Material1 - Fundamentos Da Engenharia Elétrica
Material1 - Fundamentos Da Engenharia Elétrica
Material1 - Fundamentos Da Engenharia Elétrica
SUMÁRIO
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO
2.1 Definição
Podemos definir Engenharia, que enquanto ciência é abrangente e possui
muitas subáreas, como a área que busca aplicar conhecimentos e técnicas para
resolver ou otimizar problemas que afetam diretamente a sociedade, por
conseguinte, os engenheiros são os profissionais que procuram soluções
economicamente viáveis para problemas técnicos gerados pela atividade humana,
aplicando a matemática e outras ciências para aumentar e melhorar o rendimento de
máquinas e sistemas.
Criar, aperfeiçoar, implementar são algumas das ações conjugadas pela
engenharia para viabilizar as suas utilidades, sempre levando em conta a sociedade,
a técnica, a economia e o meio ambiente.
A Engenharia, em seus diversos campos, possibilita, já há algumas décadas,
até mesmo a exploração de outros planetas do Sistema Solar, permite a
comunicação no planeta em frações de segundo, promove a conexão de
computadores portáteis e telefones celulares com a internet e gerou, ao longo de
sua evolução, máquinas capazes de produzir grandes quantidades de produtos,
como alimentos, automóveis e celulares.
Os engenheiros aplicam o conhecimento das ciências básicas (Matemática,
Física, Química, Biologia) para desenvolver formas eficientes de usar os materiais e
as forças da natureza em benefício da humanidade e do ambiente.
Mas é uma Ciência com os pés no chão. De uma maneira geral, é mais pragmática e
ágil, posto que está limitada pelo tempo e pelos recursos definidos pelo projeto. O
desenvolvimento de engenhos implica combinar conhecimento e inspiração para
adaptar qualquer sistema à prática, para transformar ideias em realidade
HASTENREITER (2013).
Battaglin e Barreto (2011) explicam que os fatos históricos relativos à
Engenharia Elétrica têm sido registrados na literatura especializada muitas vezes em
âmbito regional, outras vezes são registrados fatos importantes que ocorreram em
um determinado período de tempo e, por isso, elaboraram um artigo justamente para
tentar ordená-los no tempo e no espaço, mas embora saibamos que todos os
momentos e as descobertas nesse campo sejam importantes, não temos como
objetivo alongar nesses conteúdos.
Em torno de 2500 a.C., os sumérios já tinham conhecimento sobre a
existência da eletricidade e sobre materiais condutores como o cobre, a prata e o
ferro.
Os Chineses conheciam a Eletricidade originada da pedra magnetita e
construíram agulhas magnéticas aproximadamente em 2637 a.C., no período do
Imperador Huan-Ti. O primeiro texto chinês conhecido, escrito em 1080 d.C., trata
sobre a bússola magnética, um século antes da primeira menção desta na Europa.
Os Gregos também conheciam os magnetes ou a magnetita e construíram
uma bússola no período 624-558 a.C., que era utilizada nas navegações pelo Mar
Mediterrâneo. O conhecimento e a aplicação da Eletricidade em forma de
magnetismo nessas bússolas eram disseminados entre os chineses e gregos.
Segundo nos conta Cardoso (2008), em Tessalonik na Grécia foi encontrada
a pedra que pode ter dado origem à ciência do eletromagnetismo. Esta pedra,
denominada “magnetita”, nome derivado da antiga denominação daquela área, foi
identificada pela primeira vez por Lucretius, em 100 a.C., Segundo escritos da
antiguidade, Lucretius relatou: “[…] o ferro pode ser atraído por uma pedra que os
Gregos chamaram Magneto* pela sua origem, porque é originária das terras dos
Magnésios, habitantes da Magnésia em Thessaly”.
Lucretius não sabia que aquela pedra era a mesma utilizada para a
confecção do ferro, razão pela qual foi extinta com o tempo, devido à produção em
larga escala e sem controle daquele produto (aqui já nos deparamos com a questão
do uso racional dos nossos recursos e a sustentabilidade que veremos adiante).
