Esporte Delas - Ebook 04
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e permanência de meninas
e mulheres no esporte
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MÓDULO
“RESPEITA AS MINA” NA
EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR:
Como trabalhar a igualdade de
gênero na Educação Física escolar
LIANA LIMA ROCHA
FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA (FDR)
Presidente
Luciana Dummar
Diretor Administrativo-Financeiro
André Avelino de Azevedo
Gerente-Geral
Marcos Tardin
Gerente Editorial
Lia Leite
Gerente de Audiovisual
Chico Marinho
Gerente de Projetos
Raymundo Netto
Analistas de Projetos
Aurelino Freitas e Fabrícia Góis
Analista de Contas
Narcez Bessa
Coordenadora Pedagógica
Profa. Ms. Jôsy Braga Cavalcante
Desenvolvedora Front-End
Isabela Marques
Estagiários em Letras
Lucas Gomes Gonçalves
Matheus Coutinho Dias
Wesley Militão Fernandes Mendes
ESPORTE DELAS: EMPODERAMENTO, INCLUSÃO E
PERMANÊNCIA DE MENINAS E MULHERES NO ESPORTE
Coordenadora de Conteúdo
Daiany França Saldanha
Coordenadora Editorial
Lia Leite
Revisora
Jessika Sampaio
Designer Gráfico
Welton Travassos
Ilustrador
Rafael Limaverde
Analista de Marketing
Henri Dias
Analista de Projetos
Daniele de Andrade
Social Media
Letícia Frota
Referências...................................................... 24
Sobre a autora................................................. 26
Apresentação
Este módulo tem como objetivo compartilhar com
o público deste curso conhecimentos e ferramentas
necessárias para a compreensão e a aplicação de
princípios de igualdade de gênero na Educação Física
escolar, visando criar um ambiente educacional inclusivo
e equitativo. Através de estudos de caso, discussões
colaborativas e abordagens educativas, os participantes
aprenderão a desafiar as normas de gênero encontradas
na Educação Física, promovendo um currículo e métodos
pedagógicos que valorizem a diversidade de gênero e
incentivem a participação igualitária em todas as formas
de atividade física. Este módulo tem como meta cultivar
uma cultura de respeito mútuo e empoderamento,
abordando a Educação Física como uma ferramenta para
o avanço da igualdade de gênero.
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1. Introdução à igualdade
de gênero na Educação
Física escolar
Como temos visto até aqui, neste curso, vivemos
em uma sociedade que, apesar dos avanços, ainda é
marcada pelo preconceito e a discriminação de gênero
decorrente de um modelo social opressor que regula,
normatiza e vigia as pessoas nas suas diversidades de
gêneros, raças, classes e nas suas formas de experimentar
prazeres e desejos (LOURO, 2007).
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São posturas de opressão às mulheres e a outras
minorias políticas que refletem o quanto nossa sociedade
está longe de ser um local justo e verdadeiramente
democrático. Os contextos sociais que nos deparamos
com essas problemáticas de preconceito e discriminação
são diversos, um desses diz respeito ao universo das
práticas corporais, que embora tenha tido alguns
avanços ainda é bastante pautado por relações de gênero
desiguais impressas de preconceitos e discriminações.
No campo educacional não é diferente, pois o formato
padrão das escolas tem, historicamente, silenciado as
diferenças com um modelo de educação tradicional,
descontextualizado e acrítico. São posturas de exclusão
presentes em um currículo conservador, carregado
de práticas que privilegiam um determinado tipo de
conhecimento em detrimento de outros, tendo como
finalidade a formação de corpos dóceis. Um currículo a
serviço da manutenção dos mecanismos de alienação e
opressão (APPLE, 2008; FOUCAULT, 1986).
7
A naturalização e o reforço dos preconceitos
de gênero são alimentados também por práticas
decorrentes de professores(as), seja com comentários
e(ou) reforçando determinantes sociais quando, por
exemplo, insistem em separar o que são espaços e
saberes de meninos e meninas, como destacou Januário
e Priori (2013) “A escola reforça características e atitudes
consideradas como próprias do gênero feminino e outras
próprias do masculino” (p.12).
As demarcações sociais entre o que é considerado
apropriado para homens e mulheres se intensificam no
universo das práticas corporais. Por exemplo, a maioria
dos garotos recebe uma bola de futebol da família,
enquanto isso raramente ocorre com as meninas.
(AYOUB, 2011).
