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Título do original: Le Tarot Divinatoire.

Copyright © 1909 Papus, Librairie Hermétique, Paris, France.


Copyright da primeira edição brasileira © 1920 Editora Pensamento-Cultrix Ltda.

15ª edição 2022.

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou usada de qualquer forma ou
por qualquer meio, eletrônico ou mecânico, inclusive fotocópias, gravações ou sistema de armazenamento em
banco de dados, sem permissão por escrito, exceto nos casos de trechos curtos citados em resenhas críticas ou
artigos de revista.

A Editora Pensamento não se responsabiliza por eventuais mudanças ocorridas nos endereços convencionais ou
eletrônicos citados neste livro.

Editor: Adilson Silva Ramachandra


Gerente editorial: Roseli de S. Ferraz
Edição de texto: Adilson Silva Ramachandra
Revisão técnica: Leo Chioda
Gerente de produção editorial: Indiara Faria Kayo
Capa e projeto gráfico: Marcos Fontes / Indie 6 – Produção Editorial
Revisão: Adriane Gozzo

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Papus
O tarô adivinhatório : a chave para a interpretação das cartas e dos destinos / Papus ;
tradução Karina Jannini. -- 15. ed. -- São Paulo : Editora Pensamento, 2022.

Título original : Le tarot divinatoire


ISBN 978-85-315-2217-8

1. Cartomância 2. Tarô I. Título.

22-112582 CDD-133.32424

Índices para catálogo sistemático:

1. Tarô : Artes adivinhatórias 133.32424


Cibele Maria Dias - Bibliotecária - CRB-8/9427

Direitos reservados
EDITORA PENSAMENTO-CULTRIX LTDA., que se reserva a
propriedade literária desta tradução
Rua Dr. Mário Vicente, 368 – 04270-000 – São Paulo – SP – Fone: (11) 2066-9000
http://www.editorapensamento.com.br
E-mail: atendimento@editorapensamento.com.br
Foi feito o depósito legal.
Nota Preliminar à
Reestruturação de Textos
da Nova Edição de
O Tarô Adivinhatório

