Angelologia Escola Teológica Visão para As Nações
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ANGELOLOGIA
2020
Angelologia - 2
Índice
Índice............................................................................................................................ 2
INTRODUÇÃO........................................................................................................4
COMO ESTE ASSUNTO TEM SIDO TRATADO..........................................................4
OS ANJOS ESTAVAM ESQUECIDOS ?...................................................................5
OS ANJOS ESTÃO VOLTANDO !.............................................................................6
A SOCIEDADE SECULARIZADA EM BUSCA DO SAGRADO................................6
OS ANJOS E OS OVNIS...........................................................................................8
CONCEITOS POPULARES ACERCA DOS ANJOS.................................................8
OS ANJOS ENTRE OS PROTESTANTES BRASILEIROS.......................................8
Capítulo 1.........................................................................................................................9
HISTÓRICO DA ANGELOLOGIA...........................................................................9
LEVANTAMENTO HISTÓRICO DA ANGELOLOGIA PRÉ-CRISTÃ............................9
ANGELOLOGIA MESOPOTÂMICA.........................................................................10
ANGELOLOGIA EGÍPCIA........................................................................................12
ANGELOLOGIA CANANITA....................................................................................14
ANGELOLOGIA BABILÔNICA.................................................................................16
ANGELOLOGIA MEDO-PÉRSA..............................................................................17
ANGELOLOGIA ENTRE OS GREGOS...................................................................19
ANGELOLOGIA NO JUDAÍSMO.............................................................................20
ANGELOLOGIA ENTRE OS ROMANOS................................................................21
Capítulo 2.......................................................................................................................22
OS ANJOS NA HISTÒRIA RELIGIOSA CRISTÃ........................................................22
ANGELOLOGIA NA IGREJA PRIMITIVA................................................................22
GNOSTICISMO........................................................................................................24
DEMIURGO............................................................................................................. 25
ANGELOLOGIA MEDIEVAL....................................................................................25
A ANGELOLOGIA ENTRE OS REFORMADORES.................................................26
A ANGELOLOGIA NA MODERNIDADE..................................................................26
ANGELOLOGIA NA PÓS-MODERNIDADE.............................................................27
Capítulo 3.......................................................................................................................29
O ENSINO BÍBLICO SOBRE OS ANJOS.............................................................29
EXISTÊNCIA DOS ANJOS.........................................................................................30
ANGELOLOGIA VETEROTESTAMENTÁRIA.........................................................30
ANGELOLOGIA NEOTESTAMENTÁRIA................................................................31
DEFINIÇÃO DE ANJO.............................................................................................32
NATUREZA DOS ANJOS...........................................................................................32
A ORIGEM DOS ANJOS......................................................................................... 32
CORPORALIDADE DOS ANJOS............................................................................33
A PERSONALIDADE DOS ANJOS..........................................................................34
A HABITAÇÃO DOS ANJOS...................................................................................35
O PODER DOS ANJOS...........................................................................................36
O NÚMERO DOS ANJOS........................................................................................36
DIVISÃO ENTRE OS ANJOS..................................................................................37
O TEMPO DA REBELIÃO E SEU RESULTADO.....................................................37
ANJOS ELEITOS....................................................................................................38
O MINISTÉRIO DOS ANJOS...................................................................................38
Capitulo 4.......................................................................................................................39
A CLASSIFICAÇÃO DOS ANJOS........................................................................39
O ANJO DO SENHOR................................................................................................39
Angelologia - 3
GOVERNADORES.................................................................................................. 40
ARCANJOS..............................................................................................................41
QUERUBINS, SERAFINS E CRIATURAS VIVENTES............................................41
QUERUBINS............................................................................................................41
SERAFINS............................................................................................................... 42
CRIATURAS VIVENTES..........................................................................................43
ANJOS CAÍDOS...................................................................................................... 43
PERSONALIDADE E DESTINO DOS ANJOS CAÍDOS.........................................43
SATANALOGIA........................................................................................................43
O ESTADO ORIGINAL DE SATANÁS E SUA QUEDA..............................................45
IDENTIDADE DE PERFEIÇÃO (Ez.28.11-12)............................................................46
O JARDIM DE DEUS (Ez.28.13).........................................................................47
O PECADO DE SATANÁS......................................................................................... 49
SATANÁS SEGUNDO O ANTIGO TESTAMENTO................................................52
SATANÁS SEGUNDO NOVO TESTAMENTO........................................................52
SATANÁS JULGADO NA CRUZ............................................................................. 53
A EXECUÇÃO DO JULGAMENTO..........................................................................54
Capítulo 6.......................................................................................................................55
A ANGELOLOGIA E SUA RELEVÂNCIA PARA A IGREJA.................................56
A RELAÇÃO ENTRE DEUS, OS ANJOS E O HOMEM.............................................56
APRENDIZADO PROGRESSIVO DOS ANJOS......................................................59
OS ANJOS SÃO EXEMPLO PARA HUMANIDADE................................................59
OS ANJOS E CRISTO.............................................................................................60
OS ANJOS E A IGREJA..........................................................................................62
CONCLUSÃO....................................................................................................... 63
ATIVIDADE................................................................................................................. 64
BIBLIOGRAFIA........................................................................................................... 65
Angelologia - 4
INTRODUÇÃO
A igreja em geral nem imagina a importância destes seres que são usados por
Deus "para ministrar em favor daqueles que herdaram a vida eterna". A Escritura nos
garante que um dia, será removido de nossos olhos "o véu de separação" entre o
visível e o invisível. Então, a partir daí, poderemos ver e conhecer em toda a plenitude
a atuação que os anjos nos dedicaram (I Cor.13.12).
Este trabalho não tem como objetivo provar a existência dos anjos, pois a
Escritura descreve-os como seres reais, como algo patente e definido, queremos
apresentar o que cremos com base na Bíblia Sagrada acerca desta doutrina
denominada angelologia. Esta existência supracitada como fator real, não é
desconhecida no meio protestante, todos afirmam que ela é indiscutível. Mas a mesma
não sofre um conhecimento que vise abranger a realidade bíblica, em contrapartida os
movimentos esotéricos e a própria sociedade tem produzido uma angelologia estranha
a Escritura. Devido ao não conhecimento desta doutrina, os fiéis sofrem sem qualquer
resistência aos assédios destas idéias lançadas por estes movimentos.
Para a maioria dos cristãos, os anjos não passam de seres misteriosos que
estão bem distantes de nós e alheios ao que ocorre em nossas vidas. Outros, por
ignorância, pensam que o fato de se fazer um ritual de oração irá garantir o auxílio
destes seres. Vale salientar que a falta de informações corretas sobre os anjos deve-se
a má formação cristã de muitos, como também ao desconhecimento da verdadeira
doutrina bíblica acerca dos anjos. Sobre isto Bruce Milne faz o seguinte comentário:
Estes ensinos errôneos herdados dão ao cristão a falsa impressão de que ele já
sabe o bastante sobre os anjos, e assim sendo, anulam o desejo de conhecer o
assunto em sua essência verdadeira. As idéias preestabelecidas pelas tradições
anulam o desejo de adquirir um conhecimento genuíno sobre tal matéria.
Sobre este assunto duas ameaças defrontam a igreja contemporânea. Ela pode
ignorar virtualmente este ensino, como acontece em grande parte dos escritos
teológicos modernos, ou pelo contrário, dar-lhe demasiada ênfase, particularmente em
relação aos agentes demoníacos. Ser um cristão bíblico não significa apenas crer em
tudo que a Bíblia ensina. Precisamos a cada dia buscar dentro da teologia várias
instruções para ter um equilíbrio escritural. Devemos temer buscar interpretar um texto
fora de seu contexto e fugir das demais regras hermenêuticas. Precisamos adotar uma
linha de interpretação.
3
Conheça a Verdade. Estudando as Doutrinas da Bíblia. p. 81
Angelologia - 6
Santo, com os anjos ou sem eles. O cristão que tem as Escrituras Sagradas como única
regra de fé e prática crê na existência dos anjos. Crê também que o propósito do
Criador para estes seres espirituais sempre se cumpriu e se cumprirá. O verdadeiro
cristão nunca vai além da escritura, ele vê com temor e tremor a angelologia de hoje,
cheia dos excessos cometidos dentro e fora das igrejas, pois a recomendação bíblica é
que “ainda que um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho
anunciado, seja anátema” (Gl.1.8).
Esta expressão, “Os Anjos Estão Voltando!” é vista como mais um modismo da
indústria esotérica, que explora a crendice alheia ressuscitando velhas superstições.
Desde os anos sessenta um fenômeno hoje conhecido como “onda mística” vem
crescendo. Primeiro como um movimento de contra-cultura, que contesta os valores
materialistas estabelecidos pelo sistema, e depois como uma busca pelo verdadeiro
significado da existência humana. Influenciado pelas filosofias e religiões orientais este
movimento cresceu e envolveu o mundo.
Nas livrarias e nas bancas de revistas estão à venda mais de sessenta títulos de
livros e publicações sobre os anjos. Só a editora esotérica Pensamento tem doze
títulos nas livrarias. Um de seus títulos é escrito por uma protestante da Igreja
4
NASCIMENTO, Adão C. Anjos Hoje. Ultimato. Maio. 1996. p. 28
Angelologia - 8
Presbiteriana do Canadá, que assim se expressa: "Eu não tinha encontrado respostas
para essas questões nos ensinamentos da escola dominical, nos sermões ou nos
serviços da Igreja Presbiteriana do Canadá". 5 Diante de tanto interesse por anjos, a
Editora Três lançou uma coleção de vinte fascículos semanais com o título: "Anjos,
Tudo o que você queria saber". Foi um sucesso!
