Fusca & Cia - Ed. 186 - Junho2021
Fusca & Cia - Ed. 186 - Junho2021
Fusca & Cia - Ed. 186 - Junho2021
SONHOS REALIZADOS
Nesta edição, temos a oportunidade de contar histórias de sonhos que se tornaram realidade para os
proprietários dos modelos que ilustram as reportagens a seguir. A começar pelo muito bem conser-
vado Karmann Ghia 1964, cujo dono atual sempre teve uma “queda”, desde que um amigo o comprou
zero-quilômetro. Sem sucesso, ele ainda tentou por diversas vezes convencer o amigo a lhe vender
o charmoso esportivo. Mas foi somente em meados da década de 1990, trinta anos após iniciar o
“namoro”, que o destino lhe presenteou com a “conquista” do cobiçado modelo.
Outro que precisou esperar para realizar seus desejos foi um empresário de Ribeirão Preto, que se “apaixonou”
por um besouro oval exposto no Salão do Automóvel de 1992. Disposto a também possuir um exemplar com
essa característica, ele teve de garimpar e resgatar uma velha carroceria, sem motor e câmbio, abandonada
em um fero-velho. E depois aguardar cerca de dez anos até finalmente poder desfilar com o besouro dos
seus sonhos, devidamente restaurado e personalizado na escola Cal-Style.
Já o proprietário do raro Miura 1977 conta que durante muitos anos, ao passar em frente à fábrica
do esportivo, no caminho de sua cidade-natal Montenegro para a capital Porto Alegre, alimentou o
desejo de um dia também possuir um exemplar da marca gaúcha. Sonho que levou cerca de três
décadas para virar realidade, com a aquisição deste exemplar da primeira geração, cuja criteriosa
restauração contou com a inestimável consultoria de um ex-funcionário da fábrica, que lhe deu
todas as informações sobre os detalhes no acabamento original.
Por fim, em Fusca Paixão, destacamos um besouro 1961 cuja ligação com
seu dono atual remonta à mais tenra infância. Isso porque o carro já
pertencia a seu pai antes mesmo dele nascer. Na juventude, ao
trabalhar para o pai no ramo de construções de imóveis,
abriu mão de receber dinheiro, preferindo ficar com o
Sedan que ele trata como um verdadeiro “irmão”.
E para todos que nutrem o mesmo carinho por seus
carros, oferecemos a seção Faça Você Mesmo, com
dicas detalhadas de como instalar o sistema
de chave-geral, que possibilita interromper
a corrente elétrica da bateria, protegendo e
preservando seu Volkswagen quando ele
não está em sua companhia.
Roberto Marks
Editor-Executivo
fuscacia@gmail.com
PRESIDENTE: Paulo Roberto Houch • VICE-PRESIDENTE EDITORIAL: Andrea Calmon (redacao@editoraonline.com.br) • JORNALISTA RESPONSÁVEL:
Andrea Calmon (MTB 47714) • COLABORARAM NESTA EDIÇÃO: Roberto Marks (Editor-Executivo), Luiz Guedes Jr. (Editor Assistente), Bob Sharp
(Editor Técnico); Saulo Mazzoni (Fotografia) ARTE E DIAGRAMAÇÃO: Adilson Nicollette/Comunica Multimídia • COORDENADOR DE ARTE: Renato Marcel
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Sumário
RELÍQUIA.................................14
Obra do destino: a incrível história de um aposentado de
79 anos e seu inestimável Karmann Ghia 1964 14
PERSONALIZADO....................22
Resgatado de um desmanche, clássico Sedan 1957
volta às ruas na roupagem de um charmoso Cal-Style
KIT CAR...................................32
O luxo e a sofisticação da rara e pioneira versão 1977
que deu início à marca gaúcha dos esportivos Miura
FUSCA PAIXÃO........................40
A forte ligação de um comerciante do interior paulista
com o besouro 1961 que o acompanha por toda a vida
24
COLUNAS
38 4
8
EDITORIAL
Sonhos realizados
LEITOR AO VOLANTE
A palavra é sua!
