Aula 1 Farmacologia Dos Antidepressivos
Aula 1 Farmacologia Dos Antidepressivos
Aula 1 Farmacologia Dos Antidepressivos
Existem várias classes de antidepressivos que foram sendo desenvolvidos a partir do final da década
de 50. Veremos cada uma delas separadamente e depois será abordado as principais formas de
tratar depressões refratárias ao uso individual do antidepressivo com combinação entre depressivos.
Uma das principais vantagens dessa droga é a segurança. Não apresentam perigo em superdosagens
quando comparados aos antidepressivos antigos
Essa classe é a primeira linha de escolha hoje para depressão e transtorno de ansiedade devido aos
efeitos semelhantes a outras drogas, porém com menos tolerância,mais segurança e menos efeitos
colaterais do que inibidores não seletivos mais antigos. Além disso,Poucos efeitos colaterais
cardiovasculares e colinérgicos são um dos principais diferenciais dessa classe.
Tempo para fazer efeito
Os inibidores da recaptação da serotonina, inicialmente atuam nos receptores 5HT1 pré sináptico
aumentando a serotonina nesses receptores. Com o tempo, esses receptores são dessensibilizados.
Esses receptores são responsáveis por inibir a liberação de serotonina nas sinapses no pós sináptico.
Com essa inibição dos receptores inibitórios, é liberado grandes quantidades de serotonina. Esse
mecanismo leva de 3 a 8 semanas.
Apesar dessas drogas serem das mesma classe, podem possuir efeitos colaterais diferentes. Isso
ocorre porque cada um delas possui também afinidade com receptores distintos.
Embora compartilhem o principal mecanismo de ação, os ISRS são estruturalmente distintos com
marcadas diferenças no perfil farmacodinâmico e farmacocinético. A potência da inibição de
recaptação da serotonina é variada, assim como a seletividade por noradrenalina e dopamina.
Vale ressaltar,também, que algumas pessoas se adaptam melhor a um de outra classe com o de
outra classe.
Fluoxetina
A fluoxetina atua através de um metabólito produzido por ela. Por esse motivo tem ação prolongada
demorando para começar o seu efeito em relação às outras ISRS e demorando para parar o efeito
pós medicação.
Essa meia-vida longa é vantajosa, pois parece reduzir as reações de retirada características da
suspensão súbita de alguns ISRS, porém também significa que é necessário um tempo prolongado
para a depuração do fármaco e de seu metabólito ativo após a interrupção da fluoxetina
Além disso, diferentemente da sertralina e do citalopram, sua dose não varia com a concentração
plasmática.
Dentre as IRSR é a que gera a maior perda de peso após o início do tratamento.
Além de atuar inibindo a recaptação de serotonina, ela também:
● auta nos receptores como antagonistas 5HT2A E C na rafé até o córtex límbico.
● inibição dos recaptação de noradrenalina
A inibição da recaptação da adrenalina e o efeito antagonista sobre 5HT2C pode melhorar sintomas
relacionados a noradrenalina como: apatia,fadiga, dificuldade de atenção,afeto positivo,hipersonia
Além disso, podem apresentar: alteração motora,ansiedade e indução de pânico. Não deve ser
usado na mania.
A boa nova sobre o antagonismo de 5HT2C pode ser que ele seja geralmente ativador. Assim, muitos
pacientes, mesmo com a primeira dose, percebem que a fluoxetina produz um efeito energizante e
de redução da fadiga, havendo também melhora na concentração e na atenção. Esse mecanismo
talvez seja mais apropriado para pacientes deprimidos que apresentam redução do afeto positivo,
hipersonia, retardo psicomotor, apatia e fadiga
Outras drogas que possuem afinidade antagonica por esse receptor 5HT2C são: a mirtazapina e a
agomelatina, antidepressivos e Vários antipsicóticos atípicos, como a quetiapina, com propriedades
antidepressivas comprovadas, além da olanzapina, da asenapina e da clozapina, também exercem
potentes ações antagonistas de 5HT2C.
