Questões Ciência Política

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Questões Comentadas para Avaliação Ciência Política

1. (IBFC/SEPLAG-MG/2014) Sobre o conceito de “hegemonia” no


pensamento gramsciano, a maior contribuição de Antonio Gramsci ao
marxismo é que ele sistematizou, a partir do que está implícito em Marx,
uma ciência marxista da ação política. Ele assumiu todos os pressupostos a
respeito das origens materiais de classe e do papel da luta e da consciência
de classe na transformação social. Adotou a noção sobre a “hegemonia”
burguesa na sociedade civil, o que significou o predomínio ideológico dos
valores e normas burguesas sobre as classes subalternas. Assinale a
alternativa INCORRETA acerca do pensamento de Gramsci.
a) A originalidade de Gramsci, como marxista, fundamenta-se em parte no
seu conceito da natureza do domínio burguês; em seu argumento de que a
força verdadeira do sistema não reside na violência da classe dominante ou
no poder coercitivo do seu aparelho de Estado, mas na aceitação por parte
dos dominados de uma concepção de mundo que pertence aos seus
dominadores.
b) O conceito de “hegemonia” tem dois significados principais: é um processo
na sociedade civil pelo qual a classe dominante exerce o total controle, por
meio da liderança moral e intelectual sobre outras frações aliadas da classe
dominante; é a relação entre as classes dominantes e as dominadas. A
hegemonia compreende as tentativas bem-sucedidas da classe dominada em
usar sua liderança para impor sua visão de mundo como inteiramente
abrangente e universal, e para moldar os interesses e as necessidades dos
grupos dominantes.
c) A argumentação desenvolvida por Gramsci é compreender como a classe
dominante procurou conquistar o consentimento das classes subalternas
desse modo; e assim entender como as últimas procederam para derrubar a
ordem antiga e produzir uma nova ordem de liberdade universal.
d) Para Gramsci, a explicação para o consentimento das classes subalternas
reside no poder da consciência e da ideologia. Mas, concomitantemente,
nessa própria consciência de que pode consentir nas relações da sociedade
capitalista repousam os fundamentos de uma estratégia para obter o
consentimento ativo das massas, por meio de sua auto-organização,
começando pela sociedade civil e em todos os aparelhos hegemônicos.

As letras “A” e “C” são certas. Martin Carnoy, no livro “Estado e Teoria Política”,
cita Fiori:
A originalidade de Gramsci, como marxista, fundamenta-se em parte no seu
conceito da natureza do domínio burguês (e, de fato, de qualquer ordem
estabelecida anterior); em seu argumento de que a força verdadeira do
sistema não reside na violência da classe dominante ou no poder coercitivo
do seu aparelho de Estado, mas na aceitação por parte dos dominados de
uma concepção de mundo que pertence aos seus dominadores. A filosofia da
classe dominante atravessa todo um tecido de vulgarizações complexas
para
aparecer como 'senso comum'; isto é, a filosofia das massas, que aceitam a
moral, os costumes e o comportamento institucionalizado da sociedade em
que vivem. Portanto, o problema para Gramsci é compreender como a classe
dominante procurou conquistar o consentimento das classes subalternas
desse modo; e assim entender como as últimas procederam para derrubar a
ordem antiga e produzir uma nova ordem de liberdade universal.

A letra “B” é errada. Segundo Carnoy:


O conceito gramsciano de hegemonia tem dois significados principais: o
primeiro é um processo na sociedade civil pelo qual uma parte da classe
dominante exerce o controle, através de sua liderança moral e intelectual,
sobre outras frações aliadas da classe dominante. A fração dirigente detém o
poder e a capacidade para articular os interesses das outras frações. Ela não
impõe sua própria ideologia ao grupo aliado; mas antes "representa um
processo politicamente transformativo e pedagógico, pelo qual a classe
(fração) dominante articula um princípio hegemônico, que combina
elementos comuns, extraídos das visões de mundo e dos interesses dos
grupos aliados".

O segundo é a relação entre as classes dominantes e as dominadas. A


hegemonia compreende as tentativas bem sucedidas da classe dominante
em usar sua liderança política, moral e intelectual para impor sua visão de
mundo como inteiramente abrangente e universal, e para moldar os
interesses e as necessidades dos grupos subordinados.

Vejam que o erro está apenas na troca da expressão “grupos subordinados” por
“grupos dominantes”. Portanto, tomem muito cuidado nas provas, muitas
vezes, mais do que cobrar conteúdo, eles querem fazer pegadinhas bobas.

A letra “D” é certa. Segundo Carnoy:


Para ele nem a força nem a lógica da produção capitalista podia explicar o
consentimento de que goza essa produção entre as classes subordinadas. Ao
contrário, a explicação para esse consentimento reside no poder da
consciência e da ideologia. Mas, concomitantemente, nessa própria
consciência que pode consentir nas relações da sociedade capitalista
repousam os fundamentos de uma estratégia para obter o consentimento
ativo das massas através de sua auto-organização, começando pela
sociedade civil e em todos os aparelhos hegemônicos - da fábrica à escola e
à família.

Gabarito: B.

2. (IBFC/SEPLAG-MG/2014) O termo “ideologia” aparece pela primeira vez em


1801 no Livro de Destutt de Tracy, “Eléments Idéologie”. O autor pretendia
elaborar uma ciência da gênese das ideias, tratando-as como fenômenos
naturais que exprimem a relação do corpo humano com o meio ambiente.
Caminhando na história, o termo ressurge na obra de Augusto Comte, agora
com dois significados: formação das ideias a partir da observação do corpo
humano, do meio ambiente e do outro; e ideologia como um conjunto de ideias
de uma época. Sobre o tema, assinale a alternativa que retrata o pensamento
produzido pelos autores que constituem as linhas clássicas do pensamento
sociológico.
a) Durkheim tem a intenção de criar a sociologia como ciência, como
conhecimento racional, objetivo, observacional e necessário da sociedade. Ele
chamará de ideologia todo o conhecimento da sociedade que não respeite tais
critérios. A análise de Marx tem como objeto privilegiado um pensamento
historicamente determinado. Ele não separa a produção das ideias das
condições sociais e históricas nas quais são produzidas.
b) Para Durkheim, a condição para uma sociologia científica é tomar os fatos
sociais como desprovidos de interioridade, isto é, de subjetividade, de modo
a permitir que o sociólogo encare a realidade, da qual participa, como se
fizesse parte dela. Para Marx, a ideologia é uma ilusão, necessária à
dominação de classe. Por ilusão devemos entender a “ficção”, “fantasia”,
“invenção gratuita e arbitrária”, “erro”, “falsidade”.
c) A ideologia é sinônimo de subjetividade, oposta à objetividade, que não é
pré-conceito em pré-noção, mas é um “fato” social justamente porque é
produzida pelas relações sociais, possui razões muito determinadas para
surgir e se conservar, sendo um conjunto de ideias falsas que prejudicam a
ciência, uma maneira da produção das ideias pela sociedade, por formas
históricas determinadas pelas relações sociais.
d) Para Marx, ideologia é um conjunto de ideias acerca das pessoas, na qual
um grupo valora seus comportamentos e interesses, atribuindo-lhes lugares e
ocupações especiais. Durkheim, de forma superior classifica os seres
humanos, gerando um conjunto de classificações, com alto grau de
preconceito e falsa superioridade.

Segundo Marilena Chauí:


Vamos reencontrar o termo “ideológico” no capítulo II do livro de Durkheim,
Regras para o Método Sociológico. Como se sabe, Durkheim tem a intenção
de criar a sociologia como ciência, isto é, como conhecimento racional,
objetivo, observacional e necessário da sociedade [a]. Para tanto, diz ele, é
preciso tratar o fato social como uma coisa, exatamente como o cientista da
Natureza trata os fenômenos naturais. Isto significa que a condição para
uma sociologia científica é tomar os fatos sociais como desprovidos de
interioridade, isto é, de subjetividade, de modo a permitir que o sociólogo
encare uma realidade, da qual participa, como se não fizesse parte dela
[b]. Em outras palavras, a regra fundamental da objetividade científica
sendo a da separação entre sujeito do conhecimento e objeto do
conhecimento, separação que garante a objetividade porque garante a
neutralidade do cientista, Durkheim chamará de ideologia todo conhecimento
da sociedade que não respeite tais critérios [a].

Podemos ver que os trechos sobre Durkheim da letra “A” estão certos. Já o da
letra “B” está errada, por que devem ser desprovidos de subjetividade, como se
o sociólogo NÃO fizesse parte da realidade.

Ainda segundo Chauí, a respeito de Durkheim:


Iremos ver, a seguir, que a ideologia não é sinônimo de subjetividade
oposta à objetividade, que não é pré-conceito nem pré-noção, mas que é um
“fato” social justamente porque é produzida pelas relações sociais, possui
razões muito determinadas para surgir e se conservar, não sendo um
amontoado de ideias falsas que prejudicam a ciência, mas uma certa
maneira da produção das ideias pela sociedade, ou melhor, por formas
históricas determinadas das relações sociais.

Podemos ver que a letra “C” é errada, pois ideologia não é sinônimo de
subjetividade oposta à objetividade. Além disso, não é um amontoado de ideias
falsas que prejudica a ciência.

Quanto À Marx, Chauí afirma que:


Embora Marx tenha escrito sobre a “ideologia em geral”, o texto onde realiza
a caracterização da ideologia tem por título: A Ideologia Alemã. Isto significa
que a análise de Marx tem como objeto privilegiado um pensamento
historicamente determinado [a], qual seja, os dos pensadores alemães
posteriores a Hegel.

Essa observação é importante por dois motivos. Em primeiro lugar, porque,


como veremos, Marx não separa a produção das ideias e as condições sociais
e históricas nas quais são produzidas [a] (tal separação, aliás, é o que
caracteriza a ideologia). Em segundo lugar, porque para entendermos as
críticas de Marx precisamos ter presente o tipo de pensamento determinado
que ele examina e que, no caso, pressupõe a filosofia de Hegel.

Podemos ver que o trecho da letra “A” acerca de Marx está certo.

Segundo Chauí:
A ideologia é uma ilusão, necessária à dominação de classe. Por ilusão não
devemos entender “ficção”, “fantasia”, “invenção gratuita e arbitrária”,
“erro”, “falsidade”, pois com isto suporíamos que há ideologias falsas ou
erradas e outras que seriam verdadeiras e corretas. Por ilusão devemos
entender: abstração e inversão.

Podemos ver que o trecho sobre Marx na letra “B” é errado, pois NÃO devemos
entender como ficção, fantasia, etc.

A letra “D” é errada. Para Marx, ideologia é um conjunto de ideias e conceitos


que corresponde aos interesses de uma classe social, embora não
obrigatoriamente professado por todos seus membros. Também é errada
porque Durkheim não faz essa classificação. O mais próximo que encontrei no
texto de Chauí é o seguinte:
O grande princípio metodológico que permite tratar o fato social como coisa
e liberar o cientista da ideologia é: “Tomar sempre para objeto da
investigação um grupo de fenômenos previamente isolados e definidos por
características exteriores que lhe sejam comuns e incluir na mesma
investigação todos os que correspondem a essa definição”. Assim, o fato
social, convertido em coisa científica, nada mais é do que um dado,
previamente isolado, classificado e relacionado com outros por meio da
semelhança ou constância das
características externas. Esse objeto imóvel, dado, acabado, é conhecido
quando classificado, comparado e submetido a leis de frequência e de
constância.

Gabarito: A.

3. (IBFC/SEPLAG-MG/2013) Para Weber, a política é concebida como uma


atividade geral do ser humano que se desenvolve dentro de uma comunidade
e nos limites de determinado território. A noção de território corresponde a
um dos elementos essenciais do Estado que reivindica o monopólio do uso
legítimo da violência física. Em sua obra “Economia e Sociedade”, publicada
dois anos após seu falecimento por sua esposa, Weber classifica a autoridade
em três tipos, dependendo, principalmente, das bases da Sociologia em
questão, ou seja, das bases de sua legitimidade. Em relação aos tipos de
dominação, assinale a alternativa correta.
a) A dominação legal racional é a mais impessoal, pois se baseia na aplicação
de regras gerais aos casos particulares.
b) A dominação carismática tem como base de legitimação, e de escolha de
quem a exercerá, as tradições e costumes de uma dada sociedade,
personificando as instituições enraizadas no seio desta sociedade na figura do
líder.
c) A forma mais típica de dominação tradicional constitui o poder pessoal, ou
seja, obedece-se a pessoa por suas qualidades excepcionais e não por uma
posição ocupada por ela formalmente ou por uma dignidade advinda das
tradições.
d) A dominação carismática constitui um tipo bastante comum de poderio, na
medida em que se baseia na crença em qualidades pessoais corriqueiras.

