Heloísa
Heloísa
Heloísa
Parte da Professora
Heloísa Teixeira Firmo
hfirmo@poli.ufrj.br
Requisitos de
Forma Finalidade Tipo de Uso Uso Consuntivo Efeitos nas Águas
Qualidade
Com derivação de Abastecimento Abastecimento Baixo, de 10%, sem Altos ou médios, Poluição orgânica e
águas urbano doméstico, industrial, contar as perdas nas influindo no custo do bacteriológica
comercial e público redes tratamento
Abastecimento Sanitário, de processo, Médio, de 20%, Médios, variando com Poluição orgânica,
industrial incorporação ao variando com o tipo o tipo de uso substâncias tóxicas,
produto, refrigeração de uso e de indústria elevação de
e geração de vapor temperatura
Sem derivação de Geração hidrelétrica Acionamento de Perdas por evaporação Baixos Alterações no regime
águas turbinas hidráulicas do reservatório e na qualidade das
águas
6.2.1 Introdução
A pegada hídrica de um produto é um indicador empírico de quanta água é
consumida, quando e onde, medida ao longo de toda a cadeia de abastecimento do
produto. Assim, a pegada hídrica é um indicador multidimensional, mostrando
volumes, mas também explicitando o tipo de uso da água (evaporação de águas
pluviais, águas superficiais ou subterrâneas, ou poluição da água ) e a localização e
o momento do uso da água.
A água é conhecida por ser um recurso renovável, pois circula pelo meio ambiente.
Então, por que nos preocupamos em criar uma pegada hídrica? Para quase todos os
fins humanos, como beber, irrigar, produzir energia, transportar, cozinhar, lavar,
etc., é necessária água doce. A água salgada, que domina a superfície terrestre e os
recursos hídricos disponíveis, não pode ser utilizada para estes fins. Embora a água
doce seja um recurso renovável, não é ilimitada e representa apenas cerca de 3%
dos recursos hídricos do planeta. A maior parte destes 3% não são diretamente
acessíveis; a água dos lagos e rios representa menos de 0,01% dos recursos hídricos
globais. Num determinado período, a precipitação é sempre limitada a uma
determinada quantidade e a água pode escassear. O mesmo se aplica à quantidade
de água que recarrega as reservas subterrâneas e que flui através de um rio.
Nestes períodos, não se pode utilizar mais água do que a quantidade que está sendo
recarregada no corpo. Como a humanidade depende fortemente da água doce, criar
uma pegada hídrica pode ajudar a identificar produtos cuja produção pode ser
arriscada num determinado local e num determinado período de tempo. A pegada
hídrica da humanidade excedeu os níveis sustentáveis em vários locais e está
distribuída de forma desigual entre as pessoas. A pegada hídrica pode ajudar a
alcançar um uso mais sustentável e equitativo da água doce.
Produto
É o agregado das pegadas hídricas de todas as etapas do processo necessárias
para produzir um produto intermediário ou final.
Pessoa / Consumidor
Soma de todas as pegadas hídricas dos produtos consumidos por essa pessoa.
Comunidade
Soma das pegadas hídricas dos produtos consumidos por todos os consumidores
que fazem parte da comunidade.
Produtor / Empresa
Soma das pegadas hídricas dos produtos que o produtor/empresa entrega.
Nação
A soma das pegadas hídricas de todas as atividades dentro de uma nação (toda a
água doce usada para produzir os bens e serviços consumidos pelos habitantes da
nação). Isto é tanto interno quanto externo de uso da água.
Humanidade
A pegada hídrica total da humanidade é igual à soma das pegadas hídricas de
todos os consumidores e, portanto, de todos os bens e serviços de consumo final
consumidos anualmente e também igual à soma de todos os processos que
consomem água e poluem no mundo.
Uso direto (para um consumidor: a água que é consumida diretamente, por exemplo,
para beber e lavar) e indireto (a água necessária para a produção dos produtos que um
consumidor consome).
Água que não retorna à mesma área de captação (mas pode retornar ao mar
ou a outra área de captação)
Água que não retorna no mesmo período (pode ser retirada no período seco
e devolvida no período chuvoso)
Componentes de uma pegada hídrica. A parte não consuntiva das captações de água (fluxo de retorno)
não faz parte da pegada hídrica. Fonte: HOEKSTRA et al. (2011)
Produtos
Pegada hídrica média nacional per capita (m³/ano per capita) no período entre
1996 e 2005. Países em verde tem a pegada hídrica média menor que a média
global. Países em amarelo e vermelho têm pegada hídrica média acima da média
global. (HOEKSTRA e MEKONNEN, 2012)
A pegada hídrica total por ano per capita varia, entre outros, de acordo com
diferenças nos padrões de consumo: países com elevado consumo de carne bovina
– um dos produtos com elevada utilização intensiva de água – normalmente também
A figura mostra que a UE como um todo recebe uma enorme quantidade de água de todo
o mundo, incluindo países em desenvolvimento, como a China, o Brasil e a Índia, e países
desenvolvidos como os EUA. Em contraste, a China é um grande exportador líquido de água
virtual para muitos países diferentes, incluindo a UE, os EUA e o Japão. É bem sabido que
o crescimento económico da China depende fortemente das exportações. Sendo a fábrica
mundial, as exportações da China não se baseiam apenas em produtos industriais, mas
também requerem insumos significativos da agricultura, tais como produtos têxteis e
vestuário, pelo que o teor virtual de água das exportações da China é muito elevado. A
figura também mostra que os EUA estão a desempenhar um papel significativo tanto na
importação como na exportação de água virtual. Os EUA recebem uma grande quantidade
de água virtual da China, Canadá e Brasil, mas também exportam água virtual para o Japão,
a UE e o México. No entanto, em termos de fluxos líquidos totais de água virtual, os EUA
ainda são considerados importadores líquidos de água virtual. Como diferentes tipos de
água têm características próprias e podem servir para finalidades diferentes,
desagregamos ainda mais entre fluxos globais virtuais de água azul, verde e cinza. A
maioria dos estudos de pegada hídrica concentra-se na água azul (por exemplo, Duarte et
al., 2002; Feng et al., 2011b; Leistrtz et al., 2002; Lenzen e Foran, 2001) porque ela pode ser
usada para qualquer atividade de produção e, portanto, tem alta custos de oportunidade.
