadores ficarem sem emprego, bem
como não há intenção dos passageiros em ficarem estacionados no aeroporto.
Demanda de Trabalho
Modelo competitivo
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Na estrutura de mercado de concorrência perfeita, o comportamento competitivo
ocorre:
Ø Pelo lado da demanda, quando cada comprador responde por uma parcela
ínfima da demanda total de mercado;
Ø Pela oferta, quando cada vendedor responde por uma parcela ínfima da
oferta total de mercado.
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O vendedor está restrito pela curva de demanda para o bem que oferta, cuja curva
é negativamente inclinada.
O comprador está restrito pela curva de oferta para o bem que demanda, cuja
curva é positivamente inclinada.
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Portanto, a demanda por mão-de-obra que as firmas desejam comprar, encontra-
se no mercado de fatores, cujo relacionamento está ligado à função decrescente
do salário real.
Isto é fácil compreender, pois se o salário real estiver alto, as firmas desejarão
contratar pouca mão-de-obra, como com propriedade mais à frente.
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Neste modelo, o equilíbrio no mercado de trabalho representado pelo ponto E
(onde a receita marginal das empresas é igual ao custo marginal do trabalho),
qualquer um que esteja trabalhando deseja aquele salário real e as firmas estão
contratando o volume de trabalho que desejam no mesmo salário real, o que
significa que há sempre o pleno emprego.
Para um melhor entender a demanda por mão-de-obra, vamos nos concentrar nas
empresas que a contratam e a utilizam para produzir os bens que irão vender.
No caso de uma empresa maximizadora de lucro (teoria da firma), ela não está
preocupada com o número de trabalhadores ou com o volume das vendas que irá
contratar.
Ela se interessa apenas pelo lucro, onde a demanda por trabalho e a oferta de
bens são em decorrência da maximização de lucros.
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Nos dias atuais, muitas empresas afirmam que emprego existe para profissionais
capacitados e cabe a todos buscar a qualificação contínua. Portanto, quando
passamos pela internet e observamos que sites relacionados à headhunters
disponibilizando milhares de vagas com salários acima de R$ 10 mil, saiba que
não é um sonho, mas o que falta são candidatos capacitados para o perfil
determinado para o cargo.
Outro dado importante, agora divulgado pelo IBGE em 08 de abril de 2008, refere-
se à taxa de crescimento de empregos até fevereiro de 2008 que chegou a 3,2%.
Novamente temos a constatação que existe emprego, mas para profissionais
aptos aos cargos oferecidos.
Quando comparamos a taxa de desemprego com a taxa de analfabetismo,
chegamos a uma conclusão que mesmo que a oferta de emprego seja disponível,
não encontraremos mão de obra para ocupar, pois segundo o IBGE, em 2006 o
Brasil fechou com uma taxa de analfabetismo para população maior de 15 anos,
com 11,1% e a taxa de desemprego de 2007 ficou em 14,2%. Portanto, quando
fazemos uma analogia entre a oferta de emprego na indústria, comércio,
agricultura e serviços e subtraímos da taxa de analfabetismo, ficaremos com uma
demanda positiva de oferta de emprego, isso porque nenhum desses setores não
mais suporta trabalhadores sem a escolaridade mínima para alfabetização.
Portanto, o caminho para a empregabilidade em paises em desenvolvimento,
como é o caso do Brasil, a receita ainda é: conclusão do ensino superior, pelo
menos 2 idiomas estrangeiros; pós-graduação e experiência comprovada. Desta
forma, devemos evoluir pois essa exigência de hoje será critério básico de escolha
para os profissionais no futuro, pois hoje o profissional qualificado como mediano
ainda possui oportunidades, mas com a evolução, profissionais consagrados
atualmente serão considerados medianos nos próximos anos.
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As transformações apontam para um redirecionamento dos objetivos da
organização, antes voltados para o controle da produção de bens e serviços, para
outra baseada na informação, na tecnologia e no consumo. Em conseqüência, a
gerência praticada nas organizações se volta para a valorização da
descentralização administrativa, da comunicação informal, da flexibilidade nos
processos de produção, assim como para o estímulo à iniciativa e criatividade dos
indivíduos e grupos.
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trabalho. Para os modelos de decisão em que a solução é resultado de um
processo mais qualitativo, influenciado pelo “olhar” do decisor e por situações
contingenciais, os sistemas de informação podem contribuir com dados que serão
analisados e modificados para utilização na tomada de decisão.
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características e especificidades, podendo ser únicos para a organização ou
específicos para cada serviço.
Para efeito deste estudo, entende-se por sistema de informação todo conjunto de
dados e informações que são organizados de forma integrada, com o objetivo de
atender à demanda e antecipar as necessidades dos usuários. Portanto, sistemas
de informação para apoio à decisão são sistemas que coletam, organizam,
distribuem e disponibilizam a informação utilizada nesse processo.
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Custos não salariais
Exemplo:
A empresa teve 200 funcionários que trabalharam no mesmo ano (tanto admitidos
quanto demitidos e aqueles que permaneceram na empresa).
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Então o "índice" de atestados foi de R$ 14.800,00 dividido por R$ 1.530.000,00
igual a 0,96732% sobre a folha.
Elasticidades da demanda
A lei da procura e da oferta mostra que existe uma tendência para uma relação
inversa entre a quantidade procurada e o preço. A elasticidade preço da procura
mede a variação na quantidade procurada quando ocorre uma variação no preço.
Assim, a elasticidade é uma medida de sensibilidade dos consumidores a
variações no preço dos produtos.
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Casos Extremos de Elasticidade
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aplicar a análise padrão da demanda por qualquer produto à demanda pelo lazer
e, então, simplesmente subtrair as horas de lazer das horas discricionárias
disponíveis totais para obter os efeitos na OFERTA DE TRABALHO.
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Isto quer dizer que, à medida que as taxas salariais sobem, mais horas de
trabalho são ofertadas, como reação a este aumento na taxa salarial. Seria o
indivíduo que, ainda jovem, sem estar em uma situação de equilíbrio, pague
aluguel de sua moradia, por exemplo. Este indivíduo está mais propenso a ofertar
mais trabalho quando o salário por hora aumentar. Em termos matemáticos,
temos:
A teoria econômica não pode dizer que efeito dominará e ,na verdade, as curvas
da oferta de trabalho individual poderiam inclinar-se positivamente em algumas
faixas de variações do salário e inclinar-se negativamente em outras. No gráfico
abaixo, por exemplo, as horas desejadas de aumento de trabalho da pessoa
aumentam (domina o efeito-substituição) quando os salários aumentam desde que
sejam baixos (abaixo de W*).
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dominar o efeito-renda, a curva de oferta de trabalho terá inclinação positiva.
Temos então, uma curva reversa
Por 1 hora a mais de lazer, o indivíduo está disposto a reduzir bastante sua renda.
O indivíduo só está disposto a reduzir pouco no salário para obter 1 hora a mais
de lazer.
Outras variáveis podem causar uma mudança no formato desta curva. Por
exemplo, trabalhadores em todos os níveis de salário aceitariam salários menores
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se houver uma queda no custo de vida. Isso é representado por uma translação
da curva inteira de oferta de trabalho para esquerda.
Elasticidades da oferta
1. “Qualquer variação da curva da oferta tem efeitos muito diversos que dependem
da inclinação da curva da procura.”Observando as Figuras 10.1 I e II, a primeira
com uma procura elástica, a segunda com uma procura rígida, verifica em qual
das situações os consumidores se adaptariam melhor à redução da oferta.
Justifica.
2. Observa as Figuras 10.2. I e II. Explica porque razão será enganador abordar a
questão das elasticidades a partir da representação gráfica das curvas.
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8. Que interesse terá para uma empresa monopolista conhecer a elasticidade
procura-preço do seu mercado?
Mercado de trabalho:
Para uma dada tecnologia e um dado stock de capital, isto é, para uma dada
função de produção, Y=F(N), a quantidade de trabalho que as empresas
pretendem empregar é aquela para a qual a produtividade marginal do trabalho
coincide com o salário real.
A oferta coletiva de trabalho, NC, resulta das escolhas individuais entre consumo
e lazer, e também de fatores institucionais (influência dos sindicatos, das
associações empresariais e do governo).
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Os diferenciais de salário e Discriminação no mercado de trabalho
Um tema muito importante para quem está preocupado com a justiça social no
Brasil é o que trata das diferenças de salário entre homens, mulheres, brancos e
negros.
Com a divulgação dos novos dados da PNAD 2007, podemos fazer uma
atualização da situação dos diferentes grupos no mercado de trabalho e tentar
entender melhor o que está por trás das diferenças de remuneração entre eles.
A figura ao lado mostra a evolução do diferencial de cada grupo com relação aos
homens brancos, que recebem o maior salário. Pode-se perceber que as mulheres
brancas ganhavam o equivalente a 70% dos salários dos homens em 1987 e hoje
ganham cerca de 84%. Interessante notar que houve uma piora da situação deste
grupo entre 2002 e 2007. Já a situação dos homens negros e mulatos pouco
evoluiu neste período. Eles ganhavam 58% do salário dos homens brancos em
1987 e hoje em dia ganham 62%. A pior situação, mas que mostra a maior
evolução ao longo do tempo, é das mulheres negras e mulatas, que ganhavam
apenas 38% do salário dos homens brancos e hoje ganham 56%.
Nos Estados Unidos, após estas diferenças serem levadas em conta, sobra
apenas 6% de diferença salarial que poderia ser atribuída à discriminação. Mas,
em que medida é justo que as diferenças de experiência causem diferenças
30
salariais, uma vez que somente as mulheres podem ter filhos e que culturalmente
são elas as responsáveis por tomar conta deles na primeira infância? E em que
medida as diferenças de acesso às ocupações “nobres” também não refletem uma
forma de discriminação? São questões ainda em aberto.
Diferenciação compensatória
31
Capital Humano: educação e treinamento
32
questionar a sua estrutura e o seu arcabouço teórico - a teoria neoclássica,
que postula que os salários são função da produtividade, havendo, portanto,
relação direta entre educação (que contribui para o aumento da produtividade)
e renda do trabalho. O segundo, comporta aquelas críticas referentes à
estrutura teórica do capital humano, e têm como referencial a teoria marxista.
I - Críticas pontuais
Este bloco engloba críticas referentes ao conceito de capital
humano e aos problemas de avaliação da educação, embora reconheça a
validade da tese defendida pela teoria do capital humano, isto é, maior
educação corresponde a maior renda.
Shaffer (1961) sustenta que é em geral desaconselhável tratar o
homem como capital humano, corroborando com aqueles que acreditam que é
moralmente errado aplicar-se os conceitos de investimento e de capital às
pessoas. Além disso, demonstra sua preocupação de utilização inadequada
desse conceito nas decisões políticas para o setor educacional.
O conceito de educação como investimento, defendido pela teoria
do capital humano, também é questionado. Quando é que as despesas com
educação se caracterizam como destinadas ao consumo e quando é que elas
se classificam como destinadas à produção de capacitações (investimento)?
Os críticos afirmam que é impossível proceder-se a tal distinção, e afirmam
que os custos educacionais são tão-somente despesas de consumo. Tal
assertiva baseia-se em dois fatos: o primeiro é o de que a maioria dos
estudantes freqüenta escolas públicas; o segundo, relaciona-se com a
obrigatoriedade da educação até uma certa idade.
Schultz, que defende os custos educacionais enquanto
investimento, rebate essa posição argumentando que estes fatos não são
relevantes para distinguir a natureza das despesas com educação pois:
(...) se a educação fosse integralmente gratuita, uma pessoa com
toda a probabilidade a consumiria até que estivesse saciada e "investiria" nela
até que não mais aumentasse os seus futuros ganhos. Se uma parte das
despesas educacionais fosse suportada pelos cofres públicos, os custos
privados diretos de educação seriam, sem dúvida, menos do que os custos
totais com a educação, e à medida que a educação incrementa os rendimentos
futuros do estudante, sua taxa privada de rendimento em relação ao que
gastara com a educação seria mais alta do que a taxa de rendimento em
relação aos gastos totais educacionais que entrassem nesta parte de sua
educação. Desta forma, os incentivos privados para consumir e para investir na
educação são afetados pelas despesas públicas educacionais, mas o fato de
haver tais despesas públicas não tem qualquer ressonância na questão de
saber-se se a educação é consumo ou produção de capacitações. (Schultz,
1973, p.56)
33
Embora Shaffer seja claro ao reconhecer os efeitos positivos da
educação sobre os futuros rendimentos dos estudantes, acredita que não
existe motivação econômica dos estudantes e dos seus pais para investirem
em educação. Estes, segundo Shaffer, são fortemente motivados como
consumidores habituais da educação e não tem motivação alguma como
investidores na educação.
