Material de Apoio - Língua Portuguesa
Material de Apoio - Língua Portuguesa
Material de Apoio - Língua Portuguesa
Fonte: DUTRA, Gislene Silva. A escrita mediada como atividade de estimulação na apropriação do sistema alfabético. Revista
Psicopedagogia 2020;p. 393.
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Para apropriação do sistema de escrita, a criança deve compreender as
seguintes propriedades:
1. Escreve-se com letras, que não podem ser inventadas, que têm
um repertório finito e que são diferentes de números e de outros
símbolos.
2. As letras têm formatos fixos e pequenas variações produzem
mudanças na identidade das mesmas (p, q, b, d), embora uma
letra assuma formatos variados (P, p, P, p).
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Alunos(as) que encontram-se nesta fase, ainda
não compreendem a correspondência entre o
falado e o escrito. Sua leitura é feita de forma
global, com o dedo deslizando por toda a
escrita, de forma contínua. A escrita do(a)
aluno(a), nessa hipótese, pode ser grafada com
letras, desenhos e outros símbolos. Dentro
dessa hipótese de escrita, os alunos
inicialmente escrevem sem se preocupar com a
quantidade de letras e com que letras ou símbolos devem escrever. Também não se preocupam
com a diferença que existe entre essas letras e símbolos.
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CONSCIÊNCIA DE FRASES E PALAVRAS
É a compreensão de que a fala consiste em frases de diferentes tamanhos e que as frases
são compostas de palavras que também tem diferentes tamanhos.
ASSIM… VAMOS ANALISANDO E SEGMENTANDO EM NÍVEIS CADA VEZ MENORES.
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Sequência de palavras
Objetivo: Desenvolver a atenção, percepção e consciência de palavras
Material: Imagens de diversas categorias (material escolar, fruta, vestuário, animal, brinquedo,
instrumento musical)
Atividade: O mediador irá falar para a criança sequências de palavras de uma categoria e dentre as
palavras inserir uma que não faz parte do determinado grupo (classe). A criança, após a sequência
falada pelo mediador deverá descobrir qual a palavra que não faz parte daquela categoria.
Dependendo da idade da criança, o mediador poderá dar ou não o apoio visual, mas deverá retirar
aos poucos de modo que a criança atente para o que está sendo falado.
Exemplos:
LÁPIS - COLA - GALINHA - CADERNO - MOCHILA
MELANCIA - CUECA - LARANJA - UVA - BANANA
VIOLÃO - FLAUTA - VACA - BATERIA - TAMBOR
Quantos passos
Material Necessário: Sacola com objetos diversos ou figuras.
Atividade: A criança retira da sacola um objeto e é incentivada a dizer o seu nome pausadamente a
cada sílaba. Ensine a criança a contagem de sílabas trabalhando com passos a medida que ouve a
palavra, a criança deverá dar um passo para cada sílaba da palavra.
Vamos dizer que você tenha sorteado a figura elefante. Faça uma pausa enquanto diz cada sílaba
E-LE-FAN-TE. Você também pode fazer a criança se mexer fazendo com que ela pule, suba
degraus da escada, pule amarelinha com cada sílaba. Aproveite para associar ao numeral.
Escutar e procurar
Material necessário: cartões de figuras
Atividade: O mediador seleciona cartões com figuras e dispõe no chão ou na mesa.
Falar pausadamente as sílabas que compõem o nome de determinada figura e a criança deverá
identificar o cartão correspondente.
Exemplo: ca….. va….. lo (falar com pausas entre as sílabas) e a criança deverá encontrar a
figura/imagem do cavalo.
Papo de ogro
Objetivo: Reforçar a capacidade da criança de sintetizar palavras e partir de suas sílabas separadas.
Atividade: Convide a criança para se sentar no chão e envolva-a em uma história.
Era uma vez um ogro gentil e pequenino, que adorava dar presentes às pessoas. O único problema
é que o ogro sempre queria que as pessoas soubessem qual era o presente antes de dá-lo. Mas o
ogro tinha uma maneira muito estranha de falar. Se ele fosse dizer à criança que o presente era uma
bicicleta, ele dizia “bi-ci-cle-ta”. Só quando a criança adivinhasse qual era
o presente é que ele ficava completamente feliz.
Agora finja ser o ogro e caminhe, dando um “presente” a criança, pronunciando o nome do
"presente" sílaba por sílaba. Quando a criança adivinhar a palavra, ela deve indicar um presente
para o mediador.
Alguns exemplos de presentes para pronunciar: carrinho - chinelo - passarinho - banana - chocolate
- patins - lápis- computador - pirulito - bicicleta - dado - piscina, etc.
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Síntese silábica
Atividade: O mediador propõe juntar sílabas para formar uma palavra. Ele fala ca (pausa) ma e a
criança responde cama.
bo (pausa) la: bola;
sa (pausa) pa (pausa) to: sapato
tar (pausa) ta (pausa) ru (pausa) ga (pausa): tartaruga.
* Variar o número de sílabas das palavras
O que é, o que é
Atividade: A criança deverá dizer palavras que começam com determinada sílaba, de acordo com
conceitos dados pelo mediador.
Exemplo: Um animal que começa com CA… Um animal que termina com PO… As crianças gostam
de comer MA… Uma cor que começa com A.., etc.
Inversão de sílabas
Atividade: Vamos formar uma nova palavra invertendo os pedacinhos?
Exemplo: Se colocarmos o pedacinho (ta) da palavra pata no início desse nova palavra e o
pedacinho (pa) no final dessa nova palavra que queremos formar, qual é a nova palavra que
formamos?
Resposta: tapa.
topa - pato pato - topa
pata - tapa tapa - pata
lobo - bolo bolo - lobo
capa - paca paca - capa
RIMAS E ALITERAÇÕES
Rima: no campo pedagógico é considerado em relação à semelhança dos sons finais de palavras,
mas comum a partir da vogal tônica.
Aliteração: Repetição de sílabas e fonemas (início/meio/fim)
A percepção das rimas e aliterações se desenvolvem
espontaneamente na criança, devido a exposição em diferentes
contextos.