1 Ciclo da Água
Clique Aqui!
Estações de monitoramento de
parâmetros da água são dispostas no
território nacional de maneira estratégica,
formando as redes de monitoramento,
para medir a quantidade e a qualidade da
água disponível para os diversos usos. A disponibilidade é resultado das
características da bacia hidrográfica e pode ser afetada pela presença de
infraestrutura hídrica, poluição e eventos críticos relacionados ao clima.
3 Usos da Água
Clique Aqui!
4 Gestão da Água
Clique Aqui!
5 Segurança Hídrica
Clique Aqui!
O ISH foi calculado para os anos de 2017 e 2035. Ambos consideram apenas a
infraestrutura hídrica existente e se diferenciam pela incorporação das demandas
setoriais de uso da água no cenário futuro. Predominam no cenário de 2035 áreas
com menor segurança hídrica na região Nordeste, enquanto as áreas com maior
segurança hídrica possuem uma combinação entre uma disponibilidade hídrica
natural mais elevada e uma pequena pressão de demandas.
Agricultura Irrigada
O gráfico a seguir apresenta a série de vazão retirada para irrigação entre 1931
e 2030. A atividade vem crescendo a taxas elevadas, notadamente a partir da década
de 1970. O potencial de expansão é elevado, sendo prevista a incorporação de 3
milhões de hectaresno horizonte 2030.
Secas regionais
Residenciais
Casas, apartamentos.
Comerciais
Lojas (horário comercial de funcionamento - varia conforme o consumidor).
Públicos
Prédios públicos, iluminação nas ruas.
Industriais
O ideal seria funcionar 24 horas por dia. O consumidor industrial precisa de
energia 24h/dia no máximo de suas máquinas, a não ser que haja ociosidade. Ex.:
indústria de alumínio - 80% do alumínio é energia elétrica.
Indústria de Eletrointensivos
São consideradas como atividades industriais eletrointensivas as indústrias de
cimento, ferro-gusa e aço, ferro-ligas, não-ferrosos e outros da metalurgia,
química, papel e celulose. São indústrias que possuem elevado consumo de
energia elétrica em sua produção.
Ex.: Volta Redonda - na década de 40, Getúlio fez uma das maiores siderúrgicas
do mundo, a CSN. Aquela cidade, antes residencial e comercial, passou a ter
altíssimo consumo de energia. As características básicas de consumo de Volta
Redonda foram alteradas.
A energia gerada ao longo do tempo tem que ser suficiente para atender a
essa demanda instantânea.
Demanda média
Fator de Carga =
Demanda máxima
b) Curva verde: como em dia de jogo é feriado, as pessoas não vão para à escola
ou ao trabalho. Por isso, a curva já começa abaixo da curva de um dia típico. No
início do jogo, a demanda começa a diminuir, o que pode ser explicado pelo fato
de que as pessoas se reúnem em um só lugar para assistir ao jogo e desligam
os aparelhos de onde estavam anteriormente. Após o fim do 1º tempo e início
do intervalo do jogo, as pessoas vão rapidamente fazer outra atividade, seja ir
ao banheiro, abrir a geladeira etc., causando uma subida repentina curva de
carga. Começa o 2º tempo do jogo e novamente as pessoas se reúnem num
mesmo lugar, diminuindo a demanda. Termina o jogo e todos voltam a fazer
seus afazeres do dia, o que faz com que a partir de então a curva de carga num
dia de jogo no Brasil se assemelhe à curva de um dia típico.
Carga no Sistema Interligado Nacional (SIN) num dia de jogo de Copa do Mundo em 2018.
Fonte: Palestra
Roberto Araújo,
2012.
Se for decidido usar a água do reservatório para geração de energia por via
hidrelétrica e posteriormente não chover, a decisão foi arriscada, pois o volume
do reservatório não será restabelecido e haverá risco de déficit.
Se for decidido não usar a água do reservatório para geração de energia por via
hidrelétrica, mas gerar energia por via térmica, e posteriormente chover, a
decisão foi equivocada, pois o reservatório, a princípio cheio, verterá, e o
combustível das usinas térmicas estará sendo desperdiçado.
Se for decidido não usar a água do reservatório para geração de energia por via
hidrelétrica e posteriormente não chover, a decisão foi acertada, pois o volume do
reservatório se manterá e, consequentemente, diminuir-se-á o risco de déficit.
Evolução do PIB
“[…] despachado pelo modelo Newave para cada cenário de afluência, há a necessidade de
uma geração complementar para o atendimento à demanda máxima, identificada pela área
superior do Gráfico 34. Essa complementação se amplia a cada ano em função da entrada
significativa das opções de expansão renovável (principalmente eólica e solar), que
possuem maior vocação para o suprimento à carga média de energia e menor
controlabilidade para o atendimento de potência. Tal necessidade é, também, fortemente
afetada pela redução na capacidade de regularização dos reservatórios das UHE, o que
reduz a capacidade de modulação e aumenta as perdas de potência por deplecionamento.”
- EPE Plano Decenal de Energia 2026.
Além de tecnologias voltadas para o atendimento à demanda máxima, devem ser buscadas
também tecnologias para prover a flexibilidade necessária para o atendimento a qualquer
hora do dia e em resposta à variação instantânea da carga e demanda no curto prazo.
Nessas condições, dentre as opções de geração e soluções tecnológicas candidatas no
horizonte decenal, pode-se destacar:
Out
73,50% 16,60% 9,10% 0,70%
2019
Destacados apenas reservatórios com volumes úteis maiores que 5.000 hm³ que correspondem a
cerca de 76% do volume útil total atual.
*Estão abatidas a inflexibilidade térmica e a geração das usinas não simuláveis individualmente.
Canal/conduto de adução
Tomada d’água
Conduto adutor
Chaminé de equilíbrio
Casa de força
A.I - Aproveitamento de baixa queda, com tomada d’água e casa de força integradas
na mesma estrutura, não existindo condutos forçados;
A.II - Aproveitamento de queda média ou baixa, com tomada d’água do tipo gravidade
fazendo parte do barramento, e com condutos forçados parcial ou totalmente
embutidos no concreto da tomada d’água.