E
m Le Tarot Divinatoire, obra publicada originalmente na França em 1909, Pa-
pus tinha o intuito de homenagear a leitura oracular, a famosa adivinhação.
Para isso, compilou uma série de estudos influentes à crítica ocultista e aos
círculos de estudos de magia e de cartomancia daquele período, reescrevendo
ou mesmo replicando estudos de alguns pensadores, como Etteilla – através de
suas obras mais antigas sobre leitura de cartas de baralho comum –, quando
ainda não havia descoberto o tarô por meio do ensaio de Court de Gébelin ou
do trabalho de Paul Christian, que escrevera sobre um suposto tarô de origem
egípcia. Portanto, este livro traz uma série de referências sobre cartomancia,
que, em determinados momentos, podem causar certo estranhamento no
leitor não familiarizado com esses autores citados por Papus, o que amplia a
obra como fonte de estudos e aprendizados deste que foi o primeiro tarô a ser
publicado no Brasil.
É importante deixar claro como a presente obra, cotejada com a clássica
edição brasileira, publicada por esta casa editorial e organizada por Antonio
Olívio Rodrigues (AOR), primeiro astrólogo do Brasil e fundador da Editora
Pensamento, foi reestruturada para evitar quaisquer equívocos aos que já
conhecem as edições anteriores. Publicada no Brasil desde 1920, com várias
edições e dezenas de reimpressões ao longo de mais de um século, O Tarô Adi­
vinhatório soma hoje mais de 700 mil exemplares vendidos, o que mostra sua
relevância e atualidade como uma das obras mais importantes para aprender
a arte da cartomancia.
Para melhor aproveitamento desse estudo e de sua prática, recomenda-se
enfaticamente atentar-se às notas do revisor técnico, para compreender termos
e argumentos, ou, ainda, elucidar quaisquer passagens esotéricas ao longo do
texto. A introdução original de Papus equivale ao Capítulo I das edições ante-
riores do Tarô Adivinhatório. Foram mantidas muitas das passagens originais de
AOR e reveladas suas pesquisas, para simplificar o texto de Papus.
No Capítulo I, “A Constituição do Tarô” – que equivale ao Capítulo II das
antigas edições do Tarô Adivinhatório —, Papus comenta a estrutura do baralho
e apresenta suas teorias sobre o uso do tarô na adivinhação. Ainda que algumas
de suas alegações possam parecer um tanto controversas sobre o que é tarô hoje,
como a suposta origem egípcia do oráculo, transparece o manejo prático e filo-
sófico do autor em relação ao seu objeto de estudo. As notas do revisor técnico
vão ajudar os leitores a compreenderem seu raciocínio, abrangendo quaisquer
informações e conceitos ou passagens obscuros no decorrer do texto.
No Capítulo II – que corresponde ao antigo Capítulo III de AOR –, Papus
apresenta a estrutura do próprio baralho, elaborado por Gabriel Goulinat, apre-
sentando duas lâminas: A Justiça e o Dois de Copas. A relevância é clara: mostrar
como foi organizado o tarô com suas inúmeras informações – alfabetos, sím-
bolos, signos, números e palavras-chave. Quanto mais o leitor se habituar com
a formatação do Tarô Adivinhatório, maior e melhor será o aproveitamento deste
livro e do uso do baralho.
O Capítulo III, cotejado com o Capítulo IV das edições anteriores desta obra,
apresenta a combinação do texto de Papus com a tradução e a adaptação de
AOR. Papus estipula o que representa cada um dos 22 Arcanos Maiores, assim
como introduz o leitor às metodologias de tiragem das cartas. Essa seção da
obra é bastante útil para consultas frequentes, já que orienta o leitor em relação
aos princípios da cartomancia – organização da mesa, primeiros passos para
a disposição das cartas e os vários processos de interpretação. Mas, quando se
trata de Papus, todos os detalhes são intencionais, uma vez que seu propósito
era criar um panorama das principais expressões da cartomancia em seu tempo,
assim como servir de método de estudo popular sobre o assunto.
Ainda neste capítulo, o leitor vai se deparar com os atributos das 32 cartas
do baralho comum, provavelmente o piquet, bastante popular na cartomancia
francesa daquela época. Conforme foi dito, Etteilla difundiu a cultura dos ma-
nuais de significados dos baralhos comuns, que Papus chegou a considerar
arte exclusiva para mulheres. A importância desses capítulos se preserva: com
base neles, pode-se ter noção da pluralidade de significações, não apenas das
cartas comuns de jogo, mas também da associação delas às cartas do Tarô. Para
o autor, especificamente nesta obra, a cartomancia é uma prática abrangente,
nunca restritiva.
O Capítulo III, um dos mais extensos do livro, equivale ao Capítulo V das
edições anteriores, devidamente adaptado por AOR, com o acréscimo de al-
guns métodos de tiragem, como o de Madame Flonka, mantido nesta edição
totalmente atualizada. Recomenda-se o estudo cuidadoso e frequente dessas
propostas de disposição das cartas, ainda que o leitor deva estar atento às atri-
buições da quantidade de cartas que o autor estipula em determinados métodos,
como o caso, já citado, das 32 cartas que correspondem aos baralhos comuns.
No Capítulo IV, Papus dá importância à arte de combinar as cartas. A esse
procedimento, ele associa a excelência da cartomancia. Ainda que várias descri-
ções pareçam um tanto esotéricas, o leitor deve atentar-se à sua premissa, que é
apresentar possibilidades interpretativas, não conceitos inflexíveis ou definiti-
vos, nos quais as associações eram feitas tanto pelo conhecimento dos símbolos
quanto pela tradição oral das cartomantes, que o autor aqui celebra. Essa parte
foi mantida em respeito ao original francês e à edição brasileira criada por AOR,
que também a preservou no Capítulo VI das edições anteriores do Tarô Adivinha­
tório. Porém, ao leitor que deseja se utilizar do baralho que acompanha este livro,
ao final desse capítulo, se encontram as “Combinações de Lâminas Diversas”,
uma série de significados anotados por AOR com os Arcanos Maiores e Menores.
No Capítulo V, que corresponde ao VIII e último das edições anteriores, Papus
se dedica à teoria da Tábua Astrológica, tida como um dos métodos de leitura
mais completos pela maioria dos cartomantes profissionais. Porém, o autor
vai além de todas as publicações que até então descreviam esse procedimento:
Papus expande as 12 casas para 36 – que, segundo AOR, nas edições anteriores,
foi reconstituída de acordo com documentos egípcios —, ampliando seus con-
textos interpretativos. Deve-se levar em conta que Papus faz um apanhado das
particularidades anotadas ou proferidas por cartomantes em relação às cartas,
sob o pretexto da reconstrução do procedimento original egípcio. Para o leitor
leigo em Astrologia, orienta-se um estudo à parte, e aprofundado, da própria
roda zodiacal, esquema gráfico frequente aplicado ao tarô como tiragem.
No Capítulo VI, até então inédito no Brasil, Papus enfim apresenta um es-
tudo dos significados dos 78 arcanos. A seção é inspirada nos comentários de
d’Odoucet, um dos principais discípulos de Etteilla, a respeito do tarô deste último.
Por mais inusitado que pareça o autor se basear em outros sistemas oraculares
para explicar o seu, é exatamente essa a dinâmica desta obra: oferecer ao público
interessado um compêndio dos melhores comentadores de cartomancia, tido pelo
autor como essencial à prática da adivinhação com as cartas, agregado às suas
ideias e intenções. Nessa edição, foram incluídas algumas cartas e as pranchas
inéditas do primeiro tarô de Etteilla, gravadas por Pierre-François Basan, para
facilitar os estudos entre as imagens e o texto de Papus, baseado em d’Odoucet.
O Capítulo VII, que encerra o livro, é uma síntese de Papus acerca de uma
das intenções: a de apresentar ao leitor o tarô aplicado à adivinhação, em ho-
menagem às cartomantes e aos magistas que se dedicam a essa arte oracular.
Depois, o autor assenta suas principais influências para consolidar os estudos
esotéricos das cartas, baseando-se em seus ocultistas favoritos. Além das pran-
chas, até então inéditas, de Lévi sobre um suposto tarô indiano, aqui também se
encontra uma seção chamada “A Leitura dos Tarôs”, descrevendo processos de
disposição das cartas que podem ser um pouco complexos ao leitor contempo-
râneo, embora se justifiquem pela intenção de Papus de expor o modo com que
Etteilla operava em termos de cartomancia. Em seguida, o leitor toma contato
com a descrição dos 22 Arcanos Maiores revelada por Paul Christian, que Papus
considera imprescindível para apreender os vários sentidos dos símbolos. O
volume termina com as pesquisas pessoais do autor e o fac-símile do baralho
que acompanha esta obra.
A leitura e releitura do Prefácio e do Posfácio podem elucidar dúvidas e ajudar
a aproveitar melhor o texto de Papus, e o de Antonio Olívio Rodrigues, mantido e
celebrado em homenagem à vida longa do mais que centenário Tarô Adivinhatório.