11 PLACA PRETA
100% originalidade
12 FUSCURIOSIDADES
Universo Volkswagen
52 OFICINA DO BESOURO
Correio Técnico
54 CLASSIFUSCA
Vitrine de bons negócios
56 CLUBE DO MÊS
Fusca Mania Clube-PR
58 ENCONTROS
Besouros reunidos
66 RETROVISOR Fotos de capa: Luiz Guedes Jr.
e Saulo Mazzoni
Propaganda de época
6 FUSCA & CIA
FUSCA & CIA 7
Críticas, elogios ou sugestões fuscacia@gmail.com
BRASMOTOR
Sou leitor assíduo da revista Fusca & Cia e acompanho este “universo refrigerado
a ar” há muitos anos, décadas até... E posso afirmar que jamais havia escutado falar
dessa pintura saia-e-blusa criada no Brasil para decorar as unidades montadas
pela Brasmotor. Parabéns a vocês por mais essa descoberta. E ainda por cima com
muitas fotos de época, para que ninguém conteste a veracidade da história!
Euclides Monteiro
São Paulo-SP
Fabiano Dutra
Rio de Janeiro-RJ
FUSCA SHOW
O Clube do Fusca de Novo Hamburgo tem
o prazer de convidar a todos para o Fusca
Show 2015 – 12º Encontro Estadual de Fuscas
e Derivados de Novo Hamburgo (RS), a ser
realizado nos pavilhões da Fenac nos dias 23
e 24 de maio. O evento premiará 50 exemplares
com troféus e a estimativa é que compareçam
proprietários vindos de Santa Catarina, Paraná,
São Paulo, Uruguai e Argentina. Mais informações
pelos telefones (51) 9946-4077 ou 9599-1953.
QUAL VERDE?
Comprei recentemente um Fusca 1961 na cor verde, mas acho que o verde Amazonas que se encontra nele não é
o original do ano. Como faço para saber o verde original do meu Fusca?
Henrique White
E-mail
Caro Henrique, nossa sugestão é que você procure um clube na sua região ou frequente algum evento onde poderá conhecer outros proprietários
com o intuito de pegar dicas ou até mesmo comparar seu modelo com outro similar.
GARAGEM DA VEZ
A dupla formada por um besouro 1968 e um
VW-1600 “Zé do Caixão” 1969 pertence ao
leitor Osnivaldo de Oliveira Vargas, morador
da cidade de Curitiba (PR). “O Fusca jamais foi
restaurado, apenas recebeu um banho externo
de tinta há 12 anos, quando o comprei. Já o
Zé do Caixão foi adquirido no ano passado
em estado de abandono, mas depois de uma
reforma completa faz hoje muito sucesso nas
ruas de Curitiba”, afirma o feliz proprietário.
Valmir Teixeira
Antonio, quando a Volkswagen encerrou pela primeira vez a produção do Fusca, Curitiba-PR
em 1986, boa parte do maquinário usado na linha de montagem foi vendido aos
fabricantes de peças de reposição. Partes pequenas da carroceria, como para-lamas, A pintura das rodas em duas tonalidades foi até a linha 1962,
saias e capôs. Ao retomar a fabricação do modelo, em agosto de 1993, a Volkswagen sendo neste último ano reservada apenas à versão do Fusca
acabou sim adquirindo alguns componentes desses fabricantes. Mas é exagero dizer monocromático. O esquema de pintura variava de acordo com a cor
que toda a lataria era terceirizada. do carro, mas normalmente seguia o padrão branco Pérola para o
centro, combinando com a tonalidade da carroceria no aro.
Adriano Lombardi
Petrópolis-RJ
ANEL COMEMORATIVO
Prestes a celebrar três décadas de existência, Já a outra, totalmente confeccionada em
o pioneiro Fusca Clube do Brasil (fundado no prata, tem produção ilimitada e custa
dia 28 de maio de 1985) vive um momento R$ 550. “Vale lembrar que 5% de toda
especial. Além de uma agenda recheada de a venda dos anéis serão revertidos para
eventos (entre eles a inauguração de sua o Fusca Clube do Brasil”, destaca Ervin.
nova sede), a diretoria lançou um souvenir Tanto a versão em ouro como a
disponibilizado a todos os fãs do besouro. mais simples exibem o mesmo
“Trata-se de um anel criado especialmente design, marcado pelo brasão do
para comemorar os 30 anos do clube. Mas Fusca Clube no topo e as laterais
qualquer pessoa pode adquirir uma unidade, adornadas pelo logotipo VW e a
independentemente de ser ou não sócia”, indicação dos 30 anos ladeada
declara Ervin Moretti, atual presidente do por uma coroa de louros,
grupo com sede na capital paulista. tudo em alto relevo e fino
Criado pela designer de jóias Bia Ferraz, o anel acabamento. Além disso, todos
está disponível em duas configurações: uma os anéis são numerados e acompanham
delas, limitada a apenas 30 unidades e vendida certificado de origem. Pedidos podem ser
a R$ 845, traz a base em prata 925 e o logotipo feitos pelo e-mail biu@biujewelry.com ou pelo
do Fusca Clube do Brasil em ouro 18 quilates. telefone (11) 99900-3626.