A letra “A” é certa.

A letra “B” é errada, traz a descrição da dominação tradicional.

A letra “C” é errada, traz a descrição da dominação carismática.

A letra “D” é errada, a dominação carismática se baseia em qualidades pessoais


excepcionais, e não corriqueiras.

Gabarito: A.

4. (ESAF/EPPGG/2013) Até o início do século XX, os Estados que atualmente contam com
seguintes enunciados foram elaborados tendo por referência o quadro teórico
weberiano e a realidade brasileira.
I. O conceito de “patrimonialismo” foi elaborado por Weber e se refere à
forma de dominação tradicional, baseada nas tradições, tornando-se legítima
a partir dela.
II. Para Weber, toda dominação tradicional tende ao patrimonialismo.
Historicamente, no Brasil inclusive, esse tipo de dominação foi gradualmente
substituído pelo modelo burocrático. No Brasil, isso ocorreu mais claramente
a partir da década de 1930.
III. No que se refere ao exercício do poder e sua legitimidade, sob o modelo
burocrático, a administração pública assume uma forma racional-legal de
dominação, conforme Weber. Nesse contexto, a dominação se legitima por
meio da crença em regras e normas.
Considerando os enunciados acima, assinale a opção correta.
a) todos estão corretos.
b) apenas I está correto.
c) apenas II está correto.
d) apenas III está correto.
e) todos estão incorretos

A afirmação I é certa. O patrimonialismo é uma forma de dominação

tradicional. A afirmação II é certa. Segundo Weber:


“Ao surgir um quadro administrativo (e militar) puramente pessoal do
senhor, toda dominação tradicional tende ao patrimonialismo e, com grau
extremo de poder senhorial, ao sultanismo.”

No Brasil, a administração burocrática passou a ser adotada a partir do Governo


Vargas, quando foi criado o Departamento Administrativo do Serviço Público
(DASP), que buscou instituir diversos dos princípios burocráticos.

A afirmação III é certa. A dominação racional-legal tira sua legitimidade de


normas racionalmente criadas.

Gabarito: A.

5. (ESAF/CGU/2012) Como toda ciência, a Ciência Política possui uma


linguagem, o que significa que nela estão presentes certas características
gerais. Os enunciados a seguir se referem a essas características.
I. É uma linguagem consciente e crítica porque permite refletir sobre sua
instrumentalidade e precisa a linguagem comum;
II. É uma linguagem especializada porque emprega um vocabulário técnico;
III. Como em outras ciências, a Ciência Política utiliza uma linguagem que
permite a cumulatividade e a repetibilidade.
Considerando esses enunciados, é possível afirmar que
a) apenas o I está correto.
b) apenas o II está correto.
c) apenas o III está correto.
d) todos estão corretos.
e) nenhum está correto.

Segundo o texto:
Tanto quanto a filosofia, a ciência tem um elemento de identificação comum,
ou seja, uma linguagem própria. Esta linguagem, por seu turno, apresenta
quatro dimensões: 1) uma linguagem consciente, elaborada de modo a
refletir sua própria instrumentalidade; 2) uma linguagem crítica, que nasce
da correção dos defeitos da linguagem comum ou ordinária; 3) uma
linguagem especializada, que manipula um vocabulário tecnicamente
esotérico; 4) uma linguagem que permite a cumulatividade e a
repetibilidade.

A afirmação I foi dada como errada, mas é seu texto é bastante confuso, mal
escrito.O que significa “precisa a linguagem comum”: 1) que a linguagem
comum é precisa?; 2) que é uma linguagem que corrigem a comum?. No
primeiro sentido, a afirmação estaria errada; no segundo estaria certa, pois um
dos significados do verbo “precisar” no dicionário é “fazer com que (algo) se
torne preciso, exato”.

A afirmação II é errada, o texto coloca que é “uma linguagem especializada,


que manipula um vocabulário tecnicamente esotérico”. Cara, que viagem!
Sinceramente, não sei o que ele quer dizer com isso, mas não me parece que
seja a mesma coisa que empregar vocabulário técnico. Esotérico pode se referir
aquilo que é natural ou ao que é ensinado a poucas pessoas, que é obscuro,
que poucos conseguem entender.

A afirmação III é certa, está no item 4 do texto.

Gabarito: C.
6. (ESAF/APO-MPOG/2010) O século XX assistiu ao crescimento sem
precedente dos aparelhos burocráticos. Assinale a opção que não é correta
acerca da burocracia na perspectiva weberiana.
a) A burocracia é o tipo tecnicamente mais puro de poder legal.
b) O funcionalismo por turnos, por sorte e por escolha, a administração
parlamentar e por comissões e todas as espécies de corpos colegiais de
governo e administração não podem ser considerados um tipo legal, ainda
que a sua competência se baseie em regras estatutárias e o exercício do
direito governativo correspondente.
c) As cúpulas mais altas das associações políticas são ou “monarcas”
(governantes carismáticos por herança) ou “presidentes” eleitos pelo povo
(portanto, senhores carismáticos plebiscitários) ou eleitos por uma
corporação parlamentar, onde, em seguida, os seus membros ou, melhor, os
líderes, mais carismáticos ou mais notáveis dos seus partidos predominantes,
são os senhores efetivos.
d) A história da evolução do Estado moderno se identifica, em especial, com
a história do funcionalismo moderno e da empresa burocrática, tal como toda
a evolução do moderno capitalismo avançado se identifica com a crescente
burocratização da empresa econômica.
e) Na época da emergência do Estado moderno, as corporações colegiais
contribuíram de modo muito essencial para o desenvolvimento da forma legal
de poder, e a elas deve o seu aparecimento, sobretudo o conceito de
“autoridade”.

Segundo Weber, em “Os três tipos puros de poder legítimo”:

http://www.lusosofia.net/textos/weber_3_tipos_poder_morao.pdf

[a] A burocracia é o tipo tecnicamente mais puro de poder legal. Mas nenhum
poder é só burocrático, isto é, gerido apenas mediante funcionários
contratualmente recrutados e nomeados. Tal não é possível. [c] As cúpulas
mais altas das associações políticas são ou “monarcas” (governantes
carismáticos por herança, cf. adiante) ou “presidentes” eleitos pelo povo
(portanto, senhores carismáticos plebiscitários, cf. adiante) ou eleitos por uma
corporação parlamentar, onde, em seguida, os seus membros ou, melhor, os
líderes, mais carismáticos ou mais notáveis (cf. adiante), dos seus partidos
predominantes, são os senhores efectivos. Também quase em nenhum lado é,
de facto, o corpo administrativo puramente burocrático, mas nas mais variadas
formas, em parte os notáveis, em parte os representantes de interesses
costumam participar na administração (sobretudo, na chamada auto-
administração). Decisivo é, porém, que o trabalho contínuo assente de modo
preponderante e crescente nas forças burocráticas. [d] Toda a história da
evolução do Estado moderno se identifica, em especial, com a história do
funcionalismo moderno e da empresa burocrática (cf. adiante), tal como toda
a evolução do moderno capitalismo avançado se
identifica com a crescente burocratização da empresa econômica. A participação
das formas burocráticas do governo aumenta em toda a parte.

[b] A burocracia não é o único tipo de poder legal. O funcionalismo por turnos,
por sorte e por escolha, a administração parlamentar e por comissões e todas
as espécies de corpos colegiais de governo e administração aqui se inscrevem,
na suposição de que a sua competência se baseia em regras estatutárias e o
exercício do direito governativo corresponde ao tipo da administração legal. [e]
Na época da emergência do Estado moderno, as corporações colegiais
contribuíram de modo muito essencial para o desenvolvimento da forma legal
de poder, e a elas deve o seu aparecimento sobretudo o conceito de
“autoridade”. Por outro lado, o funcionalismo por eleição desempenha um
grande papel na pré- história da moderna administração por funcionários (e
também hoje nas democracias).

Gabarito: B.

7. (ESAF/EPPGG-MPOG/2009)
Segundo Weber: Ao identificar três tipos puros de dominação
legítima, Maxmais
O tipo Weberpuroafirmou que olegal
de dominação tipo émais puro
aquele que de dominação
se exerce por meiolegal
de é
um
aquele que se exerce por meio de um quadro administrativo burocrático. A
quadro administrativo burocrático. Somente o dirigente da associação possui
seguir, sua posição
são de senhor, algumas
relacionadas em virtude características
ou de apropriaçãodaou de eleição ou de
administração
designação da sucessão. Mas suas
burocrática weberiana. Identifique a opção falsa.competências senhoriais são também
competências legais. O conjunto do quadro administrativo se compõe, no
a) A totalidade dos integrantes do quadro administrativo é composta por
tipo mais puro, de funcionários individuais (monocracia, em oposição à
funcionários escolhidos os
“colegialidade”), dequais:
forma impessoal.
b) Existe uma hierarquia administrativa rigorosa.
1. são pessoalmente livres; obedecem somente às obrigações objetivas de
c) A remuneração é em dinheiro, com salários fixos e em geral com direito
seu cargo;
a pensão.
d)
2.As condições
são nomeados de(e
trabalho são definidas
não eleitos) medianterigorosa
numa hierarquia convenção
dos coletiva
cargos;
entre os funcionários e a administração.
e) Os funcionários estão submetidos a disciplina rigorosa e a vigilância
administrativa.
3. têm competências funcionais fixas;

4. em virtude de um contrato, portanto, (em princípio) sobre a base de livre


seleção segundo

5. a qualificação profissional – no caso mais racional: qualificação verificada


mediante prova e certificada por diploma;

6. são remunerados com salários fixos em dinheiro, na maioria dos casos


com direito a aposentadoria; em certas circunstâncias (especialmente em
empresas privadas), podem ser demitidos pelo patrão, porém sempre
podem demitir-se por sua vez; seu salário está escalonado, em primeiro
lugar, segundo a posição na hierarquia e, além disso, segundo a
responsabilidade do cargo e o princípio da correspondência à posição
social;

7. exercem seu cargo como profissão única ou principal;

8. têm a perspectiva de uma carreira: “progressão” por tempo de serviço ou


eficiência, ou ambas as coisas, dependendo dos critérios dos superiores;

9. trabalham em separação absoluta dos meios administrativos e sem


apropriação do cargo;

10. estão submetidos a um sistema rigoroso e homogêneo de disciplina e


controle do serviço.

A letra “A” está na característica 04; a “B” na 02; a “C” na 06; a “E” na 10.

A letra “D” é errada porque as condições são estabelecidas na lei, e não em


convenção coletiva.

Gabarito: D.

O 8. (ESAF/EPPGG-MPOG/2009)
primeiro O termo
conceito de política foi exposto Política
em Ética, diz respeito
de Aristóteles, ao a
para quem
funcionamento do Estado e ao exercício do poder. Quanto
investigação em torno do que deve ser o bem e o bem supremo parece à sua origem,
está correto
pertencer afirmar
à ciência que:
mais importante:
a) foi criado por Maquiavel.
b) tem sua origem na Revolução Francesa.
c) deriva da palavra grega pólis.
d) surgiu com a formação dos partidos políticos.
e) resultou das disputas dinásticas na antiguidade.
Essa ciência parece ser a política. Com efeito, ela determina quais são as
ciências necessárias nas cidades, quais as que cada cidadão deve aprender, e
até que ponto.

A palavra “política” é originária do grego politikós, que vem de pólis. A Grécia


estava organizada em cidades-estado, que eram chamadas de pólis. A política
se refere ao que é urbano, civil, público, enfim, ao que é da cidade.

Portanto, a política se referiria ao estudo da vida em sociedade, na pólis.


Segundo Aristóteles “o homem é naturalmente um animal político”. Com isso,
ele queria dizer que a vida em sociedade é uma necessidade humana, que
surge naturalmente. O Estado, para Aristóteles, constitui a expressão mais feliz
da comunidade em seu vínculo com a natureza. Assim como é impossível
conceber a mão sem o corpo, é impossível conceber o indivíduo sem o Estado.

Gabarito: C.

9. (ESAF/CGU/2008) Um dos fenômenos mais difundidos na vida social é o


poder, que permeia desde as relações mais íntimas e privadas até as mais
institucionalizadas. O conceito de poder tem na política o seu papel mais
central, relacionando-se com outros conceitos igualmente relevantes, como
dominação e autoridade. Analise os enunciados abaixo e assinale a opção
incorreta.
a) A coerção consiste em um alto grau de constrangimento ou ameaça de
privações a um ou mais sujeitos por parte de outro ou outros, de modo que a
obediência à vontade de quem a exerce aparenta ser a alternativa menos
penosa.
b) O poder é a capacidade de imposição da vontade de um sujeito a outro ou
outros, a despeito de eventual resistência, portanto, envolve conflituosidade.
c) O poder é um conceito relacional, que deriva não somente da posse ou uso
efetivo de determinados recursos, mas também de imagens, de hábitos e de
expectativas quanto a reações dos atores envolvidos numa relação.
d) O conceito de autoridade está fundamentado na legitimidade, cuja origem
pode ser, ou não, os ordenamentos jurídicos que definem as funções do
detentor do poder.
e) As relações permanentes de mando e obediência política baseiam-se tanto
em fatores materiais como em hábitos e expectativas e ocorrem
especificamente no ambiente do Estado.