OS ANJOS E OS OVNIS
Muito corrente em nossos dias é a conclusão a que muitos chegaram por conta
da pesquisa de ufólogos, os anjos são ovnis. Estas pessoas usam certas passagens
bíblicas dos livros de Isaías, Ezequiel, Zacarias e Apocalipse para estabelecer
paralelos com as supostas aparições de ovnis. Mas qualquer tentativa para relacionar
estas passagens com os ovnis não passa de mera especulação. Todavia, o que é
interessante, é que tais teorias são alvo de atenção séria, e muitos até encaram estes
fenômenos como aparições de anjos caídos. É comum ouvirmos da boca de alguns
cristãos a afirmação de que os alienígenas são os demônios.
O que torna mais lamentável ainda é que este discurso não é apenas proferido
pela massa sem conhecimento teológico mas por líderes eclesiásticos que deveriam
por obrigação ter um mínimo de discernimento.
5
A Comunicação com os Anjos e os Devas. p. 21
Conferir Anexo 1
6
MARTINS, Valter G. Confissão de Fé e Catecismo. p. 175
Angelologia - 9
O exagero tem saltado das páginas dos livros para os templos. Sobre este
assunto a revista “Ultimato” afirma:
Capítulo 1
HISTÓRICO DA ANGELOLOGIA
7
NASCIMENTO, Adão C. Anjos Hoje. Ultimato. Maio. 1996. p. 29
8
CHAFER, Lewis S. Teologia Sistemática. p. 143
Angelologia - 10
Uma tomada panorâmica, ainda que rápida, efetuada ao longo dos séculos e
das mais antigas civilizações, certifica-nos de um fato: por toda parte notam-se
vestígios da crença em seres intermediários entre a(s) divindade(s) e os homens. Os
anjos andam de mãos dadas em todo o curso da história com a raça humana, suas
aparições nos deixaram profundas marcas, a presença destes seres espirituais tem
sido reconhecida em quase todas as religiões. Sobre este assunto o Dr. William Cook
faz o seguinte comentário:
ANGELOLOGIA MESOPOTÂMICA
domínio da “terra entre rios” sumérios, acádios, amorritas, cassítas, assírios, hititas e
caldeus.
Dentre os povos citados, três são de enorme valor, o primeiro deles são os
sumérios, um povo de origem desconhecida, que ocupou o sul do vale no início do
terceiro milênio antes de Cristo. Eram pacíficos, e desempenharam um relevante papel
no desenvolvimento das civilizações mesopotâmicas, possuíam um sistema de escrita
chamado “cuneiforme”, fundaram em suas cidades bibliotecas e escolas. Os sumérios
possuíam três importantes cidades na qual uma delas tem um grande valor para o
desenrolar da história bíblica, são elas: Ur, Uruk e Lagash. A mais importante de todas
foi Ur, cidade que em sua época era um grande centro mercantil, opulenta e orgulhosa,
com seu poderio econômico foi de onde saiu o patriarca dos hebreus Abraão.
O terceiro povo, os hititas, acreditavam que seu deus possuíam dois assistentes,
Sukkallu, seu mensageiro e Guzalû, mensageiro que conduzia o seu trono. Sukkallu é
mencionado como uma espécie de marechal ou policial em um documento
mesopotâmico, e o Guzalû como um oficial da corte em escritos cuneiformes
desenterrados em Chagar Bazar.
Angelologia - 12
O deus hitita Hasmilis com uma nuvem despistou os inimigos, no mar vermelho
um anjo interpôs uma nuvem a fim de esconder os hebreus dos egípcios. O deus
supremo da Mesopotâmia mandava uma guarda de segurança proteger seus devotos,
Jacó possuía um anjo especial que o guardava e o protegia.10
ANGELOLOGIA EGÍPCIA
O Egito é uma estreita faixa de terra fértil que se estende ao longo das
margens do Nilo ao nordeste da África, entre o mar Mediterrâneo, o Sudão, o mar
Vermelho e o deserto da Líbia. Seu clima é seco. As chuvas são escassas e sua
fertilidade deve-se ao Nilo.
Tudo para o egípcio era divino, o próprio humano julgava-se possuir algo de
divino. O Kha, o que lhe permite a identificação com Osíris e o acesso à felicidade
eterna dos deuses. Ele criam que os deuses possuíam, família, servos e grandes
mansões.
10
TERRA. João M. Anjos na Bíblia. p. 8
11
SOUSA, Osvaldo R. História Geral. p. 11
Angelologia - 13
O Egito era uma terra de muitos deuses. Visto que as divindades locais eram a
base da religião, os deuses egípcios tornaram-se extremamente numerosos. Deuses
da natureza eram comumente representados por animais e pássaros. Eventualmente,
divindades cósmicas personificadas por forças da natureza foram elevadas acima dos
deuses locais, passando a ser teoricamente reputadas como divindades nacionais.
Estas divindades tornaram-se tão numerosas que chegaram a ser agrupadas em
famílias.
Os egípcios acreditavam na vida após a morte, para eles, o registro sem mácula
neste mundo daria ao indivíduo o direito à imortalidade. Isto justifica os sepultamentos
reais, nas pirâmides e túmulos, onde foram encontrados depositadas provisões
adequadas para outra existência, como alimentos, bebidas e outros luxos da vida. Nos
primeiros tempos, até mesmo os servos eram mortos e postos ao lado do cadáver do
seu senhor. À semelhança de Osíris, que era símbolo divino da imortalidade, os mortos
egípcios eram julgados perante um tribunal do submundo composto de quarenta e dois
deuses e por ele chefiado. A alma, depois de fazer a sua defesa através do “Livro dos
Mortos”, deveria declarar-se inocente dos quarenta e dois pecados e confirmar as suas
virtudes. Depois, seu coração, símbolo da consciência, era pesado numa balança por
Anúbis. Se fosse inocente, iria viver eternamente em bosques com pássaros canoros e
lagos cheios de lotos e gansos.
deuses; nenhum deles foi jamais eliminado. Visto que os estudiosos modernos acham
difícil fazer uma análise lógica dos múltiplos elementos desconexos dessa religião, é de
duvidar que qualquer egípcio nato pudesse fazê-lo. A confusão é o resultado de toda
tentativa em correlacionar o exército de divindades com os seus respectivos cultos e
ritos. Também não podem ser relacionados as hostes de mitos e crendices.
Um mito bastante conhecido tinha a ver com o rio que sustentava toda a vida
naquele país. O deus Osíris foi assassinado e retalhado por Set, seu irmão, em
seguida seu corpo foi espalhado por seus mensageiros em todo o Egito. Ísis sua irmã
e esposa, auxiliada por Horus, Thot e Anubis, recolheu os pedaços do corpo do seu
marido e os colou. A única parte de Osíris que não conseguiram achar foi seus
testículos, pois fora colocado nas profundezas do Nilo por Set. Este mito simboliza a
fertilidade, a regressão das águas no outono e a volta com inundações na primavera.
Havia também culto aos animais, que serviam para representar seus deuses,
estes animais eram: o gato, o crocodilo, o chacal, o escaravelho e o boi Ápis que vivia
em uma capela em Mênfis e era servido por sacerdotes e quando morria era
embalsamado.
Em alguns textos fúnebres no Egito fala-se de uma escada entre o céu e a terra.
Escadas em miniaturas eram colocadas nos túmulos do Egito a fim de facilitar a
ascensão da alma ao céu.
ANGELOLOGIA CANANITA
O nome Canaã se aplica às terras que ficam entre Gaza, no sul e Hemate, no
norte, ao longo das costas do Mediterrâneo. Os gregos, em seu intercâmbio com
Canaã, durante o primeiro milênio a.C., chamavam seus habitantes de fenícios, nome
esse que provavelmente teve origem no termo grego que significa “púrpura”, a cor
carmesim de um corante de têxteis produzido em Canaã. Desde o século XV a.C., o
nome Canaã vinha sendo aplicado, de modo geral, à província egípcia da Síria, ou,
pelo menos às costas fenícias, o centro da indústria de púrpura. Consequentemente,
as palavras cananeu e fenício têm a mesma origem cultural, geográfica e histórica.
Mais tarde, essa área veio a ser conhecida como Síria e Palestina. A designação
Palestina teve sua origem no nome Filístia.
Com a migração de Abraão para Canaã, essa terra se tornou o centro das
atenções nos desenvolvimentos históricos e geográficos dos tempos bíblicos. Estando
estrategicamente localizada entre os dois grandes centros que abrigavam as mais
antigas civilizações, Canaã servia de ponte natural que ligava o Egito a Mesopotâmia.
Em resultado disso, não é de surpreender que fosse mista a população da região.
Cidades de Canaã, como Jericó, Dotã e outras, já vinham sendo ocupadas desde
Angelologia - 15
séculos antes dos tempos patriarcais. Devido ao primeiro grande movimento semita
dos amorreus para a Mesopotâmia, parece provável que os amorreus lançaram
povoados por toda palestina.