A diferença da magnetita encontrada na Grécia das demais encontradas em
outras regiões, daquele pequeno universo grego, era que a pedra daquela região
estava sujeita a uma alta incidência de raios, que foram os responsáveis pela
magnetização brusca (devido a sua alta corrente) do material. Este tipo de
magnetização brusca de alta intensidade aproveita uma propriedade da magnetita,
denominada “histerese”, a qual retém um campo magnético residual, denominado
campo magnético remanescente, quando a fonte é desligada, produzindo o que
denominamos de imã permanente.
O imã permanente é muito utilizado nos dias de hoje em diversas
aplicações, como nas caixas acústicas, nos brinquedos, nos motores e geradores
elétricos. Estes imãs são artificiais, isto é, são produzidos utilizando-se de ligas de
materiais derivados da magnetita e de outras substâncias “excitados” por altas
correntes produzidas por geradores elétricos que tentam simular as condições do
raio. Os imãs mais eficientes que são produzidos atualmente são aqueles
produzidos com “terras raras”.
A bússola foi aprimorada, assim como o conceito de espectro de campo
magnético que permitiu visualizar a distribuição das linhas magnéticas ao redor dos
polos magnéticos.
O fato de nações da Europa e América do Norte estarem mais próximas
geograficamente em relação à China e ao Oriente fez com que muitos progressos
fossem alcançados. Até o século XIX vimos a engenharia elétrica se fundamentar,
ser descrita, bem como houve a criação do Sistema Internacional de Unidades (SI),
surgimento dos medidores e dos sistemas de geração, transmissão e distribuição de
energia elétrica.
Alertamos que nem de perto fizemos o percurso de todas as descobertas e
avanços desse campo da engenharia, por não ser objetivo do curso, mas a leitura de
artigos que se encontram nas referências podem ajudá-los caso se interessem.
CONFORTO SEGURANÇA
Controle de temperatura. Air bags e cadeiras para crianças.
Ergonomia (bancos, direção, rodas, Sensor de anticolisão.
espelhos). Sistemas de segurança.
Navegação.
Áudio, vídeo, internet, comunicação sem
fio.
PROPULSÃO DIRIGIBILIDADE
Motor/transmissão. Suspensão ativa/semiativa.
Alternador/partida integrados. Freios antitravamento.
Tração elétrica. Direção elétrica.
Sistemas de 42V. Sistema de controle da
Gerenciamento de bateria. pressão dos pneus.
Controle de tração. Controle da estabilidade.
Tração nas quatro rodas.
Uma bobina indutora gera uma tensão suficientemente alta para permitir que
uma centelha se forme no espaço do centelhador e detone a mistura ar-combustível.
A bobina é alimentada por uma fonte CC (corrente contínua) fornecida por uma
bateria chumbo-ácida. Além de energia para circuitos de ignição, a bateria fornece
força para vários outros componentes elétricos, sendo mais óbvios os que contêm
lâmpadas, os limpadores de para-brisas e o rádio. A energia elétrica é levada da
bateria para todos esses componentes por um chicote elétrico que constitui um
circuito elétrico bastante elaborado.
Nos últimos anos, o circuito elétrico de ignição convencional tem sido
substituído pela injeção eletrônica, isto é, dispositivos eletrônicos de estado sólido,
chamados transistores que têm substituído os tradicionais platinados. A vantagem
dos sistemas de ignição transistorizados sobre os sistemas mecânicos
convencionais é sua elevada confiabilidade, facilidade de controle e tempo de vida
(platinados mecânicos são sujeitos a desgaste).
Outras disciplinas da engenharia elétrica são bastante óbvias no automóvel.
O rádio instalado no carro recebe ondas eletromagnéticas por uma antena e
decodifica os sinais de comunicação para reproduzir sons e diálogos de
origem remota.
Outros sistemas de comunicação comuns que se utilizam do
eletromagnetismo são os rádios cidadão ou rádio PX e os ainda mais comuns
telefones celulares.
A bateria é, com efeito, um sistema de energia elétrica autônomo de 12 VCC
que fornece energia para todas as funções anteriormente mencionadas.
Visando que a bateria tenha uma vida útil prolongada, um sistema de carga
composto de um alternador e dispositivos eletrônicos de potência, está
presente em cada automóvel.