Adilson Silva Ramachandra


editor do Grupo Editorial Pensamento, verão de 2022
Sumário
APRESENTAÇÃO DO EDITOR
O Tarô Adivinhatório – A História por trás do Primeiro Baralho de Tarô
Editado no Brasil Através de suas Edições .................................................... 13

PREFÁCIO À PRIMEIRA EDIÇÃO BRASILEIRA.............................................. 19

O CENTENÁRIO DO TARÔ NO BRASIL E AS ORIGENS


DE O TARÔ ADIVINHATÓRIO
Prefácio de Constantino K. Riemma e Leo Chioda ....................................... 21

INTRODUÇÃO: O TARÔ ADIVINHATÓRIO – A CHAVE ABSOLUTA DE


TODO OCULTISMO ..............................................................................................29
A Gênese de Enoque ........................................................................................30
A Ars Magna de Raimundo Lúlio ..................................................................... 31
Origens do Tarô ...............................................................................................32
Os Sábios da Antiguidade. Os Sacerdotes Egípcios. “O Vício é Melhor
que a Virtude para Manter uma Tradição” (AOR) ........................................ 33

CAPÍTULO I – A Constituição do Tarô ................................................................ 37


As 14 Cartas que Compõem os Quatro Naipes ..............................................38

CAPÍTULO II – As 78 Lâminas do Tarô com Todas as suas


Correspondências................................................................................................. 41
Disposições dos Arcanos Maiores .................................................................. 41
CAPÍTULO III – A Interpretação, Tiragem e Leitura das Lâminas do Tarô..... 45
Princípios Gerais..............................................................................................45
Arcanos Maiores............................................................................................... 45
Significado do Ponto de Vista Adivinhatório...........................................45
Base de Aplicação desses Dados. Estabelecendo a Sorte.........................47
A Prática da Tiragem do Tarô.....................................................................50
O Tarô................................................................................................................ 53
Modo de Proceder para Obter os Oráculos............................................... 53
Sobre o Modo de Proceder para Obter os Oráculos................................. 54
Interpretações das 32 Cartas........................................................................... 57
A Tiragem de Cartas por 15......................................................................... 61
A Tiragem de Cartas por 21.........................................................................62
A Tiragem de Cartas por Três.....................................................................62
A Tiragem de Cartas por Sete.....................................................................62
A Tiragem de Cartas por 22 ou a Formação da Grande Estrela.............. 63
Processo da Célebre Madame Flonka (AOR)..................................................64
O Método Italiano....................................................................................... 65
Observações Gerais..................................................................................... 67
Método Original e Inédito de Etteilla para a Tiragem dos Tarôs............68

CAPÍTULO IV – As Combinações de Arcanos.................................................... 75


Significado de Duas Cartas Lado a Lado no Conjunto do Baralho.............. 76
Significado Parcial das 32 Cartas.................................................................... 77
Observando o Lado que se Encontra na Mão Direita...............................80
Observando o Lado que se Encontra na Mão Esquerda.......................... 81
Combinações de Cartas Três a Três................................................................82
Combinações de Lâminas Diversas.............................................................. 125
Combinações Duas a Duas............................................................................. 125
Combinações Três a Três............................................................................... 128
Combinações Quatro a Quatro...................................................................... 129
Combinações Cinco a Cinco.......................................................................... 129
Observação.......................................................................................................141
CAPÍTULO V – Combinação Entre Arcanos e Números:
A Tábua Astrológica............................................................................................. 143