UHE Erveira
Fonte: Manual Inventário, ELB.
C) Circuitos longos:
É muito comum em regiões de acesso mais difícil a demanda por energia ser atendida no
momento em que é requisitada.
Às vezes, um ponto ou mais da linha de transmissão pode ser danificado, seja pelo vento,
chuva, raio etc., impedindo a distribuição da energia elétrica para essa região. Nesse ponto,
os disjuntores desarmam a linha de transmissão.
Quando a turbina está girando, há um esforço muito alto para que se possa gerar energia
elétrica através da conversão da energia mecânica. Quando a demanda por energia
elétrica deixa de existir, a turbina gira em falso e isso é muito perigoso. Por isso, deve ser
interrompido logo que possível.
Quando o distribuidor da turbina é fechado para que ela não fique funcionando em falso, a
água para de passar e vai gerando uma onda de sobrepressão muito grande na tubulação
na direção do reservatório (direção negativa). A chaminé de equilíbrio, que é um “poço” que
está sob pressão atmosférica, permite que essa água sob pressão consiga sair da
tubulação quando o distribuidor da turbina é fechado.
GRAVIDADE
Tomadas d’água do tipo gravidade são integradas à barragem e
a adução é feita para condutos forçados externos.
10.3.1 Finalidades
Deve ter forma que reduza as perdas de carga ao mínimo possível em todos os trechos.
A) Quanto à profundidade:
Pequena
Sujeitas a fluxo de corpos flutuantes perto da superfície; grades
devem ser limpas frequentemente.
Grande
B) Quanto à localização:
Incorporada à barragem;
De ombreira;
10.3.3 Dimensionamento
Para vazão de projeto e uma velocidade entre 1,0 e 1,5 m/s, são calculadas as
perdas de carga:
Nas grades;
Grades
Barrar a entrada de materiais que possam danificar as turbinas.
Comportas
Servem de fechamento da entrada da água aos órgãos
adutores e às turbinas, em caso de revisão ou conserto.
Chamamos órgãos adutores, ou adutoras, todas as construções que ligam a tomada d’água
às turbinas. Essa ligação pode ser feita por:
Tubulações.
As tubulações adutoras são usadas onde canais abertos não são aplicáveis, por exemplo:
b) Canal de derivação: muito longo, em geral ligando dois rios ou dois pontos
do mesmo rio, tipicamente acompanhando curvas de nível e escavado em
ombreira, em alguns casos com aterro lateral.
10.4.2 Dimensionamento
A escolha da seção típica mais adequada para o canal vai depender das condições
topográficas e geológicas-geotécnicas da ombreira em cada local onde o canal
será implantado.
𝑄máx = 𝑉máx ∗ 𝐴 →
2
𝑄máx = 𝑉máx (𝑏ℎmáx + 𝑚ℎmáx )→
2
𝑄máx − 𝑉máx 𝑚ℎmáx
𝑏=
𝑉máx ℎmáx
𝐴𝑆 1/2 𝑅 2/3
𝑄=
𝑛
• 𝑄 → vazão em m3 /s;
• 𝐴 → área molhada em m²;
• 𝑆 → declividade do canal em (m/m);
• 𝑅 → raio hidráulico (m) = área molhada / perímetro molhado;
• 𝑛 → coeficiente de rugosidade do canal.
Equação de Manning-Strickler
1 2/3 1/2
𝑉= 𝑅 𝐼
𝑛
𝑉2
ℎ𝑖 = 𝐾𝑖
2𝑔
O mais comum nestes casos é ter o túnel de baixa pressão, com pequena
declividade e a chaminé de equilíbrio e o túnel de alta pressão ou conduto forçado
a céu aberto até a casa de força.
𝑄 4𝑄 𝑄
𝑉= = 2
= 1,2732 2
𝐴 𝜋𝐷 𝐷
Fórmula de Darcy
𝐿 𝑉2
ℎ𝑓 = 𝑓
𝐷 2𝑔
Equação da Continuidade
𝐴1 𝑉1 = 𝐴2 𝑉2 = ⋯ = 𝑄
𝑝 𝑉2
𝑧+ + = constante
𝛾 2𝑔
𝑝 𝑉2
A soma 𝑧 + 𝛾 + 2𝑔 = 𝐻 define a altura 𝐻
acima de um plano de referência,
denominado plano de carga total ou plano
de carga dinâmico e que pode ser
determinada em cada caso, conhecendo
as três parcelas numa seção qualquer,
por exemplo, a posição da partícula, a
pressão e a velocidade no instante 𝑡 = 0.
𝑝
• (𝑧 + 𝛾 ) → linha piezométrica ou de pressão ou greide hidráulico ou ainda cota
piezométrica.
𝑝 𝑉2
• 𝑧 + 𝛾 + 2𝑔 → linha de energia ou de carga total e se encontra sobre o plano de
carga dinâmico.
𝑉2
𝐻=𝑧+ + ℎ𝑝
2𝑔
Exemplo 1
Exemplo 3
Exemplo 4
Se o ponto B não
é o extremo do
conduto, a
pressão aí não é
nula. 𝑝 𝑉2 𝑉2
𝐻 − (𝑧 + ) = 𝐾0 + + 𝐽𝑙
𝛾 2𝑔 2𝑔
Exemplo 5
Aplicação do
Teorema de
Bernoulli em
condutos sob
pressão.
𝑝1 𝑝2
ℎ𝑝 = (𝑧1 + ) − (𝑧2 + )
𝛾 𝛾
Condutos
sob pressão
com trechos
de
diâmetros
diferentes e
perdas
localizadas.
