Válvulas Aos Transistores
Válvulas Aos Transistores
Válvulas Aos Transistores
DEPARTAMENTO DE RÁDIO
Discente:
I
1. Introdução
Apesar desta inequívoca constatação não podemos nos esquecer que este mencionado
avanço tecnológico capaz de transformar uma sociedade inteira não teria sido possível
sem a existência de outras grandes invenções anteriores, frutos do trabalho de pesquisa
de muitos cientistas que inovaram a ciência, antes da invenção do transístor. Dentre as
várias invenções anteriores à do transístor destaca-se a invenção da válvula. A conexão
direta que uma pessoa comum faz com a válvula é relembrar os antigos rádios onde os
nossos avós escutavam notícias, músicas, novelas, exportes e, por onde, se informavam
e matavam o tempo.
I
2. Objectivos
2.1. Objectivo geral
Compreender os componentes usados na electrónica em especial as válvulas e todos
tipos de transístores (TBJ e FET).
Até 1950 todo equipamento electrónico utilizava válvulas que aquecia muito e
consumia muitos watts de potência. Por isso, os equipamentos a válvula exigiam uma
fonte de alimentação robusta e criavam uma boa quantidade de calor.
A conexão direta que uma pessoa comum faz com a válvula é relembrar os antigos
rádios onde os nossos avós escutavam notícias, músicas, novelas, exportes e, por onde,
se informavam e matavam o tempo.
Entretanto, é oportuno lembrar também que, durante os 50 anos que antecederam esta
data, o mundo já estava interconectado, em tempo real (ou quase), por outra rede que
consistia de transmissores e receptores de rádio, telegrafia, telefonia, televisão e até
computadores rudimentares. Era possível também gravar informações, reforçar ou
modificar sons e estabelecer controlo de processos industriais. Quem possibilitou este
grande avanço tecnológico que, dentre outras, levou à invenção do transístor e ao
estabelecimento de nossa sociedade atual foram: os díodos - um dispositivo capaz de
realizar a retificação da corrente eléctrica e os tríodos um dispositivo electrónico que
possuía a capacidade de fazer a chamada amplificação electrónica.
Com certeza, foram as válvulas que iniciaram esta nova era da nossa tecnologia. Foi o
tríodo quem forneceu uma maneira de se controlar o fluxo de elétrons (ou a corrente)
em um circuito através de outra corrente em outra parte do circuito. Em outras palavras,
com o tríodo tornou-se possível que um pequeno sinal elétrico controlasse uma corrente
elétrica intensa. Esta é a essência dos circuitos eletrônicos, que diferem dos circuitos
elétricos nos quais o fluxo de elétrons é controlado simplesmente pela Lei de Ohm, um
atributo físico e específico dos fios elétricos e componentes. Os novos dispositivos
baseados em semicondutores são chamados de dispositivos do estado sólido enquanto
os mais antigos, denominados genericamente por válvulas, são chamados de
dispositivos a vácuo.
Embora, hoje em dia e na maioria das aplicações, as válvulas tenham sido substituídas
quase na totalidade pelos dispositivos do estado sólido, ainda existem situações e
aplicações em que as válvulas são ainda essenciais. Por exemplo, as válvulas são muito
menos susceptíveis a picos de tensão ou corrente e a pulsos eletromagnéticos
produzidos por explosões nucleares. Esta propriedade torna a válvula ainda um
elemento essencial em aplicações militares. As válvulas ainda fornecem alternativas
práticas para gerar altas potências na faixa de radiofrequência, em aplicações industriais
tal como no aquecimento por radiofrequência, aceleradores de partículas e transmissores
de rádio. Um tipo especial de válvula, denominada klystron ainda é utilizada para
produzir micro-ondas em instrumentos de pesquisa e em radares, assim como os
magnetrões ainda são utilizados para aquecimento de alimentos em fornos de micro-
ondas comerciais. As válvulas chamadas travelling wave tube amplifier (TWT e
TWTA) ainda são utilizadas para amplificar a potência da micro-onda em radares e em
instrumentos científicos.
Alto aquecimento
Pequena vida útil (alguns milhares de horas)
Ocupa mais espaço que os transístores
Uso restrito
Precisava ser reprogramado a cada tarefa
Grande consumo de energia
A válvula foi substituída pelo transístor. Seu tamanho era 100 vezes menor que o da
válvula, não precisava de tempo para aquecimento, consumia menos energia, era mais
rápido e confiável. Os computadores desta geração já calculavam em microssegundos
(milionésimos). A figura 1 mostra uma válvula e a esquema eléctrica.