Vimos na parte teórica uma questão tirada do “Dicionário de Política” de


Norberto
Bobbio. Esta questão também foi tirada de lá. Segundo Bobbio:
A coerção pode ser definida como um alto grau de constrangimento (ou
ameaça de privações). Ela implica que as alternativas de comportamento em
que B se acha (e que sofre a coerção) são alteradas pela ameaça de sanções
de A (que faz a coerção), de tal modo que o comportamento que este último
deseja do primeiro termina por parecer a B como a alternativa menos
penosa.

Podemos ver que a letra “A” é correta. A letra “B” também se aproxima muito da
definição de Weber:
Poder significa toda probabilidade de impor a própria vontade numa relação
social, mesmo contra resistências, seja qual for o fundamento desta
probabilidade.

Vimos também que o conflito é inerente ao poder. Portanto, a letra “B” é


correta. A letra “C” também foi tirada de Bobbio, segundo o qual:
De tudo o que se disse até agora fica evidenciado que o Poder não deriva
simplesmente da posse ou do uso de certos recursos mas também da
existência de determinadas atitudes dos sujeitos implicados na relação.
Essas atitudes dizem respeito aos recursos e ao seu emprego e, de maneira
geral, ao Poder. Entre tais atitudes, devem ser colocadas as percepções e as
expectativas que dizem respeito ao Poder. As percepções ou imagens sociais
do Poder exercem uma influência sobre fenômenos do Poder real.

Vimos que a autoridade constitui um plus em relação ao poder. É a soma do


poder com a legitimidade. Segundo Bonavides:
Autoridade enfim traduz o poder quando ele se explica pelo consentimento,
tácito ou expresso, dos governados (quanto mais consentimento, mais
legitimidade e quanto mais legitimidade mais autoridade.

Por fim, para Bobbio:


Para Weber, as relações de mando e de obediência, mais ou menos
confirmadas no tempo, e que se encontram tipicamente na política, tendem
a se basear não só em fundamentos materiais ou no mero hábito de
obediência dos súditos, mas também e principalmente num específico
fundamento de legitimidade.

As relações permanentes de mando e obediência configuram o que Weber


entendeu como dominação. O aspecto mais importante dessas relações será a
legitimidade, não abordada pela questão, que está incorreta. Vimos que a
dominação se baseia na legitimidade e que existem três tipos puros de
dominação, cada um com um fundamento específico de legitimidade. Vamos ver
o que fala Weber:
Conforme ensina a experiência, nenhuma dominação contenta-se
voluntariamente com motivos puramente materiais ou afetivos ou racionais
referentes a valores, como possibilidades de sua persistência. Todas
procuram despertar e cultivar a crença em sua “legitimidade”.

Essa questão já caiu muito parecida:


9.(ESAF/STN/2005) As relações permanentes de mando e obediência na esfera da política r

hábito da aquiescência e em tipos específicos de crença quanto às razões que justificam o ex

Este item está correto, podemos observar que além dos fundamentos materiais,
nos costumes, ela fala na legitimação, na “crença quanto às razões que
justificam o exercício do poder”.

Gabarito: E.

10. (ESAF/CGU/2008)
Vimos Segundo é:
que a dominação carismática Max Weber, um dos mais importantes
conceitos relacionados ao poder é o de legitimidade, que pode ser de três
Baseada na
tipos, conforme as veneração
crenças eextracotidiana
atitudes em da quesantidade, do poder Examine
se fundamenta. heroico ouosdo
caráter exemplar de uma pessoa e das ordens por esta revelada
enunciados abaixo, sobre o poder carismático, e assinale a opção correta. ou criadas.

A 1primeira
- O poder carismático
afirmação está Afundado
é correta. dedicaçãonaédedicação
para com o pessoal
chefe. e afetiva ao
A legitimidade
chefeno
reside carismático.
carisma, uma qualidade pessoal. A segunda afirmação também é
correta.
2 - QuemSegundo Weber:
verdadeiramente exerce o comando é o líder ou chefe
carismático, cujo valor exemplar, força heroica, poder de espírito ou de
Na dominação carismática, obedece-se ao líder carismaticamente qualificado
palavra como
o distinguem de modo especial.
tal, em virtude de confiança pessoal em revelação, heroísmo ou
3 - O exemplaridade
poder carismático requer
dentro do âmbitoum corponesse
da crença administrativo
seu carisma dotado de
competência específica, porém selecionado com base na dedicação pessoal
Segundo Weber:
e no carisma.
4 - A fonte do poder
O quadro carismáticodose senhor
administrativo conectacarismático
com o quenão é novo,
é um com o
grupo de
que nunca existiu, e rejeita a rotina e os vínculos pré-determinados.
“funcionários profissionais”, e muito menos tem formação profissional. Não é
a) Todos selecionado segundo
os enunciados critérios
estão de dependência doméstica ou pessoal, mas
corretos.
segundo qualidades carismáticas.
b) Todos os enunciados estão incorretos.
Vamos ver as
c) Somente características
o enunciado desse3 está
de número quadro administrativo na dominação
incorreto.
carismática:
d) Somente o enunciado de número 4 está incorreto.
e) Somente os enunciados
Não existe hierarquia,3 eapenas
4 estão aincorretos.
intervenção do líder no caso de
insuficiência carismática do quadro administrativo para determinadas
tarefas.

 Não existe “clientela” nem “competência” limitada, mas também não há


apropriação de poderes funcionais em virtude de privilégios.

 Não existe nem salário nem prebenda, “vivendo os discípulos com o


senhor em comunismo de amor ou camaradagem”.

 Não há autoridades institucionais fixas, mas apenas emissários


carismaticamente encarregados, dentro dos limites da missão senhorial e
do carisma próprio;
 Não há regulamento algum, nem normas jurídicas abstratas, nem
jurisdição racional por elas orientada, nem sabedorias ou sentenças
jurídicas orientadas por precedentes tradicionais;

A criação de uma dominação carismática é sempre resultado de situações


extraordinárias externas, especialmente políticas ou econômicas, ou internas,
psíquicas, particularmente religiosas, ou de ambas em conjunto. Nasce da
excitação comum a um grupo de pessoas, provocada pelo extraordinário, e da
entrega ao heroísmo, seja qual for o seu conteúdo.

Vimos que a dominação carismática é extracotidiana. Ela opõe-se tanto à


dominação racional quanto à tradicional, que são ambas formas de dominação
especificamente cotidianas. A carismática (genuína) é especificamente o
contrário. Por isso, quando essa dominação perde sua característica efêmera,
assumindo o caráter de uma relação permanente, a dominação carismática tem
de modificar substancialmente, tradicionalizando-se ou racionalizando-se.
Portanto, o carisma rejeita a rotina, ele se. A quarta afirmação é verdadeira.

Gabarito: C.

11. (ESAF/EPPGG-MPOG/2008) Poder e dominação são alguns conceitos


centrais da Ciência Política. Analise os enunciados abaixo sobre tais
conceitos e assinale a resposta correta.
1. Todas as qualidades imagináveis de uma pessoa e todas as espécies de
constelações possíveis podem pôr alguém em condições de impor sua
vontade, em uma dada situação.
2. Dominação é a probabilidade de encontrar obediência a uma ordem de
determinado conteúdo, entre determinadas pessoas indicáveis.
3. A situação de dominação está ligada à presença efetiva de alguém
mandando eficazmente em outros, mas não necessariamente à existência
de um quadro administrativo nem à de uma associação.
4. Uma associação de dominação política ocorre quando a sua subsistência e
a vigência de suas ordens, dentro de determinado território, estão
garantidas de modo contínuo mediante ameaça e aplicação de coação física
por parte do seu quadro administrativo.
a) Todos os enunciados estão corretos.
b) Estão incorretos os enunciados 1 e 3.
c) Estão incorretos os enunciados 1, 3 e 4.
d) Somente o enunciado 1 está incorreto.
e) Todos os enunciados estão incorretos.

Essa questão copiou as alternativas do livro “Economia e Sociedade”, de Max


Weber. Vamos deixar para ver a primeira afirmação por último. A segunda
afirmação é correta, traz o conceito de dominação de Weber. Vamos rever:
Dominação é a probabilidade de encontrar obediência a uma ordem de
determinado conteúdo, entre determinadas pessoas indicáveis.

A terceira afirmação também é correta. Para Weber:


A situação de dominação está ligada à presença efetiva de alguém mandando
eficazmente em outros, mas não necessariamente à existência de um quadro
administrativo nem a de uma associação; porém certamente – pelo menos
em todos os casos normais – à existência de um dos dois.

A quarta afirmação é correta, mais uma cópia do texto de Weber:


A uma associação de dominação denominamos associação política, quando e
na medida em que sua subsistência e a vigência de suas ordens, dentro de
determinado território geográfico, estejam garantidas de modo contínuo
mediante ameaça e a aplicação de coação física por parte do quadro
administrativo.

Nas associações políticas, a coação não constitui o único meio administrativo,


tampouco o normal. Na verdade, seus dirigentes servem-se de todos os meios
possíveis para alcançar seus fins. Contudo, a ameaça e a aplicação da coação
são seu meio específico e constituem seu último recurso sempre que falhem os
demais. Contudo, lembrem-se que a dominação não subsiste no longo prazo
sem legitimidade, apenas pela coação.

Vamos ver agora a primeira afirmação. Ela também é cópia de Weber:


Todas as qualidades imagináveis de uma pessoa e todas as espécies de
constelações possíveis podem pôr alguém em condições de impor sai
vontade, numa situação dada.

No gabarito preliminar a ESAF deu como resposta a letra “A”, ou seja, dizendo
que todas as afirmações são corretas. No entanto, no gabarito definitivo eles
alteraram para a letra “D”, dizendo que somente a primeira afirmação está
errada. Mas, se a primeira afirmação é cópia de Weber, porque estaria errada?
Sinceramente, não sei. Uma das possibilidades é que, como o enunciado fala
em poder e dominação, e a primeira afirmação não fala a qual dos dois
conceitos está se referindo, não poderíamos associar tal afirmação a ambos, por
isso ela estaria errada. Mas não concordo com isso, já que, ao falar em
“condições de impor sua vontade”, já está se referindo ao poder.

Gabarito: D.

12. (ESAF/EPPGG-MPOG/2008) Os tipos primários de dominação tradicional


são os casos em que falta um quadro administrativo pessoal do senhor.
Quando esse quadro administrativo puramente pessoal do senhor surge, a
dominação tradicional tende ao patrimonialismo, a partir de cujas
características formulou- se o modelo de administração patrimonialista.
Examine os enunciados a seguir, sobre tal modelo de administração, e
marque a resposta correta.
1. O modelo de administração patrimonialista caracteriza-se pela ausência de
salários ou prebendas, vivendo os “servidores” em camaradagem com o
senhor a partir de meios obtidos de fontes mecânicas.
2. Entre as fontes de sustento dos “servidores” no modelo de administração
patrimonialista incluem-se tanto a apropriação individual privada de bens e
oportunidades quanto a degeneração do direito a taxas não regulamentado.
3. O modelo caracteriza-se pela ausência de uma clara demarcação entre as
esferas pública e privada e entre política e administração; e pelo amplo
espaço à arbitrariedade material e vontade puramente pessoal do senhor.
4. Os “servidores” não possuem formação profissional especializada, mas, por
serem selecionados segundo critérios de dependência doméstica e pessoal,
obedecem a formas específicas de hierarquia patrimonial.
a) Estão corretos os enunciados 2, 3 e 4.
b) Estão corretos os enunciados 1, 2 e 3.
c) Estão corretos somente os enunciados 2 e 3.
d) Estão corretos somente os enunciados 1 e 3.
e) Todos os enunciados estão corretos.

O Patrimonialismo é uma forma de exercício da dominação por uma autoridade.


A Base de sua legitimidade é a tradição, cujas características principais
repousam no poder individual do governante que, amparado por seu aparato
administrativo
recrutado com base em critérios pessoais, exerce o poder político sob um
determinado território

Segundo Weber, ao quadro administrativo da dominação tradicional, em seu


tipo puro, faltam:

 A competência fixa segundo regras objetivas;


 A hierarquia racional fixa;
 A nomeação regulada por contrato livre e ascenso regulado;
 A formação profissional (como norma);
 (muitas vezes) o salário fixo e (ainda mais frequentemente) o salário
pago em dinheiro.