A deusa-mãe dos hititas era assessorada por dois grupos de fadas, boas
e más. As boas eram enviadas para assistir às famílias benquistas pela deusa,
deviam proteger as plantações, cuidar dos vestidos e ornamentos femininos e arranjar-
lhes casamentos. As más eram enviadas às famílias malquistas pela deusa, deviam
deixar solteiras suas mulheres, excitar contendas e discórdias, “de modo que quebrem
a cabeça”. No antigo testamento também há anjos que são mandados para o bem e
outros que são enviados para castigar e punir. Nos textos ugarísticos de Ras Shamrá,
os estafetas celestes eram enviados em pares, pois assim se acontecesse um acidente,
um não ficaria sozinho na estrada. Em Gênesis 19.1 os anjos viajam em pares pelas
estradas de Sodoma.12
12
TERRA, João M. Anjos na Bíblia. p. 9
Angelologia - 16
ANGELOLOGIA BABILÔNICA
Após repetidos assaltos contra a Assíria, caiu a cidade de Assur diante dos
medos comandado por Ciaxares, em 614 a.C. O resultado dos esforços babilônicos por
ajudar os medos, nesta conquista, foi a aliança medo-babilônica, confirmada através
de matrimônio. Na primavera de 605 a.C, Nabopolassar enviou Nabucodonosor, o
príncipe herdeiro, com o exército babilônico para cuidar da ameaça egípcia no alto do
rio Eufrates . Ele marchou diretamente e com determinação para Carquemis, cidade
que os egípcios dominavam desde 609 a.C., quando Neco subira em auxílio às forças
assírias. Os egípcios foram decisivamente derrotados em Carquemis.
Nabucodonosor passou a controlar a Síria e a Palestina, fato que teve um efeito
decisivo sobre Judá. Nabucodonosor instalou-se em Ribla onde montou seu quartel
general. Joaquim, rei de Judá, que fora vassalo de Neco, agora tornara-se sujeito a
Nabucodonosor. Judá foi levada cativa, e seu templo, orgulho nacional, foi saqueado,
seus jovens e artífices apanhados e deportados para Babilônia (Dn.1.1) no primeiro
desterro, a supremacia babilônica se consuma sobre Judá quando pela segunda vez,
em 597 a.C. Nabucodonosor leva o resto do despojo e nomeia Zedequias rei em
Jerusalém.
13
Dicionário Internacional de Teologia do A. T. p. 897
Angelologia - 17
seu nome em hebraico, merodak (na LXX é Merodaque). Alguns estudiosos são da
opinião de que existe uma semelhança deliberada com ,adonay, “meu Senhor”. O mais
provável é que seja uma vocalização eufemística, assemelhando a palavra com
meborak, “maldito”.
ANGELOLOGIA MEDO-PÉRSA.
A origem deste povo está no século VIII a.C. Os assírios, no apogeu de seu
militarismo, dominaram os medos. As tribos destruídas e vencidas uniram-se na luta
contra o invasor. No século seguinte estava formado o reino Medo, com a capital em
Ecbátana.
Segundo a tradição, Déjoces foi o primeiro rei medo. Ciáxares (625 a 585 a.C.),
com um exército bem armado e disciplinado, impôs o seu domínio aos persas e tentou
aniquilar o poderio assírio. Sob a sua dinâmica, a Média se impôs como uma ameaça à
supremacia assíria durante a última metade do século VII a.C., e as forças combinadas
da Média e da Babilônia destruíram Nínive. O matrimônio de Nabucodonosor com a
Angelologia - 18
filha de Ciáxares selou esta aliança de tal modo que prevaleceu um delicado equilíbrio
de poder durante todo o período de expansão e supremacia babilônica. Astíages (585
a 548 a.C.) continuou a política expansionista de Ciáxares, seu pai, até ser destronado
por Ciro.
O Império Persa, segundo a tradição, foi fundado por Ciro, neto de Astíages e
filho da princesa Mandane, casada com Cambisses, príncipe persa. Educado por
pastores, tornou-se posteriormente um bravo guerreiro. Notável administrador, recebeu
o título de “rei do mundo”.
Cada um destes deuses era auxiliado por uma multidão de mensageiros (Djins)
ou gênios maléficos (Devas). Acreditava-se que o bem e o mal lutariam até o fim dos
tempos com a vitória do bem. Mazda necessitava da ajuda dos homens nesta batalha.
Para isto, eles deveriam evitar os pecados e seguir certos mandamentos morais, era
uma religião de conteúdo ético, preceitos morais. Acreditava-se ainda em um céu e em
um inferno, no julgamento das almas e em um messias, Saoshyant, nascido de uma
virgem, Huôu. No fim dos tempos, haveria a ressurreição para todos e um julgamento
final. Era uma religião escatológica.
Mani levou ao extremo a doutrina dualista, para ele tudo que fosse material era
intrísicamente mau e tudo que fosse espiritual seria necessariamente bom. Assim, só
haveria salvação quando abandonássemos a carne e nos dedicássemos somente ao
espírito.
15
TERRA, João M. A Angelologia de Karl Rahner. p. 379
16
TERRA, João M. A Angelologia de Karl Rahner. p. 380
Angelologia - 20
Crisipo, e com ele, outros filósofos estóicos, prevêem em seu sistema seres
espirituais incapazes da plena impassibilidade e felicidade divina, mais muitos
superiores aos homens. Trata-se de seres bons e seres maus que talvez seja a causa
das desgraças e da maldade humana.
ANGELOLOGIA NO JUDAÍSMO.
Cada fenômeno material, cada força natural: chuva, granizo, vendaval, mar etc.,
é expressão, a manifestação de um anjo, do mesmo modo, cada acontecimento na vida
humana, doença, alimentação, empobrecimento e etc. ... é a aparência que revela a
17
Dicionário Mítico-Etimológico da Mitologia Grega. p. 278
18
GIUDICI, Maria Pia. Os anjos existem ! p. 16
19
Ibid., p. 16
Angelologia - 21
atividade de um espírito (anjo ou demônio). Não há um talo de uva na terra que não
tenha seu anjo no céu.20
Conforme a tradução judaica, o nome dos anjos designa sua função cósmica ou
histórica; assim, o anjo que anuncia o nascimento é chamado Gabriel, que significa
“virilidade de Deus”. O Midrash Dbharem Rabba afirma: “Gabriel é aquele que prende à
fecundação de tudo o que vive, até fazer nascer os animais, amadurecer os frutos”. 21
Nos comentários dos rabinos os anjos tem uma participação importante. O Dr. Donald
D. Turner conta-nos o seguinte:
Ainda que o livro de Ester não mencione nem Deus nem anjos, nos escritos dos
rabinos abundam referências ao ministério dos mesmos. Por exemplo: um anjo impediu
Vasti de comparecer perante o rei Assuero, a fim de abrir caminho para escolha de
Ester; quando o escrivão leu as crônicas perante o rei, segundo esses comentários, o
bem que havia sido praticado por Mardoqueu, havia sido apagado do livro pelo escriba
Sinsai, mas afirmam que o anjo Gabriel tornou a escrever a passagem no lugar devido;
que três anjos ajudaram Ester quando ela se apresentou no pátio perante o rei; que ao
sair o rei no jardim, por ocasião do segundo banquete, encontrou três homens (anjos
disfarçados) que arrancavam as árvores do jardim, aos quais perguntou porque faziam
aquilo, e responderam que Hamã fora quem ordenara; que um anjo empurrou Hamã,
obrigando-o a cair sobre o leito de Ester no momento em que o rei regressava ao salão
de banquete, etc...Estes são apenas alguns exemplos da profusão de referências aos
anjos, nos escritos dos rabinos.22
As referências nos escritos rabinicos afirmam que mil anjos acompanham a
cada judeu; um deles o precede para dizer aos demônios que abram alas, e ainda,
quando um judeu entra em um lugar imundo roga aos seus dois anjos que o esperem
na saída, o versículo usado para dar apoio a esta crença é o Salmo 91.11-12.
Os cultos eram celebrados nos lares, onde encontramos uma religiosidade mais
expontânea, na qual preponderam os elementos de uma cultura agrária. Todo o “pai de
família” era um sacerdote nato, que oficiava como tal em seu próprio lar, segundo ritos
que ficavam em grande parte ao seu arbítrio. Os objetos de culto eram:
O gênio da família, que era a força vital presente e imanente no chefe do clã,
personalizada e venerada junto ao leito nupcial, festejada no dia do nascimento do
chefe da família com ofertas de vinho, incensos e bolos. Está de alguma forma ligado
aos espíritos dos antepassados e às forças da natureza, representada pela “serpente”,
animal mítico que protege os casamentos e a transmissão da forças generativas; Os
lares: são originalmente divindades dos campos, como tal veneradas nas encruzilhadas
com pequenas capelas, que depois são transferidas para as cidades . São forças
fecundantes que passaram a ser invocadas como divindades protetoras das famílias,
identificando-se de alguma forma com os manes e os gênios; Os Penates: são
originalmente divindades protetoras das dispensas familiares e da cozinha, que com o
tempo se tornaram responsáveis pela multiplicação dos bens familiares; não são
representados em figuras, pois constituem uma coletividade; Os manes: são os
antepassados, fundadores do clã, ou dignos de memórias pelos seus feitos, cujo
espírito se perpetua nos chefes de família.23
Capítulo 2
23
PIAZZA, Waldomiro O. Religiões da Humanidade. p. 166
Angelologia - 23
inteligentes? Deus não é nem desocupado nem solitário. Seu caráter consiste em ser
bom e fazer o bem.24
Os primeiros cristãos entendiam que havia dois grupos de anjos. Uns eram
considerados bons e os outros maus. Os primeiros eram tidos em alta estima, como
seres pessoais de elevada categoria, dotados de liberdade moral, engajados no serviço
jubiloso de Deus, e designados por Ele para atender ao bem-estar dos homens. Os
outros eram tidos como seres que faziam tudo para destruir a felicidade humana.