O MELHOR DA INTERNET
Partida a corda! – um senhor dono Fusca a corda? – flagrante de Fusca Show – paranaense cria Na pista – vídeo raro com a estreia
de Fusca cria uma maneira nada um besouro disfarçado como programa de entrevistas no interior do Fitti-Fusca, criação dos irmãos
ortodoxa de dar a partida no brinquedo de gente grande. de um Volkswagen Sedan. Emerson e Wilsinho Fittipaldi.
besouro. Confira: tinyurl.com/q3n9sxt No link: tinyurl.com/onlczqq Assista: tinyurl.com/q6p5tj8 Acesse: tinyurl.com/nkzmjrl
ENCONTROS E
14 FUSCA & CIA
desencontros
Um KARMANN GHIA nada comum e sua INCRÍVEL TRAJETÓRIA
até chegar às mãos de SEU ATUAL PROPRIETÁRIO, um
aposentado de 79 anos MORADOR DO INTERIOR PAULISTA
U
m sonho acalentado “Sempre gostei de automóveis, Volkswagen em sua garagem. “O
por mais de 15 anos. E tanto que fui eu que ensinei meu primeiro foi um Karmann Ghia
que se tornou realidade pai a dirigir, o que não era tão 1964, comprado usado no ano
justamente no momento incomum na minha geração”, de 1966. Em 1970, fiz a troca por
em que a decisão foi desistir narra o aposentado, que apenas uma Variant zero-quilômetro,
de alcançá-lo. Assim podemos uma vez na vida enveredou para que mantive até 1978, quando
resumir a trajetória do relu- as duas rodas e adquiriu uma a substituí por um
zente Karmann Ghia 1964 na motocicleta. “Foi então a vez exemplar do Brasi- Marcas
vida de seu atual proprietário, de meu pai me dar uma lição. lia”, descreve. do tempo
o aposentado Eduardo Jorge Ele falou que eu tinha 15 dias Mas foi o Kar- Além de nunca ter
Estevão, 79 anos, morador da para vender a moto e adquirir mann Ghia 1964 sido restaurado,
cidade de Ribeirão Preto (inte- um carro”, narra Eduardo, que que deixou sauda- o esportivo
rior de São Paulo). dali em diante só teria modelos des. Só que não o preserva os faróis
de longo alcance
instalados pelo
primeiro dono
Testemunho
de época
A ignição junto à
coluna de direção
e o botão vermelho
de pisca alerta
sob o painel eram
adaptações comuns
nas décadas de
sessenta e setenta
Marcas
do tempo
Apesar do excelente
estado geral, alguns
pontos de ferrugem
na carroceria e no
berço do estepe
denunciam que este
exemplar jamais foi
restaurado
Renascido
DAS CINZAS
22 FUSCA & CIA
A
paixão pelo Fusca vem dos brinquedos da infância,
tornou-se mais forte na forma de primeiro carro na
juventude e ganhou novos contornos no Salão do
Automóvel de São Paulo de 1992. “Foi lá que vi pela
primeira vez um besouro com vigia Oval, numa exposição
que o Fusca Clube do Brasil organizou dentro do evento”,
comenta o empresário Marcos César Carrer, 47 anos,
morador da cidade de Ribeirão Preto, no interior paulis-
ta. “Lembro que saí de lá decidido a também possuir um
Fusca como aquele”, diz.
