MÓDULO APRENDER FAZENDO

OPERAÇÕES CONTÁBEIS
 OPERAÇÕES CONTÁBEIS

Não usem problemas, não usem pobreza,

usem amor e gentileza. Gentileza gera
gentileza.
Profeta Gentileza
Olá Aprendizes!
Vamos seguir nossa caminhada? Então vamos! Nesta unidade conversaremos sobre
assuntos relacionados à área de contabilidade. Iniciamos nosso papo explicando como
são representados o balanço patrimonial e a situação patrimonial líquida das empresas.
Em seguida, debateremos sobre o conceito de contas contábeis e sua utilização. Ainda
no campo da contabilidade, veremos os conceitos de débito e crédito. Sim, este módulo
é extenso. Tem mais. Outro assunto será Contratos Administrativos. Veremos sua
definição, os diferentes tipos de contrato e suas características. Ao final do módulo, o
assunto é operações de crédito, seu conceito, alguns tipos de operações e os direitos e
deveres do consumidor ao contratar uma operação de crédito. Procuraremos associar
os conteúdos trabalhados com a sua realidade prática. As questões discutidas nessa
unidade possibilitarão um exercício de reflexão sobre a sua prática profissional,
buscamos contribuir para aprimorar e potencializar cada vez mais seu trabalho na
empresa.

Balanço Patrimonial e Situação Líquida

Conforme vimos na unidade anterior (Introdução à Contabilidade), patrimônio é o
conjunto de bens, direitos e obrigações que podem ser avaliados em moeda corrente,
no caso do Brasil, em Reais. São de propriedade de uma pessoa física ou de uma pessoa
jurídica. Ou seja, patrimônio abrange tudo aquilo que uma empresa possui (bens e
direitos) e tudo aquilo que deve (obrigações). Cada empresa precisa apresentar uma
situação patrimonial, situação esta, que é chamada de Balanço Patrimonial.

Na Contabilidade, o Balanço Patrimonial deve refletir a situação patrimonial da

empresa. Sendo assim, o total de ativos (bens e direitos) que a empresa possui devem
ser equivalentes ao seu total de passivos (obrigações). Entretanto, de forma prática, essa
soma nem sempre apresenta uma situação de equilíbrio. Nesses casos, adota-se o
procedimento contábil de demonstrar a diferença entre o Ativo e o Passivo em uma
representação gráfica em formato de T. O resultado dessa equação é demonstrado no
lado do Passivo da representação, como se fosse um peso em um dos pratos da balança
com o objetivo de manter o equilíbrio entre os dois lados dela. Portanto, a diferença
entre o Ativo e o Passivo da empresa é denominado de Situação Líquida ou Patrimônio
Líquido, e pode ser apresentada pela seguinte equação:

Situação Líquida (SL)= A (Ativo) – P (Passivo)

(Situação Líquida = 22.600,00 – 9.600,00)
Situação Líquida = 13.000,00

Encontrar a situação líquida de uma empresa é uma conta até certo ponto simples.
Primeiro, devemos somar os valores totais dos bens e dos direitos e teremos o total dos
ativos da empresa. Em seguida, somamos os valores das obrigações e teremos o valor
do passivo da empresa. O próximo passo, depois que encontramos a Situação Líquida, é
lançar o valor encontrado, que ficará demonstrado no gráfico no lado do Passivo como
forma de trazer equilíbrio ao Balanço Patrimonial, conforme demonstramos no exemplo
abaixo:
 PATRIMÔNIO

ATIVO PASSIVO

BENS OBRIGAÇÕES

Caixa Fornecedores a pagar

15.000,00 2.600,00

Aplicações Financeiras Impostos a recolher

4.500,00 1.400,00

DIREITOS Salários

Duplicatas a receber 5.600,00

3.100,00

Total Total

22.600,00 9.600,00

(+)13.000,00

Quando calculamos a Situação patrimonial líquida de uma empresa podemos encontrar

três situações distintas. São elas:
Situação Resultado

Ativo maior que o Passivo Situação Líquida Positiva

Ativo menor que o Passivo Situação Líquida Negativa

Ativo igual ao Passivo Situação Líquida Nula

Contas Contábeis
Todos os fatos ocorridos no cotidiano das empresas e que estão relacionadas ao seu
patrimônio são registrados em contas específicas. Estas contas são utilizadas pelo setor
de Contabilidade. Portanto, na contabilidade, as contas são utilizadas para
representarem as variações patrimoniais que um determinado fato ocasiona ao
patrimônio de uma empresa.
A finalidade das contas contábeis é registrar as movimentações transcritas do livro
diário, expressando-as de forma monetária. Cada fato contábil é transportado para as
respectivas contas, com sua data, histórico e valor.