Mas será que não haverá motivações econômicas de nenhuma
espécie no caso, por exemplo, de estudantes de medicina, direito, entre outros,
para investirem em cada uma dessas capacitações particulares, com vistas
aos incrementos nos seus rendimentos futuros? Para os seguidores da teoria
do capital humano, a perspectiva de rendimentos futuros de maior escala
desempenha uma forte motivação nessas situações. Ademais, Schultz afirma
que a decisão de estudar, seja na perspectiva de consumo seja de
investimento, é afetada pela quantia e natureza dos gastos públicos efetuados
com a educação. Portanto, qualquer tentativa de explicar o comportamento dos
agentes em relação a educação nos "leva para além da área convencional em
que se realizam os cálculos econômicos privados por parte das pessoas".
(Idem, p.57) .
Outro ponto relevante formulado por Shaffer diz respeito à
dificuldade de identificar e medir o aumento dos rendimentos que se associam
com educação, posto que este é influenciado também pelas diferenças em
capacidades inatas, raça, tipo de emprego e estrutura familiar.
Outra crítica refere-se à utilização política da teoria do capital
humano. Shaffer argumenta que o conhecimento acerca dos efeitos da
educação sobre os rendimentos futuros seria mal utilizado uma vez que as
decisões políticas acerca da educação privilegiariam o aspecto econômico, em
detrimento de importantes contribuições culturais da educação.
Especificamente, a apreensão dos críticos do capital humano é a de que a
sociedade acabasse por negar educação àqueles grupos sociais cujo
investimento educacional apresentasse menor taxa de retorno, como o caso de
mulheres, negros, etc., quando a direção cor-reta seria a de aumentar os
gastos de educação voltados para atender esses grupos.
Esta apreensão é rebatida pelos adeptos da teoria do capital
humano com os seguintes argumentos : em primeiro lugar, os estudos que
mostram que o retorno da educação, em termos de rendimentos do trabalho, é
maior para os brancos que para os negros, apresentam deficiências
metodológicas - baseiam-se em médias nacionais, não fazem quaisquer
ajustamentos para os efeitos do tamanho da cidade, para as diferentes taxas
de desemprego, para a qualidade da educação, discriminação racial, entre
outros. Em segundo lugar, os rendimentos futuros proporcionados pela
educação não devem ser a base exclusiva para a alocação de recursos
públicos. Por fim, é absolutamente adequado que as pessoas, ao tomar sua
decisão de investir na educação, levem em consideração suas contribuições
culturais e seu impacto sobre os rendimentos futuros.
34
As proposições em que Wiseman fundamenta sua critica baseiam-
se no corpo teórico tradicional da ciência econômica e na concepção
humanista de que a economia não pode repousar-se na visão em que a vida é
considerada como um balanço comercial e, assim, ser valorada apenas a partir
do binômio carência-satisfação, "porque nós, na verdade, não tomamos as
nossas necessidades como algo final.... O homem, num sentido real, cria os
valores" (1965, p.5).
Wiseman também afirma que as capacitações técnicas adquiridas
que aumentam os futuros rendimentos pessoais não têm quaisquer
significações financeiras à medida em que a educação muda as atitudes, os
padrões de expectativas e de preferências. Portanto, Wisemam se preocupa
fundamentalmente com o problema da avaliação implícita da educação e de
suas conseqüências, o que, certamente, está ausente no ambiente analítico
dos teóricos do capital humano.
O tratamento dado por Wiseman ao problema da avaliação da
educação é falho e não fornece qualquer elemento que demonstre o impacto
da mudança de atitudes e hábitos gerados pela educação no bem-estar dos
indivíduos, por exemplo: qual a importância de se transformar beatlemaníacos
em amantes da música de Bach?
Além disso, a assertiva de que maior nível educacional não tem
significação financeira, não se sustenta quando colocada sob uma prova
empírica. Por exemplo, quando o mercado de capitais fornece empréstimos
pessoais faz nitidamente a distinção entre médicos, advogados e engenheiros
com boas situações de emprego, por um lado, e trabalhadores braçais, com
baixa escolaridade, sem qualificações com os seus empregos, por outro.
Michael Lynch (1967) mostrou que o quantitativo financeiro legalmente
adjudicado nos seguros de vida é ordenado em função dos rendimentos atuais
do segurado e da perspectiva de elevação dos rendimentos pessoais.
II - CRÍTICA MARXISTA
A teoria do capital humano incorporou fundamentais insights não
aproveitados pelas versões iniciais da teoria neoclássica, afirmam os
marxistas. Em primeiro lugar, retomou a tradição Ricardiana de tratar o
trabalho como um produto do meio de produção. Em segundo lugar, rejeitou a
simplista assunção de trabalho homogêneo e concentrou sua atenção na
diferenciação da força de trabalho. Em terceiro lugar, trouxe para o interior da
análise econômica as instituições sociais básicas (como a educação e a
família), preliminarmente relegadas para a esfera cultural.
Além disso, o trabalho desaparece como categoria analítica
fundamental, e é absorvido no interior do conceito de capital, o qual vem
adornar o título da especial característica do trabalhador. Assim, para os
marxistas a teoria do capital humano é um passo certo para a eliminação de
classe social como conceito econômico.
35
A teoria neoclássica tem-se movido no sentido de atribuir o
controle dos fatores de produção para determinados grupos e de considerar a
livre mobilidade dos fatores de produção e, que a remuneração é função da
produtividade.
Esses pressupostos neoclássicos, segundo Bowles e Gintis (1975),
têm induzido a teoria do capital humano a erros substanciais, tanto no que diz
respeito à pesquisa empírica quanto como guia para as políticas públicas. As
credenciais educacionais têm uma importante função, mas o sistema escolar
não pode ser reduzido a uma atividade economicamente relevante para
seleção e qualificação de mão-de-obra, afirmam os marxistas.
Para os marxistas, as habilidades estão relacionadas e são
determinadas pelas condições de existência humana. Ademais, a teoria do
capital humano, ao restringir sua análise em preferências individuais definidas
exogenamente, em habilidades individuais e em alternativas de produção
tecnológica, formalmente, excluiu a relevância do conceito de classe social e
de conflito de classe para explicar o fenômeno do mercado de trabalho.
O capitalismo é um sistema no qual o meio de produção é
propriedade de uma pequena minoria. A massa de indivíduos que não detém o
controle dos recursos produtivos, é forçada a vender sua força de trabalho para
sobreviver. Educação, treinamento profissional, saúde, desempenham duas
funções econômicas: têm um papel importante, ainda que indireto, na
produção e são essenciais para a perpetuação da ordem econômica e social.
Esse processo não pode ser compreendido sem a referência aos
requerimentos sociais necessários para a reprodução da estrutura de classe
vigente no capitalismo. Assim, uma adequada teoria de recursos humanos
deveria abranger tanto a teoria de produção como a de reprodução social.
A teoria do capital humano não contempla uma teoria de
reprodução e grande parte da teoria da produção apresentada abstrai-se da
relação social de produção em favor da relação tecnológica. A abordagem
falha das relações sociais impede um aprofundamento da teoria da
reprodução, resultando em um tratamento deficiente da demanda por capital
humano pelas firmas, da oferta de capital humano, e da interpretação teórica
das taxas de retorno do capital humano.
Os marxistas rejeitam a noção neoclássica da firma como uma
"caixa preta" em cujo interior o trabalho é o principal interesse. A firma tem
uma dimensão sócio- política, posto que, por um lado temos a transformação
de matérias primas em produtos e por outro a trans-missão de habilidades e
tipos de conhecimento de um trabalhador para outro, alterando habilidades e
conhecimentos.
O tratamento neoclássico das alterações na remuneração do
trabalho com base em mudanças no mercado, ou seja, exógenas à firma,
conduz a um grave erro ao abstrair um elemento essencial da organização
capitalista: o poder do capitalista sobre o trabalhador.
36
Para os marxistas, a performance produtiva da força de trabalho
não é decorrente do seu nível de escolaridade, e sim das condições
tecnológicas e da organização do processo de produção.
A organização social da produção, por sua vez, reflete em larga
medida o interesse do capitalista em incentivar e controlar os mecanismos
através dos quais extrai o máximo de trabalho dos trabalhadores com o mais
baixo salário possível, e em prevenir a formação de coalizões de trabalhadores
que podem opor-se ao seu poder.
Os mecanismos naturalmente adotados pelo capitalista para
incentivar o processo de produção e para controlar os tipos potenciais de
organização dos trabalhadores dependem do seu domínio e controle da
estrutura da empresa.
Assim, os atributos dos trabalhadores que são avaliados pelo
capitalista e que se constituem no seu "capital humano", não se restringem às
suas habilidades técnicas e abstratas capacidades produtivas, como defendem
os teóricos do capital humano. Em particular, os atributos como raça, sexo,
idade, etnia, e credenciais formais, freqüentemente considerados como
irrelevantes pelos defensores do capital humano, são, de fato, as variáveis
determinantes no processo de seleção de trabalhadores pelos capitalistas, as
quais são utilizadas para fragmentar a força de trabalho e reduzir a formação
de coalizão potencial entre trabalhadores.
A decisão de contratação de trabalhadores, a definição da
estrutura de remuneração e de produtividade do trabalhador não podem ser
derivadas do mercado mediante a combinação de habilidades no uso das
técnicas definidas e requeridas pela produção. São, segundo os marxistas,
derivadas da disputa de distribuição de poder entre as classes.
De acordo com a teoria do capital humano, os indivíduos
manifestam uma particular subjetividade para avaliar suas preferências no
tocante a escolha de uma profissão, e o fazem a partir de uma avaliação dos
seus retornos pecuniários e dos requerimentos de escolarização. A partir
dessa avaliação os indivíduos decidem se vão investir em seu
desenvolvimento pessoal.
Nessa perspectiva, a oferta de capital humano é a simples
agregação de decisões racionais e a demanda por serviços educacionais é
derivada da demanda individual por capital humano. Os ser-viços
educacionais, por sua vez, tratam o trabalho como "produzido pelos meios de
produção", e o estágio de desenvolvimento da educação é produto das
escolhas individuais, as quais são influenciadas pela tecnologia de produção e
pela oferta de recursos. Além disso, a decisão de investimento no
desenvolvimento pessoal, é descrita como produto de escolha individual ou
familiar, limitado apenas por algumas habilidades, como o acesso ao ensino
tecnológico e a disponibilidade de recursos financeiros.
37
Não há dúvidas que a educação é em parte organizada para
produzir trabalhadores treinados para atender a demanda dos empregadores.
De fato, há fortes evidências de que a escola produz os trabalhadores mais
preparados para a estrutura de produção capitalista.
Entretanto, o sistema educacional, segundo Bowles e Gintis
(1975), pode realizar muito mais que produzir capital humano, que impede o
desenvolvimento de consciência de classe, e legitima a desigualdade
econômica ao permitir e ter como objetivo o mecanismo meritocrático de
referendar a posição ocupacional de um indivíduo.
Portanto, os marxistas rejeitam a utilização do modelo de escolhas
individuais como a base para a teoria da oferta de serviços educacionais. Não
pelo fato de que os indivíduos e familiares não sabem fazer escolhas
educacionais adequadas, como afirma a teoria do capital humano. Mas, sim
pelo fato de este modelo ser superficial e insuficiente para responder à questão
central que deve nortear a oferta dos serviços educacionais: Qual o tipo de
escolas que queremos? E qual a quantidade de escolarização que queremos?
Além dessas críticas, os marxistas apresentam duas outras razões
para a oferta educacional não se basear nos retornos e custos do capital
humano. Em primeiro lugar, as habilidades, que determinam a
heterogeneidade da força de trabalho, não podem ser tratadas a partir de um
enfoque exclusivamente econômico. Não é adequado reduzi-las a uma simples
mensuração de "capital humano". As diferentes habilidades e heterogeneidade
da força de trabalho decorrem dos traços familiares, da raça, sexo, do
processo de ensino, do curriculum, enfim das relações de produção nas quais
o indivíduo está inserido.
Em segundo lugar, a justificativa para o uso da expressão "capital
humano" está relacionado com o fato de que habilidade é um pré-requisito para
um futuro melhor. Este conceito de capital, oriundo da tradição clássica,
engloba dois aspectos: a exigência do futuro melhor e a propriedade e controle
sobre os meios de produção. Nesta perspectiva, todo trabalhador é agora um
capitalista. Educação, neste contexto, não pode ser chamada de capital, posto
que não proporciona aos trabalhadores educados nenhum controle sobre os
meios de produção, muito pelo contrário, estes são destituídos de qualquer
propriedade.
Por que a taxa de retorno do investimento em educação é positiva?
Quais são as explicações do modelo de taxa de retorno? A teoria do capital
humano fornece uma explicação superficial para estas questões, utilizando-se
de aspectos da oferta e da demanda por mão-de-obra. Na tentativa de
aprofundar sua análise adota alguns pressupostos, tais como: a escolarização
aumenta a produtividade do trabalhador ao incrementar suas capacidades
natas e ao ensinar diferentes habilidades.