Curiosamente, foi no mesmo Salão que o então presiden-
te Itamar Franco, numa das primeiras aparições públicas
após sua posse, discursou sobre a necessidade de o Brasil
Clássico esportivo
O projeto de
customização mescla
elementos originais
com acessórios de
época, entre eles
componentes inspirados
na linha Porsche, caso
das lentes dos faróis e
das rodas Fuchs
Charme extra
Estribos claros e
uma badalada caixa
de ferramentas da
marca alemã Hazet
contribuem para o
visual do Sedan
O motor leva distribuidor e dupla carburação Empi, além de filtro esportivo no respiro do óleo
30 FUSCA & CIA
Em vez da mecânica
1.200 de época, o
Sedan 1957 acelera
uma invocada unidade
de 1.600 cm³
PRECURSOR
de uma saga
Em 1977, o GAÚCHO MIURA surgiu no mercado nacional,
ELEVANDO O SEGMENTO DOS ESPORTIVOS fora-de-série a
novos padrões de QUALIDADE E SOFISTICAÇÃO
32 FUSCA & CIA
FUSCA & CIA 33
Criativo, mas
problemático
Apenas no
modelo 1977 os
faróis ocultos
são acionados
aproveitando o
vácuo gerado
no coletor de
admissão do motor
PROJETO DE VANGUARDA
O modelo pioneiro fabricado em 1977
exibe várias características exclusivas.
A começar pelas maçanetas de VW
Brasilia adotadas nas portas, depois
substituídas por componentes de Alfa
Romeo Ti4. Ou ainda o avantajado
capô dianteiro, reduzido nas unidades
produzidas nos anos seguintes. Além
disso, apenas nas versões iniciais os
faróis ocultos eram acionados apro-
veitando-se o vácuo gerado dentro do
coletor de admissão do motor. Apesar
da criatividade, o sistema apresentava
problemas constantes, forçando o
fabricante a adotar motores elétricos
a partir de 1978.
Mas é no interior que o Miura inau-
gural apresenta sua particularidade
mais marcante: o painel dividido em
Painel futurista
O painel de
três módulos
marca o interior
das primeiras
unidades, que
oferecem ainda
volante com
regulagem
elétrica de altura
Detalhe
exclusivo
As maçanetas de
VW Brasilia seriam
substituídas por
componentes de
Alfa Romeo a partir
da linha 1978
Item raro
Somente a versão
1977 exibia capô
dianteiro maior,
a exemplo do
exemplar de
número 10012,
autografado pelo
criador Itelmar
Gobbi na coluna
da porta do
motorista
Álbum de família
O besouro ao longo das
décadas com a família do
atual proprietário. E na mesma
garagem há 46 anos...
CHAVE-GERAL
Dicas!
FERRAMENTA NECESSÁRIA
Chave 13 mm + chave
19 mm + furadeira
com broca de 13 mm
DIFICULDADE:
TEMPO MÉDIO
60 minutos
!
ANTES DE INICIAR O TRABA-
LHO, CERTIFIQUE-SE QUE O
Prático e CARRO ESTEJA DESLIGADO
E GUARDE AS CHAVES NO
funcional BOLSO PARA QUE NINGUÉM
A chave-geral
permite deixar O LIGUE INADVERTIDAMENTE!
o veículo sem
N
uso por longos
períodos sem ão há nada pior que tentar ligar o besou-
descarregar ro após meses sem uso e descobrir que a
a bateria bateria “arriou”. Para que isso não acon-
teça, muitos proprietários costumam
desconectar a bateria do carro quando a intenção é deixá-lo
sem uso por um longo intervalo. Mas existe uma alternativa
ainda mais prática, que é a instalação de uma chave-geral, “que
nada mais é que uma chave de rosquear capaz de permitir ou
interromper a corrente elétrica do veículo, sendo que no passa-
do era instalada em local pouco visível, atuando também como
dispositivo anti-furto”, afirma o engenheiro mecânico Walter
Abramides, proprietário da oficina paulistana Garage Web.
De acordo com o especialista, uma das preocupações na
hora da instalação é fixar a chave-geral numa área de chapa
metálica limpa, sem tinta ou tapeçaria, facilitando o contato
e a passagem de energia. “No Fusca a bateria fica debaixo do
banco traseiro, dificultando um pouco o serviço, já que toda
parte metálica do entorno possui algum revestimento que
deve ser eliminado”, aponta Abramides. Como também é uma
área de difícil acesso, decidimos executar o passo a passo a
seguir num modelo Volkswagen Brasilia, facilitando assim a No passado, a chave-geral já foi
visualização e o entendimento. usada como sistema anti-furto
48 FUSCA & CIA
1 Na sequência, também com uma
chave de 13 mm, solte o parafuso que
fixa o cabo negativo na carroceria. O papel
de aterramento também será desempenhado pela
chave-geral depois de tudo instalado.