Toda empresa precisa ter um plano de contas adequado à sua realidade para controlar,
registrar e mensurar o seu patrimônio. Através do plano de contas são realizados os
lançamentos contábeis para tanto, é necessário classificar as contas.

Mas como classificar as contas? Elas podem ser divididas em dois grandes grupos:

Contas Patrimoniais:
São as contas contábeis que estão relacionadas ao patrimônio da empresa e tem como
representação o ativo, o passivo e o patrimônio líquido.

Contas de Resultado:
São as contas contábeis que estão relacionadas às receitas, custos e despesas de uma
empresa

Noções de Crédito e Débito Contábeis.

Na Contabilidade, as palavras Débito e Crédito não possuem o mesmo significado que

apresentam no nosso cotidiano. Por isso, é muito importante prestar atenção na
linguagem técnica da área contábil. Não é correto associar débito e crédito da
contabilidade com “subtração” e “adição” de um montante financeiro. O correto é
associá-los aos termos destino e origem, respectivamente. Sendo assim:
Débito
Lançamento contábil anotado na coluna destinada ao débito de uma conta para
aumentar o seu valor (se a conta representar um bem ou um direito), ou então, para
diminuir seu valor (caso a conta representar uma obrigação).

Crédito
É um lançamento contábil anotado na coluna de crédito de uma conta para aumentar seu
valor (se a conta representa uma obrigação), ou para diminuir seu valor (se a conta
representa um bem ou direito).

Portanto, débito seria a aplicação de um determinado recurso, enquanto que crédito

seria a origem do recurso aplicado. Ou seja, quando um contador faz um lançamento a
débito em uma conta, significa que o dinheiro, o bem ou o serviço, destinam-se àquela
conta. Agora, quando ele faz um lançamento a crédito em uma conta significa que o
dinheiro, o bem ou o serviço teve origem naquela conta.

Exemplo: uma determinada empresa adquiriu um galpão comercial no valor de

R$102.000,00. No pagamento à vista, foi utilizado o dinheiro disponível no caixa da
empresa. O lançamento desse fato é registrado nestas duas contas da seguinte maneira.

D- Imóveis- O galpão teve seu lançamento feito na conta Imóveis, visto que agora faz
parte dos imóveis da empresa.

C- Caixa - O lançamento teve sua origem na conta Caixa, visto que foi pago à vista com
o dinheiro da empresa.

De forma resumida: caso determinada conta receba algo ou assume um compromisso

de entregar algo, ela é debitada. Caso uma conta entregue algo ou adquira o direito de
receber algo, ela é creditada.
Contrato administrativo
Contrato significa um acordo em que duas ou mais pessoas assumem certos
compromissos e obrigações, ou asseguram entre si algum direito. É uma espécie de
combinação ou ajuste entre duas partes que se obrigam a cumprir o que foi entre elas
combinado sob determinadas condições pré-estabelecidas.

Os contratos administrativos são todo e qualquer ajuste celebrado entre órgãos ou

entidades da administração pública com particulares em que há um acordo para a
aquisição de bens ou serviços. É o instrumento jurídico pelo qual a administração pública
celebra acordo de vontade e gera obrigações específicas entre as partes. É exclusivo no
âmbito da administração pública.

Os contratos administrativos devem estabelecer com clareza e precisão as condições

para sua execução que devem ser expressas em cláusulas que definam os direitos,
obrigações e responsabilidades das partes. Eles são regidos pela Lei Federal nº
8.666/1993, que estabelece as normas gerais do funcionamento dos contratos
administrativos. Segundo a lei

As obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações, concessões, permissões e

locações da Administração Pública, quando contratadas com terceiros, serão necessariamente
precedidas de licitação, ressalvadas as hipóteses previstas nesta Lei.

Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se contrato todo e qualquer ajuste entre
órgãos ou entidades da Administração Pública e particulares, em que haja um acordo de
vontades para a formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a
denominação utilizada.