A conclusão de diversos estudos realizados tanto por sociólogos,
como por economistas, pedagogos, entre outros pesquisadores, é a de que a
38
forte correlação positiva entre renda e educação independe do aumento de
habilidade cognitiva dos estudantes, que, supostamente, é o que as escolas
produzem. Assim, estaria quebrado o elo da cadeia de raciocínio da teoria do
capital humano, e deflagrado o debate entre os pesquisadores acerca do que
as escolas produzem (além de habilidade cognitiva) que tende a influir
positivamente nos rendimentos futuros dos estudantes. Daí surgem teorias que
afirmam que as escolas produzem ou credenciais, ou um certo tipo de socia-
lização ou uma espécie de sinal (de persistência, determinação, etc.).
Passamos, em seguida, a considerar rapidamente algumas dessas
teorias.
A teoria da socialização afirma que algumas pessoas são
socializadas, sobretudo na escola, para virem a ser trabalhadores que se
comportem com um alto grau de conformismo, que estejam dispostas a
sempre aceitar e cumprir ordens, que cheguem com pontualidade ao trabalho,
que saibam quando falar e quando calar, etc. Em contraste, outras pessoas
são educadas para tomar decisões, ser bastante independentes e criativas,
sempre ponderar diferentes alternativas quando diante de um problema, etc.
Assim, as escolas seriam mais uma espécie de agência de
socialização – preparando as pessoas de diferentes origens para o
desempenho de distintos papéis na vida – do que um lugar onde se
desenvolveriam as habilidades cognitivas dos estudantes. Isso leva os adeptos
da teoria da socialização a concluir que as variáveis não cognitivas associadas
à experiência escolar de cada um são mais importantes que os fatores
cognitivos, ou ligados a " habilidade", que o sistema educacional supostamente
teria a finalidade de produzir.
Ainda, outro ponto de vista, defendido principalmente por
sociólogos, afirma - na sua versão mais radical – que as escolas não servem
para nada além de fornecer credenciais. Esta posição, rotulada de
"credencialista", defende que as escolas oferecem credenciais que tornam
mais simples a tarefa dos empregadores na seleção de seus empregados.
Vale a pena distinguir dois grupos principais dentro dessa corrente:
a. aqueles que dizem que a única função das escolas é
"selecionar" estudantes de acordo com o background familiar, status
sócio-econômico e outras características individuais, sem que nenhuma
socialização ocorra. Além disso, o sistema educacional reforçaria as
características originais dos estudantes, tornando a tarefa de estratificá-
los por grupos ainda mais fácil.
b. Outros afirmam que as escolas não só " selecionam"
mas também socializam. O estudante seria escolhido de acordo com
seu background, características familiares, etc., e na escola adquiriria
alguma experiência e seria socializado para certo tipo de atividade
futura. Experiência e socialização seriam determinadas em função das
características
39
Os marxistas reconhecem que o aumento da escolarização da
força de trabalho contribui para aumentar a sua produtividade, mas não pelo
fato de proporcionar maior habilidade ao trabalhador, mas sim devido ao fato
de:
1. fornecer credenciais que facilitam a supervisão
autoritária, ou seja, a escola molda o indivíduo para a disciplina,
perseverança, respeito à estrutura hierárquica, entre outros, que tornam
o indivíduo que estudou preparado para se submeter às normas de
conduta e comportamento exigidos pela empresa capitalista;
2. a escolarização aumenta o leque de opções do
empregador para a escolha de seus empregados, oportunizando a este
(empregador) adotar critérios de seleção que leve em conta o aspecto
motivacional que mais se aproxima da estrutura e mecanismos de
incentivo da empresa;
3. o indivíduo com maior grau de escolaridade, ao
receber melhor nível de remuneração, acaba gerando uma
segmentação de trabalhadores segundo renda e status, que impede a
formação de coalizões de trabalhadores contra o poder do capitalista.
Em resumo, as críticas dos marxistas à teoria do capital humano
podem ser agrupadas em três áreas: contabilidade do desenvolvimento,
distribuição de renda e políticas públicas.
Em relação à contabilização do desenvolvimento, cabe destacar o
seguinte argumento dos marxistas: para a teoria do capital humano todos os
fatores podem contribuir para o crescimento econômico, e, uma vez superados
os problemas tecnológicos, esta contribuição pode ser numericamente
mensurada . Assim, as pesquisas baseadas na teoria do capital humano
defendem que é possível determinar a contribuição exata dos investimentos
em recursos humanos para o crescimento.
Os marxistas questionam este procedimento argumentando que é
mister explicitar como as variações no nível de investimento afetam o nível de
outputs e as taxas de crescimento, mas também como a estrutura de formação
do capital humano afeta a relação social de produção e a evolução das
relações de classe.
A educação pode contribuir positiva ou negativamente para o
crescimento econômico, dependendo do que se considera como qualidade do
trabalhador: se é uma função dependente da extensão e reprodução do
sistema de remuneração do trabalho, isto é, função de sua produtividade; ou é
a sua capacidade para alterar a taxa de acumulação de capital. A medida que
o aumento da escolarização pode levar a maior consciência de classe e
fortalecer a organização de trabalhadores, a sua contribuição para o
crescimento capitalista pode resultar em balanço negativo.
40
A análise da teoria do capital humano sobre a distribuição de renda
tem como pressuposto que renda representa o retorno das habilidades que o
indivíduo detém. A desigualdade de renda pessoal ou familiar pode ser
calculada a partir da decomposição dos retornos dos fatores. Assim, é possível
mensurar alteração na distribuição de renda, a partir de mudanças na dotação
de educação, por exemplo.
Os marxistas consideram esta metodologia bastante débil. Em
primeiro lugar pelo fato de que os teóricos do capital humano tratam a
distribuição de renda como sendo determinada apenas pelas condições da
oferta de mão-de-obra.; as condições da demanda são tratadas com elevado
grau de abstração e de maneira imprópria. Em segundo lugar, ignora os
aspectos macroeconômicos, referentes à estrutura de mercado, mudança
tecnológica, dualismo econômico, e outros aspectos centrais para a
compreensão da distribuição de renda. Por último, e o mais grave, é o
pressuposto ingênuo de que o processo de exploração é tratado como
categoria regular e normal.
Para os teóricos do capital humano a desigualdade de renda é
decorrente das diferenças de recursos humanos Os marxistas contra-
argumentam afirmando que a diferença de recursos humanos facilita a escolha
de indivíduos para assumirem determinadas posições de destaque econômico,
mas, não determina a estrutura da distribuição de renda, que é determinada
pelas características estruturais da economia capitalista.
Além disso, os teóricos do capital humano não levaram em conta,
no seu modelo de relação entre educação e distribuição de renda, um aspecto
central relativo ao papel e função do sistema escolar na legitimação das
desigualdades econômicas.
Assim, é ilógico supor que redução nas desigualdades de
distribuição de educação leve rapidamente à redução nas desigualdades de
renda. Mudanças na distribuição de recursos humanos certamente estão mais
bem associadas com mudanças no processo de ensino, e não com relação
entre anos de escolaridade e renda individual. Sem dúvida, que melhor
equalização da educação reduz a desigualdade econômica, mas, não
diretamente, e sim de forma indireta, ao contribuir para que os indivíduos
passem a questionar a legitimidade da desigualdade, ou seja ganhar
consciência de classe e se organizar, impulsionando, dessa forma a
reorganização econômica das empresas de modo a contemplar mecanismos
voltados para administrar os conflitos de classe.
Quanto à questão de alocação dos recursos públicos, os marxistas
consideram a contribuição da teoria do capital humano extremamente
perversa, particularmente, quando aplicada à educação.
Os pressupostos da teoria do capital humano abarcam e reforçam
um dos muitos defeitos do processo de análise dos gastos públicos: a análise
custo/benefício, que considera as preferências dos indivíduos como sendo
41
determinadas exogenamente e que o sistema educacional per si é a instituição
aparelhada para alterar as preferências e o destino econômico dos indivíduos.
Os retornos econômicos da educação com base na tradicional
análise de custo/benefício possui pouca lógica e força convincente, posto que
não considera impactos de outros aspectos relevantes da vida do indivíduo,
tais como, personalidade, consciência de classe, status familiar, etc.
O uso do conceito de capital humano propicia uma visão parcial da
produção e reprodução social que ocorre no processo de educação. Por
exemplo, a natureza repressiva da escola, com pouca contribuição para o
desenvolvimento da consciência humana, é parte integrante da produção de
uma força de trabalho disciplinada e está diretamente relacionada com a
reprodução social. A perpetuação do preconceito racial, sexual e o elitismo das
escolas não podem ser considerados como uma condução exemplar ou neutra
como afirmam os teóricos do capital humano.
Para os marxistas, a teoria do capital humano, baseada no
arcabouço teórico da economia neoclássica, ao adotar como fatores
explicativos da miséria e da pobreza as preferências e habilidades do
indivíduo, acaba por ser um forte defensora da manutenção do status quo e da
exclusão social.
Finalizando, apresentamos um sumário do que se discutiu neste
trabalho, acompanhado de alguns comentários relacionados ao assunto, mas
que não se constituem necessariamente em conclusões deste artigo.
Preocupamo-nos em resenhar, de forma breve, a literatura do
capital humano, listando várias objeções que se lhe fazem. Não o fize-mos,
porém, com a intenção de sermos exaustivos, mas antes com a intenção de
alcançarmos um objetivo duplo: limitamo-nos àquelas relacionadas aos
conceitos de capital humano e avaliação da decisão de investimento em
educação, mas que preservam a estrutura neo-clássica sobre a qual a teoria
do capital humano foi construída e, ao mesmo tempo, mostramos o caminho
percorrido pelos marxistas na sua crítica à teoria do capital humano.
Assim, para citarmos apenas alguns exemplos de crítica, atacou-se
a suposta relação entre decisões deliberadas de investimento em capital
humano, produtividade e rendimentos; criticou-se o uso da taxa de retorno a
investimentos em autovalorização do indivíduo, seja por falhas no modelo, seja
pela discutível relevância desse conceito para a tomada de decisões com
relação a investimento em educação; apontou-se o fato de que a interação
entre educação e status sócio-econômico é muito grande; considerou-se os
argumentos que mostram que a escola não gera meramente um produto
cognitivo, mas, também, e talvez principalmente, diferentes tipos de
socialização e credenciais que influenciam decisivamente os rendimentos
futuros dos estudantes; ademais as escolas não só selecionam como também
filtram estudantes de acordo com o seu background familiar, status econômico
e outras características pessoais, como também conferem, "sinais" que são
42
úteis para a tarefa dos empregadores, no mercado de trabalho, ao
selecionarem, promoverem e despedirem empregados.
A teoria do capital humano, ao considerar apenas as carac-
terísticas da oferta de mão-de-obra, especialmente, os "defeitos dos
trabalhadores", normalmente sugere políticas que não exigem nem mudanças
estruturais nem esforços de financiamento que recaiam com mais peso em
algum dado segmento da sociedade, tais como – mais educação, mais
escolas, mais programas de treinamento e aperfeiçoamento da mão-de-obra.
Além disso, contam com o apoio adicional devido ao fácil consenso que se
pode conseguir em torno da idéia de que "educação é bom" e de que
"educação é o mais eficaz instrumento de mobilidade social ascendente".
De outro lado, temos as teorias de base marxista (teoria da
segmentação, credencialista, sinalização, etc.) que apesar de não negar expli-
citamente a importância da educação como meio de ascender-se socialmente,
desmistificam o poder das políticas parciais, que só afetam a oferta de vagas
nas escolas e a quantidade de treinamento oferecido, mostrando a
necessidade de se considerar todo o sistema econômico, apontando,
particularmente, para o fato de que os salários têm mais a ver com os tipos de
empregos a que se tem acesso – e com as formas de organização do trabalho
nas fábricas – que com as características do trabalhador. Daí, as proposições
de política dessa teoria terem que atacar as barreiras concretas à mobilidade
ocupacional e as formas de organização do trabalho que separam, às vezes
por mais de uma geração, aqueles que tem acesso aos bons e maus
empregos, tais como: acesso diferenciado ao crédito, à educação de níveis
mais altos, às conquistas sociais do tipo habitação, estabilidade no trabalho,
seguro-desemprego, participação nos lucros e na gestão das empresas,
previdência social em geral, etc. Assim, as políticas derivadas da teoria
marxista no âmbito da distribuição de renda afetam estruturas que as
orientações da teoria do capital humano – baseadas na idéia da equalização
das oportunidades educacionais – nem de longe arranham.