2 5
Novamente com uma lixa, limpe a área no entorno do furo. Qual- Pronto, já é possível instalar a chave de rosca. Antes de girá-la
quer vestígio de tinta ou tapeçaria pode atrapalhar a passagem de
corrente elétrica.
10 até o fim e acionar a passagem de corrente, conecte de volta
os cabos da bateria, desta vez o positivo antes do negativo.
Posicione a chave geral no buraco aberto e prenda a porca de fixação com uma chave de 19 mm.
50 FUSCA & CIA
Caderno técnico
Por Bob Sharp fuscacia@gmail.com
SUSPENSÃO
NO FUSQUINHA?
Gostaria de saber em qual ano o
Fusca 1300 Standard passou a sair
de fábrica com a mesma suspensão
com pivô e fixação das rodas por
4 parafusos, conjunto lançado
com o Fuscão a partir do segundo
semestre de 1970?
Fábio Girão
Rio de Janeiro-RJ
CABO DO VELOCÍMETRO
Acabei de adquirir um Fusca 1300-L ano 1979, que pertencia ao avô
do meu genro e que está muito bem conservado. Essa semana o cabo
do velocímetro rompeu e, como já tive outros Fuscas, resolvi eu mesmo
fazer a troca. Desconectei o cabo do velocímetro sem problemas, mas, ao
tentar retirá-lo do cubo da roda, notei que estava preso. Puxei com forca
e a capa acabou estourando, ficando um pedaço na ponta de eixo. Tive
de desmontar a calotinha, tirar a trava, rolamento e a panela de freio para
conseguir retirar o restante da capa que havia ficado no local. Montei
tudo novamente e no lugar correto, verificando inclusive se o buraco
da calotinha estava com o furo quadrado. Saí para testar e o ponteiro
do velocímetro estava oscilando. Voltei, ajustei novamente o cabo no
velocímetro, dei outra volta e o problema persistiu. Entrei debaixo do
carro e notei que o cabo e a capa estavam “enrolados”, parecendo uma
trança. Resumindo: perdi o cabo. Gostaria de saber o que tem de ser
feito para que o velocímetro funcione perfeitamente novamente?
Hilvo de Abreu
Campinas-SP
Hilvo, não vejo razão para que o cabo tenha ficado enrolado. É uma montagem simples até. Também
não consigo visualizar cabo e capa enrolados como “uma trança”, pois para isso são necessárias duas
partes e o cabo e capa formam uma unidade, cabo dentro da capa. Se houvesse uma foto dessa “trança”
ajudaria bastante a elucidar esse caso.
RADIADOR DE ÓLEO
Minha dúvida é bastante simples: se eu conectar mangueiras no bloco do motor refrigerado a ar e transferir o
radiador de óleo para o lado do câmbio, a bomba de óleo conseguirá manter a lubrificação?
Julio, a bomba original não tem capacidade de vazão para tanto, a pressão de trabalho do sistema cairia. Mas vale tentar e ver se a pressão se mantém ou
cai, nem é preciso fazer a instalação completa, só como teste. Se que antiguamente existiam umas bombas de maior vazão, com engrenagens mais largas.
Pode ser que ainda existam no mercado de preparação, aqui ou no exterior.
52 FUSCA & CIA
BESOURO HIBERNADO
Caro Bob, acabei de comprar um Fusca 1965, o qual pretendo usar apenas
em ocasiões especiais, já que ele possui baixa quilometragem e a intenção é
preservá-lo ao máximo. Minha dúvida é a seguinte: quais cuidados devo tomar
com relação aos pneus, parte elétrica e gasolina no tanque com o carro parado
por muito tempo. Há um prazo máximo para que o combustível não estrague?
Lúcio Mello
São Paulo-SP
Lúcio, felizmente com a redução do enxofre de 800 partes por milhão para 50, juntamente com redução dos
elementos aromáticos, na gasolina, ocorrida no começo de 2014, a gasolina pode ficar até 1 ano no tanque sem
se deteriorar. É bom ter no carro uma chave-geral para cortar todo e qualquer consumo de energia elétrica (veja
no “Faça você mesmo” dessa edição de Fusca & Cia), deixar fresta nos vidros das janelas para manter o interior
ventilado e, por último, encher os pneus com 50 libras para não haver deformação dos flancos — o ideal é deixar
o carro sobre cavaletes, rodas no ar, mas isso nem sempre é possível —, sem esquecer de tirar ar dos pneus
quando for tirar o carro da hibernação. Use um calibrador para restabelecer a pressão ideal (16 libras na dianteira,
22 libras na traseira). Na carroceria, de lavada e seca, aplique cera protetora. Não é preciso cobrir o carro.