𝑉2
ℎ= + ℎ0 + ℎ1 + ℎ2 + ℎ3 + ℎ4 + ℎ5 + ℎ6 + ℎ7 + ℎ8
2𝑔
𝑉2
• → taquicarga correspondente à velocidade do jato;
2𝑔
𝑉2
• ℎ0 → perda de carga na entrada da canalização = 𝐾0 2𝑔 ;
• ℎ1 → perda de carga no conduto AG;
• ℎ2 → perda de carga no aumento da seção;
• ℎ3 → perda de carga no trecho CE;
• ℎ4 → perda de carga na redução de seção;
• ℎ5 → perda de carga no trecho EF;
• ℎ6 → perda de carga no registro F;
• ℎ7 → perda de carga no trecho FG;
1 𝑉2
• ℎ8 → perda de carga no bocal (𝑐 2 − 1) 2𝑔 .
𝑣
Após o conhecimento definitivo das dimensões físicas das estruturas que compõem o
circuito de adução, pode-se estimar o valor total das perdas de carga e,
consequentemente, determinar o valor final da queda líquida.
As perdas de carga são estimadas por uma equação do tipo a seguir especificado,
a qual é o produto de uma constante, calculada para cada caso particular, pela
energia cinética do escoamento.
𝑉2
ℎ=𝐾
2𝑔
A) Perda na Aproximação
A perda de carga no canal de aproximação pode ser estimada através da fórmula
apresentada a seguir.
𝑉2
ℎ𝑐𝑎 = 𝐾𝑐𝑎
2𝑔
𝑒1 4/3 𝑉𝑔2
ℎ𝑔 = 𝐾𝑔 ( ) sin 𝜃1
𝑒2 2𝑔
C) Perda em Canais
Para os canais de seção uniforme com escoamento em superfície livre, sem
curvas acentuadas (em cotovelo), deve ser computada somente a perda de carga
devido ao atrito (ℎ𝑎 ). Deve-se utilizar a fórmula de Manning:
1 2/3 1/2
𝑉= 𝑅 𝐽 ℎ𝑎 = 𝐽 ∗ 𝐿
𝑛
𝑉2
ℎ𝑒 = 𝐾𝑒
2𝑔
𝐿 𝑉2
Fórmula de Darcy-Weisbach ℎ𝑎 = 𝑓
𝐷 2𝑔
• 𝑓 → coeficiente de atrito;
• 𝐿 → comprimento da tubulação;
• 𝐷 → diâmetro da tubulação;
• 𝑉 → velocidade em m/s.
𝑉2
ℎ𝑐 = 𝐾𝑐
2𝑔
Ângulo de deflexão Kc
< 10° 0
10° a 15° 0,03
15° a 30° 0,06
30° a 45° 0,09
> 45° 0,13
𝑅
≥2
𝐷
𝑉2
ℎ𝑟 = 𝐾𝑟
2𝑔
𝑉2
ℎ𝑏 = 𝐾𝑏
2𝑔
Assim,
ℎt = ∑ ℎ𝑙 + ∑ ℎ𝑎
𝐻𝐿 = 𝐻𝐵 − 𝐻𝑡
𝑃 = 9,81 ∗ 𝑟𝑡 ∗ 𝑟𝑔 ∗ 𝑄 ∗ 𝐻𝐿
11.4.3 Exemplo
Determinar a potência a ser instalada em um aproveitamento hidrelétrico com 25
m de queda bruta e uma descarga de projeto de 3 m³/s, sabendo-se que o
rendimento do grupo turbina-gerador vale 0,85, a unidade turbogeradora é
alimentada por um sistema adutor constituído de um canal entre a barragem e a
câmara de carga e de uma tubulação forçada em aço alimentando uma única
unidade geradora, entre a câmara de carga e a casa de máquinas, apresentando as
seguintes dimensões:
Canal:
• Em concreto, com acabamento de argamassa de cimento na proporção 1:3,
seção retangular uniforme, com área útil de 1,0 m de altura x 2,0 m de largura,
500 m de comprimento e com curvas suaves.
Tubulação forçada:
• Construída em chapa de aço soldada, diâmetro nominal 36” (91,44 cm
externo), espessura de parede 1/4” (0,635 m) e 40 m de comprimento.
𝑉2
ℎ𝑖′ = 𝐾𝑖 𝐾𝑖 = 0,10
2𝑔
Descarga:
𝑄 = 3,0 m3 /s
Área de escoamento:
𝐴 = 1 ∗ 2 = 2,0 m²
Velocidade da água:
𝑄 3,0
𝑉= = = 1,5 m/s
𝐴 2,0
Perda de carga:
1,52
ℎ𝑖′ = 0,10 ∗ → ℎ𝑖′ = 0,012 m
2 ∗ 9,81
𝑒1 4/3 𝑉2
ℎ𝑔′ = 𝐾𝑔 ( ) sin 𝜃1 ∗
𝑒2 2𝑔
Descarga:
𝑄 = 3,0 m3 /s
𝐴 = 1 ∗ 2 = 2,0 m²
Inclinação da grade:
𝑄 3,0
𝑉𝑔 = = = 1,5 m/s
𝐴𝑔 2,0
(3/8′′) 𝑒1 = 9,53 mm
𝑒2 = 30 mm
𝐾𝑔 = 1,79
Perda de carga:
Dados:
• 𝐿 = 500 m = 0,5 km
• 𝑄 = 3,0 m3 /s
• 𝑛 = 0,011 (revestimento com argamassa de cimento 1:3)
• 𝑦 = 1,0 m
• 𝑏 = 2,0 m
Perímetro molhado:
Raio hidráulico:
𝑄 3,0
𝑉= = = 1,5 m/s