CAPÍTULO VI – Estudo Detalhado dos Sentidos Adivinhatórios


das 78 Lâminas, Segundo Etteilla e D’odoucet..................................................161
O Tarô de Etteilla – Comentado por d’Odoucet............................................161
Arcanos Maiores............................................................................................. 162
Arcanos Menores.............................................................................................173

CAPÍTULO VII – Conclusão Geral – Pesquisas e Documentos Históricos –


Etteilla – Éliphas Lévi – Paul Christian – Papus – O Tarô Filosófico...............203
A Leitura dos Tarôs.........................................................................................204
Éliphas Lévi........................................................................................................211
Obras de Paul Christian................................................................................. 214
O Livro de Hermes.......................................................................................... 214
Significado dos 22 Arcanos Maiores............................................................. 214
Pesquisas Pessoais..........................................................................................230

O LIVRO DOS MISTÉRIOS PARA DESVENDAR OS MISTÉRIOS DA VIDA –


POSFÁCIO DE LEO CHIODA............................................................................. 237

SOBRE O AUTOR – PAPUS – DOUTOR GÉRARD ENCAUSSE.......................247

SOBRE ANTONIO OLÍVIO RODRIGUES.........................................................249


O Primeiro Consultório de Astrologia do Brasil..........................................250
Os Primeiros Periódicos Dedicados à Astrologia e ao Esoterismo............250
A Fundação da Primeira Ordem Esotérica do Brasil................................... 251
O Surgimento da Editora Pensamento.........................................................252
A Origem do Almanaque do Pensamento e sua Longevidade.................... 253
Grupo Editorial Pensamento – O Legado AOR............................................ 253

SOBRE OS PREFACIADORES............................................................................ 255


Apresentação
do Editor
O Tarô Adivinhatório:
A História por trás do Primeiro Baralho de
Tarô Editado no Brasil Através de suas Edições

E
m 29 de abril de 1920, ocorreu um marco na história do esoterismo e das
artes adivinhatórias no Brasil: a publicação do primeiro tarô em nosso país,
tal como podemos comprovar pela peça publicitária abaixo, divulgada no
setor de anúncios do jornal O Estado de S. Paulo. O livro era vendido encadernado
em capa dura e vinha acompanhado de um conjunto de 78 cartas litografadas
em cores. Ou seja, o primeiro deck/box de tarô foi editado por aqui bem antes
do que alguns pesquisadores insistiam em afirmar até a primeira década deste
século, nos estudos envolvendo as origens e a história do tarô no Brasil.

13
O livro de Papus, Le Tarot Divinatoire, foi lançado em 1909 na França, tornan-
do-se a primeira publicação neste sentido: um tratado popular de cartomancia
envolvendo o tarô. Como Antonio Olívio Rodrigues mantinha uma troca de
correspondência com Papus – por conta de seu envolvimento com a Ordem
Martinista no Brasil1 –, ele propôs fazer um estudo da obra para editá-la em nosso
país, a qual seria acrescida de análises de textos comparativos de outros autores,
sendo publicada, sem a menção do autor, uma edição totalmente adaptada à
realidade brasileira, editada de forma simples, voltada ao estudo do tarô como
processo ligado à cartomancia, mas de modo mais palatável à mentalidade da
época para os leitores brasileiros.

Diferentemente do que se imaginava até pouco tempo sobre a história do tarô


no Brasil, o Tarô Adivinhatório da Editora Pensamento não passou despercebido
nem deixou de causar grandes repercussões na época do lançamento. Muito
pelo contrário. A obra acumulou, em mais de 100 anos de publicação ininter-
rupta, pelo menos 15 edições, somando dezenas de reimpressões, totalizando
mais de 700 mil exemplares vendidos, sucesso absoluto em um país majorita-
riamente católico e com população composta de mais de 80% de analfabetos

1. Em 1907, AOR (como é conhecido Antonio Olívio Rodrigues no meio ocultista/marinista brasi-
leiro) foi iniciado em uma Loja Martinista (AMOR & VERDADE) que operava no centro da cidade
de São Paulo, sob a coordenação do Dr. Horácio de Carvalho (também iniciado por Papus). AOR
foi o fundador da Editora Pensamento e, posteriormente, do Círculo Esotérico da Comunhão do
Pensamento, que existe desde 1909. Essa ordem, mentalista e esotérica, tem entre seus patronos
Papus, que, com Éliphas Lévi, simboliza o pensamento místico e esotérico ocidental.

14 O TARÔ ADIVINHATÓRIO
na época em que o livro/conjunto de cartas foi lançado. Apenas para termos
uma ideia, até 1939, o livro já havia tido quatro edições, cada uma delas com
várias reimpressões.