Esse quadro administrativo não possui um salário fixo, mas recebe “sinecuras” e
“prebendas”. “Sinecura” significa “sem cuidado”, ou seja, “sem esforço”.
“Prebenda” significa “ocupação rendosa de pouco trabalho”. Portanto, a primeira
afirmação é errada, já que existem sim prebendas. O restante da alternativa
está certo. Segundo Weber, o salário fixo é o “normal” na dominação racional-
legal, ao contrário do servidor patrimonial, que obtém seu sustento por:

a) alimentação na mesa do senhor;


b) emolumentos, na maioria das vezes em espécie, provenientes de bens e
dinheiros do senhor;
c) terras funcionais;
d) oportunidades apropriadas de rendas, taxas ou impostos;
e) Feudos.

A segunda afirmação fala em “degeneração do direito a taxas não


regulamentado”. Isso significa que os servidores se apropriam dos próprios
tributos que são coletados junto à sociedade. Por exemplo, em Portugal, eram
nomeados representantes da Coroa nas cidades, que ainda não contavam com
prefeituras. Esses representantes desempenhavam as funções estatais e
podiam ficar com determinada percentagem da arrecadação de taxas. A
segunda afirmação é certa.

A principal característica do patrimonialismo é a confusão entre o patrimônio


público e o privado. A administração política é tratada pelo senhor como
assunto puramente pessoal. Os bens adquiridos por meio dos tributos não se
diferenciam dos bens privados do senhor, tudo faz parte do mesmo patrimônio.
Por tal razão, o príncipe lida com os assuntos da corte – que seriam
considerados públicos na acepção atual – de forma eminentemente privada,
posto que o patrimônio pessoal do governante e a coisa pública são misturados
como se fossem apenas uma esfera. A terceira afirmação é correta.
A quarta afirmação fala em “dependência doméstica e pessoal”. Isso é correto.
Segundo Weber:
A este caso especial de estrutura de dominação patriarcal: o poder
doméstico descentralizado mediante a cessão de terras e eventualmente de
utensílios a filhos ou outros dependentes da comunidade doméstica
queremos chamar de dominação patrimonial.

Contudo, vimos acima que, para Weber, na dominação tradicional falta “a


hierarquia racional fixa”. Já a questão fala que “obedecem a formas específicas
de hierarquia patrimonial”. A quarta afirmação é errada, não haveria hierarquia
no patrimonialismo. O conceito de hierarquia supõe vários níveis hierárquicos,
um controlando o outro. Uma das definições de “hierarquia” do dicionário
Houaiss é a seguinte:
organização social em que se estabelecem relações de subordinação e graus
sucessivos de poderes, de situação e de responsabilidades

É o modelo burocrático que trará o princípio da hierarquia.

Gabarito: C.

A 13.
letra(ESAF/APO-MPOG/2008)
“A” desta questão gerouOmuitamodelo de gestão
polêmica nessepública burocrático,
concurso do MPOG. com
Isso
base nos postulados weberianos, é constituído de funcionários
porque ela fala em liberdade pessoal. Muitos pensaram que no modelo individuais,
cujas características
burocrático não incluem:
o funcionário não tem liberdade pessoal, já que deve seguir
procedimentos rígidos. eContudo,
a) liberdade pessoal esta
obediência liberdade
estrita pessoal não
às obrigações é liberdade
objetivas do seude
procedimentos,
cargo, estando mas uma liberdade
submetidos a um emsistema
relação homogêneo
aos superiores,
de uma liberdade
disciplina e
decontrole
não interferência
do serviço. em sua vida privada. Estas características dos funcionários
individuais foram
b) exercício tiradascomo
do cargo de Weber, queúnica
profissão afirmaouque:
principal, com perspectiva de
carreira: progressão por tempo de serviço ou mérito, ou ambas.
c) competências funcionais fixas em contrato e segundo qualificações
profissionais verificadas em provas e certificadas por diplomas.
d) apropriação dos poderes de mando inerentes ao cargo (exercício da
autoridade), mas não dos meios materiais de administração, nem do próprio
cargo.
e) nomeação, numa hierarquia rigorosa dos cargos, sendo remunerados
com salários fixos em dinheiro.
O tipo mais puro de dominação legal é aquele que se exerce por meio de um
quadro administrativo burocrático. Somente o dirigente da associação possui
sua posição de senhor, em virtude ou de apropriação ou de eleição ou de
designação da sucessão. Mas suas competências senhoriais são também
competências legais. O conjunto do quadro administrativo se compõe, no
tipo mais puro, de funcionários individuais (monocracia, em oposição à
“colegialidade”), os quais:

1. são pessoalmente livres; obedecem somente às obrigações objetivas de


seu cargo;

2. são nomeados (e não eleitos) numa hierarquia rigorosa dos cargos;

3. têm competências funcionais fixas;

4. em virtude de um contrato, portanto, (em princípio) sobre a base de livre


seleção segundo

5. a qualificação profissional – no caso mais racional: qualificação verificada


mediante prova e certificada por diploma;

6. são remunerados com salários fixos em dinheiro, na maioria dos casos


com direito a aposentadoria; em certas circunstâncias (especialmente em
empresas privadas), podem ser demitidos pelo patrão, porém sempre
podem demitir-se por sua vez; seu salário está escalonado, em primeiro
lugar, segundo a posição na hierarquia e, além disso, segundo a
responsabilidade do cargo e o princípio da correspondência à posição
social;

7. exercem seu cargo como profissão única ou principal;

8. têm a perspectiva de uma carreira: “progressão” por tempo de serviço ou


eficiência, ou ambas as coisas, dependendo dos critérios dos superiores;

9. trabalham em separação absoluta dos meios administrativos e sem


apropriação do cargo;

10. estão submetidos a um sistema rigoroso e homogêneo de disciplina


e controle do serviço.

A letra “A” é correta, pois traz as características 1 e 10. A letra “B” é correta,
pois traz a característica 7. A letra “C” é correta, pois traz as características 3, 4
e 5. A letra “D” é incorreta, já que contraria a característica 9. A letra “E” é
correta, traz as características 2 e 6. A resposta da questão é a letra “D”.

Gabarito: D.

14. (ESAF/EPPGG-MPOG/2005) O uso do termo “Consenso” em relação a uma


determinada sociedade significa afirmar que existe um acordo mínimo entre
seus membros quanto a princípios, a valores, a normas, a objetivos comuns e aos meios
O Consenso favorece a cooperação e contribui para que a comunidade supere situações
O Consenso torna dispensável o uso legítimo da violência pelo Estado em situações cont
A existência de grupos étnicos, lingüísticos ou religiosos, portadores de cultura própria d
Transformações sócio-econômicas estruturais e inovações tecnológicas, que criam neces
Nos regimes autoritários, as divergências são mantidas na clandestinidade, levando o ob

Segundo Bobbio:
Uma outra função do consenso é a de conter ou reduzir o uso da violência
como meio de solução das controvérsias. Finalmente, o consenso pode ser
considerado como fator de cooperação e como elemento fortalecedor do
sistema político; ajudará uma sociedade a superar momentos de dificuldade
como, por exemplo, casos de guerra ou de crise econômica.

Podemos ver que a letra “A” está correta. A “B” é errada porque o consenso
reduz
o uso da violência, mas não a dispensa.

Para Bobbio, o grau de consenso varia de uma sociedade para outra e de época
para época, e um dos quesitos mais importantes refere-se aos fatores que
provavelmente nele influem.
O primeiro elemento de realce é o grau de homogeneidade da sociedade sob
o aspecto sociocultural. Nesse sentido, a presença de grupos étnicos,
lingüísticos e religiosos escassamente integrados no sistema nacional,
possuidores de uma cultura política própria e mantendo uma adesão
essencialmente formal aos princípios e normas do regime, constitui um claro
fator de oposição à formação de um amplo consenso.

Podemos ver que a letra “C” é correta. Ainda segundo Bobbio:


As mudanças econômico-sociais de relevo, as transformações estruturais em
larga escala e as inovações tecnológicas não são certamente de transcurar;
elas criam condições novas, submetem amplos estratos da população a
experiências novas, criam novas necessidades e acentuam os limites das
instituições e usos em vigor.

Podemos ver que a letra “D” é correta. Por fim, para o autor:
Nesses regimes [autoritários], seja porque é vedada a expressão de opiniões
contrárias aos princípios fundamentais do regime, seja porque é negada a
legitimidade às forças da oposição que estimulam e solidificam posições
discordantes, seja, enfim, porque os diversos sub-sistemas possuem escassa
autonomia e o regime invade, por assim dizer, toda a sociedade, as
divergências de opinião sobrevivem apenas clandestinamente, aparecem
pouco externamente, levando o observador a superestimar o êxito do
sistema em conseguir a adesão de amplos estratos sociais.

A letra “E” é correta.

Gabarito: B.

15. qua
“Sine (ESAF/EPPGG-MPOG/2005)
non” significa “sem o qual Comnãobase no ser”,
pode pensamento
ou seja,de Max Weber,
trata-se de uma
julgue indispensável
condição as sentençase essencial.
sobre a Segundo
burocracia atribuindo
Weber, (V) para ada
o desenvolvimento
economia monetária é um dos pressupostos da forma modernaaodefinal
afirmativa verdadeira e (F) para a afirmativa falsa, assinalando a
cargo,
opção correta.
exercido com profissionalismo e que tem direito a uma remuneração, mas
Weber afirma que: prévia de uma economia monetária é condição sine qua
( ) A constituição
non para o surgimento da organização burocrática.
Esta é de grande importância para os hábitos gerais da burocracia, mas de
( ) O Estado
modo moderno
algum é depende
o único completamente da organização
fator decisivo para burocrática
sua existência. Os exemplos
para continuar a existir.
históricos quantitativamente mais importantes de um burocratismo
claramente
( ) A burocracia desenvolvido
é elemento até certo
exclusivo do grau sãomoderno
Estado os seguintes: o Egitonão
capitalista, da época
do Novo Império, porém com tendências
sendo verificável em outros momentos da história. fortemente patrimoniais, o
principado romano tardio, a Igreja Católica Romana, a China, desde os
( ) O modelo burocrático é a única forma de organização apta a
tempos de Shi Hoang Ti até o presente, o Estado europeu moderno, a grande
desempenhar
empresa ascapitalista
tarefas necessárias
moderna. para o bom funcionamento do
capitalismo.
a) V, F, F, V
b) V, V, F, F
c) F, F, V, V
d) F, V, F, V
Portanto, a economia monetária não é indispensável para o aparecimento das
organizações burocráticas, ou seja, a primeira afirmação é falsa. Contudo,
apesar de ser dispensável, Weber afirma que certo grau de desenvolvimento de
uma economia monetária é o pressuposto normal, senão para sua criação, pelo
menos para a subsistência inalterada das administrações puramente
burocráticas, pois sem ela dificilmente pode ser evitado que a estrutura
burocrática mude fortemente em sua natureza interna ou até seja substituída
por outra.

Por esta citação, já podemos ver que a terceira afirmação também é falsa, já
que em épocas anteriores ao Estado moderno capitalista existiram organizações
burocráticas.

Weber afirma que:


É óbvio que o Estado Moderno depende tecnicamente, com o decorrer do
tempo, cada vez mais, de uma base burocrática, e isto tanto mais quanto
maior é sua extensão, particularmente quando é uma grande potência ou
está a caminho de sê-lo.

A ESAF vai um pouco além, dizendo que depende completamente, mas ainda
assim a segunda afirmação é verdadeira. O Estado moderno, devido a sua
complexidade, precisa da racionalidade e da impessoalidade. Na visão de
Weber, não há como o Estado crescer sem manter uma base burocrática, isso
por que o modelo burocrático é a única forma de organização apta a
desempenhar as tarefas necessárias para o bom funcionamento do capitalismo.
Por isso a segunda e a quarta afirmações são corretas.

Gabarito: D.