É necessário desenvolver a sensibilidade para que a atenção da
criança esteja voltada intencionalmente para reconhecimento das
rimas/aliterações e assim também na produção das rimas/ aliterações.
Estes níveis de sensibilidade fonológicas trazem efeitos significativos no processo de alfabetização
levando mais facilmente a compreensão da relação fonema/grafema.
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Rima de palavras
Atividade: Neste jogo, você produz uma palavra a ser rimada (por exemplo: MÃO) e sinaliza para
que a criança apresente uma palavra que rime com ela (por exemplo: SABÃO, PÃO).
Para ajudar a criança pode-se pedir que diga uma palavra que rima, sugerindo outras (por exemplo:
PÉ rima com GATO, CHULÉ ou RATO).
Exemplos:
Café – Chulé chá - ??? (bola ou pá)
Melão - fogão banana - ??? (semana ou laranja)
Touro - ouro valente - ??? (gente ou coração)
Pé – picolé mão - ??? (cabeça ou avião...)
Variações: Usar imagens para facilitar a identificação das palavras que rimam.
Rimas de ação
Materiais necessários: Figuras de pares de palavras que rimam
Atividade: Este jogo estimula a criança a prestar atenção nos sufixos. Você deve distribuir a criança
diversas figuras que representem ações (por exemplo: um menino cantando, um homem dirigindo,
um gato comendo), mantendo consigo uma equivalente para cada sufixo (-ando, -endo, -indo).
Para explicar como o jogo funciona, mostre sua figura e diga uma frase usando a palavra-ação (por
exemplo: “o garoto está cantando”). A seguir, peça a criança que examine suas próprias figuras
para ver se elas apresentam uma ação que rima com cantando. Caso isso ocorra, a criança deverá
levantar o cartão e produzir uma frase rimada com a sua figura (por exemplo, “As crianças estão
brincando”).
Exemplos de rimas-ação, separadas de acordo com o sufixo:
ANDO: Escovando, Dançando, Estacionando, Falando, Nadando, Pintando, Pulando, Tocando;
ENDO: Chovendo, Comendo, Correndo, Escrevendo, Lendo, Mexendo, Varrendo, Vendendo;
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INDO: Dormindo, Ouvindo, Partindo, Repartindo, Saindo, Sentindo, Sorrindo, Subindo.
Complete a frase
Materiais necessários: Folha com gravuras que completam as frases
Atividade: Colorir a figura cujo nome completa o versinho, rimando-o.
Exemplo:
Um formoso passarinho dorme agora no seu…
Quem é que fica contente quando está com dor de…
Vou mexer o meu mingau com esta colher de…
Para lavar minha mão, vou usar água e…
No céu, uma coisa flutua, quem será? É a…
Coloquei o meu pião na palma da minha…
Eu queimei a minha mão na panela do…
Peguei a bola e coloquei na…
Comprei uma cola para levar para a…
Lá naquele mato mora um…
Eu vi um laço no pescoço do...
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JOGOS COM ALITERAÇÕES
• Ouvir sons do início da palavra observando outras palavras que iniciam com o mesmo som (sílaba).
O mesmo para o fim das sílabas.
* Localizar onde aparece a sílaba ouvida: la (lata; cola; mola ; chocolate)
• O educador pode enfatizar a sílaba de uma palavra e pedir que digam outras que iniciam da
mesma forma: GATO.
• Apontar gravuras que iniciam com BA; MA; VI…
• Agrupar figuras com as sílabas iniciais.
• Vou à festa da Carina e vou levar… (Somente palavras que iniciem com a mesma sílaba do nome
da aniversariante).
Atividade: A criança deverá completar as palavras que iniciam com determinado som (sílaba), de
acordo com conceitos dados pelo mediador.
Exemplo:
MA… - animal que gosta de banana
SA… - objetos que usamos para lavar as mãos
MA… - fruta vermelha
SA… - animal que vive na lagoa
MA… - objeto que usamos quando vamos viajar
SA… - objeto que utilizamos para carregar algo
Responder às perguntas
O mediador falará a frase para que a criança responda. Exemplo:
Diga o nome de um animal que termina com TO… (GATO)
Diga o nome de uma fruta que termina com ANA… (BANANA)
Diga o nome de uma coisa que tem na cozinha e que termina com EIRA… (GELADEIRA)
Diga o nome de uma coisa que a gente come que termina com ÃO… (PÃO)
Diga o nome de um animal que termina com CO… (PORCO)
Diga o nome de uma menina que termina com NA… (CARINA)
Diga o nome de um menino que termina com ÃO… (JOÃO)
Diga o nome de uma parte do corpo que termina com ÇO… (BRAÇO)
Diga o nome de um brinquedo que termina com DOR… (ESCORREGADOR)
Diga o nome de uma parte do corpo que termina com ELO… (COTOVELO)
Diga o nome de uma cor que termina com ELHO… (VERMELHO)
Diga o nome de um brinquedo que termina com OLA… (BOLA)
Diga o nome de uma coisa que tem na sala de aula e termina com EIRA… (CADEIRA)
Diga o nome de uma parte do corpo que termina com RIZ… (NARIZ)
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CONSCIÊNCIA DO FONEMA
A capacidade de segmentação da oralidade se desenvolve sempre da maior unidade para a menor
unidade. PALAVRA - SÍLABAS - RIMAS - FONEMAS.
Perceber a estrutura interna das sílabas depende do desenvolvimento da CONSCIÊNCIA
FONÊMICA (consciência das unidades mínimas do sistema fonológico).
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A grande caçada
Pesquise livremente figuras em revistas ou encartes, recorte e peça para que a criança nomeie
todas as figuras e diga o fonema inicial.
Em seguida, a criança deverá procurar objetos em casa cujos nomes começam com o mesmo som
das figuras da atividade.
Para cada imagem a criança deverá encontrar pelo menos 3 objetos.
O mediador poderá variar os sons para que a criança identifique outros objetos.
O que é, o que é
A criança deverá completar as palavras que iniciam com determinado fonema, de acordo com
conceitos dados pelo mediador.
Exemplo:
M… - animal que gosta de banana.