O antagonismo de 5HT2C também contribui para o efeito antibulimia de doses mais altas de
fluoxetina, o único ISRS aprovado para o tratamento desse transtorno alimentar.
A fluoxetina é mais relacionadas com efeitos psiqauitricos devido a sua atuação no receptores
5HT2A e C na rafe mesencéfala
Sertralina
A sertralina é o mais potente dos inibidores da recaptação de serotonina.Além dessa ação, também
inibe a recaptação de dopamina.
Sertralina e paroxetina são os mais potentes inibidores de recaptação. A potência relativa da
sertralina em inibir a recaptação de dopamina a diferencia farmacologicamente dos outros ISRS.
As ações inibitórias sobre o DAT são controversas, pois são mais fracas do que as ações inibitórias
sobre o SERT. Por isso, alguns especialistas sugerem que a ocupação do DAT pela sertralina não é
suficiente para ser clinicamente relevante
Citalopram
É o mais seletivo dos ISRS possuindo menos efeitos colaterais. É o unico dos ISRS que não tem na
rede publica. Um efeito colateral é o ganho de peso.
Paroxetina
A paroxetina tende a ser mais tranquilizante e, até mesmo, sedativa no início do tratamento, em
comparação com as ações mais ativadoras da fluoxetina e da sertralina discutidas anteriormente.
Este ISRS é utilizado por muitos clínicos em pacientes com sintomas de ansiedade.
A paroxetina possui efeito anticolinérgico associado. Por isso pode cursar com sintomas colaterais
relacionados como : ganho de peso e disfunção sexual
Oos efeitos anticolinérgicos da paroxetina podem levar a maior incidência de obstipação intestinal
em detrimento de diarréia
Disfunção sexual: o uso de ISRSs foi associado principalmente a retardo ejaculatório em homens e
anorgasmia em mulheres; a paroxetina está associada a uma maior incidência desses efeitos
colaterais, o que poderia ser explicado por sua potência na inibição da recaptação de serotonina e
sua mínima atividade dopaminérgica.
● Paroxetina: aropax – 20mg;
Síndrome de retirada
Os antidepressivos não podem ser descontinuados de maneira brusca. A síndrome de retirada pode
ocorrer de 1 a 10 dias após a cessação do uso. E o paciente pode cursar com
tontura,vertigem,ataxia,náuseas,vômitos, alteração do sono, irritabilidade, agitação e ansiedade.
Cada paciente responde de uma forma aos ISRS. Existem três tipos de resposta possível.
Quando o paciente atinge resposta, mas não remissão, aumenta o risco de recaida. Por isso o foco
do tratamento hoje é a remissão. Os principais sintomas que melhoram na resposta são: melhora do
humor,diminuição de ideações suicidas e diminuição do retardo motor. Os sintomas que geralmente
se mantém são diminuição da atenção,apatia e insônia.
Quanto à remissão, 50% dos pacientes que respondem nunca conseguem atingir a remissão total da
doença. Na prática, o paciente apático, pode ter um ganho de energia, porém continua com baixo
prazer para realizar as atividades. Ou o paciente depressivo ansioso, melhora o humor depressivo,
porém continua com os sintomas ansiosos de preocupação excessiva, insônia e sintomas somáticos.
Uma das explicações para esse elevado número de respostas sem remissão é um transtorno de
personalidade de base.Porém, é insuficiente como justificativa geral.
Os pacientes que respondem mas não remitem, têm mais chances de cronificar a doença,de terem
recaídas e estão associados a taxas elevadas de suicidio. Entretanto, a notícia boa, é que hoje,
utiliza-se sinergismo da combinação entre diferentes classes de antidepressivos para tratar esses
pacientes, como veremos mais adiante no resumo.
Após o primeiro episódio depressivo, o risco de recorrência é de menos de 50%. Porém, após o
segundo episódio, já aumenta para 75%. E após o terceiro mais que 90% de chance de ter um novo
episódio.