16. (ESAF/APO-MPOG/2003) Examine os conceitos que se seguem e


identifique a seqüência correta em que estão apresentados:
- Forma de interação dos indivíduos, grupos, organizações, coletividades ou
Estados, caracterizados pela disputa aberta, potencialmente violenta, pelo
acesso e distribuição de recursos ou bens escassos.
- Acordo entre indivíduos, grupos, organizações ou Estados quanto a
objetos diversos, quais sejam, princípios ou valores supremos; meios,
procedimentos ou regras do jogo; finalidades, objetivos ou políticas.
- Procedimentos formais e informais que expressam relações de poder e se
destinam à resolução pacífica de conflitos quanto a bens públicos.
- Poder estável e persistente, ao qual os subordinados obedecem por
acreditarem na sua legitimidade.
- Relação social que se caracteriza pela capacidade de uma das partes de
obter obediência ainda que haja resistência da(s) outra(s) parte(s).
a) poder, consenso, cooperação, política, autoridade.
b) conflito, cooperação, política, autoridade, poder.
c) competição, consenso, cooperação, poder, autoridade.
d) competição, consenso, autoridade, poder, política.
e) conflito, consenso, política, autoridade, poder.

Vimos na aula a seguinte definição de Bobbio para conflito:

Existe um acordo sobre o fato de o conflito ser uma forma de interação entre
indivíduos, grupos, organizações e coletividades que implica choques para o
acesso e a distribuição de recursos escassos.

Em relação ao consenso o autor afirma que:

O termo consenso denota a existência de um acordo entre os membros de


uma determinada unidade social em relação a princípios, valores, normas,
bem como quanto aos objetivos almejados pela comunidade e aos meios
para os alcançar.

Vimos o conceito de Maria das Graças Rua para política:

O conjunto de procedimentos formais e informais que expressam relações de


poder e que se destinam à resolução pacífica dos conflitos, quanto a bens
públicos.

Vimos que autoridade é a soma do poder com a legitimidade. Por fim, a última
afirmação se aproxima bastante da definição de Weber de poder:

Poder significa toda probabilidade de impor a própria vontade numa relação


social, mesmo contra resistências, seja qual for o fundamento desta
probabilidade.

Gabarito: E.

17. (ESAF/EPPGG-MPOG/2003) Entre as assertivas abaixo, sobre o fenômeno da dominaç


Dominação é o poder autoritário de comando do(s) governante(s), que se exerce como se
Nas sociedades modernas, onde a base da legitimidade é a lei, a administração dispensa
A dominação tradicional refere-se ao comando exercido por senhores que gozam de autor
A dominação carismática ocorre quando o poder de comando é proveniente da crença dos
um chefe ou líder, sendo as ordens deste estritamente fundadas na sua capacidade espe
e) A dominação legal ocorre quando os governados obedecem às normas legais e não às

Vimos que Weber conceitua dominação da seguinte forma:


Dominação é a probabilidade de encontrar obediência a uma ordem de
determinado conteúdo, entre determinadas pessoas indicáveis.

A primeira alternativa fala em “poder autoritário”. Ela foi tirada do seguinte texto
de Weber:
“Obediência” significa, para nós, que a ação de quem obedece ocorre
substancialmente como se este tivesse feito do conteúdo da ordem e em
nome dela a máxima de sua conduta, e isso unicamente em virtude da
relação formal de obediência, sem tomar em consideração a opinião própria
sobre o valor ou desvalor da ordem como tal.

Vimos que o conceito de dominação está bastante relacionado ao de autoridade.


Quando a ESAF fala em “poder autoritário”, um dos possíveis usos do termo
“autoritário” é que se refere à autoridade. Contudo ele também pode se referir
à imposição, o que estaria errado ao associar com dominação, já que a
imposição da vontade está no conceito de poder. Segundo o Dicionário Houaiss,
autoritário significa:
1 relativo a autoridade

2 que se firma numa autoridade forte, ditatorial

3 revestido de autoritarismo; dominador, impositivo

4 que infunde respeito, obediência

5 a favor do princípio de submissão cega à autoridade

A ESAF foi infeliz no uso da expressão. Só que tenham muito cuidado porque
isto acontece regularmente. Veremos neste curso outras palavras que possuem
duplo sentido e que, quando a banca a usa na questão, pode levar à dupla
interpretação. A letra “A” foi dada como correta.

A segunda alternativa fala que, atualmente, a dominação não é necessária


porque a base da legitimação é a lei. Isto não é verdade, já que o Estado
sempre vai depender da obediência e, mesmo o critério sendo a lei, ainda assim
vai ser necessária a dominação. A letra “B” é incorreta.

A letra “C” primeiro fala que a dominação tradicional refere-se ao comando


exercido por senhores que gozam de autoridade pessoal em virtude do status
herdado. Isso é correto, já que a autoridade é decorrente da tradição. Fala
também que as ordens são legítimas tanto por se conformarem aos costumes
como por expressarem a arbitrariedade pessoal. Isso também está certo, pois,
na dominação tradicional, as ordens são legítimas de dois modos:

1 em parte em virtude da tradição que determina inequivocamente o


conteúdo das ordens, e da crença no sentido e alcance destas, cujo
abalo por transgressão dos limites tradicionais poderia pôr em perigo a
posição tradicional do próprio senhor.

2 em parte em virtude do arbítrio do senhor, ao qual a tradição deixa


espaço correspondente.
A letra “C” é correta.

Na dominação carismática não há regulamento, nem normas jurídicas


abstratas. A letra “D” é correta porque as ordens são sim baseadas na
capacidade de julgamento do líder.

A dominação legal é marcada pela impessoalidade, por isso que os governados


obedecem às normas legais e não às pessoas que as formulam ou as
implementam. Já a segunda parte da letra “E” se refere ao princípio do
“universalismo de procedimentos”, que defende o tratamento igualitário perante
a lei. A administração pública não deve fazer discriminações positivas ou
negativas no atendimento aos administrados. É preciso que a administração
siga critérios legais, racionais, e não pessoais. A letra “E” é correta.

Gabarito: B.

As18. (ESAF/EPPGG-MPOG/2002)
letras Segundo
“A” e “B” são erradas porque Weber,
inverteram há três da
os conceitos formas de
dominação
burocrática
dominação/e dalegitimidade
tradicional. do poder. Assinale a resposta que identifica
corretamente uma dessas formas.
a) A dominação burocrática baseia-se no poder que emana do patriarca,
do direito natural e das relações pessoais entre senhor e subordinado.
b) A dominação tradicional baseia-se no poder que emana do estatuto
estabelecido, regulando os atos de quem ordena e de quem obedece às
ordens.
c) A dominação carismática baseia-se no poder que emana do indivíduo
seja pelo seu conhecimento ou feitos heroicos.
d) A dominação carismática baseia-se no poder que emana das
normas estabelecidas, podendo ser alteradas por uma nova
regulamentação.
e) A dominação tradicional baseia-se no poder que emana do conhecimento
A letra “C” é correta, pois na dominação carismática a legitimidade reside na
pessoa, que possui uma qualidade extraordinária. É a resposta da questão.

As letras “D” e “E” são erradas, o correto seria dominação racional-legal e


carismática, respectivamente.

Gabarito: C.

A 19. (ESAF/TCU/2000)
primeira Observe os
afirmação se aproxima conceitos
bastante do que se seguem:
conceito de poder de Weber:
– “Capacidade de imposição da própria vontade, a despeito da resistência
Poder significa toda probabilidade de impor a própria vontade numa relação
de outro, visando
social, mesmoa contra
consecução de umseja
resistências, determinado
qual for o objetivo
fundamentoou fim
desta
estipulado que um
probabilidade.sujeito impõe”.
– “Poder legítimo, revestido de consentimento, que se faz
A terceira afirmação
obedecerse refere ao funcionário burocrático. Segundo Weber:
voluntariamente”.
O ingresso num cargo, inclusive na economia privada, é considerado como
– “Dever legal e funcional,
aceitação uma obrigação
de uma obrigação específica
específica de administração
de administração fiel de
fiel, em troca
em trocauma existência
de uma segura,
existência sendo que a lealdade moderna é dedicada a
segura”.
finalidades impessoais e funcionais.
– “Detém o monopólio legítimo do uso da força em um dado território”.
Marque
Vimos quea seqüência
a autoridadeque expressa
significa corretamente
o poder maisa ordem de apresentação
a legitimidade, ou seja, o
consentimento. O monopólio legítimo no uso da força é uma característica do
dos conceitos acima.
Estado.
a) Poder, Autoridade, Burocracia e Estado
b) Estado,
Gabarito: A.Autoridade, Administração Pública e Governo
c) Autoridade, Estado, Administração Pública e Governo
d) Poder, Autoridade, Administração Pública e Estado
20. (IBADE/RIOBRANCO/2016) O fenômeno o qual Max Weber descreve
sumariamente como “possibilidade de impor ao comportamento de terceiros
a vontade própria”
(WEBER, Max (2004)Economia e Sociedade. São Paulo, Martins Fontes.p.
188), é o (a):
a) carisma.
b) dominação.
c) racionalidade.
d) protestantismo.
e) positivismo.

Essa definição é de poder, mas ele não consta nas alternativas. O conceito mais
próximo de poder é o de dominação, com a diferença que é necessária a
obediência, a legitimidade.

Gabarito: B.

21. definição
Essa (IBADE/RIOBRANCO/2016)
é de poder, mas ele Onãofenômeno o alternativas.
consta nas qual Max Weber descreve
O conceito mais
sumariamente como “possibilidade de impor ao comportamento
próximo de poder é o de dominação, com a diferença que é necessária ade terceiros
a vontade aprópria”
obediência, legitimidade.
(WEBER, Max (2004)Economia e Sociedade. São Paulo, Martins Fontes.p.
Gabarito:
188), é oB.(a):
a) carisma.
b) dominação.
22. racionalidade.
c) (IF-RS/IF-RS/2015) Para Max Weber, em sua perspectiva de construção
de tipos ideais, o estudo das relações de poder implica na compreensão das
d) protestantismo.
formas de legitimação da dominação. Sobre a teoria da dominação do
e) positivismo.
sociólogo alemão, assinale a alternativa INCORRETA:
a) A Dominação Tradicional é aquela sustentada pelos valores das
instituições que perduram no tempo em uma dada sociedade.
b) A Dominação Legal-Racional é aquela que tem sua legitimidade fundada
em um estatuto, ou um corpo de regras em um determinado sistema.
c) O conceito de Legitimidade permite dar conta dos fundamentos do poder
em uma sociedade, como valor que leva as pessoas a aceitarem uma forma
de dominação.
d) A Dominação Carismática é aquela fundamentada no apreço ou afeto
para com um Líder.
e) A Dominação Estatal é aquela própria de um Estado Moderno, em que a
legalidade da burocracia acaba por minimizar os outros tipos de dominação.

A letra “A” é certa. A dominação tradicional baseia-se naquilo que vem de longa
data, na tradição.

A letra “B” é certa. A dominação racional-legal baseia-se em leis racionalmente


criadas.

A letra “C” é certa. A dominação é o poder com legitimidade.

A letra “D” é certa. A dominação carismática baseia-se no carisma, nas


qualidades extraordinárias do líder.

A letra “E” é errada. O Estado Moderno caracteriza-se pela dominação racional-


legal, não existe dominação estatal.

Gabarito: E.

A 23.
questão é certa. Segundo Bobbio:
(CESPE/CAMARA/2014) Segundo Bobbio, o termo ideologia tomado em
concepção genérica,
Giovanni opõe-se
Sartori a pragmatismo.
elaborou expressamente uma contraposição entre Ideologia
e pragmatismo, fundada sobre uma dupla dimensão dos sistemas de crenças
políticas: a dimensão cognitiva e a dimensão emotiva. Os sistemas
ideológicos de crenças são caracterizados, a nível cognitivo, por uma
mentalidade dogmática (rígida, impermeável, tanto aos argumentos quanto
aos fatos) e doutrinária (que faz apelo aos princípios e à argumentação
dedutiva) e, a nível emotivo, por um forte componente passional, que lhes
confere um alto potencial ativista, enquanto os sistemas pragmáticos de
crenças são caracterizados por qualidades opostas. Segundo Sartori, este
conceito de Ideologia serve para explicar os conflitos políticos. A
contraposição de dois sistemas ideológicos de crenças tende a vitalizar
conflitos mais ou menos radicais, desde o momento em que aqueles
sistemas de crenças estão associados a uma mentalidade fechada e de forte
carga emocional ou passional. A contraposição de dois sistemas pragmáticos
de crenças tende a vitalizar o consenso e os compromissos e as transações
pragmáticas, desde o
momento em que esses sistemas de crenças estão associados a uma
mentalidade aberta e a uma carga passional mais ou menos baixa. Além
disso, a Ideologia, assim analisada, pela sua pronunciada heterogeneidade
de composição, é o instrumento fundamental que as elites políticas têm à
disposição para conseguir a mobilização política das massas e para levar, a
um grau máximo, a sua manipulação.

Gabarito: C.

A 24.
questão é certa, traz a definição
(CESPE/MCT/2012) No âmbitodedo
Weber de poder.
domínio de um indivíduo sobre outro,
conceitua-se
Gabarito: C. poder como a relação entre dois sujeitos, dos quais um impõe
ao outro a própria vontade e lhe determina seu comportamento.