𝐴 2,0
1 2/3 𝑛𝑄
𝑄= 𝐴𝑚 𝑅ℎ 𝐽1/2 → 𝐽1/2 = 2/3
→
𝑛 𝐴𝑚 𝑅ℎ
0,011 ∗ 3 ∧2
𝐽1/2 = → 𝐽1/2
≈ 0,02619 → 𝐽 ≈ 0,00069 m/m
2 ∗ 0,52/3
m
ℎ𝑎′ = 𝐽 ∗ 𝐿 = 0,7 ∗ 0,5 km → ℎ𝑎′ = 0,350 m
km
𝑉2
ℎ𝑖′′ = 𝐾𝑖
2𝑔
Descarga:
𝑄 = 3,0 m3 /s
𝐾𝑒 = 0,04
𝜋𝐷2 𝜋 ∗ 0,90172
𝐴= = ≈ 0,6386 m²
4 4
𝑄 3,0
𝑉= = = 4,70 m/s
𝐴 0,6386
4,702
ℎ𝑒 = 0,04 ∗ → ℎ𝑒 = 0,045 m
2 ∗ 9,81
Dados:
• Tubulação nova em chapas de aço soldadas: 𝐾𝑎 = 0,32
• Comprimento da tubulação: 𝐿 = 40 m = 0,040 km
• 𝑉 = 4,70 m/s (já calculado)
• 𝐷 = 90,17 cm (já calculado)
4,701,9
𝐽 = 410 ∗ 0,32 ∗ = 17,553 m/km
90,171,1
Perda de carga:
m
ℎ𝑎′′ = 𝐽 ∗ 𝐿 = 17,553 ∗ 0,040 km → ℎ𝑎′′ = 0,702 m
km
ℎ𝑡 = 1,181 m
• 𝐻𝐵 = 25 m (queda bruta)
• ℎ𝑡 = 1,181 m
𝐻𝐿 = 𝐻𝐵 − ℎ𝑡 = 25 − 1,181 = 23,819 m
• 𝑄 = 3,0 m3 /s
• 𝐻𝐿 = 23,819 m
• 𝑟𝑡 ∗ 𝑟𝑔 = 0,85
𝑃 = 9,81 ∗ 𝑟𝑡 ∗ 𝑟𝑔 ∗ 𝑄 ∗ 𝐻𝐿 →
𝑃 = 596 kW
12.2 Dimensionamento
12.4 Geometria
Uma vila de pescadores situada em uma região isolada (fora do Sistema Interligado
Nacional) conta com um sistema de geração eólica para atender à carga composta de
equipamentos tais como freezer, máquinas de fazer gelo para armazenar o pescado, além
de lâmpadas fluorescentes. A figura a seguir apresenta duas curvas: a curva de carga da
vila e a de geração (potência gerada) pela usina eólica.
Você foi contratado(a) para fazer um projeto de uma Micro Central Hidrelétrica (MCH) em
um rio localizado próximo à vila, que gerará potência capaz de complementar a geração
eólica, de forma a atender à curva de carga.
a) Calcule o nível d’água mínimo de montante necessário para que o sistema “MCH +
Eólica” atenda à carga plenamente (sem déficit).
Dados:
• 𝑄95 = 0,5 m3 /s (adotar essa como vazão de projeto);
• Sistema de adução formado por tomada d’água, canal retangular e dois condutos
forçados de 0,3 m de diâmetro cada;
• Comprimento do canal: 30,00 m;
• Base do canal: 1,00 m;
• Altura do tirante de água: 0,60 m;
• Comprimento dos condutos: 60,00 m;
• Rendimento do grupo turbina gerador: 0,60;
• Coeficiente de Manning do canal: 0,035;
• Coeficiente de atrito do conduto: 0,03;
• Somatório das perdas localizadas: 1,20 m;
• Nível d’água de jusante: 46,00 m.
Resolução:
Letra A
1) Perda de Carga:
1.A.: No conduto
Área em cada conduto:
𝜋𝐷2 0,32
𝐴= =𝜋∗ ≈ 0,0707 m²
4 4
0,5
𝑄= = 0,25 m3 /s
2
𝑄 0,25
𝑄 = 𝑉𝐴 → 𝑉 = = ≈ 3,54 m/s
𝐴 0,0707
𝐿 𝑉2 60 3,542
ℎ=𝑓 → ℎ = 0,03 ∗ ∗ → ℎconduto ≈ 3,83 m
𝐷 2𝑔 0,3 2 ∗ 9,81
1.B.: No canal
𝐴𝑚 = 1 ∗ 0,60 = 0,60 m²
𝐴𝑚 0,60
𝑅ℎ = = ≈ 0,273 m
𝑃𝑚 2,20
𝑄 0,5
𝑄 = 𝑉𝐴 → 𝑉 = = ≈ 0,83 m/s
𝐴 0,60
1 2/3 𝑛𝑉
𝑉= 𝑅 √𝑆 → √𝑆 = 2/3 →
𝑛 𝑅
0,035 ∗ 0,83 ∧2
√𝑆 = → √𝑆 ≈ 0,069 → 𝑆 ≈ 0,0048 m/m
0,2732/3
m
ℎ = 𝑆 ∗ 𝐿 = 0,0048 ∗ 30 m → ℎcanal = 0,144 m
m
2) Potência:
Maior potência complementar:
• Entre 6h e 9h: Δ𝑃máx = 365 − 130 = 235 W = 0,235 kW
3) Nível d’água:
𝑃 = 9,81 ∗ 𝑄 ∗ 𝜂 ∗ 𝐻𝐿 →
𝑁𝐴montante ≈ 51,25 m
LETRA B
180
𝑄 = 𝐶 ∗ 𝐿 ∗ 𝐻 3/2 → 𝐿 = → 𝐿 ≈ 49,7 m
1,5 ∗ 1,803/2
Dica
21,5 = 2,8
31,5 = 5,2
41,5 = 8,0
51,5 = 11,2
61,5 = 14,7
71,5 = 18,5
81,5 = 22,6
91,5 = 27,0
101,5 = 31,6
Estime o nível d’água mínimo no reservatório para escoar uma vazão total nos dois
vertedores (VP + VE) de 6.200 m³/s. Tanto VP quanto o VE são do tipo soleira livre, isto é,
não possuem comportas.