Após a resposta, a retirada dos antidepressivos gera uma recaída em 50% dos pacientes. Porém, se a
droga é mantida após a resposta por até um ano, essa estatística cai para 10%.
A associação com tramadol,IMAO,meperidina pode causar síndrome da serotonina que cursa com
hipotermia, tremores e colapso cardiovascular.Além disso, deve-se estar atento com as seguintes
interações: antagonistas de beta adrenérgico,cafeína,antipsicóticos, barbitúricos,e
benzodiazepínicos.
Essa droga está indicada em associação com os ISRS quando não se pode atingir a remissão da
doença apenas com as ISRS , como primeiro tratamento adjunto na depressão grave e tem estudos
para a utilização no déficit de atenção.
Logo em pacientes depressivos que têm mais sintomas adrenérgicos, também podem ser
beneficiados com o uso dos bloqueadores adrenérgicos como primeira linha de tratamento.
Os efeitos colaterais são causados pela super ativação desses receptores em áreas determinadas no
cérebro
● Tremor nos receptores beta 1 do cerebelo
● cardiovascular -> aumentar a PA e FA
● Anticolinérgico > constipação e retenção urinária, e boca seca
São classes novas de antidepressivos, que atuam tanto na via da serotonina quanto na via
adrenérgica, e possuem portanto, ação mais potente na depressão.
Porém, diferentemente dos triciclos,as drogas dessa classe não tem ação sobre outros
receptores(histamínicos,colinérgicos,alfa 1), isto é, são mais seletivos, possuindo menos efeitos
colaterais.
Essa classe age de maneira dupla na depressão pois agem tanto na serotonina
(humor,sono,apetite,pânico,ansiedade) quanto nas vias da adrenalina (apatia,falta de energia,fadiga
e atenção).
Venlafaxina
Em doses mais baixas, a venlafaxina atua mais sobre os receptores serotonérgicos apenas. Em doses
moderadas também atua nos receptores da noradrenalina. E em doses mais altas, também atua nos
receptores dopaminérgicos. O tramadol, opióide, também está nessa classe, apesar de não ser
usado como antidepressivo,pois também inibe a recaptação de serotonina e noradrenalina.
Pesquisas em pacientes que utilizam esses antidepressivos comparados aos ISRS se mostraram mais
eficaz para remitir transtornos depressivos maiores, o que levou a teoria de que a ação dupla é mais
eficaz que a ação isolada nos receptores da serotonina.
Atualmente, clínicos e especialistas discutem se as taxas de remissão são mais altas com IRSN em
comparação com os ISRS, ou se os IRSN são mais úteis do que outras opções em pacientes
deprimidos que não respondem aos ISRS
Outra evidência que mostrou a alta eficácia da venlafaxina foi que, o efeito aumenta com o aumento
da dose,enquanto os ISRS não possuem esse efeito, pouco importando a dose utilizada.Além da
depressão, a venlafaxina possui ótimos resultados transtorno de ansiedade generalizada e na
depressão ansiosa, tratando tanto a depressão quanto a ansiedade.Os resultados dessa droga
estimularam os psiquiatras a utilizar mais o sinergismo entre drogas diferentes no tratamento de
depressões que não remetem ao uso solitario dos ISRS.
A venlafaxina também está aprovada e é bastante usada no tratamento de vários transtornos de
ansiedade.
Os efeitos colaterais mais freqüentemente relatados com o uso da venlafaxina são: náuseas,
tonturas, sonolência; com doses acima de 225 mg/dia podem aparecer sintomas como hipertensão,
sudorese abundante, tremores. A magnitude do aumento nos níveis da pressão arterial é de 2
mm/Hg com doses de 225 mg/dia e de 7,5 mm/Hg com doses de 375 mg/dia. O tratamento da
hipertensão, quando necessário, inclui o uso de drogas antidepressivas. Os efeitos colaterais na
esfera sexual aparentam ser dose-dependentes e parece não haver desenvolvimento de tolerância.