Os25.
três(FGV/CAERN/2010)
tipos de dominaçãoUm são dos principaisa conceitos
a tradicional, carismáticaelaborados por Max
e a racional-legal.
Weber para analisar as relações de mando e obediência na sociedade é o de
Gabarito: B.
"dominação". Quais os três tipos de dominação de uma ordem legítima
definidos pelo autor?
a) Moderna, patrimonialista e demagoga.
b)
26.Racional legal, tradicional
(FCC/DPE-SP/2010) No e carismática.
ensaio "A Política como vocação", Max Weber
c) Capitalista,
realiza socialista científica
uma caracterização de trêsetipos
socialista utópica. legítima, a saber:
de dominação
d)
- AModerna,
dominação tradicional e demagoga.
que repousa sobre a "autoridade do 'passado eterno', isto é,
dosBurocrática,
e) costumes santificados pelae gerencial.
patrimonialista validez imemorial e pelo hábito, enraizado
nos homens, de respeitá-los".
- A dominação que se funda em "dons pessoais e extraordinários de um
indivíduo", na "devoção e confiança estritamente pessoais depositadas em
alguém que se singulariza por qualidades prodigiosas, por heroísmo ou por
outras qualidades exemplares que dele fazem o chefe".
- A dominação que se impõe "em razão da crença na validez de um estatuto
legal e de uma 'competência' positiva, fundada em regras racionalmente
estabelecidas".
Estes modos de dominação correspondem, respectivamente, ao que Weber
entende por dominação
a) carismática, tradicional e legal.
b) tradicional, carismática e legal.
c) carismática, legal e tradicional.
d) tradicional, legal e carismática.
e) legal, tradicional e carismática.

Passado eterno é tradição, dons pessoais extraordinários são carisma e regras


racionalmente criadas é racional-legal.
Gabarito: B.

A 27.
questão é certa. Normalmente
(CESPE/ME/2008) o líder carismático
O líder carismático é revolucionário.
busca legitimar-se opondo-se Ele
consegue apresentar-se
à tradição como aalternativa
ou, pelos menos, à tradição e traz consigo uma série de
certa tradição.
seguidores leais. Vejam o exemplo do Kadafi, acima. Fidel Castro é outro
exemplo. Ele foi um líder revolucionário, que com o carisma conseguiu uma
série de seguidores na busca pela tomada do poder. Porém, pela sua longa
permanência do poder, teve sua dominação carismática transformada em
tradicional.

Gabarito: C.

Vimos
28. que, no marxismo, a ideologia
(CESPE/SEPLAG/2008) é o conjunto
Ideologia são de ideias
ideias ou presentes
convicçõesnos
âmbitos teórico, cultural
compartilhadas e institucional
que servem das interesses
para justificar sociedades,deque se caracteriza
grupos dominantes. por
ignorar a sua origem
Esse conceito está materialista
intimamentenas necessidades
ligado e interesses
ao de poder, uma vezinerentes
que osàs
relações econômicas de produção, e, portanto, termina por beneficiar
sistemas ideológicos servem para legitimar o poder diferencial exercido as classes
sociais dominantes.

Gabarito: C.
29. (CESPE/SEPLAG/2008) O conceito de poder para Weber é, do ponto de
vista sociológico, um conceito amorfo pois, significa a probabilidade de
impor a própria vontade dentro de uma relação social, mesmo contra toda
resistência e qualquer que seja o fundamento dessa probabilidade.

Questão certa, copiada da definição do autor:


Poder significa toda probabilidade de impor a própria vontade numa relação
social, mesmo contra resistências, seja qual for o fundamento desta
probabilidade.

Gabarito: C.

==0==

30. (CESPE/MPE-TO/2006) Quanto a liderança, assinale a opção incorreta.


a) Segundo Max Weber, existem três tipos de liderança ou de dominação:
a patrimonial, a carismática e a racional-legal.
b) A liderança tradicional, que está alicerçada no poder do patrimônio do
líder, permitiu a estruturação dos Estados patrimoniais da antiguidade.
c) A liderança carismática funda-se no carisma, característica que é
herdada ou aprendida pelo líder.
d) A liderança racional-legal calca-se na impessoalidade das normas
racionais e escritas.
e) A liderança carismática, quando se rotiniza, pode transformar-se em
tradicional ou em racional-legal.

A letra “A” foi dada como certa, mas é claramente errada. As bancas de
concursos cometem muito esses tipos de absurdos. O patrimonialismo é uma
forma de dominação, mas não pode ser colocada como uma das três principais,
é uma espécie de dominação tradicional. Na realidade, é mais específico ainda,
é uma forma de dominação patriarcal, que é uma forma de dominação
tradicional.

Na dominação patriarcal, todo um grupo de pessoas está sujeito às ordens do


senhor, dentro de uma autoridade doméstica. Não se incluem aqui apenas os
filhos de sangue do senhor, mas toda a comunidade, que de alguma forma vive
a seu redor e depende dele. No momento em que há uma evolução dessas
comunidades, aumentando a complexidade das tarefas que são
desempenhadas, e tem início a descentralização do poder patriarcal, em que
alguns grupos passam a ter maior responsabilidade e liberdade, surge a
dominação patrimonial. Para Weber:
A este caso especial da estrutura de dominação patriarcal: o poder
doméstico descentralizado mediante a cessão de terras e eventualmente de
utensílios a filhos ou outros dependentes da comunidade doméstica,
queremos chamar de dominação patrimonial.
A letra “B” é certa, a dominação tradicional é a base do patrimonialismo.

A letra “C” é errada. Weber define carisma como:


Uma qualidade pessoal considerada extracotidiana e em virtude da qual se
atribuem a uma pessoa poderes ou qualidades sobrenaturais, sobre-
humanos ou, pelo menos, extracotidianos específicos ou então se a toma
como enviada por Deus, como exemplar e, portanto, como líder.

O carisma é uma qualidade pessoal, por isso ele só pode ser “despertado” e
“provado”, e não “aprendido” ou “transferido” de uma pessoa para outra. A
pessoa tem carisma com algum ato extraordinário, quando demonstra aos
demais possuir qualidades superiores. E isso não é passado para outros.

A letra “D” é certa, a dominação racional-legal tem sua legitimidade na lei e na


razão.

A letra “E” é certa. Uma palavra importante na definição de carisma de Weber é


“extracotidiano”. O carisma é algo que não existe no dia-a-dia, na rotina, ele
surge com uma situação extraordinária. A dominação carismática é um poder
sem base racional. É instável, arbitrário e facilmente adquire características
revolucionárias. Sua instabilidade deriva da fluidez de suas bases.

O líder carismático mantém seu poder enquanto seus seguidores reconhecem


nele forças extraordinárias e, naturalmente, este reconhecimento pode
desaparecer a qualquer momento. Assim, com o passar do tempo, essa
dominação perde sua característica efêmera, assumindo o caráter de uma
relação permanente. A dominação carismática não sobrevive na rotina, por isso
ela tem de modificar substancialmente, se transformando numa dominação
tradicional ou racional.

Gabarito: C.

Gramsci vai além da teoria marxista,


31. (CESPE/SETEPS/2004) analisando
A elaboração a hegemonia
por Gramsci como uma
do conceito de
dominação consentida, que a classe dominante não consegue exercer o
hegemonia representou um desenvolvimento na teoria marxista da reflexão poder
sem ter acerta
sobre aceitação das outras classes.
ideologia.
Gabarito: C.

32. (CESPE/HEMOPA/2004) Na sociologia compreensiva de Weber, poder e


dominação são conceitos sinônimos, um substituindo plenamente o outro.
A questão é errada já que poder e dominação não são a mesma coisa na ótica de
Weber.

Gabarito: E.

33. (FCC/TRF-4/2004)
Muitos marcam como respostaO termoaburocracia,
letra “A”, que tem sido utilizado
o formalismo para
da burocracia se
designar uma administração eficiente, pode também ser entendido
expressa por meio de ordens, documentos e hierarquia. Ela não está errada, como:
mas
(A)não
um éconjunto
a resposta da questão.
de ordens, Isso porque
documentos as bancas copiam as questões de
e hierarquia.
determinados autores
(B) poder, contra e querem
poder que vocês marquem aquilo que eles falaram,
e controle.
mesmo que outras alternativas não estejam erradas. Essa questão foi copiada
(C) divisão de saberes e práticas e organização documental.
de Fernando Prestes de Motta, do livro “o que é burocracia”. Segundo o autor:
(D) alienação, luta e organização racional.
Qualcontrole
(E) poder, o verdadeiro significado da palavra burocracia? A quem ela serve? O
e alienação.
termo burocracia tem sido usado em vários sentidos: para designar uma
administração racional e eficiente, para designar o seu contrário, para
designar o governo de altos funcionários ou ainda para designar organização.
Neste livro, as várias facetas da burocracia: poder, controle e alienação.

A resposta correta é a letra “E”.

Segundo o Autor, burocracia é poder na medida em que transfere, ainda que de


maneira impessoal e racional, a autoridade concedida pela sociedade ao Estado
para que este gerencie e detenha o poder de dirimir conflitos. No caso de uma
organização privada, transfere a autoridade para exarar decisões a uma
estrutura de normas e regulamentos e burocratas.

A burocracia é controle, é dominação. É a técnica organizacional que visa à


dominação. Burocracia pode ser entendida como a arte de dominar indivíduos
de maneira impessoal e igualitária, retirando a autoridade de um único
indivíduo e dotando autoridade à estrutura, a um sistema normativo.

Burocracia é alienação, numa interpretação marxista focada no engessamento


de ideias e estruturas, pois que o sistema burocrático administrativo ou social
impede o desenvolvimento criativo e inovador de uma sociedade.

Gabarito: E.
Lista das Questões
1. (IBFC/SEPLAG-MG/2014) Sobre o conceito de “hegemonia” no pensamento
gramsciano, a maior contribuição de Antonio Gramsci ao marxismo é que ele
sistematizou, a partir do que está implícito em Marx, uma ciência marxista da
ação política. Ele assumiu todos os pressupostos a respeito das origens
materiais de classe e do papel da luta e da consciência de classe na
transformação social. Adotou a noção sobre a “hegemonia” burguesa na
sociedade civil, o que significou o predomínio ideológico dos valores e normas
burguesas sobre as classes subalternas. Assinale a alternativa INCORRETA
acerca do pensamento de Gramsci.
a) A originalidade de Gramsci, como marxista, fundamenta-se em parte no seu
conceito da natureza do domínio burguês; em seu argumento de que a força
verdadeira do sistema não reside na violência da classe dominante ou no poder
coercitivo do seu aparelho de Estado, mas na aceitação por parte dos
dominados de uma concepção de mundo que pertence aos seus dominadores.
b) O conceito de “hegemonia” tem dois significados principais: é um processo
na sociedade civil pelo qual a classe dominante exerce o total controle, por
meio da liderança moral e intelectual sobre outras frações aliadas da classe
dominante; é a relação entre as classes dominantes e as dominadas. A
hegemonia compreende as tentativas bem-sucedidas da classe dominada em
usar sua liderança para impor sua visão de mundo como inteiramente
abrangente e universal, e para moldar os interesses e as necessidades dos
grupos dominantes.
c) A argumentação desenvolvida por Gramsci é compreender como a classe
dominante procurou conquistar o consentimento das classes subalternas desse
modo; e assim entender como as últimas procederam para derrubar a ordem
antiga e produzir uma nova ordem de liberdade universal.
d) Para Gramsci, a explicação para o consentimento das classes subalternas
reside no poder da consciência e da ideologia. Mas, concomitantemente, nessa
própria consciência de que pode consentir nas relações da sociedade capitalista
repousam os fundamentos de uma estratégia para obter o consentimento ativo
das massas, por meio de sua auto-organização, começando pela sociedade civil
e em todos os aparelhos hegemônicos.

