Pedaladas Fiscais de Dilma

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30/01/2024, 11:24 Impeachment Dilma: Sob pressão: quais são as acusações e a defesa da presidenta Dilma | Brasil | EL PAÍS Brasil

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Sob pressão: quais são as acusações e a


defesa da presidenta Dilma
Entenda quais são os argumentos sob análise para
manter ou tirar Dilma do poder

ANA CAROLINA CORTEZ


São Paulo - 06 MAY 2016 - 10:20 BRT

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Dilma pedalando por Brasília


EVARISTO SA (AFP)

As "pedaladas fiscais", manobras contábeis para mascarar


rombos maiores no orçamento, são a base do pedido de
impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Entenda quais
são os argumentos da oposição e da defesa no âmbito das
pedaladas.

De acordo com o TCU, o Governo deixou de pagar cerca de 40


bilhões em taxas aos bancos públicos, em 2014, por serviços
prestados por eles ao Governo. Foram prejudicados, nesse
processo, a Caixa, responsável pelo pagamento de programas
sociais, o BB e o BNDES, responsáveis pela concessão de
créditos subsidiados ao setor produtivo.

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Ao deixar de pagar para os bancos um compromisso firmado,


o Governo contraiu uma dívida. É como se os bancos tivessem
emprestado dinheiro para a União, o que é proibido pela Lei
de Responsabilidade Fiscal.

O próprio TCU reconhece, em seu parecer, que a prática é


comum e já foi vista antes em outras gestões. O que teria
chamado a atenção do órgão, desta vez, foi o tamanho das
pedaladas, montante sem precedentes na história e que já tem
prejudicado toda a gestão orçamentária do Governo.

O órgão investiga, por meio do Ministério Público de Contas,


se as pedaladas ocorreram também em 2015.

O Governo diz que nenhuma dessas ações ferem a lei de


responsabilidade fiscal. No caso dos bancos, o atraso no
pagamento de taxas é previsto em contrato assinado com as
instituições. Além disso, não trouxeram prejuízo aos cofres
públicos. Por quê? Porque o governo pode ficar, de fato,
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alguns meses sem pagar, mas também faz antecipação de


pagamento outras vezes. Por exemplo, ele pode ter
transferido o dinheiro para o banco em janeiro, referente a
gastos até junho. Depois de junho, deixou de pagar,
retomando os desembolsos somente em setembro.

No final do ano, quando as contas são feitas para saber quem


deve o que para quem, o saldo sai sempre positivo para o
Governo. Em 2014, por exemplo, a Advocacia Geral da União
informou que o Governo ganhou 141 milhões de reais em juros
pela antecipação do pagamento de taxas para a Caixa, ainda
que a União tenha operado no negativo com o banco em boa
parte do tempo.

"O que caracteriza uma operação de crédito não é o volume.


Não faz diferença se é um real ou um milhão de reais. O TCU
nunca viu problemas no pagamento de taxas antes. O
argumento de que agora não pode porque o volume é maior
não faz sentido", explica o ministro da AGU, Luís Inácio
Adams.

O TCU questiona a "criação" de 15 bilhões de reais por meio de


"créditos suplementares", via decreto presidencial, em
dezembro de 2014. O Governo teria emitido esses decretos
para pagar compromissos urgentes, mesmo quando já não
tinha mais dinheiro sobrando em caixa.

A prática de criação de verba suplementar também é comum.


Entretanto, um artigo da Lei de Responsabilidade Fiscal
determina que, ao perceber que não será possível atingir a
meta fiscal, estabelecida pela Lei de Diretrizes Orçamentárias,
o Governo deve contingenciar verba.

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O que aconteceu em 2014? Ao perceber que não seria mais


possível alcançar a meta fiscal estabelecida, o Governo enviou,
em novembro, um projeto de lei para alterar a meta.
Enquanto ela não era aprovada no Congresso, durante o mês
de dezembro o Governo emitiu decretos de créditos
suplementares. Na análise do TCU, tal medida fere a Lei de
Responsabilidade Fiscal, que impõe contingenciamento nessa
situação.