Podem ser relatados diminuição da libido, anorgasmia, retardo ejaculatório e impotência.
Deve ser ter cuidado com a administração em pacientes com hipertensão arterial. Pacientes renais
crônicos devem receber de 25 a 50% da dose. Não possui efeito teratogênico.
A venlafaxina está disponível como formulação de liberação prolongada (venlafaxina XR), que não
apenas possibilita sua administração 1 vez/dia como também reduz significativamente os efeitos
colaterais, em especial as náuseas.
Duloxetina
Utilizadas para depressão associadas a dores físicas
Estudos realizados com a duloxetina mudaram todos esses conceitos. Não apenas este IRSN alivia a
depressão na ausência de dor como também alivia a dor na ausência de depressão. Todos os tipos de
dor melhoram com a duloxetina, desde a dor da neuropatia periférica no diabético até a fibromialgia
e a dor musculoesquelética crônica, como aquela associada à osteoartrite e a problemas lombares.A
duloxetina pode apresentar menor incidência de hipertensão e reações de descontinuação mais leves
do que a venlafaxina
Inibidores de dupla ação - bloqueio da recaptação de
serotonina e antagonismo 5HT2A ( ASIR)
As principais drogas dessa classe são : Nefazodona(não é mais utilizada pela hepatotoxicidade) e a
Trazodona.
A trazodona em doses baixas é utilizada como hipnótico e em doses altas utiliazda como
antidepressivos.Em pacientes depressivos, pode-se associar essa droga para ajudar na insônia que o
tratamento com ISRS pode gerar, aumentando a eficácia dos antidepressivos.
Em doses baixas a trazodona são utilizadas para tratemtanteo de insonia pois tem ação antagonistas
sobre os receptores 5HT2A e ação antagonista H1 E alfa 1.,
o bloqueio do sistema de ativação do cérebro pelo antagonismo de H1 e α1 pode causar sedação ou
sono, e, junto com as propriedades agonistas de 5HT2A, isso pode explicar o mecanismo pelo qual a
trazodona emdoses baixas atua como hipnótico
Como a insônia é um dos sintomas residuais mais frequentes da depressão após o tratamento com
ISRS (já discutida neste capítulo e ilustrada na Figura 7.5), costuma ser necessário usar um hipnótico
nos pacientes que apresentam episódio depressivo maior. O hipnótico não apenas pode aliviar a
própria insônia, mas o tratamento da insônia empacientes com depressão maior também pode
aumentar as taxas de remissão, devido à melhora de outros sintomas, como perda de energia e
humor deprimido. Isso pode ser o caso não apenas da trazodona em doses baixas, mas também da
combinação de antidepressivos com hipnóticos sedativos (como a eszopiclona e outros) em geral,
contanto que a insônia seja aliviada. Assim, a capacidade de a trazodona em doses baixas melhorar
o sono de pacientes deprimidos pode constituir um importante mecanismo para aumentar a eficácia
de outros antidepressivos
Os receptores 5HT2A esão presentes na rafe mesencéfala até o córtex e quando ativados geram
ansiedade,irritação, podem induzir o panico e agitação, e na medula podem fazer disfunção seuxal
Além disso, esses receptores quando ativados inibem os receptores 5HT1. Dessa forma,a inibição
dos 5HT2A o impede de inibir os receptores 5HT1A, que na rafe mesencefálica, possuem ação
antidepressiva.
Um efeito colateral raro dessa droga é o priapismo que consiste em ereções prolongadas e
dolorosas, que são tratadas com injeção de agonistas alfa adrenérgico no penis.
Por fim, a terceira classe com ação dupla é a que possui antagonismo alfa 2 adrenérgico. Os
receptores alfa 2 bloqueiam a liberação de adrenalina e serotonina. Logo, o antagonismo deles,
aumenta a quantidade desses neuroreceptores. Isso é feito a partir de uma dupla ação que faz dessa
droga altamente eficaz.