M… - fruta vermelha.
S. … - objeto que utilizamos para carregar algo.
T. …- objetos que usamos para lavar as mãos.
S.…- animal que vive na lagoa.
M… - objeto que usamos quando vamos viajar.
O mestre mandou
Brinque de o mestre mandou com a criança pedindo que ela busque objetos do
ambiente que iniciem com o fonema que desejar.
Reúna tudo dentro de uma sacola e esconda logo após para que a criança encontre no local
escondido.
TRAVA - LÍNGUA
Ao ouvir seu professor recitar o trava-língua, marque um X no doce abaixo toda vez que ouvir
a palavra DOCE.
Qual é o doce que você mais gosta? Desenhe e depois escreva o nome.
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Existem vários doces e o doce de batata doce é apenas um deles. Abaixo têmoutros doces
que podemos encontrar e pense em uma frase para cada um. Depois, conte quantas palavras
têm e pinte um círculo para cada palavra.
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Alguns doces têm seus nomes compostos por mais de uma palavra. Vamos descobrir quantas
são e ligar o doce à sua quantidade de palavras?
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Batalha dos doces
Na batalha dos doces ganha aquele que têm mais sílabas. Conte quantas sílabas têm o nome
de cada doce e pinte o campeão de cada grupo.
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Alimentação silábica
Comer muitos doces não é legal para a saúde. Temos que nos alimentar de forma
equilibrada para crescer forte e saudável. Recorte os alimentos e organize nos pratos de
acordo com a quantidade de sílabas.
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A seguir, você encontrará a cantiga de roda "Não atire o pau no gato."
Como sugestão, para deixar sua aula mais divertida, aproveite para levar as
crianças ao pátio da escola e brinquem de roda.
Faça uma roda de conversa e explore a cantiga sugerida de forma oral.
Sugestõesdeperguntas:
Qual é o animal que aparece na cantiga que acabamos de cantar? O que não
devemos fazer com ele? Por quê?
Em alguns momentos da cantiga aparecem sílabas de algumas palavras que se
repetem. Quem pode me dizer uma palavra e a sílaba dela que se repetiu?
Vocês sabiam que antigamente essa cantiga era cantada com outra letra?
Por que será que a sua versão foi trocada?
Sugestões extras:
Aproveite essas imagens para desenvolver consciência de sílabas, pedindo para que
representem ao lado, uma bolinha para cada sílaba.
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Agora observe as imagens abaixo, identifique as sílabas que se repetem e pinte a caixinha
que representa a posição onde aparecem.
PARLENDA
As parlendas são versinhos de rimas fáceis, muito usadas em brincadeiras. Na parlenda que
você acabou de ler tem algumas palavras que rimam. Circule os desenhos que representam
essas rimas, usando o lápis da mesma cor.
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Nas parlendas têm a presença das rimas, que são as palavras que terminam com os mesmos sons.
Agora, quero ver se consegue perceber quais desenhosiniciam com a mesma sílaba da imagem
em destaque. Quando encontrar, é só pintar bem bonito.
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De acordo com a parlenda o alimento que está no prato é o feijão, mas também podemos colocar
outros. Veja algumas sugestões abaixo e depois ligue as imagens que iniciam com o mesma sílaba.
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Procura fonema
No trava-língua do "doce de batata doce" que você aprendeu tem um som que se repete
várias vezes e também é o primeiro fonema da imagem em destaque. Você sabe qual é?
Ele está presente no nome de todas as imagens abaixo. Identifique onde e pinte o círculo
que representa a sua posição.
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Trava - língua secreto
Descubra qual é o trava-língua secreto, colocando a letra que representa o primeiro som de
cada imagem.
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Correspondência e organização
Dentro da hipótese silábica encontra-se duas subdivisões sendo elas o silábico sem valor
sonoro e silábico com valor sonoro (FERREIRO, 2017). Neste momento será abordado acerca da
hipótese silábica sem valor sonoro.
Ao atingir o nível de escrita silábica sem valor sonoro, o indivíduo passa a compreender
que escrita é a representação da fala e por sua vez estabelece uma relação percebendo os sons
das sílabas e atribuindo a cada sílaba uma letra, que pode ou não ter o valor sonoro convencional.
Dessa forma, “este nível está caracterizado pela tentativa de dar um valor sonoro a cada
uma das letras que compõem uma escrita. [...] cada letra vale por uma sílaba” (FERREIRO e
TEBEROSKY, 1999, p. 209).
De acordo com Mendonça e Mendonça (2011)
Somente quando for questionado sobre a quantidade de vezes que abrimos a boca para
pronunciar determinada palavra é que o aluno começará a antecipar a quantidade de letras
que deverá registrar para escrever. Neste momento, o aluno avança para o próximo nível
de escrita, o silábico, sem valor sonoro, pois de início, grafará uma letra para cada sílaba,
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entretanto, seu registro não terá correspondência sonora. Para a palavra BONECA, poderá
grafar IOD, por exemplo (p. 39).
Assim, neste nível a criança começa a realizar correspondência entre as letras e as sílabas,
escreve uma sequência de letras que não correspondem a segmentos orais da palavra escrita e
ao ler, aponta uma ou um grupo de letras para cada sílaba.
Nas palavras de Ferreiro (2017)
Esta hipótese silábica é da maior importância, por duas razões: permite obter um critério
geral para regular as variações na quantidade de letras que devem ser escritas, e centra a
atenção da criança nas variações sonoras entre as palavras (p. 25).
Essa escrita constitui um grande avanço, e se traduz num dos mais importantes esquemas
construídos pela criança, durante o seu desenvolvimento. Pela primeira vez, ela trabalha
com a hipótese de que a escrita representa partes sonoras da fala, porém, com uma
particularidade: cada letra vale por uma sílaba. Assim, utiliza tantas letras quantas forem as
sílabas da palavra (p. 9).
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Enquanto na figura A, a criança não relacionou foneticamente e representou a palavra
brinco designando uma letra para cada sílaba, à criança da figura B conseguiu estabelecer essa
relação entre as letras "I" e "N". “É comum, principalmente entre as crianças, encontrarmos
alunos que parecem “comer letras” ou usar mais letras do que as palavras requerem”
(MENDONÇA e MENDONÇA, 2011, p. 40).