43
escolhido. Facape (2007), ainda divide a segmentação de mercado em:
Segmentação Geográfica (países, estados, cidades, bairros, ruas); Segmentação
Demográfica (idade, sexo, tamanho da família); Segmentação Psicográfica (classe
social, etilo de vida, personalidade); Segmentação Por Conduta (conhecimento,
atitudes, costumes); Segmentação Por Volume (pequenos, médios e grandes) e
Segmentação Por MIX de Marketing (mercados que respondem aos diferentes
fatores de marketing, como preço, praça, propaganda ou tipo de produto).
Dornelas (2007), explica que um segmento de mercado possui indivíduos que tem
a mesma necessidade comum. Ao agrupar esses indivíduos (clientes), fica mais
fácil satisfazer suas necessidades.
44
fazem com o produto); Embalagem (a embalagem vai alem das caixas de papel ou
plástico, engloba também a propaganda, promoções e pós-venda); Preço
(diferentes segmentos estão dispostos a pagar preços diferentes por produtos e
obter certo nível de qualidade, outras vantagem como acordo de troca da
mercadoria também influenciam na compra); Praça (onde e como o cliente
encontrará o produto, pode ser em grandes lojas atingindo grande quantidade de
cliente ou em lojas de bairro com um publico mais restrito, alem de lojas on-line).
Dornelas (2007) conclui que para satisfazer plenamente seu cliente, a organização
deve saber exatamente o que seu cliente está procurando, o que eles consideram
importante, o que os motiva a comprar determinadas marcas e outras não, que
critérios usam na hora de escolher um produto. Respondendo essas perguntas a
empresa encontrará o melhor ponto de vista sobre o produto, podendo realizar
mudanças se necessário.
45
Desemprego. A taxa natural de desemprego. Tipos de desemprego e suas
causas.
Desemprego estrutural
46
O crescimento econômico, ou melhor, a ausência dele, tem sido apontado como o
principal fator para os altos níveis de desemprego no Brasil. Naturalmente, se
conseguíssemos manter altas taxas de crescimento econômico, o país sanearia o
problema do desemprego conjuntural. Contudo, o desemprego estrutural, aquele
em que a vaga do trabalhador foi substituída por máquinas ou processos
produtivos mais modernos, não se resolve apenas pelo crescimento econômico.
Aquele trabalho executado por dezenas de trabalhadores até o início dos anos 80
agora só necessita de um operador, ou, em outras palavras, dezenas de
empregos transformaram-se em apenas um. É claro que se a economia estiver
aquecida será mais fácil para estes trabalhadores encontrarem outros postos de
trabalho. É comum associar o desemprego estrutural ao setor industrial. Este setor
deixa mais evidente a perda de postos de trabalho para máquinas ou novos
processos de produção, porém isto ocorre também na agricultura e no setor de
prestação de serviços. Em muitos lugares, inclusive no Brasil, culpa-se a
tecnologia, que estaria roubando empregos e condenando os trabalhadores à
indigência. Não há dúvida de que a tecnologia participa do processo, mas é um
equívoco condená-la como a vilã do desemprego estrutural. A invenção do tear
mecânico, da máquina a vapor ou do arado de ferro foram marcos que resultaram
em um aumento significativo da produtividade e conseqüente redução de custos,
permitindo a entrada de um enorme contingente de excluídos no mercado
consumidor. Da mesma forma que sentimos hoje, o emprego sofreu impacto
destes inventos há 150 anos atrás.
Desemprego conjuntural
Desemprego friccional
47
Salário eficiência e modelos de procura de emprego.
48
O modelo assume uma quantidade fixa de trabalhadores idênticos cuja utilidade é
U = (w − e), com w representando a taxa de salário e o esforço. A escolha dos
trabalhadores em relação ao esforço é restrita a dois valores: e =0(shirker) e e > 0
(non-shirker).
Um país não pode diminuir sua taxa de juros devido a que está em processo de
desaquecimento porque uma medida como essa pode provocar uma fuga de
capitais que acaba comprometendo seu equilíbrio externo e desacelerando ainda
mais o ciclo conjuntural. Os gastos públicos e seus déficits são permanentemente
monitorados pelos agentes financeiros internacionais e constituem um motivo de
desconfiança nas suas decisões sobre alocação de recursos financeiros.
49
como já mencionamos, os problemas do mercado de trabalho eram gerados por
restrições oriundas desses próprios mercados. Assim, a elevação das taxas de
desemprego no mundo a partir de meados dos anos 70 tinham que ser reduzidas
por meio de medidas que tinham como espaço de atuação o próprio mercado de
trabalho. Lembremos que esta é uma diferença abismal com respeito ao modelo
keynesiano, que sustentava que as variáveis do mercado de trabalho tinham que
ser administradas mediante instrumentos de política macroeconômica e não
através de políticas direcionadas ao próprio mercado de trabalho. Por outra parte,
não obstante o processo de internacionalização, os mercados de trabalho
continuavam sendo um espaço regulado dentro do antigo Estado-Nação, fato que
possibilitava a intervenção estatal.
b) A Alternativa Social-Democrata
Uma versão mais “à esquerda” do novo paradigma foi adotado na Europa
Continental e poderíamos denominar de versão “social-democrata” do
pensamento hegemônico. A essência da argumentação coincidia com o modelo
clássico: a intervenção para reduzir o desemprego tinha que se centrar no
mercado de trabalho, as políticas keynesianas eram alternativas que geravam
poucos ganhos em termos de oferta de novos empregos e tinham elevados custos
em termos de inflação e desequilíbrios.
50
uma série de medidas que se convencionou em denominar de Políticas de
Emprego e que será o nosso tema de análise na próxima Seção.
Políticas de Emprego
Definição
Em princípio, o termo de Políticas de Emprego parece muito abrangente e nele
poderiam ser incluídas desde as políticas macroeconômicas do tipo keynesiano,
visto que as mesmas objetivariam a elevação da oferta de empregos, até
mudanças na legislação trabalhista, se esta for identificada como sendo um
obstáculo para a abertura de novas vagas.
Classificação
As Políticas de Emprego se dividem entre as Políticas Passivas e as Ativas.
Políticas Passivas
As Políticas de Emprego denominadas de passivas englobam aquelas ações que
tendem a tornar mais “tolerável” a condição de desempregado (mediante uma
transferência monetária a todo trabalhador desempregado, por exemplo) ou a
reduzir a oferta de trabalho
(mediante a aposentadoria precoce, dentre outras)
a) O Seguro-Desemprego
A Política de Emprego Passiva mais importante é o seguro-desemprego.
Classificamos como mais importante em termos de recursos. Tanto no Brasil como
nos países da OCDE, os benefícios financeiros aos assalariados desempregados
são os que monopolizam a maior parte dos recursos destinados às Políticas de
51
Emprego. Em países como a Finlândia ou a Holanda, por exemplo, as
transferências aos trabalhadores desempregados chegam a superar 3% do PIB.
Esta é uma típica herança das políticas que integraram o Welfare-State clássico e
que se consolidou depois da Segunda Guerra nos países desenvolvidos. A lógica
é mais ou menos a seguinte. O desempregado não está nessa condição porque é
seu desejo senão porque a economia (a sociedade, em realidade) é incapaz de
oferecer-lhe um posto de trabalho. Nessas circunstâncias, para atenuar sua falta
de renda, a sociedade deve outorgar-lhe um benefício no período de transição
entre um emprego e outro. Justamente, aqui está uma das fraquezas e limitações
do seguro-desemprego. Ele foi criado e estendido em um contexto histórico no
qual o pleno emprego era a norma. O desemprego ou era oriundo de um problema
muito circunscrito (uma firma faliu, por exemplo) ou era circunstancial, queda no
nível de atividade que os gestores de política econômica rapidamente iriam
reverter.
c) Aposentadoria Precoce
Esta possibilidade das Políticas de Emprego Passivas tem certa relação com as
ativas e, nesse sentido, ficará mais clara quando analisarmos estas últimas.
Contudo, é intuitivo perceber que, em certas ocasiões, um indivíduo, pela sua
idade e formação, pode ter sérias dificuldades para reinserir-se, como ocupado, no
mercado de trabalho. Nessas circunstâncias, adiantar sua aposentadoria pode ser
52
menos oneroso que pagar o seguro-desemprego por longos períodos,
especialmente quando esse benefício está articulado com formação ou
reciclagem.
Em certas regiões dos países mais desenvolvidos, muito penalizadas pela
reconversão produtiva que afetava parcelas importantes da população que por
muitos anos tinham trabalhado em um setor agora em crise, adiantar a
aposentadoria podia ser uma medida eficaz para reduzir as despesas públicas e
diminuir o desemprego.
Portanto, não abordaremos os aspectos de migração, uma vez que fogem aos
objetivos que nos propusemos no presente texto.
Políticas Ativas
As Políticas Ativas englobam uma série de ações que tendem a elevar o nivel de
emprego, geralmente atuando sobre o contingente de trabalhadores. Vamos a
analisar as principais.
a)Formação Profissional
Esta talvez seja a Política Ativa mais popular, tanto no Brasil como nos países
mais desenvolvidos. É uma Política Ativa dado que se parte da suposição que ao
elevar a qualificação ou formação de um indivíduo aumentam suas chances de
encontrar emprego (se estava desempregado) ou de não perder o que já possui
(se estava empregado).
b)Intermediação
53
Este tipo de ação engloba uma série de atividades que visam um ajuste entre a
oferta e demanda de trabalho mais fluido. Entre essas atividades podemos
mencionar o levantamento das vagas oferecidas pelas firmas (faixa etária
requerida, perfil educacional e de qualificação, salário, perspectivas profissionais,
etc.) e as características dos indivíduos que procuram emprego (também faixa
etária, qualificação, etc.).
Gerenciar esse banco de dados e por em contato a oferta e demanda pode reduzir
o desemprego, dado que torna mais rápida a compatibilização entre os recursos
humanos requeridos pelas firmas e as aspirações e possibilidades dos indivíduos
que procuram emprego.
54
d)Subsídios à Contratação de uma Determinada População Alvo
Uma medida muito utilizada em certos países Europeus e que é classificada como
uma Política de Emprego Ativa tem como característica os subsídios (de forma
direta ou indireta) à contratação de um grupo populacional com particulares
problemas de desemprego. Imaginemos, por exemplo, que o diagnóstico do
mercado de trabalho de uma determinada região ou país estabeleceu que os
jovens sem experiência nem qualificação têm sérias dificuldades em encontrar
emprego. Nesse caso, o governo pode induzir às firmas a contratarem jovens sem
experiência e com pouca escolaridade mediante a redução dos encargos sociais
(o INSS, por exemplo). Ou seja, através do sistema tributário ou as contribuições
sociais, visa-se tornar mais “atraente” a contratação de indivíduos de um
determinado grupo social. Em certos casos, essa estratégia de incentivo a certas
contratações pode apelar a outras medidas, que não os subsídios. Por exemplo,
ter salário mínimos específicos (menores que o normal) para certos segmentos da
população.
A análise das Políticas de Emprego pode ser feita sob diversos ângulos. Vamos
explorar vários deles. O primeiro, talvez a dimensão mais abstrata, está vinculado
ao status que o marco analítico outorga ao mercado de trabalho. Se o arcabouço
teórico é keynesiano, as Políticas de Emprego certamente não ocuparão um lugar
central na estratégia para reduzir o desemprego. Nesse caso, o debate terá como
eixo o crescimento econômico ou o desenvolvimento do país.
Esse tipo de discussão ainda que possa ter um certo ranço academicista,
certamente está estreitamente ligado ao desenho de políticas. Em certa ocasião, o
então Ministro de Trabalho, Edward Amadeo, afirmou que o problema do
desemprego no Brasil era de “empregabilidade”, ou seja, os desocupados não
55
encontravam emprego porque não tinham os requisitos, em termos de educação e
qualificação, para ocupar as vagas que estavam disponíveis na economia.
Podemos concordar com esse diagnóstico ou não, mas certamente essa
afirmação colocou o debate bem explícito. Se o problema do desemprego é de
“empregabilidade”, certamente não é de crescimento. Existem vagas mas
simplesmente os desempregados não podem ocupá-las em função de seu perfil
não é o requerido. Nesse caso a política a ser implementada deveria ter como eixo
a educação e/ou formação e reciclagem.
O ponto que desejamos ressaltar é: a política pública surge (ou deveria surgir) de
um diagnóstico, é a resposta a um problema. Se o diagnóstico identifica a
existência de desemprego paralelamente a vagas não preenchidas, o problema é
de crescimento e não faria sentido, nesse contexto, formar e reciclar
trabalhadores. O único resultado seria que a fila de desempregados teria
indivíduos mas educados e capacitados tecnicamente, mas o problema de
desemprego continuaria intacto.