Infelizmente, a escola ainda apresenta muitos
mecanismos que acentuam essa separação, sendo
bastante perceptível nas aulas de Educação Física,
como apresentado acima. No início do século XIX,
o estabelecimento dessas práticas foi definido por
perspectivas excludentes, como o positivismo e uma
visão exclusivamente biológica. O positivismo, uma
abordagem sociológica que justifica as desigualdades
sociais pelas diferenças biológicas, naturaliza os fatos
sociais e produz certo fatalismo hereditário. Já a visão
biologista conformou um modo de compreender o
corpo e o movimento a partir de uma ideia apenas física,
negando o corpo nas suas diversas dimensões – social,
política, histórica, afetiva etc. (SOARES, 2012).
Nesse sentido, a Educação Física foi usada como uma
tentativa de uniformização dos corpos, desconsiderando
a formação histórico-social. A lógica baseada em
diferenças biológicas condicionou as relações com os
8
movimentos corporais, por exemplo, direcionando as
meninas para as danças e a ginástica e os meninos para o
futebol e as práticas de aventura. Infelizmente, ainda são
muitos os mecanismos que acentuam essa separação
de gênero, sendo a Educação Física um espaço
generificado e generificador, não porque seja assim em
sua essência, mas porque é uma construção cultural à
qual se agregam discursos, valores e práticas que acabam
marcando nos corpos representações de feminilidades e
masculinidades, que definem, também, posições sociais
(FIGUEIRA; GOELLNER, p.7, 2013).
Sendo assim, compete à Educação Física descobrir
possibilidades para superação desses determinantes
que segregam gêneros. Para isso, deve-se construir e
implementar estratégias pedagógicas que permitam
às meninas e mulheres se sentirem mais confiantes e
superarem as restrições impostas sobre seus corpos e
seus movimentos.
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2. Estratégias práticas para
promover a igualdade de
gênero na Educação Física
escolar
O reconhecimento das questões de gênero, tanto
no cenário macro quanto no micro, da Educação Física,
tem impulsionado o desenvolvimento de estudos sobre
o tema. Estudos epistemológicos têm sido realizados
no campo científico acadêmico, dialogando com as
especificidades de cada área da educação, como é o
caso da Educação Física. Esses estudos são valiosos
para a reflexão sobre as problemáticas de gênero e
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podem contribuir para o desenvolvimento de estratégias
para superar os mecanismos que intensificam as
desigualdades (injustiças) de gênero.
É com base nesses estudos renomados e
estabelecidos ao longo dos anos, que compartilhamos
algumas estratégias para promover a igualdade de
gênero na Educação Física escolar:
• Estratégia 01 – Compreender a Educação Física
de forma ampliada: A primeira estratégia é a
compreensão da professora ou do professor sobre
corpo e movimento a partir de uma visão ampliada,
inclusiva e renovada, que considere os aspectos
físicos, culturais, sociais, políticos, históricos e
afetivos. Superando a visão restrita, que é excludente
e que percebe o corpo e o movimento apenas pela
sua dimensão física, não levando em consideração
outros aspectos. De acordo com Altmann (2018),
em algumas instituições de ensino, durante muito
tempo e, em alguns casos, até hoje, nas aulas
de Educação Física, meninas e meninos foram
separados, concebendo uma abordagem de aula em
que o corpo e o movimento eram compreendidos
exclusivamente por teorias fisiológicas que não
levavam em consideração a dimensão cultural
das/os estudantes. Por exemplo, o discurso que
compartilha a ideia de que meninas não têm
habilidades para jogar futebol é uma ideia alienada e
opressora, pois o fato delas talvez não apresentarem
determinados saberes e(ou) capacidades físicas
e habilidades motoras encontra-se justamente
nas diferenças de acessos ao conhecimentos e
experiências impostos entre meninos e meninas
desde cedo. É, nesse ponto, por exemplo, que
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professoras e professores de Educação Física
precisam ter uma visão ampliada sobre a área e
seus objetos de estudo, que no caso são o corpo e o
movimento. Superando visões restritas e ampliando
sua compreensão sobre os corpos e os movimentos.