Além disso, a mirtazapina também bloqueia os receptores 5HT2A, que deixa de inibidor o receptor
responsável pelo efeito antidepressivo nas vias serotonérgicas( 5HT1A), 5HT2C , 5HT3 E
Histaminico.)
O receptor 5HT3 aumenta a liberação dos neurotransmissores NA,DA e serotonina, além de ter ação
pró cognitiva. O receptor 5HT1A aumenta a liberação de serotonina, o histamínico dá sono e ganho
de peso e o receptor 5HT2C, faz ganho de peso e problemas metabólicos, mas tem ação
antidepressiva, anti ansiolítica e antipsicótica.
Além disso, a mirtazapina também tem ação antagonistas sobre os receptores 5HT2C e histamínico
1, o que gera seu poder ansiolíticos, sedação e pode fazer ganho de peso.
Devido a esses efeitos, a mirtazapina também pode ser util em transtorno do pânico e TAG.
Além disso, a mirtazapina também bloqueia os receptores 5HT3 QUE DIMINUEM OS VÔMITOS E
NÁUSEAS que são efeitos colaterais do estímulo serotoninérgico.
Em geral, a bupropiona é ativadora ou, até mesmo, estimulante. É interessante assinalar que a
bupropiona não parece causar a incômoda disfunção sexual que frequentemente ocorre com o uso
dos antidepressivos que atuam por meio da inibição do SERT, provavelmente pelo fato de que a
bupropiona carece de componente serotoninérgico significativo em seu mecanismo de ação. Por isso,
a bupropiona demonstrou ser um antidepressivo útil não apenas para pacientes que não
conseguemtolerar os efeitos colaterais serotoninérgicos dos ISRS, mas também para aqueles cuja
depressão não responde à estimulação serotoninérgica pelos ISRS
A principal função da melatonina está relacionada com a regulação do sono, mas também influencia
a regulação de outros ritmos biológicos como a temperatura corporal, a pressão arterial e aspectos
imunológicos relacionados com a idade (GUARDIOLA, 2005). Esse hormônio é também um potente
antioxidante que protege as células do organismo, incluindo os neurônios. Diversos estados
biológicos, até mesmo o humor, podem ser influenciados pela melatonina, dessa forma a depressão
parece ser uma das consequências do declínio deste hormônio.
O estresse característico da depressão pode diminuir a produção de melatonina e ser uma causa da
depressão, pois a baixa quantidade de melatonina alteram o humor e o descanso.
Com base nessa teoria, utiliza-se agonistas de melatonina como um tratamento novo para
depressão
A agomelatina é um análogo da melatonina com maior meia vida e ação mais completa.
Por outro lado, a ação antagonista nos receptores serotonérgicos 5HT2C auxilia na
melhora da cognição, redução dos sintomas de ansiedade,aumento do sono de
ondas lentas
Essa droga tem a vantagem de apresentar menos efeitos colaterais uma vez que, a agomelatina não
possui nenhuma afinidade sobre os receptores adrenérgicos, muscarínicos, dopaminérgicos,
colinérgicos e histaminérgicos.