56
satisfatória inserção no mercado de trabalho, reduzindo-se significativamente sua
desocupação e elevando-se os rendimentos. Ou seja, a Itália enfrenta um
problema de transição entre o sistema escolar e o mundo do trabalho. A Alemanha
não enfrenta esse problema, devido à peculiar característica de seu sistema de
ensino, que mistura a formação escolar com a formação no próprio “chão de
fábrica”, uma tradição com raízes medievais. Nesse contexto, a transição entre o
sistema escolar e o mercado de trabalho é muito menos onerosa em termos de
desemprego juvenil. A conclusão óbvia é: não podemos aplicar a mesma política
de emprego na Alemanha e na Itália. Os problemas são diferentes.
Essa argumentação, que nos parece tão natural, tanto em termos intuitivos como
de fundamentação teórica e histórica, não é tão direta. No Brasil, se aplicaram (e
se aplicam) e se propõem políticas públicas que foram gerados em outros
contextos. Vamos analisar com certo cuidado este ponto, mencionando três
aspectos que nos parecem relevantes.
O segundo ponto que desejamos mencionar vai além dessa falta de diagnóstico
que fundamenta as políticas públicas. Além de importar estratégias imaginadas
em outros contextos, essa importação foi parcial, dado que foram importados os
diagnósticos e as políticas, mas não foram levadas em consideração as
avaliações. Os resultados da maioria das avaliação realizadas em países da
OCDE das políticas de formação profissional, por exemplo, deram como resultado
57
efeitos duvidosos. Ou seja, mesmo no contexto no qual foram geradas, esse tipo
de intervenção pública mostrou pouca efetividade. Não obstante esses resultados,
a mesma (a política de formação profissional) constituiu a principal política ativa no
Brasil no transcurso dos anos 90.
Por último, queremos chamar a atenção para um terceiro aspecto, que está
vinculado ao caráter continental, por isso, necessariamente heterogêneo do Brasil.
Essa heterogeneidade permeia aspectos (econômicos, sociais, ecológicos,
culturais, etc.) cruciais para entender o mercado de trabalho. Em realidade, em um
país como o Brasil não se pode falar em “mercado de trabalho” senão em
“mercados de trabalho”. Os pontos de contato entre os problemas do mercado de
trabalho de Rio Grande do Sul e Roraima serão mínimos. Assim, os diagnósticos
devem ser locais e as políticas, balizadas nesses diagnósticos, também devem
apresentar um marcado caráter local.
Poder-se-ia argumentar que este ponto já foi incorporado nas políticas sociais no
Brasil, tanto as direcionadas ao mercado de trabalho como as restantes. Em
termos gerais, a resposta a esse comentário pareceria ser afirmativa. O país
adotou certas singularidades das modernas políticas sociais (descentralização,
parceria com a sociedade civil, avaliação, etc.) que hoje representam uma
tendência mundial, inclusive no caso do mercado de trabalho. Contudo, essa
descentralização, muitas vezes, não chega ao fundo da questão.
58
Resumindo: a descentralização deveria ser na essência. Cada estado ou região
deveria ter um diagnóstico sobre seu mercado de trabalho identificando seus
problemas e, a partir deles, desenhar a estratégia de intervenção pública. As
práticas internacionais deveriam ser levadas em consideração como experiências
a serem utilizadas como referência e não como políticas a serem copiadas.
Assistência ao desemprego
O valor varia de acordo com a faixa salarial, sendo pago em até cinco parcelas,
conforme a situação do beneficiário.
59
lei da oferta e da procura. O monopsonista maximiza seus lucros quando a sua
receita do produto marginal deve ser igual ao gasto marginal com o insumo, isto
significa dizer que ele sempre emprega um insumo (L) qualquer, até onde o
produto da receita marginal for maior do que os gastos marginais com o insumo
(L) utilizado.
Numa situação de
competição
perfeita, o preço do
insumo seria
determinado em
(W*),
correspondendo á quantidade de (L*), entretanto, numa situação negociada entre
o monopsonista e o monopólio, o preço de (L) passa a ser ( W1 ), com uma
quantidade de ( L1 ), ao invés de (L*). Isto está demonstrado pela igualdade
existente entre RMg = S, caracterizado pelo ponto (A) neste quadro. Daí, verifica-
se que a condição de equilíbrio para o monopsonista é RMg = GMg, cujo preço de
L em competição perfeita (A) é menor do que no monopsonismo.
Assim sendo, observe que o mesmo modo que uma estrutura de mercado
que esteja em exploração monopolista obedece á mesma estrutura de
metodologia de análise do monopolista e o princípio de exploração é e será
sempre o mesmo, tanto de um lado, como de outro, cuja negociação ambos
abdicam de algo, favorecendo a todos. Pela mesma ótica que um industrial vende
seu produto determinando o seu preço monopolista de dominação e exploração
mercadológica, o monopsonista age da mesma maneira, ditando as suas normas
nas compras de seus insumos para uma melhor viabilidade de seus produtos que
utilizam tais insumos. Hoje, é muito comum o processo de barganha entre
monopólio de um lado e monopsônio de um outro, cuja solução econômica fica
muito difícil de previsão de resultado, aparecendo assim uma solução política,
onde os acordos devem ser a tônica mais comum na dinâmica da sobrevivência
mercadológica.
60
Como é bastante conhecido, não existe monopólio e nem tão pouco
monopsônio de forma pura, mas existe situação em que se pode caracterizar tal
comportamento, isto quando se fala de sindicatos se defrontando frente a frente,
para tentar dar solução a determinado problema, como o caso do sindicato dos
trabalhadores frente ao dos patrões em suas negociações salariais. O único meio
de pressão que os trabalhadores possuem é na criação de um sindicato que é
uma forma de monopsônio, que negocia com o sindicato dos empresários tudo
que diz respeito a sua categoria, e, nisto entram em cena os dois comerciantes
um de compra e o outro de venda. É desta forma que funciona a dinâmica da
relação monopólio e monopsônio, cujo economista, com a sua eficiência não tem
condições de opinar nem por um lado, nem pelo outro, deixando o bom censo agir
a quem tiver mais habilidade na técnica de negociar.
61
O impacto desses fatores, por sua vez, pode ser percebido na nova configuração
do mercado de trabalho, com o aumento do nível de desemprego, o crescimento
da informalização nas relações trabalhistas, o deslocamento setorial do emprego,
e a transformação nos requisitos funcionais, com a exigência de novas habilidades
e competências, bem como da polivalência funcional.
62
guardam correlação direta com as funções que elas desempenham no espaço
doméstico, tendo menor status social e demandando menor qualificação formal;
conseqüentemente auferindo menor renda.
As barreiras, visíveis e invisíveis, que mantêm as mulheres fora dos cargos mais
qualificados e mais bem remunerados são inúmeras: a feminização de
determinadas profissões e sua subseqüente desvalorização, resistências sociais,
a maternidade e a desigualdade na divisão das tarefas domésticas, a falta de
massa crítica de mulheres nas organizações, etc.
63
- penetração maior de mulheres em ocupações antes restritas aos homens (na
indústria, por exemplo, as mulheres avançam em profissões como soldadores e
operadores de máquinas);
Para tanto, o perfil desse novo trabalhador passa a exigir novas habilidades, até
então relegadas a segundo plano e até mesmo negadas nas relações de trabalho
anteriores. Acresce que, a esses papéis, soma-se ainda a necessidade de lidar
com as tecnologias de informação e de comunicação (presentes nos novos
equipamentos e instrumentos) que demandam o domínio de códigos abstratos e
novas linguagens.
64
ingresso e manutenção em um mercado de trabalho estruturado. Disposição para
‘aprender a aprender’ em temporalidade contínua, ao longo da vida, também
passou a fazer parte do portfólio mínimo para a empregabilidade.
65
O dinamismo desse setor na criação de empregos no Brasil se explica por três
razões principais:
Os setores de serviços que mais tendem a crescer nos próximos anos são:
66
Assistimos atualmente a um processo bastante turbulento de ajuste desse novo
setor, com impactos negativos sobre o emprego no curto-prazo. Mas, como
assinala Malinvaud, os efeitos das novas tecnologias sobre o trabalho e a
produtividade são de lenta difusão, portanto os seus impactos positivos, já
fortemente sentidos nos EUA, se propagam pelo restante do globo mais
lentamente. Assim, mesmo considerando as atuais turbulências, o crescimento da
nova economia deverá ser mantido.
67
sexo, da idade e da faixa salarial, incluindo trabalhadores que recebem menos de
três salários-mínimos. A exigência quanto ao nível de escolaridade mais elevado
atinge principalmente o trabalhador mais jovem: quanto mais jovem o trabalhador
ingressando na indústria, maior a probabilidade de ser alfabetizado (idade de 10 a
19 anos, alfabetização 99,4%).
Por último, uma grande parte dos trabalhadores reside em domicílio próprio (73%),
com luz elétrica (99,5%), água canalizada (95,4%), coleta de lixo (93,6%) e bom
acesso à água da rede geral (88,9%). O acesso à rede coletora de esgoto é, no
entanto, mais precário (66,6%) e extremamente precário no Norte (16,6%). Vale
destacar que a residência do trabalhador é bem equipada no que se refere a bens
de consumo e eletro-eletrônicos: mais de 90% possui os seguintes bens:
geladeira, televisão, fogão e rádio.
Diante deste quadro, como será a fábrica do futuro? Imagina-se que, nesse
campo, já está rompendo e, irá se romper cada vez mais, com a idéia tradicional
de fábrica. A arquitetura, que se redesenha, é apenas um reflexo de conceitos e
de crenças corporativas que devem marcar o terceiro século da industrialização.
68
- comunicação no centro – a informação deve fluir livremente pelo espaço de
trabalho, essencial para a gestão do conhecimento;
- importância da logística;
- foco no cliente.
Comentários Finais
69
Sociologia do Trabalho:
O Conceito de Trabalho.
70
Em resumo, o processo de qualquer trabalho inclui:
1 – atividade (a ação racional de concepção do próprio trabalho e sua execução);
2 - orientação para um objetivo (finalidade);
3 – o objeto (matéria onde será executado o trabalho, por exemplo, algodão);
4 – os meios (ferramentas, instrumentos, corpo, equipamentos, etc);
5 - o trabalho mesmo (resultado ou produto).
No entanto, Marx não aceita, como Hegel, que todo trabalho é positivo. Só o
trabalho útil é positivo, ou seja, aquele no qual existe um caráter social. Quando
alguém é obrigado a vender sua força de trabalho (a capacidade de executar o
trabalho), muda o sentido do trabalho. O trabalhador põe sua energia no trabalho,
mas o produto de seu esforço passa a não lhe pertencer mais. Quem o fez não o
reconhece, pois não o concebeu. O objeto se torna estranho como um feitiço. E
isto faz com que se torne estranho o homem diante de si mesmo e do outro que
comprou sua força de trabalho, pois sente-se rebaixado a simples meio. Ele não
foi o dono da ação, que deveria ser uma atividade livre. Seu trabalho tornou-se
um meio para uma produção, uma coisa, como se fosse uma mera ferramenta.
71
Aqui, há uma discordância com Hegel. Para este, a alienação não pode ser
superada, porque a própria sociedade cria uma consciência falsa no homem. Só
se poderia superar esta alienação pelo trabalho intelectual.
Como vimos, os fatos sociais são coercitivos, isto é, levam-nos a pensar e agir
de determinados modos. No entanto, a ação é própria do indivíduo que delibera e
julga as coisas, e está consciente de suas finalidades intrínsecas. Ação implica em
uma forma ética de agir. Os seres humanos são levados a agir, a fazer escolhas
de acordo com os fins e não com os meios. Daí, vem a grande dificuldade no
trabalho como ação humana. Impelido pelas necessidades e pela coerção social,
geradas pelas relações de dominação, que o tornam alienado, o homem se vê
distante de uma ação ética e moral no trabalho. Ele também é convertido em
meio, não um fim em si mesmo. A necessidade de sobrevivência pode favorecer a
exploração.
72
se prejudique pessoalmente. Torna-se formalista e educado, comportando-se
pelas aparências, de forma correta e educada, operacionaliza suas ações,
cedendo a sua vontade de forma mecânica e sem julgamento.
Marx vê a emancipação do trabalhador apenas se o trabalho deixar de ser uma
imposição de exigências das necessidades e finalidades externas, subjugando-o:
satisfazer suas necessidades com liberdade, por meio de cooperação com os
outros, onde o controle coletivo toma o lugar da dominação e as atividades são
realizadas, com o mínimo gasto de energia e sob condições dignas, regulando
coletivamente o uso da natureza.
A ação livre e a necessidade têm uma relação dialética, uma relação de opostos
e de negação. A base da ação livre é a necessidade, mas, sob coerção, a ação se
transforma em luta para a liberdade. Do mesmo modo que existem luz e sombra,
dia e noite, fim e começo, a dominação conduz à luta.