O alternador é uma máquina elétrica, assim como os motores que movem os
vidros elétricos, janelas elétricas, bancos reclináveis e outros acessórios
encontrados em carros de luxo. Apesar de não parecer, os alto-falantes são
também máquinas elétricas.
Ainda não terminamos!
Energia pode ser definida como tudo aquilo capaz de realizar ou produzir
trabalho.
Todas as movimentações que ocorrem no universo podem gerar forças
capazes de transformar a energia em um encadeamento sucessivo, ou seja, em
modalidades diferentes de energia. As pessoas somente sentem os efeitos da
energia através dos sentidos, e apresenta-se sob as seguintes formas: mecânica,
elétrica, térmica, luminosa, sonora, química, atômica, eólica, cinética, as quais
veremos a seguir.
b) Energia Elétrica:
é uma forma de energia que apresenta inumeráveis benefícios, e, no decorrer
dos tempos, tornou-se parte interessante e fundamental das nossas
atividades diárias. É tão importante que nossa vida seria praticamente
impossível sem sua existência, e muitas vezes não damos conta da sua
importância, somente no momento da sua falta;
é a forma mais prática de energia, pois pode ser transportada a grandes
distâncias pelos condutores elétricos (fios ou cabos), desde a geração até os
centros de consumo, que são os lares, as indústrias, os comércios, etc.;
Na transmissão P = E x I
7º - Subestação de Distribuição
Da subestação de distribuição, os condutores saem e seguem para a
distribuição urbana (8º) (cidade) em 13 8kV.
Nas ruas, de trechos em trechos, conforme o consumo e em função da
quantidade de consumidores, são instalados transformadores nos postes da
concessionária, que reduzem a tensão de 13 8kV para a baixa tensão em 127V e
220V (padrão COPEL) para a utilização residencial (9º) ou industrial (10º).
De um dos condutores (11º) da rede de 34,5kV deriva para a “distribuição
rural” (12º). Como segue apenas uma fase (monofásico), para a distribuição rural a
tensão é 34,5/ √3= 19,9kV. Na propriedade do consumidor, para obter a baixa
tensão, ou seja, a tensão de distribuição, o neutro é derivado do solo, fazendo com
que a tensão entre neutro e fase seja 127V e entre fases a tensão é 254V.
Segundo a Norma Brasileira, as tensões alternadas são classificadas em
quatro níveis:
1) Baixa Tensão: vai até 1.000V.
2) Média Tensão: acima de 1.000V até 72.500V.
3) Alta Tensão: acima de 72.500 até 242.000V.
4) Extra-Alta Tensão: acima de 242.000V.
As tensões podem ser subdivididas em1:
EBT/UBT = 48V; 24V e 12V.
BT = 1000V; 760V; 660V; 440V; 380V; 230V; 220V; 127V (FN) e 115V (FN).
MT (ou AT de Distribuição) = 34,5kV; 25,8kV; 23kV; 13,8kV; 13,2kV; 12,6kV;
11,5kV; 6,9kV; 4,16kV e 2,13kV.
AT (Tensão de Transmissão) = 500kV; 230kV e 138kV.
Tensão de sub transmissão = 69kV.
EAT = 600kVcc (corrente contínua).
EAT = 750kV.
UAT = 800kV.
1
BT = Baixa Tensão; AT = Alta Tensão; EBT = Extra-Baixa Tensão; MT = Média Tensão; EAT =
Extra-Alta Tensão e UAT = Ultra-Alta Tensão
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direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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impõe os locais onde sejam viáveis as construções das barragens. É comum usinas
geradoras distantes centenas ou milhares de quilômetros dos grandes centros.
Assim são necessários meios eficientes de levar essa energia (BOLSONI, 2007).
A ilustração abaixo dá o esquema simplificado de uma transmissão. Após o
gerador, transformadores da subestação elevadora aumentam a tensão para um
valor alto. Dependendo da cada região, pode variar de 69 a 750 KV. Uma vez que as
linhas transmissoras aproximam-se dos centros de consumo, transformadores de
uma subestação redutora diminuem a tensão para um valor de distribuição.
Esquema simplificado de transmissão
UNIDADE 4 – ELETRICIDADE
4.1 A matéria
No entendimento de Cavalin e Cervelin (2011), o estudo da eletricidade fica
mais fácil se a analisarmos a partir dos conceitos básicos da estrutura da matéria.