(parágrafo 2, lei 8.666)

Anteriormente à celebração do contrato, é necessário o processo de licitação. Processo

este no qual a administração pública torna pública, através de um edital ,a concorrência
para contratar um bem ou serviço que precisa ser realizado (no caso, o objeto do
contrato). Os interessados em realizar o serviço proposto enviam suas propostas para
análise, sendo escolhida aquela que estiver mais adequada às condições estabelecidas
pela administração na licitação.

Portanto, a licitação trata-se de um processo administrativo, no qual a administração

pública seleciona a proposta mais vantajosa, menos onerosa e com melhor qualidade
possível, para a contratação de uma obra, de um serviço, da compra de um produto,
locação ou alienação de um bem patrimonial.
Todo profissional que atua na área de administração deve conhecer as etapas de um
processo de licitação e como acontecem cada uma dessas etapas. Apresentamos no
quadro abaixo as principais fases do processo licitatório. Lembrando que se trata da fase
externa do processo licitatório. Ou seja, as etapas que ocorrem depois que a licitação se
torna pública.

Vale lembrar que nem todas as modalidades do processo licitatório passam por todas as
etapas estipuladas na Lei 8666. Algumas mais complexas, como modalidade ou
concorrência, têm suas etapas bem definidas. Algumas outras modalidades, como a
carta-convite e o leilão costumam realizar seus processos licitatórios de forma mais
simplificada.

Vejamos as etapas do processo licitatório!

ETAPA DESENVOLVIMENTO
Abertura A licitação começa com a divulgação do edital, conhecido como
instrumento convocatório. Este documento apresenta todas as regras e
procedimentos da licitação. No edital consta qual a modalidade e o tipo de
licitação que será realizada.
Além do objeto, ou seja, os bens ou serviços que serão adquiridos através
do processo, o edital determina data, local e hora das seções. Assim como,
a documentação que deve ser apresentada pelos participantes.
No caso da modalidade Convite, o edital será substituído pela carta-convite.
Habilitação Nesta fase acontece a verificação da documentação apresentada pelos
participantes. A habilitação considera requisitos pessoais, reconhecimento
da habilitação jurídica, regularidade fiscal, qualificação técnica e
econômico-financeira.
É uma fase eliminatória. Ou seja, caso o licitante não apresente os
documentos necessários, ele ficará inabilitado e impedido de participar das
próximas fases da licitação.
Abertura das Nesta etapa, dependendo da modalidade, serão apresentadas as propostas
propostas e será analisada a mais vantajosa e adequada ao órgão público proponente
da licitação.
Julgamento e Nesta etapa ocorrem dois processos consecutivos.
classificação No julgamento será verificado se o produto ou serviço da proposta
escolhida está de acordo com os critérios do edital.
Na classificação são apontadas as condições de cada proposta por ordem
de vantagem para a administração pública.
Homologação Esta etapa ocorre depois da verificação e da comprovação de que o
processo licitatório foi realizado de acordo com as leis, normas e regras
vigentes, e também, se está de acordo com as normas do edital.
Adjudicação Esta é a última fase da licitação, consiste na aprovação do procedimento: a
autoridade competente (indicada na lei ou regulamento) examinará todos
os atos do procedimento, verificando sua legalidade e mérito.
CARACTERÍSTICAS DO CONTRATO ADMINISTRATIVO
O Contrato Administrativo apresenta características e normas que lhe são peculiares.
Essas normas objetivam garantir que a sua contratação seja realizada conforme
estabelecido na legislação brasileira e que seja celebrado sempre de forma a garantir a
primazia do interesse público.

Segundo Meirelles(1997), o contrato administrativo é sempre consensual, pois é um

acordo de vontades; é formal pela necessidade de ser expresso de forma escrita e com
requisitos especiais; é oneroso por estabelecer remuneração como contraprestação;
é comutativo por estabelecer compensações recíprocas e equivalentes para as partes;
e, por fim intuitu personae porque deve ser executado pelo próprio contratado.