2. (IBFC/SEPLAG-MG/2014) O termo “ideologia” aparece pela primeira vez em


1801 no Livro de Destutt de Tracy, “Eléments Idéologie”. O autor pretendia
elaborar uma ciência da gênese das ideias, tratando-as como fenômenos
naturais que exprimem a relação do corpo humano com o meio ambiente.
Caminhando na história, o termo ressurge na obra de Augusto Comte, agora
com dois significados: formação das ideias a partir da observação do corpo
humano, do meio ambiente e do outro; e ideologia como um conjunto de ideias
de uma época.
Sobre o tema, assinale a alternativa que retrata o pensamento produzido pelos
autores que constituem as linhas clássicas do pensamento sociológico.
a) Durkheim tem a intenção de criar a sociologia como ciência, como
conhecimento racional, objetivo, observacional e necessário da sociedade. Ele
chamará de ideologia todo o conhecimento da sociedade que não respeite tais
critérios. A análise de Marx tem como objeto privilegiado um pensamento
historicamente determinado. Ele não separa a produção das ideias das
condições sociais e históricas nas quais são produzidas.
b) Para Durkheim, a condição para uma sociologia científica é tomar os fatos
sociais como desprovidos de interioridade, isto é, de subjetividade, de modo a
permitir que o sociólogo encare a realidade, da qual participa, como se fizesse
parte dela. Para Marx, a ideologia é uma ilusão, necessária à dominação de
classe. Por ilusão devemos entender a “ficção”, “fantasia”, “invenção gratuita e
arbitrária”, “erro”, “falsidade”.
c) A ideologia é sinônimo de subjetividade, oposta à objetividade, que não é
pré- conceito em pré-noção, mas é um “fato” social justamente porque é
produzida pelas relações sociais, possui razões muito determinadas para surgir
e se conservar, sendo um conjunto de ideias falsas que prejudicam a ciência,
uma maneira da produção das ideias pela sociedade, por formas históricas
determinadas pelas relações sociais.
d) Para Marx, ideologia é um conjunto de ideias acerca das pessoas, na qual um
grupo valora seus comportamentos e interesses, atribuindo-lhes lugares e
ocupações especiais. Durkheim, de forma superior classifica os seres humanos,
gerando um conjunto de classificações, com alto grau de preconceito e falsa
superioridade.

3. (IBFC/SEPLAG-MG/2013) Para Weber, a política é concebida como uma


atividade geral do ser humano que se desenvolve dentro de uma comunidade e
nos limites de determinado território. A noção de território corresponde a um
dos elementos essenciais do Estado que reivindica o monopólio do uso legítimo
da violência física. Em sua obra “Economia e Sociedade”, publicada dois anos
após seu falecimento por sua esposa, Weber classifica a autoridade em três
tipos, dependendo, principalmente, das bases da Sociologia em questão, ou
seja, das bases de sua legitimidade. Em relação aos tipos de dominação,
assinale a alternativa correta.
a) A dominação legal racional é a mais impessoal, pois se baseia na aplicação
de regras gerais aos casos particulares.
b) A dominação carismática tem como base de legitimação, e de escolha de
quem a exercerá, as tradições e costumes de uma dada sociedade,
personificando as instituições enraizadas no seio desta sociedade na figura do
líder.
c) A forma mais típica de dominação tradicional constitui o poder pessoal, ou
seja, obedece-se a pessoa por suas qualidades excepcionais e não por uma
posição ocupada por ela formalmente ou por uma dignidade advinda das
tradições.
d) A dominação carismática constitui um tipo bastante comum de poderio, na
medida em que se baseia na crença em qualidades pessoais corriqueiras.

4. (ESAF/EPPGG/2013) Até o início do século XX, os Estados que atualmente


contam com administração gerencial de um modo geral seguiam um modelo
patrimonial de administração, caracterizado, principalmente, pela inexistência
de separação nítida entre patrimônio público e patrimônio privado. Os seguintes
enunciados foram elaborados tendo por referência o quadro teórico weberiano e
a realidade brasileira.
I. O conceito de “patrimonialismo” foi elaborado por Weber e se refere à forma
de dominação tradicional, baseada nas tradições, tornando-se legítima a partir
dela.
II. Para Weber, toda dominação tradicional tende ao patrimonialismo.
Historicamente, no Brasil inclusive, esse tipo de dominação foi gradualmente
substituído pelo modelo burocrático. No Brasil, isso ocorreu mais claramente a
partir da década de 1930.
III. No que se refere ao exercício do poder e sua legitimidade, sob o modelo
burocrático, a administração pública assume uma forma racional-legal de
dominação, conforme Weber. Nesse contexto, a dominação se legitima por meio
da crença em regras e normas.
Considerando os enunciados acima, assinale a opção correta.
a) todos estão corretos.
b) apenas I está correto.
c) apenas II está correto.
d) apenas III está correto.
e) todos estão incorretos

5. (ESAF/CGU/2012) Como toda ciência, a Ciência Política possui uma


linguagem, o que significa que nela estão presentes certas características
gerais. Os enunciados a seguir se referem a essas características.
I. É uma linguagem consciente e crítica porque permite refletir sobre sua
instrumentalidade e precisa a linguagem comum;
II. É uma linguagem especializada porque emprega um vocabulário técnico;
III. Como em outras ciências, a Ciência Política utiliza uma linguagem que
permite a cumulatividade e a repetibilidade.
Considerando esses enunciados, é possível afirmar que
a) apenas o I está correto.
b) apenas o II está correto.
c) apenas o III está correto.
d) todos estão corretos.
e) nenhum está correto.

6. (ESAF/APO-MPOG/2010) O século XX assistiu ao crescimento sem


precedente dos aparelhos burocráticos. Assinale a opção que não é correta
acerca da burocracia na perspectiva weberiana.
a) A burocracia é o tipo tecnicamente mais puro de poder legal.
b) O funcionalismo por turnos, por sorte e por escolha, a administração
parlamentar e por comissões e todas as espécies de corpos colegiais de governo
e administração não podem ser considerados um tipo legal, ainda que a sua
competência se baseie em regras estatutárias e o exercício do direito
governativo correspondente.
c) As cúpulas mais altas das associações políticas são ou “monarcas”
(governantes carismáticos por herança) ou “presidentes” eleitos pelo povo
(portanto, senhores carismáticos plebiscitários) ou eleitos por uma corporação
parlamentar, onde, em seguida, os seus membros ou, melhor, os líderes, mais
carismáticos ou mais notáveis dos seus partidos predominantes, são os
senhores efetivos.
d) A história da evolução do Estado moderno se identifica, em especial, com a
história do funcionalismo moderno e da empresa burocrática, tal como toda a
evolução do moderno capitalismo avançado se identifica com a crescente
burocratização da empresa econômica.
e) Na época da emergência do Estado moderno, as corporações colegiais
contribuíram de modo muito essencial para o desenvolvimento da forma legal
de poder, e a elas deve o seu aparecimento, sobretudo o conceito de
“autoridade”.

7. (ESAF/EPPGG-MPOG/2009) Ao identificar três tipos puros de dominação


legítima, Max Weber afirmou que o tipo mais puro de dominação legal é aquele
que se exerce por meio de um quadro administrativo burocrático. A seguir, são
relacionadas algumas características da administração burocrática weberiana.
Identifique a opção falsa.
a) A totalidade dos integrantes do quadro administrativo é composta por
funcionários escolhidos de forma impessoal.
b) Existe uma hierarquia administrativa rigorosa.
c) A remuneração é em dinheiro, com salários fixos e em geral com direito a
pensão.
d) As condições de trabalho são definidas mediante convenção coletiva entre os
funcionários e a administração.
e) Os funcionários estão submetidos a disciplina rigorosa e a vigilância
administrativa.

8. (ESAF/EPPGG-MPOG/2009) O termo Política diz respeito ao funcionamento


do Estado e ao exercício do poder. Quanto à sua origem, está correto afirmar
que:
a) foi criado por Maquiavel.
b) tem sua origem na Revolução Francesa.
c) deriva da palavra grega pólis.
d) surgiu com a formação dos partidos políticos.
e) resultou das disputas dinásticas na antiguidade.

9. (ESAF/CGU/2008) Um dos fenômenos mais difundidos na vida social é o


poder, que permeia desde as relações mais íntimas e privadas até as mais
institucionalizadas. O conceito de poder tem na política o seu papel mais
central, relacionando-se com outros conceitos igualmente relevantes, como
dominação e autoridade. Analise os enunciados abaixo e assinale a opção
incorreta.
a) A coerção consiste em um alto grau de constrangimento ou ameaça de
privações a um ou mais sujeitos por parte de outro ou outros, de modo que a
obediência à vontade de quem a exerce aparenta ser a alternativa menos
penosa.
b) O poder é a capacidade de imposição da vontade de um sujeito a outro ou
outros, a despeito de eventual resistência, portanto, envolve conflituosidade.
c) O poder é um conceito relacional, que deriva não somente da posse ou uso
efetivo de determinados recursos, mas também de imagens, de hábitos e de
expectativas quanto a reações dos atores envolvidos numa relação.
d) O conceito de autoridade está fundamentado na legitimidade, cuja origem
pode ser, ou não, os ordenamentos jurídicos que definem as funções do
detentor do poder.
e) As relações permanentes de mando e obediência política baseiam-se tanto
em fatores materiais como em hábitos e expectativas e ocorrem
especificamente no ambiente do Estado.

10. (ESAF/CGU/2008) Segundo Max Weber, um dos mais importantes


conceitos relacionados ao poder é o de legitimidade, que pode ser de três tipos,
conforme as crenças e atitudes em que se fundamenta. Examine os enunciados
abaixo, sobre o poder carismático, e assinale a opção correta.
1 - O poder carismático está fundado na dedicação pessoal e afetiva ao chefe
carismático.
2 - Quem verdadeiramente exerce o comando é o líder ou chefe carismático,
cujo valor exemplar, força heroica, poder de espírito ou de palavra o distinguem
de modo especial.
3 - O poder carismático requer um corpo administrativo dotado de competência
específica, porém selecionado com base na dedicação pessoal e no carisma.
4 - A fonte do poder carismático se conecta com o que é novo, com o que
nunca existiu, e rejeita a rotina e os vínculos pré-determinados.
a) Todos os enunciados estão corretos.
b) Todos os enunciados estão incorretos.
c) Somente o enunciado de número 3 está incorreto.
d) Somente o enunciado de número 4 está incorreto.
e) Somente os enunciados 3 e 4 estão incorretos.

11. (ESAF/EPPGG-MPOG/2008) Poder e dominação são alguns conceitos


centrais da Ciência Política. Analise os enunciados abaixo sobre tais conceitos e
assinale a resposta correta.
1. Todas as qualidades imagináveis de uma pessoa e todas as espécies de
constelações possíveis podem pôr alguém em condições de impor sua vontade,
em uma dada situação.
2. Dominação é a probabilidade de encontrar obediência a uma ordem de
determinado conteúdo, entre determinadas pessoas indicáveis.
3. A situação de dominação está ligada à presença efetiva de alguém mandando
eficazmente em outros, mas não necessariamente à existência de um quadro
administrativo nem à de uma associação.
4. Uma associação de dominação política ocorre quando a sua subsistência e a
vigência de suas ordens, dentro de determinado território, estão garantidas de
modo contínuo mediante ameaça e aplicação de coação física por parte do seu
quadro administrativo.
a) Todos os enunciados estão corretos.
b) Estão incorretos os enunciados 1 e 3.
c) Estão incorretos os enunciados 1, 3 e 4.
d) Somente o enunciado 1 está incorreto.
e) Todos os enunciados estão incorretos.

12. (ESAF/EPPGG-MPOG/2008) Os tipos primários de dominação tradicional são


os casos em que falta um quadro administrativo pessoal do senhor. Quando
esse quadro administrativo puramente pessoal do senhor surge, a dominação
tradicional tende ao patrimonialismo, a partir de cujas características formulou-
se o modelo de administração patrimonialista. Examine os enunciados a seguir,
sobre tal modelo de administração, e marque a resposta correta.
1. O modelo de administração patrimonialista caracteriza-se pela ausência de
salários ou prebendas, vivendo os “servidores” em camaradagem com o senhor
a partir de meios obtidos de fontes mecânicas.
2. Entre as fontes de sustento dos “servidores” no modelo de administração
patrimonialista incluem-se tanto a apropriação individual privada de bens e
oportunidades quanto a degeneração do direito a taxas não regulamentado.
3. O modelo caracteriza-se pela ausência de uma clara demarcação entre as
esferas pública e privada e entre política e administração; e pelo amplo espaço
à arbitrariedade material e vontade puramente pessoal do senhor.
4. Os “servidores” não possuem formação profissional especializada, mas, por
serem selecionados segundo critérios de dependência doméstica e pessoal,
obedecem a formas específicas de hierarquia patrimonial.
a) Estão corretos os enunciados 2, 3 e 4.
b) Estão corretos os enunciados 1, 2 e 3.
c) Estão corretos somente os enunciados 2 e 3.
d) Estão corretos somente os enunciados 1 e 3.
e) Todos os enunciados estão corretos.