O ministro do TCU defende que, em 2015, isso também


aconteceu. Ao todo, 2,5 bilhões de reais teriam sido "criados"
por meio de seis decretos irregulares este ano.

O ministro da AGU explica que o o Governo foi autorizado


pela Lei Orçamentária Anual a criar verba suplementar. A Lei
foi aprovada em Congresso.

"O TCU argumenta que o Governo deveria ter feito


contingenciamento de recursos. Mas a meta fiscal não é
impositiva, é só um objetivo. O Governo não pode deixar de
pagar programas essenciais porque a meta não será atingida",
defende.

Para Adams, "os decretos de verba suplementar não podem


ser avaliados fora de um contexto. As metas de superávit, no
fim, foram revistas. Isso derruba o argumento de que não
havia dinheiro em caixa para baixar os decretos", diz .

Segundo o ministro, mesmo interpretando que a prática não é


um problema, em 2015 o Governo mudou um pouco a postura
e acatou a "nova interpretação da lei pelo TCU".

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Ao perceber que a meta não seria atingida e, enquanto a nova


meta não era aprovada no Congresso, o Governo mandou
contingenciar 11,2 bilhões de reais.

Ao longo do ano, a União chegou a contingenciar 79,5 bilhões


de reais, segundo informações do Ministério do Planejamento.

Quem está certo?

Para o cientista político da UFRJ, Charles Pessanha, a resposta


mais coerente para essa pergunta é "ninguém". Nem o
Governo, cuja "gestão errática" do orçamento tem deixado o
país em um constante "cheque especial", nem a acusação, que
está "agindo de maneira política demais ao recomendar a
rejeição das contas por problemas que nunca foram
reclamados no passado". "Ninguém está agindo apenas de boa
fé", acredita.

Segundo a AGU, o TCU está reinterpretando a lei para


desenquadrar as contas do Governo. O TCU desmente e
contra-argumenta que o Governo está agindo de forma
irresponsável, inflando o orçamento com manobras que só
prejudicam a gestão das contas públicas no longo prazo. Para
a AGU, são fatores políticos, e não técnicos, que estão
pautando os pedidos de impeachment da presidenta.

Independentemente dos processos que correm no Congresso,


o TCU está cobrando da União o ressarcimento das pedaladas
de 2014 aos bancos. Como esse valor será quitado, ainda está
em negociação. De qualquer forma, a nova meta fiscal de 2015,
aprovada esta semana no Congresso, prevê um rombo de até
119 bilhões nos cofres públicos este ano - desse total, cerca de
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50 bilhões seriam destinados ao pagamento das pedaladas de


2014.

As pedaladas podem culminar no


impeachment?

Pessanha pondera que infringir a LRF não resulta


automaticamente em impeachment. "A Lei Orgânica do TCU
determina que seja aplicada uma multa aos infratores
equivalente ao dano causado aos cofres públicos", explica. No
caso da rejeição das contas de um ex-presidente, a punição
pode ser a inelegibilidade por oito anos em cargo publico.

O que pode gerar o impedimento da Dilma é o entendimento,


pelo Congresso, de que a presidenta incorreu de crime de
responsabilidade contra a lei orçamentária, algo que está
descrito no capítulo 6 da Lei do Impeachment. Definir quem
está certo, e quem está errado, é uma questão que compete,
agora, somente ao Congresso.

Em pronunciamento nesta manhã, após ter se reunido com


cerca de 30 juristas e um grupo de ministros no Planalto, a
presidenta Dilma destacou que o processo de análise de suas
contas, tanto de 2014, quanto de 2015, ainda estão em curso. A
primeira, é analisada na Comissão Mista do Orçamento
(CMO). A segunda, está em investigação no Ministério Público
de Contas. O ministro Luís Inácio Adams, complementa que
seria "um contrassenso as contas serem aprovadas nessas
instâncias e rejeitadas pelo Congresso no processo de
impeachment"

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Dilma nas mãos da oposição: pedalada fiscal é motivo


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