• Estratégia 02 – Superar o modelo que separa
meninas de meninos nas aulas:
Essa separação configura uma visão restrita, ingênua
e reducionista. É importante que a professora
e o professor respeite a possibilidade de cada
um, independente de ser menino e menina, essa
concepção perpassa por uma prática pedagógica
inclusiva baseada em uma educação transformadora,
nesse sentido cabe à(ao) profissional de Educação
Física encontrar caminhos para superação dessas
determinantes, adotando posturas e medidas
inclusivas que vão desde diálogos problematizadores,
acolhedores e emancipados até a partilha de
exemplos concretos. É importante estabelecer
estratégias pedagógicas de empoderamento feminino,
que permitam às estudantes superar as injustas
restrições e se sentirem mais confiantes. Para isso, as
professoras e os professores podem se orientar com
base nas proposições teórico metodológicas que
tratam dessa perspectiva inclusiva. Como é o caso
da abordagem sistêmica, alicerçada pelos princípios
da diversidade, equifinalidade e da inclusão, em que
todos as/os estudantes devem participar de todas
as atividades da aula, nesse caso, as professoras e
os os professores precisam ficar atentos para não
usar ações que possam vir a excluir um aluno ou um
determinado grupo (SANCHES NETO, 2003).
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• Estratégia 03 – Implementar práticas
coeducativas:
A implementação de um modelo coeducativo
vai muito além da ação de “misturar” meninas e
meninos nas aulas, importante, mas não suficiente
para o término das desigualdades, pois esta
condição só ocorrerá quando, além de garantir a
convivência entre eles, sejam combatidas a oposição
de gêneros, para que isso ocorra é necessário
desconstruir estereótipos e combater o preconceito
e a violência de gênero. Assim, professoras
e professores precisam implementar ações
problematizadoras em suas aulas com momentos
de reflexão e debate, para que as/os estudantes
possam ler criticamente a realidade, identificar os
mecanismos de alienação, exclusão e opressão
impostos sobre as mulheres. Assim, ambos terão
oportunidade de perceber essas problemáticas, se
sensibilizar e combater essas ações opressoras e
preconceituosas (ROCHA, 2023).
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3. Estudo de caso:
Superando barreiras de
gênero em um ambiente de
Educação Física escolar
Embora se constate avanços com relação à promoção
da igualdade de gênero na Educação Física escolar,
ainda há muito o que avançar. Apesar das macros e
micros melhorias, o espaço escolar ainda é carregado de
censuras e desigualdades de gênero, configuradas em
proibições e silenciamentos dessas problematizações.
Não sendo um lugar que incentive essa discussão,
apresenta, portanto, poucas mudanças no sentido de
superar as desigualdades de gênero.
Em estudo recente, Rocha (2023) constatou a seguinte
fala de um professor participante em sua pesquisa
colaborativa sobre o ensino do skate na Educação Física
escolar e as questões de gênero:
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A questão de gênero é bastante polêmica e quase sempre
gera certo burburinho quando tratada nas aulas, nem
tanto pelos alunos em si, mas, principalmente pelos pais
ou responsáveis, afinal o fundamentalismo religioso
e o preconceito ainda é muito evidente e parece estar
se fortalecendo nos dias atuais (Professor Gui Khury,
resposta ao questionário diagnóstico).
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Nessa mesma reflexão, é possível identificar outro
desafio pautado nesse mesmo contexto, que se refere à
carência de produções propositivas sobre as questões
de gênero na Educação Física escolar, ou seja, o que
se constata é uma escassez de material para ajudar
as professoras e os professores na implementação
dessa temática nas aulas, como para melhor orientar
na superação de posturas opressoras, e os ajudando
também na adoção de medidas mais inclusivas em prol
da igualdade de gênero (TIMÓTEO, 2019).
Na minha tese, já mencionada acima, intitulada
“Respeita as mina: o ensino do skate na Educação Física
escolar” (publicada pela Universidade Federal do Ceará),
pude investigar a constituição de processos colaborativos
entre pares para a elaboração de uma proposta
pedagógica libertadora de ensino e aprendizagem do
skate para as aulas de Educação Física. De modo a
aprofundar a problematização das questões de gênero,
construindo estratégias voltadas ao respeito e ao
empoderamento das mulheres.
Assim, para o alcance desses objetivos, algumas
ações foram implementadas, tais como a realização de
uma formação continuada colaborativa com professoras
e professores de Educação Física, cuja finalidade foi
compartilhar saberes sobre o processo de ensino e
aprendizagem do skate na Educação Física escolar
voltada ao empoderamento de mulheres. Outra ação
implementada foi a construção e publicação de uma
proposta pedagógica de ensino e aprendizagem do
skate que visa ao empoderamento das mulheres por
meio da abordagem de questões de gênero. Essas duas
ações foram importantes para buscar superar dois
desafios detectados no contexto da Educação Física
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escolar: o primeiro é a ausência de espaços formativos
de professoras e professores para construção de saberes
sobre as questões de gênero e o segundo é a carência de
proposições e materiais didáticos.