Já a autora, Di Pietro (2005), afirma que o contrato administrativo deve apresentar as

seguintes características:
▪ Presença da administração pública como poder público.
▪ Finalidade pública.
▪ Obediência à forma prescrita em lei.
▪ Procedimento legal.
▪ Natureza de contrato de adesão.
▪ Natureza institutu personae.
▪ Presença de cláusulas exorbitantes.
▪ Mutabilidade.
Trazemos no quadro abaixo as principais características de um contrato administrativo
e o significado de cada uma dessas características.
Presença da A administração pública aparece nos contratos administrativos com
Administração prerrogativas que configuram sua posição como suprema em relação
Pública como Poder à posição do particular. Essas prerrogativas manifestem-se através
Público das cláusulas exorbitantes.
Finalidade pública A administração deve sempre objetivar o interesse público. Em todo
e qualquer ato da administração pública, mesmo que regido pelo
direito privado, essa característica deve estar presente.
Obediência à forma A forma pela qual os contratos são elaborados pela administração
prescrita em lei estão previstas na Lei. Este formato é essencial, não só para benefício
do interessado, como da própria administração, e objetiva o controle
da legalidade. É vedado que o contrato não tenha um prazo final para
sua vigência. Por exemplo, as cláusulas denominadas necessárias pelo
artigo 55, algumas consideradas regulamentares, as quais se referem
ao objeto, forma de execução, rescisão, responsabilidade das partes,
e as chamadas cláusulas financeiras, que estabelecem o equilíbrio
econômico do contrato.
Procedimento legal A lei estabelece procedimentos obrigatórios na realização dos
contratos de acordo com a modalidade adotada. Podemos encontrar
algumas exigências na Constituição Federal, art. 37, XXI, por
exemplo. A lei também contempla medidas como autorização
legislativa, avaliação, motivação, autorização pela autoridade
competente, indicação de recursos orçamentários e licitação.
Natureza de As cláusulas contratuais são fixadas previamente de forma unilateral
contrato de adesão pela Administração, cabendo ao particular aceitá-las. Por exemplo,
nos contratos particulares de telefonia ou contratos de planos de
saúde. Essa característica é evidenciada com a norma art. 40 § 2º, da
Lei 8.666, segundo a qual, dentre os anexos do edital da licitação,
deve constar necessariamente “a minuta do contrato a ser firmado
entre a administração e o licitante vencedor”; com isto fica a minuta
do contrato sujeita ao princípio da vinculação ao edital.
Natureza intuitu Os contratos são elaborados considerando as condições pessoais
personae daquele que foi contratado. A Lei 8.666 proíbe a subcontratação, total
ou parcial do objeto da licitação. Portanto, o vencedor da licitação
deve realizar o serviço objeto do processo licitatório.
Mutabilidade Caso seja necessária a alteração por parte da administração pública e
(Alteração Unilateral em razão do interesse público, os contratos administrativos poderão
do Contrato) ser eventualmente alterados. Está previsto no artigo 65 da Lei 8.666
uma lista de motivos que podem ocasionar a alteração unilateral. Em
função dessa característica, o particular que contrata com o Estado
não se valerá de direitos imutáveis no que se refere ao objeto e às
cláusulas regulamentares.
Cláusulas São cláusulas comuns nos contratos administrativos e que seriam
Exorbitantes consideradas ilícitas em contratos entre particulares. São
prerrogativas da administração pública, quando se coloca em posição
superior à outra parte. Ou seja, as cláusulas exorbitantes são
benefícios que a Administração possui sobre o particular e que se
justificam pela supremacia do interesse público sobre o privado.
 Principais Itens de um Contrato Administrativo
Os Contratos Administrativos devem conter de forma clara e precisa as condições sob
as quais será executado. As cláusulas contratuais devem ser formuladas de modo a
tratarem de maneira adequada os direitos, as obrigações e responsabilidades das partes
de acordo com os termos da licitação.

Em todo contrato, conforme a regra geral estabelecida pelo Código Civil e com base na
teoria geral dos contratos, deverão estar presentes as seguintes cláusulas, dispostas no
quadro abaixo:
O objeto do contrato e seus elementos O regime de execução ou a forma de
característicos. fornecimento.
O preço e as condições de pagamento, os Os prazos de início das etapas de execução,
critérios, data-base e periodicidade do de conclusão, de entrega, de observação e de
reajuste de preços, os critérios de atualização recebimento definitivo.
monetária.
O crédito pelo qual ocorrerá a despesa com a As garantias oferecidas para assegurar sua
indicação da classificação funcional plena execução, quando exigidas.
programática e da categoria econômica.
Os direitos e as responsabilidades das partes, Os casos passíveis de rescisão contratual.
as penalidades cabíveis e os valores das
multas.
O reconhecimento dos direitos da As condições de importação, a data e a taxa
Administração, em caso de rescisão pela de câmbio para conversão, quando for o
inexecução parcial ou total do contrato. caso.
A vinculação ao edital de licitação, ou ao A legislação aplicável à execução do
termo que o dispensou, ao convite e à contrato, especialmente aos casos omissos.
proposta do licitante vencedor.
A obrigação do contratado de manter, Estabelecer o Foro de Competência para a
durante toda a execução do contrato, em realização do Contrato.
compatibilidade com as obrigações por ele
assumidas, todas as condições de habilitação
e qualificação exigidas na licitação.