Figura 1: A válvula e a sua esquema eléctrica.
Uma nova revolução na electrónica surgiu quando o transístor foi inventado em 1948 : a
idade da electrónica de semicondutores começou com este facto. Com tudo, é bom
salientar que esta “era” nasceu antes, durante os anos 20. Nos anos 30 chegou-se a um
dispositivo amplificador de estado sólido (precursor do transístor de junção e do
transístor de efeito de campo na tecnologia MOS), porém, além de, na época, não existir
a sua necessidade, ninguém conseguia explicar a teoria decorrente dos dispositivos, fora
que o próprio tinha um fraco desempenho.
Os primeiros transístores tinham um desempenho muito mau: baixo ganho, muito ruído
e as características diferiam muito entre um dispositivo e outro. Estas dificuldades
existiam pelo facto do contato pontual, como havia apontado o coordenador do grupo
que havia descoberto o transístor, Schockley. Ele mesmo propôs e desenvolveu a teoria
dos transístores de junção, onde estes novos dispositivos dependiam de portadores de
carga (as lacunas e os elétrons), onde as propriedades elétricas dos transístores
dependem de um teor de impurezas específicas cuidadosamente controlado.
Sinal de TV
Sinal de rádio
Sinal biológico
Como no caso do TBJ, a tensão entre dois terminais do FET (field-effect transistor)
controla a corrente que circula pelo terceiro terminal. Correspondentemente o FET pode
ser usado tanto como amplificador quanto como uma chave. O nome do dispositivo
origina-se de seu princípio de operação. O controlo é baseado no campo elétrico
estabelecido pela tensão aplicada no terminal de controlo. O transístor MOSFET
(acrônimo de Metal Oxide Semiconductor Field Effect Transístor, ou transístor de efeito
de campo de semicondutor de óxido metálico), é de longe, o tipo mais comum de
transístores de efeito de campo em circuitos tanto digitais quanto analógicos.
O emissor é a camada mais dopada, pois deve emitir portadores de carga para a base, a
camada mais fina e que possui uma dopagem intermediária, onde a maior parte dos
portadores lançados pelo emissor atravessam-na, dirigindo-se ao coletor, a camada
menos dopada, que recolhe os portadores que provém da base. O coletor também é a
camada mais grossa, pois a maior parte da potência dissipada ocorre nela.
O transístor mais utilizado é o NPN, pelo facto de ele comutar mais rápido que o PNP;
com mostra a figura 5 no seu funcionamento:
A diferença entre válvulas e transístores são no transístor temos uma corrente que flui
entre o coletor e o emissor controlada por uma corrente da base e na válvula o que
temos é uma tensão. Assim, enquanto o transístor é um típico amplificador de corrente a
válvula é um amplificador de tensão.
O transístor efeito de campo (FET, field effect transistor) é um dispositivo que controla
o fluxo de corrente por meio da tensão aplicada em um de seus terminais,
diferentemente do transístor bipolar (BJT, bipolar junction transistor), em que o fluxo
de corrente depende da corrente aplicada em seus terminais. O princípio de
funcionamento desse dispositivo está baseado na modulação aplicada em seus
elementos (portas), que vai controlar a corrente que circulará em uma região
denominada canal.
Existem basicamente dois tipos de transístor efeito de campo: MOSFET (metal- oxide-
semiconductor FET), também chamado de IGMOS (insulated gate MOS) ou transístor
MOS, e JFET (junction FET). Os MOSFETs são mais usados, principalmente em
circuitos integrados e como dispositivos de potência. Esses transístores podem ser
encontrados com polaridades de canal N e canal P.
O FET entretanto usa a tensão aplicada ao terminal gate para controlar a corrente que
flui através dos terminais source e dreno. Como a sua operação se baseia no campo
elétrico gerado no terminal gate torna o circuito amplificador FET um dispositivo
operado por tensão.
O MOSFET é um transístor que funciona como um JFET (controlado por tensão), mas
tem o terminal Gate eletricamente isolado do canal condutivo por uma camada fina de
SiO2. Esta camada ultrafina isolante atua como o elétrodo de um capacitor, fazendo
com que a resistência de entrada do MOSFET seja extremamente alta (da ordem de
Mega-ohm).
A figura13 mostra o transístor JFET
A linha que conecta o Dreno (D) e o Fonte (S) representa o canal condutivo do
transístor. Se esta linha for contínua, ela representa o modo depleção ON pois a corrente
de dreno pode fluir com potencial de Gate zero. Se a linha do canal for pontilhada ou
tracejada, então ela representa o modo enriquecimento OFF, pois uma corrente de dreno
nula flui sob potencial de Gate nulo. A direção da seta apontando ao canal indica se o
canal condutivo é tipo N ou tipo P; Como mostra a figura 13.