Como afirmado em outros estudos sobre a história do tarô em nosso país, a


primeira edição do Tarô Adivinhatório também não foi mero resumo das obras
de Papus, Etteilla, Lévi e Bourgeat. Na realidade, como dissemos anteriormente,
a obra de Papus foi editada de forma adaptada à realidade brasileira da época,
porém mantendo-se a análise de fontes de alguns desses autores (feitas pelo
próprio Papus na primeira edição de 1909), acrescida de textos criados por Anto-
nio Olívio Rodrigues por meio do estudo comparativo das obras de Jean Gaston
Bourgeat, Camille Flammarion e P. D. Ouspensky, entre outros.

APRESENTAÇÃO DO EDITOR 15
Portanto, a obra, na realidade, trata-se de uma homenagem a Papus, um
estudo crítico baseado no livro Le Tarot Divinatoire, complementado por refle-
xões de outros autores, sintetizadas por Antonio Olívio Rodrigues, criando uma
versão brasileira desse clássico estudo sobre cartomancia, que agora inclui,
pela primeira vez no Brasil, o texto integral de Papus da edição de 1909, além
dos excertos e comentários de Antonio Olívio, tornando a edição ainda mais
completa. Além dessa nova apresentação, você encontrará um prefácio assinado
por dois estudiosos e profissionais do tarô: Constantino K. Riemma, fundador
do Clube do Tarô, e Leo Chioda, do CAFÉ TAROT, no qual discorrem sobre os
principais detalhes da obra original de Papus e da versão de Antonio Olívio
Rodrigues. No posfácio, também assinado pelo tarólogo Leo Chioda, detalhes
importantes sobre a revisão técnica são esclarecidos a fim de situar o leitor pelo
texto brasileiro frente ao texto original, além de ressaltar informações preciosas
sobre a estrutura das cartas e seus símbolos, até então obscuros.
Entre 1941 e 2006, o Tarô Adivinhatório teve mais dez edições. Muitas delas,
sobretudo as quatro primeiras, publicadas entre 1920 e 1939, são hoje raríssimas,
verdadeiros itens de colecionador, vendidas por preços altíssimos em leilões ou
em livrarias antiquário que trabalham com obras raras.

16 O TARÔ ADIVINHATÓRIO
A edição de 2006 foi repaginada de forma moderna e agora, pela primeira
vez, chega com um projeto editorial vintage e arte gráfica retrô, resgatando,
em parte, o design da primeira edição brasileira e do primeiro deck original de
1909. Como em todos os nossos projetos editoriais que envolvem decks de tarô,
acompanhados de caixas e cartas, esta edição vem em um box rígido, com a única
diferença que esse deck agora conta com um livro no formato 16x23 totalmente
colorido e ilustrado. As cartas foram restauradas, e inúmeras correções foram
feitas, como: a troca dos algarismos romanos para os arábicos, como constava
no deck original; os nomes de alguns arcanos foram trocados e editados, agora
com os nomes da escola francesa, na qual o naipe de moedas, por exemplo,
se torna “denários”; o escravo foi trocado por pajem, entre outras alterações
que serão explicadas de forma pormenorizada nos prefácios e posfácios; fo-
ram impressas em papel de alta gramatura, o que dá maior durabilidade ao
conjunto durante o manuseio. O verso tarotado foi trocado e mantido o mais

APRESENTAÇÃO DO EDITOR 17
próximo possível do original, com as lâminas em tom sépia, e não brancas,
como antes, concebidas para a primeira edição francesa. O texto, um capítulo à
parte, além de ter sido agora publicado na íntegra, segundo a primeira edição
francesa, como mencionamos antes, foi totalmente revisto, e inúmeras corre-
ções de tradução foram feitas. Além disso, uma revisão técnica foi feita por Leo
Chioda, do CAFÉ TAROT e colaborador do Portal Personare, para trazer novas
luzes ao texto nas passagens mais obscuras, corrigindo impropriedades e tra-
zendo novos significados aos trechos mais esotéricos da obra.
Esperamos que esta nova – e histórica – edição possa ser apreciada por todas
as pessoas que se interessam pelas artes adivinhatórias em nosso país, sejam
elas leitores, estudiosos, praticantes, profissionais ou colecionadores do tema,
porque, para nós, é muito importante que uma obra lançada em 1920 ainda seja
tão querida por nossos leitores. Assim, entendemos que ela realmente merecia
uma edição especial como esta, pois nosso lema continua sendo:

Mais que livros, inspiração.


Editora Pensamento,
Livros para um mundo em transformação

Boa leitura.