TIPOS DE CONTRATO

Existem diferentes tipos de contratos administrativos, cada um deles com sua finalidade
e objetivos específicos. Vejamos os principais:

Obra pública
O objeto do contrato é uma construção, uma reforma ou uma ampliação de um imóvel
destinado ao público ou ao serviço público. Nessa modalidade de contrato são admitidas
duas diferentes espécies de regimes de execução: por empreitada ou por tarefa.
 Serviço
O objeto do contrato é um serviço prestado à Administração. Nessa modalidade estão
incluídos os serviços de natureza comum, os trabalhos artísticos e os técnico-
profissionais (contratos de manutenção, de transporte, de comunicação etc.).

Fornecimento
Tipo de contrato pelo qual a Administração adquire bens e coisas móveis de acordo com
a necessidade da manutenção de seus serviços e na realização de obras.

Concessão
Contrato no qual a administração pública (União, Estados, Distrito Federal ou
municípios) concede a terceiros a realização de determinadas atividades conforme
condições e prazos regulamentados. Este tipo de contrato possui três diferentes
modalidades: concessão de serviço público, concessão de obra pública e concessão de
uso de bem público. São exemplos de serviços públicos passíveis de concessão, os
serviços de telecomunicações, saneamento, energia elétrica etc.

Operações de Crédito
Muitas vezes desejamos comprar alguma coisa ou usufruir de algum serviço e não temos
dinheiro para isso. Pode ser um celular novo ou uma viagem com os amigos no feriado.
O celular, vai ser financiado em 12 vezes. Você tem crédito! As despesas da viagem com
os amigos, ficam por conta do limite na conta do banco (um desespero para pagar
depois...). Nos dois casos, você precisou fazer uma operação de crédito. Quando
precisamos de dinheiro, por exemplo, para fazer alguma compra, para realizar uma
reforma na casa, no pagamento de uma dívida etc., precisamos recorrer a alguma
instituição financeira. O mesmo ocorre com as empresas e também com os governos.

Quando um consumidor comum, uma empresa ou um governo solicitam um montante

de recursos financeiros à uma instituição financeira e comprometem-se de pagar o
empréstimo sob determinado prazo, acrescidos dos juros acordados, temos uma
operação de crédito.

Dessa forma, a instituição financeira realiza um acordo para liberar o valor que foi
solicitado mediante algumas condições pré-estabelecidas. Portanto, operação de
crédito é quando uma instituição financeira, como bancos, financeiras etc.
emprestam dinheiro ou financiam alguma compra para seus clientes, pessoas
físicas, pessoas jurídicas ou governos. Essas operações de crédito têm juros e taxas
que variam de acordo com o tipo de crédito solicitado, das garantias apresentadas
pelo solicitante do empréstimo e das regras estabelecidas por cada uma das
instituições financeiras.

As instituições financeiras fazem parte do Sistema Financeiro Nacional (SFN) Este

sistema é composto por diversas entidades que contribuem com diferentes funções
para o funcionamento econômico do país. Os Órgãos que compõem o SFN estão
divididos em três grupos principais: Instituições Normativas, Instituições
Supervisoras e Instituições Operadores. Neste último grupo, estão todos os bancos,
corretoras e demais instituições financeiras, tanto públicas como privadas. São as
instituições financeiras que permitem a movimentação entre os poupadores e os
tomadores dos recursos.

Classificação das Operações de Crédito

As instituições financeiras oferecem uma diversidade de operações de crédito. As mais
comuns são os empréstimos, desconto de títulos, financiamentos. Cada uma delas
apresenta características específicas. Vamos conhecer melhor essas operações.

A) Empréstimo
Podemos dizer que empréstimo é um contrato entre cliente e instituição financeira
pelo qual o primeiro recebe uma quantia que deverá ser devolvida ao banco em
prazo determinado, acrescida dos juros acertados. Na maioria dos casos , o
objetivo ou comprovação da forma como serão utilizados os recursos obtidos no
empréstimo não precisam ser informados pelo solicitante. Alguns economistas
acreditam que essa questão é uma das causas das altas taxas de inadimplência
encontradas no país.
B) Desconto de Títulos
O Desconto de títulos é uma modalidade de tomada de crédito exclusiva para pessoas
jurídicas, sendo muito utilizada por empresas de diferentes portes. Ao falarmos de
descontos de títulos é preciso lembrar que estamos falando de coisas que temos de dar
em garantia, que podem ser cheques, boletos, duplicatas mercantis ou mesmo notas
promissórias. E como funciona?