Dessa forma, nas duas figuras as crianças apresentaram a palavra brinco, designando
uma letra para representar cada sílaba desta palavra, esta é uma característica chave da
hipótese silábica sem valor sonoro.
Na sequência, observe o exemplo da palavra ELEFANTE.
Assim, a passagem para o nível silábico é feita com atividades de vinculação do discurso
oral com o texto escrito, da palavra escrita com a palavra falada. O aprendiz descobre que a
palavra escrita representa a palavra falada, acredita que basta grafar uma letra para se
poder pronunciar uma sílaba oral, mas só entrará para o nível silábico, com
correspondência sonora, à medida que seus registros apresentarem esta relação, por
exemplo, para MENINO grafar, MIO (M=me, I=ni, O=no), para GATO, GO (G=ga, O=to),
BEA (B=bo, E=ne, A=ca) para BO-NE- -CA, e assim por diante (MENDONÇA e
MENDONÇA, 2011, p. 40).
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Seguem as atividades de promoção, cuja intenção é trabalhar os déficits apontados.
Pode-se observar na figura E, a atividade de promoção se enquadra nos casos das figuras
A e C, para que através desta a criança consiga avançar para o nível silábico com valor sonoro.
Entretanto, na figura F esta atividade de promoção ajudará as crianças dos casos anteriormente
apresentados nas figuras B e D. Na qual as crianças já se encontram em fase de transição, logo
estas atividades as ajudarão a alcançar o nível silábico com valor sonoro.
Consequentemente, “está hipótese silábica é da maior importância, por duas razões: permite
obter um critério geral para regular as variações na quantidade de letras que devem ser escritas,
e centra a atenção da criança nas variações sonoras entre as palavras” (Ferreiro, 2017, p. 25).
Pode-se dizer que em sua maioria as crianças passam pela escrita silábica sem valor
sonoro, que é uma fase extremamente importante na vida de uma criança e que requer bastante
atenção, a criança sai da escrita não fonetizada e entra na escrita fonetizada, embora ainda não
escreva as palavras de modo “correto”, a criança normalmente faz a representação da escrita,
utilizando uma letra para representar uma sílaba, ou seja, ela associa às letras a quantidade de
vezes que a mesma abre a boca.
Deste modo nota-se que a criança começa a entender que a escrita é uma representação
gráfica da fala, logo se entende o motivo de ela representar a escrita pela quantidade de vezes
em que abrimos a boca, ela começa a entender também que uma palavra é fragmentável,
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podendo se subdividir em duas, três ou mais vezes, isso demonstra que a criança é um ser
bastante visual e auditivo.
Veja mais exemplos:
CTD para BANANA
PHV para JACARÉ
ADOG para TELEFONE
KEA para MACACO
CJTI para ELEFANTE
Boas intervenções
1. Manter um alfabeto exposto e ao alcance das crianças para que consultem sempre que
necessário. Com acesso a ele, elas podem relembrar a forma gráfica de determinada
letra que querem registrar, por exemplo. Importante: prefira um alfabeto com letras de
imprensa, todas maiúsculas, sem nenhum tipo de desenho nem letras minúsculas ou
manuscritas acompanhando. Elas dificultam a vida dos pequenos nesse momento.
2. Expor nas paredes da sala de aula, textos de tradição oral que a turma conheça e saiba
de cor, como parlendas, versos, trava-línguas, adivinhas, entre outros, para que os
pequenos recorram a eles quando estiverem escrevendo e queiram se apoiar em
exemplos. Por exemplo: para escrever COZINHA, podem recorrer à MEIO-DIA,
MACACO ASSOBIA. Trabalhar com narrativas e outros textos mais extensos, que
circulam socialmente, também é fundamental.
3. Organizar duplas produtivas de trabalho, reunindo uma criança com escrita silábica sem
valor sonoro convencional com um colega que apresenta uma hipótese silábica com
valor sonoro convencional, para que o segundo questione o par sobre as letras
escolhidas, a ordem, dê sugestões para melhorar a escrita.
4. Pedir que a criança leia em voz alta, seguindo com dedo, o que escreveu. Assim, ela
verbaliza o que pensou e você pode fazer intervenções - por exemplo, perguntar se ela
acha que há letras sobrando, se quer eliminá-las, se deseja trocar alguma letra por outra
que considere melhor. Também é possível pedir para ela apontar onde está o ME de
MELISSA em CAMELO que ela mesma escreveu. Atenção: ao pedir que a criança leia
em voz alta, a ideia não é verificar se ela sabe ler nem corrigir sua escrita, e sim criar
condições para ela verbalizar o que pensou . A tomada de consciência de que há letras
melhores para serem usadas acontece de outra maneira: com suporte e comparação
com outras escritas, por exemplo.
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5. Impulsionar os pequenos a pensar que existem letras mais adequadas do que as que
escolheram, já que é preciso fazer marcas correspondentes ao segmento que eles
querem representar. Para isso, lance mão de textos conhecidos por eles, títulos de livros
preferidos da turma, listas de palavras que façam sentido para o grupo, sugerindo que
recorram a eles. O título do livro “O PATINHO FEIO”, por exemplo, pode ajudar a
escrever PANELA.
6. Depois do trabalho de escrita em duplas, compartilhe na lousa com toda a classe alguns
registros, problematizando-os, de modo que a turma possa fazer sugestões de melhorias.
Você também pode compartilhar o registro de duas duplas para mesma palavra,
comparando-os e pedir para as crianças opinarem, pensarem em qual é o melhor
conjunto de letras para representar graficamente a palavra em questão e justificar as
ideias. Por exemplo: DUB e PNA para PANELA. O segundo registro, marcado pela
hipótese silábica com valor sonoro, é de grande utilidade para fazer o grupo sem valor
sonoro refletir e avançar.
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O processo da escrita silábica com valor sonoro.