A convicção era que os anjos tinham corpos perfeitos e etéreos, foram criados
bons, mas, alguns abusaram da liberdade e caíram, apartando-se de Deus. Inácio de
Antioquia acreditava que a salvação dos anjos dependia do sangue de Cristo. Orígenes
declarou a impecabilidade dos anjos, afirmando que: "Se foi possível a queda de um
anjo, talvez seja possível a salvação de um demônio."25
24
NASCIMENTO, Adão C. Anjos Hoje. Ultimato. Maio. 1996. p. 29
25
HORTON, Stanley. Teologia Sistemática. p. 192-93
Angelologia - 24
a iluminação teárquica e, por meio deles, nos são transmitidas as revelações que nos
excedem.26
Dionísio, o Areopagita, dividiu os anjos em três classes: tronos, querubins e
serafins. Essa classificação foi adotada por diversos escritores, um deles foi Santo
Agostinho (345-430 d.C.), bispo de Hipona, que dava ênfase ao fato de que os anjos
bons foram recompensados com o dom da perseverança, jamais cairiam:
GNOSTICISMO
DEMIURGO
Foi, ao que tudo indica, a partir de Platão, que demiurgo se tornou o criador dos
deuses menores, da alma e do mundo e da parte imortal da alma humana, mas para
tanto, usa os (eide), “as formas, as idéias preexistentes” como modelo.
Não se trata, no entanto, de um ser onipotente. Cria o cosmo tão bom quanto o
possível, competindo com os efeitos contrários da (Amánque), a necessidade.
ANGELOLOGIA MEDIEVAL
Durante a Idade Média ainda havia alguns que se inclinavam a admitir que os
anjos têm corpus etéreos, mas a opinião predominante era de que são incorpóreos.
As aparições angélicas eram explicadas com a admissão de que, em tais casos, os
anjos adotavam formas corporais temporárias para fins de revelação. Vários outros
pontos estiveram em discussão entre os escolásticos.
Quanto ao tempo em que os anjos foram criados, a opinião dominante era que
foram criados no mesmo tempo da criação do universo material. Embora alguns
sustentassem que os anjos foram criados no estado de graça, a opinião mais comum
era que foram criados somente num estado de perfeição natural.
afirmava, que eles podiam adquirir novo conhecimento através de sua atividade
intelectual.
A reforma não trouxe nada de novo, quanto a doutrina dos anjos. Tanto Lutero
quanto Calvino tinham vívida concepção do ministério dos anjos, e particularmente da
presença e poder de Satanás. Os cristãos reformados continuaram a ensinar que os
anjos ajudavam ao povo de Deus. João Calvino (1509-1564) acreditava que "os anjos
são despenseiros e administradores da beneficência de Deus para conosco...Mantêm a
vigília, visando a nossa segurança; tomam a seu encargo a nossa defesa; dirigem os
nossos caminhos, e zelam para que nenhum mal nos aconteça". 28 Acentuava o fato de
que Satanás está debaixo do controle divino, e que, é instrumento de Deus. Só
podendo agir dentro dos limites prescritos pelo Criador. Quanto a obra realizada pelos
anjos bons, a opinião era que sua tarefa especial consiste em atender aos herdeiros da
salvação.
Ele criou também os anjos bons, para serem Seus mensageiros e servirem Seus
eleitos, alguns dos quais caíram daquele estado de perfeição em que Deus os criara,
para eterna perdição deles; e os outros, pela graça de Deus, permaneceram firmes e
continuaram em seu primitivo estado. Os demônios e os maus espíritos são tão
depravados que são inimigos de Deus e de todo o bem, no máximo de sua capacidade,
como assassinos que lutam pela ruína da igreja e de cada um dos seus membros, e
pela destruição de todos, com os seus vis estratagemas; e, portanto, por sua
iniquidade, estão sentenciados à perdição eterna, em diária expectação dos seus
horríveis tormentos.30
A ANGELOLOGIA NA MODERNIDADE
Foi talvez o teólogo liberal Paul Tillich (1886-1965) quem postulou o conceito
mais radical do período moderno. Considerava os anjos essências platônicas,
emanações da parte de Deus.
Acreditava que os anjos queriam voltar à essência divina da qual surgiram para
serem iguais a Deus. Sobre isto Tillich aconselhava: "para interpretar o conceito dos
anjos de modo relevante, hoje interprete-os como a essências platônicas, como
28
CALVINO, João. As Institutas da Religião Cristã. Vol. 1 p. 187
29
HORTON, Stanley. Teologia Sistemática. p. 194
30
BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. p. 142-43
Angelologia - 27
poderes da existência, e não como seres especiais. Se você interpretá-los desta última
maneira tudo não passará de grosseira mitologia".31
ANGELOLOGIA NA PÓS-MODERNIDADE
31
HORTON, Stanley. Teologia Sistemática. p. 194
32
Ibid., p. 194
33
TERRA, João M. Anjos na Bíblia. p. 71
34
HORTON, Stanley . Teologia Sistemática. p. 194
Angelologia - 28
Um texto não pode conter uma verdade absoluta, pois o sentido que o autor quis
dar a ele não é importante. O importante é como quem lê o entende. Pessoas podem
ter as mais diferentes interpretações do mesmo texto, sem que isso constitua uma
contradição. A contradição existe se há a verdade absoluta, mas como não há, não há
contradição.
Certa parábola contada por budistas nos diz o seguinte: Havia três homens
cegos e um elefante, cada um desses homens cegos apalpou o elefante vindo a
conceber uma idéia diferente dele. O primeiro cego, após apalpar o lado musculoso do
elefante, chegou à conclusão de que ele era como um muro. O segundo cego, após
apalpar as pernas grossas e roliças do elefante, protestou, dizendo: “Não, o elefante
tem uma forma diferente. Isto que estou apalpando é uma coluna”. Vocês dois estão
enganados. Isto que nós apalpamos é uma grande cobra”. E assim, cada um dos três
teve uma concepção diferente do mesmo elefante. Enfim todos falaram coisas bem
diferentes do mesmo elefante.
Estes “cristãos” têm usado esse tipo de parábola para ilustrar a relação que tem
havido entre o cristianismo e as outras religiões. Todas elas têm abordagens diferentes
a respeito de Deus, mas todas estão falando da mesma coisa, sob perspectivas
diferentes, para alguns deles, falar dos anjos e falar de Deus é praticamente a mesma
coisa.
Jesus para estes “cristãos” é salvador, mas não é a única forma do homem
alcançar a salvação. Ele é uma entre as muitas outras formas do Deus infinito revelar-
se, por isso, em alguns grupos a angelologia tem sido mal interpretada, têm tomado um
rumo diferente daquilo que as Sagradas Escrituras nos ensinam, pois eles tem
ocupado o lugar de seu Senhor.
grande pressuposto é que a salvação tem outros caminhos, além do proposto pelo
cristianismo.
Capítulo 3
ANGELOLOGIA VETEROTESTAMENTÁRIA.
Israel introduziu a presença e função dos anjos sem desdouro nem míngua de
seu monoteísmo, mas, ao contrário, ao serviço incondicional de Javé, o Deus único,
Senhor da criação e da história.
O Israel mais antigo imaginava o seu Deus como um velho patriarca, rodeado
Angelologia - 31
de uma corte celestial de seres quase divinos, aos quais chamava filhos de Deus
(Gn.6.4; Jó.1.6). Essa representação não diferia muito a dos Cananeus no modo de
conceber suas divindades ou a dos outros povos do Oriente Médio. A influência dos
mitos ugaríticos esta subjacente na representação arcaica de Israel sobre os anjos.
ANGELOLOGIA NEOTESTAMENTÁRIA
DEFINIÇÃO DE ANJO
primeiramente conforme sua natureza, mas conforme sua tarefa no serviço dedicado a
Deus. Desde o início da Idade Média sagrou-se definitivamente esse significado. O
hebraico carece de uma expressão específica de conteúdo semelhante ao da palavra
anjo, como se dá nas línguas modernas. Mal’akh originou-se com muita probabilidade
da raiz árabe (la aka) que significa mandar alguém com recado. O nome significa
primitivamente o abstrato, o envio, a mensagem, mas transfere em seguida para o
concreto, o enviado, o mensageiro. Neste significado geral denomina-se também o
sacerdote (Mal.2.7), o rei (II Sm.14.17-20), homens enfim (I Sm.29.9). Se o termo
designa um anjo em sentido restrito, específico, então se trata de um caso particular do
uso geral da palavra. O vocábulo designa o mensageiro de Deus familiarizado com Ele
face à face e por isso mesmo pertencente a uma ordem superior ao homem (II
Pe.2.11).
Porque provêm de Deus, chamam-se “filhos de Deus” (Gn.6.2; Jó.1.6; 2.1); são
os “santos” (Jó.5.1; 15.15); os “poderosos” (Sl.102; 103). Habitam, pois, com Deus nos
céus (Gn.21.17; 22.11) e ainda, também na terra (Gn.32.2). São designados por vezes
segundo a figura de sua aparição, de "varões" (Gn.18.2,6; 19.10,12).
aumentam de número. O plano pelo qual a família humana tem garantia de procriação
não tem correlativos entre os anjos. Cada anjo, sendo uma criatura direta de Deus, tem
um relacionamento imediato e pessoal com o criador. Da família humana no mundo
vindouro, Cristo disse: “... nem casam, nem se dão em casamento; são, porém, como
os anjos no céu” (Mt.22.20-30). Assim, conclui-se que não há diminuição nem aumento
entre esses seres celestiais.
Há muitos tipos de espíritos sob os céus e por causa disso também muitos graus
de espiritualidade e independência espiritual; podemos, portanto, muito
apropriadamente afirmar que os anjos se dividem em duas categorias.... Se
contemplarmos os anjos em seu relacionamento com o conceito de personalidade,
podemos dizer: há poderes, cuja espiritualidade está tão longe de ser independente que
possui apenas uma personalidade representativa; resumindo, são apenas
personificações, de tal caráter são as tempestades e as chamas que executam as
ordens do Senhor. Existem outros poderes na criação que possuem um grau mais
elevado de espiritualidade, um estado intermediário de existência entre a personificação
e a personalidade. Sob esta categoria podemos classificar os poderes espirituais da
história, como por exemplo, os espíritos das nações e as divindades da mitologia...