Tudo o que existe no universo, desde estrelas e planetas situados nos
pontos mais afastados até a menor partícula de poeira, é constituído de matéria, que
pode se apresentar das mais variadas formas.
A menor parte da matéria, sem que ela perca suas características originais,
é denominada molécula. Abaixo temos uma molécula da água.
A molécula de H2O
Os elétrons que giram em órbitas mais externas do átomo são atraídos pelo
núcleo com menor força do que os elétrons das órbitas mais próximas. Os mais
afastados são denominados elétrons livres, e com muita facilidade podem se
desprender de suas órbitas.
Devido a essa característica, podemos dizer que os elétrons livres sob uma
tensão elétrica dão origem à corrente elétrica.
A facilidade ou a dificuldade de os elétrons livres se libertarem ou se
deslocarem de suas órbitas determina a condutibilidade elétrica da matéria ou
substância. Ou seja: se os elétrons se libertarem com facilidade de suas órbitas,
como é o caso dos metais como o ouro, a prata, o cobre, o alumínio, a platina, etc.,
esses materiais recebem o nome de condutores elétricos.
Entretanto, se os elétrons tiverem dificuldade de se libertar de suas órbitas,
isto é, estiverem presos ao núcleo, como é o caso do vidro, cerâmica, plástico,
baquelite, etc., esses materiais serão denominados de isolantes elétricos.
Até o momento vimos, teoricamente, que a “eletricidade” é constituída por
partículas diminutas chamadas elétrons, prótons e nêutrons, e que os elétrons se
movem com maior ou menor velocidade dependendo das características dos
materiais. Mas como ver/sentir/perceber/medir esses efeitos na prática?
Pedimos desculpas, mas seremos extremamente didáticos: pois bem, dia de
tempestade, raios e relâmpagos por todos os lados, eis que temos a oportunidade
de ver a formação de uma centelha ou ... ao fecharmos um interruptor, verificamos
que a lâmpada acende. Também, em algum momento da vida, experimentamos a
sensação de um choque elétrico ao tocarmos em partes energizadas de uma
instalação elétrica.
Já vimos e sentimos!
Para medir e registrar a energia elétrica nada mais do que utilizarmos
instrumentos adequados como, por exemplo, voltímetros, amperímetros, etc.
Quanto aos efeitos da eletricidade, estes são possíveis devido aos seguintes
fatores ou grandezas elétricas:
corrente elétrica;
tensão elétrica;
potência elétrica;
resistência elétrica.
Guarde...
Sobre corrente, tensão e potência, podemos concluir que num circuito com
uma lâmpada incandescente de 100W, ligada a uma fonte de tensão variável,
teremos:
a) diminuindo a tensão e a corrente, o brilho da lâmpada será menor (menor
potência).
b) aumentando a tensão e a corrente, o brilho da lâmpada será maior (maior
potência).
Isto significa que a tensão, a corrente e a potência variam de maneira direta.
Num sistema elétrico existem três tipos de potência (lâmpadas = potência
luminosa; chuveiro = potência térmica; motor = potência mecânica):
Em que:
R - Resistência elétrica, em ohm (Ω).
E - Tensão elétrica, em volt (V).
I - Intensidade de corrente elétrica, em ampère (A).
outros, isolante e capa são normalmente uma única camada. Cabos para alta tensão
geralmente têm uma camada a mais, metálica, entre o isolante e a capa
(blindagem).
O condutor pode ser um único fio (fio rígido) ou ser formado por um
agrupamento de fios mais finos, o que dá uma flexibilidade ao cabo (cabo flexível). É
mais comum a designação fio rígido ou fio flexível.
A maioria das instalações residenciais e comerciais usa fios rígidos por uma
questão de custo. Melhor se fossem flexíveis. Estes têm menos tendência de se
soltarem dos terminais e bornes de ligação.
O material do condutor é quase sempre o cobre. É o metal que apresenta
melhor compromisso entre condutividade elétrica e custo. Em alguns casos, como
linhas de transmissão, é usado o alumínio.