A maioria dos fármacos das outras classes de antidepressivos que atuam em receptores
serotoninérgicos modifica a densidade dos receptores 5-HT1A, o que acaba resultando em efeitos
adversos como os gastrointestinais, transtornos do sono e disfunção sexual. Todavia, a agomelatina
não demonstrou atuação nos receptores 5-HT1A como acontece em outras classes (ÁLAMO, 2010;
HOWLAND, 2011)
Indicação para depressão pós AVC devido aos efeitos colaterais limitados
A depressão pode atingir 70% ou mais dos pacientes em fase de recuperação pós-AVC, contudo, o
seu diagnóstico em alguns casos é bastante difícil, devido aos sintomas como fraqueza, inibição
psicomotora, insônia e ansiedade poderem resultar tanto de acidente vascular cerebral, quanto da
depressão. Os antidepressivos utilizados para o tratamento destes pacientes devem ter um bom
perfil de tolerância e eficácia, mas sem afetar as funções cognitivas. Através de um estudo para
avaliar a eficácia terapêutica da agomelatina no tratamento da depressão pós-AVC, constatou-se
que este fármaco produziu um melhora significativa no estado emocional, no sono e na atividade
motora destes pacientes, além de mínimos efeitos adversos
A agomelatina tem início de ação mais rápido que outros Antidepre
Foram realizados estudos para avaliar a rapidez do início de ação da agomelatina na fase aguda da
doença, em comparação com outros fármacos. A resposta da agomelatina (25-50 mg) apresentou
maior rapidez, com o início da eficácia terapêutica a partir da segunda semana.
A contraindicação da agomelatina foi estabelecida para pacientes com cirrose ou doença hepática
ativa devido à insuficiência hepática provocar um aumento significativo (70-140 vezes) na
biodisponibilidade do fármaco. Além disso, deve ser administrada com cautela em pacientes que
consomem álcool ou que são tratados com medicamentos associados a risco de lesão hepática. Por
outro lado, o tabagismo reduz as concentrações plasmáticas (3-4 vezes) da agomelatina devido à
indução do citocromo P450 e isoenzima 1A2, principais responsáveis pela sua metabolização. Os ISRS
inibem ambas as vias metabólicas, resultando no aumento da concentração máxima de agomelatina
(WILLIANS, 2010)
Pesquisa de campo para avaliar a eficácia da agomelatina em ratos
Em modelos animais de escuridão forçada, a agomelatina foi administrada meia hora antes da fase
de escuridão e constatou-se a eficácia na restauração do ritmo de atividade noturna dos ratos
(ÁLAMO, 2010; MARTINET, 1996)
Antidepressivos tricíclicos
Os principais NT tricíclicos são:
A imipramina, e amitriptilina e seus derivados bem como outros compostos semelhantes foram os
primeiros antidepressivos bem-sucedidos, que passaram a ser amplamente utilizados no tratamento
da depressão maior desde o início da década de 1960.
Mecanismo de ação
Inibe a recaptação de serotonina e noradrenalina, além de aumentar a atividade dopaminérgica de
forma indireta.
Os antidepressivos tricíclicos mais antigos com cadeia lateral de amina terciária (incluindo
amitriptilina, doxepina c imipramina) bloqueiam a captação
neuronal da serotonina e da norepinefrina, sendo a clomipramina relativamente seletiva contra
serotonina
Além disso da ação nas vias da serotonina,nora e dopaminérgica, os tricíclicos têm ação sobre outras
vias que são responsáveis pelos múltiplos efeitos colaterais.:
● Bloqueio colinérgico muscarínico - > Constipação,retenção urinária e boca seca
● Bloqueio histamínico H1 -> Sonolência e ganho de peso
● Bloqueio receptor alfa 1 - > tontura e hipotensão
● Bloqueio dos canais de sódio no coração e cérebro -> arritmia e convulsões
O ganho de peso constitui um efeito colateral comum da maioria dos antidepressivos, menos
provável com os inibidores da recaptação de serotonina é raro com a bupropiona . A sudorese
excessiva também é comum, porém sua fisiopatologia ainda não é conhecida.
Contraindicações
Deve-se evitar o uso de antidepressivos tricíclicos após infarto agudo do miocárdio, na presença de
efeitos na condução do ramo ou quando estão sendo administrados outros depressores cardíacos.