Há uma grande incerteza sobre o futuro. Vivemos, como disse anteriormente, uma
fase de transição, em que tudo parece estar mudando. Transformações
semelhantes aqueles senhores observadores e estudiosos puderam ver, analisar,
compreender e tentar explicar. Àquela época, importavam as questões de como
pagar os salários de tantos trabalhadores, criar empregos, calcular os preços das
mercadorias, as ofertas e demandas de produtos novos e em grande quantidade,
o preço do dinheiro investido e os juros dos capitais emprestados, etc. Era preciso
dar valor às coisas e quantificar este valor.
73
Enfim, solucionar os desafios da economia que surgia. Todas estas questões
estão contidas em suas publicações. Suas idéias surgiram como respostas aos
inúmeros problemas que se apresentavam à sociedade que mudava. Do mesmo
modo, hoje, pensamos sobre o impacto das novas tecnologias de informação no
trabalho, no emprego e desemprego e sobre as modificações que se processam
na economia globalizada, sendo objeto de muitos estudos e pesquisas.
O valor não pode ser definido pela utilidade, pois se assim fosse, o ar teria um
valor incalculável. Porém, é preciso que algo seja útil e escasso para ter valor de
troca. Mas como definir o valor de alguma coisa?
Por exemplo, caçar um coelho pode custar mais do que caçar um castor, pois há
mais trabalho. Um produto de dois dias de trabalho deve valer o dobro de outro
que gasta um dia ou uma hora. Desse modo, o preço das mercadorias deve ser
baseado no trabalho, porque seu valor não é variável.
Smith introduz a idéia das classes sociais e sua relação conflituosa com a classe
dos produtores que cede os meios de produção ao trabalhador e recebe o
produto, que vende com lucro. A classe dos proprietários de terra cede ao
trabalhador parte dela e, em troca, exige parte dos produtos ali produzidos, em
forma de renda da terra. Antes dessa relação, o trabalhador era o único dono do
produto de seu trabalho, ele não tinha patrão. A classe capitalista (donos dos
meios de produção ou da terra) surge com a apropriação da terra ou acumulação
privada de riqueza, o capital. Desta apropriação do trabalho, além da terra e do
capital, surge a idéia de exploração, em Marx. Posteriormente, Smith observou
que “os trabalhadores desejam ganhar o máximo, os patrões pagar o mínimo. Os
primeiros associam-se para fazer aumentar os salários, os patrões fazem o
mesmo para baixá-los.” Segundo Paul Singer, do qual extraímos as citações
acima, embora liberal, Smith foi um liberal, mas nem tanto. Ele acreditava na
propriedade privada (mas não sem a vigilância das leis), na livre iniciativa e na
livre concorrência. Supunha existir uma acomodação natural (uma mão invisível)
entre os interesses individuais na economia e na sociedade: todo indivíduo deseja
progredir e melhorar de vida, assim todos precisam cooperar entre si para que a
sociedade e a economia cresçam e se desenvolvam. Sendo assim, é preciso
haver liberdade econômica: a prática de uma doutrina liberal, que se baseia na
propriedade privada, livre iniciativa, livre concorrência nos mercados. Somente ela
possibilita a riqueza de uma sociedade. Seu livro “Uma investigação sobre a
74
natureza e as causas da riqueza das nações”, publicado em 1776, continua, na
minha opinião, um dos melhores livros existentes, apesar de ser difícil.
Vamos imaginar um pobre tecelão manual que antes produzia uma quantidade de
lenços por dia, em 10 horas de trabalho. Com a invenção do tear a vapor, ele
trabalha 18 horas em vez das 10 anteriores. Mas o produto de suas 18 horas de
trabalho não tem mais valor que aquele produzido em 10, embora ele agora
produza muito mais lenços. O preço das mercadorias sofre influência da demanda
de compradores e da oferta de outros fabricantes e dos salários pagos, que nunca
podem ser maiores que o preço da mercadoria, mas podem ser sempre menores.
Também o valor de um homem ou da força de trabalho é determinado pela
quantidade de trabalho para produzir sua força de trabalho: produzir, manter-se
vivo e perpetuar a força de trabalho. Seu valor equivale aos artigos de
subsistência, de primeira necessidade.
75
trabalho (é a mais-valia relativa). Todo trabalho não pago é a fonte do lucro, da
renda da terra e do juro, que possibilita a acumulação do capital para seu dono.
Ricardo foi o sucessor de A. Smith. Suas idéias dominaram a economia por mais
de meio século. Deu grande contribuição à teoria do valor, localizando no trabalho
o valor na troca de mercadorias. Mas, Ricardo diferencia o valor do trabalho, em
função da habilidade e da dificuldade para realizá-lo, além da oferta de trabalho no
mercado. Sempre que houver crescimento da produtividade do trabalho, pelo uso
das máquinas, poderá ocorrer o desemprego, reduzindo o valor do trabalho e
fazendo cair os salários. Para ele, um programa econômico liberal é necessário
àquelas sociedades estagnadas, sem crescimento econômico (foi grande amigo
de Malthus, outro economista de sua época).
76
no poder de consumo. Desse modo, quando o trabalho se torna assalariado,
modifica todas as relações sociais, pois elas se transformam em relações de troca.
O sistema de assalariamento nasceu com o capitalismo. O salário toma a forma
de mercadoria, pois pode ser trocado por força de trabalho, sob o contrato de
trabalho. O trabalhador submete-se ao mercado de trabalho, com suas leis
próprias, sujeitas às flutuações e a influências do desemprego e ao desempenho
da economia. Contudo, o conceito de salário não é imutável. Ele sofre
modificações entre os próprios trabalhadores e a sociedade. A Constituição
Brasileira de 88, por exemplo, passou a incluir a participação nos lucros ou
resultados como direitos possíveis dos trabalhadores, quando houver lucro. O
salário geralmente envolve uma relação de tempo entre o empregado e o
empregador. Ele pode ser mensal, semanal ou quinzenal. A definição de salário
como “a retribuição em dinheiro ou equivalente dos serviços prestados pelo
empregado, por força de contrato de trabalho, pelos serviços que presta” dá
ênfase ao contrato de trabalho. Contudo, na prática, o contrato é uma mera
formalidade, sem haver negociação por parte da maioria dos trabalhadores, que
aceita as condições impostas.
77
salários tornaram-se tão importantes para a sociedade que criaram uma
hierarquização nos trabalhos, na medida que os salários passaram a ser
considerados como referência do valor do trabalho. Os trabalhos mais bem pagos
passaram a ser mais procurados, criando uma competição entre os trabalhadores.
Patrões e empregadores também criaram mais exigências para o ingresso no
mercado de trabalho e uma maior cobrança em relação ao desempenho do
trabalho, quando criaram os escalonamentos de salários. Surgiram várias formas
de comparação de cargos e salários. Em vez de serem pagos com base no tempo,
os salários se tornaram atrelados às exigências, passando a incluir a descrição do
trabalho, grau de instrução, tempo de aprendizagem, habilidades necessários.
Especializaram-se os trabalhos e os trabalhadores, assim como seus salários. O
Estado viu nos salários uma fonte de impostos. Criando impostos sobre os
salários, fez crescer as oportunidades para o surgimento de inúmeras instituições
ligadas ao trabalho, desde o treinamento e educação da mão-de-obra,
recrutamento, proteção, assistência e benefícios, fiscalização, etc. No entanto,
devido a esses impostos sempre crescentes e aos encargos sociais, os
empregadores se viram com o problema dos elevados custos dos salários. Este
fato fez surgir outras formas de remuneração, para reduzir estes custos.
Benefícios assistenciais e pagamentos indiretos - transporte, alimentação, planos
privados de aposentadoria - surgiram como formas de reduzir os encargos
sociais. Atualmente, a remuneração de um trabalhador pode incluir salários,
benefícios, participação nos resultados da empresa e participação societária. A
remuneração constitui tudo quanto o trabalhador recebe direta ou indiretamente.
Outras formas de redução dos custos de salários e das folhas de pagamentos
incluem o trabalho em tempo parcial e temporário ou a terceirização de mão-de-
obra, eliminando-se os custos dos encargos trabalhistas. Várias pesquisas sobre
os salários mostram que há grande desigualdade salarial: salários mais altos na
indústria e mais baixos nos serviços; mais altos entre os homens que entre as
mulheres; mais altos entre os que têm empregos estáveis, com carteira; mais
baixos entre os que têm empregos instáveis, temporários e de meio expediente.
Há ainda inúmeros trabalhos que pagam salários incapazes de manter o
trabalhador e sua família, o que leva ao trabalho feminino ou de jovens, que, em
geral, abandonam os estudos para trabalhar.
78
apresentada antes, mostrou que o trabalho pode ser visto sob a ótica de diferentes
tipos de valor (valor de uso, valor de troca). Valores são julgamentos e avaliações
comparativos. Se alguém diz que um trabalho tem mais valor que outro, julga que
um é melhor que outro. Atitudes são avaliações também, mas referem-se à
discordância ou concordância com um juízo de valor. Por exemplo, se muitas
pessoas concordam que o trabalho de um operário tem menos valor que o de um
professor, mostram uma atitude mais negativa com relação ao primeiro. Valores e
atitudes sociais podem ajudar a explicar as desigualdades encontradas na
sociedade e a entender porque o trabalho de uma pessoa é considerado melhor
ou “superior”, enquanto outro, é visto como “inferior”. Podemos observar que os
trabalhos são hierarquizados, não só em relação aos salários, mas também de
acordo com os valores e atitudes sociais. O principal critério utilizado para dizer se
um trabalho é melhor que o outro é o status (ou prestígio). E, em segundo lugar, o
poder relacionado com o trabalho. O status é a posição socialmente identificada,
podendo vir de atributos naturais (sexo, idade, família, nacionalidade) ou atributos
adquiridos (educação, habilidades, casamento, bens). Também o poder - que é a
capacidade de controlar as ações alheias - é também um critério para escalonar
os trabalhos. O poder pode vir da força física, do controle de recompensas
materiais ou simbólicas. Vimos que, na Economia, o valor do trabalho ou de
qualquer outro bem, como a água, por exemplo, não deriva de sua utilidade. Este
fato parece ocorrer também na sociedade. Por que o trabalho de uma dona de
casa não é valorizado?
Há um estereótipo com relação ao papel da mulher, isto é, que deve ser centrado
no lar e na assistência aos mais fracos. Um estereótipo é uma imagem cristalizada
na sociedade, uma repetição, baseada em atitudes e valores sociais. Isto
prejudica o trabalho feminino, pois gera oportunidades de emprego apenas em
atividades de assistência e cuidados aos outros ou semelhantes ao trabalho
doméstico. São trabalhos de baixo status e poder, como é o papel feminino na
sociedade, julgado negativamente em relação ao masculino, dominante nas
relações sociais.
79
sociedade moderna valoriza a educação formal, as novidades, a inteligência,
conferindo-lhe grande status e poder. Os trabalhos mais valorizados são aqueles
mais bem remunerados, com altos salários e benefícios, ou que se associam a
poder elevado, pela possibilidade de controlar recursos. Eles possibilitam o
consumo de bens materiais, serviços ou bens não materiais, como lazer,
conhecimento, acesso a oportunidades e pessoas. Desse modo, as pessoas
atribuem um alto status ao trabalho de um jogador de futebol, principalmente pela
alta remuneração (salário mensal de 50 mil dólares) e ao poder associado ao
dinheiro.
80
Numa fase inicial, a divisão do trabalho limitava-se a uma distribuição de tarefas
entre homens e mulheres ou entre adultos, anciãos ou crianças, em virtude da
força física, das necessidades ou do acaso, sem que tal conduzisse ao
aparecimento de grupos especializados de pessoas com os seus próprios
interesses ou características, não originando portanto diferenças de natureza
social.
81
gêneros alimentícios. O desenvolvimento destas atividades especializadas
culmina na separação entre o artesanato e a agricultura, que conduziu à
intensificação das trocas diretas internas e, posteriormente, das trocas indiretas
através do mercado e, por fim, ao aparecimento da atividade mercantil. Esta
especialização do trabalho tende a alargar-se à pesca. O papel dos agricultores-
pescadores tende a diminuir para aumentar o de profissionais voltados
exclusivamente para esta faina, quer na água doce, quer no mar.
82
População e Emprego. População, população ativa e população ocupada.
Ter um emprego, não só constitui o principal recurso com que conta a maioria das
pessoas para suprir as suas necessidades materiais, como também lhes permite
plena integração social. Por isso, a maior parte dos países reconhece o direito ao
trabalho como um dos direitos fundamentais dos cidadãos. Emprego é a função e
a condição das pessoas que trabalham, em carácter temporário ou permanente,
em qualquer tipo de atividade económica, remunerada ou não. Por desemprego
entende-se a condição ou situação das pessoas incluídas na faixa das "idades
activas" (em geral entre 18 e 65 anos), que estejam, por determinado prazo, sem
realizar trabalho em qualquer tipo de actividade económica, remunerada ou não.