Ferreiro e Teberosky apontam que, no nível silábico de escrita, a criança progride
qualitativamente, visto que o avanço, [...] consiste em que:
a) se supera a etapa de uma correspondência global entre a forma escrita e a expressão oral
atribuída, para passar a uma correspondência entre partes do texto (cada letra) e partes da
expressão oral (recorte silábico do nome); mas, além disso, b) pela primeira vez a criança
trabalha claramente com a hipótese de que a escrita representa partes sonoras da fala (1999,
p.209).
Diante do exposto, cabe salientar que, para a criança chegar a este nível, ela avançou
significativamente, em relação aos níveis precedentes, pois não havia, até então, a noção de que
a escrita é uma representação da fala e que, para cumprir o sistema alfabético, ela deveria dispor
de letras que correspondessem ao som da palavra notada. Um exemplo disso são as próximas
imagens.
FIGURA G FIGURA H
FIGURA I
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De acordo com a imagem exposta, percebemos mais uma vez que a criança usou uma
letra para representar cada emissão sonora levando em conta o som da vogal ou da consoante.
Nesse momento e cada vez mais, o repertório de letras conhecidas por elas é fundamental para
que avancem na aquisição do sistema de escrita convencional. Trabalhar em duplas produtivas
para que ora ajudem colegas com a hipótese silábico sem valor sonoro convencional, ora sejam
ajudadas por colegas com a hipótese silábico-alfabético, é muito importante para que coloquem
em xeque suas ideias e aprendam mais. Aprender o sistema de escrita é algo que acontece por
meio de reconstruções dos conhecimentos anteriores, que dão lugar a novas construções.
Além de saber que a quantidade de letras se relaciona com a quantidade de sílabas das
palavras (embora não conheçam o conceito de sílaba ainda), os pequenos já sabem que têm de
variar as letras ao escrever tanto uma palavra como um conjunto de palavras, e usam letras
adequadas aos sons.
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Boas intervenções
1. Pedir para um aluno escrever MACACO e para outro escrever CAVALO. Diante da
possibilidade de ambos apresentarem AAO para as duas palavras, problematizar: como
duas palavras diferentes podem ser escritas da mesma maneira? O que vocês sugerem
fazer? Vamos consultar a lista de nomes da turma para ver se algum deles nos ajuda?
CAROLINA, talvez?
2. Organizar duplas produtivas de trabalho, reunindo uma criança com escrita silábica sem
valor sonoro convencional com um colega que apresenta uma hipótese silábica com valor
sonoro, para que o segundo questione seu par sobre as letras escolhidas, a ordem, dê
sugestões para melhorar a escrita.
3. Pedir para que o aluno leia em voz alta a lista de palavras produzida por ele. Somente
fazê-lo produzir a lista não ajuda a analisar a produção nem identificar a hipótese de
escrita dele e o que pensa a respeito do sistema de escrita.
4. Orientar a leitura de textos conhecidos de memória, como parlendas e versinhos, pedindo
que a turma identifique palavras que comecem ou terminem da mesma maneira, como
MACACO, MALA, MAÇANETA, MARIA, MARICOTA, trazendo o desafio deles terem que
olhar para outras partes das palavras para encontrar aquela que buscam.
5. Organizar um ditado feito pela turma de palavras que comecem ou terminem com a
mesma sílaba (TOMATE, TOMADA, TOURO, TOUCA, TOBOGÃ). Você atua como
escriba, de modo a chamar a atenção das crianças para as letras usadas e desafiá-los a
pensar em quais letras usar para escrever determinado som que se repete em palavras
diferentes.
6. Pedir para as crianças escreverem palavras que tenham partes iguais às do nome delas.
Por exemplo: o menino chamado LORENZO pode escrever LOBO, LOUCO, BOLO.
MARIANA pode escrever MACACO, BANANA, MARIA.
7. Propor atividades de escrita usando o teclado do computador ou letras móveis. Assim,
elimina-se o desafio de registrar as letras, pensar no desenho de cada uma, e é possível
focar atenção em quais letras usar, tendo todas elas à disposição.
O que não fazer
Práticas que devem ser evitadas:
1. Diante da produção da criança, perguntar se ela não acha que está faltando alguma letra.
Isso deve ser evitado. Por exemplo: se não falta nada em EIO (MENINO). Nesse momento,
o aluno que escreve assim está confortável com a produção dele. Quando desafiado a
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colocar mais letras, pode ficar confuso e se sentir pressionado, acabando por registrar
qualquer outra letra para dar a tarefa como encerrada.
2. Ler em voz alta o que a criança tiver escrito para ela descobrir que o registro não faz
sentido. Em vez disso, você deve pedir para ela ler, apontando com o dedo o que escreveu,
sugerir buscar apoio em outras palavras e, se quiser, fazer adequações (inserir outras letras
ou fazer alguma troca).
3. Dar cruzadinhas para a criança resolver sozinha. O momento pode ser mais produtivo se
for feito coletivamente. Ao conhecer as sugestões dos colegas com as hipóteses silábico-
alfabética e alfabética, ela pode repensar o que pensa e avançar.
4. Ditar uma palavra soletrando. Isso indica para as crianças que elas devem confiar no que
escutam, quando na verdade, precisam confiar no que está escrito. A escrita não é uma
transcrição do oral, se caso fosse, escrever CHUVA com CH ou X não faria diferença. A
escrita é uma representação do oral. Ao se escrever a palavra CHUVA, a criança deve fazer
uma escolha sobre as melhores letras, interpretá-las, pensar nas possibilidades de
representações.
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de colegas da sala, ou mesmo, usar os nomes das crianças para ajudar os alunos a perceber que
as palavras possuem números diferentes de sílabas, e que as sílabas, por sua vez, possuem
números de letras diferentes. Por exemplo, o nome Andressa possui 3 sílabas e 8 letras. O nome
Luísa também possui 3 sílabas, mas apenas 5 letras, embora ambos tenham a mesma
quantidade de sílabas.
- Pesquisa de palavras no texto.
ATIVIDADE DE PAREAMENTO
ASSOCIAÇÃO DE LETRAS E
IMAGENS
- Atividade para desenvolver com o pré
silábico .