Com base em meu estudo, compartilho no próximo
tópico algumas possibilidades pedagógicas para a
promoção da igualdade de gênero na Educação Física
escolar. Elas foram encontradas mediante o diálogo com
outras(os) autoras(es) e também construídas por mim
com a colaboração das professoras e dos professores
participantes da formação que implementei nesse
processo de elaboração da tese.
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4. Desafios e soluções para
a promoção da igualdade de
gênero na Educação Física
escolar
Uma das possibilidades pedagógicas para a
promoção da igualdade de gênero na Educação Física
escolar se encontra na diversificação de saberes sobre a
cultura corporal de movimento para todas, todos e todes.
Ou seja, significa que todas as pessoas, independente do
gênero, devem acessar os diversos saberes, todos têm
o direito de aprender sobre os jogos, as brincadeiras, os
esportes, as lutas, as danças, as ginásticas e as práticas
corporais de aventura, sem distinção de gênero desde a
educação infantil até a última etapa da educação básica
que no caso é o ensino médio, todas, todos e todes
devem ser incentivados a aprender essas diversidades.
O processo de aprendizagem das diversas práticas
corporais possibilita que todas, todos e todes tenham
a oportunidade de aprender um pouco de cada
manifestação da cultura corporal de movimento, sem
necessariamente depender do seu contexto cultural para
aprender essas práticas. Dessa forma, podemos superar
as condicionantes culturais que acabam por delimitar
o acesso aos saberes corporais com base no gênero,
pois como já foi mencionado, diante desse contexto é
bastante comum que meninos sejam incentivados pelas
famílias desde criança a jogarem futebol, por exemplo,
enquanto as meninas são incentivadas a brincar de
bonecas. Nesse sentido, quando as aulas de Educação
Física se estabelecem a partir dessa diversificação do
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aprendizado das manifestações da cultura corporal, é
quando podemos oportunizar que meninas também
possam aprender a jogar futebol.
Outra possibilidade pedagógica que pode ser
implementada é a tematização e a problematização
das práticas de ensino e aprendizagem do skate. Essa
compreensão foi a base para a construção colaborativa
da fundamentação da minha tese, que traz uma proposta
pedagógica que problematiza as questões de gênero,
construindo estratégias voltadas ao respeito e ao
empoderamento das mulheres. A chamada temática
dessa proposta é: “Respeita a mina: o ensino do skate
na Educação Física escolar”. A seguir, compartilho um
resumo dessa proposta, não com a intenção de ser um
manual, mas para que ela possa subsidiar, orientar e
ajudar nas escolhas pedagógicas das professoras e dos
professores.
A intenção de construir essa proposta deu-
se a partir da compreensão de que o skate, assim
como outras práticas corporais, a exemplo do
futebol, são estigmatizadas enquanto manifestações
prioritariamente masculinas. Diante desse cenário,
as mulheres são excluídas e oprimidas de várias
formas, sofrendo preconceitos ao andar de skate, não
recebendo incentivo para aprender ou se desenvolver
no skate (FIGUEIRA; GOELLNER, 2013). Portanto, para
a superação dessa condição de opressão é que surgiu
a ideia de construir essa tese e essa proposta, que e
constituída mediante três blocos temáticos, como
podemos ver na imagem abaixo:
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APRESENTAÇÃO PROPOSTA
RESPEITA AS MINA SK8 NA
EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
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Dessa forma, uma das possibilidades que partilho aqui
é que nas aulas de Educação Física possamos fazer uma
reflexão com as/os estudantes parafraseando a escritora,
filósofa, intelectual, ativista e professora Simone de
Beavouir, como apresento na citação abaixo:
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A ideia de parafrasear esse pensamento surgiu com
a compreensão de que todas, todos e todes podem
aprender a andar de skate independente do gênero –
assim afirmamos: não se nasce skatista, torna-se
skatista. Essa reflexão é importante para superar os
mitos de que mulheres nascem com habilidades para
determinadas atividades e homens para outras.
Pensando na compreensão das/os estudantes sobre
essa tese podemos usar como exemplo a história da
“Fadinha skatista: Rayssa Leal”, mostrando que mesmo
tendo o apelido de “Fadinha”, seu aprendizado no skate
e suas conquistas não são acontecimentos mágicos,
ela não nasceu com um “dom”. Na verdade, Rayssa é
uma exceção, pois diferente do que ocorre em muitos
contextos, ela teve apoio de sua família e assim pode se
desenvolver no esporte e isso é incomum.