A capacidade de condução de corrente de um cabo depende basicamente
da bitola do condutor. Entretanto, isso não deve ser o único critério de
dimensionamento. Exemplo: uma carga é alimentada por um cabo de comprimento
10 m, se for deslocada e o cabo agora tem 100 m, poderá ser necessária uma bitola
maior para manter a queda de tensão dentro do tolerável.
A padronização dos cabos segundo a capacidade é dada pela área da seção
transversal do condutor em milímetros quadrados (mm2). A tabela abaixo dá os
valores usuais de capacidade de condução em corrente para as seções
padronizadas (BOLSONI, 2007).
Tais valores se referem a cabos isolados com PVC, a 70ºC, temperatura
ambiente de 30ºC, instalados em calhas ou dutos. Ver catálogos dos fabricantes
para mais detalhes.
2
Seção (mm ) 2 condutores carregados (A) 3 condutores carregados (A)
0,5 9 8
1 13,5 12
1,5 17,5 15,5
2,5 24 21
4 32 28
6 41 36
10 57 50
16 76 68
25 101 89
35 125 111
2
Seção (mm ) 2 condutores carregados (A) 3 condutores carregados (A)
50 151 134
70 192 171
95 232 207
120 269 239
150 309 272
185 353 310
240 415 364
300 473 419
400 566 502
500 651 578
dos problemas. É evidente que esse método é o que acarreta maiores custos
associados às perdas de produção, devido às paradas inesperadas e à
impossibilidade de um planejamento eficiente (PIRES, 2005).
Pinto e Xavier (2001 apud RODRIGUES; HATAKEYAMA, 2003) definem a
manutenção corretiva como a atuação para a correção da falha ou do desempenho
menor que esperado, já para Branco Filho (2008), é todo trabalho de manutenção
realizado em máquinas que estejam em falha para sanar essa falha.
É a mais conhecida e baseia-se na ocorrência da falha do equipamento,
para não executar o reparo. Implica perda de produção e danos consideráveis à
máquina, constituindo-se no método mais dispendioso (BRANCO FILHO, 2008).
Sob certo ponto de vista é até compreensível, por haver uma redução nos
gastos de conservação, uma vez que o componente é substituído somente quando
apresenta algum defeito. Nessa perspectiva, não há antecipação da falha (SANTOS,
2010).
A Manutenção Preventiva (MP) consiste em exercer um controle sobre o
equipamento, de modo a reduzir a probabilidade de falhas ou queda no
desempenho, baseado em intervalos regulares de manutenção, ou seja,
obedecendo a um plano previamente elaborado (PINTO; XAVIER, 2001).
Quando os ativos são considerados críticos, o mais indicado é adotar a MP,
de modo a antecipar-se às possíveis falhas. Os planos de revisão seguem
recomendações do fabricante e consideram aspectos relevantes, como histórico de
ocorrências em equipamentos similares. Outra característica é sobre sua execução,
na qual segue ou frequências determinadas (semanal, mensal, etc.) ou a partir de
certo número de horas trabalhadas. Sua principal desvantagem é o gasto com
substituição de componente, o que ocorre geralmente bem antes da ocorrência do
defeito (SANTOS, 2010).
A questão financeira é a maior consequência da MP, principalmente quando
se usa apenas essa prática, uma vez que há exigência de paradas de máquinas
grandes para cumprir suas rotinas de manutenção, que podem ser complexas,
onerosas e muitas vezes desnecessárias.
A questão financeira decorre do problema desse tipo de manutenção que
está na escolha de um intervalo apropriado para a parada do equipamento. Este
deve fazer”. É, então, um plano formal do que se deseja executar podendo ser
mensal, anual, etc.
Existem algumas vantagens apontadas por Certo (2003, p. 104) quando o
planejamento é elaborado de forma correta, a saber: orienta os gerentes para o
futuro; facilita a tomada de decisão e, por fim, realça os objetivos organizacionais.
Os benefícios proporcionados às empresas que se utilizam desta ferramenta
– planejamento – são inúmeros. Pode-se destacar as possibilidades que venham a
ser fomentadas para atingir as metas organizacionais.
No contexto organizacional o planejamento está dividido em três âmbitos,
são eles: estratégico, tático e operacional.