Dados:
Resolução:
1) Equação do Vertedor:
𝑄 = 𝐶 ∗ 𝐿 ∗ 𝐻 3/2
4) Vazão Total:
𝑄𝑃 + 𝑄𝐸 = 6.200 m3 /s →
5) Por tentativa:
03. Referente à Lei 9.433 – Política Nacional de Recursos Hídricos, assinale a alternativa
incorreta. Integram o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos:
a) Comitês de Bacias Hidrográficas;
b) Conselho de Recursos Hídricos dos Estados;
c) Agência Nacional de Águas;
d) Conselho Nacional do Meio Ambiente;
e) Agências de Água;
04. As entidades que implementam os instrumentos da Lei das Águas no Brasil são:
a) As Agências de Bacias;
b) Os Comitês de Bacias Hidrográficas;
c) A ANA e as entidades estaduais;
d) Os Conselhos de Recursos Hídricos;
e) O governo do Estado;
05. A partir da leitura, assinale abaixo a sequência que preenche corretamente as lacunas:
06. Uma indústria química deseja construir uma fábrica às margens do rio Tocantins, de
onde retirará a água para utilizar em suas atividades e onde lançará seu efluente. Para
poder se instalar às margens desse rio será necessário:
07. O rio Fontes, desenhado abaixo, possui três usuários cujas outorgas para captação já
estão autorizadas. O usuário 1 é um agricultor que necessita de água para irrigação, o
usuário 2 é uma fábrica de refrigerante, e o 3, uma captação para abastecimento de
água de uma cidade. Um novo usuário solicitou outorga ao órgão competente. Sabe-se
que em termos quantitativos o rio está em seu limite de exploração.
08. Os volumes vazios (também denominados volumes de espera) que são mantidos em
um grande número de reservatórios das usinas do sistema hidrelétrico brasileiro
durante os meses das estações chuvosas têm a função de:
a) Regularizar a produção de energia para ajustar à demanda.
b) Receber e armazenar temporariamente as cheias excepcionais (período de retorno
igual ou maior a 1.000 anos).
c) Promover o equilíbrio ambiental, em termos de flora e fauna no entorno do lago
formado pelo reservatório.
d) Permitir a pesca e o turismo durante as estações chuvosas, por meio da ampliação
do perímetro molhado do lago e melhoria das condições de acesso ao lago.
e) Receber e armazenar temporariamente as cheias ordinárias, minimizando a
frequência e a magnitude das inundações no vale a jusante da usina.
09. Assinale a opção que contém a melhor justificativa para que o sistema interligado
brasileiro seja operado de forma coordenada e otimizada.
a) Haveria perturbações e variações de tensão de maiores dimensões na rede básica
de transmissão caso as regiões fossem operadas de forma isolada.
b) A interligação elétrica entre as regiões do país permite explorar as diversidades
hidrológicas entre as bacias hidrográficas.
c) Os sistemas integrados permitem racionalização nas despesas de mão-de-obra
operacional e equipe técnica.
d) A interligação diminui ingerências políticas na coordenação da operação, as quais
seriam inevitáveis nas operações regionais.
10. Assinale a opção que não contém uma ou mais variáveis e/ou componentes
diretamente relacionados à produção de energia durante a operação de uma usina
hidrelétrica.
a) Curva de rendimento das turbinas, altura de queda, cota do canal de fuga.
b) Altura de queda, cota do nível d’água do reservatório, vazão de turbinamento.
c) Grau de abertura dos distribuidores, eficiência dos geradores, perda de carga no
conduto adutor.
d) Grau de cavitação na superfície do vertedor, grau de dissipação de energia na bacia
de dissipação, cota de coroamento da barragem.
e) Altura de queda, vazão de turbinamento e curva de rendimento das turbinas.
19. Assinale a alternativa que não corresponde à política nacional de recursos hídricos:
a) A outorga e a cobrança são alguns de seus instrumentos;
b) A bacia hidrográfica é a unidade de gestão;
c) A gestão dos recursos hídricos deve ser centralizada;
d) O enquadramento dos corpos d’água em classes, segundo seus usos
preponderantes;
e) Em situação de escassez, a prioridade deve ser dada ao consumo humano e à
dessedentação de animais.
22. Das opções abaixo, indique a situação em que não há conflito potencial entre os usos
múltiplos em um reservatório durante sua operação em um período caracterizado
como escassez hídrica:
a) Geração hidrelétrica e irrigação com retirada de água do reservatório.
b) Abastecimento de água com retirada de água do reservatório e geração hidrelétrica.
c) Navegação fluvial a montante e a jusante do reservatório e geração hidrelétrica.
d) Recreação no entorno do lago e geração hidrelétrica.
e) Navegação fluvial e manutenção da qualidade da água, ambas a jusante do
reservatório.
26. Em uma usina hidrelétrica, o nível d’água (NA) do reservatório está na cota 100,00m e
o NA do ponto de restituição, a jusante, na cota de 40,00m. Sendo de 2,00m a perda de
carga no canal de adução, de 5,00m a perda de carga nos condutos forçados e de 1,50m
a perda de carga na restituição ao rio, pede-se:
a) A queda bruta;
b) O rendimento hidráulico do aproveitamento;
c) Croquis do corte longitudinal, incluindo as grandezas.
28. Considere um reservatório com capacidade de 10.000 m³. Às 10 horas, o volume de água
armazenada é de 5.048 m³. As vazões de entrada (QE) e de saída (QS), observadas no
reservatório, foram as apresentadas na tabela abaixo.
Portanto, pode-se afirmar que o reservatório começará a verter água a partir das:
a) 15:36 h
b) 17:35 h
c) 20:10 h
d) 11:34 h
e) 18:15 h
32. A equação de vazão de um vertedor em uma usina hidrelétrica é dada por uma fórmula
do tipo:
𝑄 = 𝐶 ∗ 𝐿 ∗ 𝐻 3/2
• 𝑄 → vazão em m3 /s
• 𝐶 → coeficiente de descarga (pode variar entre 1,65 e 2,25)
• 𝐿 → largura efetiva do extravasor (m)
• 𝐻 → carga no extravasor (distância, em metros, da crista da soleira do extravasor ao
nível das águas do reservatório)
Cite três fatores que podem influenciar no valor do coeficiente de descarga do vertedor,
𝐶.
35. A figura abaixo apresenta um corte da barragem com a tomada d’água, o conduto
forçado e a casa de força da usina hidrelétrica de Itaipu. Nota-se que a tomada d’água
encontra-se em pequena profundidade.
Pergunta-se:
a) Quais as vantagens e desvantagens de se construir uma tomada d’água no fundo ou
na superfície.
b) Há interferência no total de energia gerado? Justifique sua resposta.