Tem alto potencial de dependência física. Logo a interrupção deve ser feita de modo gradual
Em certas ocasiões, alguns pacientes exibem dependência física dos antidepressivos tricíclicos, com
mal-estar, calafrios, coriza,mialgias e distúrbios do sono após interrupção abrupta do fármaco,
particularmente em doses altas (Shatan. 1966). Ocorrem também
reações semelhantes. juntamente com sintomas gastrintestinais
e sensoriais (parestesias) e irritabilidade, com a interrupção abrupta
de inibidores da recaptação de serotonina, sobretudo agentes de
ação curta. incluindo paroxetina e venlafaxina
O paciente intoxicado por antidepressivo tricíclico deve ser tratado precocemente numa unidade de
tratamento intensivo, algumas vezes, a lavagem gástrica com carvão ativado é útil.
conquanto a diálise e a diurese são ineficazes. O coma desaparece gradualmente
no decorrer de 1 a 3 dias. A seguir, o delírio é límpico.
Os glicosídeos cardíacos e os antiarrítmicos como a quinidina ou a procainamida
estão contra-indicados, porém a fenitoína tern sido administrada com segurança
c também pode suprimir o risco de convulsões, assim como o diazepam.
Além disso. os antagonistas dos receptores beta adrenérgicos e a lidocaín têm sido recomendados.
Inibidor de MAO- Monoamina oxidase
Foram os primeiros antidepressivos sintetizados,mais especificamente no final da década de 50.
Porém, podiam induzir mania e tinham alto risco de toxicidade e perigos na interação com diversas
outras drogas. Poucos anos após seu surgimento, já foi sintetizado os antidepressivos tricíclicos que
foram, de fato, os primeiros antidepressivos que tiveram sucesso.
Os primeiros inibidores da MAO pareciam ter sua eficácia limitada nas doses empregadas e
apresentavam riscos tóxicos e interações potencialmente perigosas
com outros agentes, limitando assim sua aceitação em favor dos
Tranilcipromina,moclobemida,fenelzina,isocarboxazida
História da MAO
Em 1951, a isoniazida e seu derivado isopropílico, a iproniazida, foram desenvolvidas para o
tratamento da tuberculose. A iproniazida demonstrou ter efeitos de elevação do humor em pacientes
com tuberculose. Em 1952. Zeller e colaboradores constataram que a iproniazida, em contraste com
a isoniazida, era capaz de inibir a enzima MAO. Após investigações realizadas por Kline e por Crane
em meados da década de 1950, a iproniazida passou a ser utilizada para o tratamento de pacientes
deprimidos. Historicamente. trata-se do primeiro antidepressivo moderno clinicamente bem-
sucedido (Healy, 1997).
O mecanismo de ação da MAO consiste em inibir a oxidação dos neurotransmissores captados pelo
neurônio pré sináptico da fenda sináptica. Com isso, na próxima liberação de NT, existem mais
neurotransmissores no neurônio pré sináptico para ser liberado, aumentando assim, a atividade
neuronal.Como a depressão reduz a atividade cerebral, um aumento da ação dos NT, restabelece o
equilíbrio no SNC.
Porém, essa droga não é seletiva. Pois a MAO oxida diversos NT em diversas áreas do SNC. Logo,
aumenta-se a atividade de dopamina,serotonina e noradrenalina, gerando assim, mais efeitos
colaterais.
Vortioxetina
Suas principais vantagens como antidepressivo é sua ação em dupla vias(nora serotonina),além de
ser um agente pró cognitivo devido a ação em 5HT3(mirtazapina e alguns antipsicóticos atipicos
também atuam) sem causar disfunção sexual, nem sedação nem ganho de peso..
Cetamina
Inibidor dos receptores de glutamato. Ainda está em fase clinica.
Efeitos da superdosagem
Superdosagens dos inibidores de MAO podem causar estados hipertensivos elevados, alucinações e
coma.Além disso, é importante ter Cuidado para associar com outras drogas que também liberam
catecolaminas, pois pode ter um efeito DUPLO. Drogas como
● vasoconstritor nasal,
● arritmogênicos
● antidepressivos tricíclicos
● alimentos que contem tiramina(ver slide)
● L'DOPA(parkinson`)
Hoje em dia, essa classe de antidepressivo está em desuso por haver classes com mesmos efeitos e
mais seguras e com menos efeitos colaterais.Portanto, a indicação de quando o paciente já usou
todas as outras classes em doses máximas e seguras não obtiveram resultado.