GASOLINA PURA!
Tenho um Fusca 1975 a gasolina e motor 1300. Com o aumento da
porcentagem de álcool na gasolina, qual seria a melhor solução para nós,
proprietários dessas raridades antigas?
Yuri Porfirio
E-mail
Yuri, lamentavelmente não há solução. Seu carro foi projetado para gasolina com até 12% de álcool. Portanto
ele roda com gasolina inadequada desde setembro de 1997, quando a gasolina passou a ter 22% de álcool e
em 2002, por lei, 25%. Portanto, não são esses 2% a mais que vão fazer diferença. Nem gasolina premium ou
Podium, que manterão os 25%, resolve. Os malefícios pelos quais você e muitos passam há 18 anos são de
duas ordens. Uma, os materiais como borrachas, diafragmas, peças como escapamento, bomba de gasolina
e boia do medidor de combustível, atacadas por esse álcool. Outra, mistura ar-combustivel pobre, mas isso
é facilmente corrigível aumentando os giclês do carburador, pouca coisa. Mistura pobre se manifesta por
hesitação (“engasgo”) na aceleração e perda de potência. Mas se você não sente isso talvez seja porque na
época em que seu carro foi feito as misturas eram muito ricas, que com a gasolina com álcool a 22% ou mais,
ficou certa. Vá usando a gasolina comum ou comum aditivada e observe.
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54 FUSCA & CIA
O grupo paranaense é famoso
pela organização de mosaicos
gigantes no Dia Mundial do Fusca
O VETERANOS REUNIDOS
mês de mar-
ço marcou a
realização do
grande encon-
tro organizado pelo
Veteran Car Clube
do Rio de Janeiro. E
a família de modelos
Volkswagen arrefe-
cidos a ar mais uma
vez se fez presente
em quantidade e
qualidade. O público
que compareceu à
mostra, ralizada no
Parque do Flamengo,
no tradicional bairro
carioca de mesmo
nome, pôde apreciar
não apenas exempla-
res do besouro tanto
originais como cus-
tomizados nas mais
variadas escolas. Mas
também verdadeiras
raridades, como a
primeira geração da
O público pôde
apreciar esportivos
como SP2 e Puma
Spider, além da
primeira geração da
Família Tipo 3: VW-
1600, Variant e TL
O
belo domingo de
sol do dia 1 o. de
março foi pal-
co da primeira
edição do Power VAG,
evento organizado na ca-
pital paulista pelo grupo
Volksbrothers em parce-
ria com o site Volkspage
e diversos outros clubes
dedicados à paixão pela
marca alemã. Com o
lema “a união por uma
marca em um único
sentimento”, o badalado
encontro arrastou mais
FORÇA VOLKSWAGEN
de mil proprietários ao
Shopping D, no bairro
paulistano do Canindé,
que teve seus quatro an-
dares de estacionamento
completamente tomados
pelos participantes. E
claro que a forte pre-
sença de besouros e
derivados arrefecidos a
ar deixaram bem claro
onde e como toda essa
paixão começou... A pró-
xima edição do evento
acontecerá ainda neste
ano, sendo que a data
será em breve anunciada
na página do Facebook
do Volksbrothers.
A FUSCA É ARTE
terceira edição
do Encontro de
Fusca de Embu
das Artes (Gran-
de São Paulo) foi um
sucesso, com a partici-
pação de aproximada-
mente 800 exemplares
Volkswagen e a presen-
ça de um público esti-
mado em 6 mil pessoas.
Além de clubes locais e
dos municípios vizi-
nhos, o evento atraiu
proprietários de várias
cidades distantes como
Piracicaba e Bragança
Paulista, ambas no
interior paulista, além
de modelos vindos de
outros estados, caso de
Blumenau (SC) e São
José dos Pinhais (PR).
A mostra foi organi-
zada pelo clube local
Metropolitan Volks.
Dezembro de 1981 A publicidade da Volkswagen responde com graça a uma notícia veiculada na
época sobre a produção de um “carro mundial” feito por uma marca concorrente. E aproveita para destacar as
características que fizeram do Fusca um sucesso nos cinco continentes e uma verdadeira paixão mundial...