Adilson Silva Ramachandra


editor do Grupo Editorial Pensamento

18 O TARÔ ADIVINHATÓRIO
Prefácio à
Primeira Edição
Brasileira
O
Tarô Adivinhatório, lançado pela Editora Pensamento, oferece ao leitor
o mais simples e prático processo de adivinhação por meio das cartas,
apresentando um sistema que resume os métodos empregados pelos
mais célebres cartomantes.
É um pequeno tratado de “cartomancia sem mestre”, mediante o qual toda
pessoa, sem esgotar a paciência e cansar a atenção, sentirá prazer em preencher
suas horas de folga, divertindo-se com o manuseio das 78 cartas que acompanham
esta obra.
Inúmeras gravuras elucidativas, constantes do texto, facilitam o estudo das
aplicações do tarô, tornando-o, entre os congêneres, uma das obras mais pro-
curadas, não só pela clareza com que foi elaborada como também pela rapidez
com que leva o leitor a se transformar em perito nessa arte fascinante.
Julgamos, assim, ter posto nas mãos do público um livro que permitirá ao
leitor estudar com facilidade e aprender com satisfação.

Antonio olÍvio RodRiGues


primeiro astrólogo do Brasil e fundador da Editora Pensamento

19
Introdução
O Tarô Adivinhatório
A Chave Absoluta de
Todo Ocultismo

O
s pesquisadores contemporâneos que se ocupam de Ocultismo exibem
certo desprezo pelas artes adivinhatórias.
No entanto, o estudo da natureza humana abre caminho para pre-
ciosas descobertas médicas, e a quiromancia fornece um panorama considerável
sobre a fisiologia do sistema nervoso simpático, que coordena a construção dos
traços marcados na pele. Contudo, não há fonte de pesquisas mais fecunda que
o estudo dos tarôs.1
Tarô, Thora, Rota, Athor – esse conjunto de lâminas e números é, sem dúvi-
da, uma das mais puras obras-primas da iniciação antiga, e seu estudo atraiu
muitos pesquisadores.
Há mais de vinte anos, tivemos a oportunidade de encontrar a chave geral
da construção do tarô, tal como indicada, mas não demonstrada, por Guilherme

1. O termo foi mantido no plural como consta da edição original, cujo sentido era o de que cada
carta do baralho era chamada de tarô. (N. do RT.)

29
Postel2 e Éliphas Lévi. Determinamos essa construção fazendo com que ela
correspondesse integralmente ao esboço de Postel, por um lado, e se aplicasse
aos Arcanos Menores, por outro.
A esse respeito, há que se fazer uma observação fundamental. A maioria dos
escritores ocultistas modernos que se ocupou do tarô manifesta enorme apreço
pelo estudo dos Arcanos Maiores e desprezo não menos intenso pelas pesquisas
referentes aos Arcanos Menores, que deram origem aos baralhos atuais.

A Gênese de Enoque
Muitos investigadores se dedicam ao seu estudo. Guilherme de Postel chama-
-o de Gênese de Enoque3 e indica sumariamente sua construção. Éliphas Lévi,
seguindo os passos de Postel e de Christian Knorr von Rosenroth,4 completou
a chave dos Arcanos Maiores e aplicou o tarô à astrologia cabalística ou ono-
matomântica. Por fim, Papus foi o único autor a realizar um estudo completo
do tarô, determinando a chave geral que se aplica tanto aos Arcanos Maiores
quanto aos Menores. (AOR)
Existe até mesmo grande quantidade de falsos sistemas de explicação do
tarô, baseados apenas nos 22 Arcanos Maiores, sem levar em conta os 56 Arcanos
Menores. Esse procedimento é simplesmente infantil. O tarô é um conjunto

2. Guilherme Postel (1510-1581) foi escritor, astrólogo, cabalista e ocultista francês. É referência
unânime aos pensadores esotéricos da época de Papus. É autor da Clavis Absconditorum a Cons­
titutione Mundi, livro publicado em 1547 que propõe o conceito de ROTA como correspondente a
HOMO e DEUS, ainda que nada tenha escrito sobre tarô. Apenas posteriormente é que o ana-
grama TARO é aventado, por Lévi, como mais uma possibilidade de associação e interpretação,
levada a cabo por Papus em suas obras e por estudiosos posteriores, como A. E. Waite, que per-
petua o esquema gráfico da chave absoluta das ciências ocultas, dada por Postel, no décimo arcano
maior de seu tarô, executado por Pamela Colman Smith. (N. do RT.)
3. Papus evoca esse conceito devido às considerações de Lévi, em História da Magia e A Chave dos
Grandes Mistérios, de que Enoque seria o próprio Hermes Trismegisto, e sua Gênese, um misterio-
so livro hieroglífico, anterior aos livros de Moisés, e sua bíblica oculta: o famoso Livro de Thoth,
frequentemente associado ao tarô. Lévi elabora a teoria de que neste livro Postel encontrara o
verdadeiro significado do Tetragrammaton e passa a chamá-lo de Gênese de Enoque para manter
seu verdadeiro nome (TARO) a salvo das mãos profanas. Papus sustenta veementemente essas
ideias. (N. do RT.)
4. Christian Knorr von Rosenroth (1631-1689), escritor e cabalista alemão. (N. do RT.)