Mas, se nesta questão encontramos poderes da história, que pairam na região, que jaz
entre a personalidade e a personificação, mas certo ainda é que a revelação reconhece
uma terceira categoria de poderes cósmicos que constituem um reino espiritual livre e
pessoal.37
Cada aspecto da personalidade dos anjos, foi declarada nas Escrituras. Embora
os seus serviços e dignidade possam variar, não há nenhuma implicação na Bíblia de
que um anjo é mais inteligente que os outros. Eles são seres individuais, e embora
espíritos, experimentam emoções, eles prestam cultos inteligentes, um provérbio
popular israelita chegou a comparar o homem mais sábio entre os homens com um
anjo (II Sm.14.17).
36
CHAFER, Lewis S. Teologia Sistemática. p. 342
37
Ibid., p. 340
Angelologia - 35
uma só imagem na mente angelical contenha mais detalhes do que uma vida toda de
estudos poderia proporcionar aqui".38
Os anjos são sábios, atuam como agentes pessoais mas não são oniscientes
como Deus. Estão sujeitos a certo desenvolvimento mental por meio do escrutínio,
segundo parecem, visto desejarem conhecer mais acerca da salvação por intermédio
do evangelho (I Pd.1.12). São reverentes, a atividade mais elevada executada por eles
é a adoração (Ap.7.11), eles contemplam com o devido respeito a face do Pai
(Mt.18.10). São mansos, não retêm ressentimentos pessoais, nem injuriam seus
opositores (II Pd.2.11). São poderosos (Sl.103.20), mas sempre empregam seu poder
visando a glória de Deus. Eles conhecem as suas limitações (Mt.24.36) e a sua
inferioridade diante o Filho de Deus (Hb.1.4-9). São santos (Ap.14.10) e leais; apesar
da rebelião que houve nos céus, os anjos eleitos permaneceram fieis ao Senhor. São
individuais, mas, embora às vezes apareçam em sua condição separada, estão sujeitos
a classificação e a variadas categorias de importância.
No hebraico céu está no plural, “os céus”. A Bíblia fala de três céus, sendo o
terceiro céu, o Céu dos céus, o lugar da habitação de Deus, onde o Seu trono sempre
esteve. O Tabernáculo do Seu povo terreno, Israel, era um modelo dos céus. Moisés,
quando esteve na montanha, olhou para a vastidão dos céus e viu os três céus. Ele não
tinha telescópio. Mas o próprio Deus lhe mostrou os mistérios dos Céus. Então Deus o
advertiu quando estava para construir o Tabernáculo, dizendo ao Seu servo: “Vê que
faças todas as coisas de acordo com o modelo que te foi mostrado no monte” (Hb.8.5).
O Tabernáculo tinha três compartimento: o pátio externo, o lugar santo e o Santo dos
santos. Uma vez por ano o Sumo Sacerdote entrava neste local terreno de adoração,
passando pelo pátio externo para o lugar santo, e finalmente, levando o sangue do
sacrifício, ele entrava no Santo dos santos para aspergir o sangue na presença santa
de Jeová. Mas Arão era apenas um tipo daquele que é maior, o verdadeiro Sumo
Sacerdote. Dele, do verdadeiro sacerdote, o nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, foi
escrito que ele penetrou nos céus (Hb.4.14) , “porque Cristo não entrou no santuário
feito por mãos, figura do verdadeiro porém do mesmo céu, para comparecer, agora, por
nós, diante de Deus” (Hb.9.24). Ele passou pelos céus, o pátio exterior, o céu que
circunda a terra, o lugar santo, os universos imensos, com sua distância imensurável, e
finalmente, Ele entrou no terceiro céu, o céu que a astronomia sabe que existe, mas
que nenhum telescópio pode alcançar. Nos lugares celestiais, de acordo com a epístola
aos Efésios, estão os principados e potestades, a multidão incontável de anjos. Sua
habitação está nos Céus. Deus que os criou, que os fez espíritos e os revestiu de
corpos apropriados para a sua natureza espiritual, também deve lhes ter designado
38
Angelologia, a doutrina dos anjos. p. 30
Angelologia - 36
habitação... também é significativo que a frase “exército dos Céus” signifique tanto as
estrelas como também os exércitos angelicais; o “Senhor dos exércitos” também tem o
mesmo significado duplo, pois Ele é o Senhor das estrelas e o Senhor dos anjos
(Sm.148.1-5).39
Os anjos são poderosos. Seu poder, embora grande, é restrito. Eles não podem
fazer coisas peculiares à divindade como criar, agir sem os meios, ou sondar o coração
do homem. Eles podem influenciar a mente humana como uma criatura pode
influenciar outra. Mesmo sendo magníficos em poder eles podem reivindicar a ajuda
divina quando se encontram em conflito com outro anjo (Jd.1.9). Sobre o poder
angélico o Dr. Cook escreveu o seguinte:
Os anjos são descritos na Bíblia como multidões “que os homens não podem
contar”. Podemos imaginar que há tantos seres espirituais em existência, quanto vão
existir seres humanos em toda história da terra. O número dos anjos é comparado à
39
CHAFER, Lewis S. Teologia Sistemática. p. 343
40
Ibid., p. 344
Angelologia - 37
Ouça o que diz Micaías: “vi o Senhor assentado no Seu trono, e todo o exército
do céu estava junto a Ele, à sua direita e a sua esquerda” (I Rs.22.9). Ouça o que diz
Davi: “os carros de Deus são vinte mil, cem milhares de milhares” (Sm.68.17). Eliseu viu
um destacamento destes seres celestiais que foram enviados para sua guarda pessoal,
quando “o monte estava cheios de cavalos e carros de fogo, em redor de Eliseu” (II
Rs.6.17). Ouça o que Daniel viu: “milhares de milhares o serviam, e miríades de
miríades estavam diante dele” (Dn.7.10). Eis que os pastores vigilantes viram e ouviram
na noite de nascimento do Redentor: “uma multidão da milícia celestial louvando a Deus
e dizendo: Glória a Deus nas maiores alturas” (Lc.2.13). Ouça o que diz Jesus: “acaso
pensas que não posso rogar ao meu Pai, e Ele me mandaria neste momento mais de
doze legiões de anjos?” (Mt.26.53). Veja novamente o magnífico espetáculo que João
viu e ouviu quando olhou para o mundo celestial: “vi e ouvi uma voz de muitos anjos ao
redor do trono, dos seres viventes e dos anciãos, cujo número era de milhões de
milhões e milhares de milhares, proclamando em grande voz: digno é o Cordeiro que foi
morto ...” (Ap.5.12). Se estes números forem entendidos literalmente, eles indicam 202
milhões, mas são apenas uma parte do exército celestial. Contudo, é provável que
estes números não tem a intenção de indicar qualquer quantidade exata, mas que a
multidão era imensa, além do que costumava usualmente entrar na computação
humana. Por isso, lemos em Hebreus 12.22, não sobre um número definido ou limitado,
embora grande, mais de “incontáveis hostes de anjos”.41
Ainda que os anjos sejam seres racionais e poderosos, e que tenham sido
criados de uma só vez, são tantos que nós, os homens não temos capacidade
suficiente para enumerá-los.
Não há como medirmos com precisão a época desta rebelião mas, sabemos que
se deu no céu e antes da queda da humanidade.
41
Ibid., p. 344
Angelologia - 38
ANJOS ELEITOS
O serviço dos anjos à humanidade não pode ser explicado tomando por base o
amor deles aos homens. Eles não estão interessados em agradar aos homens, mas,
antes de tudo estão interessados em fazer aquilo a que foram designados. Não é
imaginação, mas é realidade, que os anjos estão em nosso meio como servos,
munidos da responsabilidade de nos prestar auxílio (Hb.1.14).
Eruditos como Lewis Sperry Chaffer afirma que os anjos não estão presentes na
atual dispensação, ele diz o seguinte:
O escritor de Hebreus é enfático em dizer que: “Não são todos eles espíritos
ministradores enviados para o serviço, a favor dos que hão de herdar a salvação?”
(Hb.1.14). Se somos templos do Espírito Santo, que é Deus, porque os anjos não
estariam nesta dispensação? Nós não precisamos mais do seu auxílio? Segundo
Hebreus 1.14 o Apóstolo nos declara que o ministério angélico é vivo e atual.
Capitulo 4
O ANJO DO SENHOR
O ministério deste Anjo lhe dá uma proximidade singular de Deus, nestes textos
parece haver uma alternância intencional, muitas vezes abruptas, entre a palavra de
Javé e a do anjo nestas passagens citadas. Por exemplo em Gênesis 16.7-13 o texto
introduz de repente o “Anjo de Javé”. Ele aparece a Hagar no deserto, como o
42
Teologia Sistemática. p. 350
Angelologia - 40
mensageiro de Deus, alguém familiar, ante o qual ela nada tem a temer. Hagar
reconheceu na promessa do Anjo a autoridade e o poder de Deus. É um anjo que
aparece, mas é Deus quem formula a promessa.
Duas coisas são ditas acerca deste anjo. Primeiro, que o nome do Senhor está
nele e segundo, que ele é o rosto do Senhor , o rosto do Senhor está nele, por isso ele
tem poder de salvar (Is.63.9), e de recusar o perdão. Como diz Alberto Matos: "Não se
pode evitar a conclusão de que este anjo misterioso não é outro senão o Filho de Deus,
o Messias, o Libertador de Israel, e o que seria o salvador do mundo. Portanto, o Anjo
do Senhor é realmente um ser incriado".43
GOVERNADORES
43
Angelologia, a doutrina dos anjos. p. 27
Angelologia - 41
religioso.