As possibilidades de emprego que os sistemas económicos podem oferecer em
certo período, relacionam-se com a capacidade de produção da economia, com as
políticas de utilização dessa capacidade e com a tecnologia empregada na
produção. Os economistas clássicos entendiam que o estado de pleno emprego
dos factores de produção (entre eles o trabalho) era normal, estando a economia
sempre em equilíbrio. John Stuart Mill dizia: "Se pudermos duplicar as forças
produtoras de um país, duplicaremos a oferta de bens em todos os mercados,
mas ao mesmo tempo duplicaremos o poder aquisitivo para esses bens." Dentro
dessa linha de ideias, o aparecimento de desempregados em certas épocas era
explicado como a resultante de um desajustamento temporário. O ajustamento
(ocupação da força de trabalho desempregada) ocorreria quando os trabalhadores
decidissem aceitar voluntariamente os salários mais baixos oferecidos pelos
empresários.
83
• População Economicamente Ativa (PEA): compreende o potencial de
mão-de-obra com que pode contar o setor produtivo, isto é, a população
ocupada e a população desocupada.
o População Ocupada: aquelas pessoas que trabalham, incluindo:
Empregados - pessoas que trabalham para um empregador
ou mais, cumprindo uma jornada de trabalho, recebendo em
contrapartida uma remuneração em dinheiro ou outra forma
de pagamento (moradia, alimentação, vestuário, etc.).
Incluem-se entre as pessoas empregadas aquelas que
prestam serviço militar obrigatório e os clérigos. Os
empregados são classificados segundo a existência ou não de
carteira de trabalho assinada.
Conta Própria - aqueles que exploram uma atividade
econômica ou exercem uma profissão ou ofício e não têm
empregados.
Empregadores - aqueles que exploram uma atividade
econômica ou exercem uma profissão ou ofício, com um ou
mais empregados.
Não Remunerados - pessoas que exercem uma ocupação
econômica, sem remuneração, pelo menos 15 horas na
semana, ajudando a um membro da unidade domiciliar em
sua atividade econômica, ou ajudando a instituições
religiosas, beneficentes ou cooperativas, ou, ainda, como
aprendiz ou estagiário.
o População Desocupada: pessoas que não têm trabalho, mas estão
dispostas a trabalhar, e que, para isso, tomam alguma providência
efetiva (consultando pessoas, jornais, etc.).
84
Trabalho e Progresso Técnico
85
O tecno-otimismo futurista postula uma marcha inevitável em direção “à sociedade
da informação/conhecimento”. Esta sociedade centra-se na produção de bens e
serviços intensivos em alta tecnologia e em conhecimento/informação no seio de
redes organizacionais caracterizadas pela flexibilidade, pelas relações de
cooperação e pelas parcerias. Por outras palavras, as novas tecnologias levam à
era pós-taylorista, pós-burocrática, isto é, à generalização do trabalho inteligente
realizado em estruturas organizacionais mais planas e descentralizadas, nas quais
o trabalho se torna imaterial, mais complexo, exigindo conhecimentos mais amplos
e de nível mais elevado, autonomia, iniciativa, responsabilidade, criatividade,
capacidade de aprendizagem contínua, autocontrole, investimento subjetivo e a
mobilização da inteligência.
A perspectiva centrada no fator humano pode ser encarada como a via alta (high
road) da inovação da organização do trabalho, por visar não apenas altos níveis
de produtividade e altos níveis de qualidade dos produtos e dos serviços, mas
também altos salários, altos níveis de qualificação e alto nível de qualidade de
vida no trabalho. Desta forma, a ênfase está na perspectiva holista, na divisão das
tarefas, na importância dos conhecimentos e capacidades especificamente
humanos, na utilização da tecnologia como meio para melhorar as qualificações e
as competências e na autonomia das equipas de trabalho e dos indivíduos.
Estudos de caso sobre experiências na Comunidade Européia indicam que é
possível compatibilizar performances econômicas competitivas com a melhoria da
qualidade de vida no trabalho e com a defesa do ambiente. Porém, a larga
aceitação da idéia da difusão de novos princípios de racionalização (lean
production e business process reengineering), fez recuar as experiências
européias inovadoras inspiradas na perspectiva centrada no fator humano (modelo
sociotécnico, modelo antropocêntrico ou produção reflexiva).
86
panacéias para os múltiplos problemas que as empresas têm de resolver. A
reengenharia promete alcançar saltos gigantes e drásticos nos resultados da
organização, propondo para esse fim um conjunto de inovações radicais que
arrasam as estruturas e os procedimentos existentes nas organizações e criam
formas completamente novas de realizar o trabalho. Ainda que as teses em torno
da reengenharia reivindiquem uma perspectiva inovadora, os seus críticos
afirmam que se trata de retomar os princípios sociotécnicos antigos (trabalho de
grupo centrado nos processos, introdução de feedbacks no processo de trabalho,
etc.), mas colocando-os numa nova embalagem.
O salário que será pago ao empregado em “Regime de Tempo Parcial”, não pode
ter um valor da hora inferior ao do empregado que trabalhe em “Regime de Tempo
Integral”, também chamado de “Regime Normal”.
A título de exemplo, vale ressaltar que se existe um empregado que não exerce
sua atividade em “Regime de Tempo Parcial”, e recebe por hora o valor R$ 10,00,
este deverá ser o valor da hora do trabalhador em “Regime de Tempo Parcial”.
87
§ 1º - O salário a ser pago
aos empregados sob o regime de tempo parcial
será proporcional à sua jornada, em
relação aos empregados que cumprem, nas
mesmas funções, tempo integral.
E mais uma vez para melhor entendimento, passo a transcrever o texto legal,
inserido no art. 58-A, §2º da CLT.
Este impedimento está previsto no Art. 59, § 4º da CLT, que assim dispõe:
“§ 4º - Os empregados sob
o regime de tempo parcial não
poderão prestar horas extras.”
DAS FÉRIAS
88
Outra diferença entre o empregado em “Regime de Tempo Integral” e o
empregado em “Regime de Tempo Parcial”, está no período de gozo de férias.
É importante frisar que a CLT cria algumas diferenças para os trabalhadores que
exercem suas atividades em regimes diferentes, no entanto, existem alguns
direitos que a doutrina e a jurisprudência vêm entendendo que não podem ser
diferenciados.
89
História
Os primeiros objetos feitos pelo homem eram artesanais. Isso pode ser
identificado no período neolítico (6.000 a.C.) quando o homem aprendeu a polir a
pedra, a fabricar a cerâmica como utensílio para armazenar e cozer alimentos, e
descobriu a técnica de tecelagem das fibras animais e vegetais. O mesmo pode
ser percebido no Brasil no mesmo período. Pesquisas permitiram identificar uma
indústria lítica e fabricação de cerâmica por etnias de tradição nordestina que
viveram no sudeste do Piauí em 6.000 a.C.
Revolução Industrial
Com a Revolução Industrial, teóricos do século XIX, como Karl Marx e John
Ruskin, e artistas (ver: Romantismo) criticavam a desvalorização do artesanato
pela mecanização. Os intelectuais da época consideravam que o artesão tinha
uma maior liberdade, por possuir os meios de produção e pelo alto grau de
satisfação e identificação com o produto.
90
Na tentativa de lidar com as contradições da Revolução Industrial, William Morris
funda o grupo de Artes e Ofícios na segunda metade do século XIX, tentando
valorizar o trabalho artesanal e se opondo à mecanização.
Apesar de, assim como o artesanato, ser uma forma de produção não-industrial, a
diferenciação de cargos existe apenas na manufatura.
91
Também se pode usar o termo indústria, genericamente, para qualquer grupo de
empresas que compartilham um método comum de gerar dividendos, embora não
sejam necessariamente do segundo sector, tais como a indústria bancária ou
mesmo a agroindústria.
92
O determinismo tecnológico
93
humano e associação pela técnica da fragmentação”. McLuhan chama de
“sonâmbulos” os que dizem que é o uso que se faz das tecnologias que determina
o seu valor. Para ele, o poder transformador da mídia é a própria mídia. “A
mensagem de qualquer meio ou tecnologia é a mudança de escala, ritmo ou
padrão que introduz na vida humana” (McLuhan, 1965). A mídia afeta a maneira
como os indivíduos agem e interagem na recepção de suas mensagens,
modificando a organização social da vida diária.
Jacques Ellul também insiste que a tecnologia carrega consigo seus próprios
efeitos, independentemente de como é usada. Para Ellul, as tecnologias carregam
consigo um número de conseqüências positivas e negativas, não importando
como e para que são utilizadas. Não é apenas uma questão de intenções. O
desenvolvimento tecnológico não é bom ou mal ou neutro. As pessoas tornam-se
condicionadas por seus sistemas tecnológicos. Independente de se acreditar que
as tecnologias são boas ou más, elas continuarão seu curso fazendo o que
sempre fazem: subjugando a humanidade. A “substantive theory”, seguida por
Ellul, argumenta que as tecnologias constituem um novo tipo de sistema cultural
que reestrutura inteiramente o mundo social como um objeto de controle. Aluno
de McLuhan, Neil Postman também adota um ponto de vista fortemente
determinista. De acordo com Postman, nós vivemos hoje naquilo que ele chama
uma tecnópole. Ele faz uma distinção bem definida entre este estado atual e a
tecnocracia do século dezenove. “‘Tecnocracia’ caracteriza uma sociedade que
leva a tecnologia a sério, mas ainda mantém suas tradições, regras morais e
também uma oposição vital entre o velho e o novo. Por outro lado, a ‘Tecnópole’
caracteriza uma sociedade em que o velho mundo, símbolos e mitos e outros
ícones do mundo não- tecnológico renderam-se ao poder opressivo e à força da
visão de um mundo tecnológico (Wilson/Postman 1997), uma sociedade que se
rende completamente à primazia do desenvolvimento tecnológico e à inovação”
(Anderson, Dave, 2000).
94
Qualquer mudança tecnológica produz alguma transformação social. E algumas
Transformações são muito difundidas. Até mesmo fortes críticos Do Determinismo
Tecnológico, como a socióloga Ruth innegan, são capazes de aceitar que uma
tecnologia pode ser vista como causadora de grandes conseqüências na
sociedade. Tecnologia é um dos numerosos fatores das mudanças sociais e do
comportamento humano. Criticar o Determinismo Tecnológico não é descartar a
importância do fato de que aspectos tecnológicos de diferentes tecnologias de
comunicação possibilitam diferentes tipos de uso, ainda que as aplicações
potenciais das tecnologias não sejam necessariamente realizadas. Logicamente,
numa sociedade onde o grau de interação com outros fatores está evidentemente
presente, é difícil justificar uma insistência na tecnologia ou mídia como o fator
fundamental das transformações sociais.
95
Como então pensar, quando Malcolm Gladwell vem pregar - apesar do crescente
acesso à informação trazido pela tecnologia - as virtudes da decisão instintiva,
tomada, literalmente, num piscar de olhos? Não é à toa que o poder de decisão e
a tomada de decisão vem sendo cada vez mais discutidos por teóricos da
administração, cientistas, psicólogos, entre outros profissionais.
96
Estes profissionais, com olhar voltado ao mercado, sabem distinguir as situações
empresariais que exigem cada vez mais, menor tempo de resposta. E ainda
sabem que, quanto menos informação e análise, maior o risco para a tomada de
decisão.
Afinal, de que adianta “poder” quando a decisão empresarial leva a perda de
clientes, mercados e rentabilidade?
JUSTIFICATIVA
ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
97
PLANEJAMENTO
CONTROLE ORGANIZAÇÃO
DIREÇÃO
Estrutura Informal
Esse tipo de estrutura se consiste numa rede de relações sociais e pessoais que
não é estabelecida formalmente, ou seja, a estrutura surge da interação entre as
pessoas, desenvolvendo-se espontaneamente quando as pessoas se reúnem
entre si.
Os lideres dos grupos informais surgem por várias causas, como por exemplo:
Idade;⇒Competência;⇒Localização
no⇒Trabalho;Conhecimento;⇒Personalidade;⇒Comunicação;⇒ Dentre⇒ varias
outras situações.
Vale lembrar que a estrutura informal é um bom lugar para lideres formais se
desenvolverem, porem nem sempre um grande líder informal será um grande líder
formal, pois eles podem falhar com o medo da responsabilidade formal.
Algumas vezes, a estrutura informal se torna uma força negativa dentro da
empresa, porém se a administração conseguir conciliar e/ou integrar os grupos
formais com os informais, haverá uma harmonização nas tarefas, o que ai sim, se
torna uma condição favorável de rendimento e produção.
Sendo assim a estrutura informal possui algumas vantagens como por exemplo:
Rapidez no processo;⇒ Redução de comunicação entre chefe e⇒ empregado;
98
Motiva e integra os grupos de trabalho.⇒ Contudo, possui suas desvantagens:
Desconhecimento de chefia;⇒ Dificudade de⇒ controle;
Atrito entre pessoas.⇒ Com tudo isso, podemos notar que , se um executivo
astuto sabe muito bem conciliar esse tipo de informalidade na sua estrutura
organizacional.