De forma bem simples, vamos trazer um exemplo: a empresa AXZ tem em seu poder
uma duplicata com vencimento em 30/06/2021, no valor de R$12.500,00.

Porém, a empresa AXZ irá receber esses R$ 12.500,00 somente na data do vencimento
da duplicata. Mas a empresa encontra-se numa situação em que existem diversas outras
contas com data de vencimento bem mais próximas e, por isso, necessita desse dinheiro
de forma antecipada à data de vencimento da duplicata. O que pode ser feito?

No caso, a empresa pode dar a duplicata sob a forma de garantia para o banco que vai
descontar um valor sobre o valor de face da mesma (R$12.500,00). Para concluir nossa
situação apresentada como exemplo, podemos supor que o banco irá emprestar à
empresa o valor de R$11.900,00 na data de hoje por este título.

Entendeu porque a operação se chama desconto de títulos? Justamente porque há um

desconto sobre o valor da garantia (no caso a duplicata). Ótimo. E por que chegamos a
esse valor? Por conta dos custos da operação.

Custos de Operação
Um dos custos de operação para o desconto de títulos é a taxa de juros cobrada pelo
banco, também chamada de taxa de desconto. Além dos juros, o banco cobra uma outra
taxa, que chamamos de taxa de administração, cobrada por conta da administração e
guarda do título até a sua data de vencimento.

Vale lembrar que não se trata de uma operação de compra e venda. A instituição
financeira está simplesmente descontando um título e vai ficar com ele até o
vencimento.

Outra despesa da operação é a cobrança de IOF, o Imposto Sobre Operações

Financeiras, que é cobrado sobre todas as operações de crédito no Brasil. É um imposto
e não exatamente um custo, mas deve ser levado em consideração.
Importante! Caso ocorra que, chegando à data de vencimento e o cliente não pague a
duplicata, o banco vai retirar compulsoriamente o dinheiro da conta da empresa, pois
está previsto no contrato de desconto de títulos. Isso significa que a responsabilidade
pelo pagamento da duplicata é do cliente que deu o título como garantia do
empréstimo.

c) Financiamento
Nessa operação a instituição financeira disponibiliza um montante de recursos para uma
pessoa física ou jurídica para que esta possa realizar o investimento desejado. Ao
contrário do empréstimo, é obrigatório a informação sobre a forma como o dinheiro
será utilizado. Esta questão é acordada previamente à aprovação do financiamento.

Nas operações de financiamento incide a cobrança de juros sobre o valor financiado de

acordo com as condições previamente estabelecidas e que variam, principalmente, em
função do valor financiado, das garantias oferecidas e do prazo de pagamento.

Várias modalidades de financiamento são oferecidas pelas instituições financeiras, tanto

para pessoas físicas, tanto para pessoas jurídicas. Os principais financiamentos
oferecidos às pessoas físicas são os financiamentos de imóveis, de veículos e estudantil.
No caso das empresas, os financiamentos geralmente destinam-se à compra de
máquinas e equipamentos, na ampliação de negócios, na compra de estoques etc.

Para as pessoas físicas, a modalidade mais comum de financiamento no Brasil é o

financiamento de imóveis. Os procedimentos adotados nessa modalidade de
financiamento iniciam-se com a liberação pelo banco financiador do valor da compra do
imóvel desejado (casa, apartamento, terreno ou outro tipo de imóvel). Esse tipo de
financiamento é caracterizado pelo regime de longo prazo, sendo destinado
principalmente às pessoas físicas, apesar de poder ser também solicitado por pessoas
jurídicas. No Brasil, a Caixa Econômica Federal é o principal banco atuante no mercado
de financiamento de imóveis novos, imóveis usados ou ainda para a construção civil.
Não esqueça! Antes de contratar uma operação de crédito, não deixe de consultar as
diversas opções disponíveis. De acordo com a instituição financeira, as condições da
operação podem ter grandes variações de uma instituição para outra. E duvide sempre
de um crédito muito fácil.