No Oriente antigo os vizíres governavam seus reinos por meio de sátrapas que
constituíam a sua corte. As mitologias orientais concebiam de modo análogo o governo
celeste do universo constituído por um panteão de divindades que regulamentavam os
eventos terrestres.
ARCANJOS
QUERUBINS
Éden (Gn.3.24).
SERAFINS
O vocábulo “serafin” vem da raiz hebraica “saraph”, que quer dizer: “consumir
como fogo”. O nome saraph designa também uma serpente venenosa (Nm.21.6-8) ou
uma serpente alada (Is.14.26;30.6). Segundo o Dr. Joann Michl “existe uma suspeita
que há uma relação de origem entre os serafins e as serpentes”. 45
O modo com que Isaías fala dos serafins insinua que eram conhecidos dos seus
leitores. Conforme Isaías 6.6, não parecem os serafins destacados para o serviço dos
homens, mas consagrados totalmente ao louvor de Deus. Assemelhando-se ao
44
Bíblia com as Referências e Anotações de Scofield. p. 796
45
TERRA, João M. Anjos na Bíblia. p. 30
Angelologia - 43
CRIATURAS VIVENTES
ANJOS CAÍDOS
Muitos crêem que Deus criou os anjos caídos, ou que eles se rebelaram porque
Deus quis. Ambas as idéias estão erradas pois Deus nem criou os anjos caídos e nem
desejou a rebelião dos mesmos (Dt.32.4). Os anjos caídos foram criados perfeitos mas,
tendo dado ouvidos a Satanás, terminaram rejeitando a autoridade de Deus.
Como era de se esperar eles são o contrário dos anjos eleitos: são
rebeldes (II Pd.2.4), irreverentes (Jd.9), astutos (Mt.4.6; Ef.6.11), ferozes (I Pd.5.8) e
traiçoeiros (II Cor.11.14), eles opõem-se aos propósitos do Criador, afligem ao povo de
Deus, executam os propósitos de seu líder, Satanás. Portanto, em sua reta final o
homem caído tem condição de obter a regeneração através de Cristo, mas não há
oportunidade para o anjo caído, seu destino já está traçado e prestes a ser consumado.
SATANALOGIA
Na Escritura, o chefe dos anjos caídos aparece sob uma diversidade de nomes
diferentes. Alguns nomes são próprios e outros, títulos descritivos que nos mostram
sua obra e caráter, como Apocalipse 12.10, onde ele é chamado de “o acusador de
nossos irmãos”.
Muita coisa nos revelam os seus nomes, são eles: a Serpente, que fala de sua
astúcia; Lúcifer, o filho da alva, que era o seu título no céu antes da queda; Diabo, que
significa acusador, ou caluniador; Satanás, que significa oponente; Apolion, que
significa destruidor; Dragão, que fala do seu poder; o Príncipe deste mundo; Príncipe
dos poderes do ar; o deus deste mundo. Quatro destes títulos pessoais aparecem em
um único versículo (Ap.12.9).
Angelologia - 44
Este poderoso anjo aparece na Bíblia com destaque, importância e poder, ele é
o agente infernal que está no comando de todos os demônios. Ele penetra na história
da humanidade desde a sua primeira página e vai até o seu final, sempre apresentado
como um fator muitíssimo vital nos negócios dos homens, dos anjos e do universo
propriamente dito. É muito significativo que as Escrituras tracem com detalhe e cuidado
a existência desta pessoa excessivamente cruel e maldosa desde a sua criação,
através de toda a sua carreira, até o seu julgamento final. Tal distinção não foi atribuída
a nenhum outro anjo ou ser humano, que tenham sido usados por Deus. Nenhum
outro foi assim analisado e revelado quanto às suas motivações, seus métodos, seu
caráter e seus propósitos.
Poucos podem dizer como o Apóstolo: “Não somos ignorantes dos seus ardis”
(II Co. 2.11). Este ser é aquele “que engana o mundo inteiro” e de maneira muito
evidente quando o mundo não acredita em sua existência. Esta incredulidade promove,
sem dúvida e grandemente, a sua vantagem. Quando as pessoas estão desinformadas
ou mal informadas, tornam-se uma presa fácil do poder do inimigo das almas. Os
saduceus modernos procuram resolver este assunto chamando este ser “de uma figura
de linguagem, uma personificação metafórica do mal” ou “uma ilusão das mentes
insanas”. Eles negam a sua personalidade como também a dos demônios. Satanás
incentiva tais impressões uma vez que desarmam o preconceito e o temor em relação
ao seus empreendimentos infernais. Quanto à possibilidade deste poderoso anjo não
passar de uma simples “figura de linguagem”, sem personalidade real, devemos notar
que figuras de linguagem não são anjos criados que pecam, e seres do reino das
trevas condenados a um julgamento final horrível nas mão de Deus. Uma metáfora não
podia entrar em um bando de porcos e precipitá-lo para uma destruição imediata (Mt.
8.31). Como também uma metáfora não poderia oferecer os reinos deste mundo ao
Senhor, declarando que esses reinos lhes foram dados para que desse a quem
quisesse dar (Mt. 4.1-11). Sobre isto o Dr. Gerhar nos diz o seguinte:
Isaías não pode ser um profeta genuíno? Ou a feitiçaria da África não provariam que
nenhum culto é digno dos homens? Ou os totens dos índio americanos não provariam
que não existe providência divina?. 46
Cada elemento da personalidade de Satanás foi estabelecido na Escritura. A
sociedade, de maneira estranha, retém a terminologia bíblica aplicada a Satanás,
embora cada vestígio dessa terminologia esteja esvaziado do seu verdadeiro
significado. Sem referência à revelação, a sociedade imaginou um ser grotesco, ornado
de estranhos atavios, que se tornou o personagem central de peças de ficção e de
teatro e, então, convencido de que tal ser como esse que pintou não existe, lançou
todo o conjunto de verdade revelada ao limbo dos mitos de uma era passada.
Infelizmente, o verdadeiro ser apresentado nas Escrituras não desapareceu com tal
desprezo pueril e travesso da solene verdade de Deus. Não há falta de evidência da
personalidade de Satanás e dos demônios. O registro de seus atos, como o de seu
destino compõem as páginas mais negras das Escrituras. O Lago de Fogo foi
preparado “para o diabo e seus anjos” (Mt.25.41). Personagens de ficção e metáforas
não são julgados com a morte de Cristo nem condenados ao Lago de fogo.
46
CHAFER, Lewis S. Teologia Sistemática. p. 359
Angelologia - 46
A porção que apresenta a verdade relativa a Satanás está um tanto oculta uma
vez que se encontra acomodada a retórica oriental. É um meio legítimo de expressão
divina como qualquer outra forma de literatura, mas transmite a sua mensagem apenas
àqueles que buscarem o seu significado mais profundo com muita atenção.
Assim como o Filho maior de Davi é distinguido nos Salmos messiânicos pelos
aspectos sobrenaturais apresentados, a pessoa chamada nessa passagem de “rei de
Tiro” é , conforme descobrimos, o mais elevado dos anjos. Não poderia ser um mortal.
Alguns dos aspectos importantes dessa passagem serão aqui examinados.
Nenhuma distinção poderia ser imposta a qualquer criatura que fosse mais
exaltada do que a imposta por estas pedras. Semelhantemente, esta figura apresenta
este anjo como criado para ser um diadema de louvor ao seu Criador. Ele não
precisava de um instrumento de louvor para glorificar a seu Criador; ele era o diadema
de louvor.
Jeová dirige uma palavra especial ao anjo neste ponto: “... te estabeleci” e, a
seguir, as palavras reveladoras: “Permanecias no monte santo de Deus”. Este serviço
específico de querubim, ou protetor, era prestado no próprio Trono de Deus uma vez
que a frase, monte santo de Deus, no uso que tem no Antigo Testamento, é o lugar da
autoridade de Deus (Ex.4.27; Sl.2.6;3.4; 43.3; 68.15).
A partir destas revelações podemos concluir que este grande anjo foi criado
acima de todos os anjos para ser o defensor do trono de Deus. Se alguém disser que
Deus, sendo o Todo-Poderoso, não precisa dessa defesa, podemos responder que não
é uma questão de necessidade de Deus, mas antes, uma revelação do que Deus
resolveu estabelecer. Ele sem dúvida não precisa dos querubins junto ao portão do
Éden, mas Ele os colocou ali.
47
Ibid., p. 364
Angelologia - 48
A última frase, “no brilho das pedras andavas”, é um tanto obscura. Pode referir-
se a uma glória anterior na terra. As “pedras afogueadas” talvez fossem a manifestação
do fogo consumidor que Jeová é. Nesse caso, esta declaração sugeria que o primeiro
estado deste anjo era de relacionamento ininterrupto com a santidade divina.
É preciso reconhecer que nenhum rei de Tiro atende a esta exaltada descrição.
Nenhum homem pecador jamais foi tal diadema de louvor, nem foi diretamente criado
por Deus, nem pertenceu ao grupo dos querubins, nem foi colocado no monte santo de
Deus, nem andou no meio das “pedras afogueadas”, nem foi perfeito em todos os seus
caminhos desde a sua criação.
O significado do termo é “andar por aí”. Talvez indique que Lúcifer andava
entre os anjos difamando Deus, para assegurar a fidelidade deles ao seu propósito de
rebelião contra o Criador.
Pensava ele que fazia algo as escondidas do Criador, que Deus seria
surpreendido com suas atitudes.