O planejamento estratégico para Lacombe e Heilborn (2006, p. 163),
Mostra ainda, que deve ser feito pela alta gerência e deve responder a seguinte
pergunta: “qual é o nosso negócio e como deveria fazê-lo?”.
Quanto ao planejamento tático, é configurado como “empreendimentos mais
limitados, prazos mais curtos, áreas menos amplas e níveis mais baixos na
hierarquia da organização” (CHIAVENATO, 2000, p. 283). Então, pode-se perceber
que este segundo tipo de planejamento se restringe a um nível intermediário da
organização. Assim, é uma sequência daquilo que fora traçado pela alta-gerência no
planejamento estratégico.
No planejar estrategicamente, o fator tempo é primordial. Este deve ser
elaborado pela cúpula da empresa e com aspirações em longo prazo, bem como
seguir as estratégias traçadas levando em consideração às mudanças ocorridas no
ambiente externo.
O planejamento tático é desenvolvido em níveis organizacionais inferiores,
tendo como principal finalidade a utilização eficiente dos recursos disponíveis para a
consecução de objetivos previamente fixados, segundo uma estratégia
predeterminada, bem como as políticas orientativas para o processo decisório da
empresa (OLIVEIRA, 2003, p. 49).
Vale guardar...
Planejamento, Programação e Controle da Manutenção se reporta ao
conjunto de ações para preparar, programar, verificar o resultado da execução das
tarefas de manutenção contra valores preestabelecidos e adotar medidas de
correção de desvios para a consecução dos objetivos e da missão da empresa.
O Planejamento e o Controle de Manutenção podem ser feitos basicamente
de três maneiras: de modo manual, de modo semi-informatizado e totalmente
informatizado.
Optando pelo planejamento e controle de manutenção manual, teremos
todas as atividades de manutenção planejadas, controladas e analisadas através de
formulários e mapas de controle, preenchidos manualmente, guardados em pastas e
em gavetas de armários. Deve ser criado um processo organizado de arquivo e
ordenação de documentos (por semana, por equipamento, por sistema, etc.), a fim
de possibilitar a obtenção de dados de forma mais rápida possível e evitar perda de
informação.
Se a opção for o planejamento e controle de manutenção semi-
informatizado, as manutenções preventivas serão controladas com auxílio de
computador, enquanto as manutenções corretivas serão controladas e analisadas
através de formulários e mapas preenchidos manualmente. Devem ser considerados
dentro deste critério os cálculos auxiliares de manutenções corretivas feitos pelo
computador, como os índices de manutenção de performance de equipamentos com
os dados levantados manualmente.
O planejamento e controle de manutenção informatizado é aquele em que as
informações relativas às manutenções preventivas e corretivas são transferidas ao
computador, de onde são emitidas todas as Ordens de Serviço (OS) e para onde
convergem todos os dados coletados durante a execução das tarefas. Para isto é
necessária a criação de programas, de formulários próprios, de códigos, que
permitam a transferência de informação, sempre que possível, entre os módulos de
pessoal, de material, de manutenção, de produção, de operação, de controle de
custos, etc.
O controle informatizado pode ser realizado por todo tipo de computadores,
bastando adquirir um bom software de PCM.
Em se tratando do controle de desempenho, ele também poderá ser manual,
semi-informatizado (algumas tarefas feitas à mão e outras no computador) ou
informatizado. No primeiro caso usando formulários e mapas ou planilhas manuais,
de onde seriam extraídos os dados para apuração dos Indicadores e dos Índices.
Dentre as desvantagens desse método, o uso de controle manual dificulta a
apuração de indicadores e seus cálculos, pois os dados deverão ser colocados em
planilhas e formulários de papel.
Branco Filho (2008) lembra que ao adquirir um software, é preciso verificar
se a fórmula que ele usa para o cálculo é a fórmula que sua empresa aprovou em
seu Manual de Organização da Manutenção na parte Avaliação de Desempenho.
Que fique bem entendido que manutenção de um parque industrial, de
instalações produtivas, de hotéis; de prédios, de usinas ou qualquer outro ativo é
coisa séria e deve ser feita de modo organizado.
REFERÊNCIAS
REFERÊNCIAS BÁSICAS
REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES
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=1&Numero
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ANEXOS