Princípios do uso
A eficácia da ação dos antidepressivos leva um tempo e o médico precisa avisar o paciente e
recomendar paciência ao paciente.
A eficácia clínica dos tratamentos com antidepressivos geralmente deve considerar a fase aguda
(primeiras 6-8 semanas), a fase de continuação (até os seis meses) e a fase de manutenção (após os
seis meses). Em cada uma dessas fases o objetivo terapêutico é distinto, por isso, é importante
avaliar, não apenas a resposta dos fármacos, mas também a remissão e a influência na prevenção de
recaídas dos pacientes (KASPER, 2010).
Após a primeira dose, o paciente já pode sentir os efeitos colaterais, que com o tempo,na maior
parte dos casos, diminuem até cessar.O efeito do antidepressivo demora em geral de 3 a 8 semanas
para ocorrer. Após 6 meses, se dá a fase de manutenção do farmaco
Quando o paciente apresenta muitos efeitos colaterais do anti depressivo ou quando não há
resposta,a preferência é MUDAR o antidepressivo.
Porém, quando o paciente responde mas não reemite, pode ser combinar mais de um
antidepressivo ou associar outra droga que potencialize os antidepressivos.
Assim, existe preferência por mudar quando o primeiro tratamento tem efeitos colaterais
intoleráveis, ou quando não há resposta, enquanto a preferência é potencializar o primeiro
tratamento com um segundo quando se obtém resposta parcial ao primeiro. Além dessa orientação,
existem poucas evidências consistentes de que uma opção de tratamento seja melhor do que outra.
Todos os tratamentos subsequentes ao primeiro parecem ter um declínio nos ganhos em termos de
probabilidade de se alcançar remissão (Figura 7.4) ou de permanecer em remissão (Figura 7.6).
Porém,antes de iniciar essa associação é importante ter convicção da tentativa de pelo menos por 8
semanas em dose máxima de um tratamento anterior.
A monoterapia inicial pode ser feita com drogas que atuam seletivamente em um receptor entre
seroto e nora)
● ISRS(fluoxetina,sertralina,citalopram e paroxetina)
● IRN - Reboxetina( inibidor seletivo da recaptação de noradrenalina)
● IRNP - > Bupropiona(nora e dopa)
As drogas de primeira alinha acima, quando não respondem, podem ser associadas trÊs drogas que
as potencializa.
● Lítio ( associação clássica)
● Hormônio tireoidiano
● Buspirona
Além disso, em casos específicos podem ser utilizadas outras duas classes de potencializadores, que
são considerados potencializadores de segunda linha.
● Estrógeno( mulheres na menopausa principalmente)
● Benzo/zolpidem ( se o remédio de primeira linha, atrapalhar ainda mais a insônia ou ter
muita agitação durante o dia.
Após essa tentativa, o próximo passo são monoterapias de segunda linha, que atuam em diversas
vias(seroto,dopa,nora) como:
● IMAO
● tricíclicos
Por fim, pode-se associar dois tipos diferentes de antidepressivos, em duas abordagens diferentes.
Abordagens mais leves e abordagens heróicas(última opção antes da eletroconvulsoterapia.
O sinergismo noradrenérgico é útil para depressão que são refratários e respondem com
fadiga,apatia e lentificação cognitiva.
O tratamento da depressão
também pode ser baseado de acordo com os sintomas secundários predominantes e a realização de
um tratamento com a via respectiva.
Por exemplo, se a fadiga e a baixa concentração forem os principais sintomas,pode se optar por
inibidores de nora e copa.
De acordo com as reperscussões mais importantes, pode-se optar por um ou outro antidepressivo.