Deus não criou Satanás como tal; Ele criou um anjo que era perfeito em todos
os seus caminhos, e esse anjo pecou opondo-se à vontade de Deus. Através desse ato
ele se tornou Satanás, o oponente, e tudo mais que estes títulos dão a entender.
A antiga questão levantada pelos céticos do passado sobre quem fez o Diabo
foi respondida nesta passagem que acabamos de considerar. Vimos que Deus criou
um anjo santo com poder de escolher entre o bem e o mal, e que ele escolheu o mal.
Através do poder degenerador do pecado, Satanás, como também Adão, tornou-se um
ser totalmente diferente daquele que Deus criou.
Quando Deus cria um ser para cumprir um determinado propósito, esse ser tem
de cumprir perfeitamente esse ideal divino. Portanto, quando procuramos descobrir a
Angelologia - 49
personalidade deste grande anjo, seria bom identificar o propósito para o qual Satanás
foi criado e avaliar as qualidades que tinha em vista desse propósito.
Com o seu pecado ele perdeu a sua santidade original e a sua posição celestial,
mas conserva a sua sabedoria, voltou à sua imensa capacidade para o mal e o seu
entendimento foi prostituído ao nível das mentiras, das fraudes, das ciladas e dos
artifícios. A extensão destes empreendimentos malignos, seu caráter exaltado, sua
motivação e método, constituem uma porção deste vasto tema. Sobre esta passagem
de Ezequiel F. C. Jennings conclui dizendo o seguinte:
a) Pelo seu cenário e linguagem não pode aplicar-se a algum filho do homem
pecador; é impossível. b) Portanto, necessariamente, refere-se a um espírito ou
anjo. c) Este anjo ou espírito, seja quem for, foi pessoalmente a coroa dessa primeira
criação. d) Sua tarefa era proteger o trono de Deus, proibindo a aproximação do mal,
ou de qualquer injustiça. e) Achou-se nele iniquidade e, essa iniquidade foi a auto
exaltação.
f) Foi pronunciada a sentença da expulsão do seu lugar, embora não tenha sido,
pelo menos totalmente, executada.48
O PECADO DE SATANÁS
Certas passagens dão a entender que Satanás está atualmente no céu ao qual
ele tem direito por criação. Em Jó 1.6 e 2.1 afirma-se que Satanás estava presente no
48
Ibid., p. 366
Angelologia - 50
céu. Em Jó 1.6 aparentemente, nos mostra que não havia nada de incomum com a
presença de Satanás naquele lugar e ocasião. Ele foi chamado para prestar relatório
de suas atividades, e ele o fez. Neste relatório ele revela ter liberdade suficiente para
“rodear a terra, e passear por ela”, como também de aparecer na presença de Deus
nas alturas. Cristo advertiu a Pedro: “Simão, Simão, eis que Satanás vos reclamou
( = “pediu”) para vos peneirar como trigo” (Lc.22.31). As implicações são
que Satanás apareceu pessoalmente diante de Deus com este pedido. Em Efésios
6.11-12 o apóstolo nos dá uma advertência e com a mesma finalidade nos declara que
os poderes do mal ainda se encontram nas esferas celestiais. As evidências que este
conjunto de passagens apresenta, e aparentemente não há testemunho contrário, é
que Satanás ainda se encontra na sua habitação original e ali ficará até que, segundo
Apocalipse 12.7-9, será lançado na terra como parte da experiência da tribulação.
Isaías viu assim de trás para frente, explica a sentença que dá início à sua
profecia, que presume que este poderoso anjo terá então caído do céu. Grande parte
do que se encontra nesta predição ainda não se cumpriu em sua medida completa. Os
grandes empreendimentos deste anjo como Isaías os viu ainda não se concluíram.
Estes dois profetas empregam contrastes extremos nos títulos que aplicam a
este anjo. Quando começou a descrever o santo e elevado estado deste anjo quando
foi criado, Ezequiel se dirige a ele, falando em nome de Jeová, chamando-o de “rei de
Tiro”, enquanto que Isaías, procurando apresentar a degradação deste ser, dirige-se a
ele usando o seu título celestial, “Lúcifer, filho da alva”. Parece que estes títulos foram
assim propositalmente empregados com o intuito de colocar estes dois estados, de
todo o mais alto poder criativo e o da extrema degradação de um anjo, em
surpreendente justaposição.
O título, “Lúcifer, filho da alva”, é a gloriosa designação deste grande anjo antes
de seu fracasso moral. Lúcifer significa “luminoso” ou “brilhante” e é quase idêntico a
Nahash, a serpente, que significa “a luminosa”.
O profeta Isaías anuncia a queda deste anjo e algo do seu grande poder
(Isaías.14.12-17). Sobre este poder ele disse: “tu que debilitava as nações”, “que fazes
estremecer a terra”, “tremer os reinos”, “que punha o mundo como um deserto”,
“assolava as suas cidades” e “que a seus cativos não deixa ir para as suas casas”.
2. “Acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono”. Com esta declaração
Satanás revelou que, embora designado como guardião do trono de Deus aspirava
possuir um trono seu e governar sobre “as estrelas de Deus”. Os seres angélicos e não
o sistema estelar, é o que está obviamente em vista (Jo.38.7; Jd.1.13; Ap. 12.3-4). Ao
que nos parece grande parte da ímpia ambição de Satanás de possuir um trono foi
atendido, pois sabemos que agora ele é um rei reconhecido, embora julgado, com
autoridade tanto no reino celestial (Mt.12.26; Ef.2.2; Cl.2.13-15) como na esfera
terrestre (Lc.4.5-6; II Co.4.4; Ap.2.15). O caráter pecador do propósito de Satanás de
garantir um trono é visível.
4. “Subirei acima das mais altas nuvens”. Das mais de cento e cinqüenta
referências às nuvens na Bíblia, cem relaciona-se com a presença e glória divina. O
significado desta arrogante declaração provavelmente se descobrirá no uso da palavra
nuvens. Jeová aparecia em uma nuvem (Ex.16.10); a nuvem era chamada de “a
nuvem do Senhor” (Ex.40.38); quando Jeová estava presente, a nuvem enchia a casa
(I Rs.8.10); “O Senhor, cavalgando numa nuvem ligeira” (Sl.104.3; Is.19.1); Cristo virá,
assim como foi, sobre as nuvens do céu (Mt.24.30; At.1.9; Ap.1.7); assim também o
povo remido aparecerá (Is.60.8; I Ts.4.17). “O homem do pecado” de Satanás se
exaltará “contra tudo o que se chama Deus, ou objeto de culto” (II Ts.2.4) e com esta
arrogante declaração Satanás está evidentemente procurando assegurar-se de alguma
glória que pertence somente a Deus.
ele, igualmente, participou, para que, por sua morte, destruísse aquele que tem o poder
da morte, a saber, o diabo”. Assim, por meio da Escritura podemos chegar à conclusão
que Satanás e os seus exércitos foram julgados, despojados, desmascarados,
vencidos, sentenciados e expulsos por Cristo na Sua morte.
A EXECUÇÃO DO JULGAMENTO
1. Satanás é expulso dos céus. – A expulsão de Satanás dos céus junto com
seus anjos para a restrita esfera terrestre, encontra-se descrita em Apocalipse 12.7-12.
Além da revelação da verdade central que Satanás e seus anjos são expulsos do céu,
esta passagem revela muitas outras verdades vitais. Os meios que serão empregados
para expulsar Satanás e os seus anjos não serão outros além da autoridade e do poder
dos santos anjos sobre a liderança de Miguel. Os anjos caídos, estando vencidos,
serão exilados de suas esferas naturais e confinados à terra.
Um canto de regozijo sobe aos céus por causa do alívio que a ausência destes
anjos caídos provoca. Tudo isto é muito sugestivo. Da mesma maneira um lamento é
dirigido à terra em vista das calamidades que a presença deles impõe aos seus
moradores. Em conexão com este exílio a grande ira de Satanás é excitada, é
aparentemente aí que ele toma consciência de que a causa que abraçou desde o
princípio está perdida para sempre. A presença de Satanás e suas hostes restringindo
à terra, cheios de imensurável ira, dificilmente poderia ser um motivo de alegria para a
terra. Esta situação é um dos fatores que contribui para a grande tribulação que foi
predita para aqueles dias (Mt.24.21; Dn.12.1).
A expulsão das hostes satânicas dos céus significam muito, também, para os
“irmãos” que Satanás não tem cessado de acusar dia e noite, diante de Deus. O que é
que constitui a oposição de Satanás ao relacionamento de Deus com os homens?
Talvez exista um não pequeno ressentimento por causa da redenção que não foi
estendida aos anjos como ela é estendida aos homens. Talvez Satanás ainda exerça
parte de sua responsabilidade original, como defensor e promotor da justiça sobre a
qual o trono de Deus deve permanecer para sempre. O plano redentor propõe-se a
apresentar os pecadores justificados diante de Deus mediante o mérito que Cristo
providenciou pelos perdidos na Sua morte. É fácil de se aceitar que a constituição de
pecadores justificados mediante a obra salvadora de Cristo seja um ponto de oposição
satânica contra Deus. Não há nada escrito no evangelho a qual Satanás possa se opor
para frustar os planos do Criador, mas, persiste “cegando o entendimento” dos que
estão perdidos (II Co.4.3-4).
acusações contra o pecado real e a injustiça da parte deles. Imaginemos que ele não
poderia acusá-los com o que fosse totalmente inverídico. Tal atitude cairia por terra
com o seu próprio peso. Antes, Satanás sentiu-se ofendido pelo arranjo através do qual
os santos são preservados apesar de sua indignidade, como também pela imputação
da justiça a pecadores sem merecimento antes de mais nada. Aqueles que são
remidos não são mais condenados, por mais que Satanás nos acuse seus
argumentos jamais poderão nos atingir (Nm.23.1-17).