30 O TARÔ ADIVINHATÓRIO
maravilhoso, e o sistema que se aplica ao corpo também deve ser aplicado à
cabeça, e vice-versa.
Vale lembrar que os Arcanos Menores são extremamente importantes para o
estudo do tarô,5 assim como as casas são fundamentais para o estudo da Astrologia.
De fato, todo sistema físico de consulta do invisível na Antiguidade se com-
punha de duas partes: uma fixa, geralmente numeral ou hieroglífica (com fre-
quência ambas), e outra móvel, muitas vezes hieroglífica e numeral.
Em Astrologia, a parte fixa é indicada pelo zodíaco e pelas casas, e a parte
móvel, pelos planetas e seus aspectos. A cada seção eram atribuídos números,
e suas combinações, por adição ou subtração, dependendo dos aspectos, forne-
ciam a base dessa onomatomancia astrológica, hoje quase totalmente perdida.
O popular Jogo do Ganso [ou El Juego de la Oca, como é conhecido em espanhol,
cuja origem é do fim do século XVI, na Itália] é uma adaptação do tarô, no qual
a parte fixa é formada por números e hieróglifos, sobre os quais são rolados os
dados.
No tarô, a parte fixa é indicada pelas quatro séries, cada uma com 14 Arcanos
Menores (quatro figuras – Rei, Dama, Cavaleiro e Valete – que são a represen-
tação dos Maiores nos Menores), e por dez números, que vão de Ás a Dez para
cada naipe.

A Ars Magna de Raimundo Lúlio


O tarô pode ser aplicado de inúmeras maneiras, e, tal como sua adaptação, a Ars
Magna, de Raimundo Lúlio,6 permite resolver os maiores problemas da filosofia.
Porém, certamente não é por esse lado que o tarô interessa à maioria dos
leitores, e nosso objetivo na presente obra também não é apresentar sua versão
filosófica ou iniciática. (AOR)

5. Esse argumento é uma inovação de Papus, que não só valida os Arcanos Menores como essen-
ciais à prática oracular como também reordena os Maiores – numeração que permanece prati-
camente indiscutível até hoje, já que leva em conta a estrutura do tarô de Marselha. (N. do RT.)
6. A Ars Magna, obra-prima de Lúlio, era um modelo enciclopédico de princípios científicos tão
caro a Lévi quanto a Papus. A referência a Lúlio tem o intuito de exaltar o tarô como repositório
de sabedoria e ferramenta útil para compreender os mistérios do universo. (N. do RT.)

INTRODUÇÃO 31
Entretanto, não é esse aspecto que interessa às mulheres curiosas.7 O tarô
permite determinar algumas leis do acaso que o tornam aplicável à adivinhação
[quando suas cartas são colocadas]. É possível “ler as cartas” com o tarô!

Origens do Tarô
Nos capítulos seguintes, trataremos apenas do aspecto adivinhatório do tarô, que
é o pai dos nossos jogos de cartas e cuja origem se perde na noite dos tempos.
Eis como um antiquíssimo manuscrito da Biblioteca Nacional de Paris des-
creveu a origem desse maravilhoso livro atribuído a Hermes Trismegisto:
“Transportemo-nos pelo pensamento três mil anos atrás, no meio dessa es-
pantosa e grandiosa civilização egípcia, revelada cada dia mais, ao nosso século,
pelos trabalhos dos arqueólogos.
“Entremos em uma dessas cidades, que em Paris formaria um quarteirão;
atravessemos o círculo de defesa guardado por um contingente de soldados bem
equipados e passemos entre habitantes tão numerosos e atarefados quanto os
das nossas maiores cidades.
“Em toda parte, monumentos de uma arquitetura estranha elevam-se a
prodigiosas alturas; os terraços das casas ricas indicam a primeira entrada de
uma gigantesca escadaria, que conduz a palácios e templos e é dominada pela
habitação silenciosa do chefe do Império.
“As grandes cidades estão em toda parte fortificadas; o Nilo é represado por
diques, e enormes reservatórios estão prontos para receber água e transformar
terríveis inundações em benéficas irrigações.
“Tudo isso permite supor a existência de uma ciência e de sábios, mas onde
estão eles?”. (AOR)

7. Faz-se necessário ressaltar o teor misógino de várias passagens do texto original, a fim de sa-
lientar ou mesmo denunciar os costumes da época e do autor, que nada condizem com a postura
da equipe técnica e da editora. A permanência de quaisquer passagens depreciativas ao longo
do texto é justificada pela proposta de oferecer uma edição fiel à original, ainda que contrária a
qualquer preconceito ou discriminação. (N. do RT.)