Figura 14: O transístor MOSFET
a)
b)
Autopolarização em JFET;
Dentro das curvas características, existem vários pontos onde o transístor pode
funcionar nas regiões de trabalho:
Se o ponto de operação for na região activa, o transístor pode funcionar como
amplificador;
Se o ponto de operação for na região de saturação, ou de corte, o transístor pode
funcionar como uma chave electrónica.
Para tanto, é necessário fixar o ponto de operação numa das regiões de trabalho do
transístor. Esta fixação é feita em corrente contínua, através de resistores; a isto
chamamos de polarização. O ponto de operação fixado é denominado ponto
quiescente (Q). Circuito de polarização para configuração emissor comum
Região de saturação
Está região representa a região no qual a corrente do coletor cresce bastante com
o redução da tensão entre o coletor e emissor (0 a 1 V).
Nesta região o díodo coletor base está diretamente polarizado.
O valor de resistência da carga deve ser pequena bastante para levar o transístor
para a saturação, de forma que quase toda a tensão da fonte é aplicada na carga.
Região de corte
Nesta região a corrente de base é nula.
Existe apenas nesta configuração uma pequena corrente de fuga do coletor.
Região ativa
Ponto de saturação - ponto onde a reta de carga intercepta a região de saturação das
curvas do coletor. Ponto de corrente Ic máxima do circuito.
Os transístores têm duas junções, uma entre o emissor e a base e outra entre a base e o
coletor. Por causa disso, um transístor se assemelha a dois díodos. Chamamos o díodo
da esquerda de díodo emissor e o da direita de díodo coletor. Podemos utilizar
transístores tipo NPN e PNP (conforme figuras abaixo). O que difere um do outro é o
tipo de portadores de cargas que serão lançados pelo emissor.
O transístor de efeito de campo é controlado pelo terminal de gatilho, fazendo com que
a largura do canal aumente ou diminua à medida que se aplica ou retira tensão entre este
terminal e a fonte. Por isso este transístor é denominado de efeito de campo, pois a
corrente de dreno é controlada pela tensão (campo eléctrico) entre o gatilho e a fonte .
Com relação às perdas no MOSFET é importante notar que as perdas por condução
dependem do quadrado da corrente de dreno, o que em altas potências é ruim, pois para
altas correntes as perdas serão elevadas. Aqui se tem uma desvantagem dos transístores
MOSFET em relação aos BJTs.
Com o auxílio de um ohmímetro ele faz medidas entre cada par de terminais e obtém o
resultado mostrado na Figura 19. Nesta figura, os sinais entre parênteses correspondem
às respectivas polaridades dos terminais do ohmímetro. Um transístor não é uma
associação série de dois díodos.
Estas duas leituras devem indicar polarização direta da junção PN, entre base e emissor
e, entre base e coletor. O terminal comum entre estas duas medidas tem que ser a base.
Portanto, a base é o terminal número 3 e, os terminais 1 e 2 correspondem (mas não
sabemos em que sequência) ao emissor e coletor.
Além disso, nas duas medidas com resultado finito a base (3) estava negativa, portanto,
se trata de um transístor PNP.
Entretanto, não conseguimos distinguir entre coletor e emissor. Como podemos resolver
este problema?
Nisto fica um pouco mais complicada. É necessário conhecer um pouco mais sobre a
tecnologia de construção do transístor para responder esta pergunta. Aqui, vamos
apenas ensinar quais as formas mais comuns que podem ser utilizados.
Se o transístor que está sendo testado for do tipo que possui uma carcaça metálica, a
resposta deste problema pode ser trivial porque, “usualmente”, a fim de otimizar a
dissipação térmica a carcaça está conectada ao coletor. Portanto, o coletor será o
terminal que tiver resistência nula com relação à carcaça do transístor (mas, vejam bem,
este método não é 100% confiável).
Na Figura 20 mostra-se uma figura sintetizando o que foi exposto anteriormente. Veja
que nesta figura o autor utilizou um multímetro analógico e possivelmente será utilizado
um multímetro digital nos testes a serem realizados em laboratório.
Magon, C. José. Universidade de São Paulo – USP Instituto de Física de São Carlos –
IFSC São Carlos, Conceitos básicos da Eletrônica: teoria e prática. SP, Brasil. 2019