Estrutura Formal
Nessa fase, a definição de suas atribuições se torna mais criteriosa, ou seja, aqui
a estrutura formal pode alcançar proporções imensas.
No desenvolvimento da estrutura formal deve-se considerar os seus componentes,
seus condicionantes e seus vários níveis de influência. Pois será, a partir de uma
estrutura bem implementada que uma empresa irá alcançar seus objetivos
estabelecidos.
99
toda sua estrutura organizacional, relacionando com os tipos de estruturas já
apresentadas.
A classe dirigente
Apesar do emprego ambíguo dos dois termos por Mosca, como James Burnham
notou (1) , a expressão ‘classe dirigente’ englobaria também, além da elite política,
todos aqueles agentes que estão fora do Estado e fora do governo, mas que
poderiam influenciar as decisões políticas, sem exercer diretamente, como a
primeira, o poder.
Esse grupo incluiria várias “minorias” (politicamente desiguais entre si, note-se),
como as econômicas, as religiosas, as intelectuais, as sociais. A classe política, ou
a elite política, seria, por sua vez, uma subespécie da classe dirigente: é a parte
da classe dirigente que estaria incumbida da tarefa de governar (2) .
Tal como eu penso que deva ser utilizada, a noção de elite (política) não substitui
o conceito de classe (dominante), já que não são termos intercambiáveis (3) ; nem
o emprego da expressão “classe política” deve significar, necessariamente, uma
adesão do analista a todos os pressupostos teóricos da “teoria das elites” (ou do
autor aos princípios normativos dos elitistas).
100
novas identidade e lógica de ação? Quais os riscos, quais os ganhos e
potencialidades de uma mudança de identidade? Seria a evolução suficiente à
transformação dos sindicatos ou teriam que experimentar uma revolução?
101
realizado por estudiosos europeus e norte-americanos na tentativa de avançar no
entendimento do problema de forma mais abrangente no sentido de ultrapassar os
limites da análise empírico-descritiva.
102
trabalhadores, além de conceber de forma simplista a natureza complexa da
relação entre conflito de interesses e comportamento conflitivo. Como afirma
Kelly, o comportamento dos trabalhadores é complexo e a relação capital e
trabalho necessariamente implica conflito e cooperação: ao mesmo tempo que
“resiste” à “exploração”, o trabalhador também coopera com o empregador para
garantir o funcionamento da empresa e de sua sobrevivência. Kelly vale-se da
teoria de Tilly (Tilly, C. From mobilization to revolution. New York: Mc Graw Hill,
1978) sobre ação coletiva para formular algumas questões cruciais: de que forma
os trabalhadores vivem seus interesses vis-à-vis os do capital – iguais a,
diferentes de, em oposição a? Tais interesses seriam definidos em termos
individuais, coletivos, ou de ambas as formas? Segundo Kelly, a oposição de
interesses dos trabalhadores frente ao capital tem a ver não apenas com o
sentimento de insatisfação, mas com o sentimento de injustiça e ilegitimidade, o
qual para se afirmar necessita do papel da ideologia para produzir emoções e
identificações. Portanto, os aspectos subjetivos seriam fundamentais para
compreender o fenomeno.
Há, portanto, que, antes demais nada, ter claro que o termo sindicalismo supõe
pluralidade de concepções de ação e orientações, muitas vezes, conflitantes.
103
polarização triangular – mercado, classe e sociedade – representados através da
figura de um triângulo, em que cada um dos termos se localizaria em um dos
ângulos, definindo-se assim três tipos ideais de sindicalismo, concebidos como: a)
veículo de mobilização anti-capitalista tendo em vista promover a luta de classes
b) agente de integração social na busca de realização da justiça social através da
melhoria das condições de trabalho e de vida dos trabalhadores; e c) agente de
defesa do mercado de trabalho e representantes dos interesses das ocupações.
104
dos trabalhadores permitindo a obtenção de vantagens acima das condições de
mercado. Essa perspectiva baseia-se num pretenso equilíbrio da correlação de
forças entre as partes em negociação, a qual em termos dos trabalhadores é
muito dependente das condições do mercado de trabalho. Nesse sentido, tende a
privilegiar os trabalhadores em vantagem no mercado de trabalho, constituindo-se
também em sua limitação.
Hyman argumenta que tal economicismo não pode deixar de ser político, já que
a lógica puramente de mercado não se sustenta sem regulação; portanto, ao
tentar impor-se no mercado, torna-se inevitável influenciar o Estado. Da mesma
forma, as regras de mercado originam-se na estrutura das relações sociais; a
noção de “salário justo”, apóia-se em valores definidos por normas e obrigações
sociais, que se traduzem na idéia de uma “economia moral”.
Hyman corretamente pondera que a realidade não é linear. O conflito não pode
ser utilizado de forma permanente, tanto porque geraria retaliação por parte dos
empregadores, quanto porque os trabalhadores não estariam dispostos, exceto
em casos extremos, a assumir os custos de uma estratégia de antagonismo.
Ademais, historicamente, a atos de subversão da ordem seguiram-se, não
revoluções, mas regimes autoritários que destruiram os direitos dos sindicatos
autônomos.
Sendo assim, até que ponto seria correta a idéia de sindicalismo de classe?
Vários argumentos indicariam a inadequação dessa perspectiva: o sindicalismo
careceria da possibilidade de promover a unidade de classe em razão da profunda
divisão dos trabalhadores em ocupações, por qualificação, por tipos de contrato de
trabalho, por atributos demográficos que definem interesses distintos. Além disso,
105
sem entrar em detalhes sobre o conceito marxista de classe, Hyman destaca três
desafios ao próprio conceito: o capitalismo não gerou a polarização de classes; a
formulação puramente econômica de classe é inadequada; a definição “objetiva”
da classe não garante a emergência da consciência de classe e ação coletiva.
106
desenvolvimento de carreira. Nesse sentido, a opção noe-corporativista diferencia-
se nitidamente do sindicalismo de negócios, já que as atividades sindicais não se
restringiriam à agenda da negociação coletiva.
Nos anos 1970, o esquema acima passa a ser desafiado por uma onda de
greves espontâneas contra a política sindical de coalizão pela produtividade, que
tendia a excluir segmentos desfavorecidos da classe trabalhadora como,
mulheres, trabalhadores imigrantes e de baixa qualificação. Nos anos 1980,
fatores como crescimento do desemprego, des-industrialização, corrupção, má
administração colocam os sindicatos na defensiva e contribuem para a perda do
apoio público.
107
A experiência do fascismo levara a esquerda a compreender a impossibilidade
da luta pela transformação socialista através da mobilização da classe
trabalhadora; surge assim o chamado compromisso histórico, a aliança do PCI
com outros partidos incluindo a democracia cristã, com o objetivo de lutar pela
melhoria nas condições dos trabalhadores. Tal estratégia corresponderia, segundo
Hyman, ao modelo classe e sociedade. A globalização, as novas tecnologias, os
novos métodos de organização do trabalho, as privatizações, evidenciam a forte
presença do mercado nos anos 1980 e 1990. Os sindicatos perdem força e tanto
os empregadores como os governos podem mais facilmente dispensá-los nas
negociações .
A literatura tende a explicar o declínio dos sindicatos por fatores externos como
a globalização, as novas tecnologias, a reestruturação produtiva, já que tais
fatores alteram significativamente os princípios que regeram o mundo do trabalho
em boa parte do século XX. Entretanto, como afirmam Hyman (1999) e Dumbois &
Pries (1998), os impactos daqueles fenômenos sobre os sindicatos não são
análogos: enquanto os sindicatos mais fortes e bem estruturados teriam melhores
condições de enfrentar a nova situação, podendo até sairem fortalecidos, o
contrário ocorreria com os mais fracos. Tais resultados reforçariam a tese de que
o declínio dos sindicatos não poderiam ser explicados diretamente pelos
processos de globalização, liberalização e de privatização, senão por uma série
complexa de fatores estruturais e conjunturais, internos e externos. Nesse sentido,
poder-se-ia concluir com Western que “os fatos recentes não indicam o triunfo dos
mercados sobre as instituições, mas a limitada capacidade das instituições
nacionais para controlar os efeitos de um contexto institucional global.” (Western,
B. Between Class and market: postwar unionization in the capitalist democracies.
Princeton: Princeton UP, 1998, p.195, citado por Hyman, 1999, p. 127)
108
Hyman (1999) critica também a tese que atribui o declínio do sindicalismo a
aspectos subjetivos baseados na idéia que opõe ao coletivismo do passado, o
individualismo do presente. De um lado, afirma ele, o suposto “coletivismo
solidário do passado” também representou “...um veículo mais eficaz para apoiar
as metas econômicas individuais.” (Hyman, 1996, p.21) e, de outro, o
“individualismo do presente” representaria, muitas vezes, um movimento contra
um sindicalismo voltado para trabalhadores qualificados, do setor industrial, do
sexo masculino, regido por princípios hierárquicos e centralizadores. Nesse
sentido, o “novo individualismo” teria o mérito de ampliar o escopo do velho
coletivismo economicista das negociações coletivas, ao preocupar-se em
incorporar entre as demandas dos trabalhadores, aspectos relacionados à
qualidade de vida e à ampliação da participação.
Sindicato Competente
109
tecnológica”. Importante seria também expertise na gestão econômica e financeira
da empresa.
Bacon & Blyton (2004) valem-se da perspectiva que privilegia a estratégia dos
agentes sociais, utilizando-se de duas dimensões – orientação ideológica e ação -
para construir uma matriz de respostas dos sindicatos durante as negociações. Os
autores buscam avaliar a natureza das respostas e o impacto das mesmas sobre
a reestruturação no local de trabalho.
110
especificas como, saúde e segurança. Terão dificuldades em
convencer a empresa de que estão sendo sinceros, assim como
convencer os filiados de que cooperar não significa vender-se ao
capital.
111
impediu mudanças no trabalho, mas com baixa elevação na satisfação no trabalho
e impacto menor na produtividade do que no número de demissões.
112
Com a queda do Império Romano e o fim do regime escravista na Europa, tivemos
a chamada Idade Média, que durou mais de mil anos, período em que surgiram as
corporações de ofício, constituídas por artesãos nas cidades e aldeias, que
produziam sem submissão aos senhores feudais, os quais impunham à sociedade
de então o regime do trabalho servil.
113
início do século XX começaria uma modesta industrialização no eixo Rio-São
Paulo, depois da proclamação da República.
114
sindicalismo no ABC paulista, sob a liderança de Luiz Inácio da Silva, o Lula, e
Enilson Simões, o Alemão.
115
aumento do desemprego, à diminuição da oferta de postos de trabalho,
particularmente na indústria. Mas, não é só na indústria que diminui o emprego.
Para simplificar, basta dizer que o Bradesco, no início da década de 80 do século
XX, com a metade do número de agências que possui hoje, empregava 160 mil
funcionários; atualmente está com 65 mil.
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ao caixa eletrônico. Esses funcionários perdem o emprego e não têm
outra oportunidade, porque todos os ramos de atividade estão se
modernizando, não só os bancos, mas as indústrias estão sendo
robotizadas. Estão desaparecendo muitas profissões e atividades
profissionais, porque têm o robô fazendo o trabalho de muitas pessoas.
Isso realmente gera desemprego e tanto o governo quanto a sociedade
têm que contribuir para encontrar uma solução.
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operados por robôs. Os processos tecnológicos empregados na
atualidade e mais a presença crescente da mulher no mercado de
trabalho exigem uma redução drástica da jornada de trabalho, para dar
emprego às centenas de milhões de pessoas no mundo inteiro que
precisam trabalhar.
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salário do trabalhador com carteira assinada, descontada anualmente nos
meses de março/abril;
- fim da substituição processual, ou seja, os sindicatos deixam de
representar os interesses da categoria como um todo de sua base perante
a Justiça do Trabalho;
- a representatividade do sindicato só alcançaria os seus associados;
- organização de sindicatos por empresa, o que permitiria dispensar a
organização de sindicatos patronais para realizar negociações e fazer
acordos coletivos;
- eliminar o poder normativo da Justiça do Trabalho;
- condicionar o acesso à Justiça do Trabalho a chamada "conciliação
prévia", envolvendo as partes em litígios;
- limitar o valor da contribuição sindical, abolindo o sistema atual que
prevê três contribuições: imposto sindical (um dia de salário por ano),
contribuição confederativa e contribuição assistencial, sem falar na
mensalidade dos associados. As três outras se estendem a toda categoria
da base sindical;
- dar à Justiça do Trabalho atribuição de julgar apenas dissídios
coletivos e não mais ações trabalhistas de cada trabalhador,
individualmente ou em grupo.
119
a sua capacidade de lutar por melhorias nas condições de vida do
trabalhador.
120