13. (ESAF/APO-MPOG/2008) O modelo de gestão pública burocrático, com


base nos postulados weberianos, é constituído de funcionários individuais, cujas
características não incluem:
a) liberdade pessoal e obediência estrita às obrigações objetivas do seu cargo,
estando submetidos a um sistema homogêneo de disciplina e controle do
serviço.
b) exercício do cargo como profissão única ou principal, com perspectiva de
carreira: progressão por tempo de serviço ou mérito, ou ambas.
c) competências funcionais fixas em contrato e segundo qualificações
profissionais verificadas em provas e certificadas por diplomas.
d) apropriação dos poderes de mando inerentes ao cargo (exercício da
autoridade), mas não dos meios materiais de administração, nem do próprio
cargo.
e) nomeação, numa hierarquia rigorosa dos cargos, sendo remunerados com
salários fixos em dinheiro.

14. (ESAF/EPPGG-MPOG/2005) O uso do termo “Consenso” em relação a uma


determinada sociedade significa afirmar que existe um acordo mínimo entre
seus membros quanto a princípios, a valores, a normas, a objetivos comuns e
aos meios para os atingir. Indique qual das afirmações abaixo está incorreta.
a) O Consenso favorece a cooperação e contribui para que a comunidade
supere situações adversas, tais como catástrofes e guerras.
b) O Consenso torna dispensável o uso legítimo da violência pelo Estado em
situações controversas.
c) A existência de grupos étnicos, lingüísticos ou religiosos, portadores de
cultura própria dificulta mas não impede o estabelecimento de Consenso em
uma comunidade.
d) Transformações sócio-econômicas estruturais e inovações tecnológicas, que
criam necessidades e expectativas para os diversos segmentos sociais,
acentuam os limites das instituições e envolvem a possibilidade de afetar o
Consenso pré- existente.
e) Nos regimes autoritários, as divergências são mantidas na clandestinidade,
levando o observador a superestimar o Consenso em relação a valores e
princípios.

15. (ESAF/EPPGG-MPOG/2005) Com base no pensamento de Max Weber,


julgue as sentenças sobre a burocracia atribuindo (V) para a afirmativa
verdadeira e (F) para a afirmativa falsa, assinalando ao final a opção correta.
( ) A constituição prévia de uma economia monetária é condição sine qua non
para o surgimento da organização burocrática.
( ) O Estado moderno depende completamente da organização burocrática para
continuar a existir.
( ) A burocracia é elemento exclusivo do Estado moderno capitalista, não sendo
verificável em outros momentos da história.
( ) O modelo burocrático é a única forma de organização apta a desempenhar as
tarefas necessárias para o bom funcionamento do capitalismo.
a) V, F, F, V
b) V, V, F, F
c) F, F, V, V
d) F, V, F, V
e) F, F, F, V

16. (ESAF/APO-MPOG/2003) Examine os conceitos que se seguem e identifique


a seqüência correta em que estão apresentados:
- Forma de interação dos indivíduos, grupos, organizações, coletividades ou
Estados, caracterizados pela disputa aberta, potencialmente violenta, pelo
acesso e distribuição de recursos ou bens escassos.
- Acordo entre indivíduos, grupos, organizações ou Estados quanto a objetos
diversos, quais sejam, princípios ou valores supremos; meios, procedimentos
ou regras do jogo; finalidades, objetivos ou políticas.
- Procedimentos formais e informais que expressam relações de poder e se
destinam à resolução pacífica de conflitos quanto a bens públicos.
- Poder estável e persistente, ao qual os subordinados obedecem por
acreditarem na sua legitimidade.
- Relação social que se caracteriza pela capacidade de uma das partes de obter
obediência ainda que haja resistência da(s) outra(s) parte(s).
a) poder, consenso, cooperação, política, autoridade.
b) conflito, cooperação, política, autoridade, poder.
c) competição, consenso, cooperação, poder, autoridade.
d) competição, consenso, autoridade, poder, política.
e) conflito, consenso, política, autoridade, poder.

17. (ESAF/EPPGG-MPOG/2003) Entre as assertivas abaixo, sobre o fenômeno


da dominação, indique a única incorreta.
a) Dominação é o poder autoritário de comando do(s) governante(s), que se
exerce como se o(s) governado(s) tivesse(m) feito do conteúdo da ordem a
máxima da sua conduta por si mesma.
b) Nas sociedades modernas, onde a base da legitimidade é a lei, a
administração dispensa a dominação, no sentido de um poder de comando que
precisa estar nas mãos de um indivíduo ou de um grupo de indivíduos.
c) A dominação tradicional refere-se ao comando exercido por senhores que
gozam de autoridade pessoal em virtude do status herdado, e cujas ordens são
legítimas tanto por se conformarem aos costumes como por expressarem a
arbitrariedade pessoal.
d) A dominação carismática ocorre quando o poder de comando é proveniente
da crença dos seguidores nos poderes extraordinários, mágicos ou heroicos de
um chefe ou líder, sendo as ordens deste estritamente fundadas na sua
capacidade especial de julgamento.
e) A dominação legal ocorre quando os governados obedecem às normas legais
e não às pessoas que as formulam ou as implementam; e estas aplicam-se e
são reconhecidas como universais por todos os membros do grupo associado,
inclusive o(s) governante(s).

18. (ESAF/EPPGG-MPOG/2002) Segundo Weber, há três formas de dominação/


legitimidade do poder. Assinale a resposta que identifica corretamente uma
dessas formas.
a) A dominação burocrática baseia-se no poder que emana do patriarca, do
direito natural e das relações pessoais entre senhor e subordinado.
b) A dominação tradicional baseia-se no poder que emana do estatuto
estabelecido, regulando os atos de quem ordena e de quem obedece às ordens.
c) A dominação carismática baseia-se no poder que emana do indivíduo seja
pelo seu conhecimento ou feitos heroicos.
d) A dominação carismática baseia-se no poder que emana das normas
estabelecidas, podendo ser alteradas por uma nova regulamentação.
e) A dominação tradicional baseia-se no poder que emana do conhecimento e
reconhecimento de atos heroicos, extinguindo-se com o indivíduo.

19. (ESAF/TCU/2000) Observe os conceitos que se seguem:


– “Capacidade de imposição da própria vontade, a despeito da resistência de
outro, visando a consecução de um determinado objetivo ou fim estipulado que
um sujeito impõe”.
– “Poder legítimo, revestido de consentimento, que se faz obedecer
voluntariamente”.
– “Dever legal e funcional, uma obrigação específica de administração fiel em
troca de uma existência segura”.
– “Detém o monopólio legítimo do uso da força em um dado território”.
Marque a seqüência que expressa corretamente a ordem de apresentação dos
conceitos acima.
a) Poder, Autoridade, Burocracia e Estado
b) Estado, Autoridade, Administração Pública e Governo
c) Autoridade, Estado, Administração Pública e Governo
d) Poder, Autoridade, Administração Pública e Estado
e) Poder, Autoridade, Administração Pública e Governo

20. (IBADE/RIOBRANCO/2016) O fenômeno o qual Max Weber descreve


sumariamente como “possibilidade de impor ao comportamento de terceiros a
vontade própria”
(WEBER, Max (2004)Economia e Sociedade. São Paulo, Martins Fontes.p. 188),
é o (a):
a) carisma.
b) dominação.
c) racionalidade.
d) protestantismo.
e) positivismo.

21. (IBADE/RIOBRANCO/2016) O fenômeno o qual Max Weber descreve


sumariamente como “possibilidade de impor ao comportamento de terceiros a
vontade própria”
(WEBER, Max (2004)Economia e Sociedade. São Paulo, Martins Fontes.p. 188),
é o (a):
a) carisma.
b) dominação.
c) racionalidade.
d) protestantismo.
e) positivismo.
22. (IF-RS/IF-RS/2015) Para Max Weber, em sua perspectiva de construção de
tipos ideais, o estudo das relações de poder implica na compreensão das formas
de legitimação da dominação. Sobre a teoria da dominação do sociólogo
alemão, assinale a alternativa INCORRETA:
a) A Dominação Tradicional é aquela sustentada pelos valores das instituições
que perduram no tempo em uma dada sociedade.
b) A Dominação Legal-Racional é aquela que tem sua legitimidade fundada em
um estatuto, ou um corpo de regras em um determinado sistema.
c) O conceito de Legitimidade permite dar conta dos fundamentos do poder em
uma sociedade, como valor que leva as pessoas a aceitarem uma forma de
dominação.
d) A Dominação Carismática é aquela fundamentada no apreço ou afeto para
com um Líder.
e) A Dominação Estatal é aquela própria de um Estado Moderno, em que a
legalidade da burocracia acaba por minimizar os outros tipos de dominação.

23. (CESPE/CAMARA/2014) Segundo Bobbio, o termo ideologia tomado em


concepção genérica, opõe-se a pragmatismo.

24. (CESPE/MCT/2012) No âmbito do domínio de um indivíduo sobre outro,


conceitua-se poder como a relação entre dois sujeitos, dos quais um impõe ao
outro a própria vontade e lhe determina seu comportamento.

25. (FGV/CAERN/2010) Um dos principais conceitos elaborados por Max Weber


para analisar as relações de mando e obediência na sociedade é o de
"dominação". Quais os três tipos de dominação de uma ordem legítima
definidos pelo autor?
a) Moderna, patrimonialista e demagoga.
b) Racional legal, tradicional e carismática.
c) Capitalista, socialista científica e socialista utópica.
d) Moderna, tradicional e demagoga.
e) Burocrática, patrimonialista e gerencial.

26. (FCC/DPE-SP/2010) No ensaio "A Política como vocação", Max Weber


realiza uma caracterização de três tipos de dominação legítima, a saber:
- A dominação que repousa sobre a "autoridade do 'passado eterno', isto é, dos
costumes santificados pela validez imemorial e pelo hábito, enraizado nos
homens, de respeitá-los".
- A dominação que se funda em "dons pessoais e extraordinários de um
indivíduo", na "devoção e confiança estritamente pessoais depositadas em
alguém que se singulariza por qualidades prodigiosas, por heroísmo ou por
outras qualidades exemplares que dele fazem o chefe".
- A dominação que se impõe "em razão da crença na validez de um estatuto
legal e de uma 'competência' positiva, fundada em regras racionalmente
estabelecidas".
Estes modos de dominação correspondem, respectivamente, ao que Weber
entende por dominação
a) carismática, tradicional e legal.
b) tradicional, carismática e legal.
c) carismática, legal e tradicional.
d) tradicional, legal e carismática.
e) legal, tradicional e carismática.

27. (CESPE/ME/2008) O líder carismático busca legitimar-se opondo-se à


tradição ou, pelos menos, a certa tradição.

28. (CESPE/SEPLAG/2008) Ideologia são ideias ou convicções compartilhadas


que servem para justificar interesses de grupos dominantes. Esse conceito está
intimamente ligado ao de poder, uma vez que os sistemas ideológicos servem
para legitimar o poder diferencial exercido pelos grupos.

29. (CESPE/SEPLAG/2008) O conceito de poder para Weber é, do ponto de


vista sociológico, um conceito amorfo pois, significa a probabilidade de impor a
própria vontade dentro de uma relação social, mesmo contra toda resistência e
qualquer que seja o fundamento dessa probabilidade.

30. (CESPE/MPE-TO/2006) Quanto a liderança, assinale a opção incorreta.


a) Segundo Max Weber, existem três tipos de liderança ou de dominação: a
patrimonial, a carismática e a racional-legal.
b) A liderança tradicional, que está alicerçada no poder do patrimônio do líder,
permitiu a estruturação dos Estados patrimoniais da antiguidade.
c) A liderança carismática funda-se no carisma, característica que é herdada ou
aprendida pelo líder.
d) A liderança racional-legal calca-se na impessoalidade das normas racionais e
escritas.
e) A liderança carismática, quando se rotiniza, pode transformar-se em
tradicional ou em racional-legal.

31. (CESPE/SETEPS/2004) A elaboração por Gramsci do conceito de


hegemonia representou um desenvolvimento na teoria marxista da reflexão
sobre a ideologia.

32. (CESPE/HEMOPA/2004) Na sociologia compreensiva de Weber, poder e


dominação são conceitos sinônimos, um substituindo plenamente o outro.

33. (FCC/TRF-4/2004) O termo burocracia, que tem sido utilizado para


designar uma administração eficiente, pode também ser entendido como:
(A) um conjunto de ordens, documentos e hierarquia.
(B) poder, contra poder e controle.
(C) divisão de saberes e práticas e organização documental.
(D) alienação, luta e organização racional.
(E) poder, controle e alienação.
Gabarito
1. B 2. A 3. A 4. A 5. C 6. B

7. D 12. C 17. B 22. E 27. C 32. E

8. C 13. D 18. C 23. C 28. C 33. E

9. E 14. B 19. A 24. C 29. C

10. C 15. D 20. B 25. B 30. C


11. D 16. E 21. B 26. B 31. C

Prof. Rafael Encinas www.estrategiaconcursos.com.br


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