- Permite que a criança perceba o som
inicial, relacionando a letra que
representa aquele som.
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CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA
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2. Nível silábico com valor sonoro
TAMPINHAS PEDAGÓGICAS
- Escrever sílabas nas tampinhas.
- Pedir para a criança formar palavras.
- Desenvolva atividade com as sílabas
que você já apresentou para a criança.
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ROLETA SILÁBICA
- A confecção foi feita com um prato e
um spiner.
- Na sílaba que parar:
* Precisa ler a sílaba,
* Dizer uma palavra que tenha a
sílaba (pode estar no início, no
meio ou no final da palavra).
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No nível silábico-alfabético, a criança vivencia um período de transição no qual ela
trabalha simultaneamente com duas hipóteses na mesma palavra:
a silábica e a alfabética.
Assim, ora ela escreve atribuindo a cada sílaba uma letra - P T K (PETECA) - ora
representando as unidades sonoras menores, os fonemas - PETEKA - (PETECA).
Nesse nível, a criança já consegue identificar a maioria dos fonemas, quer sejam vogais
ou consoantes.
Esta é a principal
característica
desta fase.
Tratada como uma fase de transição, na fase silábica-alfabética, a criança entende que
precisa de mais letras na hora da escrita.
É de grande importância que a criança tenha um maior domínio das consoantes e seus
respectivos sons, ela costuma alternar a escrita, ora escrevendo a sílaba completa, ora usando
uma única letra para traçá-la, na mesma palavra.
1. O(A) professor(a) pode organizar uma sequência didática de forma que se trabalhe todos os
dias da semana com uma palavra diferente, respeitando um campo semântico, como por
exemplo, animais (CAVALO, VACA, CAMELO, MACACO). Registrar num cartaz as palavras
descobertas em frente às suas imagens. Assim, todas as palavras trabalhadas durante a
semana serão registradas neste cartaz e servirão de apoio para que a criança consulte
sílabas e que perceba que determinadas letras ou sílabas são compartilhadas entre palavras
diferentes.
39
3. Pintar as sílabas que formam a palavra
que denomina o desenho.
5. Caça-palavras na horizontal.
7. Bingo silábico;
40
11. Preguicinha;
Iniciais
41
Mediais
Finais
17. Escrever, ler e reler as palavras trabalhadas para percepção da falta ou excesso de letras.
Finalizando...
Para isso, disponibilize à criança somente as letras utilizadas na escrita da palavra, pedindo
que ela as organize e construa a palavra novamente.
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Ajude a criança a fazer a comparação da palavra feita por ela no primeiro momento e a que
fez após a reflexão e perceba qual o som que não colocou ao escrever a palavra sem que o
repertório de letras fosse restrito.
São inúmeras as possibilidades de trabalhar a linguagem oral e escrita no nível silábico-
alfabético, pois, nesse nível, as crianças apresentam um desenvolvimento acelerado, já iniciando
a leitura e a escrita de forma mais independente.
A criatividade do(a) professor(a) na seleção e elaboração das atividades fará com que as
crianças assimilem, gradativamente, a palavra escrita e falada de forma prazerosa e natural.
O professor, durante as atividades propostas deve observar, acompanhar, avaliar e
registrar o que as crianças dizem, explicam e perguntam entre si.
Para que a criança escreva de forma alfabética, ela precisa registrar todos os sons
presentes na palavra. Nessa fase ela domina, enfim, o valor das letras e sílabas. Geralmente, a
criança escreve a palavra como ela fala.
É importante considerar que muitas palavras não atendem à grafia correta, mas aos sons
percebidos pela criança, por exemplo: chuva/xuva.
Ao chegar ao nível alfabético, o(a) aluno(a) já compreendeu as propriedades do sistema de
escrita, mas ainda apresentará inúmeras dificuldades com relação às questões ortográficas.
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No nível alfabético a criança registra todos os sons presentes nas sílabas enquanto no
nível ortográfico a criança faz uso das convenções ortográficas da língua (regularidades diretas,
contextuais, morfológico-gramaticais e irregulares).
A estimulação de um aluno em nível alfabético deve acontecer no sentido de levá-lo a
perceber que existem fonemas que são representados por letras diferentes e que uma mesma
letra pode representar fonemas diferentes, pois, dessa forma, possibilita o avanço para a
compreensão da ortografia.
Nesta fase, o(a) aluno(a) compreendeu como se escreve usando as letras do alfabeto.
Descobriu que cada letra representa um som da fala e que é preciso juntá-las de um jeito que
formem sílabas de palavras de nossa língua. Porém inicialmente escrevem com fortes marcas da
oralidade.
Antes de pedir que a criança escreva frases é preciso ter ciência de que ela sabe formar
palavras. É preciso formar um alicerce correto para que nos anos posteriores a criança
seja uma criança leitora e que não tenha dificuldades na interpretação da sua leitura.
Alguma crianças já leem e entende pequenos textos, mas ainda não tem autonomia.
Apresenta dificuldades com sílabas complexas, necessitando de acompanhamento constante na
realização das tarefas. Precisamos corrigir os erros ortográficos, mas sem pressionar as crianças,
afinal, queremos que elas escrevam e demonstrem suas hipóteses de escrita. Incentivar e motivar
a expressão oral também é muito importante, durante todo o processo de alfabetização.
Nesse contexto, o papel da escola é ajudar os(as) alunos(as) a compreender os casos
regulares da norma ortográfica (aqueles que têm regras) e tomar consciência daqueles que não
têm regras (irregularidades) e que, portanto, precisam ser memorizados.
Entende-se por regularidades as muitas palavras que são escritas de acordo com certas
regras, que podem ser discutidas e aprendidas. Enquanto nas irregularidades faz-se necessário
que o(a) professor(a) auxilie os(as) alunos(as) a tomar consciência de que a escrita de
determinadas palavras não é orientada por regras. Nesse caso, é consultar modelos externos,
como o dicionário, e memorizar.
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2. Verifique se a criança não está trocando letras.
Trocas mais comuns de se fazer: P/B e T/D e
ainda, J por X ou F por V.