32 O TARÔ ADIVINHATÓRIO
Os Sábios da Antiguidade.
Os Sacerdotes Egípcios.
“O vício é melhor que a virtude para manter uma tradição.”

Nessa época, a ciência e a religião eram confundidas em um só estudo,


e todos os sábios, engenheiros, médicos, arquitetos, oficiais superiores,
escribas etc. eram chamados de sacerdotes ou iniciados.
Evitemos confundir o sacerdote da Antiguidade com essa palavra
tomada no sentido que lhe atribuem os contemporâneos, para não
cairmos nos mais grosseiros erros, como o de crermos que o Egito
estava entregue ao despotismo clerical na pior acepção.
No templo se dava a instrução em todos os graus, conforme mé-
todos perfeitamente estabelecidos e imitados em todas as regiões do
mundo, nessa época.
A instrução mais elevada que o homem podia adquirir era trans-
mitida principalmente no grande templo do Egito, onde estudaram
os futuros grandes reformuladores: Orfeu, Licurgo, Pitágoras, Moisés,
entre outros.
Uma das ciências em que as investigações são mais sólidas é a as-
tronomia. Sabemos hoje, por intermédio dos sábios egípcios, que se
conhecia o movimento da Terra em relação ao Sol, assim como a posição
deste em relação aos satélites. Grande parte dos contos mitológicos
se refere a esses mistérios, e os sábios da época, isto é, os sacerdotes,
ensinavam a astronomia aos discípulos por meio de pequenas lâminas
que representavam os meses, as estações do ano, os signos do zodía-
co, os planetas, o Sol etc. Desse modo, fixavam na imaginação dos
estudantes os dados que, mais tarde, eles verificariam na natureza.
Houve um tempo em que o Egito, não podendo mais lutar contra os
invasores, teve de se preparar para morrer dignamente. Foi quando os
sábios egípcios – diz ainda meu misterioso confidente – formaram uma
grande assembleia para saber como salvariam da destruição a ciência,
reservada até então aos homens considerados dignos de possuí-la.

INTRODUÇÃO 33
Ao que parece, em um primeiro momento, discutiu-se se os segredos
seriam confiados a homens virtuosos, recrutados secretamente uns
pelos outros para transmitirem essas sublimes verdades de geração em
geração. Porém, tendo observado que a virtude é a coisa mais frágil e
difícil de encontrar, ao menos de modo contínuo, um sacerdote propôs
confiar a tradição científica ao vício.
Esse conselho teria sido adotado, e o jogo, escolhido como vício pre-
ferido. Assim, gravaram-se em pequenas lâminas misteriosas figuras
que ensinavam os maiores segredos da ciência, e, desde essa época, os
jogadores transmitem esse tarô de geração em geração, melhor ainda do
que o teriam feito os homens honestos mais virtuosos da terra. (AOR)

Um escritor supostamente sério querendo estudar a tiragem das cartas? Que


horror! Nenhum estudo é um horror, e aprendemos muitas coisas curiosas ao
estudar o tarô adivinhatório.8 Além disso, também fizemos algumas descobertas
que permitirão utilizar o tarô com muita precisão. Ao percorrermos as ilustres
carreiras de Etteilla, pesquisador pouco conhecido, e da extraordinária vidente
Mademoiselle Lenormand, conseguimos determinar o tempo atribuído pelo
Antigo Egito a cada lâmina. Desse modo, a boa cartomante será capaz de dizer
em qual dia e hora da noite o belo homem moreno possivelmente encontrará,
com algum atraso, a bela viúva loura. Asseguro-lhes que não foi fácil encontrar
a precisão nesse labirinto de indeterminações. Justamente esse é o papel dos
Arcanos Menores no tarô. Aos dados gerais dos Arcanos Maiores, os Menores
contribuem com a imobilidade e a noção do tempo. Essa é sua função no ensino
antigo da Astrologia e no tarô adivinhatório. Podemos acrescentar sentidos
precisos graças ao emprego de uma tábua numérica e astrológica, da qual tra-
taremos ulteriormente.

8. Papus ironiza aqui o descaso da classe ocultista em relação à prática da cartomancia, mesmo
que na época o tarô ainda não fosse amplamente utilizado para adivinhação como eram outros
baralhos. Mesmo tecendo críticas a outros cartomantes e autores, como Etteilla, Papus endossa
a dignidade do ofício oracular. (N. do RT.)

34 O TARÔ ADIVINHATÓRIO
Ilustração extraída do terceiro caderno de Manière de se recréer avec le jeu de cartes
nommées Tarots (Modo de se entreter com o jogo de cartas nomeadas tarôs),
por Etteilla (Amsterdã, 1783), cuja página de rosto é reproduzida abaixo.

Reprodução de um documento de época raro, de 1783 (Biblioteca de Papus).


Ph. Encausse

INTRODUÇÃO 35

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