36. O fator de carga da cidade de Itaorna, em Minas Gerais, era, na década de 80, de 0,8.
Em 2006, esse valor passou para 0,6. Essa mudança no fator de carga pode ser
explicada por:
a) Itaorna sempre foi industrial, apenas se pode afirmar que houve um aumento no
consumo de energia elétrica entre 1980 e 2006.
b) Itaorna era uma cidade residencial na década de 80, mas, com a instalação de
grandes indústrias na região, a cidade tornou-se uma cidade industrial.
c) Na década de 80, a cidade de Itaorna era predominantemente industrial e, em 2006,
devido a transferência maciça de indústrias para outras regiões, o perfil de
consumo de energia elétrica passou a ser predominantemente residencial.
39. Uma usina hidrelétrica possui 1 tomada d’água, 1 canal e 3 condutos forçados em túneis
abertos em tocha (f=0,02) com 600m de extensão e 4,0m de diâmetro cada. A perda de
carga na primeira parte da adução (tomada d’água e canal) é de 2,0m. A vazão de projeto
é de 120 m³/s. O reservatório está na cota 160,00m e a restituição na cota 100,00m.
Sendo de 0,90 o rendimento eletromecânico, qual a potência instalada?
42. O que é golpe de aríete? Em uma usina hidrelétrica, em quais situações pode ocorrer
um golpe de aríete?
43. O que pode ser feito para minimizar os efeitos de um golpe de aríete?
44. Descreva uma curva de carga diária típica do mercado consumidor de energia elétrica
no Brasil. Desenhe a curva e descreva suas principais características.
As letras A, B, C e D correspondem a
resultados das decisões tomadas no
instante 1, antes de serem conhecidas
as afluências (vazões) futuras nos
reservatórios do Sistema Interligado
Nacional brasileiro. Qual (ou quais)
47. Cite dois objetivos da cobrança pelo uso dos recursos hídricos.
48. Uma usina hidrelétrica foi construída no rio Correntoso, conforme o arranjo da figura
abaixo. Observe que a água do rio é desviada em uma curva, sendo que a vazão
turbinada segue o caminho A enquanto o restante da vazão do rio (se houver) segue o
caminho B, pela curva. A usina foi dimensionada para turbinar uma vazão no mínimo
igual à Q90. Por questões ambientais, o IBAMA está exigindo que seja mantida uma
vazão não inferior a 30 m³/s na curva do rio que fica entre a barragem e a usina. Para
manter a vazão ambiental na curva do rio é necessário, por vezes, interromper a
geração de energia elétrica, isto é, a manutenção da vazão ambiental tem prioridade
sobre a geração de energia. Considerando que a curva de permanência a seguir
corresponde a um período de tempo de um ano, pergunta-se:
49. A figura abaixo ilustra o circuito de adução da Pequena Central Hidrelétrica (PCH)
Bonfante.
Dados:
• Vazão turbinada total = 24 m3 /s
• Coeficientes de perda de carga:
✓ Entrada 𝐾𝑒 = 0,15;
✓ Curva < 50°, 𝐾𝑐 = 0,2;
✓ Curva > 50°, 𝐾𝑐 = 0,5;
✓ Logo após a curva de 70°, há bifurcação para 2 condutos forçados. Adotar 𝐾𝑏 =
0,4;
✓ Coeficiente de Manning = 0,11;
✓ Rendimento da turbina = 93%;
✓ Rendimento do gerador = 97%;
✓ Coeficiente de atrito nos condutos = 0,03;
• Desprezar perdas de carga localizadas cujos coeficientes não tenham sido dados.
51. A partir da notícia abaixo e das aulas, dê 4 exemplos de conflitos de usos de recursos
hídricos que podem surgir decorrentes do baixo nível dos reservatórios no Sudeste e
no Centro-Oeste brasileiros. Justifique sua resposta.
52. Cite duas formas de se dissipar a energia em um vertedouro e explique como essa
dissipação é feita e porque é necessária.
53. A figura a seguir ilustra o circuito de adução da Usina Hidrelétrica (UHE) Itaúba situada
em um meandro do Rio Jacuí.
Pede-se:
a) A potência instalada da hidrelétrica;
b) A usina é de represamento, de derivação ou de desvio?
c) A potência firme da hidrelétrica;
Com base nesses dados, qual o valor da vazão que tem permanência de 70% (Q70), em
m³/s?
56. Os itens de 1.1 a 1.20 a seguir contêm afirmações verdadeiras (V) ou falsas (F). Você
deve julgar essas afirmações e escrever nos parênteses ao lado de cada afirmação V,
se julgar verdadeira, e F, se julgar falsa.
III. Nos dois empreendimentos, a geração de energia firme deve ser bastante
elevada, aproximando-se da máxima potência no empreendimento A. ( )
XV. Em relação à gestão dos recursos hídricos no Brasil, pode-se dizer que a
outorga é um ato administrativo de autorização que pode estabelecer as vazões
de captação, de consumo e de diluição que serão atribuídas ao outorgado. ( )
XVII. O mundo tem, na data em que esta questão foi formulada, 7 bilhões de habitantes
e uma disponibilidade máxima de água para consumo em todo o planeta de
11.000 km³/ano. Admitindo-se um consumo médio anual per capita de 800 m³;
mantendo-se os padrões de consumo e a disponibilidade hídrica comentada
anteriormente, a população poderia, no máximo, triplicar de tamanho. ( )
XVIII. A navegação fluvial é um uso que não conflita com outros, por não retirar água
do corpo hídrico. ( )
XIX. É possível fazer rebrotar olhos d’água em regiões de bacias hidrográficas por
intermédio da adoção de mudanças na forma de se realizar o manejo do solo.
( )
57. Considere um vertedor com estrutura de dissipação de energia composta de uma bacia
de dissipação por ressalto hidráulico construída em um canal retangular cuja base é
de 18 m, por onde escoa a vazão de 160,0 m³/s. Sabe-se que a altura da lâmina d’água
do escoamento a montante do ressalto hidráulico é de 𝑦1 = 0,8 m. O escoamento a
jusante do ressalto hidráulico tem altura de lâmina d’água 𝑦2 = 3,4 m. Qual é a potência
dissipada, em kW, no ressalto hidráulico?