MEIO-DIA
ASSOBIA
NO FOGO
BARRIGA VAZIA
MEIO-DIA
MACACA
FAZENDO
PRA DONA MARIA
7. Frases recortadas;
8. Complete as frases:
finalizando-as;
iniciando-as.
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10.Ler textos adequados ao nível alfabético;
13.Reflexões sobre letras que assumem sons diferentes em função da disposição que
ocupam na palavra (como é o caso do S inicial e o do S entre vogais) e sobre a existência
de sons que necessitarão, em algumas situações, de um grupo de letras para representá-
lo (como o som do X na palavra CHUVA) precisam ser realizadas sistematicamente.
14. O trabalho com a ortografia deve ser realizado dentro de um contexto, por isso, trabalhe
em exercícios mais direcionados quanto em atividades nas quais a ortografia esteja
47
contextualizada, inserida em textos, para que o aluno perceba melhor seu uso e ainda
tenha o estímulo da leitura.
O foco para a criança avançar da fase alfabética para a ortográfica é ampliar a escrita e
trabalhar bastante leitura e interpretação.
Estimule a AUTONOMIA!
48
De acordo com Isabel Solé, autora do livro “Estratégias de Leitura”, o trabalho com a
leitura em sala de aula, é apresentado em 3 etapas de atividades com o texto: o antes, o durante
e o depois.
Segundo a autora a maior parte das atividades escolares é voltada para avaliar a
compreensão da leitura dos alunos e não para o ensino de estratégias que formem o leitor
competente. O controle da compreensão é um requisito essencial para ler de forma eficaz.
Temos muitos casos de alunos que decodificam os textos, mas não compreendem a leitura
que fizeram.
Veja abaixo algumas estratégias de leitura apresentadas por Isabel Solé presentes na
sala de aula.
49
Ocorre em leituras em que há necessidade de distinguir as
informações consideradas essenciais das secundárias, como:
leituras com função de estudo, busca de informações em
enciclopédias, obras de referência, sites na internet, entre
outras. Nesse tipo de leitura o leitor busca localizar
determinadas informações e selecioná-las, destacando-as ou
copiando-as e colando-as (no caso de meios digitais).
Segundo Isabel Solé, antes de ler um texto ou um livro, é preciso que se tenha um objetivo,
uma intenção. Esse objetivo, tem que ser real e útil porque ler, envolve um esforço cognitivo e
quando se tem um objetivo, esse esforço vai fazer sentido.
A leitura vai elencar diversos objetivos, tais como:
Leitura silenciosa
A leitura em voz alta não pode ter como objetivo apenas a decodificação. É importante que
o aluno perceba que, ao ler para o outro, um terceiro sujeito (o ouvinte) se instaura no processo
de leitura que inicialmente envolve autor e leitor.
O procedimento de leitura em voz alta, aliado às demais práticas, é de suma importância
para que o aluno possa imprimir ao texto entonação e ritmo, efetivando assim a leitura
significativa.
O exercício da leitura em voz alta contribuirá também para que o aluno desenvolva uma
pronúncia clara, a boa articulação das palavras, a entonação adequada e a observação das
pausas. Mas é de fundamental importância garantir que a leitura em voz alta, especialmente nos
cinco primeiros anos do Ensino Fundamental, não seja utilizada como recurso para avaliar a
compreensão do texto É necessário lembrar que a leitura em voz alta deve ser objeto de ensino.
51
Para ampliar as possibilidades de desenvolvimento da fluência de leitura, sugere-se
algumas estratégias:
motivar o aluno a ler em voz alta os textos que produz;
Propiciar ao aluno um tempo para a preparação do texto que será lido oralmente;
Ler textos produzidos pelos colegas;
Gravar, se possível, a leitura oral para depois ouvi-la e avaliar as possibilidades de melhorá-la;
Promover jograis para que o aluno possa observar seu próprio desempenho.
Finalmente, é importante destacar que o trabalho com a leitura deve ainda favorecer a
escrita, uma vez que os diferentes textos constituem modelos de como escrever, levando em
conta o interlocutor ao qual cada um deles se destina.
1. Com o objetivo de ilustrar algumas das estratégias de leitura mencionadas, leia o fragmento
de um conto intitulado “Assalto”, de Carlos Drummond de Andrade, e as possíveis perguntas a
serem feitas nos diferentes momentos de leitura.
Seleção: “Há alguma palavra no título que chame a atenção de vocês?”, “Ao observar o
conto, vocês conseguem identificar alguma palavra sobre a qual gostariam de comentar?”,
“Algum outro elemento do conto chama a atenção de vocês?”.
Antecipação: “Do que vocês acham que o conto vai tratar?”, “A partir do título, sobre o que
vocês acham que o conto vai tratar? Por quê?”.
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Checagem de hipóteses: Em seguida, devem-se ler os dois primeiros parágrafos do conto e,
então perguntar: “ A partir desse outro trecho, as hipóteses levantadas se confirmaram?
Então, devemos descartá-las ou confirmá-las?”.
Inferência: “A partir da leitura dos dois primeiros parágrafos, o que vocês acham que
acontecerá no conto?”, “Sabendo que o conto se passa em uma feira, onde muitas pessoas
circulam, o que vocês entendem por “serviço de comunicação espontânea?”, “No penúltimo
parágrafo, por que a senhora gorda apareceu “muito vermelha”?”. A partir da conclusão de
que a hipótese levantada por meio da leitura do título não confirmada, pode-se inferir o motivo
de a senhora ter aparecido muito vermelha nesse momento.
Verificação: “A que assalto se refere?”. Pela primeira frase o leitor percebe que o conto não
trata exatamente de um assalto. No segundo parágrafo, o leitor consegue inferir que se
instaurará uma grande confusão, pois todas as pessoas que ouviram os gritos da senhora
não entenderam que ela falava do preço do chuchu. Para evitar qualquer mal-entendido, o
autor reitera, escrevendo uma nova e última fala da senhora: “É um assalto! Chuchu por
aquele preço é um verdadeiro assalto!”.