Operações de Crédito e o Consumidor

Caso você esteja em uma situação em que esteja precisando de dinheiro e decida
realizar uma operação de crédito, fique atento. É importante ter bastante cautela nesse
momento. Um contrato mal firmado pode causar grandes danos financeiros e até
processos jurídicos.

Não assine nenhum tipo de empréstimo ou qualquer outra contratação de crédito sem
uma leitura atenciosa do contrato em que estão estabelecidas as regras e condições do
empréstimo. Procure conhecer de forma plena as condições da operação, incluindo os
direitos e obrigações do credor e do devedor.

Outra questão muito importante é avaliar seu orçamento e sua capacidade de

pagamento. Tenha certeza que os compromissos assumidos são compatíveis com o seu
orçamento. Cuidado! Previna-se que não ocorrerão problemas de pagamento que
levem à inadimplência ou endividamento excessivo.

Inclusive, o Código de Defesa do Consumidor, Lei nº 8.078, de 1990, estabelece direitos

ao consumidor que admitem a liquidação antecipada de débitos, de forma total ou
parcial, comtemplando a redução proporcional dos juros e demais acréscimos.

E não esqueça, quando for procurar uma instituição financeira, fique atento à ação de
golpistas e de pessoas mal intencionadas que oferecem operações de crédito em
condições muito fáceis, atrativas demais e, em alguns casos, difíceis de acreditar.

Alguns cuidados básicos podem ser tomados ao contratar uma operação de crédito.
• Desconfie de operações de crédito oferecidas por telefone, pela internet ou em
jornais.
• Não faça nenhum tipo de depósito prévio para a realização da operação, como
despesas com cadastro, seguros e juros.
• Desconfie da dispensa do preenchimento de cadastro ou que não sejam exigidas
garantias.
• Não acredite em condições muito favoráveis em relação àquelas oferecidas pelo
mercado.
Crédito Direto ao Consumidor
Sabe aquele ar condicionado para o seu quarto que você tá de olho há muito tempo?
Ou aquele modelo novo de celular que você amou? Alguém te falou que o preço baixou
e você decide ir até a loja para dar uma olhadinha, “apenas para dar uma olhadinha”,
mas o vendedor acaba te convencendo a levar o produto parcelado em várias vezes.

Parabéns aprendiz! Você não sabe, mas acaba de contratar o CDC – Crédito Direto ao
Consumidor, que é um financiamento concedido ao consumidor por uma instituição
financeira ou por estabelecimentos comerciais que estejam vinculados a um banco,
como lojas de departamento, de eletrodomésticos ou redes varejistas.

O CDC, também conhecido como “crediário”, é um crédito para pagamento a prazo. É

utilizado pelo comércio para estimular e facilitar compras rápidas. O CDC é uma
modalidade de financiamento e empréstimo muito comum nos bancos, lojas e
instituições de crédito. A liberação do empréstimo ou do parcelamento da compra é
analisada por um modelo pré-determinado. A aprovação é baseada em critérios que
determinarão a concessão ou não do crédito solicitado.

Vejamos os principais fatores que são analisados para aprovação de um contrato de

CDC:
▪ Renda e tempo de trabalho.
▪ Finalidade do crédito.
▪ Histórico, capacidade e situação financeira.
▪ Quantidade e valor de bens em nome próprio.
Além da possibilidade de adquirir um produto que não teria condições de comprar à
vista, a principal vantagem do CDC é não ter que desembolsar no ato do pagamento o
valor total da compra. Embora haja a cobrança do IOF - Imposto sobre Operações
Financeiras, os juros que incidem sobre a parcela, costumam ser menores do que os do
cheque especial ou mesmo do rotativo do cartão de crédito.
Referências

BRASIL. Lei 8666/93. Disponível em:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8666cons.htm

DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 28 ed. São Paulo, Atlas, 2015

JUS BRASIL SITE. Características do Contrato Administrativo. Disponível em:

https://juuapw.jusbrasil.com.br/artigos/243109010/caracteristicas-do-contrato-
administrativo

MACHADO. Diego Jardim. Contrato Administrativo. JUS.COM SITE. Disponível em:

https://jus.com.br/artigos/70376/contrato-administrativo

MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 22. Ed. São Paulo, RT, 1997

PORTO, Rodrigo. CANAL DO YOU TUBE. Situação Líquida Patrimonial #02 - Contabilidade
Aplicada. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=nqtrqGR4Tt0