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Outra possibilidade pedagógica que apresento nessa
proposta é organizar uma sessão de ‘Cinema Debate’
usando o filme “Uma skatista radical”. O longa está na
categoria infantojuvenil e conta a história de uma garota
indiana que deseja aprender a andar de skate, mas acaba
sofrendo muitas opressões. A produção cinematográfica
tem uma linguagem fácil, possui elementos atrativos
para o público de sala de aula e retrata bem uma
história sobre preconceito e opressão de gênero no
esporte/skate. Essa pode ser uma boa ideia para ser
implementada nas aulas de Educação Física escolar.
Após a exibição do filme é interessante desenvolver
uma reflexão com as/os estudantes para reforçar o
pensamento crítico das/os estudantes.
Fonte: Netflix
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meninas compreendem que elas também podem ser
corajosas e podem superar seus medos. Isso promove
um ambiente em que elas se sentem mais confiantes e
fortes, assim como os meninos são educados a serem
pessoas fortes e corajosas. Ensinar meninas a prática do
skate, uma modalidade considerada radical devido à
presença intrínseca de risco e perigo, pode representar
uma experiência enriquecedora para fomentar coragem e
autoconfiança em seu desenvolvimento.
Ficam aqui algumas opções que podemos incorporar
nas aulas de Educação Física com o objetivo claro
de promover a igualdade de gênero. Compartilhar
essas alternativas visa construir caminhos viáveis para
assegurar que todas as pessoas, independentemente do
gênero, desfrutem das mesmas oportunidades.
Referências
ALTMANN, H; AYOUB, E; AMARAL, S. C. F. Gênero na prática
docente em educação física: “meninas não gostam
de suar, meninos são habilidosos ao jogar”?. Estudos
feministas, p. 491-501, 2011.
APPLE, M. W. Currículo, poder e lutas: com a palavra, os
subalternos. Porto Alegre: Artmed, 2008.
AYOUB, E. Reflexões sobre a educação física na educação
infantil. Revista Paulista de Educação física, São Paulo,
supl.4, p.53-60, 2001.
FIGUEIRA, M. L. M; GOELLNER, S. V. Quando você é
excluída, você faz o seu: mulheres e skate no Brasil.
Cadernos Pagu, Campinas, SP. n. 41,(jul./dez. 2013), p.
239-264, 2013.
24
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes
necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra,
1996.
FOUCAULT, M. Vigiar e punir: nascimento da prisão. 4.
ed. Petrópolis: Vozes, 1986.
JANUÁRIO, M.S; PRIORI, C. Identidade de gênero e
orientação sexual na escola: um olhar para as diferenças.
Os desafios da escola pública paranaense na
perspectiva do professor PDE, 2013. Disponível em: <
https://bit.ly/3eiqmqZ> Acesso em 09 mai. 2020.
LOURO, G.L. Gênero, sexualidade e educação: das
afinidades políticas às tensões teórico-metodológicas.
Educação em Revista/UFMG, Belo Horizonte, s/v, n.46,
p. 201-218, 2007.
ROCHA, L.L. “Respeita as mina”: o ensino do skate
na educação física escolar. Orientadora: Maria Eleni
Henrique da Silva. 2023. 186 f. Tese (Doutorado em
Educação) - Programa de Pós-Graduação em Educação
Brasileira, Faculdade de Educação, Universidade Federal
do Ceará, Fortaleza, 2023.
SANCHES NETO, L. Educação física escolar: uma
proposta para o componente curricular da 5a. à 8a.
série do ensino fundamental. 2003, 189f. Dissertação
(Mestrado em Ciências da Motricidade) - Instituto de
Biociências, Universidade Estadual Paulista, Rio Claro, 2003.
SOARES, C.L. Educação Física raízes europeias e
Brasil. 5ed. Campinas: Autores Associados, 2012.
TIMÓTEO, Í. A. As questões de gênero na educação
física escolar e a prática pedagógica de professores
e professoras do município de Maracanaú-CE. 2019.
129f. - Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal
do Ceará, Programa de Pós-graduação em Educação,
Fortaleza (CE), 2019.
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Sobre a Autora
Liana Lima Rocha é Professora de Educação Física
Efetiva na rede estadual do Ceará (2010). Doutora em
Educação Brasileira Universidade Federal do Ceará
(UFC) (2023). Mestra em Educação Brasileira UFC (2017).
Graduada em Educação Física UFC(2009). Integrante do
Grupo Saberes em Ação. Linhas de pesquisa/estudo:
Educação Física Escolar; Práticas Corporais de Aventura;
Gênero.
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APOIO
PATROCÍNIO REALIZAÇÃO
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