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Veja outro exemplo a seguir:
A velha e os ladrões
“Era uma vez uma velha que morava nos arredores de um povoado. Uma noite
estava se aquecendo junto ao fogo com a única companhia das ardentes chamas,
quando, de repente ouviu ruídos em cima, em seu quarto . Surpresa, disse:
-Eu diria que há ruídos lá em cima... ou será impressão minha?
Depois ouviu claramente passos que iam de um lado para o outro e compreendeu
que se tratava de ladrões que tinham ido roubá-la. Como estava sozinha e ninguém podia
acudir em sua ajuda, começou a pensar:
-O que é que eu poderia fazer para esses ladrões irem embora? Ah, já sei!” Qual
você acha que foi a ideia da velhinha para expulsar os ladrões? Leia bem o texto antes de
responder e preste atenção no lugar em que ela mora, no fato de se encontrar sozinha e
ser velha. Escreva sua resposta, acabe a leitura e veja se adivinhou.
“E, decidida, dirigiu-se para o pé da escada e começou a gritar:
-Bernardo, suba para o terraço! Maria, pegue a espingarda!
-Juan, cace-os!
-E você, Pedro, bata neles!
-Ramóm, conte quantos são!
Ao ouvir os gritos da velha, os ladrões se assustaram muito e disseram:
- Olhe que não tem pouca gente nesta casa... É melhor ir embora, porque entre
todos, eles vão nos pegar...
Mais tarde, a velha sentada diante do fogo, começou a gargalhar... e contam que
ainda continua rindo.”
Onde você acha que estavam Bernardo, Maria, Juan, Pedro e Ramóm? Onde é que os
ladrões pensaram que eles estavam? Por que a velha ria tanto?
O professor pode preparar um texto deste tipo, mas esta estratégia também pode e deve ser
trabalhada com os textos habituais de leitura.Para fazer isso, bastaria colar por cima de
determinados fragmentos (para os quais se quer uma previsão) um papel autoadesivo com a
pergunta: “O que você acha que pode acontecer agora? Por quê? Depois de ler o que está aqui
embaixo, e até encontrar outro papel, veja que coisas você acertou e quais errou.” A pergunta
escrita pode ser omitida se os alunos souberem que devem formulá-la ao encontrar o papel. É
importante não abusar deste sistema e colocar as perguntas que induzem à previsão em trechos
adequados do texto, nos quais realmente tenha sentido aventurar uma previsão.
No final do texto o professor pode incluir algumas perguntas que podem ser úteis para ajudar
o aluno a fazer uma interpretação do relato e que servem para avaliar o seu grau de
compreensão .
Se a intenção for trabalhar o controle da compreensão, pode-se proporcionar aos alunos um
texto que contenha erros ou inconsistências, pedindo que eles as encontrem - e algumas vezes
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não lhes pedir nada, para ver se também as detectam. Esta tarefa vai complicar um pouco mais
se o pedido não se limitar à identificação de coisas estranhas ou incoerentes, e solicitar que isto
seja substituído por algo que tenha sentido.
O fomento da compreensão e do controle da compreensão também pode ser feito através de
textos com lacunas, isto é, textos nos quais faltam algumas palavras, que devem ser inferidas
pelo leitor. Como no caso anterior, o importante não é a exatidão, mas a coerência da resposta,
que constitui a prova de uma boa compreensão.
2. Leitura de Poemas
3. Leitura de imagens
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4. Leitura de textos
5. Leitura fatiada
Professor(a), selecione um texto, uma fábula, e/ou outros gêneros textuais, e explicar
para os alunos que eles deverão prestar atenção durante a leitura, para realização da atividade
Em seguida, fazer vários recortes do texto, organizar a sala em “U” e distribuí-los de acordo
com a quantidade de alunos da turma. O professor dará um comando e o aluno que recebeu o
primeiro parágrafo iniciará a leitura e os demais darão a continuidade de acordo com o trecho que
recebeu, dando sequência ao texto até concluírem toda a história. Pode ser que alguns alunos
invertam os trechos do texto ao sequenciá-lo, esta atividade exigirá muita análise e observação
de marcadores temporais e indícios sobre o que vem antes e depois da história.Caso os alunos
tenham dificuldade para realizar a atividade, o professor poderá numerar os recortes de acordo
com a sequência.
Professor(a), selecione várias histórias, fatiá-las e entregar para cada aluno ou dupla. Em
seguida, determinar um tempo onde o aluno ou a dupla deverá organizar a história, montando o
seu quebra cabeça na sequência correta. A atividade exigirá a leitura atenta e minuciosa do
aluno ou dupla, para dar sentido ao texto.
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7. Perguntas e respostas
8. Leitura estourada
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ESCOLA MUNICIPAL "_________________________________________________________"
LEITURA _____/______/_____
VOZ ENTONAÇÃO RITMO ARTICULAÇÃO
_____________º ANO ESCOLAR
CONCEITO
INEXPRESSIVA
POUCO CLARA
INADEQUADO
EXPRESSIVA
DEFICIENTE
ADEQUADO
RAZOÁVEL
RÁPIDO
PROFESSOR(A)
CLARA
LENTO
BOA
FINAL
____________________
01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
RESULTADO FINAL DA TURMA
Leitura A
Leitura B
Leitura C
Solé, Isabel. Estratégias de leitura / Isabel Solé; trad. Cláudia Schilling - 6. ed. - Porto Alegre:
Artmed, 1998.
https://blog.rhemaeducacao.com.br/wp-content/uploads/2021/09/Atividades-para-Fonologica-
na-Alfabetizacao-Trabalhar-a-Consciencia.pdf
https://clarissapereira.com.br/atividades-de-consciencia-fonologica-na-alfabetizacao/
https://institutoneurosaber.com.br/05-atividades-para-desenvolver-a-consciencia-fonologica-
na-alfabetizacao
https://www.clubedoportugues.com.br/niveis-de-escrita/
https://novaescola.org.br/conteudo/18051/escrita-silabica-com-valor-sonoro-o-que-observar-para-
ajudar-a-turma-avancar
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www.colegiofinke.com.br/vamos-falar-de-alfabetizacao
www.educacao.pr.gov.br
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