Mais adiante neste contexto temos a revelação de que Satanás será solto no
final dos mil anos por “pouco tempo” (Ap.20.7-9). As nações, serão enganadas
novamente e as suas mentiras as lançarão novamente, e pela última vez, em uma
guerra. Em Isaías 2.1-4 foi predito que a guerra cessará durante o reino da paz, mas,
será imediatamente retomada quando Satanás for solto do abismo.
Capítulo 6
O mal começou com o erro de um anjo. Esse anjo foi seguido por uma multidão
de outros anjos. O mesmo erro foi cometido pelo primeiro homem e transmitido à sua
raça na forma de uma natureza corrompida.
Essa liberdade foi concedida ao primeiro homem, mas com exceção importante:
já havia em existência um reino do mal com suas solicitações externas e fervorosas
para o mal. Os anjos não foram desafiados por tal influência externa quando
começaram a sua existência consciente. A multidão de anjos que pecaram sob a
influência do primeiro anjo pecador fica imediatamente eliminada do problema.
Eles caíram, cada um individualmente, mas por força das influências que
surgiram depois que experimentaram seu estado de santidade. A confirmação do bem
foi para os anjos, antes da queda e que contemplavam e desfrutavam a presença do
Senhor, uma conseqüência bem mais provável do que para o homem caído, que
jamais viu a Deus nem experimentou um momento de santidade perfeita. Agostinho
declarou: "que ninguém duvide que os santos anjos na sua habitação celeste estão
seguros e certos da felicidade eterna e verdadeira, embora não sejam realmente co-
eternos com Deus".49
Quanto ao problema do primeiro pecado cometido pelo primeiro anjo, seria bom
notar que, sob as condições existentes, qualquer caminho pelo qual o pecado avança,
ele era inexistente. Agressividade contra Deus era a única direção na qual tal ser
poderia pecar.
49
CIDADE DE DEUS, Livro XI, pg. 33.
Angelologia - 58
perguntas teológicas, a saber: como pôde um Deus santo permitir que uma criatura
Sua pecasse? como pôde um anjo, antes da queda, sem a influência do mal, pecar?
Ao considerar a questão apresentada pela primeira destas perguntas, poderia se dizer
que, embora o assunto seja estranho ao comentário que está sendo desenvolvido, a
criação original de Deus foi declarada boa aos Seus santos olhos; que Ele, sendo
onisciente e sabendo que certos seres morais cometeriam erros, e findariam por cair,
mesmo assim os criou, mas, tanto no caso dos anjos como no caso dos homens, Ele
declara o fracasso moral daqueles que falharam e nunca de Si mesmo.
O pecado não esta em Deus como também não esta em qualquer parte de Sua
criação original, pois foram criados em um estado de perfeição. Deus por sua
onisciência já previra tudo o que iria acontecer; mas o pecado não surgiu por sua
vontade, e sim pela vontade livre do pecador. Se o pecado tivesse originado-se das
mãos de Deus então tudo seria pecado, logo a criação não teria sido perfeita.
O pecado não é uma fraqueza iminente da criatura, pois nesse caso, todos
teriam falhado. O pecado não é uma coisa concomitante com a agência moral livre,
pois nesse caso todos os agentes morais deveriam falhar. Sobre este aspecto do
pecado Agostinho disse:
O mal no mundo não é um acidente, ou uma coisa que não tenha sido prevista
por Deus, Ele tem um projeto consumado no Calvário. O mal deve seguir o seu curso e
fazer a sua demonstração total para que possa ser julgado, não como uma teoria, mas
como uma realidade concreta. O mal deve continuar junto com o bem até que cada um
realize o seu fim determinado.
50
CIDADE DE DEUS, Livro XII. pg. 6
Angelologia - 59
A igreja na terra é uma revelação aos anjos da sabedoria de Deus (Ef. 3.10).
Pela revelação de Si mesmo em Cristo e pela instituição da igreja na terra glorifica a Si
mesmo diante dos anjos. Eles que até agora cheios de respeito, o louvam pela
maravilha da criação e vêem a Sua sabedoria glorificada em uma nova forma de
comunhão através do qual homens perdidos são salvos através da redenção de Cristo
Jesus.
Os contextos angelicais sempre tem Deus, ou Cristo, como seu ponto central. A
maioria dos aparecimentos de anjos é fugaz, sem ser provocada ou predita. Tais
manifestações confirmam verdades, mas nunca produzem por si mesmas. Quando os
anjos são mencionados, é sempre para informar-nos mais a respeito de Deus, o que
Ele faz, e como Ele o faz.
estudo destes seres magníficos pode encorajar algumas das virtudes cristãs:
OS ANJOS E CRISTO
A encarnação do verbo mostra que todo ato salutar de Deus é relativo ao verbo.
Por isso a Escritura não se delonga na descrição exterior das aparições angélicas. Mas
salienta a mensagem que devem anunciar aos homens, os anjos revelam-se pela sua
palavra como mensageiros celestes, como servidores do evangelho de Cristo.
Embora na kenosis Deus tenha encarnado, o Filho, “por breve tempo abaixo dos
anjos”, contudo esta mesma frase termina assim: “coroaste-o de glória e de honra e
sujeitaste a seus pés todas as coisas” (Hb. 2.7) e desta glória participam todos os
“irmãos” de Cristo (Hb. 2.11). Certamente o modo de ser dos anjos é superior ao dos
homens e só os ressuscitados e transfigurados “serão como os anjos” (Mt. 22.29). O
próprio ser dos anjos transborda o desejo de adorar constantemente o Filho de Deus,
por isso são santos. Contudo, o Filho não veio em socorro dos anjos e sim da raça
humana caída (Hb. 2.16).
Ainda que o Senhor, tenha conquistado completa vitória contra Satanás, este
não abandonou a luta, nem a esperança de sua vitória. Não sabemos quantas vezes o
próprio Satanás lutou com Jesus Cristo durante o seu ministério, nem sabemos tudo
quanto os anjos fizeram em seu favor.
Uma jovem pobre trabalha muito para sustentar sua infeliz mãe que tem outros
filhos órfãos de pai. A jovem tem várias dívidas porque o seu pequeno salário não é
suficiente para cobrir as muitas despesas indispensáveis à família, e porque ninguém
quer dar-lhe mais crédito além do que tem. Não possui amigos que a ajudem e que lhe
emprestem um centavo sequer. Porém, passa pelo escritório, onde trabalha um
homem famoso e riquíssimo; enamora-se dela e se casam. No dia seguinte ao do
matrimônio a esposa sai à rua e os comerciantes procuram vender-lhe tudo quanto é
possível sem ao menos pedir-lhes o menor depósito. Fiando-lhe sem limites tudo
quanto ela desejar. Todos a saúdam; os melhores lugares lhe são abertos. Por que?
Porque agora o seu esposo e todos os seus recursos e créditos lhe pertencem também:
Angelologia - 62
os amigos e servos dele agora já são amigos e servos dela, de modo que devido à sua
união com o esposo ela encontra sua posição ao lado dele.51
Jesus Cristo tomou os nossos pecados e nos outorgou a sua justiça, seus
servos imediatamente começam a ministrar-nos. Os anjos são representados por Cristo
como um modelo do cumprimento exultante da vontade de Deus (Mt.6.10). Essa
doutrina também encarece a dignidade de Cristo, o qual é cabeça dos anjos; e
igualmente encarece a glória e a majestade da igreja, que os inclui (Ef.1.10; Fp.2.10;
Cl.1.16-20). Finalmente, em meio aos conflitos desta época presente, essa doutrina
constitui uma garantia para a consciência cristã de que a Igreja Triunfante não é um
ideal vazio, mas antes, é uma realidade presente, e que os cristãos já possuem os
direitos de sua cidadania celestial (Hb.12.22; Ef.1.21,23).
OS ANJOS E A IGREJA
O serviço dos anjos a Cristo torna-se serviço aos homens que anunciam a
Cristo, está por conseguinte ordenado e subordinado o serviço dos anjos a igreja e a
sua proclamação.
CONCLUSÃO
A busca por anjos não é novidade, a história comprova que ela sempre existiu.
Provar a existência dos anjos é algo que foge ao alcance da humanidade. A Escritura
Sagrada é quem nos ajuda nesta busca, porém, é lógico que a mesma não trata a
angelologia na mesma intensidade como trata a cristologia. Não é este o seu propósito.
Mas, a escritura fornece informações sobre os anjos, e pode responder às questões
levantadas sobre os anjos pela sociedade. Esta doutrina atesta a existência de um
mundo espiritual; Fortalece a nossa fé quanto a providência divina; Ensina-nos
humildade.
Estas questões são uma alerta para a igreja, seu povo deve receber um devido
preparo para saber discernir as distorções que surgem. Não podemos vencer estas
distorções fugindo delas, a igreja tem de estar ciente da grande responsabilidade que
tem em suas mãos para mostrar o real valor dos anjos e sua função entre nós.
ATIVIDADE
BIBLIOGRAFIA
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Caminho, 1990.
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1. G.W. Bromiley.
GIUDICI, Maria Pia. Os Anjos existem !. Trad. Maurício Ruffier - São Paulo, Loyola,
1995.
GRAHAM, Billy. Anjos, agentes secretos de Deus. Trad. Daniel Machado - Apartado,
Núcleo, 1975.
MATOS, Alberto. Angelologia, doutrina dos Anjos - João Pessoa, Pentágono, 1995.