Dados:
• 𝑛 = 0,012;
• 𝑓 = 0,02;
• Comprimento do canal = 4 km;
• Comprimento dos condutos forçados = 200 m;
• Coeficiente de vazão do vertedor 𝐶 = 2,0.
61. A seguir são apresentadas a curva de permanência das potências geradas na Pequena
Central Hidrelétrica (PCH) a fio d’água Cachimbo (potências geradas X porcentagem
dos dias do ano).
Dados: adução por dois condutos forçados de comprimento igual a 140,00 m e diâmetro de
2,20 m cada, coeficiente de atrito nos condutos igual a 0,025; rendimento da turbina = 0,87;
O Comitê da Bacia Hidrográfica do rio São Francisco foi criado por decreto
presidencial em 5 de junho de 2001. O comitê tem 62 membros titulares e
expressa, na sua composição tripartite, os interesses dos principais atores
envolvidos na gestão dos recursos hídricos da bacia. Em termos numéricos, os
usuários somam 38,7% do total de membros, o poder público (federal, estadual
e municipal) representa 32,2%, a sociedade civil detém 25,8% e as
comunidades tradicionais 3,3%.
63. Na figura a seguir são representadas as vazões ao longo do tempo em duas seções
diferentes do rio São Francisco, uma à montante do reservatório de Sobradinho e outra
à jusante da barragem de Sobradinho.
1. A diferença de vazão de montante para jusante mostra que mais água chega a
Sobradinho do que sai dele, indicando que a irrigação é a grande consumidora dessa
diferença.
2. A diferença de vazão de montante para jusante mostra que mais água chega a
Sobradinho do que sai dele, indicando que a geração de energia é a grande
consumidora dessa diferença.
3. As curvas mostram o grande potencial de regularização das vazões que possui o
reservatório de Sobradinho.
4. As curvas mostram que na época das chuvas mais água chega a Sobradinho do que
sai, e na época das estiagens mais água sai de Sobradinho do que chega.
64. A figura abaixo representa o perfil de um vertedor sem comportas e com vão de 48
metros de largura. A profundidade no reservatório (𝐻𝑑 ) é de 25 metros. A cota de fundo
do reservatório é a mesma do canal à jusante do vertedor que é igual a 422,10 m. A
largura do canal de jusante é igual à largura do vertedor. Há formação de um ressalto
𝑄 = 38,61 𝑁𝐴0,477
68. O Comitê de Bacia Hidrográfica, que tem como objetivo o gerenciamento dos recursos
hídricos é:
(A) Um ministério.
(B) Uma ONG que delibera em nível nacional ou regional.
(C) Um órgão colegiado, consultivo deliberativo de nível nacional ou regional,
estratégico.
(D) Uma secretaria de estado.
(E) Uma secretaria de município.
69. Considerando a presença da água na natureza e seu ciclo hidrológico, são afirmativas
corretas, EXCETO:
(A) A água atinge quase quatro quintos da superfície terrestre.
(B) A água subterrânea vem sendo acumulada no subsolo há séculos e somente uma
fração desprezível é acrescentada anualmente pelas chuvas ou retirada pelo
homem.
(C) Entre 70% e 75% da precipitação pluviométrica volta à atmosfera como
evapotranspiração.
(D) Somente cerca de 20% do volume total de água podem ser aproveitados para nosso
consumo.
(E) Com aquecimento global, o volume armazenado nas geleiras tem diminuído.
No entanto, o volume de rejeitos que atingiu o mar mostrou-se menor que o esperado.
Com base na figura acima, assinale a alternativa correta que justifique este fato.
(A) A distância elevada até a foz.
(B) A baixa pluviosidade na época do desastre.
(C) As cidades que barraram os rios.
(D) A quantidade de afluentes que diluíram os rejeitos.
(E) As usinas hidrelétricas que retiveram parte dos rejeitos.
71. O desafio de atender à demanda com uma matriz de energia elétrica que apresenta um
número muito maior de fontes energéticas não controláveis torna necessário um
aumento da capacidade de armazenamento de energia. Sobre as tecnologias
específicas para o aumento da capacidade do sistema, visando a complementação de
potência, uma das alternativas mais promissoras são as usinas hidrelétricas
reversíveis. Descreva seu funcionamento e como esse tipo de usina pode contribuir
para o armazenamento de energia elétrica.
73. A tabela a seguir mostra a vazão de um rio, em m³/s, em seção em que se pretende
implantar um reservatório de uma pequena central hidrelétrica.
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
100 90 50 25 15 8 5 4 9 20 50 80
Considerando que cada mês tem 30 dias, calcule a capacidade mínima que esse
reservatório terá para regularizar 50% da maior vazão teoricamente possível.
Dados:
• Soma de todas as perdas de carga (localizadas e distribuídas) fora do trecho AB (isto é,
antes do ponto A e depois do ponto B) vale 1,0 m;
• Vazão máxima total da UHE: 1.470 m³/s;
• Rendimento da turbina: 0,96;
• Rendimento do gerador: 0,88;
• Número grupos turbina-gerador: 6;
• Coeficiente de perda de carga localizada na curva de 90°: 0,20;
• Coeficiente de atrito no conduto: 0,027;
• Raio externo da curva de 90°: 15,0 m.
Pede-se:
a) Dimensione o diâmetro dos condutos de forma a minimizar as perdas de carga (4,5 m/s <
𝑣 < 6,0 m/s), onde 𝑣 é a velocidade em cada conduto.
b) Estime a potência instalada da UHE em MW.
c) Admitindo-se que a cheia de projeto do vertedor é de 25.700 m³/s e que o reservatório é
capaz de amortecer 30% dessa cheia, estime a largura útil do vertedor da UHE Karakaya,
para nível máximo maximorum no reservatório de 697,50 m e coeficiente de vazão igual a
1,8.
d) Descreva o tipo de dissipação de energia empregado no vertedor Karakaya. Qual o outro
tipo de dissipação de energia usual em vertedouros? Por que você acha que o projetista
escolheu esse tipo de dissipação de energia no vertedor da UHE Karakaya?